ATOS DOS APÓSTOLOS
1 No primeiro relato, Teófilo, escrevi sobre todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar,+ 2 até ao dia em que foi levado para cima,+ depois de ter dado instruções por meio do espírito santo aos apóstolos que tinha escolhido.+ 3 Depois de ter sofrido, mostrou-lhes, por meio de muitas provas convincentes, que estava vivo.+ Foi visto por eles durante 40 dias e falou sobre o Reino de Deus.+ 4 Enquanto estava reunido com eles, ordenou-lhes: “Não saiam de Jerusalém,+ mas continuem a esperar o que o Pai prometeu,+ conforme eu vos disse; 5 pois João, realmente, batizou com água, mas, dentro de poucos dias, vocês serão batizados com espírito santo.”+
6 Assim, quando se reuniram, eles perguntaram-lhe: “Senhor, é agora que vais restabelecer o reino a Israel?”+ 7 Ele disse-lhes: “Não vos cabe saber os tempos ou as épocas que o Pai colocou sob a sua própria autoridade.*+ 8 Porém, quando o espírito santo vier sobre vocês,+ receberão poder e serão minhas testemunhas+ em Jerusalém,+ em toda a Judeia e Samaria,+ e até à parte mais distante* da terra.”+ 9 Depois de dizer isto, enquanto eles olhavam, ele foi levado para cima, e uma nuvem encobriu-o, de modo que deixaram de vê-lo.+ 10 E, enquanto olhavam fixamente para o céu durante a sua partida, de repente, apareceram ao lado deles dois homens com roupas brancas+ 11 e disseram: “Homens da Galileia, porque é que estão aí parados a olhar para o céu? Este Jesus, que foi levado para o céu dentre vocês, virá da mesma maneira que o viram a ir para o céu.”
12 Então, eles voltaram a Jerusalém,+ saindo do chamado monte das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, à distância de apenas uma jornada de sábado. 13 Quando chegaram, subiram para a sala do andar de cima, onde estavam hospedados. Estavam presentes Pedro e também João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zeloso, e Judas, filho de Tiago.+ 14 De comum acordo, persistiam em oração, juntamente com algumas mulheres,+ incluindo Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele.+
15 Naqueles dias, Pedro levantou-se no meio dos irmãos (os que lá estavam somavam* cerca de 120 pessoas), e disse: 16 “Homens, irmãos, era necessário que se cumprisse o que o espírito santo disse profeticamente nas Escrituras, por meio de David, a respeito de Judas,+ que se tornou guia dos que prenderam Jesus.+ 17 Pois ele foi contado entre nós+ e foi escolhido para participar* neste ministério. 18 (Este homem comprou um campo com o salário da injustiça+ e, ao cair de cabeça, o seu corpo rebentou* e todas as suas vísceras se derramaram.+ 19 Todos os habitantes de Jerusalém ficaram a saber disso, de modo que, na língua deles, chamaram àquele campo Acéldama, isto é, Campo de Sangue.) 20 Pois está escrito no livro dos Salmos: ‘Que a sua habitação fique desolada e que não haja nela habitantes’;+ e também: ‘Que outro ocupe o seu cargo de superintendente.’+ 21 Portanto, é necessário que um dos homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus realizou as suas atividades* entre nós 22 (desde o seu batismo por João+ até ao dia em que foi levado para cima dentre nós)+ se torne testemunha connosco da sua ressurreição.”+
23 Assim, indicaram dois: José, chamado Barsabás, que também era conhecido como Justo, e Matias. 24 Depois oraram, dizendo: “Ó Jeová,* tu que conheces o coração de todos,+ indica qual destes dois homens é que escolheste 25 para receber este ministério e este cargo de apóstolo, os quais Judas abandonou para ir para o seu próprio lugar.”+ 26 Então, lançaram sortes+ para decidir entre os dois, e a sorte caiu em Matias, e ele foi contado* com os 11 apóstolos.
2 Então, durante o dia da Festividade de Pentecostes,+ todos eles estavam juntos no mesmo lugar. 2 De repente, veio do céu um barulho, muito semelhante ao de uma forte rajada de vento, e encheu toda a casa onde estavam sentados.+ 3 E eles começaram a ver o que pareciam ser línguas de fogo, e estas espalharam-se e pousou uma sobre cada um deles; 4 e todos ficaram cheios de espírito santo+ e começaram a falar em línguas, assim como o espírito os capacitava.+
5 Naquela ocasião, estavam em Jerusalém judeus devotos de todas as nações debaixo do céu.+ 6 Assim, quando se ouviu aquele som, juntou-se uma multidão e ficaram surpreendidos, porque cada um ouvia os discípulos a falar no seu próprio idioma. 7 Realmente, ficaram muito espantados e disseram: “Não são galileus+ todos estes que estão a falar? 8 Como é que cada um de nós está a ouvir a sua própria língua nativa?* 9 Entre nós há partos, medos+ e elamitas,+ habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, de Ponto e da província da Ásia,+ 10 da Frígia e da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia próximas de Cirene, visitantes vindos de Roma, tanto judeus como prosélitos,+ 11 cretenses e também árabes. Ouvimo-los falar nas nossas línguas sobre as coisas magníficas de Deus.” 12 Sim, todos ficaram admirados e perplexos, e diziam uns aos outros: “O que é que isto significa?” 13 No entanto, outros faziam pouco deles e diziam: “Estão cheios de vinho doce.”*
14 Contudo, Pedro pôs-se de pé com os Onze+ e disse-lhes bem alto: “Homens da Judeia e todos vocês, habitantes de Jerusalém, prestem atenção e ouçam bem as minhas palavras: 15 Na verdade, estas pessoas não estão bêbedas, como vocês supõem, pois é a terceira hora* do dia. 16 Pelo contrário, isto é o que foi dito por meio do profeta Joel: 17 ‘“Nos últimos dias”, diz Deus, “derramarei do meu espírito sobre todo o tipo de pessoas,* e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões e os vossos homens idosos terão sonhos,+ 18 e até mesmo sobre os meus escravos e sobre as minhas escravas derramarei do meu espírito nesses dias, e eles profetizarão.+ 19 E realizarei milagres* em cima, no céu, e sinais em baixo, na terra: sangue, fogo e nuvens de fumo. 20 O sol será transformado em escuridão e a lua em sangue, antes de vir o grande e glorioso dia de Jeová.* 21 E todo aquele que invocar o nome de Jeová* será salvo.”’+
22 “Homens de Israel, ouçam estas palavras: Jesus, o Nazareno, foi um homem que Deus aprovou à vossa frente com obras poderosas, milagres* e sinais que Deus fez por meio dele no vosso meio,+ conforme sabem. 23 Pelas mãos de transgressores, vocês pregaram este homem numa estaca, o qual foi entregue pela estabelecida vontade* e presciência de Deus,+ e mataram-no.+ 24 Porém, Deus ressuscitou-o,+ livrando-o dos grilhões* da morte, porque não era possível que ela o mantivesse preso.+ 25 Pois David diz a respeito dele: ‘Mantenho Jeová* constantemente diante de mim,* pois ele está à minha direita para que eu nunca seja abalado. 26 Por esta razão, o meu coração ficou animado e a minha língua alegrou-se muito. E eu viverei* em esperança; 27 porque não me deixarás* na Sepultura,* nem permitirás que o teu leal conheça a decomposição.+ 28 Fizeste-me conhecer os caminhos da vida; hás de encher-me de alegria na tua presença.’*+
29 “Homens, irmãos, permitam-me falar-vos com franqueza sobre o patriarca David: ele morreu e foi enterrado,+ e o seu túmulo está entre nós até ao dia de hoje. 30 Visto que era profeta e sabia que Deus lhe tinha jurado fazer com que um dos seus descendentes* se sentasse no seu trono,+ 31 ele previu a ressurreição do Cristo e falou sobre ela, que ele não seria abandonado na Sepultura* e que a sua carne não conheceria a decomposição.+ 32 Deus ressuscitou este Jesus e todos nós somos testemunhas disso.+ 33 Portanto, visto que ele foi enaltecido à direita de Deus+ e recebeu do Pai o prometido espírito santo,+ derramou o que vocês estão a ver e a ouvir. 34 Pois David não subiu aos céus, mas ele diz: ‘Jeová* disse ao meu Senhor: “Senta-te à minha direita, 35 até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.”’*+ 36 Portanto, que toda a casa de Israel tenha a plena certeza de que Deus fez deste Jesus, que vocês mataram numa estaca, Senhor+ e Cristo.”+
37 Quando ouviram isto, ficaram com o coração aflito e disseram a Pedro e aos outros apóstolos: “Homens, irmãos, o que é que devemos fazer?” 38 Pedro disse-lhes: “Arrependam-se+ e seja cada um de vocês batizado+ em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos vossos pecados,+ e receberão a dádiva* do espírito santo. 39 Porque a promessa+ é para vocês e para os vossos filhos, e para todos os que estão longe, todos os que Jeová,* nosso Deus, chamar a si.”+ 40 E ele dava um testemunho cabal e exortava-os com muitas outras palavras, dizendo: “Sejam salvos desta geração pervertida.”+ 41 Assim, os que aceitaram com alegria as suas palavras foram batizados,+ e naquele dia cerca de 3000 pessoas* juntaram-se a eles.+ 42 Dedicavam-se assim aos ensinamentos dos apóstolos, à convivência* uns com os outros, a tomar refeições juntos+ e às orações.+
43 Realmente, todos* ficaram com medo, e começaram a ocorrer muitos milagres* e sinais por meio dos apóstolos.+ 44 Todos os que se tornaram crentes estavam juntos e compartilhavam todas as coisas; 45 vendiam os seus bens+ e propriedades, e repartiam o valor recebido entre todos, de acordo com a necessidade de cada um.+ 46 Estavam constantemente no templo, dia após dia, unidos no mesmo propósito; tomavam as suas refeições nas casas uns dos outros e partilhavam o seu alimento com grande alegria e sinceridade de coração, 47 louvando a Deus e granjeando a simpatia de todo o povo. Ao mesmo tempo, Jeová* continuava diariamente a acrescentar-lhes os que estavam a ser salvos.+
3 Pedro e João estavam a subir em direção ao templo para a hora da oração, a nona hora,* 2 enquanto um homem coxo de nascença estava a ser carregado. Todos os dias, ele era colocado perto do portão do templo, que se chamava Portão Belo, para que pudesse pedir esmola* aos que entravam no templo. 3 Quando ele viu Pedro e João a entrarem no templo, começou a pedir-lhes uma esmola. 4 Contudo, Pedro e João olharam diretamente para ele, e Pedro disse: “Olha para nós.” 5 Então, ele fixou a sua atenção neles, à espera de receber alguma coisa. 6 No entanto, Pedro disse: “Não possuo prata nem ouro, mas o que tenho é o que te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!”+ 7 Assim, ele segurou-o pela mão direita e levantou-o.+ Instantaneamente, os seus pés e os seus tornozelos ficaram firmes,+ 8 e de um salto ele pôs-se de pé,+ começou a andar e entrou com eles no templo, a andar, a saltar e a louvar a Deus. 9 E todos o viram a andar e a louvar a Deus. 10 E eles reconheceram-no como o homem que se sentava à espera de esmolas no Portão Belo do templo,+ e ficaram admirados e em êxtase com o que lhe tinha acontecido.
11 O homem ainda se agarrava a Pedro e a João quando toda a multidão, extremamente surpreendida, correu ao encontro deles no chamado Pórtico* de Salomão.+ 12 Quando Pedro viu isto, disse à multidão: “Homens de Israel, porque é que estão tão admirados com isto e porque é que estão a olhar para nós como se o tivéssemos feito andar por meio do nosso próprio poder ou da nossa devoção a Deus? 13 O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó,+ o Deus dos nossos antepassados, glorificou o seu Servo,+ Jesus,+ aquele que vocês entregaram+ e negaram diante de Pilatos, embora ele tivesse decidido soltá-lo. 14 Sim, vocês negaram aquele homem santo e justo. Pediram que vos fosse entregue um homem que era assassino,+ 15 e assim mataram o Agente Principal da vida.+ Mas Deus levantou-o dentre os mortos, e nós somos testemunhas disso.+ 16 E foi por meio do nome dele, e pela nossa fé no nome dele, que este homem que veem e conhecem ficou forte. A fé que vem por meio de Jesus tornou este homem completamente são diante de todos vocês. 17 E agora, irmãos, sei que agiram em ignorância,+ assim como os vossos líderes.+ 18 Porém, deste modo, Deus cumpriu o que anunciou antecipadamente pela boca de todos os profetas: o seu Cristo tinha de sofrer.+
19 “Arrependam-se,+ portanto, e deem meia-volta,+ a fim de que os vossos pecados sejam apagados,+ para que venham tempos de refrigério da parte de Jeová* 20 e ele envie o Cristo que vos foi designado, Jesus. 21 O céu tem de retê-lo até ao tempo do restabelecimento de todas as coisas, das quais Deus falou pela boca dos seus santos profetas da antiguidade. 22 Realmente, Moisés disse: ‘Jeová,* vosso Deus, escolherá para vocês, dentre os vossos irmãos, um profeta semelhante a mim.+ Escutem tudo o que ele vos disser.+ 23 Sim, todo aquele* que não escutar esse Profeta será completamente destruído dentre o povo.’+ 24 E todos os profetas que falaram, de Samuel em diante, também anunciaram claramente estes dias.+ 25 Vocês são filhos dos profetas e do pacto que Deus fez com os vossos antepassados,+ quando disse a Abraão: ‘E todas as famílias da terra serão abençoadas por meio do teu descendente.’*+ 26 Depois de fazer aparecer o seu Servo, Deus enviou-o primeiro a vocês+ para vos abençoar, ao afastar cada um de vocês das suas más ações.”
4 Enquanto os dois estavam a falar com o povo, aproximaram-se deles os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus.+ 2 Eles estavam irritados porque os apóstolos ensinavam o povo e declaravam abertamente a ressurreição de Jesus dentre os mortos.*+ 3 Então, agarraram-nos* e puseram-nos na cadeia+ até ao dia seguinte, pois já tinha anoitecido. 4 No entanto, muitos dos que tinham escutado o discurso acreditaram, e o número de homens chegou a cerca de 5000.+
5 No dia seguinte, as autoridades, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém, 6 juntamente com Anás,+ que era o principal sacerdote, Caifás,+ João, Alexandre e todos os que eram parentes do principal sacerdote. 7 Colocaram Pedro e João no meio deles e interrogaram-nos: “Com que poder ou em nome de quem é que fizeram isto?” 8 Então, Pedro, cheio de espírito santo,+ disse-lhes:
“Líderes do povo e anciãos, 9 se hoje estamos a ser interrogados por causa de uma boa ação feita a um homem aleijado,+ e se querem saber quem fez esse homem ficar bom, 10 saibam os senhores e todo o povo de Israel que é em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,+ aquele que os senhores executaram numa estaca,+ mas que Deus levantou dentre os mortos,+ sim, é por meio dele que este homem está aqui curado, diante dos senhores. 11 Este Jesus é ‘a pedra que vocês, construtores, não levaram em conta e que se tornou a principal pedra angular’.*+ 12 Além disso, não há salvação em mais ninguém, pois não há outro nome+ debaixo do céu, que tenha sido dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos.”+
13 Quando viram a coragem* de Pedro e de João, e notaram que eles eram homens comuns e sem instrução,*+ ficaram admirados. E perceberam que eles tinham andado com Jesus.+ 14 Eles ficaram sem resposta,+ pois estavam a ver ali entre eles o homem que tinha sido curado.+ 15 Assim, ordenaram-lhes que saíssem do Sinédrio e começaram a discutir o assunto entre si; 16 diziam: “O que é que faremos com estes homens?+ Porque, realmente, ocorreu um sinal notável por meio deles, que passou a ser conhecido por todos os habitantes de Jerusalém,+ e não podemos negá-lo. 17 Para que isto não se espalhe ainda mais entre o povo, vamos ameaçá-los e dizer-lhes que não voltem a falar com ninguém à base deste nome.”+
18 Por conseguinte, chamaram-nos e ordenaram-lhes que não dissessem nada nem ensinassem em nome de Jesus. 19 Contudo, Pedro e João responderam-lhes: “Julguem os senhores se é certo, à vista de Deus, obedecer-vos em vez de obedecer a Deus. 20 Quanto a nós, não podemos parar de falar das coisas que vimos e ouvimos.”+ 21 Assim, depois de terem voltado a ameaçá-los, soltaram-nos por não terem encontrado nenhuma base para puni-los e também por causa do povo,+ porque todos estavam a glorificar a Deus pelo que tinha acontecido. 22 Pois o homem curado por esse milagre* tinha mais de 40 anos.
23 Depois de serem soltos, foram ao encontro dos outros discípulos* e contaram o que os principais sacerdotes e os anciãos lhes tinham dito. 24 Ao ouvirem isso, unidos, levantaram a voz a Deus, dizendo:
“Soberano Senhor, tu és aquele que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles,+ 25 e quem, por espírito santo, disse por meio do nosso antepassado David,+ teu servo: ‘Porque é que as nações ficaram agitadas e os povos meditaram em coisas vãs? 26 Os reis da terra tomaram a sua posição, e os governantes uniram-se contra Jeová* e contra o seu ungido.’*+ 27 De facto, Herodes e Pôncio Pilatos+ reuniram-se nesta cidade com homens das nações e com povos de Israel contra o teu santo servo Jesus, a quem ungiste+ 28 para fazer aquilo que o teu poder e a tua vontade* predeterminaram que ocorresse.+ 29 E agora, Jeová,* dá atenção às suas ameaças e concede aos teus escravos que continuem a falar a tua palavra com toda a coragem, 30 enquanto estendes a mão para curar e enquanto ocorrem sinais e milagres*+ por meio do nome do teu santo servo Jesus.”+
31 Depois de terem feito a súplica,* o lugar onde estavam reunidos tremeu. Todos ficaram cheios de espírito santo+ e começaram a declarar a palavra de Deus com coragem.+
32 Além disso, a multidão dos que creram era de um só coração e de uma só alma,* e nenhum deles dizia que as coisas que possuía eram suas, mas compartilhavam tudo o que tinham.+ 33 E os apóstolos continuavam, de forma poderosa, a dar testemunho a respeito da ressurreição do Senhor Jesus,+ e todos eles eram grandemente abençoados com bondade imerecida. 34 De facto, ninguém entre eles passava necessidade,+ porque todos os que possuíam campos ou casas vendiam-nos, traziam o dinheiro da venda 35 e colocavam-no aos pés dos apóstolos.+ Depois, fazia-se a distribuição, conforme a necessidade de cada um.+ 36 Assim fez José, a quem os apóstolos chamavam Barnabé+ (que traduzido significa “filho do consolo”), um levita, natural de Chipre, 37 que possuía um pedaço de terra. Ele vendeu-o, trouxe o dinheiro e colocou-o aos pés dos apóstolos.+
5 No entanto, um homem chamado Ananias, com a sua esposa, Safira, vendeu uma propriedade. 2 Porém, ele ficou secretamente com parte do valor, com o conhecimento da sua esposa. Então, pegou no restante e colocou-o aos pés dos apóstolos.+ 3 Contudo, Pedro disse: “Ananias, como é que Satanás te levou a mentir+ de forma descarada ao espírito santo+ e a ficar secretamente com parte do valor do campo? 4 O campo não era teu antes de o venderes? E, depois de ter sido vendido, o valor não ficou sob o teu controlo? Porque é que tramaste no coração fazer uma coisa destas? Mentiste não a homens, mas a Deus.” 5 Ao ouvir estas palavras, Ananias caiu e morreu. E todos os que souberam disso ficaram com muito medo. 6 Então, os mais jovens levantaram-se e enrolaram-no em panos. De seguida, levaram-no dali para fora e enterraram-no.
7 Cerca de três horas depois, a esposa dele entrou, sem saber o que tinha acontecido. 8 Pedro perguntou-lhe: “Diz-me: Foi por esta quantia que vocês os dois venderam o campo?” Ela respondeu: “Sim, foi por esse valor.” 9 Assim, Pedro disse-lhe: “Porque é que os dois concordaram em pôr à prova o espírito de Jeová?* Os pés daqueles que enterraram o teu marido estão à porta; eles vão levar-te daqui para fora.” 10 Ela caiu instantaneamente aos pés dele e morreu. Quando os jovens entraram, encontraram-na morta; a seguir, levaram-na para fora e enterraram-na ao lado do marido. 11 Assim, toda a congregação e todos os que ouviram falar sobre isto ficaram com muito medo.
12 Além disso, pelas mãos dos apóstolos, continuavam a ocorrer muitos sinais e milagres* entre o povo;+ e todos se reuniam no Pórtico* de Salomão.+ 13 É verdade que nenhum dos outros tinha coragem para se juntar a eles, mas o povo falava muito bem deles. 14 Além disso, era grande o número de homens e de mulheres que passavam a crer no Senhor e que se juntavam a eles.+ 15 Até mesmo traziam os doentes para fora, para as ruas principais, e deitavam-nos em pequenas camas e em esteiras, para que, quando Pedro passasse, pelo menos a sua sombra tocasse em alguns deles.+ 16 Vinham também multidões das cidades vizinhas de Jerusalém, trazendo os doentes e os afligidos por espíritos impuros, e todos eles eram curados.
17 No entanto, o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele, que eram da seita dos saduceus, levantaram-se cheios de ciúme. 18 Então, agarraram* os apóstolos e meteram-nos na cadeia pública.+ 19 Porém, durante a noite, o anjo de Jeová* abriu as portas da prisão,+ levou-os para fora e disse: 20 “Vão, apresentem-se no templo e continuem a transmitir ao povo toda a mensagem a respeito da vida.” 21 Depois de ouvirem estas palavras, entraram no templo ao amanhecer e começaram a ensinar.
Quando chegaram o sumo sacerdote e os que estavam com ele, convocaram o Sinédrio e toda a assembleia dos anciãos dos filhos de Israel, e mandaram trazer os apóstolos da cadeia. 22 No entanto, quando os guardas* chegaram à prisão, não os encontraram. Assim, voltaram e relataram o seguinte: 23 “Encontrámos a cadeia trancada com toda a segurança, e os guardas estavam parados às portas, mas, quando a abrimos, não estava ninguém lá dentro.” 24 Ao ouvirem isso, o capitão do templo e os principais sacerdotes ficaram perplexos, questionando-se a respeito do que aconteceria a seguir. 25 Contudo, alguém chegou e disse-lhes: “Os homens que vocês meteram na prisão estão no templo, a ensinar o povo!” 26 Então, o capitão foi buscá-los com os seus guardas, mas sem violência, porque tinham medo de ser apedrejados pelo povo.+
27 Assim, eles trouxeram-nos e colocaram-nos diante do Sinédrio. E o sumo sacerdote interrogou-os 28 e disse: “Ordenámos expressamente que não ensinassem com base nesse nome,+ mas, vejam! Vocês encheram Jerusalém com os vossos ensinamentos, e estão decididos a trazer o sangue desse homem sobre nós.”+ 29 Pedro e os outros apóstolos responderam: “Temos de obedecer a Deus como governante em vez de a homens.+ 30 O Deus dos nossos antepassados levantou dentre os mortos Jesus, a quem vocês mataram, pendurando-o num madeiro.*+ 31 Deus enalteceu-o à sua direita+ como Agente Principal+ e Salvador,+ para dar arrependimento e perdão de pecados a Israel.+ 32 Nós somos testemunhas destas coisas,+ e o espírito santo,+ que Deus deu aos que lhe obedecem como governante, também o é.”
33 Quando ouviram isto, ficaram furiosos* e quiseram matá-los. 34 No entanto, levantou-se no Sinédrio um fariseu chamado Gamaliel,+ um instrutor da Lei estimado por todo o povo, e mandou que levassem os homens para fora por um momento. 35 Então, disse-lhes: “Homens de Israel, tenham cuidado com o que vão fazer a estes homens. 36 Por exemplo, há algum tempo, apareceu Teudas, dizendo ser alguém, e alguns homens, cerca de 400, juntaram-se a ele. Mas ele foi morto, e todos os que o seguiam dispersaram-se, e os seus planos não deram em nada. 37 Depois dele, nos dias do recenseamento, apareceu Judas, o galileu, e arrastou seguidores atrás de si. Esse homem também morreu, e todos os que o seguiam dispersaram-se. 38 Por isso, perante as circunstâncias, digo-vos: Não se metam com estes homens; deixem-nos em paz. Porque, se este plano ou esta obra for de homens, será derrubada; 39 mas, se for de Deus, vocês não poderão derrubá-los.+ Senão, pode ser que estejam até mesmo a lutar contra o próprio Deus.”+ 40 Em vista disso, aceitaram o seu conselho. Mandaram chamar os apóstolos e, depois de os açoitarem,*+ ordenaram-lhes que parassem de falar em nome de Jesus e soltaram-nos.
41 Assim, eles saíram do Sinédrio, alegres+ por terem sido considerados dignos de ser desonrados por causa do nome dele. 42 E todos os dias, no templo e de casa em casa,+ continuavam, sem parar, a ensinar e a declarar as boas novas a respeito do Cristo, Jesus.+
6 Naqueles dias, ao aumentar o número de discípulos, os judeus que falavam grego começaram a reclamar contra os judeus que falavam hebraico, porque as suas viúvas estavam a ser deixadas de lado na distribuição diária.+ 2 Por conseguinte, os Doze reuniram a multidão dos discípulos e disseram: “Não é correto* que deixemos a palavra de Deus para servir alimento às mesas.+ 3 Portanto, irmãos, escolham dentre vocês sete homens de boa reputação,*+ cheios de espírito e de sabedoria,+ e nós iremos designá-los para esta tarefa necessária.+ 4 Porém, nós próprios iremos dedicar-nos à oração e ao ministério da palavra.” 5 O que eles disseram agradou a toda a multidão, e escolheram Estêvão, homem cheio de fé e de espírito santo, e também Filipe,+ Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. 6 Eles levaram-nos aos apóstolos, que, depois de orar, lhes impuseram as mãos.+
7 Assim, a palavra de Deus continuava a espalhar-se,+ e o número de discípulos multiplicava-se muito+ em Jerusalém. E uma grande multidão de sacerdotes tornou-se obediente à fé.+
8 Estêvão, cheio de favor divino e de poder, realizava grandes sinais e milagres* entre o povo. 9 No entanto, alguns homens da chamada Sinagoga dos Libertos, juntamente com alguns cireneus e alexandrinos, bem como alguns da Cilícia e da Ásia, vieram para discutir com Estêvão. 10 Contudo, não puderam resistir à sabedoria e ao espírito com que ele falava.+ 11 Então, persuadiram secretamente alguns homens a dizer: “Nós ouvimo-lo a dizer blasfémias contra Moisés e contra Deus.” 12 E eles atiçaram o povo, os anciãos e os escribas; e, numa investida, agarraram-no e levaram-no ao Sinédrio. 13 Apresentaram então testemunhas falsas, que disseram: “Este homem não para de falar contra este lugar santo e contra a Lei. 14 Por exemplo, nós ouvimo-lo a dizer que este Jesus, o Nazareno, derrubará este lugar e mudará os costumes que Moisés nos transmitiu.”
15 E, quando todos os que estavam sentados no Sinédrio olharam fixamente para ele, viram que o seu rosto era como o rosto de um anjo.
7 No entanto, o sumo sacerdote perguntou: “Isto é verdade?” 2 Estêvão respondeu: “Homens, irmãos e pais, escutem! O Deus glorioso apareceu ao nosso antepassado Abraão enquanto ele estava na Mesopotâmia, antes de ir morar para Harã,+ 3 e disse-lhe: ‘Deixa a tua terra e os teus parentes e vai para a terra que te mostrarei.’+ 4 Ele saiu então da terra dos caldeus e foi morar para Harã. E de lá, depois da morte do pai dele,+ Deus fez com que ele se mudasse para esta terra em que vocês moram agora.+ 5 Contudo, não lhe deu qualquer herança nela, não, nem mesmo um espaço para pôr o pé; mas prometeu que lha daria como propriedade e, depois dele, à sua descendência,*+ embora ele ainda não tivesse filhos. 6 Além disso, Deus disse-lhe que os seus descendentes seriam estrangeiros* numa terra que não era deles, e que o povo iria escravizá-los e afligi-los* durante 400 anos.+ 7 ‘E eu julgarei a nação para a qual eles trabalharão como escravos’,+ disse Deus, ‘e, depois disso, hão de sair e prestar-me serviço sagrado neste lugar’.+
8 “Deu-lhe também um pacto de circuncisão,+ e ele tornou-se pai de Isaque+ e circuncidou-o no oitavo dia,+ e Isaque tornou-se pai de* Jacó, e Jacó dos 12 patriarcas.* 9 E os patriarcas ficaram com ciúmes de José+ e venderam-no aos egípcios.+ Mas Deus estava com ele+ 10 e livrou-o de todas as suas aflições, e concedeu-lhe favor e sabedoria diante do Faraó, rei do Egito. E este designou-o para governar o Egito e toda a sua casa.+ 11 Depois houve uma fome em todo o Egito e em Canaã, sim, uma grande aflição, e os nossos antepassados não encontravam nada para comer.+ 12 Porém, Jacó ouviu dizer que havia mantimentos* no Egito e enviou para lá, pela primeira vez, os nossos antepassados.+ 13 Na segunda vez, José contou aos seus irmãos quem ele era, e o Faraó conheceu a família de José.+ 14 Assim, José mandou que fossem buscar o seu pai Jacó e todos os seus parentes,+ um total de 75 pessoas.*+ 15 Então, Jacó desceu ao Egito+ e ali faleceu,+ assim como os nossos antepassados.+ 16 Eles foram levados para Siquém e colocados no túmulo que Abraão tinha comprado aos filhos de Hamor, em Siquém, por uma certa quantia em dinheiro de prata.+
17 “À medida que se aproximava o tempo para se cumprir a promessa que Deus tinha feito a Abraão, o povo crescia e multiplicava-se no Egito. 18 Entretanto, surgiu outro rei no Egito, que não sabia nada sobre José.+ 19 Ele usou de astúcia contra a nossa raça e maltratou os nossos pais, obrigando-os a abandonar os seus bebés para que eles não sobrevivessem.+ 20 Naquela época, nasceu Moisés e ele era extremamente belo.* Ele foi criado por três meses na casa do seu pai.+ 21 Mas, quando foi abandonado,*+ a filha do Faraó recolheu-o e criou-o como seu próprio filho.+ 22 Assim, Moisés foi instruído em toda a sabedoria dos egípcios. De facto, ele era poderoso em palavras e em ações.+
23 “Então, quando completou 40 anos, decidiu* visitar* os seus irmãos, os israelitas.+ 24 Ao ver que um egípcio estava a tratar um deles de forma injusta, ele defendeu o oprimido e vingou-o, matando o egípcio. 25 Ele achava que os seus irmãos compreenderiam que Deus estava a dar-lhes salvação pela mão dele, mas eles não compreenderam isso. 26 No dia seguinte, dirigiu-se a eles quando estavam a lutar e tentou reconciliá-los, dizendo: ‘Homens, vocês são irmãos. Porque é que se estão a maltratar um ao outro?’ 27 Todavia, aquele que estava a maltratar o seu próximo empurrou-o, dizendo: ‘Quem é que te designou líder e juiz sobre nós? 28 Será que me queres matar como ontem mataste o egípcio?’ 29 Ao ouvir isto, Moisés fugiu e foi morar como estrangeiro na terra de Midiã, onde teve dois filhos.+
30 “Depois de se passarem 40 anos, um anjo apareceu-lhe no deserto* do monte Sinai, na chama de um espinheiro que ardia.+ 31 Ao ver aquilo, Moisés ficou maravilhado. Porém, quando se aproximou para observar melhor, ouviu a voz de Jeová:* 32 ‘Eu sou o Deus dos teus antepassados, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó.’+ Moisés começou a tremer e não se atreveu a observar novamente. 33 Jeová* disse-lhe: ‘Tira as sandálias dos pés, pois o lugar que estás a pisar é solo sagrado. 34 Certamente vi a opressão do meu povo, que está no Egito, ouvi o gemido deles+ e desci para libertá-los. Agora, vem: vou enviar-te ao Egito.’ 35 Este mesmo Moisés, que eles rejeitaram, dizendo: ‘Quem é que te designou líder e juiz?’,+ é aquele a quem Deus enviou+ como líder e libertador por meio do anjo que lhe apareceu no espinheiro. 36 Este homem conduziu-os para fora,+ realizando sinais e milagres* no Egito,+ no mar Vermelho+ e no deserto por 40 anos.+
37 “Este é o Moisés que disse aos filhos de Israel: ‘Deus escolherá para vocês, dentre os vossos irmãos, um profeta semelhante a mim.’+ 38 Ele é aquele que estava junto à congregação no deserto; ele estava com o anjo+ que falou+ com ele no monte Sinai e com os nossos antepassados. Ele recebeu proclamações sagradas, vivas, para nos transmitir.+ 39 Os nossos antepassados recusaram-se a obedecer-lhe, rejeitaram-no+ e, no coração, voltaram para o Egito,+ 40 dizendo a Arão: ‘Faz-nos deuses para irem à nossa frente, pois não sabemos o que aconteceu com este Moisés, que nos tirou da terra do Egito.’+ 41 Assim, naqueles dias, fizeram um bezerro e levaram um sacrifício ao ídolo, e começaram a alegrar-se com as obras das suas próprias mãos.+ 42 Portanto, Deus afastou-se deles e entregou-os para prestarem serviço sagrado ao exército do céu,*+ assim como está escrito no livro dos Profetas: ‘Por acaso, foi a mim que vocês fizeram ofertas e sacrifícios por 40 anos no deserto, ó casa de Israel? 43 Não, vocês ergueram a tenda de Moloque+ e a estrela do deus Refã, as imagens que fizeram para adorar. Por isso, vou deportar-vos para além de Babilónia.’+
44 “Os nossos antepassados tinham a tenda do Testemunho no deserto, conforme ordenou Aquele que falou com Moisés, dizendo-lhe que a fizesse segundo o modelo que tinha visto.+ 45 E os nossos antepassados receberam-na dos seus pais e trouxeram-na, com Josué, para a terra das nações+ que Deus expulsou da presença dos nossos antepassados.+ Ela permaneceu aqui até aos dias de David. 46 Este obteve favor diante de Deus e pediu para ter o privilégio de providenciar uma casa para o Deus de Jacó.+ 47 Mas foi Salomão quem lhe construiu uma casa.+ 48 Contudo, o Altíssimo não mora em casas feitas por mãos humanas,+ como diz o profeta: 49 ‘“O céu é o meu trono+ e a terra é o apoio para os meus pés.+ Que tipo de casa é que me construirão?”, diz Jeová.* “Onde é que seria o meu lugar de descanso? 50 Não foi a minha mão que fez todas estas coisas?”’+
51 “Homens obstinados e incircuncisos no coração e nos ouvidos, vocês resistem sempre ao espírito santo. Assim como fizeram os vossos antepassados, vocês também fazem.+ 52 A qual dos profetas é que os vossos antepassados não perseguiram?+ Sim, mataram os que anunciaram antecipadamente a vinda do Justo,+ dos quais vocês se tornaram agora traidores e assassinos,+ 53 vocês, que receberam a Lei conforme transmitida por anjos,+ mas não a guardaram.”
54 Quando ouviram estas coisas, ficaram furiosos* no coração e começaram a ranger os dentes contra ele. 55 Ele, porém, cheio de espírito santo, olhou fixamente para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus de pé à direita de Deus,+ 56 e disse: “Estou a ver o céu aberto, e o Filho do homem+ de pé à direita de Deus.”+ 57 Então, eles clamaram ao máximo da sua voz e puseram as mãos nos ouvidos, e avançaram todos juntos contra ele. 58 Depois de expulsá-lo da cidade, começaram a apedrejá-lo.+ As testemunhas+ deixaram as suas capas aos pés de um jovem chamado Saulo.+ 59 Enquanto apedrejavam Estêvão, este fez o apelo: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito.” 60 Depois, ajoelhando-se, clamou com voz forte: “Jeová,* não os condenes por este pecado.”+ E, dizendo isto, adormeceu na morte.
8 Saulo, por sua vez, aprovava o assassinato dele.+
Naquele dia, começou uma grande perseguição contra a congregação em Jerusalém, e todos, exceto os apóstolos, foram espalhados pelas regiões da Judeia e Samaria.+ 2 Homens devotos levaram Estêvão para o enterrarem e fizeram grandes lamentações por ele. 3 Todavia, Saulo começou a devastar a congregação. Invadia uma casa após outra, arrastando para fora tanto homens como mulheres e mandando-os para a prisão.+
4 No entanto, os que tinham sido dispersos declaravam as boas novas da palavra pela região.+ 5 Filipe desceu à cidade* de Samaria+ e começou a pregar-lhes sobre o Cristo. 6 As multidões, unanimemente, prestavam atenção ao que Filipe dizia; escutavam-no e viam os sinais que ele realizava. 7 Pois muitos tinham espíritos impuros, e estes gritavam e saíam deles.+ Além disso, muitos paralíticos e coxos foram curados. 8 Por conseguinte, houve muita alegria naquela cidade.
9 E na cidade havia um homem chamado Simão que, anteriormente, tinha praticado artes mágicas. Ele tinha deixado a nação de Samaria admirada, por afirmar que era alguém grande. 10 Todos lhe davam atenção, desde o menor até ao maior, e diziam: “Este homem é o Poder de Deus, o chamado Grande Poder.” 11 Davam-lhe atenção porque os tinha impressionado durante muito tempo com as suas artes mágicas. 12 Apesar disso, acreditaram em Filipe quando lhes declarou as boas novas a respeito do Reino de Deus+ e do nome de Jesus Cristo, e tanto homens como mulheres foram batizados.+ 13 O próprio Simão também se tornou crente e, depois de ser batizado, continuou com Filipe.+ E ele admirava-se ao ver sinais e grandes obras poderosas.
14 Quando os apóstolos em Jerusalém ouviram dizer que Samaria tinha aceitado a palavra de Deus,+ enviaram-lhes Pedro e João, 15 e estes desceram e oraram para que os samaritanos recebessem espírito santo.+ 16 Pois o espírito santo ainda não viera sobre nenhum deles, mas eles só tinham sido batizados em nome do Senhor Jesus.+ 17 Então, impuseram-lhes as mãos+ e eles começaram a receber espírito santo.
18 Quando Simão viu que o espírito era dado pela imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro, 19 dizendo: “Deem-me esta autoridade também a mim, para que todo aquele sobre quem eu impuser as mãos receba espírito santo.” 20 No entanto, Pedro disse-lhe: “Que a tua prata pereça contigo, porque pensaste que poderias obter o dom* de Deus com dinheiro.+ 21 Não podes ter nenhuma participação nisso, porque o teu coração não é justo à vista de Deus. 22 Portanto, arrepende-te dessa tua maldade e suplica a Jeová* que, se possível, a má intenção do teu coração te seja perdoada, 23 pois vejo que és um veneno amargo* e um escravo da injustiça.” 24 Simão respondeu-lhes: “Façam súplicas a Jeová* por mim, para que nenhuma destas coisas que disseram me sobrevenha.”
25 Portanto, depois de darem testemunho de forma cabal e falarem da palavra de Jeová,* regressaram a Jerusalém, declarando as boas novas a muitas aldeias dos samaritanos.+
26 No entanto, o anjo+ de Jeová* disse a Filipe: “Prepara-te e vai para o sul, para a estrada que desce de Jerusalém até Gaza.” (Esta é a estrada do deserto.) 27 Em vista disso, ele preparou-se e partiu. Encontrou então um eunuco* etíope, alto funcionário de Candace, rainha dos etíopes, encarregado de todo o tesouro dela. Ele tinha ido a Jerusalém para adorar+ 28 e, enquanto regressava, sentado no seu carro, lia em voz alta o profeta Isaías. 29 Por conseguinte, o espírito disse a Filipe: “Vai, aproxima-te desse carro.” 30 Filipe correu ao lado do carro e ouviu o eunuco a ler o profeta Isaías em voz alta. Perguntou então: “Entende o que está a ler?” 31 Ele respondeu: “Na verdade, como é que posso entender a menos que alguém me oriente?” E pediu que Filipe subisse e se sentasse com ele. 32 A passagem das Escrituras que ele estava a ler em voz alta era: “Como uma ovelha, ele foi levado para o abate e, como um cordeiro que fica em silêncio diante do seu tosquiador, ele não abre a boca.+ 33 Durante a sua humilhação, negaram-lhe a justiça.+ Quem é que contará os pormenores da sua geração?* Porque a sua vida é eliminada da terra.”+
34 O eunuco disse então a Filipe: “Por favor, diz-me: De quem é que o profeta está a falar? De si mesmo ou de outro homem?” 35 Filipe começou a falar e, principiando com aquela passagem das Escrituras, declarou-lhe as boas novas a respeito de Jesus. 36 Ao seguirem pela estrada, chegaram a um lugar onde havia água, e o eunuco disse: “Olha! Há aqui água! O que é que me impede de ser batizado?” 37 *—— 38 Assim, mandou parar o carro, e tanto Filipe como o eunuco desceram até à água; e ele batizou-o. 39 Depois de saírem da água, o espírito de Jeová* rapidamente levou dali Filipe, e o eunuco não voltou a vê-lo, mas seguiu o seu caminho cheio de alegria. 40 Filipe, no entanto, foi parar a Asdode e, ao passar por aquela região, continuou a declarar as boas novas a todas as cidades, até chegar a Cesareia.+
9 Saulo, porém, respirando ainda ameaça e morte contra os discípulos do Senhor,+ foi ao sumo sacerdote 2 e pediu-lhe cartas dirigidas às sinagogas em Damasco, a fim de que pudesse levar amarrados para Jerusalém todos os que encontrasse e que pertencessem ao Caminho,+ tanto homens como mulheres.
3 Durante a viagem, quando ele se aproximava de Damasco, de repente, brilhou à sua volta uma luz vinda do céu,+ 4 e ele caiu ao chão e ouviu uma voz dizer-lhe: “Saulo, Saulo, porque é que me persegues?” 5 Ele perguntou: “Quem é o senhor?” Ele respondeu: “Eu sou Jesus,+ a quem persegues.+ 6 Mas levanta-te, entra na cidade, e lá te dirão o que deves fazer.” 7 E os homens que viajavam com ele ficaram parados sem fala e realmente ouviram o som de uma voz, mas não viram ninguém.+ 8 Saulo levantou-se então do chão, e, embora os seus olhos estivessem abertos, não conseguia ver nada. Portanto, levaram-no pela mão e conduziram-no até Damasco. 9 E, durante três dias, ele não viu nada,+ não comeu nem bebeu.
10 Em Damasco, havia um discípulo chamado Ananias,+ e o Senhor disse-lhe numa visão: “Ananias!” Ele respondeu: “Aqui estou, Senhor.” 11 O Senhor disse-lhe: “Prepara-te e vai à rua chamada Direita. Na casa de Judas, procura um homem chamado Saulo, de Tarso,+ pois ele está a orar neste preciso momento 12 e, numa visão, viu um homem chamado Ananias a entrar e a pôr as mãos sobre ele, para que recuperasse a vista.”+ 13 Contudo, Ananias respondeu: “Senhor, eu ouvi muitos falarem deste homem, de todo o mal que ele fez aos teus santos em Jerusalém. 14 E aqui ele tem autoridade dada pelos principais sacerdotes para prender* todos os que invocam o teu nome.”+ 15 No entanto, o Senhor disse-lhe: “Vai, porque este homem é para mim um vaso escolhido+ para levar o meu nome às nações,+ bem como a reis+ e aos filhos de Israel. 16 Pois eu vou mostrar-lhe claramente quantas coisas ele terá de sofrer pelo meu nome.”+
17 Assim, Ananias foi, entrou na casa, pôs as mãos sobre ele e disse: “Saulo, irmão, o Senhor Jesus, que te apareceu na estrada por onde vinhas, enviou-me para que recuperes a vista e fiques cheio de espírito santo.”+ 18 Imediatamente, caíram-lhe dos olhos o que pareciam ser escamas, e ele recuperou a vista. Então, ele levantou-se e foi batizado, 19 comeu e recuperou forças.
Ele ficou alguns dias com os discípulos em Damasco+ 20 e imediatamente, nas sinagogas, começou a pregar sobre Jesus, que ele era o Filho de Deus. 21 Mas todos os que o ouviam ficavam pasmados, e diziam: “Não é este o homem que, em Jerusalém, perseguia ferozmente os que invocavam este nome?+ Não veio ele para cá com o objetivo de os prender e levar* aos principais sacerdotes?”+ 22 No entanto, Saulo fortalecia-se cada vez mais e deixava perplexos os judeus que moravam em Damasco, ao provar de forma lógica que Jesus era o Cristo.+
23 Então, passados muitos dias, os judeus tramaram matá-lo.+ 24 Todavia, Saulo soube dessa conspiração contra ele. Eles também vigiavam atentamente os portões, dia e noite, a fim de matá-lo. 25 Por conseguinte, os seus discípulos levaram-no e, de noite, desceram-no num cesto por uma abertura na muralha.+
26 Ao chegar a Jerusalém,+ ele tentou juntar-se aos discípulos, mas todos estavam com medo dele, porque não acreditavam que fosse discípulo. 27 Portanto, Barnabé+ veio em seu auxílio e levou-o aos apóstolos. Então, contou-lhes em pormenor como, na estrada, Saulo tinha visto o Senhor,+ como o Senhor tinha falado com ele, e como Saulo tinha falado corajosamente no nome de Jesus em Damasco.+ 28 Depois disso, Saulo permaneceu com eles, andando livremente* em Jerusalém e falando corajosamente no nome do Senhor. 29 Ele falava e discutia com os judeus de língua grega, mas estes tentavam matá-lo.+ 30 Quando os irmãos descobriram isso, levaram-no para baixo, até Cesareia, e enviaram-no a Tarso.+
31 Então, a congregação por toda a Judeia, Galileia e Samaria+ entrou num período de paz, e era edificada. E, como andava no temor de Jeová* e no consolo do espírito santo,+ multiplicava-se.
32 Visto que Pedro estava a viajar por toda a região, desceu também para visitar os santos que moravam em Lida.+ 33 Encontrou ali um homem chamado Eneias, que já por oito anos estava confinado à cama, pois era paralítico. 34 Pedro disse-lhe: “Eneias, Jesus Cristo cura-te.+ Levanta-te e faz a tua cama.”+ Ele levantou-se imediatamente. 35 Quando o viram, todos os que moravam em Lida e na planície de Sarom converteram-se ao Senhor.
36 Em Jope, havia uma discípula chamada Tabita, nome que traduzido é Dorcas.* Eram muitas as boas obras que ela fazia e era grande a ajuda que dava aos pobres.* 37 Naqueles dias, porém, ela adoeceu e morreu. Então, lavaram-na e colocaram-na numa sala do andar de cima. 38 Como Lida ficava perto de Jope e era lá que Pedro se encontrava, ao saberem da sua presença na cidade, os discípulos enviaram-lhe dois homens com o seguinte pedido: “Por favor, vem sem demora.” 39 Em vista disso, Pedro preparou-se e foi com eles. Ao chegar, levaram-no à sala do andar de cima, e todas as viúvas o rodearam. Choravam e mostravam muitas capas* e outras roupas que Dorcas tinha feito enquanto estava com elas. 40 Pedro mandou então que todos saíssem+ e, ajoelhando-se, orou. Depois, virou-se para o corpo e disse: “Tabita, levanta-te!” Ela abriu os olhos e, ao ver Pedro, sentou-se.+ 41 Pegando-lhe na mão, ele levantou-a, chamou os santos e as viúvas, e apresentou-a viva.+ 42 Toda a cidade de Jope soube disto, e foram muitos os que se tornaram crentes no Senhor.+ 43 E ele ficou muitos dias em Jope, com um curtidor chamado Simão.+
10 Havia em Cesareia um homem de nome Cornélio, oficial* do chamado regimento italiano.* 2 Ele era um homem devoto, que temia a Deus com todos os da sua casa. Ajudava muito os pobres* entre o povo e fazia continuamente súplicas a Deus. 3 Por volta da nona hora+ do dia,* ele viu claramente numa visão um anjo de Deus a aproximar-se dele e a dizer: “Cornélio!” 4 Apavorado, Cornélio olhou fixamente para ele e perguntou: “O que foi, Senhor?” Ele disse-lhe: “As tuas orações e a ajuda que dás aos pobres ascenderam como lembrança perante Deus.+ 5 Portanto, envia agora homens a Jope para trazerem um homem chamado Simão, conhecido como Pedro. 6 Esse homem está hospedado com Simão, um curtidor, que tem uma casa à beira-mar.” 7 Assim que o anjo que falou com ele se foi embora, ele chamou dois dos seus servos e um soldado devoto dentre os seus auxiliares, 8 contou-lhes tudo e enviou-os a Jope.
9 No dia seguinte, enquanto viajavam e se aproximavam da cidade, Pedro subiu ao terraço para orar, por volta da sexta hora.* 10 No entanto, ele ficou com muita fome e quis comer. Enquanto preparavam a refeição, ele entrou em transe;+ 11 viu o céu aberto e algo semelhante a um grande lençol de linho, preso pelas quatro pontas, a descer para a terra. 12 E nele havia todo o tipo de quadrúpedes e de répteis* da terra, e de aves do céu. 13 Uma voz disse-lhe então: “Levanta-te, Pedro, mata e come!” 14 Contudo, Pedro respondeu: “Nem pensar, Senhor, porque nunca comi nada aviltado ou impuro.”+ 15 E a voz falou novamente com ele, pela segunda vez: “Para de chamar impuras as coisas que Deus purificou.” 16 Isto ocorreu pela terceira vez e, imediatamente, o lençol foi recolhido para o céu.
17 Pedro estava perplexo, perguntando-se o que poderia significar a visão que tivera. Enquanto isso, os homens enviados por Cornélio perguntaram onde era a casa de Simão e ficaram parados ao portão.+ 18 Eles chamaram alguém da casa e perguntaram se Simão, conhecido como Pedro, estava lá hospedado. 19 Pedro ainda estava a refletir sobre a visão quando o espírito+ disse: “Olha, há três homens à tua procura. 20 Levanta-te, desce e vai com eles, sem hesitar, porque fui eu que os enviei.” 21 Por conseguinte, Pedro desceu ao encontro dos homens e disse: “Aqui estou, é a mim que procuram. Porque é que estão aqui?” 22 Disseram-lhe: “Cornélio,+ oficial do exército, homem justo e temente a Deus, a respeito de quem toda a nação dos judeus fala bem, recebeu instruções divinas por meio de um anjo para chamar o senhor à casa dele, a fim de ouvir o que o senhor tem para dizer.” 23 Assim, Pedro convidou-os a entrar e deu-lhes hospedagem.
No dia seguinte, levantou-se e foi com eles, e alguns dos irmãos de Jope acompanharam-no. 24 Um dia depois, ele entrou em Cesareia. Cornélio, naturalmente, estava à espera deles, e tinha reunido os seus parentes e amigos íntimos. 25 Quando Pedro entrou, Cornélio foi ao seu encontro, prostrou-se aos seus pés e prestou-lhe homenagem.* 26 Todavia, Pedro levantou-o, dizendo: “Levanta-te! Eu também sou apenas um homem.”+ 27 Enquanto conversava com ele, entrou e encontrou muitas pessoas reunidas. 28 Ele disse-lhes: “Sabem muito bem que é proibido que um judeu se relacione ou tenha contacto com um homem de outra raça.+ Contudo, Deus mostrou-me que eu não devo chamar aviltado ou impuro a nenhum homem.+ 29 Por isso, quando fui chamado, vim sem qualquer objeção. Agora, pergunto por que motivo me mandaram chamar.”
30 Cornélio respondeu: “Há quatro dias, eu estava a orar na minha casa a esta hora, a nona hora,* quando me apareceu à frente um homem com roupa brilhante; 31 ele disse: ‘Cornélio, a tua oração foi ouvida, e a ajuda que dás aos pobres foi lembrada diante de Deus. 32 Portanto, envia alguém a Jope para chamar Simão, conhecido como Pedro. Esse homem está hospedado na casa de Simão, um curtidor, à beira-mar.’+ 33 Mandei chamar-te imediatamente, e tu tiveste a bondade de vir até aqui. Agora estamos todos presentes perante Deus para ouvir todas as coisas que Jeová* te mandou dizer.”
34 Portanto, Pedro começou a falar e disse: “Agora entendo claramente que Deus não é parcial,+ 35 mas, em todas as nações, ele aceita aquele que o teme e faz o que é certo.+ 36 Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, declarando-lhes as boas novas de paz+ por meio de Jesus Cristo — este é Senhor de todos.+ 37 Vocês sabem qual era o assunto de que se falava em toda a Judeia, a começar pela Galileia,+ depois do batismo que João pregou: 38 sobre Jesus, que era de Nazaré, como Deus o ungiu com espírito santo+ e poder; e ele andou por toda a região a fazer o bem e a curar todos os oprimidos pelo Diabo,+ porque Deus estava com ele.+ 39 E nós somos testemunhas de todas as coisas que ele fez tanto na terra dos judeus como em Jerusalém. Mas eles mataram-no, pendurando-o num madeiro.* 40 Deus levantou-o no terceiro dia+ e permitiu que ele aparecesse,* 41 não a todo o povo, mas a testemunhas designadas antecipadamente por Deus, a nós, os que comemos e bebemos com ele depois de ter sido levantado dentre os mortos.+ 42 Ele ordenou, também, que pregássemos ao povo e déssemos um testemunho cabal+ de que é ele o designado por Deus para ser juiz dos vivos e dos mortos.+ 43 É dele que todos os profetas dão testemunho,+ de que todo aquele que deposita fé nele recebe perdão de pecados por meio do seu nome.”+
44 Enquanto Pedro ainda dizia estas coisas, o espírito santo desceu sobre todos os que ouviam a palavra.+ 45 E os crentes* circuncisos que tinham vindo com Pedro ficaram admirados, porque a dádiva* do espírito santo também estava a ser derramada sobre pessoas das nações. 46 Pois eles ouviram-nas a falar em línguas e a magnificar a Deus.+ Em vista disso, Pedro disse: 47 “Estas pessoas receberam o espírito santo assim como nós. Será que alguém lhes pode negar a água, impedindo que sejam batizadas?”+ 48 Então, mandou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo.+ E eles pediram-lhe que ficasse ali durante alguns dias.
11 Ora, os apóstolos e os irmãos que estavam na Judeia ouviram dizer que havia pessoas das nações que também tinham aceitado a palavra de Deus. 2 Assim, quando Pedro subiu a Jerusalém, os que apoiavam a circuncisão+ começaram a criticá-lo,* 3 dizendo: “Entraste na casa de homens incircuncisos e comeste com eles.” 4 Em vista disso, Pedro começou a explicar-lhes em pormenor o que tinha acontecido:
5 “Eu estava na cidade de Jope a orar e, num estado de transe, tive uma visão de algo semelhante a um grande lençol de linho a descer do céu, preso pelas suas quatro pontas, e ele veio até perto de mim.+ 6 Olhei atentamente para dentro dele e vi quadrúpedes da terra, animais selvagens, répteis* e aves do céu. 7 Também ouvi uma voz dizer-me: ‘Levanta-te, Pedro, mata e come!’ 8 Mas eu disse: ‘Nem pensar, Senhor, porque na minha boca nunca entrou nada aviltado ou impuro.’ 9 A voz do céu disse então pela segunda vez: ‘Para de chamar impuras as coisas que Deus purificou.’ 10 Isto ocorreu pela terceira vez, e tudo foi recolhido de volta para o céu. 11 Além disso, naquele instante, três homens que tinham sido enviados de Cesareia à minha procura chegaram à casa onde estávamos.+ 12 Então, o espírito disse-me para ir com eles sem hesitar. Estes seis irmãos também foram comigo, e nós entrámos na casa do homem.
13 “Ele contou-nos que tinha visto um anjo aparecer na sua casa e dizer: ‘Envia homens a Jope e manda chamar Simão, que é conhecido como Pedro,+ 14 e ele há de dizer-te as coisas pelas quais tu e todos os da tua casa podem ser salvos.’ 15 Quando comecei a falar, o espírito santo desceu sobre eles, da mesma forma como tinha descido sobre nós no princípio.+ 16 Em vista disso, lembrei-me das palavras do Senhor; ele dizia: ‘João batizou com água,+ mas vocês serão batizados com espírito santo.’+ 17 Portanto, se Deus lhes deu a mesma dádiva* que nos deu a nós, que cremos no Senhor Jesus Cristo, quem era eu para poder impedir a Deus?”*+
18 Quando ouviram estas coisas, não apresentaram mais objeções* e glorificaram a Deus, dizendo: “Então, Deus também concedeu a pessoas das nações o arrependimento que leva à vida.”+
19 Os que tinham sido espalhados+ pela perseguição que surgiu por causa de Estêvão foram até à Fenícia, Chipre e Antioquia, mas falavam da palavra apenas aos judeus.+ 20 No entanto, alguns homens entre eles que eram de Chipre e de Cirene foram a Antioquia e começaram a falar às pessoas de língua grega, declarando as boas novas do Senhor Jesus. 21 E a mão de Jeová* estava com eles, e muitos se tornaram crentes e converteram-se ao Senhor.+
22 As notícias sobre eles chegaram aos ouvidos da congregação em Jerusalém, e enviaram então Barnabé+ a Antioquia. 23 Quando ele chegou e viu a bondade imerecida de Deus, alegrou-se e começou a encorajar todos a continuarem no Senhor de coração firme,+ 24 pois era um homem bom, cheio de espírito santo e de fé. E uma multidão considerável passou a crer no Senhor.+ 25 Assim, ele foi a Tarso para procurar cuidadosamente por Saulo.+ 26 Depois de o encontrar, levou-o a Antioquia. Assim, durante um ano inteiro, reuniram-se com a congregação e ensinaram uma multidão considerável. E foi primeiro em Antioquia que os discípulos, por orientação divina, foram chamados cristãos.+
27 Naqueles dias, alguns profetas+ desceram de Jerusalém para Antioquia. 28 Um deles, chamado Ágabo,+ levantou-se e predisse, por meio do espírito, que uma grande fome sobreviria a toda a terra habitada.+ De facto, esta ocorreu no tempo de Cláudio. 29 Assim, os discípulos resolveram, cada um de acordo com as suas possibilidades,+ enviar ajuda*+ aos irmãos que moravam na Judeia. 30 E fizeram isso, enviando-a aos anciãos pelas mãos de Barnabé e de Saulo.+
12 Naquela época, o rei Herodes começou a maltratar alguns da congregação.+ 2 Ele mandou matar Tiago, irmão de João, com a espada.+ 3 Ao ver que isso agradava aos judeus, prendeu também Pedro. (Isto aconteceu nos dias dos Pães sem Fermento.)+ 4 Ele deteve-o e mandou-o para a prisão,+ entregando-o aos cuidados de quatro turnos de soldados, com quatro soldados cada um, com a intenção de apresentá-lo ao* povo depois da Páscoa. 5 Por conseguinte, Pedro ficou detido na prisão, mas a congregação orava intensamente a Deus por ele.+
6 Herodes estava prestes a apresentar Pedro. Naquela noite, ele estava a dormir, preso com duas correntes, entre dois soldados, e em frente à porta havia guardas que vigiavam a prisão. 7 Mas, de repente, o anjo de Jeová* apareceu,+ e uma luz brilhou na cela da prisão. Ele tocou no lado de Pedro e acordou-o, dizendo: “Levanta-te depressa!” E as correntes caíram-lhe das mãos.+ 8 O anjo disse-lhe: “Veste-te* e calça as sandálias”, e Pedro fez isso. Por fim, ele disse-lhe: “Põe a tua capa e segue-me.” 9 Então, ele saiu e seguiu-o, mas não sabia que aquilo que estava a acontecer por meio do anjo era real. Na verdade, ele achou que estava a ter uma visão. 10 Passaram pelo primeiro posto de guarda, pelo segundo, e chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. Este abriu-se sozinho. Depois de saírem, seguiram por uma rua e, de repente, o anjo deixou-o. 11 Percebendo o que estava a acontecer, Pedro disse: “Agora sei, sem dúvida nenhuma, que Jeová* enviou o seu anjo e livrou-me das mãos de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava que acontecesse.”+
12 Depois de ele ter compreendido isto, foi à casa de Maria, mãe de João, conhecido como Marcos,+ onde muitos estavam reunidos a orar. 13 Quando bateu ao portão de entrada, uma serva chamada Rode foi atender. 14 Ao reconhecer a voz de Pedro, ficou tão contente que não abriu o portão, mas correu para dentro e foi contar-lhes que Pedro estava no portão. 15 Disseram-lhe: “Estás louca.” Contudo, ela insistia que era verdade. E eles diziam: “É o anjo dele.” 16 No entanto, Pedro continuou ali, a bater. Quando abriram, viram-no e ficaram pasmados. 17 Então ele fez-lhes sinal com a mão para que ficassem calados, contou-lhes em detalhes como Jeová* o tinha tirado da prisão e disse: “Contem estas coisas a Tiago+ e aos irmãos.” Assim, ele saiu de lá e foi para outro lugar.
18 Quando amanheceu, houve uma grande confusão entre os soldados, que se perguntavam a respeito do que teria acontecido com Pedro. 19 Herodes procurou-o cuidadosamente e, como não o encontrou, interrogou os guardas e mandou que fossem levados para serem punidos.+ Depois, desceu da Judeia para Cesareia e passou lá algum tempo.
20 Ele estava furioso* com o povo de Tiro e de Sídon. Então, estes foram ao encontro dele de comum acordo e, depois de convencerem Blasto, o administrador da casa do rei,* pediram termos de paz, porque o país do rei supria a região deles com alimento. 21 Num determinado dia, Herodes vestiu a roupa real, sentou-se no tribunal e começou a fazer um discurso público. 22 Assim, o povo que estava reunido começou a gritar: “É a voz de um deus e não de um homem!” 23 Instantaneamente, o anjo de Jeová* feriu-o, porque ele não deu glória a Deus. E ele morreu comido por vermes.
24 Todavia, a palavra de Jeová* crescia e espalhava-se.+
25 Quanto a Barnabé+ e Saulo, depois de terem terminado o seu trabalho de prestar ajuda em Jerusalém,+ voltaram e levaram consigo João,+ que também era conhecido como Marcos.
13 Em Antioquia, havia profetas e instrutores na congregação local:+ Barnabé; Simeão, que era chamado Níger; Lúcio, de Cirene; Manaém, que tinha sido educado com Herodes, o governador distrital; e Saulo. 2 Enquanto estavam a servir* a Jeová* e a jejuar, o espírito santo disse: “Separem-me Barnabé e Saulo+ para a obra a que os chamei.”+ 3 Então, depois de jejuar e orar, eles impuseram-lhes as mãos e deixaram-nos ir.
4 Assim, estes homens, enviados pelo espírito santo, desceram até Selêucia e de lá navegaram para Chipre. 5 Quando chegaram a Salamina, começaram a proclamar a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus. João também estava com eles, como ajudante.*+
6 Depois de percorrerem toda a ilha até Pafos, encontraram um judeu chamado Barjesus, que era feiticeiro e falso profeta. 7 Ele estava com o procônsul* Sérgio Paulo, homem inteligente. Este chamou Barnabé e Saulo, pois queria muito ouvir a palavra de Deus. 8 Contudo, Elimas, o feiticeiro (pois é assim que se traduz o seu nome), começou a opor-se a eles, tentando desviar o procônsul da fé. 9 Então, Saulo, também chamado Paulo, ficou cheio de espírito santo, olhou atentamente para ele 10 e disse: “Ó homem cheio de todo o tipo de fraude e maldade, ó filho do Diabo,+ inimigo de tudo o que é justo, não vais parar de distorcer os caminhos retos de Jeová?* 11 Escuta: a mão de Jeová* está sobre ti, e ficarás cego, sem ver a luz do sol por um tempo.” Instantaneamente, caiu sobre ele uma densa névoa e escuridão, e ele começou a andar à roda, tentando encontrar alguém que o guiasse pela mão. 12 Então, ao ver o que tinha acontecido, o procônsul tornou-se crente, pois ficou impressionado com os ensinamentos de Jeová.*
13 Paulo e os seus companheiros embarcaram então em Pafos e chegaram a Perge, na Panfília. Porém, João+ deixou-os e voltou para Jerusalém.+ 14 No entanto, eles seguiram viagem a partir de Perge e chegaram a Antioquia, na Pisídia. Entraram então na sinagoga+ no dia de sábado e sentaram-se. 15 Depois da leitura pública da Lei+ e dos Profetas, os presidentes da sinagoga mandaram dizer-lhes: “Homens, irmãos, se tiverem alguma palavra de encorajamento para o povo, falem.” 16 Assim, Paulo levantou-se, fez sinal com a mão e disse:
“Homens, israelitas e todos os outros que temem a Deus, escutem! 17 O Deus deste povo, o Deus de Israel, escolheu os nossos antepassados; ele enalteceu o povo enquanto moravam como estrangeiros na terra do Egito e tirou-os de lá com braço forte.*+ 18 E, por cerca de 40 anos, ele suportou-os no deserto.+ 19 Destruiu sete nações na terra de Canaã e deu a terra delas como herança.+ 20 Tudo isto aconteceu durante cerca de 450 anos.
“Depois, deu-lhes juízes até Samuel, o profeta.+ 21 Contudo, exigiram um rei,+ e Deus deu-lhes Saul, filho de Quis, homem da tribo de Benjamim,+ por 40 anos. 22 Após removê-lo, elevou-lhes David como rei,+ a respeito de quem deu testemunho, dizendo: ‘Encontrei David, filho de Jessé,+ um homem que agrada ao meu coração;+ ele fará tudo o que desejo.’ 23 Segundo a sua promessa, Deus trouxe a Israel um salvador, Jesus, a partir da descendência* daquele homem.+ 24 Antes da chegada dele, João pregou publicamente a todo o povo de Israel o batismo em símbolo de arrependimento.+ 25 Todavia, quando estava a terminar a sua missão, João dizia: ‘Quem é que vocês acham que eu sou? Eu não sou ele. Na verdade, depois de mim, vem alguém cujas sandálias não sou digno de desatar.’+
26 “Homens, irmãos, descendentes da família de Abraão e todos os outros entre vocês que temem a Deus, esta mensagem de salvação foi-nos enviada.+ 27 Pois os habitantes de Jerusalém e os seus líderes não reconheceram este salvador, mas, ao agirem como juízes, cumpriram as palavras dos Profetas,+ que são lidas em voz alta todos os sábados. 28 Embora não encontrassem uma razão para matá-lo,+ exigiram que Pilatos mandasse executá-lo.+ 29 E, depois de realizarem todas as coisas escritas a respeito dele, tiraram-no do madeiro* e colocaram-no num túmulo.*+ 30 Mas Deus levantou-o dentre os mortos,+ 31 e, durante muitos dias, ele apareceu aos que tinham subido com ele da Galileia para Jerusalém. Estes estão agora a dar testemunho dele ao povo.+
32 “Assim, nós estamos a declarar-vos as boas novas a respeito da promessa feita aos nossos antepassados. 33 Deus cumpriu-a plenamente para nós, os filhos, ressuscitando Jesus,+ assim como está escrito no segundo salmo: ‘Tu és meu filho; hoje, tornei-me teu pai.’+ 34 E o facto de que Deus o ressuscitou dentre os mortos para que ele nunca mais tivesse um corpo perecível, Ele declarou do seguinte modo: ‘Vou dar-vos as fiéis* expressões de amor leal prometidas a David.’+ 35 Por isso, também se diz noutro salmo: ‘Não permitirás que o teu leal conheça a decomposição.’+ 36 David prestou serviço a Deus* na sua geração, adormeceu na morte, foi enterrado com os seus antepassados e conheceu a decomposição.+ 37 Porém, aquele a quem Deus levantou não conheceu a decomposição.+
38 “Portanto, irmãos, saibam que é por meio deste homem que vos é proclamado o perdão de pecados,+ 39 e que, por meio dele, todo aquele que crê é declarado inocente+ de todas as coisas das quais não podia ser declarado inocente por meio da Lei de Moisés.+ 40 Assim, tenham cuidado para que não vos sobrevenha aquilo que se disse nos Profetas: 41 ‘Vejam, ridicularizadores, pasmem-se e desapareçam, pois estou a realizar uma obra nos vossos dias, uma obra em que jamais acreditarão, mesmo que vos seja contada em pormenor.’”+
42 Quando estavam a sair, as pessoas suplicaram-lhes que falassem destes assuntos no sábado seguinte. 43 Depois de acabar a reunião da sinagoga, muitos judeus e prosélitos que adoravam a Deus seguiram Paulo e Barnabé, que, ao falarem com eles, exortavam-nos a permanecer na bondade imerecida de Deus.+
44 No sábado seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a palavra de Jeová.* 45 Quando os judeus viram as multidões, ficaram cheios de ciúme e começaram a contradizer de modo blasfemo o que Paulo estava a dizer.+ 46 Então, Paulo e Barnabé disseram-lhes corajosamente: “Era necessário que se transmitisse a palavra de Deus primeiro a vocês.+ Visto que a rejeitam e não se julgam dignos da vida eterna, vamos agora voltar-nos para as nações.+ 47 Pois Jeová* deu-nos esta ordem: ‘Designei-te como luz para as nações, para que leves a salvação até aos confins da terra.’”+
48 Quando as pessoas das nações ouviram isto, alegraram-se e começaram a glorificar a palavra de Jeová,* e todos os que tinham a disposição correta para com a vida eterna tornaram-se crentes. 49 Além disso, a palavra de Jeová* era divulgada por toda a região. 50 Contudo, os judeus instigaram as mulheres de alta posição que eram tementes a Deus, bem como os homens mais importantes da cidade; incitaram uma perseguição+ contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território. 51 Então, estes sacudiram o pó dos seus pés em testemunho contra eles e foram para Icónio.+ 52 E os discípulos continuavam cheios de alegria+ e de espírito santo.
14 Em Icónio, eles entraram juntos na sinagoga dos judeus e falaram de tal maneira que uma grande multidão, tanto de judeus como de gregos, tornou-se crente. 2 Todavia, os judeus que não creram atiçaram as pessoas* das nações, instigando-as contra os irmãos.+ 3 Portanto, Paulo e Barnabé passaram bastante tempo a falar corajosamente com a autoridade de Jeová;* e Ele confirmava a* mensagem sobre a sua bondade imerecida, concedendo que ocorressem sinais e milagres* por meio deles.+ 4 No entanto, a multidão da cidade estava dividida: alguns eram a favor dos judeus, e outros a favor dos apóstolos. 5 Então, as pessoas das nações, juntamente com os judeus e os seus líderes, resolveram maltratá-los e apedrejá-los.+ 6 Ao serem informados disso, fugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaónia, e para a região envolvente.+ 7 Lá, continuaram a declarar as boas novas.
8 Em Listra, havia um homem que tinha os pés aleijados; ele era coxo de nascença, nunca tinha andado. Ele estava sentado, 9 a ouvir Paulo a falar. Paulo, olhando atentamente para ele e vendo que ele tinha fé para ficar bom,+ 10 disse bem alto: “Levanta-te e fica de pé.” Então, o homem deu um salto e começou a andar.+ 11 Quando as multidões viram o que Paulo tinha feito, gritaram na língua licaónica: “Os deuses desceram até nós em forma humana!”+ 12 Eles começaram a chamar Zeus a Barnabé e Hermes a Paulo, pois era ele que lhes dirigia a palavra. 13 O sacerdote de Zeus, cujo templo ficava na entrada da cidade, levou touros e grinaldas* até aos portões, e queria oferecer sacrifícios com as multidões.
14 Quando os apóstolos Barnabé e Paulo souberam disso, rasgaram as suas roupas, correram para o meio da multidão e gritaram: 15 “Homens, porque é que estão a fazer isto? Nós também somos humanos e temos as mesmas fraquezas que vocês.+ E estamos a declarar-vos as boas novas para que abandonem estas coisas vãs e se convertam ao Deus vivente, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles.+ 16 Em gerações passadas, ele permitiu que todas as nações andassem nos seus próprios caminhos,+ 17 embora não tenha deixado de dar testemunho de si mesmo,+ pois demonstrou a sua bondade dando-vos chuvas do céu e épocas de colheita abundante,+ satisfazendo-vos com alimentos e enchendo o vosso coração de alegria.”+ 18 Mesmo dizendo estas coisas, tiveram muita dificuldade em impedir que as multidões lhes oferecessem sacrifícios.
19 Porém, chegaram judeus de Antioquia e de Icónio que persuadiram as multidões.+ Então, apedrejaram Paulo e arrastaram-no para fora da cidade, imaginando que estivesse morto.+ 20 No entanto, quando os discípulos se juntaram à sua volta, ele levantou-se e entrou na cidade. No dia seguinte, partiu com Barnabé para Derbe.+ 21 Depois de declararem as boas novas àquela cidade e de fazerem um bom número de discípulos, voltaram a Listra, Icónio e Antioquia. 22 Ali, fortaleceram os discípulos,*+ encorajando-os a permanecer na fé e dizendo-lhes: “Temos de passar por muitas dificuldades para entrar no Reino de Deus.”+ 23 Além disso, designaram-lhes anciãos em cada congregação,+ fazendo orações e jejuando,+ e entregaram-nos aos cuidados de Jeová,* em quem tinham passado a crer.
24 De seguida, passaram pela Pisídia, entraram na Panfília+ 25 e, depois de proclamar a palavra em Perge, desceram para Atália. 26 De lá, navegaram para Antioquia, onde tinham sido entregues à bondade imerecida de Deus para a obra que agora tinham completado.+
27 Depois de chegarem e reunirem a congregação, contaram as muitas coisas que Deus tinha feito por meio deles e como ele tinha aberto a porta da fé às nações.+ 28 Assim, passaram bastante tempo com os discípulos.
15 Alguns homens desceram da Judeia e começaram a ensinar os irmãos: “A menos que sejam circuncidados segundo o costume de Moisés,+ vocês não podem ser salvos.” 2 Contudo, depois de muita discórdia e discussão de Paulo e Barnabé com eles, decidiu-se que Paulo, Barnabé e alguns outros subiriam a Jerusalém+ para tratar desta questão* com os apóstolos e os anciãos.
3 Assim, depois de a congregação os ter acompanhado durante uma parte do caminho, estes homens seguiram viagem através da Fenícia e de Samaria, contando em pormenor a conversão de pessoas das nações e trazendo grande alegria a todos os irmãos. 4 Ao chegarem a Jerusalém, foram bondosamente recebidos pela congregação, pelos apóstolos e pelos anciãos, e contaram as muitas coisas que Deus tinha feito por meio deles. 5 No entanto, alguns da seita dos fariseus, que se tinham tornado crentes, levantaram-se dos seus assentos e disseram: “É necessário circuncidá-los e ordenar-lhes que cumpram a Lei de Moisés.”+
6 Então, os apóstolos e os anciãos reuniram-se para considerar esta questão. 7 Depois de uma longa e intensa discussão, Pedro levantou-se e disse-lhes: “Homens, irmãos, bem sabem que, desde os primeiros dias, Deus escolheu-me dentre vocês para que as pessoas das nações ouvissem da minha boca a palavra das boas novas e cressem.+ 8 E Deus, que conhece os corações,+ mostrou que os aprovava,* dando-lhes o espírito santo+ assim como também o tinha dado a nós. 9 E ele não fez nenhuma distinção entre nós e eles,+ mas purificou os seus corações pela fé.+ 10 Portanto, porque é que vocês, agora, põem Deus à prova, colocando no pescoço dos discípulos um jugo+ que nem os nossos antepassados nem nós fomos capazes de levar?+ 11 Pelo contrário, temos fé em que somos salvos pela bondade imerecida do Senhor Jesus+ do mesmo modo que eles.”+
12 Em vista disso, todo o grupo ficou calado e começou a ouvir Barnabé e Paulo a relatar os muitos sinais e milagres* que Deus tinha feito por meio deles entre as nações. 13 Depois de acabarem de falar, Tiago tomou a palavra: “Homens, irmãos, ouçam-me. 14 Simeão+ relatou detalhadamente como Deus, pela primeira vez, voltou a sua atenção para as nações, a fim de tirar delas um povo para o Seu nome.+ 15 E com isto concordam as palavras dos Profetas, conforme está escrito: 16 ‘Depois disto, voltarei e levantarei novamente a tenda* de David, que está caída; eu reconstruirei as suas ruínas e irei restaurá-la, 17 a fim de que o restante dos homens procure diligentemente a Jeová,* com pessoas de todas as nações, pessoas que são chamadas pelo meu nome, diz Jeová,* aquele que faz estas coisas,+ 18 conhecidas desde a antiguidade.’+ 19 Por isso, a minha decisão* é não causar dificuldades a essas pessoas das nações, que se estão a converter a Deus,+ 20 mas escrever-lhes para que se abstenham de coisas contaminadas por ídolos,+ de imoralidade sexual,*+ do que foi estrangulado* e de sangue.+ 21 Pois, desde os tempos antigos, Moisés tem os que o pregam em cada cidade, porque ele é lido em voz alta nas sinagogas todos os sábados.”+
22 Então, os apóstolos e os anciãos, juntamente com toda a congregação, decidiram enviar a Antioquia homens escolhidos dentre eles, acompanhados por Paulo e Barnabé; enviaram Judas, que era chamado Barsabás, e Silas,+ homens que tomavam a liderança entre os irmãos. 23 Escreveram esta carta e mandaram-na por meio deles:
“Os apóstolos e os anciãos, vossos irmãos, mandam saudações aos irmãos que são das nações, que estão em Antioquia,+ na Síria e na Cilícia. 24 Ouvimos dizer que alguns saíram do nosso meio e que vos causaram problemas com o que disseram,+ e tentaram transtornar-vos;* nós, porém, não lhes tínhamos dado quaisquer instruções. 25 Por isso, decidimos, de comum acordo, escolher homens e enviá-los a vocês com os nossos amados Barnabé e Paulo, 26 que entregaram a vida* ao nome do nosso Senhor Jesus Cristo.+ 27 Portanto, enviamos Judas e Silas, para relatarem verbalmente estas mesmas coisas.+ 28 Pois pareceu bem ao espírito santo+ e a nós próprios não vos impor nenhum fardo além destas coisas necessárias: 29 que persistam em abster-se de coisas sacrificadas a ídolos,+ de sangue,+ do que foi estrangulado*+ e de imoralidade sexual.*+ Se vocês se guardarem cuidadosamente destas coisas, prosperarão. Saudações!”*
30 Assim, depois de serem dispensados, estes homens desceram para Antioquia, reuniram todo o grupo e entregaram-lhes a carta. 31 Estes, depois de lerem a carta, alegraram-se com o encorajamento. 32 Visto que também eram profetas, Judas e Silas encorajaram os irmãos com muitos discursos e fortaleceram-nos.+ 33 Depois de passarem lá algum tempo, os irmãos mandaram-nos de volta em paz para aqueles que os tinham enviado. 34 *—— 35 No entanto, Paulo e Barnabé ficaram em Antioquia a ensinar e a declarar, com muitos outros, as boas novas da palavra de Jeová.*
36 Depois de alguns dias, Paulo disse a Barnabé: “Agora,* vamos voltar e visitar os irmãos em cada uma das cidades onde proclamámos a palavra de Jeová,* para ver como estão.”+ 37 Barnabé estava decidido a levar João, que era chamado Marcos.+ 38 Paulo, no entanto, não concordava em levá-lo, visto que ele se tinha separado deles na Panfília, e não os tinha acompanhado no trabalho.+ 39 Por isso, tiveram uma forte discussão,* de modo que se separaram um do outro. Então, Barnabé+ levou consigo Marcos e navegou para Chipre. 40 Paulo escolheu Silas e partiu, depois de os irmãos o entregarem à bondade imerecida de Jeová.*+ 41 Ele passou pela Síria e pela Cilícia, fortalecendo as congregações.
16 Então ele chegou a Derbe e a Listra.+ Havia lá um discípulo chamado Timóteo,+ filho de uma mulher judia crente, mas de pai grego, 2 e os irmãos em Listra e em Icónio falavam bem dele. 3 Paulo quis que Timóteo o acompanhasse e circuncidou-o por causa dos judeus daqueles lugares,+ pois todos sabiam que o seu pai era grego. 4 Ao viajarem pelas cidades, transmitiam aos irmãos as decisões tomadas pelos apóstolos e pelos anciãos em Jerusalém, para que obedecessem a esses decretos.+ 5 Assim, as congregações eram fortalecidas na fé e cresciam a cada dia.
6 Eles viajaram pela Frígia e pela região da Galácia,+ porque o espírito santo os tinha proibido de declarar a palavra na província da Ásia. 7 Além disso, quando desceram à Mísia, tentaram entrar na Bitínia,+ mas o espírito de Jesus não lhes permitiu fazê-lo. 8 Portanto, passaram pela* Mísia e desceram até Tróade. 9 Durante a noite, Paulo teve uma visão: um macedónio estava de pé e suplicava-lhe: “Vem à Macedónia e ajuda-nos.” 10 Logo depois de ele ter a visão, tentámos ir à Macedónia, concluindo que Deus nos tinha chamado para lhes declarar as boas novas.
11 Assim, embarcámos em Tróade e fomos diretamente para a Samotrácia, mas, no dia seguinte, fomos para Neápolis. 12 A partir de lá, fomos para Filipos,+ colónia romana e cidade principal da região da Macedónia. Ficámos nessa cidade por alguns dias. 13 No dia de sábado, saímos pelo portão da cidade e fomos para a beira de um rio, pois pensávamos que havia lá um lugar de oração. Sentámo-nos e começámos a falar com as mulheres que se tinham reunido ali. 14 Havia uma mulher que estava a ouvir: chamava-se Lídia, era vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira,+ e adoradora de Deus. E Jeová* abriu-lhe amplamente o coração para prestar atenção ao que Paulo estava a dizer. 15 Depois de ela e os da sua casa terem sido batizados,+ ela insistiu: “Se me consideram fiel a Jeová,* venham e fiquem na minha casa.” E ela simplesmente fez-nos ir.
16 Um dia, quando íamos para o lugar de oração, veio ao nosso encontro uma serva que tinha um espírito, um demónio de adivinhação.+ Ela dava muito lucro aos seus senhores por adivinhar o futuro.* 17 Esta rapariga seguia Paulo e a nós, gritando: “Estes homens são escravos do Deus Altíssimo+ e estão a proclamar-vos o caminho da salvação.” 18 Ela fez isso durante muitos dias. Por fim, Paulo ficou cansado daquilo, virou-se e disse ao espírito: “Ordeno-te em nome de Jesus Cristo que saias dela.” E o espírito saiu nesse mesmo instante.+
19 Quando os senhores dela viram que a sua esperança de lucro tinha acabado,+ agarraram Paulo e Silas e arrastaram-nos até à praça principal,* às autoridades.+ 20 Levaram-nos aos magistrados civis e disseram: “Estes homens estão a perturbar muito a nossa cidade.+ São judeus 21 e estão a divulgar costumes que não nos é permitido* adotar ou praticar, visto que somos romanos.” 22 E toda a multidão se levantou contra eles. Então, os magistrados civis arrancaram-lhes as roupas e mandaram que fossem espancados com varas.+ 23 Depois de lhes baterem muito, mandaram-nos para a prisão e ordenaram ao carcereiro que os guardasse com segurança.+ 24 Recebendo essa ordem, ele meteu-os na prisão interior e prendeu-lhes os pés no tronco.
25 Contudo, por volta da meia-noite, Paulo e Silas estavam a orar e a louvar a Deus com cânticos,+ e os prisioneiros ouviam-nos. 26 De repente, houve um terramoto tão grande que os alicerces da cadeia foram abalados. Nesse instante, abriram-se todas as portas e soltaram-se as correntes de todos.+ 27 Quando o carcereiro acordou e viu que as portas da prisão estavam abertas, puxou da sua espada e ia matar-se, pensando que os prisioneiros tinham escapado.+ 28 Porém, Paulo gritou: “Não faças nenhum mal a ti próprio, pois estamos todos aqui!” 29 Assim, ele pediu que lhe trouxessem uma luz, entrou a correr e, tremendo, prostrou-se diante de Paulo e Silas. 30 Ele levou-os para fora e perguntou: “Senhores, o que é que tenho de fazer para ser salvo?” 31 Eles responderam: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e os da tua casa.”+ 32 E falaram-lhe da palavra de Jeová,* a ele e a todos os da sua casa. 33 Ele levou-os consigo àquela hora da noite e lavou-lhes os ferimentos. Então, ele e todos os da sua casa foram batizados sem demora.+ 34 Ele levou-os à sua casa e pôs a mesa para eles, e ele e todos os da sua casa se alegraram muito por terem crido em Deus.
35 Quando amanheceu, os magistrados civis enviaram os guardas* para dizer ao carcereiro: “Solta esses homens.” 36 O carcereiro transmitiu estas palavras a Paulo e disse: “Os magistrados civis mandaram soltar-vos aos dois. Saiam agora e vão em paz.” 37 No entanto, Paulo disse-lhes: “Eles açoitaram-nos publicamente sem termos sido julgados,* embora sejamos romanos,+ e meteram-nos na prisão. Agora, mandam-nos embora secretamente? Não! Eles próprios que venham e nos levem para fora.” 38 Os guardas comunicaram, então, estas palavras aos magistrados civis. Estes ficaram com medo quando ouviram que os homens eram romanos.+ 39 Assim, foram até lá e pediram-lhes desculpas, e, depois de levá-los para fora, pediram-lhes que partissem da cidade. 40 Todavia, Paulo e Silas, ao saírem da prisão, foram à casa de Lídia. Quando viram os irmãos, encorajaram-nos.+ Depois disso, partiram.
17 Então, viajaram, passando por Anfípolis e Apolónia, e chegaram a Tessalónica,+ onde havia uma sinagoga dos judeus. 2 Paulo, segundo o seu costume,+ entrou e foi falar com eles, e raciocinou com eles por três sábados, usando as Escrituras:+ 3 explicava e provava, com base no que estava escrito, que era necessário que o Cristo sofresse+ e fosse levantado dentre os mortos.+ Ele dizia: “Este é o Cristo, este Jesus, que eu vos estou a proclamar.” 4 Em resultado disso, alguns deles tornaram-se crentes e juntaram-se a Paulo e Silas,+ e uma grande multidão de gregos que adoravam a Deus fez o mesmo, bem como um bom número de mulheres de destaque.
5 No entanto, os judeus ficaram com ciúmes.+ Por conseguinte, reuniram alguns homens maus que vadiavam na praça, formaram uma turba e provocaram um tumulto na cidade. Invadiram a casa de Jasão, à procura de Paulo e Silas, para trazê-los para fora, à turba. 6 Como não os encontraram, arrastaram Jasão e alguns irmãos até às autoridades da cidade, gritando: “Aqueles homens que têm causado alvoroço na* terra habitada também estão aqui,+ 7 e Jasão recebeu-os como hóspedes. Todos estes homens agem contra os decretos de César, dizendo que há outro rei, Jesus.”+ 8 Ao ouvirem estas coisas, a multidão e as autoridades da cidade ficaram agitadas. 9 Então, depois de receberem de Jasão e dos outros a fiança estipulada, deixaram-nos ir.
10 Assim que anoiteceu, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Bereia. Quando lá chegaram, entraram na sinagoga dos judeus. 11 Estes tinham uma mentalidade mais nobre do que os de Tessalónica, pois aceitaram a palavra com vivo interesse, e examinavam cuidadosamente as Escrituras, todos os dias, para ver se tudo o que tinham ouvido era realmente assim. 12 Portanto, muitos deles tornaram-se crentes, bem como um bom número de mulheres gregas de alta posição e também alguns homens. 13 Porém, quando os judeus de Tessalónica souberam que Paulo estava a proclamar a palavra de Deus também em Bereia, foram para lá a fim de provocar e agitar as multidões.+ 14 Então, os irmãos mandaram Paulo imediatamente embora, para o mar;+ mas Silas e Timóteo ficaram por ali. 15 Os que acompanhavam Paulo, no entanto, levaram-no até Atenas e depois partiram, incumbidos de transmitir instruções para que Silas e Timóteo+ fossem ao encontro de Paulo o mais rapidamente possível.
16 Enquanto esperava por eles em Atenas, Paulo ficou profundamente irritado* ao ver que a cidade estava cheia de ídolos. 17 Assim, começou a raciocinar na sinagoga com os judeus e com as outras pessoas que adoravam a Deus, bem como na praça principal,* todos os dias, com os que lá estivessem. 18 Todavia, alguns filósofos, tanto epicureus como estoicos, começaram a discutir com ele. Uns diziam: “O que é que este tagarela está a querer dizer?” Outros: “Ele parece ser um pregador de divindades estrangeiras.” Diziam isto porque ele declarava as boas novas sobre Jesus e a ressurreição.+ 19 Assim, agarraram-no e levaram-no ao Areópago, dizendo: “Podemos saber qual é este novo ensinamento de que falas? 20 Porque estás a apresentar algumas coisas que nos soam estranhas e queremos saber o que significam.” 21 De facto, todos os atenienses e também os estrangeiros que estavam lá a morar* não usavam o seu tempo livre com outra coisa a não ser contar ou ouvir novidades. 22 Então, Paulo levantou-se no meio do Areópago+ e disse:
“Homens de Atenas, vejo que em todas as coisas parecem ter mais temor às divindades* do que os outros.+ 23 Por exemplo, ao passar e observar cuidadosamente os vossos objetos de adoração,* encontrei até mesmo um altar com a inscrição: ‘A um Deus Desconhecido’. Pois bem, esse que vocês adoram sem conhecer é precisamente aquele que eu vos estou a proclamar. 24 O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo Ele Senhor do céu e da terra,+ não mora em templos feitos por mãos humanas,+ 25 nem precisa de ser servido por mãos humanas, como se lhe faltasse algo,+ porque ele mesmo dá a todos vida, fôlego+ e todas as coisas. 26 E ele fez de um só homem+ todas as nações dos homens, para morarem na face de toda a terra,+ e fixou os tempos determinados e estabeleceu os limites da habitação dos homens,+ 27 de modo que buscassem a Deus, que tateassem à sua procura e realmente o encontrassem,+ embora, na verdade, ele não esteja longe de cada um de nós. 28 Pois por meio dele temos vida, movemo-nos e existimos, como disseram alguns dos vossos poetas: ‘Pois nós também somos filhos* dele.’
29 “Portanto, visto que somos filhos* de Deus,+ não devemos pensar que o Ser Divino é semelhante a ouro, prata ou pedra, como algo esculpido pela arte e imaginação do homem.+ 30 É verdade que Deus não levou em conta os tempos de tal ignorância;+ mas agora ele está a dizer a todos, em toda a parte, que se arrependam. 31 Porque ele determinou um dia em que vai julgar+ a terra habitada com justiça, por meio de um homem a quem designou. E ele deu garantia disso a todos os homens por ressuscitá-lo dentre os mortos.”+
32 Quando ouviram falar em ressurreição dos mortos, alguns começaram a gozar,+ enquanto outros diziam: “Voltaremos a ouvir-te falar sobre isto.” 33 Assim, Paulo retirou-se, 34 mas alguns juntaram-se a ele e tornaram-se crentes. Entre eles, estava Dionísio, que era juiz do tribunal do Areópago, uma mulher chamada Dâmaris, além de outros.
18 Depois disso, ele partiu de Atenas e chegou a Corinto. 2 Lá, encontrou um judeu chamado Áquila,+ natural de Ponto, que tinha chegado recentemente de Itália com Priscila, sua esposa, pois Cláudio tinha ordenado que todos os judeus deixassem Roma. Então, ele foi visitá-los 3 e, visto que tinham a mesma profissão, ficou na casa deles e trabalhou com eles,+ pois eram fabricantes de tendas. 4 Todos os sábados,+ ele fazia um discurso* na sinagoga+ e persuadia judeus e gregos.
5 Quando Silas+ e Timóteo+ desceram da Macedónia, Paulo passou a dedicar-se inteiramente à pregação da palavra, dando testemunho aos judeus e provando que Jesus é o Cristo.+ 6 Visto, porém, que eles continuavam a opor-se a ele e a insultá-lo, ele sacudiu a roupa+ e disse-lhes: “Que o vosso sangue recaia sobre a vossa própria cabeça.+ Eu estou limpo.+ A partir de agora, irei às pessoas das nações.”+ 7 Assim, saiu de lá* e entrou na casa de um homem chamado Tício Justo, adorador de Deus; a casa dele ficava ao lado da sinagoga. 8 Porém, Crispo,+ presidente da sinagoga, tornou-se crente no Senhor, com todos os da sua casa. E muitos coríntios que tinham ouvido a palavra passaram a crer e foram batizados. 9 Além disso, o Senhor disse a Paulo numa visão, à noite: “Não tenhas medo, mas persiste em falar e não fiques calado, 10 porque eu estou contigo+ e ninguém te atacará de modo a fazer-te mal. Pois muitas pessoas nesta cidade me pertencem.” 11 Assim, ele permaneceu lá durante um ano e seis meses, ensinando a palavra de Deus entre eles.
12 Enquanto Gálio era procônsul* da Acaia, os judeus, num esforço conjunto, atacaram Paulo e levaram-no ao tribunal, 13 dizendo: “Este homem está a persuadir as pessoas a adorar a Deus de uma maneira contrária à lei.” 14 No entanto, quando Paulo ia começar a falar, Gálio disse aos judeus: “Se isto se tratasse realmente de algo errado ou de um crime grave, seria razoável que eu vos ouvisse pacientemente. 15 Mas, se são controvérsias sobre palavras, sobre nomes e sobre a vossa própria lei,+ isso é lá convosco. Não quero ser juiz dessas coisas.” 16 Então, expulsou-os do tribunal. 17 Assim, agarraram em Sóstenes,+ presidente da sinagoga, e começaram a espancá-lo diante do tribunal. Contudo, Gálio não se queria envolver com estas coisas.
18 Depois de ali ficar durante vários dias, Paulo despediu-se dos irmãos e navegou para a Síria, acompanhado de Priscila e Áquila. Em Cencreia,+ cortou o cabelo rente, pois tinha feito um voto. 19 Assim, chegaram a Éfeso, e ele deixou-os lá. Ele, porém, entrou na sinagoga e raciocinou com os judeus.+ 20 Embora lhe pedissem que ficasse por mais tempo, ele não aceitou, 21 mas despediu-se e disse-lhes: “Voltarei aqui novamente, se Jeová* quiser.” Então, embarcou em Éfeso 22 e desceu até Cesareia. Subiu,* cumprimentou a congregação e, seguidamente, desceu para Antioquia.+
23 Depois de lá passar algum tempo, partiu e percorreu toda a região da Galácia e da Frígia,+ fortalecendo todos os discípulos.+
24 Entretanto, um judeu chamado Apolo,+ natural de Alexandria, chegou a Éfeso. Era um homem eloquente que tinha um grande conhecimento das Escrituras. 25 Este homem tinha sido instruído* no caminho de Jeová* e, fervoroso no espírito,* falava e ensinava sobre Jesus com exatidão, mas conhecia apenas o batismo de João. 26 Ele começou a falar corajosamente na sinagoga e, quando Priscila e Áquila+ o ouviram, chamaram-no em particular e explicaram-lhe com mais exatidão o caminho de Deus. 27 Além disso, como ele queria ir para a Acaia, os irmãos escreveram aos discípulos pedindo que o recebessem bondosamente. Quando lá chegou, ajudou muito os que se tinham tornado crentes pela bondade imerecida de Deus; 28 pois, em público e com grande determinação, ele provava plenamente que os judeus estavam errados, demonstrando-lhes pelas Escrituras que Jesus é o Cristo.+
19 Enquanto Apolo+ estava em Corinto, Paulo passou pelas regiões do interior e desceu até Éfeso.+ Lá, encontrou alguns discípulos 2 e perguntou-lhes: “Receberam espírito santo quando se tornaram crentes?”+ Eles responderam: “Nunca ouvimos dizer que há um espírito santo.” 3 Ele perguntou: “Então, foram batizados em quê?” Eles responderam: “No batismo de João.”+ 4 Paulo disse: “O batismo de João era o batismo em símbolo de arrependimento;+ ele dizia às pessoas que cressem naquele que viria depois dele,+ isto é, em Jesus.” 5 Depois de ouvirem isto, foram batizados em nome do Senhor Jesus. 6 E, quando Paulo lhes impôs as mãos, o espírito santo veio sobre eles,+ e eles começaram a falar em línguas e a profetizar.+ 7 Ao todo, havia cerca de 12 homens.
8 Durante três meses, ele foi à sinagoga+ e falou com coragem, proferindo discursos e raciocinando de forma persuasiva a respeito do Reino de Deus.+ 9 No entanto, visto que alguns se recusavam obstinadamente a crer* e falavam mal do Caminho+ perante a multidão, ele deixou-os+ e separou os discípulos dentre eles; e diariamente proferia discursos no auditório da escola de Tirano. 10 Isto aconteceu por dois anos, até que todos os que moravam na província da Ásia, tanto judeus como gregos, ouviram a palavra do Senhor.
11 Deus realizava extraordinárias obras poderosas pelas mãos de Paulo,+ 12 de modo que até mesmo panos e aventais que tinham tocado no seu corpo eram levados aos doentes,+ e as doenças desapareciam e os espíritos maus saíam.+ 13 Contudo, alguns judeus que viajavam de um lugar para o outro, expulsando demónios, também tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre aqueles que tinham espíritos maus e diziam: “Ordeno-vos solenemente por Jesus, a respeito de quem Paulo prega, que saiam.”+ 14 Sete filhos de um dos principais sacerdotes judeus, chamado Ceva, faziam isso. 15 Porém, o espírito mau disse-lhes, em resposta: “Eu conheço Jesus+ e sei quem é Paulo.+ Mas quem são vocês?” 16 Assim, o homem que tinha o espírito mau atirou-se a eles, dominou um após outro e prevaleceu contra eles, de modo que fugiram daquela casa nus e feridos. 17 Isto chegou ao conhecimento de todos, tanto dos judeus como dos gregos que moravam em Éfeso; e todos eles ficaram com medo, e o nome do Senhor Jesus continuou a ser magnificado. 18 Muitos dos que se tinham tornado crentes vinham para confessar e declarar abertamente as suas práticas. 19 Na verdade, um bom número dos que tinham praticado artes mágicas juntaram os seus livros e queimaram-nos diante de todos.+ Ao calcularem o seu valor, viram que valiam 50 000 moedas de prata. 20 Assim, de modo poderoso, a palavra de Jeová* crescia e prevalecia.+
21 Depois de tudo isto ter acontecido, Paulo decidiu* que, após passar pela Macedónia+ e pela Acaia, viajaria para Jerusalém.+ Ele disse: “Depois de lá ir, tenho de ir também a Roma.”+ 22 Assim, enviou à Macedónia dois dos seus ajudantes, Timóteo+ e Erasto,+ mas ele ainda continuou na província da Ásia por algum tempo.
23 Naquela época, houve um grande tumulto+ por causa do Caminho.+ 24 Um homem chamado Demétrio, um prateiro que fabricava miniaturas de prata do santuário de Ártemis, dava muito lucro aos artífices.+ 25 Ele reuniu-os, juntamente com outros que faziam o mesmo tipo de trabalho, e disse: “Homens, vocês sabem muito bem que a nossa prosperidade vem deste negócio. 26 Agora, estão a ver e a ouvir que, não somente em Éfeso,+ mas em quase toda a província da Ásia, esse tal Paulo persuadiu uma multidão considerável e fez com que mudassem de opinião, dizendo que os deuses feitos por mãos humanas não são deuses verdadeiros.+ 27 Além disso, não há apenas o perigo de que o nosso negócio caia em descrédito, mas também de que o templo da grande deusa Ártemis passe a ser considerado sem valor, e de que aquela que é adorada em toda a província da Ásia e na terra habitada seja destituída do seu esplendor.” 28 Ao ouvirem isto, os homens ficaram furiosos e começaram a gritar: “Grande é a Ártemis dos efésios!”
29 Então, a confusão espalhou-se pela cidade e todos entraram a correr no teatro, arrastando consigo os macedónios Gaio e Aristarco,+ companheiros de viagem de Paulo. 30 Paulo queria entrar e apresentar-se ao povo, mas os discípulos não permitiram que ele o fizesse. 31 Até mesmo alguns dos organizadores de festividades e jogos,* que eram amigáveis com ele, enviaram-lhe uma mensagem, implorando-lhe que não se arriscasse a ir ao teatro. 32 Entretanto, a assembleia estava em confusão: uns gritavam uma coisa, outros gritavam outra, e a maioria nem sabia por que motivo se tinham reunido. 33 Por conseguinte, fizeram Alexandre sair do meio da multidão; os judeus empurraram-no para a frente, e Alexandre fez sinal com a mão, pois queria fazer a sua defesa perante o povo. 34 Todavia, quando perceberam que ele era judeu, todos começaram a gritar, a uma só voz, por cerca de duas horas: “Grande é a Ártemis dos efésios!”
35 Por fim, depois de acalmar a multidão, o administrador da cidade* disse: “Homens de Éfeso, quem da humanidade não sabe realmente que a cidade dos efésios é a guardiã do templo da grande Ártemis e da imagem que caiu do céu? 36 Visto que estas coisas são indiscutíveis, devem permanecer calmos e não agir precipitadamente. 37 Vocês trouxeram aqui estes homens, que não são nem ladrões de templos nem blasfemadores da nossa deusa. 38 Assim, se Demétrio+ e os artífices que estão com ele têm uma queixa contra alguém, há dias nos quais os tribunais se reúnem e há procônsules;* que apresentem as suas acusações uns contra os outros. 39 Mas, se querem algo além disso, a questão tem de ser decidida numa assembleia legal. 40 Porque nós realmente corremos o risco de sermos acusados de sedição* pelo que aconteceu hoje, pois não há nenhum motivo que possamos apresentar para justificar este tumulto.” 41 E, depois de dizer isto, dissolveu a assembleia.
20 Quando o alvoroço diminuiu, Paulo mandou chamar os discípulos e, depois de os encorajar e de se despedir deles, partiu em viagem para a Macedónia. 2 Ele percorreu aquelas regiões e disse aos discípulos muitas palavras de encorajamento. Depois, chegou à Grécia. 3 Passou lá três meses, mas, visto que os judeus fizeram uma conspiração contra ele+ quando estava prestes a navegar para a Síria, resolveu voltar pela Macedónia. 4 Estava acompanhado de Sópater, filho de Pirro, de Bereia; Aristarco+ e Segundo, dos tessalonicenses; Gaio, de Derbe; Timóteo+ e, da província da Ásia, Tíquico+ e Trófimo.+ 5 Estes homens seguiram viagem e esperaram por nós em Tróade. 6 Nós embarcámos em Filipos, depois dos dias dos Pães sem Fermento,+ e, cinco dias depois, encontrámo-los em Tróade, onde passámos sete dias.
7 No primeiro dia da semana, quando estávamos reunidos para uma refeição, Paulo começou a falar aos presentes, visto que ia partir no dia seguinte. Ele prolongou o discurso até à meia-noite, 8 de modo que havia várias lâmpadas na sala do andar de cima, onde estávamos reunidos. 9 Um jovem chamado Êutico, que estava sentado à janela, caiu num sono profundo enquanto Paulo falava e, vencido pelo sono, caiu do terceiro andar.* Quando o levantaram, estava morto. 10 Contudo, Paulo desceu, deitou-se sobre ele, abraçou-o+ e disse: “Parem com o tumulto, pois ele está vivo.”*+ 11 Então, Paulo subiu, partiu o pão e comeu. Continuou a conversar por bastante tempo, até ao amanhecer, e depois foi-se embora. 12 De seguida, levaram o rapaz vivo, muito consolados.
13 Nós fomos à frente, até ao navio, e navegámos para Assos, onde iríamos receber Paulo a bordo. Ele tinha-nos instruído a fazer isso, pois pretendia ir para lá a pé. 14 Assim, quando nos alcançou em Assos, recebemo-lo a bordo e fomos a Mitilene. 15 No dia seguinte, navegámos a partir de lá e chegámos perto de Quios. No outro dia, aportámos brevemente em Samos e, no dia seguinte, chegámos a Mileto. 16 Paulo tinha decidido não parar em Éfeso,+ para não perder tempo na província da Ásia, pois ele tinha pressa de chegar a Jerusalém,+ se possível, no dia da Festividade de Pentecostes.
17 No entanto, a partir de Mileto, ele mandou chamar os anciãos da congregação de Éfeso. 18 Quando chegaram, ele disse-lhes: “Bem sabem como me comportei entre vocês desde o primeiro dia em que pisei a província da Ásia:+ 19 trabalhei como escravo para o Senhor, com toda a humildade*+ e com lágrimas, sofrendo provações por causa das conspirações dos judeus. 20 Ao mesmo tempo, não deixei de vos dizer coisa alguma que fosse proveitosa,* nem de vos ensinar publicamente+ e de casa em casa.+ 21 Porém, dei testemunho de forma cabal, tanto a judeus como a gregos, de que deviam arrepender-se+ e voltar-se para Deus, e ter fé no nosso Senhor Jesus.+ 22 E agora, compelido* pelo espírito, viajo para Jerusalém, embora não saiba o que me acontecerá lá. 23 Só sei que, de cidade em cidade, o espírito santo avisa-me repetidamente de que me aguardam prisões e tribulações.+ 24 Contudo, não considero que a minha vida* seja preciosa* para mim; o importante é que eu possa terminar a minha corrida+ e o ministério que recebi do Senhor Jesus: dar um testemunho cabal das boas novas a respeito da bondade imerecida de Deus.
25 “Agora, sei que nenhum de vocês, entre os quais preguei o Reino, verá novamente o meu rosto. 26 Portanto, vocês são testemunhas, no dia de hoje, de que estou limpo do sangue de todos os homens,+ 27 pois não deixei de vos declarar toda a vontade* de Deus.+ 28 Prestem atenção a vocês mesmos+ e a todo o rebanho, sobre o qual o espírito santo vos designou como superintendentes,+ para pastorearem a congregação de Deus,+ que ele comprou com o sangue do seu próprio Filho.+ 29 Sei que, depois de eu me ir embora, entrarão no vosso meio lobos ferozes,*+ que não tratarão o rebanho com ternura, 30 e mesmo dentre vocês surgirão homens que dirão coisas deturpadas para arrastar os discípulos atrás de si.+
31 “Portanto, mantenham-se despertos e lembrem-se de que durante três anos,+ noite e dia, não parei de vos exortar, a cada um de vocês, com lágrimas. 32 E agora, entrego-vos aos cuidados de Deus e da palavra a respeito da Sua bondade imerecida, palavra que vos pode edificar e dar a herança entre todos os santificados.+ 33 Não cobicei a prata, nem o ouro, nem a roupa de ninguém.+ 34 Vocês mesmos sabem que estas minhas mãos supriram as minhas necessidades+ e as dos meus companheiros. 35 Em tudo, mostrei-vos que, trabalhando assim, arduamente,+ devem ajudar os fracos e ter em mente as palavras do Senhor Jesus, que disse: ‘Há mais felicidade em dar+ do que em receber.’”
36 Depois de dizer estas coisas, ajoelhou-se com todos eles e orou. 37 Todos começaram a chorar muito; então, abraçaram Paulo* e beijaram-no ternamente, 38 pois estavam tristes especialmente pelo que ele tinha dito, que eles não voltariam a ver o seu rosto.+ Depois, acompanharam-no até ao navio.
21 Quando finalmente nos conseguimos separar deles e embarcar, navegámos diretamente para Cós. No dia seguinte, fomos para Rodes e, de lá, para Pátara. 2 Quando encontrámos um navio que ia fazer a travessia para a Fenícia, embarcámos e seguimos viagem. 3 Depois de avistarmos e passarmos a ilha de Chipre, à nossa esquerda,* navegámos para a Síria e fizemos escala em Tiro, onde o navio ia descarregar. 4 Procurámos os discípulos e encontrámo-los, e permanecemos lá durante sete dias. Contudo, por meio do espírito, eles diziam repetidamente a Paulo que não pusesse os pés em Jerusalém.+ 5 Assim, quando terminou a nossa estadia, partimos e continuámos a nossa viagem; e todos eles, juntamente com as mulheres e as crianças, acompanharam-nos até fora da cidade. Então, ajoelhados na praia, orámos 6 e despedimo-nos uns dos outros. Depois, embarcámos no navio e eles voltaram para casa.
7 Completámos assim a viagem, navegando de Tiro até chegarmos a Ptolemaida; cumprimentámos os irmãos e ficámos com eles durante um dia. 8 Partimos no dia seguinte e chegámos a Cesareia; lá, entrámos na casa de Filipe, o evangelizador, que era um dos sete homens,+ e ficámos com ele. 9 Este homem tinha quatro filhas solteiras* que profetizavam.+ 10 Depois de lá ficarmos durante muitos dias, um profeta chamado Ágabo+ desceu da Judeia. 11 Ele veio ao nosso encontro, pegou no cinto de Paulo, amarrou os seus próprios pés e mãos, e disse: “Assim diz o espírito santo: ‘O homem a quem pertence este cinto será amarrado assim pelos judeus em Jerusalém,+ e eles vão entregá-lo às mãos de pessoas das nações.’”+ 12 Quando ouvimos isto, tanto nós como os que lá estavam começámos a implorar-lhe que não subisse a Jerusalém. 13 Paulo respondeu então: “O que é que estão a fazer, ao chorarem e ao tentarem enfraquecer a minha determinação?* Estejam certos de que estou pronto não só para ser amarrado, mas também para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus.”+ 14 Como não conseguimos convencê-lo, parámos de insistir* e dissemos: “Seja feita a vontade de Jeová.”*
15 Depois daqueles dias, fizemos os preparativos e começámos a viagem para Jerusalém. 16 Alguns dos discípulos de Cesareia foram connosco e levaram-nos à casa de Mnáson, de Chipre, um dos primeiros discípulos, com quem ficaríamos hospedados. 17 Ao chegarmos a Jerusalém, os irmãos receberam-nos com alegria. 18 No dia seguinte, Paulo foi connosco ao encontro de Tiago,+ e todos os anciãos estavam presentes. 19 Ele cumprimentou-os e fez um relatório detalhado sobre as coisas que Deus tinha feito entre as nações por meio do ministério dele.
20 Depois de ouvirem isto, eles começaram a glorificar a Deus, mas disseram-lhe: “Irmão, tu sabes quantos milhares de judeus se tornaram crentes e que todos eles têm zelo pela Lei.+ 21 No entanto, eles ouviram rumores de que estás a ensinar todos os judeus que vivem entre as nações a abandonar a Lei de* Moisés, dizendo-lhes que não circuncidem os seus filhos nem sigam os costumes estabelecidos.+ 22 O que devemos, então, fazer a respeito disso? Eles certamente ficarão a saber que chegaste. 23 Portanto, faz o que te vamos dizer: Há connosco quatro homens que têm um voto a cumprir. 24 Leva esses homens contigo, purifica-te cerimonialmente com eles e cuida das suas despesas, para que rapem as suas cabeças. Assim, todos saberão que o que se diz sobre ti não é verdade, mas que estás a andar corretamente e também a obedecer à Lei.+ 25 Quanto aos crentes dentre as nações, enviámos-lhes por escrito a nossa decisão de que se devem abster do que é sacrificado a ídolos,+ bem como de sangue,+ do que foi estrangulado*+ e de imoralidade sexual.”*+
26 Então, no dia seguinte, Paulo levou os homens consigo e purificou-se cerimonialmente com eles.+ Depois disso, entrou no templo para avisar quando se completariam os dias da purificação cerimonial e quando seria apresentada a oferta a favor de cada um deles.
27 Quando os sete dias estavam a chegar ao fim, ao vê-lo no templo, os judeus da Ásia agitaram toda a multidão e agarraram-no, 28 gritando: “Homens de Israel, ajudem-nos! Este é o homem que ensina a todos, em todo o lado, coisas contra o nosso povo, contra a nossa Lei e contra este lugar. E, além disso, ele até mesmo trouxe gregos ao templo e profanou este lugar santo.”+ 29 Pois, antes, tinham visto Trófimo,+ o efésio, na cidade com ele, e pensaram que Paulo o tinha levado ao templo. 30 Toda a cidade ficou em alvoroço e as pessoas vieram a correr em massa, agarraram Paulo, arrastaram-no para fora do templo, e, imediatamente, as portas foram fechadas. 31 Enquanto tentavam matá-lo, o comandante do regimento recebeu a notícia de que toda a cidade de Jerusalém estava em confusão. 32 Imediatamente, reuniu soldados e oficiais do exército, e desceu a correr até à multidão. Quando as pessoas viram o comandante militar e os soldados, pararam de espancar Paulo.
33 Então, o comandante aproximou-se, prendeu-o, e mandou que o amarrassem com duas correntes.+ De seguida, perguntou quem ele era e o que tinha feito. 34 Todavia, alguns da multidão gritavam uma coisa, e outros gritavam outra. Assim, como não conseguia saber nada ao certo por causa do tumulto, ordenou que o levassem ao quartel. 35 Quando ele chegou às escadas, teve de ser carregado pelos soldados, por causa da violência da multidão, 36 pois havia uma multidão de pessoas que o seguia, gritando: “Matem-no!”
37 Quando estava prestes a ser levado para dentro do quartel, Paulo perguntou ao comandante: “É-me permitido dizer-lhe algo?” Ele disse: “Sabes falar grego? 38 Então, não és o egípcio que há algum tempo atiçou uma sedição* e levou os 4000 assassinos* para o deserto?” 39 Paulo respondeu: “Na realidade, sou judeu,+ cidadão de Tarso,+ uma cidade importante da Cilícia. Portanto, peço-lhe que me permita falar ao povo.” 40 Depois de ele dar permissão, Paulo, de pé nas escadas, fez sinal com a mão para o povo. Fez-se um grande silêncio e, então, ele dirigiu-se a eles no idioma hebraico,+ dizendo:
22 “Homens, irmãos e pais, ouçam agora o que vos vou dizer em minha defesa.”+ 2 Quando o ouviram a falar com eles no idioma hebraico, ficaram ainda mais calados. Então, ele disse: 3 “Eu sou judeu,+ nascido em Tarso da Cilícia,+ mas educado nesta cidade, aos pés de Gamaliel.+ Fui instruído segundo o rigor da Lei+ dos nossos antepassados, sendo zeloso por Deus, assim como todos vocês o são hoje.+ 4 Eu perseguia até à morte os seguidores deste Caminho, amarrando e mandando para a prisão tanto homens como mulheres;+ 5 o sumo sacerdote e toda a assembleia dos anciãos podem testemunhá-lo. Eles também me deram cartas para os irmãos de Damasco, e eu estava a dirigir-me para lá, a fim de trazer para Jerusalém, amarrados, os que lá estavam, de modo a que fossem punidos.
6 “Porém, durante a viagem, por volta do meio-dia, eu estava a chegar perto de Damasco quando, de repente, uma grande luz vinda do céu brilhou ao meu redor,+ 7 e eu caí ao chão e ouvi uma voz dizer-me: ‘Saulo, Saulo, porque é que me persegues?’ 8 Eu respondi: ‘Quem é o senhor?’ E ele disse-me: ‘Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem persegues.’ 9 E os homens que estavam comigo viram a luz, mas não ouviram a voz daquele que falava comigo. 10 Então, eu perguntei: ‘O que devo fazer, Senhor?’ O Senhor respondeu: ‘Levanta-te, vai a Damasco, e lá serás informado de tudo o que foste designado para fazer.’+ 11 Mas, como eu não conseguia ver nada por causa do brilho daquela luz, cheguei a Damasco levado pela mão dos que estavam comigo.
12 “Então, um homem chamado Ananias, que era devoto conforme a Lei e a respeito de quem todos os judeus daquele lugar falavam bem, 13 veio procurar-me. Chegou perto de mim e disse-me: ‘Saulo, irmão, recupera a vista!’ E, nesse preciso instante, recuperei a vista* e vi-o.+ 14 Ele disse: ‘O Deus dos nossos antepassados escolheu-te para conheceres a sua vontade, para veres o Justo+ e para ouvires a voz que sai da sua boca, 15 porque serás sua testemunha, perante todos os homens, das coisas que viste e ouviste.+ 16 E agora, de que é que estás à espera? Levanta-te, sê batizado e lava os teus pecados+ por invocares o nome dele.’+
17 “No entanto, depois de voltar a Jerusalém,+ eu estava a orar no templo quando entrei em transe 18 e vi o Senhor a dizer-me: ‘Depressa, sai já de Jerusalém, porque não aceitarão o teu testemunho a meu respeito.’+ 19 Então, eu disse: ‘Senhor, eles sabem muito bem que, numa sinagoga após outra, eu prendia e açoitava os que criam em ti.+ 20 E enquanto se derramava o sangue de Estêvão, tua testemunha, eu estava lá, a aprovar aquilo e a tomar conta das capas dos que o matavam.’+ 21 Contudo, ele disse-me: ‘Vai, porque vou enviar-te a nações distantes.’”+
22 Eles ouviram-no até estas palavras. Depois, levantaram a voz, dizendo: “Eliminem este homem da terra, pois não merece viver!” 23 Visto que gritavam, agitavam as suas capas e lançavam terra para o ar,+ 24 o comandante militar mandou levar Paulo para dentro do quartel e ordenou que fosse interrogado sob açoites, para saber exatamente por que motivo gritavam assim contra ele. 25 Todavia, depois de o amarrarem para ser chicoteado, Paulo perguntou ao oficial do exército que lá estava: “A lei permite-vos açoitar um romano* que não foi condenado?”*+ 26 Quando o oficial ouviu isso, foi contar ao comandante e disse-lhe: “O que é que o senhor pretende fazer? Este homem é romano!” 27 Portanto, o comandante aproximou-se dele e disse: “Diz-me, és romano?” Ele respondeu: “Sim.” 28 O comandante disse então: “Eu comprei estes direitos de cidadão com muito dinheiro.” Paulo disse: “Mas eu já nasci com esses direitos.”+
29 Com isto, os homens que estavam prestes a interrogá-lo e a torturá-lo recuaram imediatamente. E o comandante ficou com medo ao saber que ele era romano e que o tinha acorrentado.+
30 Assim, no dia seguinte, querendo saber ao certo por que motivo ele estava a ser acusado pelos judeus, soltou-o e mandou que os principais sacerdotes e todo o Sinédrio se reunissem. Então, trouxe Paulo para baixo e colocou-o de pé no meio deles.+
23 Olhando atentamente para o Sinédrio, Paulo disse: “Homens, irmãos, até hoje, comportei-me perante Deus com uma consciência perfeitamente limpa.”+ 2 Em vista disso, o sumo sacerdote Ananias mandou que os que estavam perto dele lhe batessem na boca. 3 Paulo disse-lhe então: “Deus há de te bater, parede caiada.* Sentas-te para me julgar segundo a Lei e ao mesmo tempo violas a Lei, mandando que me batam?” 4 Os que lá estavam disseram: “Estás a insultar o sumo sacerdote de Deus?” 5 E Paulo respondeu: “Irmãos, eu não sabia que ele era o sumo sacerdote. Pois está escrito: ‘Não fales mal de uma autoridade do teu povo.’”+
6 Sabendo que uma parte deles era composta por saduceus, mas a outra parte por fariseus, Paulo disse bem alto no Sinédrio: “Homens, irmãos, eu sou fariseu,+ filho de fariseus. É por causa da esperança da ressurreição dos mortos que estou a ser julgado.” 7 Ao dizer isto, surgiu uma discussão entre os fariseus e os saduceus, e a assembleia ficou dividida. 8 Pois os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito, mas os fariseus aceitam* todas essas coisas.+ 9 Assim, começou uma grande gritaria, e alguns dos escribas do partido dos fariseus levantaram-se e puseram-se a protestar energicamente: “Não vemos nada de errado neste homem; e, se um espírito ou um anjo falou com ele+ . . .” 10 Então, a discussão intensificou-se, e o comandante militar, com medo de que Paulo fosse despedaçado por eles, mandou que os soldados descessem e o arrancassem do meio deles, e o levassem ao quartel.
11 Todavia, naquela noite, o Senhor apareceu ao seu lado e disse: “Tem coragem!+ Pois, assim como deste um testemunho cabal sobre mim em Jerusalém, terás de dar testemunho também em Roma.”+
12 Quando amanheceu, os judeus formaram uma conspiração e comprometeram-se, sob maldição, a não comer nem beber nada até matarem Paulo. 13 Foram mais de 40 os homens que fizeram tal conspiração sob juramento. 14 Estes homens dirigiram-se aos principais sacerdotes e aos anciãos, e disseram: “Comprometemo-nos solenemente, sob maldição,* a não comer nada até matarmos Paulo. 15 Portanto, vocês, juntamente com o Sinédrio, devem dizer ao comandante militar que o traga para baixo, para comparecer na vossa presença, como se quisessem examinar mais detalhadamente o seu caso. Mas, antes de ele se aproximar, estaremos prontos para matá-lo.”
16 No entanto, o filho da irmã de Paulo soube da emboscada que estavam a planear; ele entrou no quartel e contou tudo a Paulo. 17 Assim, Paulo chamou um dos oficiais do exército e disse: “Leva este jovem ao comandante militar, pois ele tem algo a comunicar-lhe.” 18 Ele levou-o ao comandante militar e disse: “O prisioneiro Paulo chamou-me e pediu-me que lhe trouxesse este jovem, porque ele tem algo para lhe dizer.” 19 O comandante militar agarrou o jovem pela mão, levou-o à parte e perguntou-lhe: “O que é que tens para me contar?” 20 Ele respondeu: “Os judeus combinaram pedir-lhe que faça Paulo descer ao Sinédrio amanhã, como se quisessem saber mais pormenores sobre o caso dele.+ 21 Mas não os deixe convencê-lo, pois são mais de 40 os que planeiam armar uma emboscada contra Paulo, e eles comprometeram-se, sob maldição,* a não comer nem beber nada até o matarem.+ Já estão prontos, à espera de que o senhor aceite o pedido deles.” 22 Assim, o comandante militar deixou o jovem ir-se embora, mas antes ordenou-lhe: “Não digas a ninguém que me contaste isto.”
23 Por conseguinte, ele convocou dois oficiais do exército e disse: “Preparem 200 soldados, 70 cavaleiros e 200 lanceiros para irem até Cesareia à terceira hora da noite.* 24 Também, providenciem cavalos para Paulo montar, a fim de levá-lo em segurança a Félix, o governador.” 25 E ele escreveu uma carta que dizia:
26 “De Cláudio Lísias a Sua Excelência, o governador Félix. Saudações! 27 Este homem foi agarrado pelos judeus e estava prestes a ser morto por eles, mas eu vim rapidamente com os meus soldados e resgatei-o,+ porque soube que ele era romano.+ 28 Então, querendo descobrir a razão pela qual o acusavam, levei-o ao Sinédrio+ deles. 29 Verifiquei que ele estava a ser acusado por questões da Lei deles,+ mas não foi acusado de nem sequer uma única coisa que merecesse morte ou prisão. 30 No entanto, visto que me foi revelada uma conspiração contra o homem,+ envio-o imediatamente a Vossa Excelência e ordeno que os acusadores digam na sua presença o que têm contra ele.”
31 Assim, segundo as ordens que receberam, os soldados agarraram Paulo+ e levaram-no de noite até Antipátride. 32 No dia seguinte, deixaram os cavaleiros prosseguir com ele e voltaram para o quartel. 33 Os cavaleiros entraram em Cesareia, entregaram a carta ao governador e também lhe apresentaram Paulo. 34 Então, o governador leu a carta e perguntou de que província ele era; foi informado de que era da Cilícia.+ 35 “Eu ouvirei todo o teu caso”, disse ele, “quando chegarem os teus acusadores”.+ E mandou que ele ficasse detido no palácio* de Herodes.
24 Cinco dias depois, o sumo sacerdote Ananias+ desceu com alguns anciãos e um orador* chamado Tértulo, e eles apresentaram ao governador+ uma queixa contra Paulo. 2 Ao ser chamado, Tértulo começou a acusação, dizendo:
“Desfrutamos de grande paz por meio de Vossa Excelência, e, pela sua prudência, realizam-se reformas nesta nação; 3 em todas as ocasiões e também em todos os lugares, nós reconhecemos isso com muita gratidão, Excelentíssimo Félix. 4 Mas, para não tomar mais do seu tempo, solicito que, na sua bondade, nos ouça brevemente. 5 Pois nós constatámos que este homem é uma praga*+ e atiça sedições+ entre todos os judeus, por toda a terra habitada, e ele é um dos líderes da seita dos nazarenos.+ 6 Ele também tentou profanar o templo; então, nós agarrámo-lo.+ 7 *—— 8 Vossa Excelência, quando o interrogar, verificará todas estas coisas de que o acusamos.”
9 Então, os judeus também apoiaram a acusação, garantindo que tais coisas eram verdade. 10 Quando o governador lhe acenou com a cabeça para que falasse, Paulo respondeu:
“Sabendo muito bem que esta nação o tem como juiz há muitos anos, falo prontamente em minha defesa.+ 11 Como Vossa Excelência pode verificar por si próprio, não passaram mais de 12 dias desde que subi a Jerusalém para adorar.+ 12 E eles não me encontraram a discutir com ninguém no templo, nem a atiçar uma turba nas sinagogas ou em outro lugar da cidade. 13 Nem lhe podem provar as acusações que, neste momento, fazem contra mim. 14 Mas eu admito o seguinte: é segundo o caminho a que eles chamam seita que eu presto serviço sagrado ao Deus dos meus antepassados,+ crendo em tudo o que está declarado na Lei e que está escrito nos Profetas.+ 15 E eu tenho esperança em Deus, esperança que estes homens também têm, de que haverá uma ressurreição+ tanto de justos como de injustos.+ 16 Por causa disso, esforço-me sempre para manter uma consciência limpa* perante Deus e os homens.+ 17 Depois de vários anos, vim a Jerusalém para trazer uma contribuição*+ à minha nação e fazer ofertas. 18 Enquanto eu tratava destes assuntos, eles encontraram-me cerimonialmente puro no templo,+ mas não com uma multidão nem a causar tumulto. No entanto, havia lá alguns judeus da província da Ásia 19 que deviam estar presentes diante de Vossa Excelência para me acusar, se realmente tivessem algo contra mim.+ 20 Senão, que estes homens aqui digam que crime viram em mim quando eu estava perante o Sinédrio. 21 A não ser que se trate desta única frase que clamei quando estava no meio deles: ‘É por causa da ressurreição dos mortos que hoje estou a ser julgado na vossa presença!’”+
22 No entanto, visto que Félix estava bem informado a respeito deste Caminho,+ adiou a questão, dizendo: “Quando Lísias, o comandante militar, descer, decidirei estas vossas questões.” 23 De seguida, ele ordenou ao oficial do exército que o mantivesse preso, mas que lhe desse certa liberdade e permitisse que os do seu povo cuidassem das suas necessidades.
24 Alguns dias depois, Félix veio com Drusila, sua esposa, que era judia; mandou ir buscar Paulo e ouviu-o a falar sobre a crença em Cristo Jesus.+ 25 No entanto, quando Paulo começou a falar sobre a justiça, o autodomínio e o julgamento por vir,+ Félix ficou com medo e disse: “Por enquanto, podes retirar-te, mas, quando eu tiver uma oportunidade, ordenarei que te vão buscar novamente.” 26 Ao mesmo tempo, esperava que Paulo lhe desse dinheiro. Por isso, ordenava que o fossem buscar ainda mais frequentemente e conversava com ele. 27 Porém, passados dois anos, Félix foi sucedido por Pórcio Festo; e, visto que desejava ganhar a aprovação dos judeus,+ Félix deixou Paulo na prisão.
25 Então, três dias depois de chegar à província e assumir o governo, Festo+ subiu de Cesareia até Jerusalém. 2 E os principais sacerdotes e os homens mais importantes dos judeus apresentaram-lhe acusações contra Paulo.+ Começaram a pedir insistentemente a Festo 3 que lhes fizesse o favor* de mandar trazer Paulo para Jerusalém. No entanto, eles estavam a armar uma emboscada para o matarem na estrada.+ 4 Contudo, Festo respondeu que Paulo deveria continuar detido em Cesareia e que ele próprio voltaria para lá em breve. 5 “Portanto”, disse ele, “desçam comigo alguns dos vossos líderes e acusem-no, se é que o homem fez alguma coisa errada”.+
6 Assim, depois de passar não mais do que oito ou dez dias entre eles, ele desceu até Cesareia e, no dia seguinte, sentou-se no tribunal e mandou que trouxessem Paulo. 7 Quando Paulo entrou, os judeus que tinham descido de Jerusalém rodearam-no, fazendo muitas acusações graves contra ele, que não podiam provar.+
8 Todavia, Paulo disse em sua defesa: “Não cometi nenhum pecado contra a Lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César.”+ 9 Festo, querendo ganhar o favor dos judeus,+ disse a Paulo, em resposta: “Desejas subir até Jerusalém e ser julgado lá, na minha presença, a respeito destas coisas?” 10 Porém, Paulo disse: “Estou perante o tribunal de César, onde devo ser julgado. Não fiz nada de errado contra os judeus, como Vossa Excelência está a perceber muito bem. 11 Se eu realmente sou criminoso e fiz algo que mereça a morte, não me recuso a morrer;+ mas, se as acusações que estes homens fazem contra mim são infundadas, ninguém tem o direito de me entregar a eles como um favor. Apelo para César!”+ 12 Então, depois de falar com o grupo de conselheiros, Festo respondeu: “Apelaste para César, para César irás.”
13 Depois de alguns dias, o rei Agripa e Berenice chegaram a Cesareia para fazer uma visita de cortesia a Festo. 14 Visto que iam lá passar vários dias, Festo apresentou o caso de Paulo ao rei, dizendo:
“Há um homem que Félix deixou como prisioneiro; 15 quando estive em Jerusalém, os principais sacerdotes e os anciãos dos judeus trouxeram-me informações sobre ele+ e pediram que ele fosse condenado. 16 Mas eu respondi-lhes que não é um procedimento romano entregar um acusado antes de ele se encontrar face a face com os seus acusadores e ter a oportunidade de se defender da acusação.+ 17 Assim, no dia seguinte, quando cá chegaram, sentei-me no tribunal, sem demora, e mandei que trouxessem o homem. 18 Quando os acusadores se levantaram para falar, não o acusaram de nenhuma das coisas más que eu tinha imaginado.+ 19 Eles simplesmente tinham divergências com ele sobre a sua própria religião*+ e sobre um homem chamado Jesus, que morreu, mas que Paulo insistia que estava vivo.+ 20 Sem saber como lidar com esta controvérsia, perguntei-lhe se gostaria de ir a Jerusalém para ser julgado a respeito destas questões.+ 21 Mas, quando Paulo apelou para continuar em detenção e aguardar a decisão do Augusto,*+ ordenei que ele ficasse preso até que eu o enviasse a César.”
22 Então, Agripa disse a Festo: “Eu próprio gostaria de ouvir o homem.”+ “Amanhã, vai ouvi-lo”, disse ele. 23 Assim, no dia seguinte, Agripa e Berenice chegaram com grande pompa e entraram na sala de audiências, juntamente com comandantes militares e homens importantes da cidade. E, quando Festo deu a ordem, trouxeram Paulo. 24 Festo disse: “Rei Agripa e todos os aqui presentes, vejam este homem a respeito de quem toda a comunidade judaica me fez petições, tanto em Jerusalém como aqui, gritando que ele não deveria continuar a viver.+ 25 Mas percebi que ele não tinha feito nada que merecesse a morte.+ Assim, quando ele apelou para o Augusto, decidi enviá-lo. 26 Contudo, não tenho nada definido para escrever ao meu Senhor a respeito dele. Portanto, trouxe-o diante dos senhores, e especialmente de Vossa Majestade, rei Agripa, para que, depois do interrogatório, eu tenha algo para escrever. 27 Pois não me parece razoável enviar um prisioneiro sem indicar também as acusações contra ele.”
26 Agripa+ disse a Paulo: “Tens permissão para falar em tua defesa.” Então, Paulo estendeu a mão e começou a sua defesa:
2 “No que se refere a todas as coisas de que sou acusado pelos judeus,+ rei Agripa, considero-me feliz por ser na presença de Vossa Majestade que hoje devo fazer a minha defesa, 3 especialmente porque é conhecedor de todos os costumes e das controvérsias que há entre os judeus. Portanto, peço-lhe que me ouça com paciência.
4 “Realmente, quanto à vida que levei desde a juventude, entre o meu povo* e em Jerusalém, todos os judeus+ 5 que me conhecem há muito tempo bem sabem que vivi como fariseu,+ segundo a seita mais rigorosa da nossa religião;+ se eles quiserem, podem dar testemunho disso. 6 Mas, por causa da minha esperança na promessa que Deus fez aos nossos antepassados,+ estou, neste momento, a ser julgado. 7 É o cumprimento dessa mesma promessa que as nossas 12 tribos esperam ver, prestando-lhe serviço sagrado, dia e noite, de forma intensa. É por causa dessa esperança que estou a ser acusado pelos judeus,+ ó rei.
8 “Porque é que acham* impossível crer que Deus levante os mortos? 9 Eu próprio estava convencido de que devia combater o nome de Jesus, o Nazareno, de todas as formas. 10 Foi exatamente isso que fiz em Jerusalém. Meti muitos santos na prisão,+ pois tinha recebido autoridade para isso da parte dos principais sacerdotes;+ e, quando eles deviam ser executados, eu votava contra eles. 11 Em todas as sinagogas, puni-os muitas vezes para tentar obrigá-los a renunciar à sua fé. Como estava extremamente furioso com eles, cheguei inclusivamente a persegui-los em cidades afastadas.
12 “Era com esse objetivo que eu estava a viajar para Damasco, com plenos poderes e autoridade concedidos pelos principais sacerdotes. 13 E na estrada, ó rei, ao meio-dia, vi uma luz do céu, mais resplandecente do que o sol, brilhar à minha volta e à volta dos que viajavam comigo.+ 14 Todos nós caímos ao chão e, então, ouvi uma voz dizer-me em hebraico: ‘Saulo, Saulo, porque é que me persegues? Ao resistir às aguilhadas,* só fazes mal a ti mesmo.’ 15 E eu perguntei: ‘Quem é o senhor?’ E o Senhor respondeu: ‘Eu sou Jesus, a quem persegues. 16 Mas levanta-te e fica de pé. Apareci-te para te escolher como servo e testemunha tanto das coisas que viste como das coisas que te farei ver a meu respeito.+ 17 E vou livrar-te deste povo e das nações, às quais te envio+ 18 para lhes abrir os olhos,+ para convertê-los da escuridão+ para a luz+ e da autoridade de Satanás+ para Deus, de modo que recebam o perdão de pecados+ e uma herança entre os santificados pela fé em mim.’
19 “Portanto, rei Agripa, não desobedeci à visão celestial, 20 mas, primeiro aos de Damasco,+ depois aos de Jerusalém+ e de toda a região da Judeia, e também às nações, levei a mensagem de que deviam arrepender-se e converter-se a Deus, praticando obras próprias do arrependimento.+ 21 Foi por isso que os judeus me agarraram no templo e tentaram matar-me.+ 22 No entanto, visto que Deus me tem ajudado, continuo até hoje a dar testemunho tanto a pequenos como a grandes, e não digo nada além do que os Profetas e Moisés declararam que ia acontecer:+ 23 que o Cristo haveria de sofrer+ e que, como primeiro a ser ressuscitado dentre os mortos,+ proclamaria a luz tanto a este povo como às nações.”+
24 Enquanto Paulo falava em sua defesa, Festo disse em voz alta: “Estás a ficar louco, Paulo! O teu grande saber está a levar-te à loucura!” 25 No entanto, Paulo respondeu: “Não estou a ficar louco, Excelentíssimo Festo, mas estou a dizer palavras de verdade e de bom senso. 26 Na realidade, o rei a quem me dirijo com franqueza conhece muito bem tudo isto. Estou convencido de que nem sequer uma destas coisas lhe passou despercebida, porque nada disto foi feito em segredo.+ 27 Crê nos Profetas, rei Agripa? Sei que crê.” 28 Contudo, Agripa disse a Paulo: “Em pouco tempo me persuadirias a tornar-me cristão.” 29 Então, Paulo respondeu: “Peço a Deus que, em pouco ou muito tempo, não apenas Vossa Majestade, mas também todos os que hoje me ouvem, se tornem como eu, mas sem estas correntes que me prendem.”
30 Assim, o rei levantou-se, bem como o governador, Berenice e os homens sentados com eles. 31 E, ao saírem, comentavam entre si: “Este homem não está a fazer nada que mereça a morte ou a prisão.”+ 32 Então, Agripa disse a Festo: “Este homem podia ter sido solto se não tivesse apelado para César.”+
27 Como foi decidido que navegaríamos para Itália,+ Paulo e alguns outros prisioneiros foram entregues a um oficial do exército chamado Júlio, do regimento de Augusto. 2 Embarcámos num navio de Adramítio, que estava prestes a partir para portos ao longo da costa da província da Ásia, e começámos a viagem; Aristarco,+ um macedónio de Tessalónica, estava connosco. 3 No dia seguinte, fizemos escala em Sídon; e Júlio tratou Paulo com bondade,* permitindo-lhe visitar os seus amigos e receber cuidados da parte deles.
4 Partindo, navegámos sob o abrigo de Chipre, porque os ventos eram contrários. 5 Então, atravessámos o mar aberto ao longo da Cilícia e da Panfília, e aportámos em Mirra, na Lícia. 6 Lá, o oficial do exército encontrou um navio de Alexandria que ia para Itália, e fez-nos embarcar. 7 Depois de navegarmos vagarosamente por muitos dias, chegámos com dificuldade a Cnido. Visto que o vento não nos permitia continuar naquela direção, navegámos sob o abrigo de Creta, perto de Salmone. 8 E, navegando junto à costa com dificuldade, chegámos a um lugar chamado Bons Portos, que ficava perto da cidade de Laseia.
9 Tinha passado bastante tempo e tornou-se perigoso navegar, porque até o dia do jejum*+ já tinha passado. Então, Paulo advertiu-os: 10 “Homens, vejo que esta viagem vai resultar em danos e em grandes perdas, não só da carga e do navio, mas também das nossas vidas.”* 11 No entanto, o oficial do exército, em vez de ouvir o que Paulo dizia, ouviu o piloto e o dono do navio. 12 Visto que o porto não era adequado para se passar o inverno, a maioria foi da opinião de que partissem, para ver se de algum modo conseguiam chegar a Fénix, um porto de Creta que dá para o nordeste e para o sudeste; lá, poderiam passar o inverno.
13 Quando o vento sul soprou suavemente, acharam que o seu objetivo já tinha sido alcançado. De seguida, levantaram âncora e foram navegando ao longo de Creta, perto do litoral. 14 Porém, pouco tempo depois, veio do lado da ilha um vento violento, conhecido como euraquilão,* 15 que arrastou o navio com violência, de modo que não era possível manter a proa contra o vento. Assim, desistimos e deixámos que o vento nos levasse. 16 Passámos sob o abrigo de uma pequena ilha chamada Cauda; mesmo assim, mal conseguimos controlar o bote* que trazíamos a reboque. 17 Depois de o içarem a bordo, começaram a reforçar o casco do navio, amarrando-o. Então, com medo de que o navio encalhasse em Sirte,* arriaram o aparelho* e, desse modo, o navio foi levado pelo vento. 18 Como estávamos a ser violentamente sacudidos pela tempestade, no dia seguinte, começaram a atirar a carga ao mar. 19 E, no terceiro dia, lançaram a armação do navio ao mar, com as suas próprias mãos.
20 Por muitos dias, o sol e as estrelas não apareceram, e abatia-se uma violenta* tempestade sobre nós. Então, por fim, começou a desaparecer toda a esperança de sermos salvos. 21 Depois de passarem muito tempo sem comer nada, Paulo levantou-se no meio deles e disse: “Homens, certamente deviam ter aceitado o meu conselho e não ter partido de Creta. Se o tivessem feito, não teriam sofrido estes danos e perdas.+ 22 Ainda assim, neste momento, incentivo-vos a terem coragem, pois nenhum* de vocês morrerá, apenas se perderá o navio. 23 Na noite passada, um anjo+ do Deus a quem pertenço e a quem presto serviço sagrado apareceu ao meu lado, 24 e disse: ‘Não tenhas medo, Paulo. Tens de comparecer perante César.+ Além disso, Deus concedeu-te a vida de todos os que navegam contigo.’ 25 Portanto, homens, tenham coragem, pois eu acredito em Deus, que acontecerá exatamente assim como me foi dito. 26 No entanto, devemos encalhar numa ilha.”+
27 Era a décima quarta noite, e nós estávamos a ser atirados de um lado para o outro no mar de Ádria, quando, à meia-noite, os marinheiros começaram a suspeitar de que estávamos a chegar perto de terra. 28 Sondaram a profundidade e descobriram que era de 20 braças.* Assim, prosseguiram por uma curta distância, sondaram-na de novo e viram que era de 15 braças.* 29 Como estavam com medo de que o navio encalhasse nos rochedos, lançaram quatro âncoras da popa, ansiosos pela chegada do amanhecer. 30 Todavia, quando os marinheiros tentaram escapar do navio e baixaram o bote ao mar, com o pretexto de lançar âncoras da proa, 31 Paulo disse ao oficial do exército e aos soldados: “A menos que estes homens permaneçam no navio, vocês não poderão ser salvos.”+ 32 Os soldados cortaram então os cabos do bote e deixaram-no cair.
33 Perto do amanhecer, Paulo incentivou todos a se alimentarem, dizendo: “Hoje é o décimo quarto dia em que estão ansiosamente à espera, e ainda não comeram nada. 34 Assim, dou-vos o conselho de que se alimentem; isto é para o vosso próprio bem, pois não se perderá nem sequer um único fio do vosso cabelo.” 35 Depois de dizer isto, ele tomou um pão, deu graças a Deus diante de todos eles, partiu-o e começou a comer. 36 Assim, todos ganharam coragem e começaram, também eles, a alimentar-se. 37 Ao todo, éramos 276 pessoas* no navio. 38 Depois de comerem o suficiente, aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar.+
39 Quando amanheceu, não reconheceram a terra,+ mas viram uma baía com uma praia e decidiram que, se fosse possível, fariam o navio encalhar ali. 40 Assim, cortaram os cabos das âncoras, deixaram-nas cair ao mar e, ao mesmo tempo, soltaram as amarras dos lemes.* Depois de içarem ao vento a vela da frente, seguiram em direção à praia. 41 Então, bateram num banco de areia que era banhado pelo mar de ambos os lados, e o navio encalhou; a proa prendeu-se e ficou imóvel, mas a popa começou a ser despedaçada pelas ondas.+ 42 Com isto, os soldados decidiram matar os prisioneiros para que ninguém fugisse a nado. 43 Contudo, o oficial do exército estava determinado a salvar Paulo e impediu-os de executar o plano. Ele ordenou que os que sabiam nadar saltassem primeiro ao mar para alcançarem a terra 44 e que os demais fossem atrás: alguns em tábuas e outros em destroços do navio. Assim, todos chegaram a terra sãos e salvos.+
28 Quando já estávamos a salvo, soubemos que a ilha se chamava Malta.+ 2 Os nativos da ilha* demostraram extraordinária bondade* para connosco. Acenderam uma fogueira e receberam-nos bem a todos, pois chovia e estava frio. 3 Paulo reuniu um molho de galhos e, quando o colocou no fogo, saiu de lá uma víbora por causa do calor e prendeu-se à sua mão. 4 Ao verem a cobra venenosa pendurada na sua mão, os nativos começaram a dizer uns aos outros: “Com certeza, este homem é um assassino; embora se tenha conseguido salvar do mar, a Justiça* não lhe permitiu continuar vivo.” 5 No entanto, ele sacudiu o animal para dentro do fogo e não sofreu nenhum mal. 6 No entanto, esperavam que ele ficasse inchado ou caísse morto de repente. Depois de esperarem durante muito tempo e verem que nada de mal lhe tinha acontecido, mudaram de ideias e começaram a dizer que ele era um deus.
7 Ali na vizinhança, havia terras que pertenciam ao homem principal da ilha, chamado Públio; ele, de modo hospitaleiro, recebeu-nos e hospedou-nos por três dias. 8 Aconteceu que o pai de Públio estava de cama, doente, com febre e disenteria. Então, Paulo foi vê-lo; orou, colocou as mãos sobre ele e curou-o.+ 9 Depois de isto acontecer, os outros doentes da ilha começaram a vir procurá-lo e também eram curados.+ 10 Além disso, eles honraram-nos com muitos presentes e, quando estávamos prestes a embarcar, deram-nos tudo aquilo de que necessitávamos.
11 Três meses depois, partimos num navio que tinha como figura de proa os “Filhos de Zeus”. O navio era de Alexandria e tinha passado o inverno na ilha. 12 Aportámos em Siracusa e permanecemos lá durante três dias. 13 De lá, seguimos viagem e chegámos a Régio. Um dia depois, começou a soprar um vento do sul, e chegámos a Putéoli no segundo dia. 14 Encontrámos lá alguns irmãos, que insistiram para que ficássemos com eles durante sete dias. E assim fomos para Roma. 15 Quando os irmãos de lá ouviram as notícias sobre nós, foram até à Praça de Ápio e às Três Tavernas para se encontrarem connosco. Ao vê-los, Paulo agradeceu a Deus e sentiu-se encorajado.+ 16 Quando finalmente entrámos em Roma, permitiu-se que Paulo morasse sozinho, com um soldado a vigiá-lo.
17 Três dias depois, ele convocou os homens mais importantes dos judeus. Quando se reuniram, disse-lhes: “Homens, irmãos, embora eu não tivesse feito nada contra o povo ou contra os costumes dos nossos antepassados,+ fui preso em Jerusalém e entregue às mãos dos romanos.+ 18 Depois de me interrogarem,+ quiseram soltar-me, pois não havia nenhum motivo para eu ser condenado à morte.+ 19 No entanto, como os judeus se opuseram, fui obrigado a apelar para César,+ mas não porque tivesse qualquer acusação a levantar contra a minha nação. 20 Foi por isso que pedi para vos ver e falar convosco, pois é por causa da esperança de Israel que estou preso com esta corrente.”+ 21 Eles disseram-lhe: “Nós não recebemos cartas da Judeia a teu respeito, e nenhum dos irmãos que de lá vieram nos relatou ou disse algo de mal sobre ti. 22 Mas achamos correto ouvir-te dizer o que pensas, porque, na verdade, o que sabemos desta seita+ é aquilo que se diz contra ela em todo o lado.”+
23 Assim, combinaram um dia para se encontrarem com ele e foram num grupo ainda maior ao lugar onde estava a morar. E, desde a manhã até à noite, ele deu-lhes explicações por meio de um testemunho cabal sobre o Reino de Deus, tentando persuadi-los a respeito de Jesus+ com base na Lei de Moisés+ e nos Profetas.+ 24 Alguns acreditaram nas coisas que ele dizia; outros recusavam-se a acreditar. 25 Assim, como houve desacordo entre eles, começaram a ir-se embora, e Paulo fez este único comentário:
“O espírito santo falou apropriadamente aos vossos antepassados, por meio de Isaías, o profeta: 26 ‘Vai a este povo e diz: “Vocês realmente ouvirão, mas de modo algum entenderão; e realmente olharão, mas de modo algum verão.+ 27 Pois o coração deste povo ficou insensível, eles taparam os ouvidos e fecharam os olhos, para que nunca vissem com os olhos, nem ouvissem com os ouvidos, nem entendessem com o coração e dessem meia-volta, e eu os curasse.”’+ 28 Portanto, saibam que esta salvação por Deus foi enviada às nações,+ e elas certamente a escutarão.”+ 29 *——
30 Assim, ele permaneceu ali durante dois anos inteiros, na casa que arrendou,+ e recebia bondosamente todos os que o iam ver, 31 pregando-lhes o Reino de Deus e ensinando a respeito do Senhor Jesus Cristo com toda a coragem,*+ sem nenhum impedimento.
Ou: “jurisdição”.
Ou: “até aos confins”.
Ou: “a multidão ali era de”.
Ou: “e obteve uma participação”.
Ou: “ele rebentou pelo meio”.
Lit.: “entrava e saía”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “considerado”, isto é, visto da mesma forma que os outros 11.
Ou: “a língua do seu nascimento”.
Ou: “vinho novo”.
Isto é, por volta das 9 h da manhã.
Lit.: “sobre toda a carne”.
Ou: “portentos”.
Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Ou: “portentos”.
Ou: “pelo estabelecido conselho”.
Ou, possivelmente: “das cordas”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “diante dos meus olhos”.
Lit.: “a minha carne morará”.
Ou: “não deixarás a minha alma”.
Ou: “no Hades”, isto é, a sepultura comum da humanidade. Veja o Glossário.
Ou: “diante da tua face”.
Lit.: “um procedente do fruto dos seus lombos”.
Ou: “no Hades”, isto é, a sepultura comum da humanidade. Veja o Glossário.
Veja o Ap. A5.
Ou: “como escabelo para os teus pés”.
Ou: “dádiva gratuita”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “almas”.
Ou: “a partilhar”.
Ou: “todas as almas”.
Ou: “portentos”.
Veja o Ap. A5.
Isto é, por volta das 3 h da tarde.
Ou: “dádivas de misericórdia”. Veja o Glossário, “Dádivas de misericórdia”.
Ou: “na chamada Colunata”.
Lit.: “da parte da face de Jeová”. Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Ou: “toda a alma”.
Lit.: “da tua semente”.
Ou: “a ressurreição dentre os mortos no caso de Jesus”.
Ou: “prenderam-nos”.
Lit.: “a cabeça da esquina”.
Ou: “franqueza”.
Ou: “e indoutos”, isto é, que não tinham estudado nas escolas rabínicas. Mas isto não significa que fossem analfabetos.
Ou: “sinal”.
Ou: “do seu próprio povo”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “o seu Cristo”.
Ou: “o teu conselho”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “portentos”.
Ou: “orado fervorosamente”.
Veja o Glossário.
Veja o Ap. A5.
Ou: “portentos”.
Ou: “na Colunata”.
Ou: “prenderam”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “guardas do templo”.
Ou: “numa árvore”.
Ou: “sentiram-se feridos”.
Ou: “espancarem”.
Lit.: “agradável”.
Ou: “sete homens de quem se fala bem”.
Ou: “portentos”.
Lit.: “semente”.
Lit.: “a sua semente seria estrangeira”.
Ou: “maltratá-los”.
Ou, possivelmente: “Isaque fez o mesmo com”.
Ou: “chefes de família”.
Ou: “cereais”.
Ou: “almas”.
Ou: “divinamente belo; belo à vista de Deus”.
Ou: “exposto”.
Ou: “veio-lhe ao coração”.
Ou: “inspecionar”.
Veja o Glossário.
Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Ou: “portentos”.
Refere-se a corpos celestes.
Veja o Ap. A5.
Ou: “sentiram-se feridos”.
Veja o Ap. A5.
Ou, possivelmente: “a uma cidade”.
Ou: “a dádiva gratuita”.
Veja o Ap. A5.
Lit.: “fel de amargura”.
Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Ou: “oficial da corte”.
Ou: “origem”.
Veja o Ap. A3.
Veja o Ap. A5.
Lit.: “acorrentar; pôr em correntes”.
Lit.: “de os levar acorrentados”.
Lit.: “entrando e saindo”.
Veja o Ap. A5.
Tanto o nome grego Dorcas como o nome aramaico Tabita significam “gazela”.
Ou: “e eram muitas as suas dádivas de misericórdia”. Veja o Glossário, “Dádivas de misericórdia”.
Ou: “roupas exteriores”.
Ou: “centurião”, comandante de cem soldados.
Ou: “da chamada coorte italiana”, unidade do exército romano que consistia em 600 soldados.
Ou: “Fazia muitas dádivas de misericórdia”. Veja o Glossário, “Dádivas de misericórdia”.
Isto é, por volta das 3 h da tarde.
Isto é, por volta do meio-dia.
Ou: “animais rasteiros”.
Ou: “curvou-se diante dele”.
Isto é, por volta das 3 h da tarde.
Veja o Ap. A5.
Ou: “numa árvore”.
Ou: “se tornasse visível”.
Ou: “fiéis”.
Ou: “dádiva gratuita”.
Ou: “discutir com ele”.
Ou: “animais rasteiros”.
Ou: “dádiva gratuita”.
Ou: “me poder opor a Deus”.
Lit.: “eles ficaram em silêncio”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “uma subministração de socorros”.
Ou: “trazê-lo a julgamento diante do”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “Cinge-te”.
Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Ou: “disposto a brigar”.
Lit.: “aquele que estava sobre o dormitório do rei”.
Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Ou: “a prestar serviço público”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “assistente”.
Governador romano de uma província. Veja o Glossário.
Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Lit.: “com braço erguido”.
Lit.: “semente”.
Ou: “da árvore”.
Ou: “túmulo memorial”.
Ou: “fidedignas; confiáveis”.
Ou: “serviu à vontade de Deus”.
Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Ou: “as almas das pessoas”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “dava testemunho da”.
Ou: “portentos”.
Ou: “coroas de flores”.
Ou: “as almas dos discípulos”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “controvérsia”.
Ou: “deu testemunho”.
Ou: “portentos”.
Ou: “barraca; casa”.
Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Ou: “opinião”.
Em grego, porneía. Veja o Glossário.
Ou: “do que foi morto sem ser sangrado”.
Ou: “transtornar as vossas almas”.
Ou: “alma”.
Ou: “do que foi morto sem ser sangrado”.
Em grego, porneía. Veja o Glossário.
Ou: “Adeus; Boa saúde para vocês”.
Veja o Ap. A3.
Veja o Ap. A5.
Ou, possivelmente: “Sem falta”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “um forte acesso de ira”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “atravessaram a”.
Veja o Ap. A5.
Veja o Ap. A5.
Ou: “praticar a arte da predição”.
Área aberta usada como centro de compras e vendas e como local de reuniões públicas.
Ou: “lícito”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “lictores”.
Ou: “sem um processo formal”.
Ou: “têm subvertido a”.
Ou: “o seu espírito ficou indignado dentro dele”.
Área aberta usada como centro de compras e vendas e como local de reuniões públicas.
Ou: “de visita”.
Ou: “parecem ser mais religiosos”.
Ou: “veneração”.
Ou: “descendência”.
Ou: “descendência”.
Ou: “ele raciocinava com eles”.
Isto é, saiu da sinagoga.
Governador romano de uma província. Veja o Glossário.
Veja o Ap. A5.
Aparentemente a Jerusalém.
Ou: “instruído oralmente”.
Veja o Ap. A5.
Aparentemente, refere-se ao espírito de Deus.
Ou: “alguns continuavam a endurecer-se e a não crer”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “decidiu no espírito”.
Ou: “alguns dos asiarcas”.
Ou: “o escrivão”.
Procônsul era o governador romano de uma província. Veja o Glossário.
Ou: “revolta; perturbação da ordem pública”.
Considerando-se o rés-do-chão como o primeiro andar.
Ou: “pois a sua alma está nele”.
Ou: “humildade mental”.
Ou: “para o vosso bem”.
Lit.: “amarrado”.
Ou: “alma”.
Ou: “de valor algum”.
Ou: “todo o propósito; todo o conselho”.
Ou: “opressivos”.
Lit.: “lançaram-se sobre o pescoço de Paulo”.
Ou: “a bombordo”.
Lit.: “virgens”.
Ou: “o meu coração”.
Lit.: “ficámos em silêncio”.
Veja o Ap. A5.
Ou: “entre as nações uma apostasia contra”.
Ou: “do que foi morto sem ser sangrado”.
Em grego, porneía. Veja o Glossário.
Ou: “revolta; perturbação da ordem pública”.
Ou: “faquistas”.
Ou: “levantei os olhos”.
Ou: “cidadão romano”.
Ou: “julgado”.
Ou: “a ti, hipócrita”.
Ou: “declaram publicamente”.
Ou: “juramento”.
Ou: “juramento”.
Isto é, por volta das 9 h da noite.
Ou: “pretório”.
Ou: “advogado”.
Ou: “um agitador”. Lit.: “uma peste”.
Veja o Ap. A3.
Ou: “irrepreensível”.
Ou: “trazer dádivas de misericórdia”. Veja o Glossário, “Dádivas de misericórdia”.
Lit.: “pedindo um favor contra ele”.
Ou: “adoração da divindade”.
Título do imperador romano.
Ou: “a minha nação”.
Ou: “julgam”.
Aguilhada é uma vara pontiaguda usada para estimular um animal.
Ou: “humanidade”.
Isto é, do jejum do Dia da Expiação, que ocorria no mês de tisri, o início da época de chuvas e de mares agitados.
Ou: “almas”.
Isto é, um vento nordeste.
Bote auxiliar que podia servir como bote salva-vidas.
Veja o Glossário.
Aparentemente, refere-se aos cabos e às vergas usados para levantar e sustentar as velas.
Lit.: “não pequena”.
Ou: “nenhuma alma”.
Cerca de 36 m. Veja o Ap. B14.
Cerca de 27 m. Veja o Ap. B14.
Ou: “almas”.
Ou: “remos que serviam de leme”.
Ou: “As pessoas de língua estrangeira”.
Ou: “humanidade”.
Em grego, Díke, provavelmente uma referência à deusa da justiça vingadora, ou à justiça em sentido abstrato.
Veja o Ap. A3.
Ou: “liberdade no falar”.