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  • Será que o Éden foi o primeiro lar da humanidade?
    A Sentinela — 2011 | 1 de janeiro
    • Será que o Éden foi o primeiro lar da humanidade?

      IMAGINE-SE num jardim. Ali, não há perturbações nem os sons da vida agitada de uma cidade grande. Esse jardim é enorme, e a paz impera. Melhor ainda, nesse lugar, a sua mente está livre de preocupações, o seu corpo não apresenta nenhum sinal de doenças, alergias ou dores. Os seus sentidos funcionam perfeitamente, absorvendo tudo ao seu redor.

      Os seus olhos deleitam-se com as cores exuberantes das flores, com a água cintilante de um riacho e com as diferentes nuances do verde das folhagens na luz e na sombra. Você sente a brisa suave na sua pele e o cheiro das doces fragrâncias que essa brisa traz. Ouve o farfalhar das folhas, o barulho da água a bater nas rochas, o assobio e o canto dos pássaros, e o zumbido dos insetos. Ao visualizar essa cena, não sente vontade de estar num lugar assim?

      No mundo todo, há pessoas que acreditam que a humanidade teve início num lugar assim. Durante séculos, membros do judaísmo, da cristandade e do islamismo aprenderam sobre o jardim do Éden, o lugar onde Deus colocou Adão e Eva. Segundo a Bíblia, esse casal levava uma vida tranquila e feliz. Tinham paz um com o outro, com os animais e com Deus, que bondosamente lhes tinha apresentado a esperança de viverem para sempre naquele ambiente maravilhoso. — Génesis 2:15-24.

      Os hindus também têm os seus próprios conceitos sobre um antigo paraíso. Os budistas acreditam que grandes líderes espirituais, ou budas, surgem nas chamadas eras de ouro, quando o mundo se torna semelhante a um paraíso. E várias religiões de África ensinam histórias que lembram muito a história de Adão e Eva.

      De facto, o conceito de um paraíso original é comum nas religiões e tradições da humanidade. Certo escritor disse: “Muitas civilizações acreditavam num paraíso original, cujas características eram perfeição, liberdade, paz, felicidade, fartura, e ausência de ameaças, tensões e conflitos. [...] Essa crença deu origem a uma consciência coletiva de profunda nostalgia pelo paraíso perdido, mas não esquecido, e a um forte desejo de recuperá-lo.”

      Será que todas essas histórias e tradições têm uma origem comum? É possível que a “consciência coletiva” tenha sido influenciada pela lembrança de algo real? Será que Adão, Eva e o jardim do Éden realmente existiram num passado distante?

      Os céticos gozam com essa ideia. Nesta era científica, muitos acham que esses relatos são meras lendas ou mitos. Mas o surpreendente é que muitos desses céticos são líderes religiosos que promovem a descrença no jardim do Éden. Eles dizem que nunca existiu um lugar assim. Também dizem que o relato da Bíblia é simplesmente uma metáfora, um mito, uma fábula ou uma parábola.

      Naturalmente, a Bíblia contém parábolas. O próprio Jesus contou a mais famosa delas. No entanto, a Bíblia apresenta o relato sobre o Éden não como uma parábola, mas como história, pura e simples. Além disso, se os acontecimentos descritos ali nunca ocorreram, então, como podemos confiar no resto da Bíblia? Vamos analisar porque é que alguns não acreditam no jardim do Éden e ver se as suas razões são válidas. Depois, consideraremos porque é que esse relato deve interessar a cada um de nós.

  • Existiu realmente um jardim do Éden?
    A Sentinela — 2011 | 1 de janeiro
    • Existiu realmente um jardim do Éden?

      CONHECE a história de Adão e Eva, e do jardim do Éden? Pessoas no mundo todo conhecem-na. O que acha de a ler na Bíblia? Está em Génesis 1:26–3:24. Em resumo, a história diz:

      Jeová Deusa formou o homem do pó, deu-lhe o nome de Adão e colocou-o num jardim, numa região chamada Éden. O próprio Deus tinha feito esse jardim. Era um jardim bem regado e cheio de belas árvores frutíferas. No meio dele ficava a “árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau”. Deus proibiu o homem de comer o fruto dessa árvore, dizendo que a desobediência resultaria em morte. Com o tempo, Jeová fez uma companheira para o homem – a mulher Eva –, formando-a de uma das costelas de Adão. Deus encarregou-os de cuidar do jardim e disse-lhes para se multiplicarem e encherem a Terra.

      Quando estava sozinha, Eva foi tentada por uma serpente, que lhe disse para comer o fruto proibido. A serpente afirmou que Deus tinha mentido e que estava a negar-lhe algo bom, algo que a faria ser como Deus. Ela não resistiu à tentação e comeu do fruto proibido. Mais tarde, Adão juntou-se a ela na desobediência a Deus. Jeová reagiu por proferir uma sentença contra Adão, Eva e a serpente. Depois de os humanos serem expulsos do jardim paradisíaco, os anjos bloquearam a sua entrada.

      No passado, era comum eruditos, intelectuais e historiadores afirmarem que os eventos registados no livro bíblico de Génesis eram verdadeiros e históricos. Hoje em dia, o que prevalece é a descrença nesses assuntos. Mas em que é que se baseiam as dúvidas sobre o relato de Adão, Eva e o jardim do Éden? Analisemos quatro objeções comuns.

      1. Existiu mesmo um jardim do Éden?

      Porque é que há dúvidas sobre isso? A filosofia talvez tenha parte da culpa. Durante séculos, os teólogos acreditaram que o jardim de Deus ainda existia em algum lugar. No entanto, a cristandade foi influenciada por filósofos gregos como Platão e Aristóteles, que afirmavam que nada na Terra podia ser perfeito. A perfeição só poderia existir no céu. Assim, pensavam os teólogos, o paraíso original tinha de estar mais próximo do céu.b Alguns diziam que o jardim ficava no cume de um monte extremamente alto, um pouco acima dos limites deste planeta degradado; outros, que ficava no Polo Norte ou no Polo Sul; ainda outros, que ficava na Lua ou perto dela. Não é de admirar que o conceito geral do Éden ganhasse uma aura de fantasia. Alguns eruditos da atualidade acham que é uma tolice preocupar-se com a localização geográfica do Éden, pois afirmam que esse lugar nunca existiu.

      No entanto, a Bíblia não retrata o jardim dessa maneira. Em Génesis 2:8-14 somos informados de vários detalhes sobre esse lugar. Ficava na parte oriental da região chamada Éden. Era regado por um rio que se tornou a nascente de outros quatro rios. Todos tinham nome, e a Bíblia fornece uma breve descrição do seu curso. Há muito tempo que esses detalhes intrigam os eruditos, muitos dos quais têm pesquisado minuciosamente essa passagem bíblica à procura de indícios da localização atual desse lugar antigo. Mas eles chegaram a inúmeras conclusões contraditórias. Será que isso significa que a descrição física do Éden, do seu jardim e dos seus rios é falsa ou mítica?

      Pense no seguinte: os eventos no jardim do Éden ocorreram há cerca de 6 mil anos. Moisés colocou-os por escrito, e ele talvez se tenha baseado em relatos orais ou até mesmo em documentos que já existiam. Além disso, Moisés escreveu uns 2500 anos depois dos acontecimentos. O Éden já era história antiga. Será que pontos de referência, como por exemplo rios, podem mudar ao longo de dezenas de séculos? A crosta terrestre é dinâmica, está sempre em movimento. A região que provavelmente incluía o Éden fica numa zona de terramotos – região que hoje é responsável por cerca de 17% dos maiores terramotos do mundo. Nessas áreas, mudanças são a regra, não a exceção. Além disso, o Dilúvio dos dias de Noé pode ter alterado a topografia de tal modo que simplesmente não é possível saber hoje qual era o seu aspeto original.c

      No entanto, temos conhecimento de alguns factos: o relato de Génesis fala do jardim do Éden como um lugar que realmente existiu. Dois dos quatro rios mencionados – o Eufrates e o Tigre, ou Hídequel – ainda existem, e algumas das suas nascentes ficam muito próximas umas das outras. O relato até fornece o nome das terras por onde esses rios passavam e dá detalhes sobre riquezas naturais muito conhecidas na região. Para as pessoas do Israel antigo, as primeiras a ler esses relatos, esses detalhes eram muito úteis.

      Será que mitos e contos de fada são assim? Ou tendem a omitir detalhes que poderiam ser facilmente confirmados ou negados? “Era uma vez, numa terra distante...” é uma forma comum de começar um conto de fadas. Mas histórias reais costumam incluir detalhes relevantes, como acontece com o relato do Éden.

      2. Será que faz sentido acreditar que Deus fez Adão do pó e Eva de uma das suas costelas?

      A ciência moderna confirma que o corpo humano é composto de vários elementos, como hidrogénio, oxigénio e carbono – todos encontrados na crosta terrestre. Mas como é que esses elementos foram reunidos para formar um ser vivo?

      Muitos cientistas dizem que a vida surgiu por si própria, a partir de formas muito simples que, gradualmente, ao longo de milhões de anos, se tornaram cada vez mais complexas. No entanto, a palavra “simples” pode dar uma impressão errada, pois todas as coisas vivas – até mesmo organismos microscópicos unicelulares – são incrivelmente complexas. Não existe nenhuma prova de que qualquer tipo de vida tenha surgido ou poderia ter surgido por acaso. Em vez disso, todas as coisas vivas apresentam evidência indiscutível de que foram projetadas por alguém muito mais inteligente do que nós.d — Romanos 1:20.

      Será que faz sentido uma pessoa ouvir uma grande sinfonia, admirar uma magnífica pintura ou ficar impressionada com um feito tecnológico e depois insistir que ninguém fez essas coisas? Claro que não! Mas essas obras-primas nem sequer se aproximam da complexidade, beleza ou engenhosidade do corpo humano. Como poderíamos pensar que algo assim não teve um Criador? Além disso, o relato de Génesis explica que, de toda a vida na terra, só os humanos foram feitos à imagem de Deus. (Génesis 1:26) É por isso que apenas o ser humano, assim como Deus, tem o desejo natural de criar, às vezes, produzindo obras impressionantes de música, arte e tecnologia. Será que deveríamos ficar surpreendidos por Deus ser muito melhor do que nós a criar coisas?

      Em relação a Deus criar a mulher por usar uma costela do homem, que problema haveria nisso?e Ele poderia ter usado outros meios, mas o modo como fez a mulher teve um profundo significado. Ele queria que o homem e a mulher se casassem e formassem um vínculo íntimo, como se fossem “uma só carne”. (Génesis 2:24) Não acha que a maneira como o homem e a mulher se complementam, formando um vínculo estável e benéfico para os dois, é uma forte evidência de um Criador sábio e amoroso?

      Além disso, os geneticistas da atualidade reconhecem que todos os humanos, provavelmente, descenderam de apenas um homem e uma mulher. Por isso, será que o relato de Génesis é irrealista?

      3. A árvore do conhecimento e a árvore da vida parecem lendas.

      Na verdade, o relato de Génesis não ensina que essas árvores tinham em si mesmas poderes especiais ou sobrenaturais. Pelo contrário, eram árvores comuns, às quais Jeová atribuiu um significado simbólico.

      Será que os humanos às vezes não fazem algo similar? Por exemplo, numa audiência, um juiz talvez dê uma advertência a alguém por desacato ao tribunal. O juiz não está a falar de desrespeito aos móveis, instalações e paredes do tribunal em si, mas ao sistema judicial que o tribunal representa. Vários monarcas também usam o cetro e a coroa como símbolos da sua autoridade soberana.

      Assim, o que é que as duas árvores simbolizavam? Muitas teorias complexas foram apresentadas. A verdadeira resposta a essa pergunta, apesar de simples, é bem profunda. A árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau representava um privilégio que só Deus pode ter – o direito de determinar o que é bom e o que é mau. (Jeremias 10:23) Não é de admirar que roubar o fruto daquela árvore fosse um crime! Por outro lado, a árvore da vida representava uma dádiva que apenas Deus pode conceder: a vida eterna. — Romanos 6:23.

      4. Uma serpente que fala parece fazer parte de um conto de fadas.

      É verdade que esse aspeto da narrativa de Génesis pode ser difícil de entender, especialmente se não levarmos em conta o resto da Bíblia. Mas as Escrituras esclarecem, de forma gradual, esse intrigante mistério.

      Quem ou o que é que fez com que aquela serpente parecesse falar? Os antigos israelitas sabiam de outros factos que esclareciam muito o papel daquela serpente. Por exemplo, eles sabiam que, embora animais não falem, uma pessoa espiritual pode fazer com que um animal pareça falar. Moisés escreveu o relato sobre Balaão; Deus enviou um anjo para fazer com que a jumenta de Balaão falasse como uma pessoa. — Números 22:26-31; 2 Pedro 2:15, 16.

      Será que outros espíritos, incluindo os que são inimigos de Deus, podem realizar milagres? Moisés tinha visto os sacerdotes-magos do Egito imitar alguns dos milagres de Deus, como fazer um bastão transformar-se numa serpente. O poder para realizar algo tão excecional só poderia vir dos inimigos de Deus no mundo espiritual. — Êxodo 7:8-12.

      Evidentemente, Moisés também escreveu o livro de Jó. Esse livro fala muito sobre o principal inimigo de Deus, Satanás, que desafiou a integridade de todos os servos de Jeová, usando uma mentira. (Jó 1:6-11; 2:4, 5) Assim, será que os israelitas do passado concluíram que Satanás tinha manipulado a serpente no Éden, fazendo parecer que ela falava, e enganou Eva, levando-a a violar a sua integridade a Deus? Tudo indica que sim.

      Será que era Satanás quem estava por trás da serpente? Mais tarde, Jesus chamou a Satanás ‘mentiroso e pai da mentira’. (João 8:44) Não concorda que o “pai da mentira” seria a pessoa que contou a primeira mentira? A primeira mentira foi aquilo que a serpente disse a Eva. Contradizendo o aviso de Deus, de que comer o fruto proibido resultaria em morte, a serpente disse: “Certamente não morrerão.” (Génesis 3:4) É claro que Jesus sabia que Satanás tinha manipulado a serpente. A Revelação que Jesus deu ao apóstolo João resolve a questão, pois chama a Satanás “a serpente original”. — Apocalipse 1:1; 12:9.

      Acha mesmo que é irrealista acreditar que uma poderosa criatura espiritual pudesse manipular uma serpente, fazendo parecer que ela falava? Até mesmo humanos, embora muito menos poderosos do que espíritos, podem fazer impressionantes truques de ventriloquismo e criar efeitos especiais convincentes.

      A prova mais convincente

      Não concorda que a descrença no relato de Génesis é um pouco infundada? Por outro lado, há fortes evidências de que esse relato é real.

      Por exemplo, Jesus Cristo é chamado “a testemunha fiel e verdadeira”. (Apocalipse 3:14) Por ser um homem perfeito, ele nunca mentiu nem distorceu a verdade. Além disso, ele disse que tinha existido muito antes de vir à Terra como humano – de facto, tinha vivido ao lado do seu Pai, Jeová, “antes de o mundo existir”. (João 17:5) Por isso, ele já existia quando a vida na Terra começou e, portanto, é a mais confiável de todas as testemunhas. O que é que ele disse sobre esse assunto?

      Jesus falou de Adão e Eva como pessoas reais. Ele referiu-se ao casamento deles quando explicou o padrão de Jeová a respeito da monogamia. (Mateus 19:3-6) Se eles nunca tivessem existido e o jardim onde eles viveram fosse um simples mito, então, ou Jesus estava enganado ou era um mentiroso. As duas conclusões são ilógicas. Jesus tinha estado no céu, observando a tragédia que ocorreu no jardim. Poderia haver prova mais convincente do que essa?

      Na realidade, a descrença no relato de Génesis enfraquece a fé em Jesus. Essa descrença também faz com que seja impossível entender alguns dos assuntos principais da Bíblia e algumas das suas promessas mais animadoras. Vejamos como.

      [Notas de rodapé]

      a Na Bíblia, Jeová é o nome de Deus.

      b Esse não é um conceito bíblico. A Bíblia ensina que todas as obras de Deus são perfeitas; a degradação vem de outra fonte. (Deuteronómio 32:4, 5) Quando Jeová acabou de criar a Terra, ele disse que tudo o que tinha feito era “muito bom”. — Génesis 1:31.

      c É provável que o Dilúvio, um ato divino, tenha apagado todos os vestígios do próprio jardim do Éden. Ezequiel 31:18 dá a entender que, por volta do sétimo século AEC, “as árvores do Éden” já não existiam há muito tempo. Portanto, todos os que procuraram um jardim do Éden em tempos posteriores fizeram isso em vão.

      d Veja a brochura A Origem da Vida – Cinco Perguntas Que Merecem Resposta, publicada pelas Testemunhas de Jeová.

      e É interessante notar que a medicina moderna descobriu que a costela tem uma capacidade incomum de se regenerar. Diferentemente de outros ossos, pode voltar a crescer se a sua membrana de tecido conjuntivo permanecer intacta.

  • Porque é que o Éden é importante para si
    A Sentinela — 2011 | 1 de janeiro
    • Porque é que o Éden é importante para si

      UMA das objeções mais surpreendentes que alguns eruditos fazem sobre o relato do Éden é que ele não tem o apoio do resto da Bíblia. Por exemplo, Paul Morris, professor universitário de Estudos Religiosos, escreveu: “Não há referências bíblicas posteriores diretas à história do Éden.” Vários “especialistas” talvez concordem com essa afirmação, mas isso contradiz os factos.

      Na verdade, na Bíblia, há muitas referências ao jardim do Éden, a Adão e Eva, e à serpente.a Mas o conceito errado de alguns eruditos não é nada em comparação com outro muito mais amplo, mais abrangente. Por desacreditar o relato de Génesis a respeito do jardim do Éden, os líderes religiosos e os críticos da Bíblia estão na realidade a atacar a Bíblia inteira. Como assim?

      Entender o que aconteceu no Éden é essencial para entender o resto da Bíblia. Por exemplo, a Palavra de Deus tem por objetivo ajudar-nos a descobrir respostas às perguntas mais profundas e importantes com as quais os homens se confrontam. Com frequência, as respostas da Bíblia a essas perguntas relacionam-se com o que aconteceu no jardim do Éden. Veja alguns exemplos.

      ● Porque envelhecemos e morremos? Adão e Eva viveriam para sempre se continuassem sujeitos a Jeová. Eles só morreriam caso se rebelassem. No dia em que fizeram isso, começaram a morrer. (Génesis 2:16, 17; 3:19) Perderam a perfeição, e a única coisa que podiam transmitir aos seus descendentes era o pecado e a imperfeição. Por isso, a Bíblia diz: “Por meio de um só homem o pecado entrou no mundo, e a morte por meio do pecado, e, desse modo, a morte espalhou-se por toda a humanidade, porque todos tinham pecado.” — Romanos 5:12.

      ● Porque é que Deus permite a maldade? No jardim do Éden, Satanás, por assim dizer, disse que Deus era um mentiroso que não dá às suas criaturas aquilo que é bom. (Génesis 3:3-5) Assim, ele questionou a legitimidade do governo de Jeová. Adão e Eva escolheram seguir Satanás; desse modo, também rejeitaram a soberania de Jeová, como que afirmando que o homem pode decidir por si próprio o que é bom e o que é mau. Na sua justiça e sabedoria perfeitas, Jeová sabia que só havia uma maneira de responder corretamente a esse desafio: deixar o tempo passar, dando aos humanos a oportunidade de se governarem da forma que quisessem. A maldade resultante disso, em parte por causa da contínua influência de Satanás, revelou aos poucos uma grande verdade: o homem é incapaz de se governar a si próprio sem Deus. — Jeremias 10:23.

      ● Qual é o propósito de Deus para a Terra? No jardim do Éden, Jeová estabeleceu um padrão de beleza para a Terra. Ele incumbiu Adão e Eva de a encher com os seus descendentes e de ‘a dominar’, a fim de que todo o planeta tivesse a mesma beleza e harmonia. (Génesis 1:28) Portanto, o propósito de Deus para a Terra é que ela seja um paraíso habitado por uma família unida e perfeita, composta dos descendentes de Adão e Eva. Grande parte da Bíblia relaciona-se com os meios que Deus usará para cumprir esse propósito original.

      ● Porque é que Jesus Cristo veio à Terra? A rebelião no jardim do Éden resultou numa sentença de morte contra Adão, Eva e toda a sua descendência, mas Deus amorosamente proveu esperança. Ele enviou o seu Filho à Terra para fornecer aquilo a que a Bíblia chama resgate. (Mateus 20:28) O que é que isso significa? Jesus foi “o último Adão”; ele foi bem-sucedido naquilo em que Adão falhou. Jesus manteve a sua vida humana perfeita por continuar obediente a Jeová. A seguir, ele espontaneamente deu a sua vida como sacrifício, ou resgate, provendo os meios para que todos os humanos fiéis recebessem o perdão dos seus pecados e um dia tivessem o tipo de vida que Adão e Eva tinham antes de pecar. (1 Coríntios 15:22, 45; João 3:16) Assim, Jesus garantiu que o propósito de Jeová de transformar esta Terra num paraíso semelhante ao Éden se cumprirá.b

      O propósito de Deus não é vago nem uma ideia teológica abstrata. Esse propósito é real. Assim como o jardim do Éden realmente existiu na Terra com animais e pessoas reais, assim a promessa de Deus para o futuro é uma certeza, uma realidade que virá em breve. Será que essa promessa vai ser o seu futuro, a sua realidade? Muito depende de si. Deus quer esse futuro para o maior número possível de pessoas, até mesmo para aquelas cuja vida ainda não se harmoniza com os padrões dele. — 1 Timóteo 2:3, 4.

      Quando Jesus estava a morrer, ele falou com um homem que tinha tomado decisões erradas na vida. Esse homem era um criminoso e sabia que merecia ser executado. Mas ele recorreu a Jesus à procura de consolo e esperança. Como é que Jesus reagiu? Ele prometeu ao homem: “Estarás comigo no Paraíso.” (Lucas 23:43) Se Jesus deseja ver aquele ex-criminoso lá – ressuscitado e a receber a bênção de viver para sempre num paraíso semelhante ao Éden – não acha que ele quer o mesmo para si? Com certeza! E o Pai dele também quer isso. Se você deseja esse futuro, faça tudo o que puder para aprender sobre o Deus que criou o jardim do Éden.

      [Notas de rodapé]

      a Veja, por exemplo, Génesis 13:10; Deuteronómio 32:8; 2 Samuel 7:14; 1 Crónicas 1:1; Isaías 51:3; Ezequiel 28:13; 31:8, 9; Lucas 3:38; Romanos 5:12-14; 1 Coríntios 15:22, 45; 2 Coríntios 11:3; 1 Timóteo 2:13, 14; Judas 14; e Apocalipse 12:9.

      b Para saber mais sobre o sacrifício de resgate de Cristo, veja o capítulo 5 do livro O Que a Bíblia Realmente Ensina, publicado pelas Testemunhas de Jeová.

      [Caixa/Imagens na página 10]

      UMA PROFECIA QUE INTERLIGA A BÍBLIA TODA

      “Porei inimizade entre ti [a serpente] e a mulher, e entre o teu descendente e o seu descendente. Este esmagará a tua cabeça, e tu ferirás o seu calcanhar.” — Génesis 3:15.

      Esta é a primeira profecia da Bíblia, feita por Deus no Éden. Quem são as quatro personagens: a mulher, o descendente dela, a serpente e o seu descendente? Como ocorre a predita “inimizade” entre eles?

      A SERPENTE

      Satanás, o Diabo. — Apocalipse 12:9.

      A MULHER

      A organização celestial de Jeová composta de criaturas espirituais. (Gálatas 4:26, 27) Isaías mencionou a “mulher”, predizendo que ela daria à luz uma futura nação espiritual. — Isaías 54:1; 66:8.

      O DESCENDENTE DA SERPENTE

      Aqueles que escolhem fazer a vontade de Satanás. — João 8:44.

      O DESCENDENTE DA MULHER

      Primariamente Jesus Cristo, que veio da parte celestial da organização de Jeová. O “descendente” também inclui os irmãos espirituais de Cristo, cujo papel é governar com ele no céu. Esses cristãos ungidos constituem uma nação espiritual, “o Israel de Deus”. — Gálatas 3:16, 29; 6:16; Génesis 22:18.

      O FERIMENTO NO CALCANHAR

      Um ferimento doloroso no Messias, mas não com efeitos permanentes. Satanás conseguiu fazer com que Jesus fosse morto, mas ele foi ressuscitado.

      O FERIMENTO NA CABEÇA

      Um ferimento mortal em Satanás. Jesus vai destruí-lo para sempre. Mas mesmo antes disso, ele vai desfazer o mal que Satanás começou no Éden. — 1 João 3:8; Apocalipse 20:10.

      Para uma consideração resumida do tema central da Bíblia, veja a brochura A Bíblia — Qual É a sua Mensagem?, publicada pelas Testemunhas de Jeová.

      [Fotografia na página 11]

      Adão e Eva sofreram as desastrosas consequências do pecado

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