Referências Para o Manual de Atividades da Reunião Vida e Ministério
1 A 7 DE OUTUBRO
TESOUROS DA PALAVRA DE DEUS | JOÃO 9-10
“Jesus Cuida das Suas Ovelhas”
(João 10:1-3) “Digo-vos com toda a certeza: Quem não entra no aprisco das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é um ladrão e um saqueador. 2 Mas quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3 A este o porteiro abre-a, e as ovelhas escutam a sua voz. Ele chama as suas ovelhas por nome e leva-as para fora.
(João 10:11) Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
(João 10:14) Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e as minhas ovelhas conhecem-me,
Bíblia de Estudo, multimédia
Aprisco
O aprisco era um abrigo feito para proteger as ovelhas contra ladrões e animais ferozes. Os pastores mantinham os seus rebanhos seguros dentro do aprisco durante a noite. Nos tempos bíblicos, os apriscos eram currais sem cobertura, de diferentes formas e tamanhos. Muitos deles tinham paredes de pedra e só uma entrada. (Núm 32:16; 1Sa 24:3; Sof 2:6) O relato de João fala sobre entrar num aprisco “pela porta”, que era vigiada por um “porteiro”. (Jo 10:1, 3) Num aprisco coletivo, vários rebanhos passavam a noite juntos, e o porteiro ficava de vigia para proteger as ovelhas. De manhã, o porteiro abria a porta aos pastores. Cada pastor separava o seu rebanho por chamar as suas ovelhas, que reconheciam a voz do pastor e seguiam-no. (Jo 10:3-5) Jesus citou esse costume para ilustrar o modo como ele cuidava dos seus discípulos. — Jo 10:7-14.
(João 10:16) “E tenho outras ovelhas, que não são deste aprisco; a essas também tenho de trazer, e elas escutarão a minha voz e irão tornar-se um só rebanho, com um só pastor.
Bíblia de Estudo, nota em Jo 10:16
trazer: Ou: “conduzir”. O verbo grego usado aqui, ágo, pode significar “trazer” ou “conduzir”, dependendo do contexto. Um manuscrito grego datado de cerca de 200 EC usa um verbo grego relacionado (synágo) que, às vezes, é traduzido como “reunir”. Como o Bom Pastor, Jesus reúne, guia, protege e alimenta as ovelhas que são deste aprisco (também chamadas “pequeno rebanho” em Lu 12:32) e as suas outras ovelhas. Elas tornam-se um só rebanho aos cuidados de um só pastor. Esta comparação destaca a união que existiria entre os seguidores de Jesus.
Em Busca de Pérolas Espirituais
(João 9:38) O homem disse: “Eu tenho fé nele, Senhor!” E curvou-se diante dele.
Bíblia de Estudo, nota em Jo 9:38
curvou-se diante dele: Ou: “prestou-lhe homenagem; prostrou-se diante dele”. Quando o verbo grego proskynéo é usado em relação a um deus, ele é traduzido como “adorar”. (Mt 4:10; Lu 4:8) Mas, neste relato, o homem curado, que tinha nascido cego, reconheceu Jesus como representante de Deus e curvou-se diante dele. Ele não encarava Jesus como Deus ou uma divindade, mas sim como o predito “Filho do Homem”, o Messias, que tinha recebido autoridade de Deus. (Jo 9:35) Quando aquele homem se curvou diante de Jesus, ele deve ter feito isso com a mesma intenção de algumas pessoas mencionadas nas Escrituras Hebraicas. Elas curvavam-se ao encontrar profetas, reis ou outros representantes de Deus. (1Sa 25:23, 24; 2Sa 14:4-7; 1Rs 1:16; 2Rs 4:36, 37) Em muitas ocasiões, as pessoas curvaram-se diante de Jesus para mostrar reconhecimento de que ele tinha a aprovação de Deus.
(João 10:22) Ocorreu então a Festividade da Dedicação em Jerusalém. Era inverno,
Bíblia de Estudo, nota em Jo 10:22
a Festividade da Dedicação: O nome hebraico dessa festividade é Hanuká (hhanukkáh), que significa “inauguração; dedicação”. Ela começava no dia 25 do mês de quisleu, perto do solstício de inverno (veja o Apêndice B15), e durava oito dias. Essa festividade comemorava a rededicação do templo de Jerusalém, que aconteceu em 165 AEC. O rei sírio Antíoco IV Epifânio tinha profanado o templo para demonstrar o seu desprezo por Jeová, o Deus dos judeus. Por exemplo, ele construiu outro altar por cima do grande altar onde as ofertas queimadas diárias eram apresentadas a Jeová. No dia 25 de quisleu de 168 AEC, para profanar completamente o templo de Jeová, Antíoco sacrificou um porco no altar e mandou aspergir em todo o templo o caldo feito com a carne do porco. Ele queimou os portões do templo, derrubou as salas dos sacerdotes e levou o altar de ouro, a mesa dos pães da proposição e o candelabro de ouro. Mais tarde, ele dedicou o templo de Jeová ao deus pagão Zeus do Olimpo. Dois anos depois, Judas Macabeu reconquistou a cidade e o templo. Depois de o templo ser purificado, foi rededicado em 25 de quisleu de 165 AEC, exatamente três anos depois de Antíoco ter feito o seu repugnante sacrifício a Zeus no altar do templo. As ofertas queimadas voltaram a ser oferecidas a Jeová diariamente. Nas Escrituras inspiradas não há nenhuma declaração direta que indique que Jeová tenha dado a vitória a Judas Macabeu e que o tenha orientado a restaurar o templo. No entanto, Jeová já tinha usado homens de outras nações, como Ciro da Pérsia, para realizar a Sua vontade em relação à adoração verdadeira. (Is 45:1) Por isso, é razoável concluir que Jeová podia usar um homem do seu povo dedicado para cumprir a Sua vontade nesse caso. As Escrituras mostram que o templo tinha de estar de pé e a funcionar para que se cumprissem as profecias sobre o Messias, o seu ministério e a sua morte sacrificial. Além disso, os sacrifícios especificados na Lei deveriam continuar a ser oferecidos até que o Messias apresentasse a Deus o maior de todos os sacrifícios: a sua vida a favor da humanidade. (Da 9:27; Jo 2:17; He 9:11-14) Os seguidores de Cristo não receberam a ordem de celebrar a Festividade da Dedicação. (Col 2:16, 17) Mas não há nenhum registo de que Jesus ou os seus discípulos tenham condenado a celebração dessa festividade.
8 A 14 DE OUTUBRO
TESOUROS DA PALAVRA DE DEUS | JOÃO 11-12
“Imite a Compaixão de Jesus”
(João 11:23-26) Jesus disse-lhe: “O teu irmão vai levantar-se.” 24 Marta respondeu: “Sei que ele se levantará na ressurreição, no último dia.” 25 Jesus disse-lhe: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem exercer fé em mim, ainda que morra, voltará a viver; 26 e todo aquele que vive e exerce fé em mim nunca jamais morrerá. Acreditas nisso?”
Bíblia de Estudo, notas em Jo 11:24, 25
Sei que ele se levantará: Marta pensou que Jesus estivesse a falar da ressurreição futura, no último dia. (Jo 6:39.) A fé que ela tinha na ressurreição era notável. Alguns líderes religiosos da época, chamados saduceus, rejeitavam o ensino da ressurreição, apesar de esse ensino ser muito claro nas Escrituras inspiradas. (Da 12:13; Mr 12:18) Já os fariseus acreditavam na imortalidade da alma. No entanto, Marta sabia que Jesus ensinava a ressurreição e até já tinha ressuscitado algumas pessoas, embora nenhuma delas estivesse morta durante tanto tempo quanto Lázaro.
Eu sou a ressurreição e a vida: A morte e a ressurreição do próprio Jesus abriram o caminho para que os mortos fossem ressuscitados. Depois de ressuscitar Jesus, Jeová deu-lhe o poder não só de ressuscitar os mortos, mas também de dar vida eterna. Em Ap 1:18, Jesus descreveu-se a si mesmo como “aquele que vive” e que tem “as chaves da morte e da Sepultura”. Portanto, Jesus é a esperança dos vivos e dos mortos. Ele prometeu abrir os túmulos e dar vida aos mortos, tanto aos que vão governar com ele nos novos céus como aos que serão governados por ele na nova terra. — Jo 5:28, 29; 2Pe 3:13.
(João 11:33-35) Vendo que ela e os judeus que a acompanhavam estavam a chorar, Jesus comoveu-se profundamente e ficou aflito. 34 Ele perguntou: “Onde é que o colocaram?” Disseram-lhe: “Senhor, vem cá ver.” 35 E Jesus começou a chorar.
Bíblia de Estudo, notas em Jo 11:33-35
a chorar: Ou: “a lamentar”. A palavra grega usada aqui, muitas vezes, refere-se a chorar em voz alta, não em silêncio. O mesmo verbo grego é usado no relato em que Jesus chorou ao predizer a destruição de Jerusalém. — Lu 19:41.
comoveu-se [...] e ficou aflito: A combinação das duas palavras gregas usadas aqui, embrimáomai e tarásso, mostra que os sentimentos de Jesus nessa ocasião foram muito profundos. O verbo grego traduzido como “comoveu-se” (embrimáomai) também pode ser traduzido como “gemer”. Em geral, refere-se a um sentimento forte, e neste contexto indica que Jesus se comoveu tão profundamente que até gemeu. A palavra grega traduzida como “ficou aflito” (tarásso) refere-se literalmente a agitação. De acordo com um estudioso, neste contexto, significa “provocar uma comoção íntima; afetar com grande dor ou pesar”. O mesmo verbo grego é usado em Jo 13:21 para descrever como Jesus se sentiu ao pensar que Judas o trairia. — Veja a nota de estudo em Jo 11:35.
profundamente: Lit.: “no espírito”. Pelos vistos, a palavra grega pneúma é usada aqui para descrever a força interior que motiva a pessoa a dizer e a fazer coisas de certo modo. — Veja o Glossário, “Espírito”.
começou a chorar: O verbo grego usado aqui (dakrýo) está relacionado com o substantivo grego para “lágrimas”, que é usado em textos como Lu 7:38; At 20:19, 31; He 5:7; Ap 7:17; 21:4. Parece que esse verbo dá mais destaque à ação de derramar lágrimas do que de chorar em voz alta. Esta é a única ocorrência desse verbo nas Escrituras Gregas Cristãs. É diferente do verbo usado em Jo 11:33 (veja a nota de estudo) para descrever o choro de Maria e dos judeus. Jesus sabia que a seguir ia ressuscitar Lázaro, mas ficou muito triste por ver o sofrimento dos seus amigos queridos. Ele tinha tanto amor e compaixão pelos seus amigos que derramou lágrimas à frente de todos. Este relato deixa claro que Jesus compreende os sentimentos dos que perdem pessoas queridas.
(João 11:43, 44) Depois de dizer estas coisas, ele gritou bem alto: “Lázaro, vem para fora!” 44 O homem que estava morto saiu com os pés e as mãos amarrados com faixas, e com um pano enrolado no rosto. Jesus disse-lhes: “Tirem-lhe as faixas e deixem-no ir.”
Em Busca de Pérolas Espirituais
(João 11:49) No entanto, um deles, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: “Vocês não sabem nada,
Bíblia de Estudo, nota em Jo 11:49
sumo sacerdote: Quando Israel era uma nação independente, o sumo sacerdote continuava nesse cargo durante toda a sua vida. (Núm 35:25) Mas, durante o tempo em que o Império Romano dominava sobre Israel, os governantes designados por esse império tinham autoridade para nomear ou remover sumos sacerdotes. (Veja o Glossário, “Sumo sacerdote”.) Caifás, nomeado pelos romanos, era um diplomata habilidoso que conseguiu ficar no cargo de sumo sacerdote durante mais tempo do que todos os outros que ocuparam o cargo pouco antes dele. Foi nomeado por volta de 18 EC e continuou no cargo até por volta de 36 EC. Ao dizer que Caifás era sumo sacerdote naquele ano, ou seja, em 33 EC, parece que João quis destacar que o período de Caifás como sumo sacerdote incluiu o ano marcante em que Jesus foi executado. — Veja a possível localização da casa de Caifás no Apêndice B12.
(João 12:42) De qualquer modo, até mesmo muitos líderes dos judeus realmente depositavam fé nele, mas, por causa dos fariseus, não o declaravam publicamente, para não serem expulsos da sinagoga,
Bíblia de Estudo, notas em Jo 12:42
líderes: A palavra grega usada aqui, pelos vistos, refere-se aos membros do Sinédrio, o supremo tribunal judaico. A mesma palavra é usada em Jo 3:1 para descrever Nicodemos, que era membro do Sinédrio.
expulsos da sinagoga: Ou: “excomungados; banidos da sinagoga”. O adjetivo grego aposynágogos só é usado em Jo 9:22; 12:42 e 16:2. Uma pessoa nessa situação seria desprezada e excluída do convívio social com outros judeus. Isso causava um grande prejuízo financeiro à família. As sinagogas eram usadas, principalmente, como locais de ensino, mas também serviam até certo ponto como sedes de tribunais locais. Esses tribunais tinham a autoridade de aplicar punições como açoitamento (espancar com chicotes) e excomunhão (expulsar da comunidade religiosa). — Mt 10:17.
15 A 21 DE OUTUBRO
TESOUROS DA PALAVRA DE DEUS | JOÃO 13-14
“Estabeleci-vos o Modelo”
(João 13:5) Depois, colocou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha que tinha à cintura.
Bíblia de Estudo, nota em Jo 13:5
lavar os pés dos discípulos: No Israel antigo, as sandálias eram o tipo de calçado mais comum. Elas eram basicamente uma sola amarrada ao pé e ao tornozelo, e, por isso, era inevitável que os pés dos viajantes ficassem sujos com a lama ou o pó das ruas e dos campos. Por causa disso, era costume a pessoa tirar as sandálias ao entrar numa casa, e o anfitrião hospitaleiro providenciava que os pés dos visitantes fossem lavados. A Bíblia menciona várias vezes esse costume. (Gén 18:4, 5; 24:32; 1Sa 25:41; Lu 7:37, 38, 44) Quando Jesus lavou os pés dos discípulos, ele aproveitou esse costume para lhes dar um exemplo de humildade e disposição de servir outros.
(João 13:12-14) Então, depois de lhes lavar os pés e pôr a sua capa, ele recostou-se novamente à mesa e disse-lhes: “Compreendem o que eu vos fiz? 13 Vocês chamam-me ‘Instrutor’ e ‘Senhor’, e estão certos, pois eu o sou. 14 Portanto, se eu, o Senhor e Instrutor, lavei os vossos pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros.
Bíblia de Estudo, nota em Jo 13:12-14
devem: Ou: “têm a obrigação de”. O verbo grego traduzido aqui como “devem” é usado, muitas vezes, em contextos financeiros, com o sentido básico de “estar em dívida com alguém”. (Mt 18:28, 30, 34; Lu 16:5, 7) Aqui e em outros contextos, é usado com o sentido mais amplo de ter a obrigação de fazer alguma coisa. — 1Jo 3:16; 4:11; 3Jo 8.
Em Busca de Pérolas Espirituais
(João 14:6) Jesus respondeu-lhe: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.
Bíblia de Estudo, nota em Jo 14:6
Eu sou o caminho, a verdade e a vida: Jesus é o caminho porque somente por meio dele é possível falar com Deus em oração. Ele também é “o caminho” para que os humanos sejam reconciliados com Deus. (Jo 16:23; Ro 5:8) Jesus é a verdade no sentido de que sempre falou e viveu em harmonia com a verdade. Ele também cumpriu inúmeras profecias que mostram o papel central dele no propósito de Deus. (Jo 1:14; Ap 19:10) Essas profecias tornaram-se “‘sim’ [ou foram cumpridas] por meio dele”. (2Co 1:20) Jesus é a vida porque o resgate torna possível que a humanidade tenha “a verdadeira vida”, ou seja, “a vida eterna”. (1Ti 6:12, 19; Ef 1:7; 1Jo 1:7) Ele também será “a vida” para milhões de pessoas que serão ressuscitadas com a perspetiva de viverem para sempre no Paraíso. — Jo 5:28, 29.
(João 14:12) Digo-vos com toda a certeza: Quem exercer fé em mim fará também as obras que eu faço. E ele fará obras maiores do que estas, porque me vou embora para o Pai.
Bíblia de Estudo, nota em Jo 14:12
obras maiores do que estas: Jesus não estava a dizer que os seus discípulos fariam milagres mais impressionantes do que os que ele tinha feito. Ele estava a reconhecer humildemente que eles fariam um trabalho de pregação e ensino maior do que o dele. Os seus seguidores cobririam um território maior, alcançariam mais pessoas e pregariam durante mais tempo do que ele. Estas palavras de Jesus mostram claramente que ele esperava que os seus discípulos continuassem o trabalho que ele tinha começado.
22 A 28 DE OUTUBRO
TESOUROS DA PALAVRA DE DEUS | JOÃO 15-17
“Não Fazem Parte do Mundo”
(João 15:19) Se fizessem parte do mundo, o mundo iria amar-vos por lhe pertencerem. Agora, visto que não fazem parte do mundo, mas eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.
Bíblia de Estudo, nota em Jo 15:19
mundo: Neste contexto, a palavra grega usada aqui, kósmos, refere-se à sociedade humana injusta afastada de Deus, ou seja, todas as pessoas que não servem a Deus. João é o único escritor dos Evangelhos que registou as ocasiões em que Jesus disse que os seus seguidores não fazem parte do mundo ou que não pertencem ao mundo. Na última oração que Jesus fez com os seus apóstolos fiéis, ele disse isso mais duas vezes. — Jo 17:14, 16.
(João 15:21) Mas farão todas estas coisas contra vocês por causa do meu nome, porque não conhecem Aquele que me enviou.
Bíblia de Estudo, nota em Jo 15:21
por causa do meu nome: Na Bíblia, a palavra “nome”, às vezes, refere-se à própria pessoa, à sua reputação e a tudo o que ela representa. O nome de Jesus também inclui a autoridade e a posição que o seu Pai lhe deu. (Mt 28:18; Fil 2:9, 10; He 1:3, 4) Jesus explicou aqui porque é que as pessoas do mundo fariam coisas contra os seus seguidores: porque não conhecem Aquele que o enviou. Conhecer a Deus iria ajudá-los a entender e aceitar o que o nome de Jesus representa. (At 4:12) Isso inclui a posição de Jesus como Governante escolhido por Deus, o Rei dos reis, a quem todas as pessoas devem sujeitar-se para ganhar a vida. — Jo 17:3; Ap 19:11-16; compare com Sal 2:7-12.
Em Busca de Pérolas Espirituais
(João 17:21-23) para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em união comigo e eu estou em união contigo, para que eles também estejam em união connosco, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste. 22 Dei-lhes a glória que tu me deste, a fim de que eles sejam um, assim como nós somos um. 23 Eu em união com eles, e tu em união comigo, a fim de que estejam perfeitamente unidos, para que o mundo saiba que tu me enviaste e que os amaste assim como me amaste.
Bíblia de Estudo, notas em Jo 17:21-23
sejam um: Ou: “estejam em união”. Jesus orou para que os seus verdadeiros seguidores fossem “um”, ou seja, que trabalhassem unidos com o mesmo objetivo. Assim, eles seriam como Jesus e o seu Pai, que também eram “um” por pensarem da mesma forma e cooperarem um com o outro. (Jo 17:22) Em 1Co 3:6-9, Paulo fala sobre esse tipo de união, que existe entre os ministros cristãos que cooperam uns com os outros e com Deus. — Veja 1Co 3:8 e a nota de estudo em Jo 10:30.
estejam perfeitamente unidos: Ou: “sejam aperfeiçoados em um”. Neste versículo, Jesus mostra que a união perfeita está relacionada com ser amado pelo Pai. Isso está em harmonia com Col 3:14, que diz que o “amor [...] é o perfeito vínculo de união”. No entanto, estarem perfeitamente unidos não quer dizer que não exista nenhuma diferença entre os seguidores de Jesus. Eles continuam a ser diferentes na personalidade, consciência, habilidades e hábitos. Mas eles estão unidos nas suas crenças, ensinos e ações. — Ro 15:5, 6; 1Co 1:10; Ef 4:3; Fil 1:27.
Bíblia de Estudo, nota em Jo 10:30
somos um: Ou: “estamos em união”. Este comentário de Jesus mostra que ele e o seu Pai estão unidos em proteger as pessoas semelhantes a ovelhas e em guiá-las para a vida eterna. O Pai e o Filho fazem juntos este trabalho de pastoreio. Os dois têm a mesma preocupação com as ovelhas; eles não permitem que ninguém as arranque da mão deles. (Jo 10:27-29; compare com Ez 34:23, 24.) O Evangelho de João menciona muitas vezes essa união de sentimentos, vontade e propósito. A palavra grega traduzida aqui como “um” não está no género masculino (que indicaria “uma pessoa”), mas sim no género neutro (que indica “uma coisa”). Isso apoia a ideia de que Jesus e o seu Pai são “um” porque cooperam um com o outro, e não porque são a mesma pessoa. (Jo 5:19; 14:9, 23) Uma comparação entre as palavras de Jesus em João capítulo 10 e a oração dele registada em João capítulo 17 confirma esta ideia. Ou seja, Jesus e o seu Pai estão unidos nos seus objetivos, mas não são iguais em divindade. (Jo 10:25-29; 17:2, 9-11) Isso fica muito claro quando Jesus ora ao Pai para que os seus seguidores “sejam um”, assim como ele e o Pai ‘são um’. (Jo 17:11) Portanto, pode concluir-se que os capítulos 10 e 17 de João falam do mesmo tipo de união. — Veja 1Co 3:8.
(João 17:24) Pai, quero que aqueles que me deste estejam comigo onde eu estiver, para que vejam a glória que me deste, porque me amaste antes da fundação do mundo.
Bíblia de Estudo, nota em Jo 17:24
fundação do mundo: A palavra grega para “fundação” é traduzida como “conceber” em He 11:11, onde é usada com a palavra “descendente”. Aqui, a palavra grega usada na expressão “fundação do mundo” parece referir-se à época em que Adão e Eva geraram filhos. Jesus relacionou “a fundação do mundo” com Abel. Pelos vistos, Abel foi o primeiro humano a receber a oportunidade de ser salvo pelo resgate e o primeiro a ter o seu nome escrito no rolo da vida “desde a fundação do mundo”. (Lu 11:50, 51; Ap 17:8) O que Jesus disse em oração também confirma que há muito tempo, desde antes de Adão e Eva gerarem filhos, o Pai já amava o seu Filho unigénito.
29 DE OUTUBRO A 4 DE NOVEMBRO
TESOUROS DA PALAVRA DE DEUS | JOÃO 18-19
“Jesus Deu Testemunho da Verdade”
(João 18:36) Jesus respondeu: “O meu Reino não faz parte deste mundo. Se o meu Reino fizesse parte deste mundo, os meus assistentes teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o facto é que o meu Reino não é desta fonte.”
(João 18:37) Então, Pilatos perguntou-lhe: “Mas, então, és tu rei?” Jesus respondeu: “É o senhor que está a dizer que eu sou rei. Para isto nasci e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que está do lado da verdade escuta a minha voz.”
Bíblia de Estudo, notas em Jo 18:37
dar testemunho: Nas Escrituras Gregas Cristãs, as palavras gregas traduzidas como “dar testemunho” (martyréo), “testemunho” (martyría) e “testemunha” (mártys) são muito abrangentes. São usadas com o sentido básico de “dar testemunho sobre factos que a pessoa presenciou ou conhece bem”, mas também podem incluir a ideia de “declarar; confirmar; falar bem de”. Jesus deu testemunho da verdade por proclamar as verdades das quais ele estava convencido. Ele também viveu de um modo que confirmou as profecias e as promessas do seu Pai. (2Co 1:20) Deus predisse muitos detalhes sobre o Reino e o seu Rei Messiânico. Durante toda a sua vida na Terra, e, principalmente, ao dar a sua vida como resgate, Jesus cumpriu todas as profecias sobre si mesmo, incluindo as “sombras”, ou modelos proféticos, contidos no pacto da Lei. (Col 2:16, 17; He 10:1) Assim, pode dizer-se que Jesus ‘deu testemunho da verdade’ tanto em palavras como em ações.
a verdade: Jesus não estava a referir-se à verdade em sentido geral, mas à verdade sobre o propósito de Deus. Um aspeto importante do propósito de Deus é que Jesus, o “filho de David”, serve como Sumo Sacerdote e Rei do Reino de Deus. (Mt 1:1) Jesus explicou que um dos motivos principais da sua vinda como humano, da sua vida na Terra e do seu ministério era declarar a verdade sobre esse Reino. Os anjos também anunciaram uma mensagem parecida antes e por ocasião do nascimento de Jesus em Belém da Judeia, a cidade em que David tinha nascido. — Lu 1:32, 33; 2:10-14.
(João 18:38a) Pilatos disse-lhe: “O que é verdade?”
Bíblia de Estudo, nota em Jo 18:38a
O que é verdade?: Pelos vistos, a pergunta de Pilatos era sobre a verdade em sentido geral, não sobre “a verdade” que Jesus tinha acabado de mencionar. (Jo 18:37) Se a pergunta de Pilatos fosse sincera, Jesus, sem dúvida, teria respondido. Mas é provável que Pilatos não estivesse à espera de uma resposta. Aparentemente, ele estava a dizer, de forma descrente e cínica: “Verdade? O que é isso? Não existe verdade!” De facto, Pilatos nem esperou que Jesus respondesse e saiu para falar com os judeus.
Em Busca de Pérolas Espirituais
(João 19:30) Depois de receber o vinho acre, Jesus disse: “Está consumado!” e, inclinando a cabeça, entregou o seu espírito.
Bíblia de Estudo, nota em Jo 19:30
entregou o seu espírito: Ou: “expirou; deu o seu último suspiro; parou de respirar”. A palavra “espírito” (em grego, pneúma) pode ser entendida aqui como “fôlego” ou “força de vida”. Os relatos paralelos de Mr 15:37 e Lu 23:46 apoiam isto, porque usam o verbo grego ekpnéo (lit.: “expirar; soltar o ar”), que foi traduzido como “morreu” ou, conforme as notas de rodapé, “deu o seu último suspiro”. Alguns sugerem que o uso da palavra grega traduzida como “entregou” significa que Jesus decidiu parar de lutar pela vida, visto que tudo estava consumado, ou terminado. Ele voluntariamente “derramou a sua vida até à morte”. — Is 53:12; Jo 10:11.
(João 19:31) Visto que era o dia da Preparação, para evitar que os corpos permanecessem nas estacas no sábado (pois aquele sábado seria um grande sábado), os judeus pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos homens e retirar os corpos.
Bíblia de Estudo, nota em Jo 19:31
aquele sábado seria um grande sábado: O dia 15 de nisã, o dia depois da Páscoa, era sempre considerado um sábado, não importava em que dia da semana calhasse. (Le 23:5-7) Quando esse sábado especial coincidia com o sábado semanal, era considerado “um grande” sábado. (O sábado semanal era o sétimo dia da semana judaica. Começava ao pôr do sol de sexta-feira e ia até ao pôr do sol de sábado.) Visto que o dia a seguir ao da morte de Jesus é descrito como um grande sábado, então, ele morreu numa sexta-feira. No período entre 31 e 33 EC, o único ano em que o dia 14 de nisã calhou numa sexta-feira foi em 33 EC. Isto apoia a conclusão de que Jesus morreu no dia 14 de nisã de 33 EC.