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  • Para Jeová tudo é possível
  • A Sentinela A Anunciar o Reino de Jeová (Edição de Estudo) — 2018
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    Despertai! — 2011
A Sentinela A Anunciar o Reino de Jeová (Edição de Estudo) — 2018
w18 fevereiro pp. 13-17
Beishenbai Berdibaev

BIOGRAFIA

Para Jeová, tudo é possível

Narrada por Beishenbai Berdibaev

CERTO dia, enquanto a minha esposa, Mairambubu, viajava de autocarro, ela ouviu uma mulher dizer: “Um dia, nunca mais ninguém vai morrer. E os que já morreram voltarão a viver.” A minha esposa ficou muito curiosa. Quando o autocarro parou e os passageiros começaram a sair, ela foi a correr atrás da mulher para saber mais. A mulher chamava-se Apun Mambetsadykova e era uma Testemunha de Jeová. Naquela época, quem falava com as Testemunhas de Jeová podia ter problemas, mas as coisas que aprendemos com Apun transformaram as nossas vidas.

UMA INFÂNCIA DIFÍCIL

Eu nasci em 1937, numa grande quinta perto de Tokmok, no Quirguistão. A nossa família faz parte do povo quirguiz. Os meus pais eram agricultores e trabalhavam muito, desde o amanhecer até ao anoitecer. Os trabalhadores da quinta recebiam os alimentos para o dia a dia, mas o pagamento em dinheiro só era feito uma vez por ano. Foi muito difícil para a minha mãe cuidar de mim e da minha irmã mais nova. Depois de eu ter estudado apenas cinco anos na escola, também comecei a trabalhar o dia inteiro na quinta.

Mapa do Quirguistão
Montanhas de Teskey Ala-Too

As montanhas Teskey Ala-Too

A região em que cresci era muito pobre. Tínhamos de trabalhar muito para conseguir apenas o básico. Quando eu era jovem, não pensava muito sobre o objetivo da vida ou sobre um futuro melhor. Eu nem sequer imaginava que a verdade sobre Jeová ia mudar a minha vida. A forma como a verdade chegou ao Quirguistão é uma história muito encorajadora. Tudo começou na região onde cresci, no norte do Quirguistão.

COMO A VERDADE CHEGOU AO QUIRGUISTÃO

A verdade chegou ao Quirguistão nos anos 50. No entanto, isso não foi nada fácil. Porquê? Porque o Quirguistão era parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). E, em toda a URSS, as Testemunhas de Jeová eram perseguidas como criminosas porque não se envolviam na política. (João 18:36) Mas nada pode impedir que a verdade chegue às pessoas de coração sincero. De facto, uma das lições mais importantes que aprendi na vida é que, para Jeová, “todas as coisas são possíveis”. — Mar. 10:27.

Emil Yantzen

Emil Yantzen

 A perseguição que as Testemunhas de Jeová sofreram na URSS fez com que a verdade chegasse ao Quirguistão. Como assim? Qualquer pessoa que fosse presa ia para a Sibéria, que também fazia parte da URSS. Muitos vinham para o Quirguistão depois de serem libertos. Alguns eram irmãos e trouxeram a verdade com eles. Emil Yantzen, que nasceu no Quirguistão em 1919, foi uma dessas pessoas. Ele foi mandado para um campo de concentração na Sibéria e, lá, conheceu as Testemunhas de Jeová. Ele aceitou a verdade e voltou para casa em 1956. Emil veio morar na região de Sokuluk, perto de onde eu morava. Em 1958, foi formada em Sokuluk a primeira congregação do Quirguistão.

Victor Vinter

Victor Vinter

Um ano depois, um irmão chamado Victor Vinter mudou-se para Sokuluk. Ele tinha enfrentado muitas dificuldades. Por se manter neutro, cumpriu duas penas de prisão, cada uma com a duração de três anos. Depois, ficou preso mais dez anos e passou outros cinco anos no exílio. Mesmo assim, a perseguição não impediu que mais pessoas aprendessem a verdade.

A VERDADE APROXIMA-SE DE CASA

Eduard Varter

Eduard Varter

Em 1963, havia mais ou menos 160 Testemunhas de Jeová no Quirguistão. Muitas delas tinham vindo da Alemanha, da Ucrânia e da Rússia. O irmão Eduard Varter estava entre elas. Ele tinha sido batizado na Alemanha, em 1924. Nos anos 40, os nazis tinham-no mandado para um campo de concentração. E, alguns anos depois de ser solto, os comunistas da URSS mandaram-no para o exílio. Em 1961, Eduard mudou-se para a cidade de Kant, muito perto de onde eu morava.

Elizabeth Fot; Aksamai Sultanalieva

Elizabeth Fot; Aksamai Sultanalieva

Uma serva fiel de Jeová, chamada Elizabeth Fot, também vivia em Kant. Ela trabalhava como costureira. Como era muito boa no que fazia, vários médicos e professores encomendavam-lhe roupa. Uma das suas clientes era Aksamai Sultanalieva, a esposa de um oficial do gabinete do procurador-geral. Quando foi encomendar algumas peças de roupa a Elizabeth, Aksamai fez muitas perguntas sobre o objetivo da vida e sobre os mortos. A irmã Elizabeth usou a Bíblia para responder a todas as perguntas. Algum tempo depois, Aksamai tornou-se uma pregadora zelosa das boas novas.

Nikolai Chimpoesh

Nikolai Chimpoesh

Naquela mesma época, o irmão Nikolai Chimpoesh, da Moldávia, foi designado superintendente de circuito. Ele serviu nessa designação durante quase 30 anos. Além de visitar as congregações, ele cuidava do trabalho de copiar e distribuir as publicações. Como era de se esperar, isso não passou despercebido às autoridades. Por isso, o irmão Eduard Varter deu a Nikolai um conselho encorajador: “Quando as autoridades te interrogarem, sê honesto e diz que recebemos as nossas publicações da sede mundial em Brooklyn. Não tenhas medo e olha diretamente para os olhos do agente do KGB. Não precisas de ficar preocupado com nada.”a — Mat. 10:19.

Pouco depois dessa conversa, Nikolai foi convocado para ir ao quartel general do KGB. Ele conta o que aconteceu: “O agente do KGB queria saber de onde vinham as nossas publicações. Eu disse-lhe que vinham de Brooklyn. Como ele não esperava essa resposta, ficou sem reação. Depois, deixou-me ir embora e nunca mais voltou a procurar-me.” Todos esses irmãos corajosos continuaram a pregar com cuidado na região onde eu morava, no norte do Quirguistão. A minha esposa, Mairambubu, foi a primeira pessoa da nossa família a ouvir falar das boas novas. Isso aconteceu em 1981.

A VERDADE CHEGA À NOSSA FAMÍLIA

Mairambubu nasceu na região de Naryn, também no Quirguistão. Em agosto de 1974, ela foi à casa da minha irmã mais nova e foi lá que nos conhecemos. Eu gostei dela assim que a vi. Casámo-nos naquele mesmo dia.

Apun Mambetsadykova

Apun Mambetsadykova

Em janeiro de 1981, Mairambubu ia para o mercado quando ouviu a conversa mencionada no início. Ela queria aprender mais sobre o que ouviu. Por isso, perguntou à mulher como se chamava e onde morava. A irmã disse-lhe que se chamava Apun. Mas, como nos anos 80 a obra das Testemunhas de Jeová ainda estava proscrita, ela preferiu não lhe dar o seu endereço. Em vez disso, anotou o nosso. Mairambubu chegou a casa muito empolgada.

Ela disse: “Hoje ouvi coisas maravilhosas. Uma mulher disse-me que um dia as pessoas vão deixar de morrer. E até os animais selvagens vão ser mansos.” Para mim, aquilo parecia bom demais para ser verdade. Eu disse: “Vamos esperar que ela cá venha e nos explique isso melhor.”

Três meses depois, Apun veio à nossa casa. Depois, ela visitou-nos várias vezes juntamente com outras irmãs. Assim, conhecemos algumas das primeiras Testemunhas de Jeová do povo quirguiz. Aprendemos as verdades maravilhosas sobre Jeová. Nós estudávamos o livro Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado.b Como em Tokmok só existia um exemplar desse livro, fizemos uma cópia à mão para nós.

Uma das primeiras coisas que aprendemos foi a profecia de Génesis 3:15. Esta profecia vai-se cumprir com Jesus, o Rei do Reino de Deus. Esta é uma mensagem que todos precisam de ouvir, e é mais um motivo para participarmos na pregação. (Mat. 24:14) Em pouco tempo, as verdades da Bíblia transformaram as nossas vidas.

AGRADAR A JEOVÁ, MESMO SOB PROSCRIÇÃO

Um dia, um irmão convidou-nos para um casamento em Tokmok. Assim que chegámos lá, percebemos que as Testemunhas de Jeová eram pessoas diferentes. A festa estava bem organizada e não havia bebidas alcoólicas. Já nos casamentos a que estávamos habituados, as pessoas embebedavam-se, tinham um mau comportamento e diziam palavrões.

Nós também fomos a algumas reuniões na congregação de Tokmok. Quando o tempo estava bom, as reuniões eram feitas na floresta. Como os irmãos sabiam que a polícia nos estava a vigiar, em todas as reuniões, um irmão ficava a ver se aparecia alguém. Já no inverno, as reuniões eram feitas numa casa. Algumas vezes, a polícia chegou a entrar na casa e exigiu saber o que estávamos a fazer. Em julho de 1982, quando eu e Mairambubu nos batizámos no rio Chüy, tivemos de ter muito cuidado. (Mat. 10:16) Os irmãos chegaram em pequenos grupos e reunimo-nos na floresta. Depois, cantámos um cântico e ouvimos o discurso de batismo.

MAIOR PARTICIPAÇÃO NO SERVIÇO DE JEOVÁ

Em 1987, um irmão pediu-me para visitar uma pessoa interessada na cidade de Balykchy. Para chegar a essa cidade, tínhamos de viajar quatro horas de comboio. Depois de pregarmos várias vezes em Balykchy, percebemos que havia lá muitas pessoas interessadas na verdade. Por isso, essa era uma excelente oportunidade de aumentarmos a nossa participação no serviço de Jeová.

Eu viajava com Mairambubu para Balykchy quase todos os fins de semana. Lá, saíamos à pregação e fazíamos as reuniões. A necessidade de publicações foi crescendo cada vez mais. Por isso, tivemos de levar ainda mais publicações de Tokmok para Balykchy. Usávamos uma mishok, que é uma saca para transportar batatas. Todos os meses, levávamos duas sacas cheias de publicações, e não sobrava nada. Também aproveitávamos a viagem de comboio para pregar.

Em 1995, uma congregação foi formada em Balykchy. As viagens de Tokmok para Balykchy eram muito caras, e nós não tínhamos muito dinheiro. Como conseguimos fazer isso durante oito anos? Como queríamos fazer mais para Jeová, ele abriu-nos “as comportas dos céus”. (Mal. 3:10) Havia um irmão bondoso que nos ajudava sempre com o dinheiro de que precisávamos. Realmente, para Jeová, todas as coisas são possíveis.

CUIDAR DA CONGREGAÇÃO E DA FAMÍLIA

Em 1992, fui o primeiro do povo quirguiz a ser designado ancião no país. Havia muito trabalho para ser feito na nossa congregação em Tokmok. Nós dirigíamos estudos, em várias escolas, a jovens do povo quirguiz. Hoje, um deles serve na Comissão da Filial e outros dois são pioneiros especiais. Também pudemos ajudar muitos nas reuniões. No início dos anos 90, tanto as reuniões como as publicações eram em russo. No entanto, como muitos irmãos tinham como língua materna o quirguiz, eu traduzia-lhes as reuniões. Isso ajudou-os a entenderem a verdade mais rápido.

Beishenbai Berdibaev e a sua esposa com oito dos seus filhos

Com a minha esposa e oito dos nossos filhos, em 1989

Eu e Mairambubu também tínhamos muito trabalho em casa a cuidar da nossa família. Nós levávamos os nossos filhos à pregação e às reuniões. A nossa filha Gulsayra, que só tinha 12 anos na época, gostava muito de dar testemunho na rua. E todos os nossos filhos gostavam muito de decorar textos bíblicos. Assim, tanto eles, como depois os filhos deles, estavam sempre envolvidos em atividades espirituais. Dos nossos 9 filhos e 11 netos que ainda estão vivos, 16 servem a Jeová ou vão às reuniões com os pais.

O PROGRESSO DA OBRA NO QUIRGUISTÃO

Os primeiros irmãos que começaram a pregar na nossa região nos anos 50 nem sequer imaginavam o progresso que a obra ia ter. Por exemplo, desde os anos 90, temos tido mais liberdade para pregar e fazer reuniões maiores.

Beishenbai Berdibaev e a sua esposa pregam a um funcionário de uma loja

Com a minha esposa na pregação

Em 1991, eu e a minha esposa fomos pela primeira vez na vida a um congresso. Foi em Alma-Ata, agora chamada Almaty, no Cazaquistão. E, em 1993, tivemos no estádio Spartak, em Bisqueque, o primeiro congresso no Quirguistão. Os irmãos passaram uma semana a limpar o estádio para o congresso. O diretor do estádio ficou tão impressionado que nos deixou usar o local sem pagar nada.

Ficámos muito felizes em 1994, quando tivemos a primeira publicação impressa em quirguiz. Outra ocasião especial foi em 1998, quando a nossa obra foi legalizada no Quirguistão. E, desde 2004, as publicações são traduzidas para o quirguiz por uma equipa de tradução na filial do país, em Bisqueque. A organização cresceu tanto que hoje existem mais de 5 mil publicadores no Quirguistão. Temos um total de 83 congregações e 25 grupos em chinês, inglês, quirguiz, russo, turco, uigur, uzbeque e língua gestual russa. E, não importa de que país tenham vindo, todos os irmãos no Quirguistão servem a Jeová em união. Sem dúvida, foi Jeová que fez com que todas essas coisas fossem possíveis.

Jeová também transformou a minha vida. Eu cresci numa família simples de agricultores e frequentei a escola durante cinco anos. Mesmo assim, tornei-me ancião e Jeová usou-me para ensinar as verdades da Bíblia a pessoas que eram muito mais instruídas do que eu. Realmente, Jeová pode fazer acontecer coisas que parecem impossíveis. A minha experiência motiva-me a continuar a falar a outros sobre Jeová, o Deus para quem “todas as coisas são possíveis”. — Mat. 19:26.

a KGB é a sigla russa para o Comité de Segurança do Estado, que funcionou na época da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

b Publicado pelas Testemunhas de Jeová, mas atualmente está esgotado.

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