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  • Eu vi a fé dos servos de Jeová
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová (Edição de Estudo) — 2023
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová (Edição de Estudo) — 2023
w23 fevereiro pp. 26-30
Robert Landis.

BIOGRAFIA

Eu vi a fé dos servos de Jeová

NARRADA POR ROBERT LANDIS

TALVEZ se lembre de algumas conversas que marcaram a sua vida. No meu caso, uma dessas conversas foi há 50 anos, com um amigo, no Quénia. Depois de vários meses a viajarmos juntos, já estávamos morenos de apanhar tanto sol. Certo dia, quando estávamos à volta de uma fogueira a conversar sobre um filme com um tema religioso, o meu amigo disse: “O filme distorceu completamente o que a Bíblia diz.”

Eu comecei-me a rir porque achava que o meu amigo não tinha nada de religioso. Então, perguntei-lhe: “O que é que sabes sobre a Bíblia?” Ele tentou mudar de assunto, mas, depois, disse-me que a mãe dele era Testemunha de Jeová e que ele aprendeu algumas coisas com ela. Eu fiquei curioso e comecei a fazer-lhe mais perguntas.

Conversámos pela noite adentro. O meu amigo contou-me que a Bíblia diz que é Satanás quem governa o mundo. (João 14:30) Talvez muitas pessoas já soubessem disso, mas para mim foi algo completamente novo que me intrigou. Desde que era criança, aprendi que um Deus amoroso controlava o mundo, mas achava que isso não fazia sentido. Eu só tinha 26 anos, mas já tinha visto muitas coisas más que me perturbaram.

O meu pai tinha sido piloto na Força Aérea dos Estados Unidos. Por isso, desde bem pequeno, eu sabia que uma guerra nuclear poderia acontecer a qualquer momento. Quando estava na universidade, na Califórnia, começou a guerra do Vietname, e comecei a participar em protestos com outros estudantes. Polícias com cassetetes perseguiam-nos; nós fugíamos, quase cegos e asfixiados por causa do gás lacrimogéneo. Foi uma época de muitos tumultos e revoltas. Políticos foram assassinados, e as pessoas faziam muitos protestos. Havia muitas opiniões diferentes, e era tudo muito confuso.

Robert ao lado da sua mota a mostrar um mapa das suas viagens.

De Londres para a África Central

Em 1970, arranjei um emprego na costa norte do Alasca e ganhei muito dinheiro. Depois, fui para Londres, comprei uma mota e conduzi sem nenhum destino em mente. Meses depois, cheguei a África. Durante a minha viagem, conheci pessoas que também estavam a viajar para, de alguma forma, fugirem dos seus problemas.

Por causa de tudo o que eu já tinha visto, achei que o ensino da Bíblia fazia sentido: uma criatura espiritual maligna estava a controlar o mundo. Mas se Deus não estava a controlar o mundo, onde é que estava? Era isso o que eu queria saber.

Nos meses seguintes, eu encontrei a resposta. E, com o passar do tempo, conheci muitas pessoas que, em diferentes circunstâncias, permaneceram fiéis ao único Deus verdadeiro.

IRLANDA DO NORTE – “A TERRA DE BOMBAS E TIROS”

Quando voltei para Londres, entrei em contacto com a mãe daquele meu amigo, e ela deu-me uma Bíblia. Mais tarde, quando fui para Amsterdão, um irmão viu-me a ler a Bíblia na rua e ofereceu-se para me ajudar a entendê-la melhor. Depois, eu fui para Dublin e descobri onde ficava o Betel. Eu bati à porta da entrada principal. Foi assim que conheci Arthur Matthews, um irmão sábio e experiente. Eu pedi um estudo bíblico, e ele começou a estudar comigo.

Eu levava o estudo muito a sério e comecei a ler todos os livros e revistas da organização. É claro que eu também lia a Bíblia. Para mim, era tudo muito emocionante! Nas reuniões, eu via que até as crianças sabiam responder às perguntas que intrigavam homens sábios há muito tempo: “Porque é que existe tanta maldade? Quem é Deus? O que acontece depois da morte?” Naquela época, como eu não conhecia mais ninguém no país, todos os meus amigos eram Testemunhas de Jeová. Eles ajudaram-me a aproximar-me de Jeová e a amá-lo.

O Nigel, o Denis e eu

Eu batizei-me em 1972. Um ano depois, comecei a servir como pioneiro e a apoiar uma pequena congregação em Newry, na Irlanda do Norte. Eu arrendei uma casa de campo na encosta de uma montanha. Havia algumas vacas num terreno ali perto e eu treinava os meus discursos à frente delas. Parecia que elas prestavam muita atenção enquanto comiam erva. Elas não conseguiam dar-me conselhos de oratória, mas ajudaram-me muito a melhorar o contacto visual com a assistência. Em 1974, fui designado como pioneiro especial juntamente com o irmão Nigel Pitt. Tornámo-nos grandes amigos.

Por causa dos conflitos, havia muita violência na Irlanda do Norte. Alguns diziam que a Irlanda do Norte era “a terra de bombas e tiros”. Era comum haver lutas, tiros e atentados com carros armadilhados. Os problemas eram políticos e religiosos. No entanto, tanto os protestantes como os católicos sabiam que as Testemunhas de Jeová não se envolvem em política. Por isso, conseguíamos pregar livremente e em segurança. Os moradores normalmente já sabiam onde e quando haveria problemas e avisavam-nos com antecedência.

Mesmo assim, houve algumas situações muito tensas. Um dia, eu e outro pioneiro, Denis Carrigan, estávamos a pregar numa pequena cidade em que não havia irmãos e onde só tínhamos pregado uma vez. Uma mulher acusou-nos de sermos soldados britânicos disfarçados, provavelmente, porque não tínhamos sotaque irlandês. Nós ficámos com medo, porque uma pessoa podia ser morta ou levar um tiro num joelho só por ser simpática com um soldado, por isso, não é difícil imaginar o que fariam se encontrassem um soldado! Enquanto estávamos à espera do autocarro ao frio, vimos um carro a estacionar ao pé do café onde a mulher nos acusou. Ela apontou para nós, enquanto falava com os dois homens que estavam no carro. Eles conduziram lentamente na nossa direção e começaram a fazer-nos perguntas sobre o horário do autocarro. Quando o autocarro chegou, eles conversaram com o motorista, mas nós não conseguimos ouvir o que eles estavam a dizer. Éramos os únicos passageiros e tínhamos a certeza de que eles estavam a planear fazer-nos mal fora da cidade. Mas isso não aconteceu. Quando saímos do autocarro, eu perguntei ao motorista: “Aqueles homens queriam saber alguma coisa sobre nós?” Ele respondeu: “Eu sei quem vocês são, e disse-lhes isso. Não se preocupem, agora vocês estão em segurança.”

Robert e Pauline no dia do seu casamento.

No dia do nosso casamento, em março de 1977

Em 1976, numa assembleia de distritoa em Dublin, eu conheci a Pauline Lomax, uma pioneira especial que tinha vindo de Inglaterra. Ela era uma irmã humilde, espiritual e muito amorosa. Ela e o seu irmão, Ray, conheciam a verdade desde crianças. Um ano depois, eu e a Pauline casámo-nos e continuámos a servir como pioneiros especiais em Ballymena, na Irlanda do Norte.

Durante algum tempo, estivemos no serviço de viajante em Belfast, Londonderry e outros lugares perigosos. Nós sentíamo-nos encorajados ao ver a fé que os irmãos precisavam de ter para abandonar crenças religiosas, preconceitos e ódios arraigados – tudo para servir a Jeová. E ele protegeu-os e abençoou-os muito!

Eu morei na Irlanda durante dez anos. Mas, em 1981, fomos convidados para cursar a 72.ª turma de Gileade. Depois da formatura, fomos designados para a Serra Leoa, na África Ocidental.

SERRA LEOA – FÉ APESAR DE POBREZA

Nós morávamos num lar missionário com mais 11 pessoas. Tínhamos de dividir uma cozinha, três casas de banho, dois chuveiros, um telefone, uma máquina de lavar e uma de secar. Era muito comum haver cortes de energia, e isso podia acontecer a qualquer momento. Os ratos invadiam o sótão, e as cobras entravam na cave.

Robert e outras pessoas com as suas motas atravessam um rio numa jangada de madeira.

A atravessar um rio para ir a um congresso na Guiné

As condições não eram as melhores, mas a pregação era incrível. As pessoas respeitavam a Bíblia e escutavam com atenção. Muitos começaram a estudar e aceitaram a verdade. As pessoas da região chamavam-me “senhor Robert”, e a Pauline era a “senhora Robert”. Mas depois, eu tive de passar mais tempo em Betel e menos na pregação. Passado algum tempo, as pessoas começaram a chamar à minha esposa “senhora Pauline”, e eu passei a ser o “senhor Pauline”. Ela gostou muito disso!

Robert e Pauline com o seu carro.

A ir para uma campanha de pregação na Serra Leoa

Muitos irmãos eram pobres, mas Jeová sempre lhes deu o necessário, às vezes, de maneiras surpreendentes. (Mat. 6:33) Eu lembro-me de uma irmã que só tinha dinheiro para comprar comida para ela e para os filhos para aquele dia. Mas ela deu o dinheiro que tinha a um irmão doente que precisava de comprar medicação para a malária. Nesse mesmo dia, apareceu inesperadamente uma mulher que precisava de arranjar o cabelo e que pagou à irmã para fazer isso. Nós vimos coisas desse género acontecerem várias vezes.

NIGÉRIA – UMA NOVA CULTURA

Ficámos nove anos na Serra Leoa. Depois, fomos para o Betel da Nigéria. Agora estávamos num Betel muito maior. O meu trabalho era muito parecido com o que eu fazia na Serra Leoa, mas para a Pauline foi uma grande mudança. Antes, ela passava 130 horas na pregação todos os meses e tinha muitos estudos bíblicos progressivos. Mas agora ela iria trabalhar em costura, a fazer arranjos em roupas. Foi preciso algum tempo para ela se acostumar. Uma coisa que a ajudou foi perceber que muitos davam valor ao que ela fazia e essa era uma oportunidade para encorajar outros betelitas.

A cultura da Nigéria era completamente nova para nós, e tínhamos muito que aprender. Certa vez, um irmão veio ao meu escritório e apresentou-me uma irmã recém-chegada a Betel. Quando a ia cumprimentar, ela ajoelhou-se e curvou-se à minha frente. Eu fiquei chocado! Nesse momento, vieram-me à mente dois textos: Atos 10:25, 26 e Apocalipse 19:10. Eu pensei: ‘Será que devo dizer-lhe para não fazer isso?’ Mas ao mesmo tempo, lembrei-me de que, se ela tinha sido convidada para servir em Betel era porque já conhecia o que a Bíblia ensina.

Eu fiquei embaraçado e não sabia o que fazer. Depois de alguma pesquisa, descobri que a irmã tinha agido de acordo com uma tradição comum em algumas partes do país. Os homens também tinham o costume de se curvarem. Era uma forma de mostrar respeito e não tinha nada a ver com adoração. Há exemplos disso na Bíblia. (1 Sam. 24:8) Eu fiquei feliz por não ter dito, na minha ignorância, algo que poderia ter deixado a irmã constrangida.

Nós conhecemos muitos irmãos nigerianos que, ao longo dos anos, mostraram uma enorme fé em Jeová. Um deles foi Isaiah Adagbona.b Ele aprendeu a verdade quando era jovem, mas depois foi diagnosticado com lepra. Ele foi enviado para uma colónia de leprosos, onde era a única Testemunha de Jeová. Apesar da oposição, ele ajudou mais de 30 leprosos a aceitar a verdade e começou uma congregação na colónia.

QUÉNIA – OS IRMÃOS FORAM PACIENTES COMIGO

Com um rinoceronte órfão no Quénia

Em 1996, fomos designados para servir no Quénia. Essa foi a primeira vez que eu voltei a esse país desde a minha primeira viagem, antes de ser cristão. Nós morávamos em Betel. E entre os visitantes havia macacos. Eles “assaltavam” as irmãs que carregavam fruta. Um dia, uma betelita deixou a janela do quarto aberta e, quando voltou, encontrou uma família de macacos a deliciar-se com a comida que estava no quarto. Ela deu um grito e saiu do quarto a correr. Os macacos também gritaram e fugiram pela janela.

Eu e a Pauline começámos a apoiar uma congregação em suaíli. Em pouco tempo, fui designado para dirigir o Estudo de Livro de Congregação (hoje chamado Estudo Bíblico de Congregação). Mas eu falava suaíli como uma criança. Eu estudava bem a matéria antes para, pelo menos, conseguir fazer as perguntas. Mas se alguém fizesse um comentário que fugisse um pouco ao que estava escrito, eu já não entendia nada. Era muito constrangedor! Eu sentia pena dos irmãos, mas ao mesmo tempo ficava impressionado com a humildade deles e a paciência que tinham comigo.

ESTADOS UNIDOS – FÉ APESAR DE RIQUEZA

Nós ficámos no Quénia menos de um ano. Depois, em 1997, fomos convidados para servir no Betel de Brooklyn, Nova Iorque. Agora estávamos num país onde as pessoas tinham muito em sentido material, e isso pode trazer alguns problemas. (Pro. 30:8, 9) Mas, mesmo num país assim, a espiritualidade dos nossos irmãos é muito forte. Eles usam o tempo e recursos, não para ficarem ricos, mas para apoiarem a obra da organização de Jeová.

Ao longo dos anos, temos visto como os nossos irmãos são fiéis a Jeová, apesar de várias circunstâncias. Na Irlanda, vimos a fé dos irmãos apesar de violência; em África, vimos fé apesar de pobreza e isolamento e, nos Estados Unidos, vimos fé apesar de riqueza. Jeová, com certeza, fica muito feliz quando vê o seu povo mostrar amor por ele em qualquer situação.

Com a Pauline no Betel de Warwick

O tempo passou a correr. Como diz Jó 7:6, os dias passaram “mais rápido do que a lançadeira do tecelão”. Agora servimos na sede mundial em Warwick, Nova Iorque, e temos a alegria de continuar a servir com pessoas que realmente se amam umas às outras. Somos muito felizes por fazer o nosso melhor para apoiar o nosso Rei, Jesus Cristo, que em breve vai recompensar todos aqueles que são fiéis. — Mat. 25:34.

a Hoje conhecida como congresso regional.

b A história de Isaiah Adagbona aparece na Sentinela de 1 de abril de 1998, pp. 22-27. Ele morreu em 2010.

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