ECLESIASTES
1 As palavras do congregante,*+ filho de Davi, rei em Jerusalém.+
6 O vento sopra para o sul e gira para o norte;
Dá voltas e voltas, girando continuamente; o vento continua dando as suas voltas.
7 Todos os rios* correm para o mar; mesmo assim, o mar não fica cheio.+
Os rios voltam para o lugar de onde saíram, a fim de correr novamente.+
8 Todas as coisas são cansativas,
Mais do que se pode dizer.
O olho não se satisfaz com o que vê,
Nem o ouvido se sacia com o que ouve.
10 Será que há alguma coisa de que se possa dizer: “Veja, isto é novo”?
Tudo já existe há muito tempo;
Já existia antes da nossa época.
11 Ninguém se lembra dos que viveram nos tempos antigos;
E ninguém se lembrará dos que vierem depois;
Nem estes serão lembrados pelos que vierem depois deles.+
12 Eu, o congregante, tornei-me rei sobre Israel, em Jerusalém.+ 13 Empenhei-me em estudar e investigar com sabedoria+ tudo o que se faz debaixo dos céus+ — a ocupação penosa que Deus deu aos filhos dos homens, que os mantém ocupados.
15 O que é torto não pode ser endireitado,
E o que está faltando não pode ser enumerado.
16 Então eu disse no meu coração: “Bem, adquiri grande sabedoria, mais do que qualquer outro antes de mim em Jerusalém,+ e meu coração obteve muita sabedoria e conhecimento.”+ 17 Eu me dediquei a conhecer a sabedoria, a conhecer a loucura* e a conhecer a tolice+ — e isso também é correr atrás do vento.
18 Porque muita sabedoria traz muita frustração,
De modo que aquele que aumenta seu conhecimento aumenta sua dor.+
2 Então eu disse no meu coração: “Vou experimentar o prazer* e ver o que eu ganho com isso.” Mas vi que isso também era vaidade.
2 Eu disse do riso: “Loucura!”
E do prazer:* “Para que serve?”
3 Fiz uma investigação profunda: eu me permiti deliciar-me com vinho,+ mantendo minha sabedoria todo o tempo; fui ao ponto de abraçar a tolice, para descobrir o que seria melhor os humanos fazerem nos poucos dias de vida que têm debaixo dos céus. 4 Empreendi grandes obras.+ Construí casas+ e plantei vinhedos para mim.+ 5 Fiz para mim pomares e parques, e plantei neles todo tipo de árvores frutíferas. 6 Fiz para mim reservatórios de água para irrigar um bosque* de árvores verdejantes. 7 Adquiri servos e servas, e tive servos+ que nasceram na minha casa.* Também adquiri muitos rebanhos — gado bovino e ovelhas+ —, mais do que todos os que me precederam em Jerusalém. 8 Acumulei para mim prata e ouro, tesouros*+ de reis e de províncias.+ Reuni para mim cantores e cantoras, bem como o grande prazer dos filhos dos homens: uma mulher, sim, muitas mulheres.* 9 Então, tornei-me grande e superei todos os que me precederam em Jerusalém.+ E a minha sabedoria continuou comigo.
10 Não me neguei nada do que desejei.*+ Não privei meu coração de nenhum tipo de prazer.* Meu coração se alegrava por causa de todo o meu trabalho árduo, e essa era a minha recompensa* por todo o meu trabalho árduo.+ 11 Mas, quando refleti em todas as obras que minhas próprias mãos tinham feito e em todo o trabalho árduo que eu tinha realizado com tanto esforço,+ vi que tudo era vão, era correr atrás do vento;+ não havia nada de real valor* debaixo do sol.+
12 Então voltei minha atenção para a sabedoria, a loucura e a tolice.+ (Pois o que pode fazer o homem que vem depois do rei? Apenas o que já se fez.) 13 E eu vi que a sabedoria leva vantagem sobre a tolice,+ assim como a luz leva vantagem sobre a escuridão.
14 O sábio tem olhos que enxergam claramente;*+ mas o tolo anda em escuridão.+ Também entendi que o fim de ambos é o mesmo.+ 15 Então eu disse no meu coração: “Aquilo que acontece com o tolo também vai acontecer comigo.”+ Então, o que foi que eu ganhei, tornando-me excessivamente sábio? E eu disse no meu coração: “Isso também é vaidade.” 16 Porque nem o sábio nem o tolo serão lembrados para sempre.+ Nos dias futuros, todos terão sido esquecidos. E como morrerá o sábio? Assim como o tolo.+
17 Então passei a odiar a vida,+ porque todo o trabalho que se fazia debaixo do sol me pareceu aflitivo, pois tudo era vão,+ era correr atrás do vento.+ 18 Passei a odiar tudo pelo qual havia trabalhado tão arduamente debaixo do sol,+ porque eu teria de deixar tudo aquilo para o meu sucessor.+ 19 E quem pode dizer se ele será sábio ou tolo?+ De qualquer modo, ele assumirá o controle sobre tudo que adquiri debaixo do sol com grande esforço e sabedoria. Isso também é vaidade. 20 Então meu coração começou a ficar desiludido com respeito a todo o trabalho árduo em que eu tanto havia me esforçado debaixo do sol. 21 Pois mesmo que um homem trabalhe arduamente, guiado por sabedoria, conhecimento e habilidade, ele terá de entregar tudo que ganhou* a alguém que não trabalhou por aquilo.+ Isso também é vaidade e uma grande desgraça.*
22 O que é que o homem realmente ganha com todo o seu trabalho árduo e a ambição que o impele a* trabalhar arduamente debaixo do sol?+ 23 Durante todos os seus dias, seu trabalho traz dor e frustração,+ e nem à noite seu coração descansa.+ Isso também é vaidade.
24 Não há nada melhor para o homem do que comer, beber e desfrutar do* seu trabalho árduo.+ Compreendi que isso também vem da mão do verdadeiro Deus,+ 25 pois quem come e quem bebe melhor do que eu?+
26 Ao homem que lhe agrada, ele dá sabedoria, conhecimento e alegria,+ mas ao pecador ele dá o trabalho de ajuntar e simplesmente dar o que acumulou àquele que agrada ao verdadeiro Deus.+ Isso também é vaidade, é correr atrás do vento.
3 Para tudo há um tempo determinado;
Há um tempo para toda atividade debaixo dos céus:
2 Tempo para nascer e tempo para morrer;
Tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou;
3 Tempo para matar e tempo para curar;
Tempo para derrubar e tempo para construir;
4 Tempo para chorar e tempo para rir;
Tempo para lamentar e tempo para dançar;*
5 Tempo para jogar fora pedras e tempo para ajuntar pedras;
Tempo para abraçar e tempo para evitar os abraços;
6 Tempo para procurar e tempo para dar por perdido;
Tempo para guardar e tempo para jogar fora;
7 Tempo para rasgar+ e tempo para costurar;
Tempo para ficar calado+ e tempo para falar;+
8 Tempo para amar e tempo para odiar;+
Tempo para guerra e tempo para paz.
9 O que é que um trabalhador ganha com todo o seu esforço?+ 10 Vi a ocupação que Deus deu aos filhos dos homens para mantê-los ocupados. 11 Ele fez tudo belo* a seu tempo.+ Pôs até mesmo eternidade no coração deles; no entanto, a humanidade nunca compreenderá plenamente* o trabalho do verdadeiro Deus.
12 Concluí que, para eles, não há nada melhor do que se alegrar e fazer o bem durante a sua vida,+ 13 e também que todos comam e bebam, e desfrutem dos resultados de todo o seu trabalho árduo. É a dádiva de Deus.+
14 Entendi que tudo o que o verdadeiro Deus faz durará para sempre. Não há nada que possa ser acrescentado e não há nada que possa ser tirado. O verdadeiro Deus fez as coisas desse modo, para que as pessoas o temessem.+
15 O que acontece, já aconteceu; e o que existirá, já existiu.+ Mas o verdadeiro Deus procura aquilo que se busca.*
16 Também vi o seguinte debaixo do sol: no lugar da justiça havia maldade, e no lugar da retidão havia maldade.+ 17 Então eu disse no meu coração: “O verdadeiro Deus julgará tanto o justo como o mau,+ pois há um tempo para toda atividade e para toda ação.”
18 Eu também disse no meu coração que o verdadeiro Deus porá à prova os filhos dos homens e lhes mostrará que são como os animais, 19 pois o que acontece com os humanos também acontece com os animais: todos têm o mesmo fim.+ Como morre um, assim morre o outro; e todos eles têm o mesmo espírito.+ De modo que o homem não tem nenhuma superioridade sobre os animais; tudo é vão. 20 Todos irão para o mesmo lugar.+ Todos eles vieram do pó+ e todos eles retornam ao pó.+ 21 Quem é que realmente sabe se o espírito dos humanos vai para cima ou se o espírito do animal desce para a terra?+ 22 E eu vi que não há nada melhor para o homem do que desfrutar do seu trabalho,+ porque essa é a sua recompensa;* pois quem pode fazê-lo ver o que acontecerá depois que ele se for?+
4 Novamente voltei minha atenção para todos os atos de opressão que ocorrem debaixo do sol. Vi as lágrimas dos oprimidos, mas não havia quem os consolasse.+ Os opressores deles tinham o poder, e não havia quem os consolasse. 2 E declarei felizes as pessoas que já tinham morrido, em vez das que ainda estão vivas.+ 3 E melhor do que todas elas é aquele que ainda não nasceu,+ que não viu as ações aflitivas praticadas debaixo do sol.+
4 E eu vi quanto esforço* e trabalho habilidoso vêm da rivalidade entre as pessoas;+ isso também é vaidade, é correr atrás do vento.
5 O tolo cruza os braços e vai se definhando.*+
6 Melhor é um punhado de descanso do que dois punhados de trabalho árduo e correr atrás do vento.+
7 Voltei minha atenção para outro exemplo de vaidade debaixo do sol: 8 um homem totalmente solitário, que não tem nenhuma companhia; não tem nem filho nem irmão, mas não há fim de todo o seu trabalho árduo. Seus olhos nunca se satisfazem com as riquezas.+ No entanto, será que ele se pergunta: “Para quem trabalho arduamente, privando-me* de coisas boas?”+ Isso também é vaidade e uma ocupação penosa.+
9 Melhor dois do que um,+ porque eles têm boa recompensa* pelo seu trabalho árduo. 10 Pois, se um deles cai, o outro pode ajudar seu companheiro a se levantar. Mas o que acontecerá com aquele que cai e não tem ninguém para ajudá-lo a se levantar?
11 Além disso, se dois se deitarem juntos, ficarão aquecidos; mas como pode alguém sozinho manter-se aquecido? 12 Também, alguém pode vencer a um que está só, mas dois juntos podem resistir ao agressor. E um cordão tríplice não pode ser facilmente* rompido.
13 Melhor é um jovem pobre, mas sábio, do que um rei velho, mas tolo,+ que já não tem bom senso para ouvir conselhos.+ 14 Pois ele* saiu da prisão para se tornar rei,+ embora tenha nascido pobre no domínio do outro.+ 15 Considerei todos os vivos que andam debaixo do sol e o que acontece com o jovem sucessor, que se levanta no lugar do outro. 16 Embora a multidão que o apoia seja incontável, os que vêm depois não ficarão contentes com ele.+ Isso também é vaidade, é correr atrás do vento.
5 Cuide dos seus passos sempre que for à casa do verdadeiro Deus;+ é melhor se aproximar para ouvir+ do que para oferecer um sacrifício como fazem os tolos,+ pois eles não percebem que estão agindo mal.
2 Não se apresse em abrir a boca, nem permita que o seu coração fale irrefletidamente diante do verdadeiro Deus,+ pois o verdadeiro Deus está nos céus, mas você está na terra. É por isso que as suas palavras devem ser poucas.+ 3 Pois o sonho vem em resultado de muitas preocupações,+ e a fala insensata vem em resultado de muitas palavras.+ 4 Sempre que você fizer um voto a Deus, não demore a cumpri-lo,+ pois ele não se agrada dos tolos.+ O que votar, cumpra.+ 5 Melhor é não fazer um voto do que fazer um voto e não cumpri-lo.+ 6 Não permita que a sua boca leve você* a pecar,+ nem diga diante do anjo* que foi um engano.+ Por que deixar o verdadeiro Deus indignado por causa do que você disse, de modo que ele destrua o que você realizou?+ 7 Pois, assim como muitas preocupações levam a sonhos,+ assim também muitas palavras levam à vaidade. Mas tema o verdadeiro Deus.+
8 Caso você veja, em sua província, a opressão do pobre e a violação da justiça e do que é direito, não fique surpreso.+ Pois aquele que está em autoridade é observado por alguém superior a ele, e acima deles há outros em posição ainda mais alta.
9 Também, o produto da terra é dividido entre todos; até o rei é servido do que vem do campo.+
10 Quem ama a prata nunca se fartará da prata, e quem ama a riqueza nunca ficará satisfeito com a sua renda.+ Isso também é vaidade.+
11 Quando aumentam as coisas boas, aumentam os que as consomem.+ E que vantagem há para o dono delas, a não ser contemplá-las com os seus olhos?+
12 Doce é o sono de quem serve, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir.
13 Há uma grande desgraça* que vi debaixo do sol: riquezas acumuladas para o próprio mal do homem que as possui. 14 Essas riquezas se perdem por causa de um mau negócio,* e, quando ele se torna pai, já não tem mais nada em suas mãos.+
15 Nu o homem sai do ventre da sua mãe, e irá embora assim como veio.+ E não pode levar nada consigo por todo o seu trabalho árduo.+
16 Isto também é uma grande desgraça:* assim como o homem vem, assim ele irá embora; e que vantagem tem aquele que continua trabalhando arduamente para alcançar o vento?+ 17 Também, todos os seus dias ele come em escuridão, com muita frustração, doença e indignação.+
18 Isto é o que eu vi ser bom e apropriado: que a pessoa coma, beba e desfrute dos resultados de todo o trabalho árduo+ em que tanto se esforça debaixo do sol, durante os poucos dias de vida que o verdadeiro Deus lhe deu, pois essa é a sua recompensa.*+ 19 Também, quando o verdadeiro Deus dá a um homem riquezas e bens materiais,+ junto com a capacidade de desfrutá-los, este deve aceitar a sua recompensa* e se alegrar com seu trabalho árduo. Essa é a dádiva de Deus.+ 20 Pois não pensará muito nos* dias da sua vida passageira, porque o verdadeiro Deus o mantém ocupado com a alegria do seu coração.+
6 Há outra desgraça* que vi debaixo do sol, e ela é comum entre os homens: 2 o verdadeiro Deus dá a um homem riquezas, bens materiais e glória, de modo que não lhe falta nada do que deseja,* mas o verdadeiro Deus não lhe dá a capacidade de desfrutar o que tem, embora um estranho o possa desfrutar. Isso é vaidade e um grande mal. 3 Se um homem se tornar pai cem vezes, viver muitos anos e chegar à velhice, e mesmo assim não desfrutar* de suas boas coisas antes de ser sepultado,* devo dizer que a criança que nasceu morta está em melhor situação do que ele.+ 4 Pois ela veio em vão e foi embora em escuridão, e a escuridão sepultou o seu nome. 5 Embora nunca tenha visto o sol nem conhecido nada, ela ainda está em melhor situação* do que aquele homem.+ 6 Qual é a vantagem de viver duas vezes mil anos sem experimentar a felicidade? Não vão todos para o mesmo lugar?+
7 Todo o trabalho árduo de um homem é para a sua boca;+ no entanto, ele nunca satisfaz seu apetite.* 8 Pois que vantagem tem o sábio sobre o tolo,+ e de que adianta o pobre saber enfrentar a vida?* 9 Melhor é se satisfazer com o que os olhos veem do que ir atrás de desejos.* Isso também é vaidade, é correr atrás do vento.
10 O que existe já recebeu um nome, e o que o homem é, já se sabe; e ele não pode lutar* com aquele que é mais poderoso do que ele. 11 Quanto mais palavras,* mais vaidade; e que vantagem elas trazem para o homem? 12 Quem sabe o que é melhor que o homem faça na vida durante os poucos dias da sua vida vã, que passam como a sombra?+ Quem pode informar ao homem o que acontecerá debaixo do sol depois que ele se for?
7 Um bom nome* é melhor do que um bom óleo,+ e o dia da morte é melhor do que o dia do nascimento. 2 Melhor é ir a uma casa onde há luto do que ir a uma casa onde há festa,+ pois a morte é o fim de todo homem, e quem está vivo deve refletir sobre isso. 3 Melhor a tristeza do que o riso,+ pois um rosto triste torna melhor o coração.+ 4 O coração dos sábios está na casa onde há luto, mas o coração dos tolos está na casa onde há alegria.*+
5 Melhor é ouvir a censura de um sábio+ do que ouvir a canção dos tolos. 6 Pois, igual ao estalar de espinhos queimando debaixo da panela, assim é o riso do tolo;+ e isso também é vaidade. 7 Mas a opressão pode levar o sábio à loucura, e o suborno corrompe o coração.+
8 Melhor é o fim de uma coisa do que o seu começo. Melhor é ser paciente do que ter um espírito arrogante.+ 9 Não fique ofendido facilmente,*+ pois é o coração dos tolos que fica ofendido.*+
10 Não diga: “Por que os tempos antigos eram melhores do que os atuais?” Pois não é a sabedoria que o faz perguntar isso.+
11 A sabedoria acompanhada de uma herança é algo bom, e é uma vantagem para os que veem a luz do dia.* 12 Pois a sabedoria é uma proteção,+ assim como o dinheiro é uma proteção.+ Mas a vantagem do conhecimento é esta: a sabedoria preserva a vida de quem a possui.+
13 Considere o trabalho do verdadeiro Deus: quem pode endireitar o que ele fez torto?+ 14 Num dia bom seja bom também;+ mas, num dia de dificuldades,* lembre-se de que o verdadeiro Deus fez tanto um como o outro,+ de modo que os homens não podem ter certeza de* nada do que lhes acontecerá no futuro.+
15 Durante a minha vida vã,+ vi de tudo: pessoas justas que morrem na sua justiça+ e pessoas más que vivem muito tempo, apesar da sua maldade.+
16 Não seja justo demais+ nem excessivamente sábio.+ Por que deveria causar ruína a si mesmo?+ 17 Não seja excessivamente mau, nem seja tolo.+ Por que deveria morrer antes do seu tempo?+ 18 É melhor seguir um dos conselhos, mas não desconsiderar o outro;+ pois quem teme a Deus acatará a ambos.
19 A sabedoria faz com que o sábio seja mais poderoso do que dez homens fortes numa cidade.+ 20 Pois não há nenhum homem justo na terra que sempre faça o que é bom e nunca peque.+
21 Também, não dê atenção* a todas as palavras que as pessoas dizem,+ senão você poderia ouvir seu servo amaldiçoá-lo;* 22 pois você, no íntimo, bem sabe que você mesmo, muitas vezes, amaldiçoou a outros.+
23 Tudo isso eu examinei com sabedoria, e eu disse: “Vou me tornar sábio.” Mas isso estava fora do meu alcance. 24 O que já aconteceu é inatingível e insondável. Quem o pode entender?+ 25 Eu voltei meu coração para conhecer, investigar e procurar a sabedoria e a razão por trás das coisas, e para entender a maldade da insensatez e a tolice da loucura.+ 26 Então descobri que mais amarga do que a morte é a mulher que é como uma rede de caça, cujo coração é como redes de arrasto e cujas mãos são como correntes. Aquele que agrada ao verdadeiro Deus escapará dela,+ mas o pecador é capturado por ela.+
27 “Veja, isto é o que eu descobri”, diz o congregante.+ “Investiguei uma coisa após outra para tirar uma conclusão, 28 mas, o que busquei* continuamente, não encontrei. Entre mil, achei um homem,* mas não achei nenhuma mulher. 29 O que descobri se resume nisto: o verdadeiro Deus fez a humanidade reta,+ mas eles seguiram seus próprios planos.”+
8 Quem é como o sábio? Quem sabe a solução de um problema?* A sabedoria de um homem ilumina o seu rosto e abranda a sua aparência severa.
2 Eu digo: “Obedeça às ordens+ do rei por causa do juramento feito a Deus.+ 3 Não se apresse a sair da presença dele.+ Não tome posição a favor de algo mau;+ pois ele pode fazer o que bem entender, 4 porque a palavra do rei é soberana;+ quem pode dizer a ele: ‘O que está fazendo?’”
5 Quem obedece à ordem não sofrerá nenhum mal,+ e o coração sábio discernirá o tempo certo e a maneira certa de agir.*+ 6 Para tudo há um tempo e uma maneira de agir,*+ porque as dificuldades da humanidade são muitas. 7 Visto que nenhum homem conhece o futuro, quem pode lhe dizer o que vai acontecer?
8 Assim como nenhum homem tem poder sobre o espírito* nem pode reter o espírito, assim ninguém tem poder sobre o dia da morte.+ Assim como ninguém é dispensado durante uma guerra, assim a maldade não deixará escapar os que a praticam.*
9 Eu vi tudo isso, e me pus a refletir em todo o trabalho que se tem feito debaixo do sol enquanto homem domina homem para o seu prejuízo.*+ 10 E eu vi os maus serem enterrados, aqueles que costumavam entrar e sair do lugar santo, mas eles logo eram esquecidos na cidade em que praticavam a maldade.+ Isso também é vaidade.
11 Por não se executar logo a sentença contra um ato mau,+ o coração dos homens se enche de coragem para fazer o mal.+ 12 Embora o pecador faça o mal cem vezes e continue vivendo por muito tempo, sei que tudo terminará bem para os que temem o verdadeiro Deus, porque eles têm temor dele.+ 13 Mas nada terminará bem para aquele que é mau,+ nem prolongará ele a sua vida, que é como uma sombra,+ porque ele não tem temor de Deus.
14 Há algo vão* que acontece na terra: há justos que são tratados como se tivessem praticado o mal,+ e há maus que são tratados como se tivessem praticado a justiça.+ Eu digo que isso também é vaidade.
15 Então eu recomendei a alegria,+ porque, para o homem, não há nada melhor debaixo do sol do que comer, beber e se alegrar; isso deve acompanhá-lo ao passo que trabalha arduamente durante os dias da sua vida,+ que o verdadeiro Deus lhe dá debaixo do sol.
16 Dediquei-me a adquirir sabedoria e a observar toda a atividade* realizada na terra,+ e até mesmo fiquei sem dormir, dia e noite.* 17 Então eu considerei todo o trabalho do verdadeiro Deus e percebi que a humanidade não é capaz de compreender o que acontece debaixo do sol.+ Por mais que os homens tentem, não podem compreender. Mesmo que digam que são bastante sábios para entender, não são capazes de compreender.+
9 Assim, refleti sobre tudo isso e concluí que os justos e os sábios, bem como suas obras, estão nas mãos do verdadeiro Deus.+ Os homens não se dão conta do amor nem do ódio que houve antes deles. 2 Todos têm o mesmo fim:+ o justo e o injusto,+ o bom e puro e o impuro, aqueles que oferecem sacrifícios e aqueles que não oferecem sacrifícios. O bom é igual ao pecador; quem faz juramentos é igual àquele que pensa antes de fazer um juramento. 3 Isto é algo aflitivo que acontece debaixo do sol: visto que todos têm o mesmo fim,+ o coração dos humanos está cheio de maldade; e há loucura no seu coração durante a sua vida, e depois eles morrem!*
4 Há esperança para aquele que está entre os vivos, porque é melhor o cão vivo do que o leão morto.+ 5 Pois os vivos sabem* que morrerão,+ mas os mortos não sabem absolutamente nada,+ nem têm mais recompensa,* porque toda lembrança deles caiu no esquecimento.+ 6 Também seu amor, seu ódio e seu ciúme já não existem, e eles não têm mais parte em nada do que se faz debaixo do sol.+
7 Vá, coma o seu alimento com alegria e beba o seu vinho com coração alegre,+ pois o verdadeiro Deus já se agradou das suas obras.+ 8 Sejam sempre brancas as suas roupas,* e não deixe de pôr óleo sobre a sua cabeça.+ 9 Desfrute a vida com a sua amada esposa+ todos os dias da sua vida vã, que Ele lhe deu debaixo do sol, sim, todos os seus dias vãos. Pois essa é a sua porção na vida e no seu trabalho árduo, no qual tanto se esforça debaixo do sol.+ 10 Tudo o que a sua mão achar para fazer, faça-o com toda a sua força, pois não há trabalho, nem planejamento, nem conhecimento, nem sabedoria na Sepultura,*+ o lugar para onde você vai.
11 E eu vi mais outra coisa debaixo do sol: os velozes nem sempre vencem a corrida, e nem sempre os fortes vencem a batalha;+ os sábios nem sempre têm alimento, os inteligentes nem sempre têm riquezas,+ os que têm conhecimento nem sempre têm sucesso;+ porque o tempo e o imprevisto sobrevêm a todos eles. 12 Pois o homem não sabe a sua hora.+ Assim como os peixes são apanhados numa rede cruel e os pássaros são apanhados numa armadilha, assim os filhos dos homens são enlaçados na hora da desgraça,* quando ela lhes sobrevém de repente.
13 Também vi, debaixo do sol, este exemplo de sabedoria, que me impressionou: 14 havia uma pequena cidade, com poucos homens. Um rei poderoso veio contra ela e a sitiou, e construiu contra ela grandes obras de cerco. 15 Achava-se ali um homem pobre, mas sábio, e ele salvou a cidade com a sua sabedoria. No entanto, ninguém se lembrou daquele homem pobre.+ 16 E eu disse para mim mesmo: “A sabedoria é melhor do que a força;+ apesar disso, a sabedoria do pobre é desprezada e as suas palavras não são ouvidas.”+
17 É melhor ouvir as palavras calmas dos sábios do que os gritos de quem governa entre os tolos.
18 A sabedoria é melhor do que armas de guerra, mas um único pecador pode destruir muitas coisas boas.+
10 Assim como moscas mortas fazem o óleo do perfumista estragar e cheirar mal, assim também uma pequena tolice pesa mais do que a sabedoria e a glória.+
2 O coração do sábio o guia no caminho certo,* mas o coração do tolo o guia no caminho errado.*+ 3 Seja qual for o caminho em que ande, o tolo age sem bom senso,*+ e ele mostra a todos que é tolo.+
4 Se a ira* de um governante se acender contra você, não deixe o seu lugar,+ pois a calma aplaca grandes pecados.+
5 Há algo aflitivo que vi debaixo do sol, o tipo de erro cometido pelos que estão no poder:+ 6 os tolos são postos em* muitas posições elevadas, mas os ricos* continuam em posições inferiores.
7 Vi servos andando a cavalo, mas príncipes andando a pé como servos.+
8 Quem cava um buraco pode cair nele;+ e quem derruba um muro de pedras pode ser picado por uma cobra.
9 Quem extrai pedras, com elas pode se ferir, e quem racha toras se expõe ao perigo.*
10 Se uma ferramenta está cega e não for afiada, será preciso fazer muito esforço. Mas a sabedoria ajuda a obter sucesso.
11 Se a cobra picar antes de ser encantada, não haverá vantagem para o encantador habilidoso.*
12 As palavras que saem da boca do sábio trazem favor,+ mas os lábios do tolo são a sua ruína:+ 13 suas primeiras palavras são tolice,+ e as últimas são loucura desastrosa. 14 Mas o tolo continua falando.+
O homem não sabe o que vai acontecer; quem pode informá-lo do que virá depois dele?+
15 O trabalho árduo do tolo o esgota, pois ele não sabe nem mesmo encontrar o caminho para a cidade.
16 Como é desastroso para um país quando o seu rei é uma criança+ e os seus príncipes começam a se banquetear de manhã! 17 Como é feliz o país cujo rei é filho de nobres e cujos príncipes se alimentam no tempo certo, para recuperar as forças, e não somente para se embriagar!+
18 Por causa de extrema preguiça as vigas do telhado cedem, e por causa de mãos ociosas a casa tem goteiras.+
19 O pão* é feito para dar alegria, e o vinho torna a vida prazerosa;+ mas o dinheiro atende a todas as necessidades.+
20 Nem mesmo em pensamento* amaldiçoe* o rei,+ e não amaldiçoe o rico no seu quarto de dormir; pois um pássaro* pode levar as suas palavras,* e uma ave pode contar o que você disse.
11 Lance* o seu pão sobre as águas,+ porque depois de muitos dias você o achará de novo.+ 2 Reparta o que é seu com sete ou mesmo com oito,+ pois você não sabe que desastre* pode ocorrer na terra.
3 Se as nuvens estiverem carregadas, despejarão chuva sobre a terra; e, se uma árvore cair, seja para o sul seja para o norte, onde a árvore cair, ali ficará.
4 Quem observa o vento não semeará, e quem olha para as nuvens não colherá.+
5 Assim como você não sabe como o espírito age nos ossos da criança no ventre* da mulher grávida,+ assim também você desconhece o trabalho do verdadeiro Deus, que faz todas as coisas.+
6 Semeie de manhã a sua semente e não descanse as suas mãos até o anoitecer;+ pois você não sabe qual dará bons resultados, esta ou aquela, ou se ambas serão boas.
7 Doce é a luz, e é agradável aos olhos ver o sol. 8 Portanto, se um homem viver muitos anos, que ele aproveite todos eles.+ Mas ele deve se lembrar de que os dias de escuridão talvez sejam muitos; tudo que está para vir é vaidade.+
9 Alegre-se, jovem, enquanto você ainda é jovem, e que o seu coração seja feliz nos dias da sua juventude. Siga os caminhos do seu coração e vá para onde seus olhos o levarem; mas saiba que o verdadeiro Deus o levará a julgamento* por todas essas coisas.+ 10 Portanto, tire do seu coração as preocupações e afaste do seu corpo* coisas prejudiciais, pois a juventude e a flor da vida são vaidade.+
12 Lembre-se, então, do seu Grandioso Criador nos dias da sua juventude,+ antes que venham os dias de aflição*+ e cheguem os anos em que você dirá: “Não tenho prazer neles”; 2 antes que o sol, a luz, a lua e as estrelas escureçam,+ e as nuvens retornem depois da* chuva; 3 quando os guardas* da casa ficam trêmulos, os homens fortes se curvam, as mulheres param de moer por se terem tornado poucas, e as damas que olham pelas janelas veem escuridão;+ 4 quando as portas que dão para a rua se fecham, quando o barulho do moinho fica baixo, quando a pessoa se levanta ao som de um pássaro, e todas as filhas do canto ficam fracas;+ 5 quando há medo de alturas e terrores na rua; quando a amendoeira floresce,+ o gafanhoto se arrasta e a alcaparra rebenta, porque o homem está caminhando para a sua morada permanente,+ e os lamentadores percorrem as ruas;+ 6 antes que o cordão de prata se rompa, a tigela de ouro seja esmagada, o jarro junto à fonte se quebre e a roldana da cisterna rebente. 7 Então o pó volta à terra,+ de onde veio, e o espírito* volta ao verdadeiro Deus, que o deu.+
8 “A maior das vaidades!”* diz o congregante.+ “Tudo é vão.”+
9 O congregante não só se tornou sábio, mas também ensinou continuamente ao povo o que sabia;+ ele meditou e fez uma pesquisa profunda a fim de compilar* muitos provérbios.+ 10 O congregante procurou encontrar palavras agradáveis+ e registrar com exatidão palavras de verdade.
11 As palavras dos sábios são como aguilhadas,+ e o conjunto de seus ditos são como pregos bem cravados; suas palavras foram dadas por um só pastor. 12 Quanto a qualquer coisa além delas, meu filho, seja avisado: de se fazerem muitos livros não há fim, e dedicar-se demais a eles cansa a pessoa.*+
13 Depois de se ouvir tudo, a conclusão é esta: tema o verdadeiro Deus+ e obedeça aos seus mandamentos,+ pois essa é toda a obrigação do homem.+ 14 Pois o verdadeiro Deus julgará todas as ações, incluindo todas as coisas ocultas, e determinará se são boas ou más.+
Ou: “daquele que reúne (convoca)”.
Ou: “futilidades”.
Lit.: “está de pé”.
Ou: “brilha”.
Ou: “ofegante”.
Ou: “Todas as torrentes de inverno; Todas as torrentes sazonais”.
Ou: “tolice extrema”.
Ou: “a alegria”.
Ou: “da alegria”.
Ou: “uma floresta”.
Lit.: “filhos da casa”.
Ou: “propriedade exclusiva”.
Ou: “uma dama, sim, damas”.
Lit.: “que os meus olhos pediram”.
Ou: “alegria”.
Ou: “porção”.
Ou: “nada que trouxesse vantagem”.
Lit.: “tem os olhos na cabeça”.
Ou: “a sua porção”.
Ou: “calamidade”.
Lit.: “e o esforço do seu coração em”.
Ou: “e fazer a sua alma ver o que é bom em”.
Lit.: “pular; saltitar”.
Ou: “bem-ordenado; próprio; apropriado”.
Lit.: “do começo ao fim”.
Ou, possivelmente: “aquilo que desapareceu”.
Ou: “porção”.
Ou: “trabalho árduo”.
Lit.: “e está comendo sua própria carne”.
Ou: “privando minha alma”.
Ou: “maior benefício”.
Ou: “rapidamente”.
Talvez se refira ao jovem sábio.
Lit.: “sua carne”.
Ou: “mensageiro”.
Ou: “calamidade”.
Ou: “uma ocupação calamitosa”.
Ou: “calamidade”.
Ou: “porção”.
Ou: “porção”.
Ou: “não se lembrará muito dos”.
Ou: “calamidade”.
Ou: “não lhe falta nada para sua alma”.
Ou: “mesmo assim sua alma não desfrutar”.
Ou: “e nem mesmo a sepultura se torna sua”.
Lit.: “tem mais descanso”.
Ou: “sua alma”.
Lit.: “andar na frente dos vivos”.
Ou: “do que as divagações da alma”.
Ou: “pleitear sua causa”.
Ou, possivelmente: “coisas”.
Ou: “Uma boa reputação”. Lit.: “Um nome”.
Ou: “diversão”.
Lit.: “Não se apresse no seu espírito em ficar ofendido”.
Ou, possivelmente: “ficar ofendido é a marca dos tolos”.
Isto é, para os que estão vivos.
Ou: “calamidade”.
Ou: “descobrir”.
Ou: “não entregue o coração”.
Ou: “falar mal de você”.
Ou: “minha alma buscou”.
Ou: “homem justo”.
Ou: “a interpretação de um assunto”.
Ou: “e o julgamento”.
Ou: “e um julgamento”.
Ou: “fôlego; vento”.
Ou, possivelmente: “a maldade dos maus não pode livrá-los”.
Ou: “dano; mal”.
Ou: “frustrante”.
Ou: “ocupação”.
Ou, possivelmente: “que as pessoas não veem o sono, nem de dia nem de noite”.
Lit.: “e depois disso — aos mortos”.
Ou: “têm consciência de”.
Ou: “salário”.
Isto é, roupas claras, refletindo uma disposição alegre, e não roupas de luto.
Ou: “no Seol”, isto é, a sepultura comum da humanidade. Veja o Glossário.
Ou: “calamidade”.
Lit.: “está à sua direita”.
Lit.: “está à sua esquerda”.
Lit.: “seu coração é falto”.
Lit.: “o espírito; o fôlego”.
Ou: “a tolice ocupa”.
Ou: “os hábeis”.
Ou, possivelmente: “deve ter cuidado com elas”.
Lit.: “o mestre da língua”.
Ou: “alimento”.
Ou, possivelmente: “na sua cama”.
Ou: “invoque o mal sobre”.
Lit.: “uma criatura voadora dos céus”.
Ou: “a mensagem”.
Ou: “Envie”.
Ou: “calamidade”.
Lit.: “ossos no ventre”.
Ou: “o fará prestar contas”.
Lit.: “da sua carne”.
Ou: “os dias calamitosos”.
Ou, possivelmente: “com a”.
Ou: “guardiões”.
Ou: “a força de vida”.
Ou: “futilidades”.
Ou: “pôr em ordem”.
Lit.: “a carne”.