Perguntas dos Leitores

● A Sentinela de l.° de maio de 1957, no parágrafo 29, na página 89, declara: “No mesmo dia em que as águas irromperam dos céus distantes, Noé e os sete membros da sua família entraram na arca, para a qual já havia trazido espécimes de tôdas as aves e animais.” Como pode ser isto verdade, quando Gênesis 7:10 diz que, depois de Noé e sua família terem entrado na arca, “aconteceu que, passados sete dias, vieram sôbre a terra as águas do dilúvio” {Al)? — R. F., Estados Unidos.

Jeová disse a Noé que entrasse na arca, levando consigo a família e sete de todos os animais limpos e dois de todos os animais impuros, daí, Jeová lhe informou: “Porque, passados ainda sete dias, farei chover sôbre a terra quarenta dias e quarenta noites.” (Gên. 7:1-4, Al) Carregar a arca de centenas de animais das espécies corretas, levaria tempo. Sem dúvida, com a ajuda de Jeová, os animais necessários foram ajuntados antes de serem embarcados, e estava então na hora de carregar a arca e fazer os preparativos finais. Jeová permitiu sete dias para isso, Noé cumpriu as instruções, e, desde o tempo em que êle começou, “aconteceu que, passados sete dias, vieram sôbre a terra as águas do dilúvio”. — Gên. 7:6-10, Al.

Então, lemos: “No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, naquele mesmo dia se romperam tôdas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram, e houve chuva sôbre a terra quarenta dias e quarenta noites. E no mesmo dia entrou Noé, e Sem, e Cão, e Jafé, os filhos de Noé, como também a mulher de Noé, e as três mulheres de seus filhos com êle na arca.” No último dos sete dias, completou-se o trabalho de carregamento, e Noé e as outras sete criaturas humanas, junto com êle, entraram na arca, para ficarem nela até depois do fim do dilúvio. “Depois disso, Jeová fechou a porta atrás dêle.” Jeová lhes disse que entrassem sete dias antes de vir o dilúvio, o que permitiu tempo para o carregamento. Acabado o carregamento, Noé e sua família entraram pela última vez, no sétimo dia, e Jeová fechou a porta, pouco antes de começar a chuva. — Gên. 7:11-13, Al; Gên. 7:16, NM.

Portanto, A Sentinela estava em harmonia com a Bíblia ao dizer que Noé e sua família entraram na arca “no mesmo dia em que as águas irromperam dos céus distantes”. Incidentalmente, o que talvez pareça, ao primeiro relance, indicar uma contradição no relato bíblico, realmente apoia a Bíblia. Seria incrível que alguém que apenas inventasse uma história se contradissesse dentro do limite de algumas sentenças, declarando primeiro que um acontecimento se deu sete dias antes e, mais tarde, que se deu no mesmíssimo dia de outra coisa. Tal conflito seria óbvio. Mas, quando duas de tais declarações aparecem, contudo são facilmente harmonizadas quando se compreende a situação verdadeira, demonstra-se claramente que não se faz esfôrço deliberado para inventar uma fábula enganosa.

Jesus resolveu o assunto, dizendo: “Até o dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os destruiu a todos.” — Luc. 17:27, NTR; veja-se também Mateus 24:38, 39.

● Qual é o “novo nome” mencionado em Apocalipse 2:17? É o nome “testemunhas de Jeová”? E, que se diz sôbre referências semelhantes em Isaías 62:2 e 65:15? — M. N., Estados Unidos.

Isaías 62:2 reza: “As nações verão a tua justiça, e todos os reis a tua glória; e serás chamado por um novo nome que a boca de Jehovah ordenará.” Como explicado em “Novos Céus e Uma Nova Terra” (páginas 232-234, em inglês), os filhos de Sião foram trazidos de volta do cativeiro na Babilônia antitípica e foram jubilosamente unidos com sua “mãe” em 1919. Desde então, Deus fêz com que a sua condição prosperasse e que a sua “terra” se povoasse. Foi nessa época que Deus deu à sua “mulher” ou organização celestial, um novo nome, conforme notado em Jeremias 33:16, a saber: “Jehovah é a nossa justiça.” É nome que lhe convém, o qual o próprio Jeová compôs. Esta mudança de nome está em harmonia com a condição mudada dela, e a descreve de modo apto; sobremaneira no tocante às coisas terrestres dela, que têm que ver com seus filhos espirituais sôbre a terra.

No que diz respeito à profecia de Isaías 65:15: “Deixareis o vosso nome para maldição aos meus escolhidos, e o Senhor Jehovah te matará; aos seus servos chamarás por outro nome.” Dirigem-se estas palavras aos que abandonam a Jeová, cujo nome se torna símbolo ou ilustração da punição dos perversos às mãos de Deus. Por outro lado (conforme notado também na ajuda bíblica acima mencionada), Jeová chama seus escolhidos, os filhos espirituais de Sião, os que o servem fielmente, por um nome diferente do dos servos maus apóstatas. “É o nome ou a reputação que representa o favor e a bênção divinos sôbre alguém e denota que êste é membro da Sua organização teocrática universal com honrosos privilégios de serviço a Deus.” — “Novos Céus e Uma Nova Terra”, (pág. 233, em inglês).

Assim vemos que êstes textos em Isaías não se referem especificamente ao nome “testemunhas de Jeová”, mas, ao invés disto, à condição bendita e à honra desfrutadas pela mulher ou organização celestial de Deus e pelos filhos espirituais dela, desde 1919. Contudo, em harmonia com o precedente, o restante dos filhos de Sião, em 26 de julho de 1931, adotou, sim, o novo nome “testemunhas de Jeová”, como sendo descritivo de testificarem a grandeza de Jeová e de defenderem seu lado da questão da soberania universal. Fizeram isso em harmonia com a referência bíblica em Isaías 43:19-12; “Vós sois as minhas testemunhas, diz Jehovah, o meu servo a quem escolhi, . . . e não houve entre vós deus estranho; portanto vós sois as minhas testemunhas, e eu sou Deus.”

Referimo-nos agora a Apocalipse 2:17, que diz que Cristo dará ao vencedor “uma pedrinha branca, e sôbre essa pedrinha escrito um nome novo, que ninguém conhece, exceto aquêle que o recebe.” (ARA) Comentando esta pedrinha branca, a Cyclopcedia de McClintock e Strong nos informa que ‘foi considerada de diversas maneiras, como referindo-se à pedra de absolvição usada nos tribunais da Grécia, à sorte lançada nas eleições na Grécia, às pedras no peitoral do sumo sacerdote e ao costume de escrever em pedras’.

Relativo à ideia de escrever em pedras, havia o costume entre os romanos e gregos, dos tempos antigos, de usar uma pedra branca como indício da amizade. Eram divididas em duas, e cada um escrevia seu nome numa das metades, daí trocavam as metades. A apresentação de qualquer uma das metades bastava para provar a amizade e obter auxílio, se fôsse preciso, e isso até por parte dos membros da geração sucessiva. Desta forma, a pedra dividida tornou-se símbolo de identificação e de amizade.

O novo nome mencionado em Apocalipse 2:17 não parece aplicar-se especificamente ao nome “testemunhas de Jeová”. Por que não? Por uma razão, note-se que é dado como galardão aos membros do corpo de Cristo, por serem vencedores de Satanás e do mundo. Portanto, se aplicaria somente a alguma coisa recebida ao serem galardoados na primeira ressurreição. Isto está em harmonia com o galardão mencionado no mesmo capítulo e no capítulo seguinte, tal como receberem um lugar junto a Cristo no seu trono, receberem a coroa da vida, receberem poder sôbre as nações, etc. Além disso, ninguém conhece o novo nome exceto aquêles que o recebem.

Parece, portanto, que o novo nome mencionado em Apocalipse 2:17 se refere à nova posição de relação íntima que será desfrutada pelos que participarem na primeira ressurreição, a qual não pode ser avaliada por outros, nem mesmo conhecida pelos próprios vencedores até que recebam seu galardão celestial por terem vencido.