“Invasões” de terra — como são encaradas pelos cristãos?
1 Tornou-se comum em algumas regiões do país as pessoas se apossarem de terrenos ou casas desocupados, quer de propriedade particular, quer pública. Os invasores como são chamados geralmente são dirigidos por líderes comunitários ou por líderes políticos e religiosos, e a posse do terreno ou casas é feita sob a alegação de que os invasores são pessoas “sem teto”, ou “sem terra”. Não raro tais invasões envolvem violência com os proprietários ou com a polícia, que tentam desalojar os invasores. Como deve o cristão encarar tais ações comunitárias?
2 Há princípios orientadores na Palavra de Deus. Na lei dada a Israel, Jeová desaprovou a cobiça e a ganância, declarando no décimo dos mandamentos: “Nem deves almejar egoistamente a casa do teu próximo, seu campo . . . ou qualquer coisa que pertença ao teu próximo.” (Deut. 5:21) Também Êxodo 22:5 fala de ‘não estragar o campo de outra pessoa’. Quanto mais apossar-se dele! Fazê-lo, sujeitaria a pessoa às devidas sanções. Os princípios englobados na Lei quanto aos direitos de propriedade aplicam-se aos cristãos, que são instados a ‘ter uma consciência honesta e a comportar-se honestamente em todas as coisas’. (Heb. 13:18) Será que apossar-se dum pedaço de terra, sob a alegação de esta ser ociosa, seria diferente de apropriar-se de qualquer outro objeto alheio que não estivesse sendo usado? Não equivaleria isso a furtar, em clara violação dos requisitos bíblicos? Deixar de satisfazer tais requisitos pode até mesmo impedir alguém de herdar as bênçãos do Reino. — Rom. 13:8-10; 1 Cor. 6:10.
3 Em vista das implicações envolvendo as chamadas “invasões”, os cristãos não terão nada que ver com movimentos que incitam as pessoas a apossar-se ilegalmente de terrenos ou casas de outros, nem agirão como os grileiros. Lembramos que foi por cobiçar o vinhedo de Nabote que Acabe, rei de Israel, apoiou o assassinato dele. A ação de Acabe não passou despercebida aos olhos de Jeová, que o sentenciou à morte. — 1 Reis 21:1-19, veja A Sentinela de 1.°/4/85, páginas 16 e 17, parágrafos 1 a 6.
4 Reconhecemos que para muitos ter um teto onde morar se torna cada vez mais difícil, e os cristãos não estão imunes aos efeitos da má situação econômica de muitas nações. Mas, nossa estrita aderência às leis do Reino nos beneficia desde já. (Mat. 6:33) Também, diferentes dos que seguem líderes humanos, temos a firme esperança de muito em breve estarmos entre os ‘justos que possuirão a terra’ para nela ‘edificar casas e as habitar’. — Sal. 37:29; Isa. 65:21.