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g70 22/11 pp. 21-24

A Expo-70 do Japão — algumas impressões

Do correspondente de “Despertai!” no Japão

“PROGRESSO E HARMONIA PARA A HUMANIDADE” — tais palavras expressam o tema da Expo-70. Destina-se a mostrar que o progresso ocidental e a harmonia oriental fornecem a chave para um mundo mais brilhante para a humanidade. Tem êxito nisto a Expo-70? Vamos e vejamos.

Nesta clara manhã primaveril, vamos de carro percorrendo em volta dos cerca de 330 hectares da Expo-70 em velocidade máxima, e daí, juntamo-nos a centenas de outros carros em espaçoso parqueamento. Estamos a uma hora antes da abertura, mas a fila de pessoas já é longa. Na entrada principal, há uma futurista “Torre do Sol”, erguendo-se a quase 60 metros pelo céu.

Na ocasião em que chegamos ao pavilhão soviético, a fila prevê uma demora de calculadamente três horas, de modo que passamos por ela e entramos no pavilhão do Reino Unido, depois de uma espera de cinco minutos. Achamo-lo interessante. Uma variedade de filmes que mudam rapidamente, e de fotografias estáticas representam vividamente a vida e a indústria, a arte e a história da Grã-Bretanha. E ficamos em dia com os progressos científicos, a última palavra em motores a jato, hidrófilo, descobertas no campo da medicina e coisas semelhantes.

Diz-se que cerca de 300.000 pessoas se acham agora na exposição. Vigorosos grupos turísticos, trajando coloridas cintas e “bonés Expo” surgem aqui e acolá. Entretanto, não há espera ao percorrermos o ímpar pavilhão do Brasil, inteiramente aberto, e usufruirmos um cafezinho de cortesia. Em seguida, o pavilhão havaiano, com suas músicas e hula-hulas. Não há espera, também, nos lavatórios, onde ficamos surpresos de encontrar música suave.

A viva música e cânticos latinos, representados por vigoroso grupo de trovadores, nos atrai ao pavilhão mexicano. Um grande calendário solar asteca abre o caminho para vívida representação da história mexicana através das eras asteca e católica, até os tempos modernos. Ali perto se acha o pavilhão grego, que também nos remonta aos tempos pré-cristãos. Notável é grande mosaico, escavado das ruínas de Pompéia, que mostra Alexandre Magno ao pugnar com Dario III da Pérsia em Isso, em 333 A. E. C.

O pavilhão indiano é esplêndido em seus empenhos de descrever as origens e história da Índia, e a luta de se criar uma nação moderna. A história do budismo é representada bem claro, e diz-se-nos que o próprio Buda nasceu tão recentemente quanto 544 A. E. C. Por volta desse tempo, a escrita das Escrituras Hebraicas se achava quase completa. Os principais preceitos do budismo se acham delineados numa placa, que reza: “Então Buda falou: Conceito correto, intenção correta, linguagem correta, ação correta, conduta correta, modo de vida correto, esforço correto, mentalidade correta, concentração correta. Todas as coisas são transitórias.” Refletimos, que adianta as coisas “corretas” sem que sejam permanentes?

Mas, já é hora de descansar os pés extenuados.

O Jardim Japonês e o Japão

Andamos curta distância até o jardim japonês de uns 26 hectares. Aqui, no meio de lagos e piscinas cheias de peixes, íris e lotos, entre cascatas e regatos, casas de chá e amostras de árvores-anãs, e com o canto dos pássaros e música de koto (harpa) sussurrada dos alto-falantes, encontramos uma modalidade esplendidamente diferente da Expo-70. Aqui nos descontraímos com nossas caixas de lanches, no meio da harmonia da criação de Deus. Isso faz-nos refletir, também, que o progresso duradouro para a humanidade não pode ser encontrado nas cidades de aço e concreto, com sua poluição atmosférica e da água, mas tem de aguardar o tempo, agora bem próximo, em que o Criador todo-sábio restaurará o paraíso à terra, do Seu modo.

Revigorados para mais caminhadas, dirigimo-nos ao pavilhão japonês. À medida que a fila serpenteia em direção à entrada, há quarenta minutos para contemplar o exterior desta estrutura de Cr$ 75 milhões, a mais custosa e controvertida de toda a Expo-70. Dentro há uma vívida representação da mitologia japonesa, amalgamando-se com a história real. Um atemorizante quadro do “inferno” budista, com suas vítimas se contorcendo em excruciante agonia faz a pessoa lembrar-se do “inferno” de Dante — na verdade, todas as religiões falsas têm origem comum!

Mas, logo passamos para o Japão moderno, e ficamos surpreendidos pela vida movimentada e pelas estatísticas. O movimento e a agitação são verídicos, até ao ponto de haver uma floresta de antenas de TV — mas, será isto progresso? Um teatro circular traz algum alívio e harmonia, ao vermos “Nosso Mundo” em dezoito telas de cinema, representando simultaneamente a vida em Osaka e em outras grandes cidades ao redor do mundo. Vemos uma tapeçaria chamada “A Torre da Alegria”, representando as altas esperanças dos usos futuros da energia nuclear.

Em seguida, como clímax, vem uma das melhores coisas da Expo-70 — o Grande Teatro, com sua tela de 48 metros de largura, e o filme colorido, “O Japão e os Japoneses”. Fotografia excepcional mostra o Monte Fuji em suas quatro estações e a vida cotidiana do povo em torno dele. Vemo-los, jovens e idosos, na escola e no trabalho, no meio da neve e do tufão, na época das flores e na época da escalada do Fuji — quando o pico da montanha parece ficar mais apinhado do que a Expo-70!

Depois de visitar diversas exposições tecnológicas japonesas próximas, jantamos cedo — a um bom preço — e tomamos a calçada-rolante para cruzar para o outro lado.

Visitando os Gigantes em Contenda

Apeamos no pavilhão estadunidense, e temos de esperar na fila apenas trinta e cinco minutos. A multidão visitante à noite é menor. A estrutura do próprio pavilhão estadunidense é impressionantemente atrativa. Enorme teto oval auto-sustentável, pouco acima do solo, abriga a inteira exposição embaixo — não há vigas nem colunas.

A exposição estadunidense começa esplendidamente, com grandes fotos preto e brancas feitas por artistas de destaque representando a vida nos EUA. Daí passamos para o remoinho e a ação do mundo dos esportes, talhados segundo os interesses do público japonês amante dos esportes. Mas, a mostra realmente grande começa com os módulos chamuscados das pequenas cápsulas Gemini e a espaçonave Apollo, muito maior, e termina com um pedaço, abrigado num mostruário, de rocha lunar. Não parece diferente das rochas terrestres, e ficamos pensando se este produto final da exploração espacial realmente significa progresso ao custo de bilhões de dólares.

Se havia qualquer referência à esperança em Deus para se conseguir progresso, não conseguimos vê-la. Ou será que Deus foi substituído pelo uniforme de Babe Ruth e pela rocha lunar?

Vamos tentar de novo ver o pavilhão soviético? O monotrilho nos transporta rapidamente para o outro lado da Expo, e logo nos achamos sob a estrutura imponente vermelha e branca, com seu pináculo dum martelo e foice dourados erguidos ao céu. Conseguimos entrar num tempo surpreendemente breve de cinco minutos. Desde o início, a mostra é muito interessante, falando-se historicamente. Mas, logo ficamos cansados de ver fotos de Lenine, Lenine, Lenine — tão obviamente o deus supremo dos soviéticos.

Somos transportados para as grandes regiões madereiras soviéticas, e lembrados do nascimento de muitas cidades novas e do crescimento espetacular da energia elétrica e seu uso. Como mostra culminante soviética, surgem as verdadeiras espaçonaves, inclusive a Soyuz, e vemos como se acoplam no espaço. Mas, ao invés de bonecos de astronautas, teríamos preferido conhecer em pessoa alguns dos jovens daquela nação, conforme foi nossa agradável experiência em muitos dos outros pavilhões.

Tanto a mostra estadunidense como a soviética deixam a impressão de que a esperança para o progresso futuro da humanidade reside no espaço sideral. Mas, será isto verdade?

Visitando Muitas Nações

Outro dia amanhece, e nossa primeira visita é ao pavilhão búlgaro. Que feliz início para o dia! Somos recebidos na entrada por um amplo coro de moças em vestes nativas, cantando o que parece ser animada música folclórica. E, embora haja lembretes de que se trata de uma dentre a família socialista de nações, as pessoas e sua vida, seus interiores, suas videiras e seus campos são representados duma forma que cativa por completo.

Por outro lado, o vizinho pavilhão da Tchecoslováquia, embora belamente construído com paredes de vidro, parece dar ênfase a um temor mórbido da guerra. Um visitante na nossa frente escreveu, no livro na saída: “Esta é uma mostra muito pobre.” No entanto, de nossa parte, achamos muita coisa interessante e instrutiva no finale tcheco, um filme mostrando a fabricação e os usos do vidro e do cristal tchecos.

Depois de outro almoço nas deliciosas cercanias do jardim japonês, vamos visitar os salões Africanos. Alguns destes apresentam belas fotografias estáticas coloridas da vida selvagem e de grandes florestas, montanhas, rios e quedas d’água. Quão atraente é esta terra em toda a sua variedade, quando livre de ideologias egoístas e da exploração gananciosa! Mas, não podemos aceitar a afirmação de que foi em Tanzânia “onde o homem aspirou primeiro o espírito de vida, há 1.750.000 anos atrás”.

A Alemanha, França, Itália, Suíça e outros países dispõem de notáveis pavilhões que cobrem o cenário europeu, sua música, suas diversões, sua história e beleza natural. Um passeio pela floresta de chuva da Nova Zelândia, completa com cantos de tuis e arapongas, e uma série de quatro teatros representando a “Descoberta” no Canadá, nos levam a outras partes da terra. O pavilhão canadense bondosamente nos provê bancos para sentar, enquanto a nossa fila vai, de grupo em grupo, para o Palácio dos Espelhos, em forma de pirâmide. Felizmente, também há cadeiras em cada um de seus teatros, e um espetáculo emocionante e informativo . . . até que se lança em dez minutos de estridente e psicodélico rock’n’roll, que abala os nervos, aparentemente a “descoberta” do Canadá para o futuro. Pode isto ser harmonia? Será progresso?

Olhando Para o Futuro

Queremos ver mais das mostras japonesas, mas longas filas de espera nos desanimam. No entanto, passamos pelos bambuzais para o da Matsushita Electric, que vendeu 1.300.000 televisões em cor no ano passado. Esta mostra destaca uma Cápsula do Tempo, de metal, ‘contendo um registro completo dos nossos tempos, que deverá ser enterrada a quinze metros de profundidade no Castelo de Osaka, depois do término da Expo-70. A cápsula deverá conter itens de roupas, utensílios domésticos, um rolo da história e fitas de ruídos — até o relinchar dum cavalo e o rosnar dum porco. Não deverá ser aberto senão depois de 5.000 anos. É uma idéia nova, mas será que a Cápsula do Tempo será de algum interesse daqui a 5.000 anos?

O salão das empresas do Grupo Fuji se parece a enorme carroça com coberta de cor laranja. Sua ampla tela de cinema parece exibir as desarmonias da vida humana desde a concepção até o túmulo — suas contradições, suas divisões raciais e nacionais, suas crueldades e frustrações. Faz-nos perguntar: Onde na terra, entre a humanidade, há esperança de progresso e harmonia? Outros também sentiram fortes impressões, pois ouvimos um estudante japonês que passava comentar: “Progresso e harmonia — exatamente o contrário!”

Em dois dias vemos apenas uma parte interessante e que faz pensar da Área de Exposição principal, mas nos deleitamos nos pacíficos arredores do jardim japonês.

A Expo-70 é tremendo espetáculo. É enorme. É informativa e educacional, ao mostrar os povos da humanidade e seu ambiente e suas atividades. Sublinha a clamorosa necessidade de progresso e harmonia. Mas, pode traçar o mapa da estrada para alcançá-los? Esta é uma tarefa colossal demais, até mesmo para um colosso como a Expo-70 do Japão.

[Foto na página 21]

Torre do Sol, Símbolo da Expo-70

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