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  • Eu era guerrilheiro

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  • Eu era guerrilheiro
  • Despertai! — 1971
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  • A Colocação de Bombas
  • Pego com Evidência Incriminatória!
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g71 8/9 pp. 13-15

Eu era guerrilheiro

Conforme Narrado ao Correspondente de “Despertai!” em Chipre

NACIONALISMO foi algo que m ensinaram desde a infância. Os gregos deram a civilização ao mundo, era -me dito, e eu não me deveria esquecer de que era cipriota grego. Na escola meu professor de história martelava em minha cabeça estórias de bravos heróis da rebelião grega contra os turcos em 1821, relatando-as com entusiasmo.

Em casa, também, me ensinavam nacionalismo. Era misturado com religião meu pai sendo sacerdote da Igreja Ortodoxa Grega. ‘Somos gregos e quere mos nossa liberdade’, salientava meu pai vez após vez.

Estávamos então sob o domínio britânico. Ensinou-se-me que, se pudéssemos expulsar os ingleses, considerados tiranos, de Chipre, ficaríamos livres! Fui criado de modo a odiar os ingleses.

Em 1.º de abril de 1955, a EOKA (Organização Nacional dos Guerrilheiros Cipriotas) entrou em ação. Sua finalidade era sabotar os objetivos militares e produzir devastações e temor entre os ingleses por matá-los indiscriminadamente, até que abandonassem nossa pequena ilha. Daí ficaríamos livres! Liberdade! — a palavra soava tão melódica em meus ouvidos.

Com sentimento de orgulho, costumava ler nos jornais sobre as realizações dos homens e mulheres da EOKA. Desejava estar entre aqueles bravos, aqueles patriotas — mas como, Um dia meu desejo se concretizou.

Afiliei-me à EOKA

A organização EOKA estava sob a liderança de Digenis, que era legendário em Chipre. Tinha um subcomando e alguns líderes de seção, um para cada cidade. Havia também muitos líderes de grupo. Em breve iria encontrar-me com um líder de seção.

Era o ano de 1957. Tinha então vinte e cinco anos, era casado e tinha dois filhos. Quando o líder de seção da EOKA da minha cidade se dirigiu a mim, ouvi-o com grande respeito e atenção. Sim, desejava ser membro ativo da organização. Estava completamente a favor desta causa, mas precisava de treino. Meu treino consistia em fabricar bombas.

Quando dominei a arte de fabricar bombas, fui designado como líder de grupo. Tinha trinta e dois homens sob minhas ordens. Finalmente alcançara meu objetivo!

A Colocação de Bombas

Nosso dever era fabricar bombas-relógio e minas em nosso esconderijo secreto. Daí, as colocaríamos onde quer que nosso líder de seção nos ordenasse Seriam reguladas para explodir e realizar seu trabalho destrutivo num tempo específico.

Tínhamos um grande problema, porém, e este era como transferir as bombas de nosso esconderijo para o alvo sem sermos notados. conseguimos resolver este problema por confeccionar valises com compartimentos ocultos. Costumávamos colocar a bomba no fundo do compartimento, e depois de fecharmos essa parte, enchíamos a mala de roupa e de outros artigos. Éramos cuidadosos em certificar-nos de que as roupas que colocássemos ali não pertencessem a nenhum de nós que tinha a incumbência de colocar a bomba.

Assim, se a polícia ou o exército nos detivesse a fim de dar busca e encontrasse a bomba, daríamos a desculpa de que a mala não era nossa, e que provavelmente a pegamos por engano. E para provar isso, indicaríamos que a roupa que levávamos não era nossa.

Certo dia recebemos ordens de colocar uma bomba-relógio numa sala numa base do exército em que um general britânico deveria discursar aos seus oficiais. Um de meus homens que trabalhava na base do exército conseguiu fazer uma duplicata da chave da sala. No dia seguinte, alguns de nós penetramos furtivamente na base do exército, abrimos a porta da sala e colocamos a bomba-relógio. Tudo saiu conforme planejado. Pelo menos dez oficiais morreram e outros ficaram feridos.

Quando um avião que transportava soldados ia partir de Chipre certo dia, recebi ordens de sabotá-lo. Conseguimos colocar uma bomba-relógio na bagagem de um dos passageiros. Mas, houve uma demora na partida do vôo e antes mesmo que a bagagem fosse colocada no avião a bomba explodiu no aeroporto.

Minha atividade se expandiu, e toda vez que cumpríamos um de nossos “serviços” três ou quatro pessoas eram mortas ou feridas.

Além dos riscos de ser preso e enforcado ou fuzilado, encarava outros perigos também. Por exemplo, certa vez a bomba que havíamos enterrado na noite anterior não explodiu. E alguns de meus homens e eu estávamos trabalhando bem naquele lugar! Se a bomba-relógio explodisse então, todas as pessoas, inclusive eu e meus homens, poderiam ser mortas. Um telefonema anônimo ao esquadrão de remoção de bombas salvou a situação.

Pego com Evidência Incriminatória!

Certa vez foi pego. Foi de admirar que escapei da morte. Transportávamos num carro alguns tubos de ferro de quatro polegadas, úteis para a fabricação de bombas. Daí fomos detidos pela polícia militar. Quando deram busca em nosso carro e encontraram os tubos de ferro, suspeitaram de nós e se comunicaram por rádio com as autoridades militares. Fomos presos e colocados em celas diferentes. Começou o interrogatório.

Contamo-lhes a mesma estória: Um de nossos co-passageiros trabalhava numa firma fornecedora de ferro. Depois de ter terminado um serviço, estava recolhendo todos os pedaços de ferro que sobraram, e estávamos apenas o ajudando a leva-los para seu novo serviço. O exército verificou a nossa estória e a achou plausível.

Não obstante, o que atormentava minha mente não eram os tubos de ferro; era algo muito mais incriminatório. Em nosso carro, eu tinha uma carta de meu líder de seção da EOKA! Continha ordens para outro líder de grupo, e no envelope havia quinze libras esterlinas. Eu devia entregar aquela carta, que mencionava que o dinheiro estava no envelope.

Quando a polícia militar deu busca em nosso carro, um deles viu o envelope. Tomou-o, abriu-o e viu as quinze libras. Meteu-o no bolso. Entregaria agora a carta às autoridades militares? Essa era a minha grande preocupação. Se o fizesse, então eu estaria perdido. Como poderia explicar a sua existência no carro? Saberiam que eu era homem da EOKA. Felizmente para mim o amor ao dinheiro por parte deste homem era forte demais. Ficou com o dinheiro, e nessas circunstâncias não poderia revelar a carta incriminatória. Salvei-me. Custou-me apenas três dias de interrogatório e encarceramento.

Encontrei as Testemunhas de Jeová

Sendo nacionalista, era também religioso, visto que a religião e o nacionalismo aqui em Chipre já de longa data têm estado muitíssimo coligados. Certo dia, estava vendendo bilhetes de loteria, cujas rendas seriam revertidas para a construção de uma nova igreja ortodoxa grega. No mesmo estabelecimento em que trabalhava havia uma testemunha de Jeová empregada ali também. Muitas vezes o ouvira falar sobre Jeová a meus colegas. Chegou até a falar comigo. Gostava do homem. Quem dera que fosse um pouco mais patriota, pensava eu!

Esta testemunha cristã de Jeová certo dia me disse que a verdadeira liberdade não apenas de todas as espécies de supressões nacionalistas, mas a liberdade da doença e da morte viria mediante a reino de Jeová Deus. Em outra ocasião, dirigi-me a este senhor e pedi que comprasse um bilhete de loteria. Ele mostrou consideração para comigo, elogiando-me por fazer o que eu achava ser uma obra cristã, mas não quis comprar um. Disse que gostaria de ajudar-me de outra forma. Propôs que iria inscrever meu nome para uma assinatura anual da revista bíblica A Sentinela. Aceitei.

Depois de algumas semanas a revista começou a vir à minha casa pelo correio. Mas, visto que não estava realmente interessado em lê-la, costumava jogá-la num canto da casa. Nem sequer a tirava do invólucro.

Certo dia, a Testemunha pediu minha opinião sobre um artigo contido em uma Sentinela recente. Era sobre um assunto em que eu estava realmente interessado, mas visto que me senti envergonhado de dizer que nem sequer abrira a revista, disse-lhe que lhe daria uma resposta no dia seguinte. De volta para casa, vasculhei a pilha de revistas que atirara no canto e achei o artigo. Ao lê-lo, verifiquei que me interessava. Depois disso, toda vez que encontrava esta testemunha de Jeová, ele tinha algo de interessante para palestrar comigo.

O Estudo Bíblico Leva à Verdadeira Liberdade

Pouco depois aceitei um estudo bíblico. Incluí minha família nele visto que comecei a ver que o amor a Deus e o amor ao meu próximo eram mais poderosos em mim do que o nacionalismo. Comecei a aprender mais sobre Deus, seu nome e seus propósitos. Comecei a compreender que a felicidade não é alcançada por se promover nenhuma espécie de nacionalismo, nenhuma espécie de governo humano. Coloquei-me a favor do governo de Jesus Cristo, o reino de Deus. Quão contente fiquei quando se me mostrou, mediante a Bíblia, que Deus tinha um propósito ao permitir que as nações chegassem ao ponto a que chegaram, que esta é a geração que presenciará a grande mudança que os verdadeiros cristãos têm aguardado por séculos. Brotaram lágrimas em meus olhos quando aprendi que Jeová é Deus misericordioso, pronto a perdoar, e quanto eu pessoalmente precisava de perdão!

Depois de alguns estudos bíblicos tomei uma decisão. Amava a Deus e seu reino e precisava deles. Simbolizei minha dedicação a Jeová Deus por ser batizado em água. Depois disso, a primeira coisa que fiz foi enviar as revistas Sentinela e Despertai! a todos os homens que lutaram sob minhas ordens. Só um demonstrou certo interesse na mensagem da Bíblia.

Hoje sou um “líder de grupo” novamente, mas de tipo diferente — o ministro-presidente de uma congregação pacífica das testemunhas de Jeová. Tenho de novo junto comigo cerca de trinta e cinco pessoas com quem trabalho. E oh! que alegria é sair com elas no ministério de campo, divulgando ao hospitaleiro e bondoso povo de Chipre as boas-novas da paz de mil anos que se aproxima sob a regência do Reino de Jesus Cristo. (Rev. 20:4-6) Que alegria é ler aos meus patrícios sobre a ressurreição dos mortos e as maravilhosas condições que o verdadeiro Deus Jeová há de trazer em seu novo sistema de coisas que se aproxima rapidamente! — Rev. 21:1-4.

Encontrei agora a verdadeira liberdade que procurava. Quão grato sou àquela testemunha de Jeová que me mostrou o verdadeiro propósito em viver!

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