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  • Um cantor judeu aprende a cantar os louvores de Jeová

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  • Um cantor judeu aprende a cantar os louvores de Jeová
  • Despertai! — 1972
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g72 8/5 pp. 13-16

Um cantor judeu aprende a cantar os louvores de Jeová

Conforme narrado ao correspondente de “Despertai!” em Israel

AOS dezessete anos de idade, eu estudava numa faculdade para estudantes rabínicos em Istambul. Tratava-se dum seminário para preparar e instruir rabinos para toda a Turquia. Devido a meu progresso nos estudos da Tora e do Talmude, fui designado cantor (um oficial que canta ou entoa música religiosa e lidera a congregação em oração) duma bem-conhecida sinagoga. Também fui designado instrutor de duas classes de estudantes mais jovens da Tora. Ambas estas designações envolviam um salário constante.

Embora meus pais não ficassem tão enamorados com a idéia, eu planejara terminar meus estudos locais lá na Turquia e transferir-me para uma Yeshiva (escola para estudos avançados do Talmude) a fim de completar minha instrução ali.

Uma Palestra Bíblica com Efeitos Posteriores

Mas, neste estágio, surgiu o momento decisivo. Certo dia, duas irmãs de um amigo meu me pediram para visitar certa família junto com elas. “Há alguém que os visita cada semana e que argumenta contra os ensinos do judaísmo”, disseram. “Mas, estamos seguras de que, se nos acompanhar, poderá vencer a discussão.” Concordei em ir, e fixamos a ocasião.

Equipado com minha Bíblia em hebraico, e usando meu tradicional kepa, ou solidéu, dirigi-me ao lugar aprazado às 21 horas. A casa estava cheia de pessoas, muitas delas sendo observadores curiosos. E, ali entre elas, sentou-se um rapaz duma família muçulmana que apresentou uma Bíblia na língua turca. Fiquei bastante surpreso de ver alguém de uma família muçulmana com uma Bíblia, sendo o Livro Sagrado que eu considerava como se originando dos judeus, mas, rapidamente, recuperei-me de minha surpresa. Nossa palestra de vários temas bíblicos logo passou a realizar-se.

Sentia-me confiante, em vista de ter bom conhecimento da Bíblia. Tornou-se claro para mim, mais tarde, porém, que não basta conhecer o que está escrito nas Escrituras, mas é preciso que se entenda as mesmas também. Ademais, muitos ensinos que eu cria se basearem na Bíblia, para minha surpresa, provaram não ter nenhuma ligação com a Bíblia, sendo, ao invés, tradições adicionadas posteriormente por vários rabinos.

Tenho de admitir que passei maus bocados tentando defender as minhas crenças pela Bíblia, a palestra continuando até às 3 da madrugada! No entanto, estava certo de que, os pontos que eu mesmo não conseguira responder, os instrutores rabínicos poderiam fazê-lo. Assim, determinei perguntar a um deles no dia seguinte.

Um dos princípios básicos da fé judaica, por exemplo, é a crença na reconstrução do templo em Jerusalém. Mas, segundo este senhor turco, a própria Bíblia não indica nenhuma necessidade para se construir um templo material para Deus. Em prova disso, citou as palavras de Isaías 66:1: “Assim disse Jeová: ‘Os céus são o meu trono, e a terra é o meu escabelo. Onde, então, está a casa que vós me podeis construir, e onde, então, é o lugar como lugar de descanso para mim?’”

No dia seguinte, suscitei a pergunta sobre este assunto ao rabino, durante uma aula. Perguntei-lhe: “Em que base cremos que o templo será reconstruído em Jerusalém, quando Deus não está interessado em tais edifícios, segundo Isaías 66:1?”

O rabino olhou para mim com suspeita, e ergueu a voz ao perguntar: “Está-se voltando para os ‘Jeovistas’ [as testemunhas cristãs de Jeová]? Não ouse fazer isto!” Pela sua maneira de falar, soava como se eu tivesse cometido algum pecado terrível, assim, fervorosamente neguei isto: “Não! Não estou!” Mas, daí, ele continuou a lição estabelecida, deixando-me sem qualquer resposta à minha pergunta.

Fiquei realmente intrigado em saber como é que o rabino poderia ter sabido que eu encontrara as testemunhas cristãs de Jeová simplesmente por lhe fazer esta única pergunta. Mais tarde, compreendi que os rabinos judeus e os clérigos da cristandade na cidade simplesmente não toleravam as Testemunhas, ficando alarmados diante do número crescente de pessoas que abandonavam seus rebanhos e se associavam com as testemunhas de Jeová.

O Estudo Me Convence da Verdade Bíblica

Cerca de duas semanas mais tarde, quando me dirigia para dar uma aula particular a um dos meus estudantes, ouvi alguém me chamar pelo nome. Reconheci que era o dono da casa onde eu tivera aquela longa palestra há duas semanas antes. “Bem, o que achou dele?” — queria saber.

“Não fiquei muito impressionado”, respondi, não desejando perder meu respeito próprio.

“Gostaria de conhecer uma das testemunhas de Jeová que é um judeu de nascença?” — perguntou.

“Eu não me importaria”, disse, mas apressei-me em acrescentar, “mas, jamais deixarei minha fé judaica”.

Fixamos uma data para nosso encontro. Esta reunião resultou ser a primeira duma série de palestras semanais, todas realizadas em segredo, por causa do medo das reações que inevitavelmente surgiriam por parte de meus mestres, de meus pais e da inteira comunidade judaica. Apesar de tudo, decidi continuar tais palestras, a fim de poder fazer uma comparação plena e cabal entre meus estudos tradicionalistas judaicos no seminário e os ensinos bíblicos das testemunhas cristãs de Jeová.

Quanto mais eu me associava com as Testemunhas e chegava a conhecê-las bem, tanto mais convicto fiquei de que possuem a verdade bíblica. Assim, no devido curso de tempo, chegou a ocasião quando não mais pude retê-lo, nem queria fazê-lo. Decidi considerar as verdades bíblicas que aprendera, tanto com outros em minha própria turma do seminário e com os estudantes a quem eu lecionava na ocasião. Imediatamente surgiram objeções e oposição de toda parte. Na escola, fui chamado à sala do diretor. Sua linguagem foi inequívoca, e, de fato, ameaçadora — se não deixasse por completo de me associar com as testemunhas de Jeová, seria expulso da escola. Também me pressionou a fornecer os nomes e endereços das Testemunhas que eu conhecia, de modo que pudesse entregar a informação à polícia. Desnecessário é dizer que eu não lhe revelei nada.

As notícias de que eu me tornara testemunha cristã de Jeová se espalharam rapidamente por toda a comunidade judaica em Istambul. Os membros da escola começaram a me evitar, com medo de ser influenciados a se “converterem” também. Não raro tive de enfrentar zombaria. Embora esta não fosse uma experiência agradável, não me preocupou demais.

Incidente Sobre Isaías 9:6, 7

Lembro-me bem de uma experiência que ocorreu na escola, certo dia. Devido a que as classes mais adiantadas eram de tamanho reduzido, três turmas foram juntadas para o estudo bíblico. As idades dos estudantes variavam de dezessete a vinte e um anos. Durante uma aula do Rabino M—— de uma Yeshiva de Jerusalém, estudávamos o capítulo nove da profecia de Isaías. A respeito do versículo seis daquele capítulo, a interpretação foi dada de que o “menino” prometido que nasceu não era outro senão o rei Ezequias de Judá. O resto dos estudantes simplesmente aceitaram esta explicação sem questionar. Mas, eu interrompi o professor para perguntar como era possível atribuir o cumprimento desta profecia a Ezequias quando, por certo, não se revelou ser “Deus Poderoso”, “Pai Eterno” ou “Príncipe da Paz”, nem estabeleceu o trono de Davi firmemente, nem sentou-se ali para sempre.

Ele respondeu por perguntar o que eu mesmo achava sobre o trecho. Expressei minha crença de que deve certamente referir-se ao Messias, aquele que se sentaria no trono de Davi por tempo indefinido e que estabeleceria a paz eterna. Tal aplicação destas palavras pareciam surgir como completa surpresa para o rabino, ele aparentemente não estando acostumado a que tais opiniões fossem expressas.

Foi interessante ver como a classe inteira despertou de sua letargia a esperou com expectativa a resposta do rabino. Podia-se ouvir que sussurravam uns para os outros: “Ele não mudou de idéia.” “Parece que ainda se volta para os ‘jeovistas’.” E até mesmo a resposta do rabino foi perguntar-me: “É você que se chama Davi?” Era óbvio que estava avisado a meu respeito, mas não me conhecia pessoalmente. “Tratarei de sua pergunta depois da aula”, disse.

O sinal tocou para terminar a aula, mas ninguém queria sair da sala — todos esperavam ouvir a resposta do rabino à minha pergunta sobre a notável profecia de Isaías, capítulo nove, versículos seis e sete. Mas, ele anunciou que esperaria até que a sala ficasse vazia antes de considerar o assunto, de modo que tiveram de sair. No entanto, todos os estudantes se reuniram junto à janela aberta, de modo que pudessem ouvir a conversa. O rabino levantou-se, repreendeu-os, e firmemente fechou a janela, antes de se virar para mim. “É você que, segundo eu ouvi, anda misturando-se com os ‘jeovistas’? Aconselho-o a afastar-se deles e aceitar as interpretações dadas pelos rabinos.” Essa foi a única resposta que ele deu à minha pergunta. Daí, saiu da sala.

Depois de algum tempo, fui chamado à comissão da comunidade judaica local da área em que morava, a fim de esclarecer minha posição. Aproveitei a oportunidade para apresentar uma explicação cabal de meu ponto de vista e minhas crenças. A decisão da comissão a respeito do meu caso se tornou pública no sábado seguinte quando o presidente da comissão falou à sinagoga central e expressou seus pêsames pela minha “conversão” ao Cristianismo. Anunciou minha demissão dos meus cargos de cantor e professor, e avisou a todos, especialmente a meus amigos, para não ter nenhuma associação comigo, em vista de eu não mais ser um membro da comunidade judaica.

Resultados das Reuniões com os Rabinos

Por certo, eu esperava que tais passos fossem dados no devido tempo, de modo que não constituíram nenhuma surpresa. No entanto, este anúncio público trouxe oposição amarga de meus pais. Chegaram até a me expulsar da casa da família por certo tempo. Quando me permitiram retornar mais tarde, concentraram todos os esforços em me persuadir de que meu proceder era errado. Disse-lhes que me dispunha a ter uma reunião com qualquer rabino que me pudesse apresentar argumentos convincentes. Certo rabino expressou sua prontidão de arrazoar comigo e fixou uma reunião para discutirmos o assunto, que deveria dar-se em nossa sinagoga local.

Presentes nesta palestra se achavam vários amigos meus que haviam deixado de falar comigo desde a minha expulsão. A palestra centralizou-se no assunto do nome de Deus, Jeová. Em resposta a suas afirmações de que o nome divino não deveria jamais ser mencionado ou usado e que não é importante na adoração judaica, citei vários versículos da Bíblia que especificamente declaram a obrigação do homem de invocar o nome de Deus, ensinar seu nome a outros e usar o nome de Deus em oração. Nisto ficou irado e começou a falar comigo aos berros. Até mesmo amaldiçoou o nome de Jeová Deus! Não pude deixar de lhe perguntar como podia afirmar ser um líder espiritual da nação e, ao mesmo tempo, amaldiçoar o nome de Jeová Deus, seu Criador. Lembrei-lhe do caso de Faraó, do Egito, que se recusou a reconhecer a Jeová, mas que o desprezou e cujo fim foi amargo. Aparentemente, ele compreendeu a extrema seriedade do que havia feito, pois começou a negar tudo, jurando que não havia amaldiçoado o nome de Jeová.

Ao deixar a sinagoga naquela noite e dirigir-me para casa, notei que alguém me seguia pelo caminho. Era um de meus amigos que presenciara a palestra. Conseguiu-me alcançar e disse: “Agora sei que você possui a verdade. Eu mesmo ouvi como o rabino mentiu quando negou ter amaldiçoado o nome de Jeová.” No devido tempo, começou a estudar com uma das testemunhas cristãs de Jeová, e passou a comparecer às reuniões da congregação cristã.

Um esforço final foi feito para ‘endireitar’ meu modo de pensar, quando um tio meu marcou uma reunião com o Grão-Rabino de toda a Turquia. Nesta reunião, também estavam presentes dois outros membros líderes da comunidade judaica. Foi realizada na residência de verão interiorana do rabino, onde se achava naquela época. Desde o início, zombou das Testemunhas como não sendo nada mais do que pessoas simples e ignorantes, usando o termo am ha-’arets (literalmente ‘pessoas da terra’). Mas, então, quando por fim me deu a oportunidade de declarar meus conceitos e eu pedi que trouxesse sua Bíblia, replicou que não possuía uma na casa. Não pude ocultar minha completa surpresa de que, no lar do Grão-Rabino do país inteiro não houvesse um exemplar sequer da Bíblia, apesar da injunção bíblica: “Este livro da lei não se deve afastar da tua boca, e tu o tens de ler em voz baixa dia e noite.” (Jos. 1:8) Daí, rapidamente tentou salvar as aparências na frente dos demais presentes, por afirmar que se esquecera de transferir sua Bíblia de sua casa de inverno na cidade.

No fim desta reunião, os presentes me aconselharam que o melhor passo seria eu me mudar para Israel, pois ali era certo que eu voltaria ao caminho correto. Algum tempo depois, efetivamente, mudei-me para Israel como imigrante, mas, ao invés de suas expectativas se realizarem, ainda estou servindo a Jeová como uma de suas Testemunhas, participando regularmente no ministério cristão.

Ao invés de cantar determinados trechos da Tora nos dias sabáticos como cantor da sinagoga, sinto-me feliz de cantar diariamente os louvores de Jeová, por proclamar o seu nome e o seu reino nos lares das pessoas interessadas. Esta é minha resposta à convocação bíblica: “Cantai a Jeová, bendizei o seu nome.” — Sal. 96:2, 3.

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