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  • Um lembrete dos tempos mais tranqüilos em Ulster

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  • Um lembrete dos tempos mais tranqüilos em Ulster
  • Despertai! — 1977
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Despertai! — 1977
g77 22/7 pp. 12-16

Um lembrete dos tempos mais tranqüilos em Ulster

Do correspondente de “Despertai!” em Ulster

“TEMPOS tranqüilos em Ulster? Jamais!” Essa talvez seja uma reação compreensível, em vista da selvagem guerra sectária, dos horríveis assassínios, dos devastadores bombardeios, do trágico derramamento de sangue inocente e da insensível destruição de propriedades que parecem ser o assunto do dia na Irlanda do Norte.

Mas, a apenas alguns quilômetros da tensão latente do centro da cidade de Belfast, podemos encontrar verdadeiro oásis de tranqüila serenidade. Este lembrete dos tempos mais tranqüilos é o museu folclórico de Ulster.

Trata-se dum projeto imaginativo e evocativo, erguido em 55 hectares de terrenos ajardinados repousantes, lindamente cobertos de árvores, e ilustra de modo notável as condições de moradia e de trabalho que prevaleciam nesta província nos últimos duzentos ou trezentos anos. Aqui, num ambiente natural, temos moradias restauradas que serviram de lares para os camponeses, a gente mais pobre, os lavradores e os operários, os tecelões e outros que moravam em Ulster nos tempos idos. Primeiro, examinemos as casas dos camponeses.

As Casas dos Camponeses

Sua primeira impressão talvez provoque reações como estas: ‘Oh, que linda e encantadora. Veja só aquele teto de colmo com a fumaça saindo pela chaminé! As casas foram cuidadosamente restauradas. Pedra por pedra, e pedaço por pedaço de madeira, foram desmontadas em seu local original e então cuidadosamente montadas aqui. Uma casa só tem um cômodo, de não mais de 3 metros de cada lado, com simples chão de terra, grossas paredes de pedra com pequeninas janelas, e um teto baixo de colmo.

Toda a vida obviamente se centralizava no local em que se formava uma lareira por meio de pedras arredondadas colocadas no chão de terra. A casa deste camponês tinha uma fogueira de turfa que ardia no chão e, rodeando-a, estavam todos os utensílios primitivos de cozinha.

Aqui, nessa grande chapa redonda e negra, a dona-da-casa cozinhava os itens básicos da dieta, como o pão ázimo, ou bolo de aveia, que então era secado em frente da fogueira, sendo colocado no suporte de ‘harnin’ (endurecimento). Imagina que conseguiria fazer lindas fornadas de pão-de-minuto, fermentados com bicarbonato de sódio e leite azedo, a ser partido em ‘bolinhos’ ou quartas, e comido com montões de manteiga fresca; ou, talvez, o pão de batatas, feito duma mistura de farinha de trigo e batatas cozidas?

As ásperas paredes caiadas pouco contribuem para se eliminar a sensação quase de claustrofobia que nos envolve nesta pequeníssima casa. Nem podemos imaginar que nos sentiríamos muito confortáveis naquela cama apertada, e de aparência dura, sobre o ‘estrado da cama’, construído na parede, perto da lareira.

Todavia, mesmo aqui assolou-nos a idéia — o que realmente conseguimos no sentido de produzirmos uma vida melhor agora, quando vivemos neste ‘modernizado’ século vinte? Que dizer da qualidade de vida atual, na selva de concreto que é Belfast, além do nível material básico?

Sem dúvida, quem morava neste tipo de casa ficaria horrorizado diante dos resultados agonizantes da chamada civilização, com sua mortífera capacidade de destruição súbita, indiscriminada. Talvez ficassem contentes de retornar a este santuário de paz, embora fosse dura a vida, às vezes.

Além destas moradias menores e humildes, porém, onde por vezes moravam famílias inteiras, dormindo agrupadas, com os pés voltados para a fogueira, há alguns excelentes exemplos de casas-grandes. Aqui escalamos um degrau ou dois da escala social e vemos pequenos melhoramentos no quinhão do fazendeiro e do lavrador.

As Casas dos Fazendeiros

Mesmo aqui, apesar da possibilidade de disporem do luxo dum piso de lajes na cozinha, ao invés de um piso de terra batida, dispunham de muito pouco no sentido de confortos materiais.

Novamente encontramos a fogueira aberta, ao nível do chão, o fogo sendo alimentado pela turfa, e a maior parte da fumaça, dependendo da direção do vento, subindo pela moldura da chaminé, construída desde a parede. Olhe só aquele grande braço giratório de ferro, montado em pivô no lado esquerdo da fogueira, e usado para girar aquelas pesadas panelas de ferro e grandes caçarolas pretas, removendo-as do fogo! Que acharia de lidar com uma dessas panelas, algumas das quais têm capacidade para 95 litros? Essas não parecem tão grandes, mas que contraste apresentam com a chaleira elétrica de 1,5 litros, que ferve as coisas rapidamente, e que é encontrada nos hodiernos lares irlandeses!

Todas as casas de campo daqueles tempos mais tranqüilos tinham mobília escassa, extremamente espartana — uma mesa rústica, uma ou duas cadeiras de aparência desconfortável e um guarda-louças aberto, com os rudimentares artefatos de barro de cozinha da família. Enfiada num canto talvez houvesse uma cama de ‘repouso’, de encosto comprido, e uma arca sob ela, que era dobrada para servir como banco durante o dia, e, junto à fogueira, a inevitável caixa de sal. Essa tripeça era muito prática, considerando a natureza irregular do piso. A maioria desta mobília rudimentar, além das madeiras pesadas que sustentavam a casa, eram feitas de madeira de carvalho preservada em turfeiras, que outrora abundavam aqui na Irlanda.

Uma caraterística interessante destas casas, conforme notamos, é a ‘parede divisória’ que deparamos ao entrar pela porta da frente e, deveras, amiúde a única. Esta parede divisória, com sua janelinha para se ver quem chega da horta, é construída em ângulo reto com a parede onde está a lareira. Amaina um pouco o vento que venha sobre a fogueira e contribui para formar um cantinho acolhedor, onde a família e os amigos possam juntar-se para um divertido ‘celidh’ ou festinha musical.

Pelo menos, os moradores destas fazendas estariam livres do terror atual, sentido por muitos que moram em isoladas casas de campo na Irlanda do Norte, onde os ocupantes têm sido assassinados por grupos de saqueadores de carro, que são assassinos sectários. A janelinha de sua ‘ombreira’ encontra seu correspondente triste em muitos lares modernos, nos ‘olhos-mágicos’ que permitem ampla visão da área externa da porta, ou no espelho de visão unilateral agora instalado nas portas da frente para avisar sobre a aproximação de possíveis assassinos.

Nem todos provavam a pobreza que era o quinhão de tantos dentre o povo comum, naqueles anos de outrora, em especial durante e depois da Grande Fome de 1845. Alguns dos setores mais abastados da sociedade viviam em grande luxo. Isto nos é ilustrado ao examinarmos a casa maior, de dois pavimentos, que certa vez era ocupada por um clérigo.

A Casa do Ministro

Esta casa realmente se destaca das outras. Possui ampla área de cozinha, ao entrarmos pela porta da frente, com sala de visitas à esquerda e quarto de dormir e gabinete à direita. Na parte superior, encontramos grande quarto de dormir, não tendo apenas uma, senão duas enormes camas de casal, junto com jarras de água quente, aquecedor de cobre para a cama e urinóis, além de guarda-roupas e cômoda. A mobília aqui demonstra a arte e a qualidade que se destacavam por faltarem nas casas dos paroquianos.

O que realmente nos impressionou aqui foi a imensa lareira. Trata-se de magnífica e enorme lareira, tão grande que podemos ficar em pé junto ao fogo e olhar para cima, para a chaminé, onde quaisquer itens eram pendurados para serem defumados e preservados. Também, esta casa possui o que faltava em todas que vimos até agora — um forno! Tudo que as donas-de-casa anteriores possuíam para assar era uma panela enfiada numa fogueira alimentada por turfa.

A dona desta casa aquecia seu forno com algum combustível que não soltava fumaça, o carvão, revolvendo o carvão restante quando o calor era suficiente, e então assava seu pão no calor residual. Poderia até mesmo acrescentar à dieta de sua família algumas das iguarias disponíveis por volta de 1776, segundo relatado: “Pombos, 2s. [dois xelins] a dúzia; coelhos, 4d. [quatro pence] cada um; solha, 10d. o par; lagostas, 5s. a dúzia; pato selvagem, 10d. a 1s. cada um.”

Grande número dos que viviam em Ulster, naqueles anos, trabalhavam com o linho, uma indústria idealmente adequada ao clima aqui. A vida para eles, como para o lavrador, era um tanto dura.

Os Trabalhadores com Linho

Trabalhar com o linho, a planta que produz as fibras para o tecido, deve ter sido opressivo e completamente extenuante. As hastes eram arrancadas pelas raízes e enfeixadas, daí mergulhadas em tanques de linho de oito a quatorze dias para a ‘maceração’, em que a ação bacteriana permite a extração das fibras.

Era isto que produzia o linho, uma vez que tais fibras fossem transformadas em fios para a tecelagem. O pano de linho, inicialmente marrom claro, era colocado para branquear em gramados alvejantes. Incidentalmente, a pena por roubar o linho de tais gramados era, naqueles dias, quase que inacreditavelmente, a morte! Por certo eram dias difíceis.

Algumas das pessoas locais talvez trabalhassem num moinho de linho com seu enorme moinho-d’água para produzir a energia para o ‘estomentar’ e coisas semelhantes, uma vez isto havia deixado de ser feito manualmente, mas o artífice em tudo isso era, sem dúvida, o tecelão.

A Casa do Tecelão

Ilustrando as condições de trabalho do tecelão de antanho, vemos aqui, na casa do tecelão, um tecelão moderno duplicando seu trabalho. Passando direto pela porta da frente, rodeando a ‘parede divisória’, encontramo-nos numa cozinha bem similar à das casas de campo que visitamos. A direita se acha o quarto de dormir, com bastante espaço para duas camas de casal, e, à esquerda, por trás da parede da lareira, acha-se o quarto de tecelagem.

Sem dúvida, este senhor sentia satisfação em seu trabalho. Estava absorto em seu trabalho. Os tecelões costumavam trabalhar desde os primeiros raios do dia até os últimos, daí haver muitas janelas neste aposento. Um visitante observa ao tecelão que ali trabalha que aquelas longas horas em que costumavam trabalhar deviam ter desumanizado o tecelão, tornando-o simples peça duma máquina, por assim dizer. Mas, este tecelão acha que em seu caso, é mais uma questão de a máquina se tornar uma extensão dele, tendo disposições próprias.

É realmente fascinante observar os padrões que se formam no tecido de linho, à medida que ele trabalha, tendo os pés e as mãos ocupados, ao erguer primeiro estes fios, daí os outros, e a lançadeira ir para trás e para a frente. Que tamanha coordenação e concentração!

Outros Reflexos do Passado

Outros mostruários aqui nos ajudam a apreciar o passado. A maleta de instrumentos do médico parece atemorizante. Faz-nos lembrar que, outrora, naturalmente, não existia tal coisa como a anestesia. Quando o médico tinha de usar aquela serra, de aparência iníqua para amputar, digamos, uma perna, talvez se levasse primeiro o paciente à taberna local e se fizesse que ele ficasse bêbedo antes de ser feita a operação. O sapateiro local era convocado a preparar fortes ligaduras enceradas de linho e cera de abelha, usadas para ligar as artérias seccionadas!

O jugo de madeira, junto com as correntes para transporte dos vasilhames de leite, por certo não parece muito confortável, tampouco, e ficamos surpresos com o equipamento um tanto rudimentar que tinham de usar. Poucas pessoas hoje, na Irlanda, prefeririam tais condições de vida às que agora usufruem, graças à tecnologia moderna.

Mas, igualmente, é duvidoso se as pessoas que viviam naqueles tempos e usavam todos estes implementos teriam preferido os atuais temores, insegurança, tensão e ódios à relativa tranqüilidade dos seus dias. Parece que substituímos as injustiças dos tempos delas por erros ainda mais monstruosos. Refletindo a atual frustração de muitos, uma pessoa espirituosa escreveu numa parede de Belfast a seguinte pergunta: “Existe vida antes da morte?” Assim, é bom termos um lembrete dos tempos mais tranqüilos e, assim, nutrir a esperança de que, algum dia, a tranqüilidade será restaurada.

[Foto na página 12]

A casa dum camponês.

[Foto na página 13]

A casa dum fazendeiro.

[Foto na página 14]

A Casa dum Ministro

[Foto na página 15]

A casa dum tecelão.

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