BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g77 8/11 pp. 20-23
  • A história da borracha

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • A história da borracha
  • Despertai! — 1977
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • A Sangria das Árvores da Selva
  • De Pequeno Início
  • “Plantações” de Borracha
  • Borracha Sintética
  • Extração de borracha: um trabalho que afeta a sua vida
    Despertai! — 1996
  • Ópera na selva
    Despertai! — 1997
  • O que deve saber sobre pneus
    Despertai! — 1973
  • Pneus — sua vida pode depender deles!
    Despertai! — 2004
Veja mais
Despertai! — 1977
g77 8/11 pp. 20-23

A história da borracha

Do correspondente de “Despertai!” no Brasil

ENORME “Jumbo” aproxima-se do aeroporto. Para uma aterrissagem bem sucedida — muito depende dos pneus. Estes têm de suportar tremendo choque e fricção, à medida que a aeronave, com seu imenso peso, toca o solo e prossegue até parar por completo. A única substância natural que pode suportar esse tratamento brutal é a borracha.

Segundo Rubber (Borracha), publicação da “Firestone”, a produção mundial de 1973 foi calculada em 3,25 milhões de toneladas longasa de borracha natural, e 5,8 milhões de toneladas longas de borracha sintética. O maior quinhão cabe à indústria automobilística. “Os pneus de automóveis”, observa a Encyclopædia Britannica, “absorvem de 60 a 70 por cento da borracha disponível”.

Onde se origina a borracha? Várias das árvores tropicais e subtropicais produzem uma emulsão leitosa, ou látex, que contém borracha. A melhor fonte comercial da borracha natural é uma árvore bela e ereta chamada Hevea brasiliensis, nativa da selva amazônica do Brasil. Em estado silvestre, atinge de 20 a 30 metros. Cultivada em plantações, essas árvores chegam a atingir 18 metros. Quanto à fonte do látex que contém borracha, declara a Encyclopædia Britannica:

“Pode-se dividir o tronco duma árvore, mais ou menos, na parte interna do lenho e na parte externa, da casca. Na junção da casca e do lenho há uma camada de células com a grossura duma folha de papel, conhecida como câmbio, que se apresenta como camada pegajosa quando se tira a casca da árvore. Esta camada é a fonte de crescimento, adicionando, por um lado, novas células ao lenho, e, por outro lado, as novas células da casca. Em seguida ao câmbio, e na parte macia da casca, acham-se os tubos de látex. Fora da casca macia há uma parte dura, onde há comparativamente poucos tubos de látex. O todo acha-se protegido por uma camada externa da casca. O diâmetro dos tubos de látex é considerado como sendo de cerca de 0,0015 de polegada [0,0038 cm].”

As moléculas de borracha se compõem de cinco átomos de carbono para cada oito de hidrogênio. Um grande número de tais moléculas formam uma cadeia de moléculas gigantes, longas, conhecidas como polímeros (“muitas partes”). Afirma Rubber: “Os cientistas crêem que a estrutura em cadeia da borracha talvez explique sua elasticidade. Imaginam que as longas cadeias das moléculas da borracha talvez se liguem e contorçam, um tanto parecidas a molas espirais. Quando se estica a borracha, as espirais se afastam. Quando se solta, retornam ao seu lugar.”

A Sangria das Árvores da Selva

Francisco da Silva é um dos cerca de 150.000 chefes de família brasileiros que ganham arduamente a vida por colher borracha silvestre natural nas inóspitas florestas próximas ao Rio Amazonas. A rotina diária de Francisco começa de madrugada, perto da cidade de Rio Branco, Estado do Acre, no meio da selva, a cerca de 1.100 quilômetros ao sul do equador. Depois dum desjejum frugal, ele parte, levando na testa uma pequena lanterna para iluminar a densa floresta. Também carrega uma espingarda para precaver-se de quaisquer perigos que possam surgir, devido a animais selvagens ou cobras venenosas.

Ao chegar à primeira árvore, Francisco limpa o tronco. Daí, usa uma faca especial para fazer ligeira punção na casca, de modo que o corte se incline da esquerda para a direita. Em cada corte, coloca uma tigela de folha-de-flandres. Esta serve para captar o látex que exsudará nas próximas três ou quatro horas do espaço entre a parte externa da casca e o câmbio. Se a árvore resulta ser de produção superior à média, pode colocar até quatro tigelinhas no mesmo nível, com cerca de 10 centímetros de distância uma da outra.

Por volta do meio-dia, Francisco pára para uma refeição leve. Mas, logo depois começa a colher o látex. Por volta das cinco horas da tarde, começa a abrir caminho para casa com a colheita do dia, de cerca de 30 quilos de látex. Isso resultará em cerca de 10 quilos de borracha crua.

A próxima operação se realiza naquele barracão de teto de colmo, sem janelas, mas com uma abertura no teto. No meio do barracão há uma fogueira que arde lentamente, com um forcado em cada lado. Por várias vezes, Francisco mergulha a taniboca no látex, e então a pousa sobre o forcado. Enquanto gira a taniboca sobre a fogueira, derrama mais látex na taniboca. O calor faz evaporar a água do látex, e a borracha engrossa. Continua o processo de adicionar o látex e, gradualmente, forma-se uma bola escura e sólida de borracha ao redor da taniboca. Isto continua até que a bola pese cerca de 20 quilos, ou mais.

Periodicamente, as bolas pesadas de borracha crua são levadas a um agente, onde são pesadas, classificadas e pagas. Daí, são enviadas para os centros industriais.

De Pequeno Início

A seringueira já era conhecida dos indígenas da América tropical. Eles a chamavam de cahuchu, que significa “pau que chora”. De seu látex, fabricaram sapatos, revestimento para panos, garrafas em forma de pera, figuras animais e bolas para as crianças brincarem.

Como foi que a borracha veio a ser assim chamada? Isto remonta ao século dezoito, quando o químico inglês, Joseph Priestly, usou um pedaço dela para apagar marcas de lápis. Visto que a substância era eficaz para apagar a escrita, que nome seria mais adequado para ela do que rubber (borracha)? Este termo pegou, em inglês.

Foi no século dezenove que a borracha parecia promissora para o comércio. Nesse tempo, um químico industrial escocês, Charles Macintosh, aplicou a goma elástica ao tecido, para torná-lo à prova de água. Disto vieram nossas capas de chuva, conhecidas por alguns, na língua inglesa, como “mackintoshes”.

Lá naquele tempo, contudo, eram muito limitadas as utilizações da borracha. Isto se devia mormente a que a borracha pura sofre reações adversas quando submetida ao calor ou ao frio. No tempo quente, torna-se pegajosa, malcheirosa e decompõe-se com facilidade, ao passo que endurece e se torna quebradiça no frio. Em 1839, contudo, um norte-americano, Charles Goodyear, achou um meio de combater tais fraquezas. Como?

No curso de experiências, Goodyear teve a idéia de adicionar enxofre e chumbo à borracha crua, e aquecer este composto a altas temperaturas. A goma resultante não tinha os defeitos da borracha pura e, ademais, mostrava alta elasticidade e resistência à fricção. O processo tornou-se conhecido como vulcanização, em honra ao deus romano do fogo, Vulcano.

Esta invenção marcou o momento decisivo na manufatura dos artefatos de borracha. Outro passo à frente foi a invenção dos pneumáticos de borracha, inclusive as câmaras de ar, para os automóveis e outros veículos. Depois disso, cresceu vertiginosamente a demanda de borracha.

“Plantações” de Borracha

Na cristã do “ciclo da borracha”, os comerciantes afluíram ao Amazonas, e os barões da borracha amealharam fortunas. Os preços saltaram para até cerca de dois dólares o quilo. Os fabricantes começaram a procurar fontes mais baratas da borracha.

Até então, o único fornecedor de borracha crua era o Brasil. Seria possível fazer com que as seringueiras florescessem em outra parte? Em 1876, Henry Wickham teve êxito em levar para a Inglaterra cerca de 70.000 sementes das seringueiras brasileiras. Estas foram cultivadas em estufas no Real Jardim Botânico de Kew, Londres. Cerca de 2.500 das sementes germinaram. As mudas foram levadas para o Ceilão e a Malásia para replantio. Com que resultado?

Nos dias atuais, cerca de 85 por cento das reservas mundiais de borracha natural provêm do sudeste da Ásia, sendo a Malásia a maior área produtora. Há também plantações de borracha na África, especialmente na Libéria e na Nigéria.

Borracha Sintética

A grande demanda de borracha durante as duas guerras mundiais resultou na invenção de borrachas sintéticas, de fontes tais como o carvão e o petróleo. O termo “sintético” significa “que compõe ou reúne”. Dentre esses produtos artificiais alguns são melhores para determinados usos do que a borracha natural.

Entre as borrachas artificiais acha-se a neoprene, especialmente resistente ao petróleo, à gasolina, à luz solar e ao ozônio. A borracha do tipo “Ártico” resiste ao endurecimento e à quebra no tempo frio. A “Coral” da “Firestone”, segundo se diz, é uma virtual reprodução da borracha natural.

A borracha tem servido constantemente a humanidade por muitos anos. Mostra a sabedoria e a bondade de nosso Criador, em suprir a terra com uma abundância de recursos naturais que trazem benefícios à humanidade.

[Nota(s) de rodapé]

a Uma tonelada longa ou inglesa eqüivale a 1.016 quilos.

[Foto na página 21]

O seringueiro faz a punção na seringueira. O látex que exsuda da árvore é captado numa tigelinha de folha-de-flandres.

[Foto na página 22]

Bola de borracha silvestre sendo formada sobre a fumaça. O ácido carbônico ajuda a coagular a borracha.

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar