Breve exame do que há sob o gelo da Antártida
A Plataforma Glacial de Ross, que tem quase o tamanho da Espanha, há muito tem intrigado os cientistas. “Dificilmente há algum lugar da biosfera da Terra que se rivalize em isolamento e qualidade ímpar com a Plataforma Glacial de Ross — nem mesmo as covas abissais ou as cavernas subterrâneas”, afirma o cientista John Clough. O gelo tem 420 metros de espessura nesta área remota. Para penetrar nesta camada de gelo, os cientistas recentemente levaram a Antártida uma perforatriz que gera um jato supersônico de gás quente. Usando-a, cavaram um buraco no gelo, penetrando no “mundo perdido” do mar lá embaixo. Que aparência tem o fundo do mar coberto de gelo? Para descobrir isto, os cientistas baixaram uma câmara de televisão e um holofote, através do buraco, até o leito oceânico sem qualquer luz solar, a cerca de 200 metros abaixo da plataforma glacial. A câmara revelou que o leito oceânico era, pelo que parece, pavimentado de pequeninas pedras angulares cobertas de sedimentos. Havia algum sinal de vida? Sim, duas criaturas parecidas a crustáceos passaram diante da câmara. Havia outros indícios de vida, tais como rastros e covas feitas no leito oceânico. “Isso indica rica comunidade de organismos que habitam o leito”, disse o Dr. Duwayne Anderson, o cientista principal dos programas polares da Fundação Nacional de Ciência, dos EUA.