A reunião de cúpula de Tóquio
Relatório do Japão
“OS LÍDERES das sete democracias mais industrializadas abrem hoje sua conferência de cúpula . . . para encontrar uma saída da agravante crise mundial do petróleo”, relatou o “Mainichi Daily News”.
Mas, encontraram uma saída? Qual foi o resultado desta impressionante conferência de cúpula realizada em Tóquio, Japão, em meados de 1979, representando os líderes de algumas das nações mais poderosas? Realmente, por que foi realizada tal reunião?
Desde a “crise do petróleo” de 1973, quando as nações exportadoras de petróleo aumentaram dramaticamente os preços do petróleo, os países que tinham de importar petróleo foram severamente pressionados pela inflação, recessão e desordem nos mercados financeiros mundiais. Por esta razão, principiando em 1975, foram realizadas anualmente conferências econômicas de cúpula para se encontrair soluções.
Mas, estão as nações em melhores condições agora do que estavam há cinco anos? Não, visto que havia ainda maior urgência na reunião de Tóquio, por causa da “crise de energia” de 1979.
Assim, esta reunião de cúpula concentrou-se na energia. Os principais assuntos foram: as reservas do petróleo, os preços do petróleo, a inflação, a brecha entre nações mais ricas e as mais pobres, e os infortúnios monetários internacionais.
Entretanto, como que para zombar desta reunião de cúpula, no mesmo dia em que a reunião iniciava, terminava uma conferência de três dias da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em Genebra, Suíça. Seu resultado? As nações da OPEP anunciaram outro grande aumenta nos preços do petróleo, forçando o preço a subir até US$ 23,50 (Cr$ 1.175,00) o barril, quando, não muito tempo antes, custava um décimo desse valor! Este aumento, junto com outros efetuados em 1979, significava que os preços do petróleo subiram cerca de 50 por cento em 1979!
Qual foi o resultado?
O que realizou a reunião de cúpula de Tóquio? Uma vez que o objetivo principal era o problema do petróleo, uma declaração conjunta dizia: “As tarefas mais urgentes são reduzir o consumo de petróleo e acelerar o desenvolvimento de outros tipos de energia”.
As nações participantes concordaram em tentar manter, por cerca de cinco anos, um nível de importações do petróleo não superior ao de 1977 ou 1978. No entanto, alguns observaram que isto não seria de muita ajuda, já que as importações de petróleo estavam então em níveis máximos.
A declaração da reunião de cúpula também falou sobre se intensificarem os esforços “para adotar as políticas econômicas apropriadas em cada um de nossos países, para se alcançar um equilíbrio externo permanente”. Em outras palavras, cada país fará sua própria decisão quanto ao que é política econômica “apropriada”.
Um dos parágrafos causou inquietação para o Japão. Dizia: “Deploramos a decisão tomada pela recente conferência da OPEP. Reconhecemos que certos participantes demonstraram relativa moderação. Mas, a elevação injustificada dos preços do petróleo, resultante desse acordo, há de causar conseqüências econômicas e sociais bem sérias.”
O “Daily Yomiuri” noticiou: “O Ministro dos Negócios Exteriores, Sr. Sonoda, ficou descontente com a forte censura feita à OPEP.” Por que esta sensibilidade? Porque o lapso importa quase todo o seu petróleo da OPEP. Por isso o artigo concluía: “Alto funcionário do Ministério dos Negócios Exteriores disse, após a reunião de cúpula de Tóquio, que o Japão tomaria medidas para apaziguar” as nações produtoras de petróleo.
Obviamente, estas sete nações não atingiram um dos seus alvos mais importantes — a unidade de ação. Também, os problemas que confrontam estas e outras nações são tão grandes agora como eram antes da reunião de cúpula de Tóquio. Atualmente, são bem maiores, porque o preço do petróleo está bem mais alto agora.