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  • g80 22/11 pp. 21-24
  • O Vaticano reacende o inferno

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  • O Vaticano reacende o inferno
  • Despertai! — 1980
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Despertai! — 1980
g80 22/11 pp. 21-24

O Vaticano reacende o inferno

Do correspondente de “Despertai!” na França

“FIRME Lembrete do Vaticano.” “Inferno Revisitado.” “Saiu o Inferno Pela Culatra?” “Os Ensinos da Igreja Sobre a Vida Futura Têm de Ser Salvaguardados — Aflitos os Cristãos.”

Essas são apenas algumas das manchetes de jornais e revistas que saudaram a carta relacionada ao inferno, publicada no ano passado pela congregação Para a Doutrina da Fé, do Vaticano. Foi devidamente aprovada pelo Papa João Paulo II.

Esta carta oficial relembrava a todos os prelados e teólogos católicos a “necessidade de perfeita fidelidade às verdades fundamentais da fé”. Entre estas, inclui a sobrevivência após a morte da “alma”, “a felicidade celeste para os justos” e o “castigo para os condenados” no “inferno” por toda a eternidade.

Comentando este documento do Vaticano, aprovado pelo papa, o diário parisiense, Le Monde, escreveu: “A respeito do inferno, a congregação romana fornece um lembrete de que tal castigo é real e que dura ‘para sempre’. Este dogma é, sem dúvida, aquele que suscita os maiores problemas para a mente moderna. . . . Trata-se do mais deprimente e improvável de todos os dogmas. A congregação romana que substituiu o Santo Ofício nos fez recordar brutalmente dele, sem nenhum comentário, e sem o mínimo de esforço para explicá-lo.”

“Inferno Frio” nos Anos Recentes

Este brutal lembrete da ‘realidade do inferno’ foi ainda mais surpreendente e angustiante para os católicos sinceros. Por quê? Porque, já por alguns anos, o clero católico tem amainado o tema do inferno de fogo. O jornal francês, L’Express, destacou isto ao escrever:

“O inferno voltou às notícias, depois de ter sido, mais ou menos propositalmente, esquecido durante muitos anos. . . . Trata-se de matéria praticamente virgem. Já se passaram trinta anos desde que o inferno era pregado nas igrejas. O céu e o purgatório não passaram nada melhor. A nova geração de católicos obteve muito pouca instrução, ou nenhuma, sobre a vida eterna.”

O clero católico tem caminhado ao sabor dos ventos de mudança. O progresso da ciência e da tecnologia, o fim do antigo colonialismo, o desenvolvimento dos direitos humanos, e a educação das massas — tudo isto tornou prático que os sacerdotes pregassem mais sobre o aqui e agora do que sobre a vida futura, especialmente sobre o inferno.

Tornou-se moda em países católicos, como a França, que os sacerdotes e os católicos instruídos “esfriassem” o inferno. Passavam por alto o assunto por afirmarem que ninguém mais cria que Deus atormente as pessoas para sempre num fogo literal. Ao invés, dizia-se que os condenados trazem sofrimento eterno sobre si mesmos por se privarem eternamente da presença de Deus.

Este conceito “frio” sobre o inferno é refletido nas obras de referência católicas editadas nos anos recentes. À guisa de exemplo, A Catholic Dictionary (Dicionário Católico) declara:

“Os teólogos dividem os castigos para os condenados em pena do dano e pena dos sentidos. A primeira destas é indicada nas palavras de nosso Senhor: ‘Afastai-vos de mim, malditos’, e consiste na privação da visão de Deus. . . . É no conhecimento desta bem-aventurança, que eles perderam, que surge o principal sofrimento dos perdidos.”

No entanto, o Papa Paulo VI já começara a aquecer este inferno “frio” lá em 1968. Nessa ocasião, em sua “Profissão de Fé”, asseverou que os pecadores que continuarem a rejeitar o amor de Deus “irão para o fogo inextinguível”. E agora, esta carta mais recente, aprovada pelo Papa João Paulo II, lembra de novo aos católicos que o inferno ainda é um lugar para ser muitíssimo temido.

Espantalho da Idade Média ou Dogma Corrente?

“Deixai toda esperança, vós, que entrais!” Esta era a inscrição colocada sobre o portal do Inferno de Dante. Este poema do século 14 representa o inferno como profundo abismo, dividido em nove círculos que baixam até o centro da terra, onde habita Satanás. Cada círculo representava maior grau de sofrimento e de castigo.

Esse poeta italiano medieval teceu um quadro verbal imaginário do que era então o dogma católico corrente e que já tinha sido tal desde os primórdios da Igreja Romana. Os horríveis sofrimentos do inferno também foram representados através dos séculos por vários artistas. Pinturas sobre o “Juízo Final” podem ser vistas em muitas igrejas e museus católicos em todo o mundo. O mais famoso é provavelmente o enorme afresco de Miguel Ângelo na capela Sistina, do Vaticano, que se disse ter aterrorizado Paulo III, um dos papas que havia autorizado tal pintura.

Atemorizantes, também, são os portais esculpidos de muitas catedrais romanescas e góticas da Europa. Por exemplo, milhões de turistas que visitam Paris sentem calafrios quando contemplam as cenas aterrorizantes do “juízo final” esculpidas em pedras sobre o pórtico central da Catedral de Notre Dame. Ninguém contestaria que o que é representado nestas várias obras de arte é o excruciante tormento físico de espécie literal.

“Oh, sim”, responderá o moderno católico culto, “mas tais representações artísticas simplesmente mostram que o dogma do inferno de fogo era usado na Idade Média para assustar as ‘almas simples’ para que servissem a Deus. Nestes dias, os católicos esclarecidos sabem que tais cenas do ‘juízo final’ simbolizam a angústia mental dos condenados que ficam privados de estar na presença de Deus.”

Mas, esta escapatória coloca a Igreja Católica num dilema. Se todos estes trabalhos artísticos, que representam o inferno, são uma representação errônea, por que o mais famoso deles, situado bem no Vaticano, foi autorizado por dois papas (Clemente VII e Paulo III)? Se, por outro lado, fornecem um quadro verdadeiro do dogma oficial católico, então, por que os sacerdotes católicos tiveram permissão de amainar tão vital doutrina por tanto tempo? Os católicos sinceros se perguntam sobre isso.

É o “Tormento Mental” Qualquer Melhora?

Outra coisa que muitos católicos sinceros estão se perguntando é se até mesmo uma versão “fria” do inferno, limitando o sofrimento à angústia mental de se ver eternamente separado de Deus, se concilia com o amor de Deus. Assim, o escritor religioso francês, Henri Fesquet, escreveu em Le Monde: “Será um torturador o Deus adorado pelos cristãos? . . . Será Deus sadista, colocando o prazer de ser obedecido acima do sofrimento de suas criaturas errantes?”

L’Express teceu os seguintes comentários interessantes: “Não há mais caldeirões. Mas o inferno continua. Diz-se ser ‘uma condição em que o homem se coloca por recusar a Deus’. O inferno é isolamento. . . . Mesmo nas prisões terrestres, o isolamento sensório [solitária] é considerado a pior tortura.” “O inferno, conforme explicado pelos teólogos modernos, é exatamente tão temível como o inferno representado pelos artistas medievais.”

A Catholic Dictionary (Dicionário Católico) cita o “santo” católico, Agostinho, como dizendo que a pena do dano é “um castigo tão grande que nenhum tormento conhecido por nós pode ser comparado a ela”.

Assim, será qualquer melhora em relação ao clássico inferno de “fogo e enxofre” afirmar que os pecadores impenitentes serão castigados eternamente por incessante angústia mental? Muitos católicos sinceros concordarão prontamente que, em sentido moral, é tão diabólico atormentar alguém mentalmente quanto o é fisicamente. Ambas as formas de castigo são incompatíveis com o conceito bíblico de um Deus de justiça e de amor.

O artigo supracitado de L’Express coloca a seguinte pergunta: “‘Como poderia um Deus bondoso fazer com que suas criaturas sofressem eternamente?’ Trata-se de um problema fundamental. Os teólogos respondem que, paradoxalmente, o inferno é a conseqüência última do amor de Deus pela liberdade do homem.” Parece-lhe lógico isto?

O Que Diz a Bíblia?

Curiosamente, em seu artigo, “Saiu o Inferno Pela Culatra?”, publicado em Le Monde, depois que o Vaticano reafirmou o dogma do inferno, H. Fesquet também declarou: “Para se crer que o inferno existe, e não está vazio, é preciso vencer muitos obstáculos, obviamente o primeiro deles sendo a sobrevivência após a morte.” Sim, se não existe nenhuma alma imaterial que sobreviva à morte do homem, tais doutrinas duma “vida futura”, como o limbo, o purgatório e o inferno entram em colapso, por falta de almas para habitá-los.

O que diz a Bíblia? Deixe que a resposta provenha de peritos católicos:

“Uma distinção entre o corpo e a alma não é declarado expressamente em parte alguma das Escrituras.” — “Dictionnaire de la Bible” (Dicionário da Bíblia), editado por F. Vigoroux.

“O conceito de ‘alma’, significando uma realidade puramente espiritual, imaterial distinta do ‘corpo’, . . . não existe na Bíblia.” — Georges Auzou, Professor de Escritura Sagrada, Seminário de Ruão, França.

A Bíblia declara expressamente: “A alma que pecar, perecerá.” (Eze. 18:4, 20, Pontifício Instituto Bíblico) Isto não só mostra que a alma humana não é inerentemente imortal, mas também mostra que o castigo para o pecado incessante não é o tormento (quer seja físico quer mental), mas é a morte. A Bíblia diz ainda mais: “O salário do pecado é a morte, e a graça de Deus é a vida eterna.” (Rom. 6:23, A Bíblia de Jerusalém, católica) A vida eterna ou a morte eterna — esta é a escolha que Deus coloca diante de suas criaturas. — João 3:16, 36; Deu. 30:19, 20.

As palavras hebraicas e gregas traduzidas erroneamente “inferno”, em algumas versões da Bíblia, significam, ou a sepultura comum da humanidade morta (Heb. seol; Gr., hádes), da qual haverá uma ressurreição, ou a destruição eterna (Gr., géenna).a Cuidadosa leitura da Bíblia convencerá a qualquer pessoa honesta de que o “fogo eterno” preparado para o Diabo, seus anjos e os homens iníquos (Mat. 25:41, 46) é símbolo da destruição, “a segunda morte”, da qual não haverá ressurreição. — (Apo.) Rev. 20:9, 10; 21:8.

“Deus é amor.” (1 João 4:8) O dogma do tormento eterno no inferno é uma crassa representação falsa do Deus justo e amoroso a quem os cristãos verdadeiros adoram. O fator motivador da adoração verdadeira é o amor, e não o temor mórbido. (1 João 4:16-19) Por reacender a idéia do inferno não-bíblico, o Vaticano certamente está desonrando a Deus.

[Nota(s) de rodapé]

a Para mais pormenores, e prova bíblica, queira ver o livro É Esta Vida Tudo o Que Há?, editado pela “Watchtower Bible and Tract Society”, e distribuído no Brasil pela Sociedade Torre de Vigia.

[Foto na página 22]

Uma seção do Juízo Final de Miguel Ângelo, dentro da Capela Sistina.

[Foto na página 23]

Escultura sobre o Juízo Final, Catedral de Rheims, França.

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