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  • Frustrado — para onde me poderia dirigir?
  • Despertai! — 1983
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Despertai! — 1983
g83 22/6 pp. 9-12

Frustrado — para onde me poderia dirigir?

Narrado ao correspondente de “Despertai!” no Japão

CHEIO de emoção e com um nó na garganta, aplaudi excitadamente! O quê? Eu acabara de ver o filme Chonrima. Tratava-se dum filme revolucionário que vividamente retratava a luta e por fim a vitória dos trabalhadores coreanos sobre o que era chamado de americanos imperialistas, e outros, que os tratavam como se fossem bois e cavalos. Por fim eu encontrara algo a que devotar minha vida — a causa do socialismo, tendo como meta a liberdade, a igualdade e a paz. Acabou isso com a minha frustração?

Cresci Frustrado

Por que tinha eu sentimentos de frustração? Comecei a senti-los quando menino. Nasci na província de Nagano, Japão, chamada de a Suíça do Oriente, por causa de seu belo ambiente natural. Apesar das deleitosas belezas naturais, minha vida familiar era triste e insatisfatória. Meus pais eram doentes, e quase todo o dinheiro ganho era gasto em cuidados médicos. Pouco antes de eu entrar na escola primária minha mãe morreu de sua doença.

Naqueles dias a opinião geral era que filhos sem pais eram propensos a se tornarem delinqüentes. Assim, cada vez que surgiam problemas eu era lembrado de que “crianças sem pais não são boas”. Essa frieza na comunidade me deixou irado e frustrado.

Depois que entrei no curso secundário, meu pai morreu. Foi então que senti o pleno impacto dessa frieza para com os órfãos. Simplesmente porque eu era órfão meu pedido de emprego numa empresa foi rejeitado. Oh!, quanto ansiava por uma vida livre de discriminações! Por fim mudei-me para Tóquio e trabalhei numa gráfica.

Certo dia um colega de serviço me perguntou se eu gostaria de ir a uma reunião só de jovens. Fui, e quão surpreso fiquei! Todos os rapazes e as moças me receberam calorosamente e foram muito gentis. O encontro era da Liga Democrática Juvenil, uma organização subordinada ao Partido Comunista Japonês, organizada para recrutar prospectivos membros para o partido.

Todos cantavam os “Hinos do Trabalho” e participavam em danças folclóricas, após o que se dividiam em pequenos grupos em que se seguiam acesas discussões sobre assuntos tais como “O Lugar do Trabalhador no Futuro” e “Um Estado Justo e Pacífico”.

Certo dia um jovem se dirigiu a mim após uma sessão e perguntou: “Para estabelecer uma vida pacífica, não é necessário primeiro remover as distinções de classes entre o capitalismo e o operariado?” Isso mexeu com o meu íntimo. Avidamente perguntei-lhe: “Como acha que se pode acabar com as distinções de classe?” Ele respondeu no ato: “São necessárias revoluções tais como as na Rússia, China e Coréia. Mas, aqui no Japão uma revolução armada é impossível, de modo que a única solução é uma revolução ideológica.” Foi nessa ocasião que fui assistir ao filme Chonrima, após o que me decidi!

Entrei Para o Partido Comunista

Em 1960 entrei para o Partido Comunista, convicto de que a única maneira de fugir a uma vida frustrada era por estabelecer um estado socialista. Em várias empresas organizei sindicatos para trabalhadores que sofriam por causa de salários baixos e duras condições de trabalho. Também, tornei-me ativo em movimentos políticos e suas lutas. Por exemplo, participei em grupos que promoveram vigorosas manifestações diante de bases militares americanas contra um submarino nuclear que entrava em Iocosuca. Participamos também em marchas de protesto contra o Pacto de Segurança Nipo-Americano.

Em julho de 1963 voltei à Província de Nagano devido a um problema de saúde, mas continuei ativo no Partido Comunista. Em abril de 1966 casei-me, mas minha esposa não tinha absolutamente nada a ver com o comunismo.

Ao participar em várias atividades do Partido Comunista, passei a perceber certas contradições entre o que o partido devia realmente ser e o que era. As ordens da sede do partido deviam ser obedecidas sem quaisquer restrições. Realizavam-se vigorosos debates, mas a troca de opiniões não influía na organização e, na maioria dos casos, idéias construtivas eram esmagadas. Nossos debates sobre liberdade e paz resumiam-se a palavras. Mera sujeição forçada de novo me fez sentir a coerção que eu sentira na infância.

Passei a me perguntar: ‘Do jeito como estavam as coisas, poderia o estado socialista que eu desejava realmente ser estabelecido?’ Esta pergunta ficou sem resposta, e minha confiança total no partido foi substituída por dúvidas. Contudo, não podia confiar em outra coisa. O velho sentimento de desespero começou a aumentar e cessei minhas atividades. De novo me assediava um sentimento de frustração.

Surge Uma Esperança

Num dia realmente frio, em janeiro de 1969, algo aconteceu. Enquanto minha esposa e eu trabalhávamos na máquina de tricô, em casa, uma jovem, que mal parecia ter 20 anos, Testemunha de Jeová, bateu à nossa porta. Minha esposa convidou a visitante a entrar, para se aquecer. Eu jamais sonhara quão profundamente esse gesto de minha esposa estava para afetar meu rumo na vida. Essa jovem Testemunha de Jeová explicou a respeito de Deus e do governo de Deus à base do Salmo 37, versículos 10 e 11: “Apenas mais um pouco, e o iníquo não mais existirá; . . . mas os próprios mansos possuirão a terra e deveras se deleitarão na abundância de paz.”

Essas palavras, contudo, não me impressionaram. Eu concordava com a opinião de Karl Marx: “A religião é o ópio do povo.” Portanto, não me interessava por nada relacionado com Deus. Minha esposa, porém, interessou-se e quis que essa pessoa voltasse de novo. Realmente, pensei: ‘Quão lamentável é que essa jovem sacrifique sua vida por uma crença num Deus inexistente!’ Achei que devia ajudá-la a abandonar sua idéia tola. Portanto, por esse motivo totalmente diferente concordei com minha esposa que essa jovem nos visitasse de novo.

Na sua revisita foi usado o folheto “Eis que Faço Novas Todas as Coisas” e uma animada palestra foi iniciada sobre: Que é verdadeira paz? e: Por que é impossível ao homem estabelecer um país pacífico? Sucederam-se outras revisitas dessa jovem. Certa ocasião ela explicou a respeito da imperfeição do homem, dizendo: “Visto que o homem é imperfeito, não pode por si mesmo governar em justiça e paz.” Citou Jeremias 10:23. Lembro-me da raiva que senti ao criticá-la fortemente: “De modo que qualquer problema difícil você atribui à imperfeição — que covardia!” Contudo, não pude citar nenhum exemplo de alguém que fosse perfeito.

À medida que o estudo prosseguia, a Testemunha sempre usava a Bíblia para responder às nossas perguntas. Também usava gráficos e desenhos para bondosamente explicar as coisas. Na mente eu entendia o que ela dizia e o que estava escrito nas publicações. No coração eu rejeitava isso, porque continuava a tropeçar quanto à palavra “Deus”. Fora as coisas relacionadas com Deus eu podia razoavelmente concordar com o que estava escrito na Bíblia, de modo que continuei com as pesquisas conjuntas.

Deixei o Partido

No Partido Comunista vi apenas ser desenvolvida uma teoria idealista, que dizia: “A humanidade deve ser assim”, ou: “Assim deve ser a paz”, mas não via nenhuma proposta concreta ou realista para viabilizar isso.

Fiquei adicionalmente desiludido com o Partido Comunista à medida que parecia apenas papaguear a doutrina marxista leninista e um modo de vida que sonha exclusivamente com um estado socialista. De modo que encaminhei meu aviso de desligamento do partido.

Imediatamente três membros da sede do partido vieram para sessões de “recapitulação” que duravam a noite inteira. Nenhum abuso físico foi infligido, mas, depois de três noites eles severamente me acusaram de ser oportunista. Deixar o partido provocou angústia mental, mas os funcionários do partido reconheceram minha forte determinação de me retirar e desistiram de tentar me persuadir a agir de outro modo. Embora conseguisse me desligar do Partido Comunista em 1969, a ideologia socialista continuava a controlar meu raciocínio. Assim, durante os estudos bíblicos continuavam a me assediar perguntas: “Não é isso, também, apenas mero sonho? Não depende a existência de Deus de você querer crer ou não nisso?”

Essas perguntas eram obstáculos ao meu entendimento quanto a se Deus realmente existe ou não. À medida que eu estudava o folheto “Eis” e o livro A Verdade Que Conduz à Vida Eterna,a não havia outro jeito senão achar ser desarrazoado objetar a tais ensinos.

Daí, certa ocasião, ao ler a Bíblia, meus olhos se detiveram num versículo que diz: “Também o sol raiou e o sol se pôs, e vem ofegante ao seu lugar onde vai raiar. O vento . . . gira e gira continuamente em volta, e o vento retorna logo aos seus giros. Todas as correntes hibernais correm para o mar, contudo, o próprio mar não está cheio.” (Eclesiastes 1:5-7) Ao meditar nessas palavras reconheci humildemente que a Bíblia não é meramente um livro religioso, mas científico também! Isso me convenceu de que a Bíblia é verdadeira e que a paz será conseguida do modo como a Bíblia diz que o será.

Com o tempo li outro livro, Veio o Homem a Existir por Evolução ou por Criação?,b e, ao assim fazer, tive outra surpresa. Fiquei sabendo que, ao se considerar o corpo humano e sua minuciosidade estrutural, e os misteriosos aspectos do nascimento, é pura ignorância dizer que isso aconteceu por mero acaso ou acidente. Especialmente no capítulo 7 desse livro, “A Hereditariedade Mantém Separadas as Espécies de Famílias”, aprendi sobre a substância científica ADN (ácido desoxirribonucleico) e entendi que um poder criativo era necessário. Pude ligar isso com Deus, e então o que havia sido vago era algo realmente mui próximo e real, porque podia então crer na existência de Deus! (Romanos 1:20; Hebreus 3:4) Entendi que a única verdadeira esperança de paz não dependia do comunismo ou do socialismo, mas de Deus, por meio de Seu Reino.

Em seguida surgiu outro tipo de problema. Meu serviço levou-me às montanhas, para tomar conta de uma casa de verão. Distava cerca de hora e meia de minha moradia anterior. Achei que seria demais pedir ao dirigente do estudo bíblico que viesse a essa distância, e assim sugeri à minha esposa que parássemos o estudo.

Tornei-me Cristão

Contudo, um superintendente viajante que visitava a congregação sugeriu que a congregação desse uma mão. De modo que um irmão que tinha carro providenciou levar o dirigente semanalmente ao local onde morávamos, e continuamos a estudar. Essa bondade nos ajudou a entender exatamente quão importantes realmente eram as coisas que estudávamos. Nas reuniões, às quais assistíamos, não apenas éramos bem recebidos, mas podíamos ver uma demonstração de como relações pacíficas podem ser mantidas. — Mateus 5:9.

Tínhamos então grande desejo de mostrar nosso apreço por tudo que Jeová fizera por nós e que fará no futuro. Desejávamos ser batizados o mais breve possível para simbolizar nossa dedicação a Jeová Deus. Nosso batismo deu-se em 27 de maio de 1970.

Minha mudança de membro do Partido Comunista para testemunha cristã de Jeová foi um choque para muitos de meus ex-associados. Para mim, também, a mudança foi nada menos que miraculosa. Recordando o passado, quando criança fui obrigado a crescer sem sentir o amor familiar. Agora tenho uma grandíssima família cristã que me ama mui ternamente. (Mateus 12:48-50) Houve tempo em que eu vivia dias amargos, insatisfatórios, marcados por preconceito. Agora encontrei verdadeira paz e uma vida espiritualmente satisfatória, repleta de muita alegria. Pude procurar e achei uma esperança fidedigna, que transcende os poderes e as limitações do homem para provê-la, e convenci-me dela. Tenho sentido felicidade e alegria transbordante. Sim, por me dirigir a Jeová Deus, deixei para trás a frustração.

[Nota(s) de rodapé]

a Ambos distribuídos pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados.

b Distribuído pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados.

[Destaque na página 10]

Passei a me perguntar: ‘Poderia o estado socialista que eu desejava realmente ser estabelecido?’

[Destaque na página 11]

Eu concordava com a opinião de Karl Marx: “A religião é o ópio do povo.”

[Destaque na página 12]

Ao meditar nessas palavras reconheci humildemente que a Bíblia não é meramente um livro religioso, mas científico também!

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