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Despertai! — 1986
g86 8/9 pp. 17-19

Conheça o sociável cão-da-pradaria

Do correspondente de Despertai! no Canadá

PODIA-SE vê-los às dezenas pelas pradarias ocidentais da América do Norte na década de 30. Estas criaturinhas corriam desabaladamente para suas galerias, em resposta a guinchos agudos e de alarme de um vigia, que avisava de sua aproximação. Na entrada de suas casas subterrâneas, eles ficavam em pé sobre suas patas traseiras, parecendo pequenas sentinelas. Às vezes até mesmo erguiam-se na ponta dos pés, como se quisessem lhe ver melhor. Não foi senão quando já estava bem próximo que eles rapidamente se enfiaram pelas entradas, apenas espreitando de vez em quando para ver se podiam dar o sinal de que tudo estava bem. Estes eram os cães-da-pradaria.

“Cães-da-pradaria”

Há sessenta anos, os planaltos do Canadá e dos Estados Unidos pululavam literalmente com este pequeno roedor, comumente chamado em inglês de gopher. Os sitiantes e os vaqueiros preferiam chamá-los de cão-da-pradaria, nome associado ao agudo alerta que emite quando ameaça o perigo. Não sendo realmente um cão, essa criaturinha tem sido descrita como “um esquilo terrícola rechonchudo, grandalhão, que tem cauda curta e grossa”, a qual excitadamente balança para cima e para baixo. Em algumas espécies, esta cauda tem a ponta negra, em outras, ponta branca.

A pelagem grossa do cão-da-pradaria apresenta um matiz cinzento ou avermelhado, as partes de baixo, a garganta e a parte inferior do focinho variando da cor de camurça ao branco. Orelhas pequeninas e redondas estão fixadas bem perto da cabeça do animal. Cristalinos de cor laranja dão aos olhos uma aparência incomum, mas servem para protegê-los do sol.

Os filhotes pequerruchos, pesando uns 15 gramas, nascem no começo da primavera setentrional, e são amamentados por cerca de sete semanas, em creches subterrâneas. As mães mimam os filhotes por forrar a galeria com ervas da pradaria e outros materiais macios. Em um caso pitoresco, há alguns anos, o papel higiênico do banheiro externo duma escola rural sumia numa taxa anormalmente rápida. Apanharam-se os culpados, quando longa tira de papel foi vista baixando pela entrada duma galeria do cão-da-pradaria. Imagine só o abrigo confortável que tais filhotes dispunham!

Visto que os cães-da-pradaria têm voraz apetite, eles crescem rápido. Com efeito, os filhotes, depois de 15 meses, mal podem ser diferençados dos pais apenas pelo peso. As refeições são feitas bem cedo, e no fim do dia. Tira-se tempo para uma cochilada em suas galerias, no meio-dia, ou passam suas horas tomando sol, alisando os pêlos uns dos outros, e, em geral, gozando a vida. Sendo muito divertidos, os filhotes partilham em brincadeiras engraçadas.

Além de seu grito agudo, os cães-da-pradaria emitem uma boa variedade de sons. Quando sentem dor, ou se lhes impede de escapar de uma situação perigosa, emitem um grito bem agudo. Às vezes conversam por baterem os dentes juntos, como fazem seus parentes, os esquilos. Um som áspero, rangente, pode assinalar a disposição de atacar. E a fêmea pode começar uma espécie de chilreio quando discute com o macho. Por certo, o ‘papo dos cães-da-pradaria’ seria interessantíssimo — se pudéssemos compreendê-lo!

Embora o cão-da-pradaria não seja um verdadeiro hibernante, em certas localidades, ele passa grande parte do inverno setentrional dormindo sob o solo. Daí, ele consome a gordura extra adquirida no verão e no outono setentrionais. Por isso, apenas ocasionalmente é que ele se alimenta na superfície, no inverno setentrional — e isso só quando faz bom tempo. O cão-da-pradaria não se preocupa com a reserva de água, pois obtém toda a umidade de que necessita das ervas e de outros alimentos.

Visto que o sociável cão-da-pradaria prefere a vida urbana, que ótimo é que tenha um talento natural para o planejamento urbano! Grupos bem unidos, chamados agregados, partilham uma rede de galerias e de corredores subterrâneos. Grande número de agregados vivem juntos em “cidades” que podem chegar a abranger uns 65 hectares. Uma destas, no Texas, EUA, tornou-se uma megacidade, abrangendo supostamente uns surpreendentes 65.000 quilômetros quadrados, tendo calculadamente 400 milhões de habitantes! E, imagine só — há um século, estas cidades dos cães-da-pradaria se estendiam desde a parte sul de Alberta e Saskatchewan (no Canadá) até o México!

Os moradores dos agregados se dão bem, alisando os pêlos uns dos outros, saudando-se como que com um beijo, partilhando (pelo visto) as fofocas locais, e até mesmo passando cereal de boca em boca. Mas, espera-se que os agregados adjacentes observem as estritas regras limítrofes, em especial no outono e no inverno setentrionais. Os machos dominantes então desafiam os intrusos. Quando os insultos não bastam para desencorajar o estranho, talvez sejam necessárias medidas mais fortes. Assim, o macho pode executar um “salto-latido” — esticando o corpo para cima e soltando um alto “Yip!” Às vezes, com sua leal parceira junto dele e expressando aos berros seu apoio, ele chutará terra no focinho do intruso. Outras vezes, segue-se uma briga real, com um combate corpo a corpo, rolando pelo chão. Alguns afirmam que reais patifes podem ser até “linchados”, e então enterrados pelos cães-da-pradaria que parecem ser os agentes da lei na cidade. Na primavera e no verão setentrionais, as fronteiras se abrem, seguindo-se de novo o contato amigável com os vizinhos.

Engenheiros Construtores de Túneis

O cão-da-pradaria é classificado entre os melhores engenheiros animais, quando se trata de construir túneis. A surpreendente entrada de sua galeria é um túnel quase que vertical, que se estende distintamente para baixo por uns 2,50 a 5 metros. Imagine só! Sem guinchos, baldes ou perfuratrizes, ele de algum modo consegue trazer grandes quantidades de terra para cima, através deste poço quase que vertical! O método como faz isso continua sendo um mistério para os naturalistas. Utilizando o solo escavado, o cão-da-pradaria constrói um muro de sustentação de até uns 60 centímetros de altura, em torno da entrada de sua casa. Usando seu focinho rombudo como socadeira, ele o transforma num montículo sólido parecido com uma cratera vulcânica. Além de servir como plataforma de observação ou mirante, este ajuda a manter seca a sua galeria.

Na base do poço há uma via subterrânea horizontal do cão-da-pradaria, com cerca de 12 metros de comprimento, com túneis secundários e câmaras que se ramificam de ambos os lados. Gradualmente, ela se inclina para um beco sem saída, suficientemente perto da superfície para ser usado como alçapão de ruga, em tempos de perigo. Caso ocorra uma enchente, o cão-da-pradaria se refugia na parte mais interna do túnel. A água que chega comprime o ar, criando um bolsão de ar em que ele pode seguramente esperar até as águas baixarem. Assim, ele também se prova mais esperto do que qualquer garotinho em idade escolar que tente afogá-lo com um simples balde d‘água.

Seus Inimigos

Muitos predadores já encararam este roedor rechonchudo como saborosíssima refeição. Entre eles estavam coiotes, linces, doninhas, texugos, cobras, águias e gaviões. O mais mortífero foi o toirão-de-patas-negras, pois conseguia penetrar nas galerias sem dificuldade.

Enquanto estes inimigos permaneciam em equilíbrio natural, o cão-da-pradaria se ajustava bem ao padrão ecológico das pradarias. Entretanto, com a vinda do homem branco, iniciou-se a matança desenfreada dos inimigos do cão-da-pradaria. Com que resultado? Houve uma explosão populacional destes pequeninos “cães”. Tornaram-se uma praga. Afinal de contas, com seu grande apetite, não devastavam as pastagens? Daí, também, seus engenhosos alçapões de ruga eram armadilhas em que o gado bovino em debandada podia quebrar a perna. Sua sorte estava lançada. Era preciso exterminar o cão-da-pradaria!

O homem tornou-se então o mais perigoso inimigo do cão-da-pradaria, e a campanha de morticínio prosseguiu por mais de um século. Visto que se pagavam prêmios pelas caudas, cada menino de escola tentava afogar, aprisionar, e enlaçar estes animais. Iscas de cereal envenenado com estricnina e cianeto de potássio eram colocadas nas galerias deles. Até espingardas de calibre-22 foram incluídas no arsenal. Em 1957, a área abrangida pelas cidades dos cães-da-pradaria tinha-se reduzido a meros 23.000 hectares por todo o oeste da América do Norte.

Praga ou Trabalhador Útil?

Recentemente, reviram-se as acusações contra o cão-da-pradaria e reconheceu-se que, de muitas formas, esta criaturinha foi acusada injustamente. Os prados foram devastados mormente pela pastagem excessiva do gado, enquanto que ervas daninhas tais como o cardo-russo, a corriola bastarda, e o loco — inapropriadas e, às vezes, venenosas para o gado — eram o prato favorito do cão-da-pradaria! Até mesmo destrutivas lagartas (de agrotídeos) e gafanhotos já foram encontrados qual parte de sua dieta. Assim, admite-se agora que seus hábitos alimentares realmente aceleraram a recuperação das pastagens desgastadas. Seus túneis e remexidas do solo o arejam, e fornecem meios de drená-la. Se o cão-da-pradaria não se tivesse multiplicado por ter fugido do controle, devido à intervenção humana, sem dúvida jamais teria sido chamado de praga.

Hoje em dia restam apenas alguns bolsões isolados do cão-da-pradaria. Talvez tenha visto alguns cães-da-pradaria em áreas protegidas, ou num zoológico. Estes animais certamente o atrairão e divertirão com suas brincadeiras vivazes. Espera-se que o crescente conhecimento sobre a sabedoria instintiva, a sociedade ímpar, o gosto pela vida desta fascinante criaturinha e seu lugar na ecologia da Terra ensine-nos a não ser precipitados em julgar tais animais como indignos da vida. Antes, que vejamos neles um reflexo duma sabedoria muito superior que opera para o bem comum.

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