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  • g88 22/5 pp. 19-21
  • Aprendi a controlar meu gênio

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  • Aprendi a controlar meu gênio
  • Despertai! — 1988
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Despertai! — 1988
g88 22/5 pp. 19-21

Aprendi a controlar meu gênio

A CENA era familiar: um bar europeu como tantos outros, em que eu trabalhava como músico. Como de costume, eu e meus amigos tínhamos bebido bastante. Nem sequer me lembro por que alguns dos fregueses nos atacaram.

Deveras me lembro de uma briga começar. Eu era jovem e forte, e bati com tanta força em um dos fregueses que ele caiu sobre uma mesa. Daí, peguei uma cadeira e comecei a bater em outros. Alguns minutos depois, o salão estava vazio — exceto por um corpo imóvel, estirado no chão. Assustado e desesperado, corri para casa e despedi-me de minha esposa, convicto de que seria preso e condenado por assassinato!

Essa, infelizmente, não foi a primeira vez em que eu não conseguia dominar meu gênio. Mas, para avaliar por que isto acontecia, é preciso que o leitor compreenda um pouco sobre a minha formação. Fui criado numa família de ciganos — não da espécie que viaja, pois minha família sempre morou em sua própria casa. Papai muitas vezes se embriagava e tinha um ciúme mórbido de minha mãe. Acessos de violência eram comuns em nossa casa.

Minha forma de vida, posteriormente, também me expôs a muitas influências más. Papai ganhava a vida como músico, e eu segui a mesma carreira assim que cheguei aos oito anos. Aprendi a tocar acordeão, e, já aos 13 anos, eu me apresentava como solista, ou junto com outros músicos. Isto significava tocar em hotéis, em bares, ou em recepções de casamento, muitas vezes a noite toda. Logo comecei a beber desbragadamente e a fumar.

Casamento e Ciúme

Nada disso me ajudou a cultivar uma personalidade calma. Nem mesmo o casamento me fez acalmar. Com 19 anos, casei-me com uma linda cigana. Nós seguimos o costume cigano, tendo uma cerimônia realizada pelo chefe do clã, em vez de por um clérigo. Posso lembrar-me de ele tomar a minha mão e a mão de minha noiva, e juntá-las, com as palmas das mãos viradas para cima. Ele então derramou uma bebida alcoólica em ambas as palmas. Eu tive de beber da palma da mão de minha noiva, e ela da minha. Dali em diante, nós fomos considerados, pela comunidade cigana, como estando legalmente casados, embora, mais tarde, nós nos casássemos na prefeitura, a fim de registrar nosso casamento.

Pouco depois disso, notei que sentia o mesmo ciúme violento que meu pai manifestava. Comecei a bater em minha jovem esposa, às vezes até duas vezes por semana! Sem dúvida, isto contribuiu para que eu bebesse mais do que nunca. O que, por sua vez, simplesmente agravou meu gênio. Uma vez, eu estava bebendo na casa de meu pai, junto com alguns outros colegas ciganos. Meu irmão mais velho começou a caluniar minha esposa. Mesmo bêbedo do jeito que eu estava, corri até minha casa, peguei a minha esposa pela mão e a arrastei para fora da cama, de camisola, até a casa do meu pai. Fiz que ela jurasse, diante da cruz, que aquilo que meu irmão mais velho dissera não era verdade!

No entanto, embora ela jurasse negando tudo, fiquei ainda mais irado. Corri até minha casa, peguei um machado e comecei a destruir as vidraças de minha casa. Outro irmão meu entrou e tentou me segurar. Eu o empurrei com tanta violência que ele caiu pelas escadas e fraturou a mão.

Uma Mudança

Meu gênio violento continuou sem freios por algum tempo, até o incidente mencionado no início deste artigo, quando julguei ter matado um homem. Depois de me despedir da minha esposa, fui para a igreja católico-romana da localidade, onde me ajoelhei diante da entrada principal e, em pranto, orei a Deus, pedindo o Seu perdão. Prometi que nunca mais faria algo assim! Para meu grande alívio, porém, fiquei sabendo que aquele homem não tinha morrido, mas ficara apenas desacordado.

De qualquer modo, ainda me sentia muito deprimido e abatido. Três dias depois, e ainda muito afligido, eu viajava de trem para o trabalho. Um rapaz começou a me falar sobre o Reino de Deus, um governo que resolverá todos os problemas que afligem a humanidade — um governo que livrará a Terra da doença, da morte e da tristeza! O rapaz era Testemunha de Jeová. Visto que eu acreditava em Deus, ouvi-o de forma educada. Mas, aquilo que o rapaz me dizia me pareceu simplesmente irrealístico. “Quem é que poderia fazer tudo isto?”, perguntei-lhe. Ele me respondeu: “O Deus Onipotente fará isso.”

Esta resposta me deixou completamente satisfeito. Ele também deixou comigo um folheto, e prometeu visitar-me em casa. Antes de poder fazê-lo, duas outras Testemunhas me visitaram e me trouxeram três livros mais antigos, Criação, Reconciliação e Riquezas, todos editados pela Sociedade Torre de Vigia (EUA). Quando o rapaz que conheci no trem finalmente me visitou, começamos a estudar o livro “Seja Deus Verdadeiro”.a

Progredi rapidamente. Em questão de seis semanas, compreendi, à base da minha leitura destas publicações, que minha igreja nada me tinha a oferecer. Fui à sacristia e pedi que retirassem meu nome do rol de membros.

Oposição da Família

Passou a ocorrer-me, contudo, que eu teria também de fazer algumas mudanças de personalidade. Eu conhecia uma senhora idosa, no meu local de trabalho, que era Testemunha de Jeová. “Participam as Testemunhas de diversões e de casamentos?”, eu perguntei a ela. “Sim, participam”, ela respondeu. “Mas elas se comportam de modo cristão.” Eu perguntei a ela o que isso queria dizer.

“Elas não ficam bêbedas; não berram nem fumam.”

A partir desse instante, jamais toquei de novo num cigarro. E, no terceiro mês do meu estudo bíblico, parei subitamente de tocar junto com meus amigos músicos. Compreendi que tais más companhias impediriam o meu progresso.

Isso significou achar um novo modo de ganhar a vida. Assim, passei a trabalhar como pedreiro. Minha nova profissão, contudo, não me rendia aquilo que eu ganhava trabalhando como músico. De modo que minha esposa, meu pai e meus irmãos — simplesmente todos que me conheciam — estavam contra mim e tentaram obrigar-me a voltar ao meu antigo modo de vida. Com a ajuda de Jeová, parei de tomar em excesso bebidas alcoólicas, e comecei a tentar controlar meu gênio.

Seria de imaginar que minha esposa ficasse felicíssima com as mudanças que eu fiz, mas isto não se deu. Visto que eu não batia mais nela, nem discutia com ela, ela achou que eu não a amava mais! Era assim que uma cigana pensava. Daí, veio o Natal, e não fiz nenhum preparativo para comemorá-lo. Eu havia aprendido na Bíblia que esta não é uma celebração aprovada por Deus.b Minha esposa, porém, não compreendia nada disto. Ela ficou tão irada que me abandonou, levando com ela nossos quatro filhos. Foi morar com os pais, que então me mandaram a seguinte mensagem: Ou você abandona a sua nova religião, ou jamais entrará de novo em nossa casa, e sua esposa não voltará a morar com você!

Tratava-se duma pressão muito forte, porque eu amava muitíssimo minha esposa e meus filhos. Recusei ceder, e duas semanas depois minha esposa e meus filhos voltaram para casa — sem quaisquer exigências. Pouco depois disso, apenas seis meses depois de ter conhecido aquele rapaz, eu me batizei como Testemunha de Jeová.

Controlando o Meu Gênio

Embora eu fosse então um cristão batizado, controlar meu gênio ainda não era uma coisa fácil. Todavia, por meio de estudo da Bíblia e fervorosas orações, Jeová me concedeu a força necessária.

Também tive de enfrentar a oposição de minha esposa. Muitas vezes, ela zombava de mim, quando eu tentava estudar a Bíblia. Se eu tentava partilhar com ela algo que eu lia, ela começava a cantar a plenos pulmões, para abafar minha voz! Com o tempo, porém, minha personalidade mudada produziu algum efeito nela. Dois anos mais tarde, ela também se tornou uma leal adoradora de Jeová.

Já se passou um longo tempo desde que eu quase matei um homem naquele bar. Desde então, tenho tido o privilégio de servir como ancião numa congregação das Testemunhas de Jeová, e de observar todos os meus filhos, exceto um, aceitarem a verdade. Trabalho junto a uma congregação de verdadeiros cristãos, que não têm medo de mim, mas que trabalham dispostamente comigo em nossa atividade de pregação.

Sim, sinto-me muitíssimo feliz de que as verdades bíblicas me ajudaram a dominar meu gênio violento. — Visto que o autor deste artigo mora num país em que o cristianismo é proscrito pelo Governo, ele prefere permanecer no anonimato.

[Nota(s) de rodapé]

a Atualmente todas estas publicações acham-se esgotadas.

b Veja a publicação Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, capítulo 25.

[Destaque na página 19]

Com 19 anos desposei uma linda jovem cigana.

[Destaque na página 20]

Comecei a bater na minha jovem esposa, às vezes até duas vezes por semana.

[Destaque na página 21]

“Elas não ficam bêbedas; não berram nem fumam.”

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