Observando o Mundo
Casamentos abalados
Muitas esposas na área de Kobe, no Japão, ficaram desgostosas com o comportamento do marido durante e após o terremoto que devastou a região no início de 1995. “Não foi apenas em nossa casa que surgiram rachaduras, mas também em nossa relação, porque agora sei que não posso confiar no meu marido”, disse certa mulher citada no Asahi Evening News. Os maridos estão sendo tachados de insensíveis, por não terem consolado as esposas quando elas precisavam, e acima de tudo, por tentarem salvar apenas a si mesmos. Uma esposa “ficou chocada com o fato de que o marido comeu todos os bolinhos de arroz entregues para eles, sem deixar nenhum para ela”, informa o Centro das Mulheres da Prefeitura de Hyogo. Outra esposa disse ao centro: “Perdi toda a confiança no meu marido depois que ele chamou os nomes de nossos filhos mas não mencionou o meu.” O centro acrescentou, porém, que cerca do mesmo número de pessoas diz que suas relações foram fortalecidas com o terremoto.
Poder das crianças
“As crianças brasileiras mandam em casa, influem nas decisões dos pais e gastam quase 50 bilhões de reais por ano”, informa a revista Veja. “As crianças selecionam seus programas na TV sozinhas porque os adultos estão ocupados com outras coisas. Vão a acampamentos da escola sem a vigilância do papai e da mamãe. . . . São largadas em festas sozinhas e dormem na casa de amigos.” Hoje, muitos pais “preferem filhos confiantes e independentes, mesmo que sejam menos obedientes do que as crianças de gerações anteriores”. Mas, segundo o psicoterapeuta Alberto Pereira Lima Filho, por abandonarem seu papel como educadores, os pais “não são capazes de produzir limites claros para seus filhos”. Não surpreende que um estudo revele que “40% das crianças admiram, mais do que a seus pais, jogadores de futebol”.
Pelagem perfeita para o inverno
Cientistas que tentam localizar ursos polares, do alto de aviões, têm tido muita dificuldade — e isso não apenas pela razão óbvia de que os ursos polares são brancos e vivem numa paisagem coberta de neve. Segundo a revista Popular Science, os cientistas tiveram uma idéia que parecia ser uma solução inteligente para esse problema: usaram filmes sensíveis aos raios infravermelhos, raciocinando que com isso detectariam facilmente o calor do corpo que emana desses animais enormes. Mas o filme voltou em branco! Pelo visto, a pelagem do urso polar é um isolante tão eficaz que muito pouco calor escapa do animal. A revista comenta também que o pêlo do urso parece ser bom condutor dos raios ultravioleta do sol, atraindo-os para o que podem ser “células fotovoltaicas” no urso, que de algum modo conseguem converter luz em calor.
Desmaios de fãs
Por que tantas fãs desmaiam nos concertos de rock? Não faz muito, um neurologista do Hospital Universitário em Berlim, na Alemanha, investigou esse fenômeno. Num concerto de rock em Berlim, assistido basicamente por moças, umas 400 fãs desmaiaram durante a apresentação. Segundo a revista Discover, o neurologista constatou que 90% das jovens que desmaiaram estavam nas fileiras da frente. Para conseguir esses assentos privilegiados, elas tiveram de esperar horas em longas filas, e muitas não haviam se alimentado por muitas horas ou dormido na noite anterior. Outros fatores: seus próprios gritos e as multidões atrás delas, que as comprimiam, pressionavam seu peito, o que reduzia a pressão sanguínea. Isso, por sua vez, privava o cérebro de sangue. Seguia-se o desmaio. Embora tenha recomendado que as fãs do rock se alimentem e durmam antes da apresentação, permaneçam sentadas, e mantenham-se calmas e distantes da multidão durante o espetáculo, o neurologista reconheceu que provavelmente poucas fãs adolescentes acatarão essas sugestões.
Serviço de babás grátis?
Pais que moram no subúrbio acharam uma nova maneira de fazer com que outros olhem seus filhos enquanto fazem compras no centro da cidade. Deixam as crianças numa loja de brinquedos ou numa loja de computadores multimídia. As crianças, fascinadas com as máquinas de alta tecnologia, brincam com os modelos expostos até os pais voltarem. Não surpreende, porém, que os vendedores não estejam nada entusiasmados com essa tendência, diz a reportagem da revista Newsweek. Eles reclamam que, além de as crianças impedirem possíveis compradores de experimentar os modelos, às vezes ainda os quebram. Ao voltarem das compras, alguns pais ainda se queixam de que ninguém ficou de olho no seu filho ou que não o levaram ao banheiro! Por isso, algumas lojas estão combatendo a tendência: colocam os computadores em exposição num lugar menos acessível às crianças ou chamam a segurança se encontram crianças desacompanhadas.
Mais igrejas à venda
Investidores apressam-se em pôr as mãos em igrejas pouco usadas, em Brisbane, capital de Queensland, estado do norte da Austrália, de acordo com corretores de imóveis. Segundo se diz, são dois os fatores responsáveis: declínio do comparecimento à igreja e o desejo dos investidores de comprar “algo diferente”. Uma reportagem do jornal The Courier-Mail diz que mais de uma dúzia de igrejas estão à venda e que algumas já foram convertidas em casas e escritórios em Brisbane. O jornal cita um gerente de vendas como dizendo: “Um bom número” de igrejas estão sendo “usadas como restaurantes, galerias, lojas de antiguidades, escritórios ou casas”. Um corretor disse: “Quisera eu ter mais igrejas para vender!”
Nova esperança contra a elefantíase
“A Organização Mundial da Saúde estima em 32 milhões o número de pessoas, no mundo, que sofrem de elefantíase, e em outros 50 milhões os que estão sob risco de contraí-la.” Segundo a Panos Features, porém, ao cuidar de pacientes que têm elefantíase e filaríase linfática [doença causada por vermes parasitas], a Dra. Gerusa Dreyer e sua equipe, do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, no Recife, Brasil, descobriu que uma medida simples dá aos portadores da doença nova esperança: quando as pernas dos pacientes eram lavadas regularmente com água e sabão, as bactérias e os fungos tendiam menos a penetrar nos vasos linfáticos através de lesões na pele, o que causou uma redução dramática no número de infecções secundárias.
Como as pessoas gastam o tempo
Como as pessoas gastam o tempo? Um estudo recente procurou responder a essa pergunta cientificamente. Um instituto de pesquisas de Illinois, EUA, realizou um estudo de três anos dos afazeres diários de umas 3.000 pessoas que mantiveram registro contínuo de como gastam o tempo. O grupo, de faixa etária de 18 a 90 anos, compreendia ampla gama de formações. Dormir era a atividade a que as pessoas dedicavam mais tempo. Em seguida, vinha o trabalho, com uma média de 184 minutos por dia. Ver TV e fitas de vídeo vinha em terceiro lugar, com 154 minutos. As tarefas domésticas tomavam 66 minutos, viagens e ir e voltar do emprego, 51; vestir-se e arrumar-se, 49; e cuidar das crianças e de animais de estimação, 25. Quase no fim da lista estava a religião, que tomava em média 15 minutos por dia.
Dunas em perigo
“Israel está ficando sem areia”, diz uma reportagem recente da revista New Scientist. Qual a razão dessa escassez, que soa um tanto improvável? A areia é um dos principais componentes do concreto, do qual a próspera indústria de construção do país tem uma necessidade insaciável. Nos últimos 30 anos, quase sem nenhum controle governamental, empresários têm retirado caminhões de areia do grande banco de areia do litoral de Israel, que no passado se estendia de Jaffa a Gaza. E todo ano ladrões roubam milhões de toneladas de areia para vender no mercado negro. Os ecologistas estão preocupados que o frágil e minguante ecossistema das dunas — no qual apenas algumas espécies de plantas e animais conseguem sobreviver — esteja sendo arruinado. E os empresários começam a se perguntar aonde conseguirão areia quando ela acabar em Israel.
Saúde dos japoneses sofre influência ocidental
Os japoneses têm a maior expectativa de vida do mundo, mas a influência do estilo de vida ocidental pode estar erodindo esse status. A New Scientist informou recentemente que de 2,1 milhões de pessoas que fizeram exame geral de saúde em 1994, só 18% receberam atestado de boa saúde. Dez anos antes, esse número foi de 30%. De acordo com um dos autores de um relatório da Associação de Hospitais do Japão, o culpado é o alto nível de gordura e colesterol dos alimentos ocidentais, junto com o aumento do fumo e do consumo do álcool. Os maiores declínios na saúde foram observados nas regiões altamente industrializadas, como a região de Osaka-Kobe. Em contraste, a região mais saudável acha-se no norte, nas zonas rurais da ilha de Hocaido.