Observando o Mundo
Equilíbrio biológico frágil
“A área de vegetação coberta ainda ocupa a maior parte da região [amazônica]”, diz Simon Schwartzman, presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Segundo O Estado de S. Paulo, porém, ‘um dos desastres mais visíveis é o desmatamento. De 1970 para cá foram desmatados 50 milhões de hectares’. Mencionando que a terra “perde 70 espécies de vida por dia”, o jornal explica: “As flores, da mesma maneira que os insetos e as cobras, levam consigo substâncias aromáticas, hormônios e venenos quando desaparecem. Cada uma dessas substâncias é um precioso medicamento em potencial. Além disso, com a perda de cada espécie, o homem prejudica o delicado equilíbrio biológico, que permite a multiplicidade da vida.”
Drogas nas escolas alemãs
Um estudo que incluiu mais de 3.000 estudantes do norte da Alemanha revela que as substâncias viciadoras correm soltas nas escolas. Segundo o semanário Focus, quase metade dos estudantes de 17 anos já tomaram drogas, e mais de um terço ainda as tomam. O professor Peter Struck explicou que “em muitas das escolas de segundo grau de Hamburgo, existem estudantes de 16 ou 17 anos que alternam constantemente o uso de estimulantes e tranqüilizantes”. Mas por que tantos tomam drogas? O professor Klaus Hurrelmann deu três razões para o consumo de drogas entre os jovens: tédio, sensação de que recebem muito pouco reconhecimento por suas consecuções e pressão dos colegas.
Viajantes notáveis
Sem rumo definido, um albatroz voou 26.000 quilômetros em 72 dias, e uma foca-cinzenta nadou 5.000 quilômetros em três meses. Cientistas que trabalham na área de preservação descobriram esses feitos surpreendentes de resistência depois de colocarem minúsculos radiotransmissores em albatrozes e focas selecionados, e rastrearem seus movimentos por satélite. O albatroz voou quase 3.000 quilômetros em quatro dias sem parar, sobre o sul do oceano Pacífico. A foca nadou até 100 quilômetros por dia entre a Escócia e as ilhas Féroe e mostrou uma capacidade surpreendente de se orientar em mar aberto, informa o The Times, de Londres. A que se deveram ambas as “maratonas”? À busca de alimentos, diz a reportagem.
“Um corpo mundial sem alma”
“Durante três dias, na última semana, líderes de todos os continentes estiveram reunidos para a festa do 50.º aniversário das Nações Unidas, ocasião em que fizeram discursos impressionantes sobre a situação do mundo”, informou o The New York Times em outubro passado. Pelo visto, porém, faltava aos “discursos impressionantes” um ingrediente importante: a honestidade. “Como todos os políticos”, disse o Times, “eles fizeram promessas que não vão cumprir e criticaram os outros pelas suas próprias falhas”. Depois de citar líderes de oito nações cujas palavras estavam em conflito com as atitudes de seus países, o jornal concluiu que sua mensagem prevalecente era: “Mundo, esqueça o que eu faço; escute o que eu digo.” Não surpreende que o U.S.News & World Report tenha se referido às Nações Unidas como “um corpo mundial sem alma”.
Abelhas quentes
As abelhas japonesas se defendem de um ataque da vespa gigante matando-a com o calor de seus corpos, diz uma reportagem da Science News. Quando detectam a presença de uma vespa, as abelhas atraem o inimigo para dentro da colméia, onde centenas de operárias se engalfinham com ele e formam uma bola em torno dele. Daí, “as abelhas vibram e aumentam a temperatura da bola para 47° Celsius, uma temperatura letal, por cerca de 20 minutos”, informa a revista. Como as abelhas japonesas suportam temperaturas de até 50° Celsius, essa manobra não lhes faz mal. Só que nem todas as vespas caem na armadilha da abelha. Visto que “20 a 30 vespas podem matar uma colônia de 30.000 abelhas em 3 horas”, as vespas gigantes podem subjugar as abelhas fazendo um ataque em massa. “Aí elas tomam a colméia e se apoderam das larvas e das pupas das abelhas”, diz a News.
A cruz: símbolo de violência?
Alguns teólogos estão questionando se é próprio que a cruz seja o símbolo do cristianismo devido à sua associação com a violência, informa o The Dallas Morning News. Os teólogos incentivam o uso de símbolos que reflitam a vida de Jesus em vez de sua morte. A cruz “alimenta o culto da morte”, disse a teóloga Catherine Keller, da Faculdade de Teologia da Universidade de Drew, em Madison, New Jersey, EUA. “Ninguém desejaria que uma cadeira elétrica ou uma forca fosse um símbolo de fé, mas é isso o que usaríamos se Jesus fosse morto pelo estado hoje.”
Pulga-d’água: a solução
A humilde pulga-d’água pode ser a solução para o problema das hidrovias poluídas do país, informa o jornal londrino Independent. Isso é indicado por um projeto de recuperação em andamento. Primeiro, os biólogos retiraram 9,5 toneladas de peixes que se alimentam de pulgas-d’água no brejo em Ormesby, em Norfolk, Inglaterra. Por causa disso, as pulgas se multiplicaram e devoraram as algas que poluíam o lago. Outras plantas que germinam de sementes latentes debaixo d’água, e aves como os galeirões e os cisnes voltaram a aparecer. Por fim, os peixes serão recolocados no lago e, segundo estimativas, todo o ecossistema voltará ao normal em cinco anos. Os preservacionistas da Europa acompanham com interesse o resultado do projeto.
Evitam falar em pecado
“O que foi que aconteceu com o pecado?”, pergunta a revista Newsweek. “O urgente senso de pecado pessoal quase sumiu do atual estilo otimista da religião americana.” Os paroquianos “não querem ouvir sermões que diminuam a sua auto-estima”, e entre os católicos “confessar regularmente pecados ao padre se tornou um rito do passado”. Há muita competição entre os clérigos e eles têm medo de perder seus rebanhos. Muitos “condenam rotineiramente os males sociais deste ‘sistema’ como o racismo [e] a discriminação sexual”, declara o artigo. “Mas é estranho como ficam mudos quando os assuntos são mais pessoais, como o divórcio, o orgulho, a ganância e a ambição descomedida.”
“Impressão digital” de gemas
As mulheres britânicas possuem 39 milhões de jóias com diamantes, no valor aproximado de US$ 17,5 bilhões; por ano são roubados US$ 450 milhões em jóias. É impossível recuperar a maioria das jóias roubadas. O metal em que o diamante foi encravado em pouco tempo é derretido. Daí, as gemas são engastadas em outra jóia. Agora, porém, os joalheiros vão poder catalogar num computador central as imperfeições de todas as pedras. Essas “impressões digitais” são detectadas por um feixe de laser de baixa densidade que lê as imperfeições de cada pedra — não há duas pedras idênticas. A única forma de os ladrões burlarem o sistema de segurança seria lapidar as pedras novamente, algo caro e que reduziria o valor da pedra, informa o The Sunday Times, de Londres.
O custo do seqüestro
Em 1994, “só com a crescente indústria do seqüestro, criminosos embolsaram US$ 1,2 bilhão”, informa o Jornal da Tarde. Além de ser a maior fonte de renda da indústria do crime organizado do Rio de Janeiro, os seqüestros estão ficando sofisticados. Há seqüestros de curta duração, de pessoas da classe média, “que muitas vezes têm de pagar o resgate em prestações”, e seqüestros mais estruturados e planejados, de pessoas mais abastadas. Além da renda dos seqüestros, de acordo com o professor Istvan Karoly, da Fundação Getúlio Vargas, em apenas um ano, só numa cidade, o crime organizado ‘movimentou US$ 1,5 bilhão com a venda de produtos contrabandeados e US$ 280 milhões com o narcotráfico’.
“Uma bomba-relógio em potencial”
Cerca de 45% da população do mundo vive atualmente em cidades, informa a revista Focus, e calcula-se que até o ano 2000 metade da população estará morando em cidades. Boa parte do norte da Europa, da Itália e do leste dos Estados Unidos tem densidade populacional bastante alta; e regiões da China, do Egito, da Índia e da África do Sul têm algumas cidades densamente povoadas enquanto o resto do país é zona rural. Imagens de satélite, porém, revelam que apenas de 3% a 4% da Terra acha-se urbanizada. Mas com 61 milhões de pessoas mudando-se para as cidades anualmente, fenômeno que se observa principalmente nos países em desenvolvimento, a densidade populacional destes centros urbanos aumenta porque “as cidades não podem crescer tão rápido como sua população”, informa a Focus, acrescentando: “A situação é uma bomba-relógio em potencial.”