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  • O casamento tradicional em Gana

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  • O casamento tradicional em Gana
  • Despertai! — 1996
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Despertai! — 1996
g96 8/12 pp. 20-23

O casamento tradicional em Gana

DO CORRESPONDENTE DE DESPERTAI! EM GANA

TODO ano centenas de milhares de pessoas no mundo se casam. O casamento geralmente é realizado de acordo com o costume local.

Em Gana, o casamento mais comum é o chamado tradicional. Nele, a família do noivo tem de pagar o preço de noiva para a família da noiva. Esse é um costume que prevalece em grande parte da África e em lugares como Hong Kong, Papua-Nova Guiné e as ilhas Salomão, bem como entre os índios guajiro, no nordeste da Colômbia e no noroeste da Venezuela, para mencionar apenas alguns.

Nos tempos bíblicos, era costume pagar o preço de noiva. (Gênesis 34:11, 12; 1 Samuel 18:25) Este era, e é, tido como uma compensação, paga aos pais da moça, pela perda de seus serviços e pelo tempo, energia e recursos gastos na sua educação e sustento antes de se casar.

Responsabilidade dos pais

Antigamente, em Gana, não existia namoro entre os jovens. Os pais acertavam o casamento dos filhos adultos depois de observar cuidadosamente rapazes e moças em idade de casar na comunidade. Alguns pais em Gana ainda hoje fazem isso.

Os pais do rapaz analisam fatores como a personalidade da moça, a reputação dela e da família, possíveis doenças hereditárias, e, no caso das Testemunhas de Jeová, a espiritualidade. Se ficam satisfeitos, eles fazem uma proposta formal aos pais da moça.

Estes, por sua vez, analisam o rapaz e a família dele. Além de analisar os fatores acima, verificam também se ele tem capacidade de sustentar a esposa — trabalha ou está desempregado? Satisfeitos os requisitos, eles falam com os pais do rapaz, e os pais de ambas as partes combinam os pormenores do casamento. Isso depois de tanto o rapaz como a moça terem concordado.

Por que alguns pais ainda assumem a responsabilidade de arrumar um cônjuge para filhos crescidos? Certa mulher na Índia, cujos pais arranjaram o seu casamento, disse: “Como uma pessoa jovem teria condições de tomar uma decisão tão importante? É muito melhor deixar isso para os que têm idade e experiência para saber qual é a melhor escolha.” Muitos africanos também pensam assim.

Mas os tempos estão mudando em Gana, e o namoro está ficando cada vez mais comum. Quando um casal de namorados acha que está na hora, eles informam os pais de que desejam se casar. Depois que os pais conversam e chegam à conclusão de que os filhos formam um bom par, as famílias realizam a cerimônia formal conhecida em várias línguas de Gana como bater na porta, a porta do casamento.

A cerimônia de bater na porta

Os pais do casal informam as respectivas famílias sobre a data e o objetivo da reunião. “Família”, na África, inclui tios, tias, primos e avós dos noivos. No dia marcado, representantes de ambas as famílias se reúnem para a cerimônia. A presença do noivo é opcional. Descrevemos a seguir uma versão bem resumida do que ocorreu numa cerimônia de bater na porta.

Representante da moça (RM): [Dirigindo-se aos representantes do noivo] Sabemos a razão de sua visita, mas o costume dita que mesmo assim perguntemos. O que os traz aqui?

Representante do rapaz (RR): Nosso filho Kwasi estava passando em frente à sua casa e viu uma bela flor e quer a sua permissão para apanhá-la.

RM: [Fazendo-se de desentendido] Não tem nenhuma flor nesta casa. Podem verificar.

RR: Nosso filho não está enganado. Sustentamos que tem uma bonita flor nesta casa. O nome dela é Afi.

RM: Então é uma flor de carne e osso. Bem, Afi de fato mora aqui.

RR: Queremos bater na porta e pedir a mão de Afi em casamento para o nosso filho Kwasi.

A família do rapaz passa então a apresentar presentes, em bebidas e dinheiro. Dependendo da tribo, os presentes e as quantidades variam. Essa cerimônia equivale mais ou menos ao noivado ocidental, e em alguns casos estipula-se um anel de noivado.

O representante da noiva agora pergunta a ela, perante todos os observadores, se os presentes devem ser aceitos. Diante da resposta afirmativa dela, todos os convidados são testemunhas oculares de que ela aceita a proposta de casamento. Combina-se então uma data conveniente a ambas as famílias para a celebração do casamento. A cerimônia termina com comes e bebes.

A cerimônia do casamento

O pagamento do preço de noiva, que já é o casamento, é efetuado na casa da noiva ou de um representante escolhido. Nessa ocasião, há mais pessoas do que na cerimônia de bater na porta, porque muitos amigos também estão presentes.

O clima é de festa. Rapazes e moças solteiras estão ansiosos de ver o que foi trazido para a noiva. Mas o clima fica tenso quando a família da moça reclama que os presentes do preço de noiva não são suficientes, e vai se criando um certo suspense quando a família da noiva parece irredutível. É a vez do porta-voz do noivo apresentar argumentos convincentes, tentando ganhar a compreensão da família da noiva. A tensão desaparece quando a família da moça cede. O clima de novo adquire um ar festivo, e servem-se comes e bebes.

Para dar início à cerimônia de casamento, o porta-voz da noiva pede silêncio e dá boas-vindas a todos. Ele pergunta aos representantes do noivo sobre o objetivo de sua visita. O porta-voz do noivo declara a razão de estarem ali, lembrando aos convidados de que já bateram na porta e que lhes foi concedida a permissão de entrar.

Daí, o porta-voz de ambas as partes apresenta os parentes mais próximos aos convidados, incluindo o que dá a mão da moça em casamento bem como o que patrocina o rapaz. A cerimônia prossegue.

RM: [Dirigindo-se aos representantes do noivo] Por favor, apresentem os presentes que pedimos.

O porta-voz da noiva enumera os presentes que constituem o preço de noiva para que todos possam ver que estão ali. Se os representantes do noivo acham que a família da noiva exagerou nas exigências, eles resolvem o assunto em particular antes do dia do casamento. Mas a família do noivo vem para a cerimônia preparada para barganhar uma redução em quaisquer extras para o caso de alguns da família da noiva exigirem mais. Onde quer que a pessoa viva, o preço de noiva, seja alto seja baixo, tem de ser pago integralmente.

Há famílias que estipulam coisas como bebidas, roupas, colares, brincos e outros artigos para senhoras. No norte de Gana, o preço de noiva pode incluir sal, nozes-de-cola, galinhas d’angola, ovelhas e até mesmo bois ou vacas. Invariavelmente, o valor inclui dinheiro.

Enquanto as negociações prosseguem, a noiva não está presente mas está perto, observando. A presença do noivo é opcional. Assim, se ele mora longe, pode autorizar os pais a contratar o casamento por ele. Na ocasião aqui descrita, contudo, o noivo está presente. Agora é a vez de sua família fazer exigências.

RR: Cumprimos todas as exigências, mas não vimos a nossa nora.

A cerimônia de casamento não é uma formalidade solene, ela tem o seu toque de humor. Diante da exigência da família do rapaz de ver a noiva, a família dela declara:

RM: Gostaríamos que a noiva estivesse aqui. Infelizmente, ela viajou para o exterior e não temos passaporte nem visto para viajar e trazê-la de volta.

Todo o mundo sabe o que isso significa. De imediato, a família do noivo oferece uma quantia de dinheiro: qualquer quantia que o noivo possa dispor. Como que num toque de mágica, o passaporte e o visto imaginários estão prontos, e a noiva já está de volta da viagem!

O clima de humor e informalidade prossegue, e em algumas tribos, providencia-se que amigas da noiva representem o papel dela. Cada uma delas é rejeitada pela multidão até que, entre grandes aplausos, a verdadeira noiva é apresentada. Ela é então convidada pelo seu porta-voz a dar uma olhada nos diversos presentes que constituem o preço de noiva. Perguntam-lhe se o que o noivo trouxe deve ser aceito. Há um burburinho enquanto todos esperam ansiosamente a resposta. Algumas moças são tímidas, outras extrovertidas, mas a resposta é invariavelmente um sim, seguido de estrondosos aplausos.

Se o noivo está presente, a família da noiva exige conhecê-lo. A brincadeira continua se foi providenciado que um de seus amigos represente o papel dele. Todo exibido, o amigo se levanta, mas todos vaiam.

Os pais da noiva exigem ver o genro. O noivo de verdade então se levanta, irradiando sorrisos de felicidade. A família da noiva permite que ela se junte ao marido, que põe uma aliança no dedo dela, se esta foi estipulada como parte do preço de noiva. A aliança é uma inovação trazida do Ocidente. A noiva, por sua vez, coloca uma aliança no dedo dele. Todos cumprimentam os noivos e a alegria é geral. Por conveniência e economia, alguns hoje realizam a cerimônia de bater na porta e o casamento no mesmo dia.

A seguir, membros experientes de ambas as famílias e outros dão conselhos aos recém-casados sobre como ser bem-sucedidos no casamento até que a morte os separe. Para fechar o dia com chave de ouro, servem-se comes e bebes.

A cerimônia de casamento terminou! Em Gana, a partir daí, o casal é considerado pela comunidade como legalmente casados. Se, por alguma razão, membros importantes da família da noiva não puderam comparecer à cerimônia, algumas bebidas que são parte do presente são enviadas para eles, como prova da concretização do casamento. Se os noivos são Testemunhas de Jeová, em alguns casos providencia-se um discurso bíblico e depois há uma modesta recepção.

Em Gana, há casais que preferem casar-se no estilo ocidental, chamado aqui de casamento civil, ou casamento por ordenação. Esse pode ser contraído com ou sem o consentimento dos pais, desde que o casal seja de maior. No casamento tradicional, o consentimento dos pais é um requisito indispensável.

No casamento civil o casal faz os votos maritais. Mas não há votos no casamento tradicional. O Estado requer que todos os casamentos tradicionais sejam registrados, e as Testemunhas de Jeová cumprem esse requisito. (Romanos 13:1) Emite-se então uma certidão de casamento.

Desde os tempos mais antigos até a Costa do Ouro, hoje Gana, se tornar colônia britânica, o casamento tradicional era a única forma de casamento no país. Os britânicos então introduziram o casamento no estilo ocidental para os seus cidadãos que moravam aqui. Os nativos também receberam permissão de contrair esse tipo de casamento, e já por muitos anos coexistem os dois tipos de casamento. Em Gana, ambos são legalmente reconhecidos, sendo portanto aceitáveis às Testemunhas de Jeová. Cabe a cada um escolher que forma prefere.

Em alguns países africanos, os casamentos tradicionais precisam ser registrados para que os casais possam ser considerados casados perante a lei. Isso não acontece em Gana, onde o casamento tradicional acima descrito tem validade legal sem registro, e os casais são considerados legalmente casados uma vez concretizado o casamento tradicional. Mais tarde, o casamento tradicional é registrado somente para fins de cadastro.

O casamento é sem dúvida uma dádiva amorosa de Deus para a humanidade, uma dádiva exclusiva, não concedida nem mesmo a anjos. (Lucas 20:34-36) É uma preciosa relação que vale a pena preservar, para a glória de seu Originador, Jeová Deus.

[Foto na página 23]

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