CORÇO(A)
Pequeno cervídeo parecido a uma gazela. O corço se ergue uns 60 cm na espádua, e mede cerca de 1,20 m de comprimento. Apenas os machos possuem armações, e estas são descartadas cada ano. Nisto o corço difere da gazela, com seus chifres permanentes, apresentados geralmente por ambos os sexos. O casaco de verão do corço é castanho-avermelhado, e este pode ter dado à criatura o seu nome hebraico, yahhmúr, considerado como se derivando duma raiz que significa “vermelhidão”. Este animal não é gregário. Em geral, apenas pequenos grupos de três ou quatro, o macho, a fêmea e uma ou duas crias, podem ser vistos alimentando-se juntos. O corço tem uma consorte para toda a vida.
Sendo ruminante e tendo casco partido, o corço era aceitável como alimento segundo os termos da Lei mosaica. (Deut. 14:5, 6) A carne dessa criatura era uma das carnes regularmente providas para a mesa do Rei Salomão. — 1 Reis 4:22, 23.
A corça, fêmea do corço, é uma criatura esbelta e graciosa, tímida, de andar seguro, e rápida. Quando em avançada prenhez, as corças se recolhem aos recessos da floresta para dar à luz, e então continuam em isolamento, cuidando ternamente dos filhotes e protegendo-os até a ocasião em que possam cuidar de si. — Jó 39:1; Sal. 29:9.
A corça mansa e graciosa consta das vividas metáforas da Bíblia. (Pro. 5:18, 19; Cân. 2:7; 3:5) Faz-se alusão à rapidez e ao andar seguro desse animal, que o habilitam a escapar de seus inimigos. (2 Sam. 22:1, 34; Sal. 18:32, 33; Hab. 3:19) Jacó descreveu profeticamente a tribo de Naftali como “uma corça esbelta”, possivelmente se referindo à sua perícia e à sua rapidez na guerra. (Gên. 49:21) O salmista, quando privado do livre acesso ao santuário, compara sua ânsia de Deus à sede que a corça tem das correntes de água. (Sal. 42:1-4) A figura duma corça abandonando seu filhote recém-nascido, tão contrária à sua bem-conhecida solicitude para com sua prole, sob condições normais, indica a gravidade das secas em Judá. — Jer. 14:1, 2, 5.