“Saí dela, povo meu”
“Saí dela, povo meu, se não quereis participar com ela dos seus pecados, e se não quereis incorrer nas suas pragas. Porque os seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou dos atos de injustiça que ela praticou.” —Apo. 18:4, 5, NM.
1. Que conclusão é lógica bem como bíblica?
HÁ PODRIDÃO básica nestes últimos dias que poluiu todo campo da atividade deste mundo. A sua politica é corrupta. O seu comércio é opressivo. O seu militarismo é pródigo. A sua religião é hipócrita. Os seus prazeres não raras vezes conduzem à delinquência e imoralidade, e os seus esportes ao dolo e à perversidade. A vasta maioria das pessoas acompanham o mundo na sua corrupção, vêem-na, contribuem a ela, participando dela, são indiferentes e endurecidas para com ela, ou cinicamente a aceitam. Para salvar a aparência exterior muitos praticantes dela fazem discursos ardentes contra ela, mas quantos desses realmente se levantam em ira para exterminá-la? A maioria adere a este mundo velho e iníquo, apoiando-o, lutam a favor dele, morrem por ele, votam para pôr no poder seus corruptos governadores, e de outra sorte se fazem parte integral dele. Lançam sua sorte com este mundo. Junto com ele semeiam às concupiscências da carne. E junto com ela ceifarão o respectivo quinhão das suas pragas. Isso não só é lógico e justo, é também escriturário.
2. Como devemos escapar às pragas sobre Babilônia, a grande?
2 No capítulo 18 do Apocalipse se fala da inteira organização mundana ou sistema de coisas dominado por Satanás o Diabo como “Babilônia, a grande”. Babilônia começou a cair quando a sua parte visível foi precipitada à terra por Cristo após sua entronização em 1914 E. C. (Apo. 12:1-12) No Armagedon a queda das hordas demoníacas invisíveis será completa, lançando-as no abismo, e o visível domínio de Satanás sofrerá a destruição completa. (Apo. 19:11-21, 20:1-3) Alguns, porém, escaparão aos juízos ardentes que o consomem. Como? Pela ressurreição mais tarde no reinado milenário de Cristo? Não segundo o registo: “Saí dela, povo meu, se não quereis participar com ela dos seus pecados, e se não quereis incorrer nas suas pragas. Porque os seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou dos atos de injustiça que ela praticou. Por isso num só dia virão as suas pragas, a morte, o pranto e a fome, e será consumida pelo fogo, porque poderoso é Jeová Deus que a julgou.” —Apo. 18:4, 5, 8, NM.
3. Quais são as pragas? Portanto o que segue logicamente?
3 As suas pragas são a destruição, ardente e final. A organização babilônica jamais será ressuscitada ou levantada do seu batismo destrutivo de fogo. Se essa for a sua praga, e os que permanecerem nela a aquinhoarem, como podemos contender que as pessoas que passam pelo batismo de fogo com ela se levantarão na ressurreição da humanidade? Não podemos, de modo bíblico. A lúcida declaração é que a sorte das pessoas que permanecerem dentro da organização é idêntica à da própria organização. Se as pessoas voltarem, a organização voltará, mas se a organização não voltar, tão pouco as pessoas que uma vez estiveram dentro dela. O caminho à salvação é a fuga agora, antes da sua queda: “Saí dela!” Os cativos israelitas na antiga Babilônia foram instruídos a fugir desse sistema iníquo: “Retirai-vos, retirais-vos, sai dai, não toqueis cousa imunda, sai do meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos de Jeová!” “Sai do meio dela, povo meu, e salvai do furor da ira de Jeová, cada um a sua vida.” (Isa. 52:11; Jer. 51:45) Apocalipse 18:4 revela que a mesma instrução se dá na ocasião da queda da Babilônia maior.
4. Em contraste com a vista humana, qual é a vista correta sobre a libertação dos prisioneiros de Babilônia?
4 A maior parte das pessoas olham as coisas do ponto de vista humano, portanto dão importância demais à salvação de criaturas. Êste é apenas um propósito secundário da libertação dos prisioneiros de Babilônia. A vista de Jeová sobre as coisas é o que importa, a qual revela o principal motivo da libertação: “Não é por amor de vós, casa de Israel, que eu faço isto, mas é em atenção ao meu santo nome, que tendes profanado entre as nações, para onde fostes. Santificarei o meu grande nome, que tem sido profanado entre as nações, o qual tendes profanado no meio deles, as nações saberão que eu sou Jeová, diz o Senhor Jeová, quando eu for santificado em vós diante dos seus olhos. Pois vos tirarei dentre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra.” (Eze. 36:22-24) Em diversas ocasiões no deserto Jeová ia destruir a Israel, mas Moisés suplicou a Jeová e o induziu a poupá-los. Por que razão? A salvação de criaturas? Não, mas pelo amor do grande nome de Jeová. (Êxo. 32:9-14, Núm. 14:11-24; 16:44-50; Deu. 9:18, 26-29; Eze. 20:9) Quão importante a nós é a salvação de gafanhotos? Somos como gafanhotos à vista de Deus. (Isa. 40:22) Por conseguinte devemos fazer os pensamentos de Deus os nossos pensamentos, se vamos ver bem focalizados e em verdadeira perspectiva os atos destrutivas de Jeová no fim dos períodos de juízo. Se persistirmos em aderir com tenacidade à vista humana egocêntrica que se focaliza na salvação da criatura e relega ao último plano confuso e fora de foco a vindicação de Jeová, há possibilidade de que achemos que a doutrina bíblica sejam palavras duras e desagradáveis a nossos ouvidos, e fiquemos ofendidos e tropecemos por causa dela. —Isa. 55:8, 9, João 6:60, 66.
5. Que períodos de juízo se mencionam aqui?
5 É provável que para a maioria dos homens que já viveram na terra o tempo do seu juízo será durante o reinado milenário de Cristo, na ocasião da ressurreição da humanidade em diante. Contudo, muito antes disto grande número de pessoas terão tido seu tempo de juízo, desde que as Escrituras revelam que Deus proporcionou certos períodos de juízo à sociedade humana em certas ocasiões, durante os quais Deus os responsabilizou pelo seu proceder. A fim de que fossem realmente responsáveis em tais ocasiões, ele fez que se desse testemunho para que conhecessem a questão em debate e fizessem a sua decisão, pela qual determinariam o seu destino, independentes de condenação alguma herdada de Adão. Um desses períodos de juízo foi o dilúvio do dia de Noé, antes do qual Noé pregava a justiça. Outro se deu no fim ardente de Sodoma e Gomorra, cidades que presenciaram milagres admoestadores pelos anjos e ouviram testemunho da parte de Ló antes de cair a chuva de fogo. No dia de Jesus houve um tempo de juízo e ele admoestou certas cidades judaicas de sorte igual à sobre Sodoma e Gomorra, e julgou certos escribas e fariseus aptos para a destruição da geena. O nosso dia atual é também uma época de juízo, e até que se desencadeie o Armagedon, todas as pessoas que então viverem terão fixado o seu destino.
CHUVAS DE ÁGUA E DE FOGO
6. Por que considerarmos o dilúvio de Noé? Quais foram os fatos?
6 Podemos aprender muito acerca deste atual período de juízo considerando os do passado como sendo pictóricos do nosso da. O primeiro foi o dilúvio de Noé. Jesus declarou que foi um quadro do atual período de juízo: “Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do homem: Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos.” (Luc. 17:26, 27, ARA) Por que foram destruídos? Por causa da sua corrupção: “Viu Jeová que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos do seu coração era má continuamente.” Portanto Jeová determinou: “Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, desde o homem até o animal, até os répteis e até as aves do céu, porque me arrependo de os haver feito.” Noé estava destinado a escapar. Por quê? “Apenas Noé dentre seus contemporâneos foi um homem piedoso excepcionalmente bom, Noé andou com Deus.” (UTA) Que a destruição dos demais foi um juízo final executado contra eles é manifesto pelas palavras fortes de Jeová a Noé: “Hei resolvido dar cabo de toda a carne, porque a terra está cheia da violência dos homens: eis que eu os farei perecer juntamente com a terra. Porém contigo estabelecerei a minha aliança, entrarás na arca, tu com teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos.” —Gên. 6:5, 7, 9, 13, 18.
7. Como mostra Pedro que foram finais as destruições do dilúvio e de Sodoma?
7 Não só se assegura esta destruição final porque Deus empregou a expressão “fazer perecer” e Jesus usou “destruír”, mas também 2 Pedro 2:5-9 (NM) o estabelece: “Não deixou de castigar um mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer um dilúvio sobre um mundo dos ímpios, e, reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, condenou-as, estabelecendo um exemplo para os ímpios das coisas que hão de vir, e livrou o justo Ló, grandemente afligido pelo procedimento dissoluto daqueles insubordinados — porque este justo, pelo que via e ouvia quando habitava entre eles de dia em dia, atormentava sua alma justa por causa das obras iníquas deles —Jeová sabe livrar da provação as pessoas de devoção piedosa, mas reservar os injustos para o dia do juízo, a fim de serem exterminados.” Pedro citou estes exemplos antigos de exterminação para mostrar o destino dos falsos profetas e falsos mestres na congregação cristã, que introduziram seitas destrutivas e renegaram a Cristo, e que, portanto, estavam “trazendo sobre si mesmos repentina destruição”. Quem contenderá que a destruição de tais corruptores da congregação cristã não é final? A antiga destruição sobre os contemporâneos de Noé e a sobre Sodoma e Gomorra têm de ser igualmente finais, de outra sorte como poderiam ilustrar aquela que Pedro discutia?—2 Ped. 2:1-4, ARA.
8. Por que é vital o caso de Sodoma, e que mais revela que a sua destruição foi final?
8 Tendo manifestado que o dilúvio foi típico do atual período de juízo, Jesus prosseguiu mostrando que Sodomia e Gomorra também o representavam: “O mesmo aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam, mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se manifestar.” (Luc. 17:28-30, ARA) Nossa prévia consideração de 2 Pedro 2:5-9, mostrou que os que Deus destruiu em Sodoma e Gomorra estão eternamente “exterminados”. Judas 7 corrobora isto, declarando que essas cidades são “postas diante nós para exemplo de aviso, sofrendo a pena judicial do fogo eterno”. (NM) “Fogo eterno” simboliza a mesma coisa que geena, a saber, a segunda morte. A destruição de Sodoma e Gomorra tem de ser final, de outra sorte Judas não a teria usado para ilustrar o destino dos corruptores para quem “tem sido guardada a negridão das trevas, para sempre”. (Judas 13, ARA) Judas 7 revela que essas antigas cidades tiveram seu juíz no tempo da sua destruição, desde que se fala delas como já havendo passado pela execução do juízo, “a pena judicial do fogo eterno.” Não se pode fazer que isto signifique uma futura ressurreição para os mortos do Senhor por qualquer desvirtuamento do texto. Não houve restante que se salvou dessas cidades, sendo que Ló e suas filhas eram peregrinos, não nativos. —Rom. 9:29.
9. Por que e como alguns procuram mostrar que a destruição de Sodoma não era final?
9 Se os que foram mortos pelo Senhor em Sodoma não terão ressurreição, dai os que forem mortos por ele no Armagedon não a terão, porque estes foram prefigurados por aqueles. Portanto alguns, no seu esforço de provar sua contenda de que nem todos os que forem mortos no Armagedon permanecerão mortos, procuram manifestar que os sodomitas destruídos pelo fogo voltarão numa ressurreição. Citam Ezequiel 16:53-55: “Farei voltar o cativeiro delas, o cativeiro de Sodoma e de suas filhas, e o cativeiro de Samaria e de suas filhas, e o cativeiro dos teus cativos no meio delas: para que leves a tua vergonha e sejas envergonhada por causa de tudo o que tens feito, servindo-lhes de conforto. Tuas irmãs, Sodoma e suas filhas, tornarão ao seu estado primitivo, e Samaria e suas filhas tornarão ao seu estado primitivo, e tu e tuas filhas tornareis ao vosso estado primitivo.”
10. O que cumpre a profecia de Ezequiel acerca da restauração de Jerusalém e suas filhas?
10 O contexto mostra que se discute a restauração após cativeiro, não a ressurreição no milênio. Houve cumprimento em miniatura na restauração de Judá e Jerusalém após 70 anos de desolação (607-537 A. C.), quando os judeus, os netinins e outros estrangeiros voltaram para habitar no país. A maior restauração começou no dia de Jesus e ainda continua. Quando Jesus veio, os judeus estavam em cativeiro à organização do Diabo, Babilônia, a grande. Cativos de Roma de forma política, cativos do pecado, cativos da falsa religião. Quando, porém, Jesus veio, pregava, morreu, foi ressuscitado, apareceu no céu com seu mérito sacrificial, proveu a base da redenção, derramou o espírito santo sôbre um restante judeu fiel que buscava a redenção em seu nome, iluminou-lhes a mente para entenderem as verdades libertadoras e os soltou do cativeiro à Babilónia antitípica, então foram restaurados à organização teocrática de Jeová Deus. Por três anos e meio após Pentecostes a mensagem libertadora se limitou aos judeus, e um restante foi restaurado. Tudo isso sucedeu em cumprimento de Ezequiel 16:53-55, que fala da restauração de Jerusalém e suas filhas.
11. Quando foram restauradas “Samaria e suas filhas”?
11 Quando a perseguição se intensificou e os cristãos judeus foram dispersos, iam por toda parte pregando. O evangelista Filipe foi a Samaria, onde Jesus tinha pregado anteriormente. Muitos dos samaritanos creram, mais pregadores foram enviados a eles, e o espírito santo desceu sobre eles. Daí foram introduzidos na organização de Deus. Assim, conforme representado nesse restante samaritano, foi cumprido Ezequiel 16:53-55. —João 4:39-42; Atos 8:1-25.
12. Que mostra que os judeus associavam Sodoma com cães e gentios?
12 Depois disto o evangelho foi aos gentios. Os judeus os consideravam cães. (Mat. 15:26, 27; Mar. 7:27, 28) Os cães eram animais imundos, considerados depravados sexualmente, e ligados com a sodomia. “Das filhas de Israel não haverá quem se prostitua no serviço do templo, nem dos filhos de Israel não haverá [sodomita]. Não trarás para a casa de Jeová teu Deus o alugue da prostituta ou o preço desse cão em paga de qualquer voto, porque uma e outra cousa são igualmente abominável a Jeová teu Deus.” (Deu. 23:17, 18) O lucro da prostituta se assemelha ao alugue duma meretriz, e o lucro dum sodomita ao preço dum cão. Ao invés de “cão” An American Translation usa “varão prostituto” e a versão de Moffatt usa “catamito” que quer dizer rapaz mantido para fins desnaturais. Essas depravações eram flagrantes em Sodoma, o vil pecado de sodomia tomando seu nome dessa cidade. Por conseguinte tudo isso mostra que os judeus associavam Sodoma com cães e gentios.
13. Que citação ampara esta opinião?
13 Para amparar esta opinião das coisas, notai a seguinte citação da matéria introdutória do volume 7 da The Interpreter’s Bible, publicada no ano passado. O primeiro parágrafo sob “Moralidade”, a começar na página 80, reza: “A vida moral do mundo pagão muitas vezes foi mencionada pelos primitivos escritores cristãos, cuja vista da moralidade da época era a estereotipada herdada de seus predecessores judeus. Tanto os autores judeus como os cristãos concordaram que os gentios eram moralmente degenerados. A história do Velho Testamento acerca de Sodoma e Gomorra, sobre as quais o Senhor fizera chover fogo e enxofre, representa a atitude hebraica para com a iniquidade pagã, quer dos egípcios, dos cananeus, dos filisteus, dos assírios, dos babilónios, ou dos romanos.”
14. Por isso como a restauração incluiu “Sodoma e suas filhas”?
14 O apóstolo Pedro mantinha esta opinião dos gentios como sendo sodômicos e caninos, por conseguinte foi muito difícil entender o propósito de Deus para ele, isto é, de levar o evangelho aos gentios. Todavia quando entendeu ele obedeceu, e Deus derramou seu espírito sobre os crentes gentios, aceitando-os na mesma congregação restaurada junto com os judeus e samaritanos crentes. (Atos 10:9-48) Quando os do fiel restante judeu viram gentios incircuncisos, a quem previamente consideravam cães e sodomitas, restaurados com eles, sentiram-se envergonhados. Pensavam que os judeus eram especialmente santos e que Deus só usaria judeus para compor a noiva do Messias. Então aprenderam que não eram tão importantes nem santos, mas que Deus torna dignos para o Reino não só os samaritanos mas também os gentios incircuncisos. Assim o cumprimento de Ezequiel 16:53-55 iniciou-se no princípio dos tempos cristãos. Ezequiel não queria dizer Sodoma literal, da mesma forma que Isaías quando chamou Israel de Sodoma, ou João ao escrever que Jesus morreu em Sodoma. (Isa. 1:10; Apo. 11:8) Ezequiel a usou simbolicamente para designar os gentios incircuncisos, e ao discutir a restauração da organização teocrática, não a ressurreição,
JUÍZO SÔBRE ISRAEL NO DIA DE JESUS
15. Por que arguem alguns a favor de um juízo futuro tanto para Sodoma como para os judeus do dia de Jesus?
15 Vê-se mais um período de juízo quando os que defendem a ressurreição dos sodomitas exterminados citam as palavras de Jesus em certa ocasião. Ele tinha censurado as cidades judaicas impenitentes de Corazim e Betsaida, que presenciaram muitos dos seus milagres, daí disse: “Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao hades; porque se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje. Digo-vos, porém, que menos rigor haverá no dia do juízo para a terra de Sodoma, do que para ti.” (Mat. 10:14, 15; 11:20-24; Luc. 10:10-15, ARA) Disto alguns arguem que há um juiz futuro, no reinado milenário, tanto para Sodoma como para estas cidades judaicas.
16. A que Jesus se referia quando disse que haveria menos rigor no dia do juízo para Sodoma do que para certas cidades judaicas?
16 Se entendêssemos que tal expressão significa isso, então contradiria a declaração de Judas de que Sodoma já passara pela “pena judicial do fogo eterno”. Com efeito, Jesus usava uma forma de linguagem comum nos tempos bíblicos. Usou uma construção semelhante ao dizer: “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.” (Luc. 18:25, ARA) Nenhuma pessoa ajuizada acreditaria que um camelo, apertando-se, passasse pelo fundo de uma agulha. Se, porém, se dissesse que esta coisa obviamente impossível era mais fácil do que outra coisa, não enfatizaria isso a absoluta impossibilidade da outra coisa? Assim Jesus enfatizou energicamente o ponto de que os ricos que estavam indispostos para desfazer-se da sua riqueza não entrariam no reino. Da mesma forma, Sodoma não suportou seu dia de juízo, fracassara por completo, e os judeus sabiam que sua sorte estava fixa. A sua opinião de Sodoma foi a mais baixa possível. Portanto quando Jesus lhes disse que haveria menos rigor para a Sodoma absolutamente depravada que para estas cidades judaicas, eles entenderam o ponto convincente.
17. Por que seria inútil ressuscitar o clero judaico, seus seguidores judeus, e seus convertidos gentios?
17 Essas cidades judaicas ouviram o aviso e presenciaram os milagres; proporcionara-se-lhes justo julgamento e pela sua decisão revelaram que mereciam a destruição eterna. (Mat. 10:5-15; Luc. 10:8-12; João 12:37, NM) Presenciarem essas curas milagrosas operadas pelo poder do espírito santo e ainda recusarem aceitar a mensagem, os habitantes dessas cidades pecavam contra o espírita santo, o qual é o pecado imperdoável que merece a segunda morte. Enfileiraram-se do lado dos fariseus que viram Jesus curar um homem possesso de um demônio, mas não quiseram aceitar esta operação manifesta do espírito santo. Por causa disto Jesus lhes disse que jamais seriam perdoados, nem no atual sistema de coisas nem no próximo, o novo mundo. Sendo julgados adversamente, imperdoáveis tanto no velho mundo como no novo, seria inútil ressuscitá-los no milênio. Jesus pronunciou o juízo contra eles: “Serpentes, raça de víboras, como vós escapareis do juízo da geena?” Se os guias cegos religiosos fôssem para lá, o mesmo aconteceria com os seus seguidores judeus cegos. E quando os falsos guias religiosos convertiam um pagão, não o introduziam na verdadeira adoração que o purificaria dos seus pecados anteriores contra Deus, mas meramente acrescentavam aos seus pecados anteriores a iniquidade religiosa e a hipocrisia que lhe ensinavam, dobrando seu peso de culpabilidade. Deste modo o prosélito se tornava “súdito da geena” duas vezes mais do que os escribas e fariseus. —Mat. 12:22-32; 15:14; 23:15, 33, NM.
18. Por que é ilógico arguir que Mateus 12:41, 42 quer dizer uma ressurreição para aqueles judeus?
18 Tão pouco as seguintes palavras de Jesus negam que o dia do juízo de Israel natural sucedeu há dezenove séculos: “Ninivitas se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas, e eis aqui está quem é maior do que Jonas. A rainha do sul se levantará no juízo com esta geração, e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, e eis aqui está quem é maior do que Salomão.” (Mat. 12:41, 42; Luc. 11:31, 32, ARA) Isto não quer dizer que os ninivitas e a rainha do sul confrontarão os judeus do dia de Jesus no período do juízo milenário. Para que isso? Só para condenar esses judeus, e por alguma coisa que fizeram na sua existência prévia? No milênio as pessoas serão julgadas sobre o que fizerem então, não sobre o que fizeram numa existência prévia. Contudo se julgam adversamente esses judeus e os condenam porque há dezenove séculos, na sua vida, durante o seu período de juízo, eles rejeitaram a quem era maior do que Jonas e maior do que Salomão, a saber, Cristo Messias. Não se lhes proporciona uma segunda oportunidade num segundo período de juizo, no milênio.
19. Que significam essas palavras de Jesus?
19 O que Jesus queria dizer foi que os judeus do seu dia estavam condenados pelo exemplo dos ninivitas arrependidos, o qual estava registado nas Escrituras Hebraicas, confrontando esses judeus durante seu período de juízo de então. Da mesma forma o registo da rainha do sul se levantou para confrontar os judeus impenitentes. Êsses gentios deram ouvidos a meros homens tais como Jonas e Salomão, a nação pactuada nem até daria ouvidos a seu Messias. Antes de ter findado o seu período de juízo, esses judeus estavam literalmente confrontados com os gentios tais como os ninivitas e a rainha do sul, assim como gentios do seu dia que se arrependeram, tornando-se parte da noiva de Cristo. Os judeus julgaram a si mesmos como não merecendo a vida. (Atos 13:44-50, NM) Não era necessário que Abel estivesse vivo para que seu sangue clamasse desde a terra em condenação de Caim, e seu proceder íntegro e o registo deste fala, ainda que Abel esteja morto. (Gên. 4:10; Heb. 11:4) Semelhantemente, o proceder dos ninivitas e da rainha do sul, e o seu respectivo registo, podiam levantar-se e falar em condenação dos judeus, durante o seu período de juízo naquela época.
20. Por que João 12:47-49 não nega que foi um período juízo para os judeus naquela época? Por que Jesus poderia falar do juízo como sendo no futuro?
20 A fim de arguir que esse tempo não era um período de juízo para os judeus, alguns citam as palavras de Jesus: “Se alguém ouvir as minhas palavras, e não as guardar, eu não o julgo, porque eu não vim para julgar o mundo, e, sim, para salvá-lo. Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue, a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia. Porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar.” (João 12:47-49, ARA) Não era período de juízo para o mundo, mas sim para os judeus. Nem sequer era necessário que Jesus os julgasse. As palavras que ele falava, as quais não eram suas mas de Deus, estas os julgaram. Trouxeram esclarecimento e responsabilidade, e a reação dos judeus para com elas indicou sua atitude para com o Messias e sua posição no juízo. (Deu. 18:18, 19, João 3:18-21; Heb. 4:12) Os textos que já consideramos falam do juízo dos judeus como se estivesse no futuro, mas este fala relativo a eles como sendo julgados “no último dia”. Quando Jesus falou do juízo dos judeus no seu dia a maior parte desse período era no futuro, estava meramente começando. Os últimos dias dele só vieram em 70 E. C., quase quarenta anos mais tarde. Foi então que o período do juízo dessa nação de Israel natural atingiu seu término climático, quando Jeová usou a Tito para executar os juízos que se acumularam durante os quarenta anos anteriores.
21. Como incorreram na execução do juízo em 70 E.C. as cidades galileias que Jesus condenou?
21 Ora alguns se oporão, dizendo que essa calamidade aconteceu só aos judeus em Jerusalém, onde Tito sitiou a cidade. Perguntarão, Em que sentido veio esse juízo contra as outras cidades judaicas, tais como as cidades galiléias de Corazim, Betsaida e Cafernaum, contra as quais Jesus pronunciou ais? Tais indagadores não conhecem o registo histórico. As legiões romanas atravessaram a Galiléia com tanta destrutibilidade que Josefo escreve: “Toda a Galiléia estava cheia de fogo e sangue, nem estava isenta de qualquer espécie de miséria ou calamidade.” Para falar mais especificamente, quando o dia do juízo golpeou a Corazim, Betsaida e Cafernaum, estas cidades não podiam de modo algum suportá-lo. Foram exterminadas e ninguém sabe exatamente onde estavam localizadas, sendo uma questão em disputa. Também devemos lembrar que o sítio final de Tito contra Jerusalém principiou na época da Páscoa de 70 E. C., portanto apanhados na cidade junto com a população normal estavam judeus de toda a Palestina que ainda aderiam à Lei mosaica em rejeição do Messias e do novo concerto. Entre eles se encontrariam muitos residentes de Corazim, Betsaida e Cafernaum.
22. De que forma foi o período de juízo judeu um cumprimento em miniatura de Mateus 24? Em que sentido é o nosso tempo o cumprimento maior?
22 No dia de Jesus o sistema de coisas judeu entrou no seu “tempo do fim”, mormente após sua morte na estaca e após Jeová ter cravado a Lei na estaca em cancelação do seu poder e operação. Mas o fim definitivo do serviço do templo, seu sacerdócio e sacrifícios não veio até 70 E. C. Então foi o seu fim completo, ainda que Deus não reconhecesse mais o serviço do templo imediatamente após a morte, ressurreição e ascensão de Jesus. Esse foi o “tempo do fim” nacional de Israel natural, e quando Jerusalém caiu os que não atentaram ao aviso de Jesus para fugirem aos montes receberam a execução do juízo contra si, com finalidade. Efetuou-se então um cumprimento parcial em miniatura da famosa profecia de Mateus 24, proferida por Jesus. Calha no nosso dia o cumprimento maior e completo, o qual está em progresso. O mundo de Satanás entrou no seu “tempo do fim” em 1914 E. C. Nessa ocasião sua licença e autoridade para governar findou no que concerne a Jeová, ainda que permaneça por um tempo, até seu fim completo, assim como o sistema de coisas judeu. Este atual sistema satânico está no seu período de juízo, e a execução virá nesta geração, no Armagedon. Essa execução do juízo contra nações e pessoas individuais será final assim como foram as execuções no fim dos períodos de juízo típicos dos tempos anteriores, tais como o dilúvio de Noé, a chuva de fogo sobre Sodoma e Gomorra, e a destruição efetuada sobre Israel natural em 70 E.C.