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  • A origem divina do matrimônio

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  • A origem divina do matrimônio
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1957
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1957
w57 1/6 pp. 104-111

A origem divina do matrimônio

“Portanto, o que Deus juntou, não o separe o homem.”— Mat. 19:6, NM.

1. (a) O que é o matrimônio? (b) Quem é a sua parte principal, quem é a parte menor, e quem pensou primeiro nisso?

O MATRIMÔNIO é uma união íntima entre duas partes. A parte principal no matrimônio é chamada de marido. A outra parte, menor, é chamada de esposa. A parte menor, ou esposa, pode ser uma só pessoa ou pode ser também uma organização composta de duas ou mais pessoas. Mas, a organização, por se compor de várias pessoas, não é constituída de várias esposas; ela forma apenas uma espôsa-organização, porque todos os membros da organização estão numa só união com o único marido. A idéia maravilhosa do enlace com uma só esposa, quer se trate de uma só pessoa ou de uma organização, não foi inventada ou elaborada pelo homem, nem por qualquer dos animais inferiores ao homem e anteriores ao homem. O matrimônio foi primeiro ideado e estabelecido pelo Criador, por Aquele que fez o homem, os animais e as plantas que se acasalam ou formam pares. Êsse Criador é Deus, o produtor e todo o universo visível e invisível.

2, 3. (a) Com que palavras assume Deus fielmente as obrigações matrimoniais?(b) A quem se dirigiram realmente essas palavras?

2 O Criador confessa ou admite fielmente esta relação marital. Êle se apresenta como uma das partes no matrimônio. Fez isso registrar, por escrito. Êle jura cumprir com as devidas obrigações maritais e fazer com que resultem filhos do matrimônio. Êste registro notável reza: “Teu Criador é teu marido [bo’el’ ou dono]; Jehovah dos exércitos é o seu nome: e o Santo de Israel é o teu redentor; será chamado o Deus de toda a terra. Porque Jehovah te chamou como a mulher desamparada e angustiada de espírito, sim como a mulher da mocidade, que fora repudiada, diz o teu Deus. . . . Pois isto é para mim como as águas de Noé. Como jurei que as águas de Noé não passariam mais sobre a terra, assim juro que não me irarei mais contra ti, nem te repreenderei. Pois os montes se retirarão, e os outeiros serão removidos ; a minha benignidade, porém, não se apartará de ti, nem será removida a minha aliança de paz, diz Jehovah que se compadece de ti. . . . Todos os teus filhos serão ensinados de Jehovah; e grande será a paz de teus filhos.” — Isa. 54:5-13.

3 Estas palavras foram faladas pela bôca do profeta Isaías, ou escritas por sua mão, na antiga cidade de Jerusalém ou perto dela. Mas, as palavras foram inspiradas ou insufladas no profeta por Jeová Deus no céu, e dirigiam-se realmente a uma pessoa semelhante a uma esposa ou a uma organização semelhante a uma esposa, no céu. As palavras foram proferidas não sòmente em benefício desta esposa, mas também em benefício dos seus filhos na terra. Quem ou que é esta esposa? Um dos seus filhos, o profeta cristão Paulo, escreve a outros filhos cristãos dela e diz: “A Jerusalém atual . . . está em escravidão com seus filhos. Mas a Jerusalém de cima é livre, e é nos­sa mãe.” Daí, ele cita as próprias palavras de Deus dirigidas a ela no mesmo capítulo da profecia de Isaías. Por fim, Paulo termina sua prova de serem filhos da esposa ou “mulher” celestial de Deus por dizer: “Portanto, irmãos, somos filhos, não de uma serva, mas da mulher livre. Para tal liberdade, Cristo nos livrou. Portanto, ficai firmes, e não vos deixeis prender novamente a um jugo de escravidão.” — Gál. 4:25 a 5:1, NM.

4. Que era a Jerusalém ou Sião terrestre? De que se compõe a Jerusalém celestial?

4 A Jerusalém terrestre, da qual Paulo escreveu há dezenove séculos, foi mais tarde destruída, mas era uma cidade com mais de um milhão de pessoas nela quando foi destruída. Era uma cidade-organização. A livre “Jerusalém de cima” é também uma organização. A Jerusalém terrestre, escravizada, costumava ser chamada também de Sião, nome de um dos seus morros. A “Jerusalém de cima” é também chamada de Sião na própria Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. A Sião celestial nunca será destruída, pois Jeová Deus jurou que sua benignidade para com ela nunca se apartará dela, nem será removida sua aliança de paz. Sua esposa ou mulher celestial, a “Jerusalém de cima”, é a organização celestial, invisível, através do universo, sua organização universal. Êle é o Criador da sua esposa ou mulher, e assim, sua organização universal está composta de todas as suas criaturas celestiais nela. Estas são sujeitas a êle, seu Criador, e estão unidas a êle como organização, numa união sagrada que nunca terminará.

5. Que diz a Bíblia sobre a existência de Jeová?

5 Antes de Jeová começar a criar sua organização universal, êle estava todo sozinho no espaço infindável. Antes de existir esta organização celestial, êle era Deus, um Ser eterno, sempiterno, portanto sem princípio assim como é sem fim, sempre bendito. Davi, o rei de Israel, podia orar sem exagêro: “Bemdito seja Jehovah, Deus de Israel, desde a eternidade até a eternidade.” (Sal. 41:13) O profeta Moisés, que escreveu o relato da criação da terra, podia dizer ao Senhor Jeová: “Antes que nascessem os montes, ou que tivesses formado a terra e o mundo, desde a eternidade até a eternidade tu és Deus.” — Sal. 90:2.

6. (a) Por que não sentiu Deus a necessidade de uma esposa? (b) Então, por que criou ele?

6 Precisava êle jamais ter uma esposa ou organização viva em santa união consigo mesmo? Não! Sentiu êle jamais necessidade de tal esposa? Não! Era bom para êle estar sozinho? Sim. Tudo o que lhe dava prazer e felicidade possuía em si mesmo; não sentia necessidade de espécie alguma, e, estar êle sozinho nunca o prejudicou nem o encheu de solidão. Estar êle sozinho, desde a eternidade, nunca o desvirtuou, nunca o tornou egocêntrico ou introvertido, nem fêz que êle não pudesse ter prazer na companhia de criaturas. Não precisava duma esposa para lhe ajudar a ter filhos. O pleno poder criativo se achava todo nêle próprio. Nenhuma esposa exigiu dêle filhos nem o obrigou a dar-lhe filhos. Por que, então, depois de ter estado sozinho, desde a eternidade, começou êle a criar? Porque êle é amor. Êle viu um modo de expressar seu amor e de deixar que suas criaturas gozassem do seu amor. E assim, sem ser induzido por algo externo, mas movido por seu próprio amor perfeito, êle decidiu criar. Suas criaturas celestiais sabem agora dêste fato, pois lhe dizem: “Tu és digno, Jeová, sim, nosso Deus, de receber a glória, e a honra, e o poder, porque criaste todas as coisas,e porque pela tua vontade éxistiram e foram criadas.” — Apo. 4:11, NM.

CRIANDO UMA ESPOSA

7, 8. (a) Quem foi o primeiro criado por Deus, e em que sentido era ele o primeiro e o último? (b) Qual era a relação entre este e Deus? Por quê?

7 O primeiro a quem o Todo-poderoso Deus, Jeová, criou, fala por si mesmo, identificando-se a nós, de modo que não há mistério. É aquele que estivera certa vez aqui na terra, há dezenove séculos atrás, e que é agora conhecido como Jesus Cristo. Falando do céu, numa visão, ao seu amado apóstolo João na terra, ele disse: “Eu sou o Primeiro [o Primogênito, Manuscrito Alexandrino] e o último, e o que vive; e eu fui morto, mas, vê! estou vivo para todo o sempre, . . . Estas são as coisas que diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação por Deus.” (Apo. 1:17, 18; 3:14, NM) “O Primeiro e o Último”, e “o princípio da criação por Deus”? Sim. Êle foi o “Primeiro” a quem o Deus Jeová, que estava sozinho, criou por si mesmo, sem ajuda. Êle foi também o “Último” a quem Jeová Deus criou sem a intervenção de outrem. Dêste modo foi o princípio da criação de Deus, não o iniciador da criação de Deus. Esta primeira criatura de Deus tornou-se homem e morreu como sacrifício humano, foi levantado dentre os mortos e voltou para o céu. De modo que foi também o primeiro a ser levantado pelo poder direto de Deus, sem auxílio, e êle é o último a ser assim levantado, pois Deus o usa agora para ressuscitar todos os outros mor­tos nos túmulos. Êle foi assim o princípio duma “nova criação” de Deus.

8 Depois de trazer à existência esta primeira criatura, o Deus Todo-poderoso lhe deu poder e o usou para trazer à existência todas as outras criaturas. (João 1:2, 3; Col. 1:15-18) Pois bem, foi esta primeira criatura a esposa celestial de Deus, porque Deus o usou como seu agente ou instrumento na criação de todas as outras coisas? Não! Era o Filho de Deus, e isto dum modo não partilhado por outra criatura. Era o “Filho unigênito” de Deus, visto que fora o primeiro e o único a quem Deus deu vida diretamente, sem intermediário. (João 3:16; 5:26; 6:57) Como Filho e colaborador, êle era um com Deus, nunca agindo contrário a Deus. É por isso que êle disse certa vez: “Eu e meu Pai somos um.” (João 10:30) Por ser um com seu Pai celestial, estava sempre sujeito a êle e nunca se rebelou contra a vontade de seu Pai.

9. Como veio à existência a organização de Deus? Em que sentido casou-se Deus com ela?

9 Por tempo desconhecido, o Pai e seu Filho unigênito estavam juntos, sentindo pleno prazer nesta associação. Depois, Jeová, seu Pai, decidiu usá-lo na criação de outras criaturas no céu. Conseqüentemente, esta obra criativa conjunta prosseguiu e, com o passar do tempo, criou-se uma grande hoste de anjos, todos êles filhos de Deus, pois era dêle que provinha a vida, de modo que nêle está a “fonte da vida”. (Sal. 36:9) Jeová Deus se dirigia a todos estes por intermédio do seu Filho unigênito, fazendo-o assim o “Verbo de Deus” ou o porta-voz de Deus para todos os seus outros filhos. Êstes se tornaram a família celestial de Deus e Deus os organizou todos debaixo do seu Filho unigênito, para que todos juntos pudessem fazer a vontade do grande Criador, cada um fazendo sua parte designada, cooperando sem atrito com todos os outros e cooperando com o Criador, seu Pai espiritual. Dêste modo, depois de criar todos êstes filhos espirituais, Deus fêz dêles uma organização, sua organização universal celestial, porque vive e funciona através do universo todo. Êle casou-se com esta organização universal celestial, ligando-a assim a si mesmo numa união inquebrantável como sua cooperadora e ajudadora. Tendo seu fiel Filho unigênito como o principal nesta organização, Deus estava seguro de que esta espôsa-organização se manteria unida com êle em devoção e submissão amorosa. Jeová, como seu Criador, era seu Cabeça e Deus. Tornar-se ela sua espôsa-organização não fêz dela uma deusa, uma “Rainha do Céu”, que mais tarde mereceria ser adorada por homens e mulheres aqui na terra. — Jer. 44:17-19, 25; 7:18.

10. Quando, onde e como trouxe Deus à existência a divisão dos sexos, antes da criação do homem, e para que fim?

10 No tempo devido, a espôsa-organização de Jeová foi favorecida por ver este princípio matrimonial em operação dum modo novo, num lugar novo — aqui na terra. Quando o Criador, por seu Filho unigênito, colocou os alicerces desta terra, segundo seu bom propósito, todos estes outros filhos de Deus gritaram em aplauso. No terceiro dia criativo da preparação desta terra, foi extremamente interessante eles verem a sabedoria de Deus em acasalar certas formas de vida vegetal, fazendo até que algumas plantas se unissem para reproduzir sua espécie. No quinto dia, viram Deus criar inúmeras espécies de peixes e de animais marinhos que foram acasalados ou juntados em pares a fim de produzirem suas crias, e, depois, muitas espécies de criaturas volantes e vida aviária. A aplicação do princípio matrimonial progrediu ainda mais no sexto dia criativo, quando Deus fêz que a terra produzisse animais terrestres, selváticos e domésticos e rastejantes, ‘nenhum privado do seu companheiro’. (Gên. 1:11-13, 20-25; Isa. 34:15, 16) Nestas uniões da vida vegetal e animal podia-se ver o arranjo de machos e fêmeas trabalhando juntos para um fim comum, as forças atrativas do sexo funcionando para os juntar. A palavra “sexo” significa a divisão das diversas espécies de criaturas em machos e fêmeas, e deriva-se realmente da palavra latina que significa “cortar ou dividir”. No entanto, o propósito da divisão em sexos não é causar desunião, mas antes, causar união, a combinação de fôrça para produzir um resultado conjunto, nenhum sexo estando completo sem o outro, cada sexo tendo sido construído de modo a atrair o outro e executar certas funções. Algumas formas de vida são assexuais, contudo se reproduzem.

11. (a) Quem foi a fase culminante da criação terrestre de Deus? (b) Por que pôde ele ter os animais inferiores em sujeição?

11 Durante milhares de anos, desde o terceiro dia criativo até o sexto dia criativo, o arranjo do sexo desempenhou um grande papel na propagação da vida vegetal e animal nesta terra. Deus viu que tudo isto era bom, mas não era o fim do seu propósito para com a terra. Era realmente preparatório, levando à fase culminante. Os sete mil anos do sexto dia criativo estavam chegando ao fim quando Jeová Deus falou a seu Filho unigênito, seu cooperador nesta obra criativa terrestre. “E Deus continuou a dizer: ‘Façamos o homem à nossa imagem, segundo nossa semelhança, e que tenham em sujeição os peixes do mar, e as criaturas volantes dos céus, e os animais domésticos, e tôda a terra, e todo animal rastejante que se arrasta sobre a terra.’ ” (Gên. 1:26, NM) Esta criatura chamada “homem” ou Adão seria mais elevada do que todas as formas precedentes de vida consciente. O que fêz o homem melhor e capaz de manter tôdas essas criaturas inferiores em sujeição foi que fora criado na imagem e semelhança de Deus e de seu Filho unigênito, sendo êste próprio Filho “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”. (Col. 1:15) Era algo novo para a terra.

12. Que espécie de lugar preparou Deus para o homem? Como foi criado o homem?

12 Primeiro, Deus preparou um lar para esta criatura, o homem. Dessemelhante a qualquer outro plantador, Deus fêz dêste lar um paraíso, um grande parque ajardinado, melhor do que o resto da terra ao redor, que os animais inferiores percorriam e onde reproduziam sua espécie antes de morrer. Numa criação separada dêles, Deus produziu então o primeiro homem, ou Adão. “Então, Jeová Deus passou a formar o homem [a·damʹ]do pó do chão [a·da·mahʹ] e a soprar-lhe nas narinas o fôlego de vida, e o homem veio a ser uma alma vivente.” — Gên. 2:7, 8, NM.

13. Que privilégios e obrigações recebeu Adão? Em que ponto vital era ele diferente dos animais inferiores?

13 Desde o invisível, o Criador falou ao homem e lhe disse que havia sido criado e estabelecido no jardim do Éden “para que o cultivasse e cuidasse dele”. Isto, sem dúvida, significava cuidar da “árvore do conhecimento do bem e do mal”, mas se ordenou ao homem ou Adão que não comesse dela. Fazer isto seria desobediência, a Deus. De modo que seria pecado, e a punição de tal pecado seria esta: “No dia em que dela comeres, positivamente morrerás.” (Gên. 2:15-17, NM) Deus familiarizou então o homem, ou Adão, com as criaturas volantes e os animais selváticos que havia de ter em sujeição, e Deus lhe permitiu dar a cada um deles um nome, e este se lhe apegava. Adão inspecionou com interêsse essas criaturas. Viu que eram de carne diferente da dele. Viu que se acasalavam e tinham contato sexual, e como produziram suas crias, também como findaram suas vidas e morreram, deixando atrás suas crias para preservar a espécie. Mas, Adão não precisava morrer; não tinha necessidade de produzir descendentes para manter em existência sua espécie, a espécie humana. Se continuasse fielmente a adorar seu Criador como Deus e a obedecer a todos os seus mandamentos, inclusive aquêle que lhe proibia comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, poderia viver para sempre e ser o guardião do paraíso, mantendo os animais inferiores sempre em sujeição. — Gên. 2:19, 20.

COMEÇA O MATRIMÔNIO HUMANO NO PARAÍSO

14-16. (a) Que falta notou Adão, e que podia Deus ter feito para suprir as necessidades de Adão? (b) Como preencheu Deus a falta de Adão, e para que outro fim?

14 Adão não sentiu desejos sexuais. Como homem perfeito êle tinha equilíbrio e não estava dividido quanto ao sexo. Mas, teria companheiros semelhantes a êle? Como os obteria? Isto dependia do propósito de Deus e não cabia ao homem tentar aconselhar ou ditar a Deus. Mas, o próprio Deus não ficou sem criaturas à sua própria imagem e semelhança, primeiro, seu Filho unigênito, e depois, seus outros filhos celestiais, todos os quais juntos constituíam sua espôsa-organização. Era Seu propósito deixar Adão sozinho na sua espécie?

15 Entre todos os animais aos quais Adão deu nomes, não podia chamar a nenhum seu próximo ou Ish (hebraico). Achou-se sozinho na sua espécie; tinha de fazer seu trabalho todo sozinho. Não podia conversar com ninguém a não ser com seu Deus ou com o representante celestial de Deus no domínio invisível — para Adão, uma experiência maravilhosa, inigualável, que satisfazia a sua alma. Pela criação, Adão era “filho de Deus”, humano. (Luc. 3:38) Estava Deus satisfeito com apenas um filho humano de Deus na terra? Assim como Deus previra e preconhecera, viu e conheceu o estado das coisas agora em fatos reais: “para o homem não se achou nenhuma ajudadora como complemento dêle”. Adão se destacava de todos os animais inferiores; não tinha cônjuge com quem reproduzir a sua espécie. Deus podia ter produzido outros homens, iguais a êle, do pó da terra, cada um separado e distinto de Adão, cada um criação direta de Deus. Mas, isto não se teria conformado ao padrão de vida achado nas outras espécies de criaturas terrestres. A fim de estar em harmonia com os padrões de vida daquelas formas de vida terrestre, e para cumprir o propósito de Deus quanto ao homem, não era melhor que ficasse sozinho. “E Jeová Deus continuou a dizer: “Não é bom para o homem continuar sozinho. Far-lhe-ei uma ajudadora, como complemento dêle.” (Gên. 2:18-20, NM) Como fêz Jeová Deus isso?

16 Êle efetuou o que poderíamos chamar de primeira operação de cirurgia indolor. “Portanto, Jeová Deus fez que um sono pesado caísse sobre o homem e, enquanto êste dormia, tirou-lhe uma das costelas e daí fechou a carne sobre seu lugar. E, Jeová Deus passou a fazer da costela, que havia tirado do homem, uma mulher, e a trazê-la ao homem.” O homem exultou ao recebê-la e aceitá-la da mão do seu Pai celestial, e lhe deu nome para mostrar que era parte dêle. “Então disse o homem: ’Esta é, por fim, osso dos meus ossos, e carne da minha carne. Esta será chamada Mulher [ou Ish·shahʹ], porque do homem [ou Ish] foi ela tirada.” (Gên. 2:21-23, NM) Deus havia agora separado de Adão as características femininas e as havia posto nesta mulher ou Ish·shahʹ e assim produzido os sexos humanos. Na bênção paternal que lhes deu então como par casado, estabeleceu para êles o trabalho que os autorizava a realizarem juntos. Conforme está escrito: “E Deus passou a criar o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. Ademais, Deus os abençoou e Deus lhes disse: ‘Sede frutíferos, e tornai-vos muitos, e enchei a terra, e subjugai-a, e tende em sujeição os peixes do mar, e as criaturas volantes dos céus, e tôda criatura vivente que se arrasta sobre a terra. ” “Êste é o livro da história de Adão. No dia em que Deus criou Adão, êle o fêz à semelhança de Deus. Macho e fêmea,os criou. Depois disso os abençoou e lhes deu o nome de Homem, no dia em que foram criados.” (Gên. 1:27, 28; 5:1, 2, NM) De modo que o matrimônio humano é um arranjo divino e deve ser considerado sagrado.

17. Por que não estava Deus fazendo um quadro profético de Cristo e sua noiva pela maneira de ele criar Eva?

17 Quando Jeová Deus fêz que Adão adormecesse profundamente e lhe removeu uma das costelas, usando-a como base para fazer a esposa de Adão, estava êle prefigurando alguma coisa futura, algo de quatro mil anos depois? Não. Não estava prefigurando que seu Filho Jesus Cristo se tornaria o único outro Adão, “o último Adão”, e adormeceria na morte como sacrifício humano pela sua “noiva”, a congregação de seus 144.000 seguidores, e que o Deus Todo-poderoso o ressuscitaria daquele sono profundo na morte e depois o presentearia com sua “noiva” espiritual, sua fiel congregação, na glória celestial. (1 Cor. 15:45; Efé. 5:25-27; Apo. 21:2, 9) Se Deus tivesse feito isso, teria significado que espreitava o futuro de Adão, que se permitia prever que Adão pecaria por comer da árvore proibida do conhecimento do bem e do mal. Deus teria assim predeterminado que Adão quebrantaria sua lei e viria sob a sentença de morte, e que Jesus Cristo morreria como resgate correspondente, para salvar seus 144.000 seguidores dentre os descendentes de Adão, para que se pudessem tornar uma organização-noiva, uma esposa para Jesus Cristo no céu. Predeterminar que Adão pecaria, teria feito Jeová Deus responsável pelo pecado, enquanto que Deus não é responsável por nenhum pecado, nem se acha obrigado a fazer expiação sacrificial por êle.

18. De que era a criação de Eva uma cópia terrestre?

18 Em vez de prefigurar e predeterminar algo pelo modo em que criou Eva, Jeová Deus estava copiando, no nível terrestre, um grande padrão celestial, próprio dêle. Assim como Eva foi tirada de Adão e era realmente osso dos seus ossos, e carne da sua carne, assim a organização universal de Jeová, sua espôsa- organização celestial, foi tirada dêle mesmo. Era uma criação que emanava dêle mesmo sem dor, começando com sua Palavra, seu Filho unigênito, e incluindo, finalmente, todos os seus santos anjos do céu. Esta organização santa, composta deles todos, êle apresentou a si mesmo como sua “mulher”, sua “esposa”, da qual nunca se divorciará, pois ela nunca se separará dêle, mesmo a despeito do Diabo.

19. (a) Que fatos e textos mostram a intimidade que liga marido e esposa? (b) E, portanto, onde é o lugar correto dele?

19 Visto que a primeira mulher foi tirada do primeiro homem, em vez de ser feita criação independente, ela era não somente uma só carne com êle, mas também tôda a família humana que descende deles é uma só carne. Êste fato fêz dela o parente mais chegado do homem na terra. Por esta razão não devia abandoná-la. Deus decretou que êste laço entre marido e mulher é a relação mais íntima entre dois humanos na terra, mais íntima do que a entre filho e pai e mãe, e, portanto, o marido deve ficar com aquela que lhe estava mais achegada, sua esposa. No Éden, depois de unir o homem e a mulher em matrimônio, Deus disse: “É por isso que o homem deixará seu pai e sua mãe e tem de apegar-se à sua esposa, e eles têm de tornar-se uma só carne.” (Gên. 2:24, NM) Milhares de anos depois, certos homens, que se julgavam sábios, desconsideraram êste relato genuíno do matrimônio humano ideal no paraíso do Éden, e o Filho de Deus lhes disse: “Não lêstes que quem os criou fê-los no princípio macho e fêmea, e disse : Por esta razão deixará o homem seu pai e sua mãe, e se apegará à sua esposa, e serão os dois uma só carne”? Assim já não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus juntou, não o separe o homem.” (Mat. 19:4-6, NM) O apóstolo cristão, Paulo, deu a sua medida de apoio à veracidade dêste relato sobre o matrimônio por citar dêle no seu argumento, dizendo: “Pois: “Os dois”, diz êle, ‘serão uma só carne”.” (1 Cor. 6:16, NM) O lugar do homem casado, portanto, seria, não com papai e mamãe, não com sua turma, sua associação com homens ou seu clube social, mas com seu parceiro mais chegado, sua esposa. Devia apegar-se a ela, não a mandar de volta para seu pai quem a deu a êle. Não devia permitir que alguém se intrometesse.

20. (a) O que não queria dizer Deus, e que resultado teve ele em mira ao criar Eva? (b) Por que não resultaria o matrimônio de Adão e Eva em filhos deformados ou desequilibrados?

20 Quando Deus tomou as características ou qualidades masculinas e femininas, que se achavam combinadas, em equilíbrio, no Adão original, e as repartiu entre os sexos, êle não tinha a intenção de começar qualquer batalha dos sexos no paraíso do Éden. Não tinha a intenção de iniciar uma coexistência competidora entre os sexos. Embora se separassem de Adão as peculiaridades femininas e se incorporassem estas em sua esposa, ainda permaneceu perfeito; ainda estava na imagem e semelhança de Deus. Eva, controlada pelas características femininas, também era perfeita, mas ela era uma só carne com Adão. A carne não fere a si própria; não luta contra si mesma. As células vivas da carne juntam-se, mantêm-se unidas nos diversos órgãos e tecidos, segundo a lei do grande Organizador, Jeová Deus. Assim seria com os dois sexos, pois, em realidade, são apenas uma só carne. Deviam completar-se mutuamente, um suprindo ao outro o que o outro sentia que lhe faltava, e vice-versa. Deus organizou os dois sexos de tal modo que achassem sua maior felicidade e contentamento ao cooperarem em fazer a vontade perfeita do seu Pai celestial. Casar-se Adão com uma mulher da sua própria carne e ossos não resultaria em filhos fora do comum, desequilibrados em qualquer sentido, mostrando peculiaridades ou deformidades fora do comum. O homem e a mulher eram ambos perfeitos. A perfeição unida à perfeição produz — perfeição. Um filho perfeito de Adão e Eva, casado com uma filha perfeita dêles, produziria filhos perfeitos.

21. Em que sentido devia a mulher ser ajudadora e complemento? Por que parecia Adão assim equilibrado?

21 Que esta era a vontade de Deus ao dividir Adão e produzir o sexo masculino e o feminino, foi declarado por Deus por ocasião em que passou a criar uma esposa para Adão. Deus disse: “Far-lhe-ei uma ajudadora, como complemento dêle.” Deus não disse que êle daria a Adão um mandão, uma cabeça. Adão já tinha cabeça. Seu Criador, Deus, era sua Cabeça. Não precisava de outra. Um complemento não é cabeça. Em hebraico, ou na língua do relato da criação de Deus, a palavra para “complemento” significa aquilo que está defronte de alguém, diante da vista de alguém como de pé diante dêle. Não é algo em oposição, mas uma parte correspondente, algo que se harmoniza, algo que se parece com o original e combina corretamente com ele, estabelecendo um bom equilíbrio. A mulher, e não qualquer fêmea de animal, era o par satisfatório para Adão e assim era complemento dele, especialmente, visto que ela possuía os órgãos físicos pelos quais se poderia tornar a mãe dos seus filhos. (Lev. 18:23) Ela podia fornecer os óvulos que proveriam os corpos dos seus filhos, mas, somente êle, como a cabeça do casal, podia transmitir o esperma de vida que iniciaria a vida nos seus óvulos. Êle fora o primeiro a ter vida humana, e sua esposa recebeu a vida por ser formada da sua costela, e era correto que êle continuasse a ser transmissor da vida para seus filhos. O homem tinha suas funções e a mulher tinha suas funções, subordinada a êle e dependente dêle. De modo que, segundo a vontade de Deus, a mulher havia de ser a “ajudadora” do seu marido, e, quem ajuda não é mandão, ditador ou comandante. O ajudador aceita ordens e trabalha com aquêle que aceitou sua ajuda. A mulher podia agora fornecer a ajuda necessária para Adão na execução da ordem de Deus para êles, de se multiplicarem e encherem tôda a terra com uma família humana perfeita. Ao lado do majestoso leão e da sua leoa, ou ao lado de qualquer casal de animais no Éden, Adão não parecia mais desigual, incompleto, pois agora tinha de lado sua companheira perfeita, sua esposa, como complemento e ajudadora. Tudo estava equilibrado. O aspecto era lindo. Era bom aos olhos do Criador.

22. (a) Quando teve Adão pela primeira vez relações com sua esposa? Que mostra isso quanto ao tempo em que se realizou o primeiro matrimônio? (b) Na sua perfeição, qual era a atitude de uma para com o outro?

22 Quando Jeová Deus trouxe esta mulher perfeita ao homem que despertava, no Éden, e pronunciou sua bênção sobre êles e lhes marcou seus deveres, consumou-se o enlace dêles. Não exigia primeiro qualquer união sexual física entre êles para se consumar seu enlace. Se tal relação sexual tivesse sido necessária antes de se tornar real, válido e obrigatório seu matrimônio, então Adão e sua mulher nunca estiveram casados no Éden. É somente depois de êste casal se encontrar fora do Éden, algum tempo mais tarde, que lemos que “então, Adão teve relações com Eva, sua esposa, e ela ficou grávida. A seu tempo, ela deu à luz a Caim”. (Gên. 4:1, NM) Adão e Eva sabiam que a finalidade da relação sexual era produzir filhos. Assim, na sua perfeição, e com perfeito autocontrole e sem se envergonharem da sua nudez, sem que sentissem paixão à vista de seus corpos despidos, êles se abstiveram da união sexual e de gerar filhos enquanto estavam no Éden. Não obstante, estavam plenamente casados e obrigados a apegarem-se um ao outro amorosamente, em fidelidade. Jeová Deus, o divino realizador do casamento, os havia juntado. Nenhuma criatura os podia de direito separar.

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