Jeová, Deus de produção
“Meu Pai tem continuado a trabalhar até agora, e eu continuo a trabalhar.”—João 5:17, NM.
1. Por meio de que sabemos que Jeová é o Produtor supremo do universo?
JEOVÁ é o supremo Produtor do universo.“Pela palavra de Jehovah foram feitos os céus, e pelo sopro da sua boca todo o exército deles.” (Sal. 33:6) Podemos duvidar disso? Iguais a Abraão da antiguidade, nós também podemos agora examinar o céu; conte as estrelas se puder. Jeová fêz os bilhões delas. (Sal. 147:2-4) Sim, quando se olha para o esplendor do céu, é como se o Criador tivesse estendido através do espaço imensurável uma gigantesca cortina, adornada com jóias brilhantes e cintilantes. Não podemos deixar de ficar impressionados com a majestade, a perícia criativa, a capacidade de produção Daquele que é nosso Criador. Também o salmista ficou impressionado, pois escreveu: “ó Jehovah, Deus meu, tu és mui grande; estás vestido de honra e de majestade. . . . que estendes o céu como uma cortina, . . . quem lançou os fundamentos da terra, para que não fosse abalada para sempre.” — Sal. 104:1, 2, 5.
2, 3. (a) Quais são alguns dos fatos sôbre o universo e a nossa grande nebulosa, que aumentam nossa apreciação da capacidade criativa de Jeová? (b) A quem podemos assemelhá-lo?
2 Tão vasta é a criação, de Jeová, que é além de imaginação compreendê-la. À noite, inúmeros corpos celestes que, para o ôlho nu, parecem jóias, são astros como nosso sol, alguns maiores, outros menores. Cada um deles pode ser o centro dum sistema planetário similar àquele de que nossa terra faz parte. Em certo tempo, no passado, pensava-se que todos os astros estivessem à mesma distância da terra, mas os astrônomos mostram agora que o espaço estende-se ao infinito; e, com o auxílio de poderosos telescópios, as regiões distantes do universo podem ser feitas visíveis — toda uma hoste de estrelas anteriormente desconhecidas. O que ao ôlho nu do homem pode parecer uma só estrela, é visto através do telescópio como sendo um agrupamento de estrelas ou nebulosa. De fato, o universo é tão vasto, que os astrônomos chegaram a referir-se a estas nebulosas como “ilhas-universos”. O telescópio mais poderoso do homem tem trazido ao alcance da vista literalmente bilhões de nebulosas.
3 Alguns fatos locais talvez agucem ainda mais nossa apreciação. Vivemos numa gigantesca “ilha-universo”, composta de bilhões de estrelas. A maior parte dela não pode ser vista por nós, por causa de grandes nuvens de pó no espaço, mas, sabe-se agora que tem a forma de roda, com raios ou espirais saindo do centro semelhante a um eixo. Tudo o que podemos ver dela é chamado pelos homens de Via-Láctea — uma das espirais, composta de milhões de estrelas, entre as quais se encontra nosso sol. Embora sejam muitas as estrelas há bastante espaço; pois, diz-se que a estrela mais vizinha está a vinte e cinco trilhões de milhas de distância. As distâncias no espaço são tão grandes, que são medidas em anos-luz. A distância que a luz viaja num ano (ou seja, seis trilhões de milhas) constitui a unidade. Usando esta medida, formamos uma idéia do tamanho da nebulosa que é nosso lar, pois a luz duma estrela situada na orla externa leva cem mil anos para chegar até a orla externa do outro lado; distância nada pequena. No entanto, esta tremenda obra criativa torna-se insignificante pelo fato de que, para as outras nebulosas, a bilhões de anos-luz distantes, ela aparece apenas como uma só estrela. Não é de admirar-se que Jeová inspirasse seu profeta Isaías a escrever: “A quem, pois, me assemelhareis, para que eu lhe seja igual? diz o Santo.” — Isa. 40:25.
4. Como reflete a criação inanimada a glória de seu Criador?
4 Observamos nos céus uma obra de perfeição em ordem e harmonia. Refletindo a majestade imponente de seu Criador, “os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”. (Sal. 19:1) Os homens não vêem ali conflito, não vêem alguma obra criativa sair do seu lugar, tudo se move ininterruptamente segundo o curso estabelecido por Jeová. Os homens de ciência acham que o universo se está expandindo. As escrituras dizem que Deus continua a trabalhar, para fazer o bem. (João 5:17) Atrevemo-nos a limitar o alcance da atividade de Jeová, do seu poder, de sua capacidade de produção? “Eis que Deus é grande, e não o conhecemos; o numero dos seus anos não se pode esquadrinhar.” (Jó 36:26) Se achamos que a sua criação inspira reverência, então; mais ainda, nos deve inspirar isso o próprio Deus, pois o Criador é maior do que quaisquer, ou todas, das suas criações. “Levantai ao alto os vossos olhos, e vêde. Quem criou estes? Foi aquele que faz sair um por um o exército deles; ele os chama a todos pelos seus nomes; por ser ele grande em força e forte em poder, nem um só vem a faltar.” (Isa. 40:26) Sim, a chamada criação inanimada está em movimento, uma sinfonia nos céus, um produto do grande Jeová.
5. (a) Qual foi a primeira criação de Deus? (b) Qual foi a relação que êste manteve depois com Jeová?
5 Mesmo que esta criação tenha bilhões de anos de idade, conforme alguns sustentam, não precedeu à criação de pessoas inteligentes. A obra-prima de Jeová foi a sua primeira criação, pessoa espiritual semelhante a êle, com seus atributos de justiça, amor, poder e sabedoria. A respeito dela está escrito: “Jehovah me possuiu no princípio dos seus caminhos, antes das suas obras da antiguidade. . . . Antes de existir a terra.. . . Quando ele preparava os céus, lá estava eu.” (Pro. 8:22-27) Jeová fêz desse poderoso espírito seu porta-voz; êle tornou-se o Verbo ou Palavra (Log’os) de Deus. (João 1:1, 2) Tornou-se também colaborador de Jeová na produção de todas as obras criativas que seguiram. “Mediante êle foram criadas todas as outras coisas nos céus e sobre a terra, as coisas visíveis e as coisas invisíveis.” (Col. 1:16, NM) No decorrer do tempo, êle criou uma hoste de pessoas espirituais, anjos; também uma vasta série de estrelas, adornando belamente os céus — tudo produzido segundo o programa divino de produção. Êstes dois, Jeová e seu Filho, sempre estiveram e estão agora em harmonia. Sua relação sempre foi e é agora uma de alegria e de produtividade. “Então estava eu ao seu lado como architecto, e enchia-me de gozo dia após dia, regozijando-me sempre diante dele.”—Pro. 8:30.
6. Na criação de Jeová, o que é ainda mais notável do que a quantidade?
6 Jeová não proveu somente quantidade no seu programa de produção; sempre tem tido também qualidade. De fato, a perfeição caracteriza tudo o que o Criador faz. Nada do que êle faz tem de ser feito de novo. Não há nada de “segunda qualidade” ou refugo. Quando ele cria, o resultado é um produto acabado que não pode ser melhorado. “Quanto a Deus, o seu caminho é perfeito.” (2 Sam. 22:31) Moisés foi inspirado a escrever a respeito de Jeová: “Ele é a Rocha, as suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são justiça. Deus, fiel e sem iniqüidade, justo e reto é ele.” (Deu. 32:4) Deveras, não há ninguém semelhante a Jeová, nosso Deus.
A TERRA
7. Qual era o propósito de Jeová ao produzir a terra? Onde se nos revela isso especialmente?
7 Alguns cientistas dizem que a nossa terra foi formada há seis bilhões e meio de anos. Embora isso seja possível, é apenas sua suposição; pois quanto a isso, as Escrituras declaram apenas: “No princípio criou Deus o céu e a terra.” (Gên. 1:1) A data não tem importância para nós agora. O que nos devia interessar é o papel que a terra desempenha no grande programa de produção de Jeová, pois êle nunca desperdiça esforços, nem cria em vão. Tanto este fato, como seu propósito em fazer nossa terra, estão resumidos em Isaías 45:18: “Pois assim diz Jehovah, o Deus que criou os céus, que formou a terra e a fez (ele a estabeleceu, não a criou para ser um caos [em vão, So], mas formou-a para ser habitada): eu sou Jehovah, e não há outro.” Sendo então habitada por criações materiais, vivas, a terra podia ser usada para promover seus fins produtivos. O capítulo um de Gênesis revela-nos isso.
8. Que criaturas produziu Deus na terra desde o terceiro até o sexto dia criativo? Que capacidade tinham elas em comum?
8 Jeová fala ali da preparação da terra, um processo que levou milhares de anos, estando o tempo dividido em ‘dias’, períodos que a Bíblia mostra terem sete mil anos cada um. ‘Os primeiros dois destes dias tratavam de se fazer a luz do sol brilhar sobre a terra e de se produzir atmosfera debaixo da sua abóbada aquosa. A água cobria a face da terra, mas, no terceiro dia, a água separou-se ao surgir a terra sêca. Ainda mais, neste terceiro dia aconteceu algo novo: “Disse também Deus: Produza a terra relva, hervas que deem semente, e árvores frutíferas que, segundo as suas espécies, deem fruto que tenha em si a sua semente, sobre a terra.” (Gên. 1:11) Note-se aqui a faculdade de reprodução, a primeira evidência conhecida de produtividade, exceto a resultante da criação direta. A vegetação começou a reproduzir de si mesma as suas próprias espécies e a multiplicar-se. Nos períodos sucessivos de dias, apareceram outras criações, almas viventes: primeiro, as que vivem nas águas, depois, criaturas volantes para o ar, daí, animais para ocuparem as regiões terrestres. Estas criaturas podiam respirar, ver, comer, locomover-se e, de si mesmas, reproduzir a sua espécie. Ao chegar ao fim o sexto dia, os cêrca de quarenta e dois mil anos de obras criativas fizeram com que a terra estivesse revestida de vegetação, cheia de vida animal. Jeová agradou-se bem de tudo isso. Êle disse que era “bom”.
9. (a) Por que náo ficaram desapontados os observadores angélicos dos acontecimentos da terra, quando Jeová atingiu o auge da sua criação terrestre? (b) Em que foram dotados e grandemente privilegiados os dois criados por último?
9 Embora isso parecesse completo, Deus ainda não tinha acabado com a produção na terra. Até então, as criaturas terrestres eram de inteligência baixa. Jeová reservava uma verdadeira surprêsa para sua hoste angélica no céu, que, sem dúvida, observava com interêsse os desenvolvimentos na terra. Deus disse ao seu Verbo ou porta-voz: “Façamos o homem á nossa imagem, conforme a nossa semelhança.” (Gên. 1:26) Isso significava produzir criaturas inteligentes, dotadas dos atributos de Deus — para pensar, raciocinar, fazer decisões e expressar amor pelo Criador por servi-lo, honrá-lo e louvá-lo. Criados homem e mulher, podiam reproduzir a sua própria espécie. Isto se tornou a sua responsabilidade devido à ordem de procriação: “Sede frutíferos, e tornai-vos muitos, e enchei a terra, e subjugai-a, e tende em sujeição os peixes do mar, e as criaturas volantes dos céus, e tôda criatura vivente que se arrasta sobre a terra.” (Gên. 1:28, NM) Note-se que, em adição a multiplicar a sua própria espécie o homem foi mandado embelezar e cultivar seu lar terrestre, e êle devia exercer a supervisão correta sobre todas as criaturas inferiores a êle próprio — os peixes, as aves, os animais. O homem desempenharia assim um papel tríplice no propósito de Deus para com a terra.
10. Naquele ponto, como se poderia ter sabido que finalidade a terra havia de desempenhar no programa de produção universal?
10 Podia ver-se, então, o papel da terra no programa produtivo de Jeová. Com o decorrer do tempo teria de sustentar uma abundância de criaturas do mar, do ar e da terra, e estar povoada de homens perfeitos, que a manteriam sempre bela como jardim. Deus reservou o sétimo dia criativo para que se fizesse isso plenamente, visto que êle mesmo descansou ou desistiu da sua obra com respeito à terra. No fim desse dia, sete mil anos depois, a terra estará completa, uma jóia perfeita nos céus, refletindo a perícia criativa de Jeová.
PREDITO O FIM DO PERTURBADOR
11. Que aconteceu, logo no início, sabotando o esforço de produção? Com que resultado?
11 No tempo atual, cerca de seis mil anos depois da criação do homem, o programa produtivo de Jeová já estaria quase completo, se não fosse o fato de que surgiram dificuldades operárias, logo no início. Um dos anjos de Jeová, o primeiro rebelde, fez sabotagem à obra, iniciando um programa adulterado e induzindo o primeiro casal humano, Adão e Eva, a abandonar a Jeová e a seguir antes a êle próprio. Sua promessa a êles era de salários mais elevados. (Gên. 3:1-7) Êsses salários eram realmente baixos, não elevados, e pagavam a morte a Adão e Eva. O resultado tem sido a morte para todos os seus descendentes, até o dia de hoje, e agora, muitos humanos chamam a Deus ignorantemente de malogrado.
12, 13. (a) Por que estamos certos de que Jeová não fracassa? (b) Naquele tempo, que contramedidas propôs Jeová adotar?
12 Mas, Jeová não falha. Nunca jamais estêve à beira do desastre. (Isa. 55:11) Por exemplo, se surgirem, na terra, dificuldades com o operariado, paralisando a linha de montagem duma moderna fábrica de automóveis, isso não significa que a produção ficará indefinidamente reduzida e que o novo modêlo de automóvel não surgirá a tempo. As dificuldades serão vencidas; o novo carro será apresentado na data originalmente anunciada, embora signifique que durante o tempo remanescente a atividade tenha de ser aumentada, se fôr necessário. Em escala muito maior, é assim com Jeová. As dificuldades criadas pelo maior perturbador angélico de todos os tempos, Satanás, têm afligido a humanidade por seis sétimos do tempo que Jeová destinou para a execução da ordem de procriação por parte dos homens, e para transformarem a terra tôda num jardim. Mas, não seja míope em pensar que tal interrupção continuará para sempre. As medidas corretivas que Jeová tem em reserva significarão atividade aumentada durante os restantes mil anos (imediatamente à frente de nós). Seu propósito será cumprido; nada pode fazê-lo falhar. Êle fixou a data; a produção ficará acabada exatamente em tempo. — Isa. 14:27; 60:22; Dan. 2:21.
13 A interrupção temporária produzida por Satanás, quando êle induziu Adão e Eva a abandonarem a Deus, resultou em que Jeová propusesse e aplicasse contramedidas. Êle começou com a profecia registrada em Gênesis 3:15. Ali prometeu uma “semente” que esmagaria a Satanás na morte. Por meio da mulher ou organização-espôsa de Deus (Isa. 54:5; Gál. 4:26-31; Apo. 12:1, 2), produzir-se-ia esta semente que esmagaria a Satanás na morte, erradicando os efeitos da rebelião edênica, pondo então o programa de produção de Jeová novamente em operação e dirigindo-o até o término bem sucedido. — Rom. 16:20.
14. Mais tarde, por meio de um drama profético, como mostrou Jeová que êle não tinha mudado seu propósito original?
14 Jeová, para prefigurar isso, fez que se encenasse um drama vivo, envolvendo Noé e sua família. Somente aquelas oito almas sobreviveram ao dilúvio global quando a destruição aquosa veio sobre todos os ímpios. Aqueles oito, ao descerem da arca para a terra purificada, ofereceram sacrifícios em agradecimento a Jeová. Êle, por sua vez, disse-lhes que tanto eles como os animais sobreviventes deviam multiplicar-se e encher a terra. “E Deus continuou a abençoar Noé e seus filhos, e a dizer-lhes : ‘Sede frutíferos, e tornai-vos muitos, e enchei a terra.” (Gên. 8:15; 9:1, NM) Visto que esta ordem de procriação, dada à família de Noé, foi representativa, o homem tem de esperar pelo reinado de mil anos da “semente” prometida para que seja completada em realidade. — Gál. 3:29; Apo. 1:5, 6; 14:1-5.
15. (a) Como foram usados Abraão e sua família para representar a produção da “semente”? (b) O que é a “semente”, e que parte desempenhará no programa de produção de Jeová?
15 Jeová fez ao fiel Abraão promessas a respeito desta “semente”. Imagine a alegria de Abraão, quando ouviu Jeová dizer, por meio do seu anjo fiel: “Certamente te abençoarei e certamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e como os grãos de areia que há na praia do mar, e tua semente tomará posse do portão dos seus inimigos. E, por meio de tua semente, todas as nações da terra se abençoarão certamente, devido ao fato de teres escutado a minha voz.” (Gên. 22:17, 18, NM) Neste drama profético, Abraão representava a Jeová, e sua esposa Sara representava a organização de Jeová, por meio da qual êle realiza a produção. Embora a idosa Sara não tivesse filhos, o anjo de Jeová assegurou-lhe que ela teria um. E assim se deu no devido tempo. Sara deu à luz Isaac, que representava a “semente” da promessa. A organização de Jeová, desde o Éden e até o tempo de Abraão, sim, e até mais além, tinha sido estéril quanto a descendentes terrestres — ao todo, por um período de quatro milênios. Mil e cem anos depois de Abraão receber de Jeová a promessa, Isaías escreveu profeticamente sobre o tempo em que esta condição de esterilidade terminaria em grande produtividade, no meio de regozijo e agradecimentos. Mais tarde, Paulo, apóstolo de Cristo, identificou o cumprimento das promessas e profecias seculares indicando que a “semente” era Jesus, junto com outros escolhidos por Jeová dentre todas as nações da terra. (Isa. 54:1-13; Gál. 3:26-29; 4:1-31) Cristo Jesus, na sua própria Revelação (ou Apocalipse) identifica o número dos associados com êle, a saber, 144.000. (Apo. 7:4; 14:1) Esta semente escolhida é o reino do novo mundo de Jeová, debaixo do qual os sobreviventes de ‘todas as nações se abençoarão’; pois é esta “semente” do reino que dirigirá todos os esforços de produção na nova terra. A produção desta semente do reino tornou-se a parte mais gloriosa de toda a produção de Jeová, uma “nova criação”. — 2 Cor. 5:17.
A TESTEMUNHA PRODUTIVA
16. (a) Compare a vida produtiva de Jesus antes e depois de êle vir à terra. (b) Como se demonstrava a profunda apreciação de qualidade, por parte de Jesus?
16 Nunca houve homem na terra, que fosse semelhante a Jesus, o Principal da “semente” prometida. João, outro apóstolo de Cristo, identifica Jesus como a Palavra ou Verbo de Deus, a primeira criação de Jeová, seu Filho unigênito. A pedido de Jeová, Jesus consentira em tornar-se homem na terra. “De modo que a Palavra se tornou carne e residiu entre nós, e pudemos ver a sua glória, glória tal como a que pertence a um filho unigênito de um pai, e ele estava cheio de benignidade imerecida e de verdade.” (João 1:14, NM) Durante eras desconhecidas, o Verbo ou Palavra (Log’os) tinha estado trabalhando em plena harmonia com seu Pai, Jeová; e então, depois de tornar-se o homem Jesus, ele continuou a trabalhar assim. A sua vida era produtiva, produzindo os frutos do Reino, pois todo o seu ministério terrestre foi devotado a dar testemunho de seu Pai e do reino de seu Pai. (João 17:4, 6-10; Luc. 4:43) Era a vontade de Deus que fizesse isso, e ele se deleitava em fazer a vontade de Jeová. (Sal. 40:8; Luc. 22:42) Jesus tinha também um vivo senso de qualidade. O que fazia, fazia perfeito, pois era homem perfeito. Durante sua estada na terra, êle deu o exemplo mais notável de amor, compaixão e paciência. Ao mesmo tempo, era proclamador destemido e franco da verdade de Jeová. Falava com sinceridade e convicção como ninguém antes dele. Dizia-se a respeito dele: “Nunca homem algum falou como este homem.” (João 7:46; 10:31-39) Entendia as pessoas perfeitamente; podia ler seus corações e mentes. Portanto, os que escolhia para serem seus companheiros e colaboradores íntimos eram os de coração reto, homens que podia treinar e que realmente treinou para serem testemunhas produtivas semelhantes a êle. Não escolheu muitos, por causa da qualidade, apenas os melhores. Jesus era humilde. Sempre dava o crédito a Jeová pelas boas coisas. (Mar. 10:18) Êle disse em oração a seu Pai, a respeito dos bons seguidores que tinha: “Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. . . . guardava-os.” — João 17:6-19.
17. Que outro proceder abriu-se para Jesus, por meio de quem, e como reagiu êle?
17 Se Jesus tivesse querido quantidade, sem considerar a qualidade, ajuntar seus discípulos teria sido simples. Ora, podia ter tido a nação toda dos judeus aos seus pés; sim, mais do que isso — o mundo todo, os povos de todas as nações reconhecendo-o como seu soberano. Tudo o que tinha de fazer era sujeitar-se a outro gerente de produção. Êste outro gerente, Satanás, tentou persuadir Jesus de fazer isso, pouco depois de Jesus ter-se dedicado para fazer a vontade de seu Pai, imediatamente antes de êle iniciar seu ministério. Aqui está o relato do que aconteceu: “Novamente, o Diabo levou-o a um monte extraordinàriamente alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-lhe: “Todas estas coisas te darei se te prostrares e me fizeres um ato de adoração.” (Mat. 4:8, 9, NM) Isso não era tentação para o Filho de Deus. Não foi que primeiro Eva, depois Adão, deram ouvidos a propostas similares, da parte do mesmo velhaco invisível? O que ganharam com isso? Jesus sabia-o muito bem. Não, seu prazer tinha sido em trabalhar com seu Criador, e êle estava então determinado a continuar a produzir nesse proceder.
PRODUTOR FIEL
18. (a) Era que sentido foi produtivo o testemunho de Jesus? (b) A que lhes chamavam a atenção as palavras de despedida de Jesus a seus discípulos?
18 O ministério curto de Jesus, de apenas três anos e meio, foi muito produtivo. Primeiro em importância, êle manteve sua integridade, provando-se assim digno de ser aquêle que vindica o nome de seu Pai por esmagar a Satanás na morte. A seguir, êle deu sua vida como preço de compra pelos humanos obedientes. Note: “Assim como o Filho do homem veio, não para que se lhe ministrasse, mas para ministrar e dar a sua alma como resgate em troca de muitos:” (Mat. 20:28, NM) Em suma, êle fêz tudo o que Jeová havia esboçado para êle. Na sua oração ao Pai, êle incluiu: “Tenho-te glorificado sobre a terra, havendo terminado a obra que me deste para fazer.” (João 17:4, NM) Jesus, no seu ministério, deu bom exemplo a seus cuidadosamente escolhidos seguidores. Em adição a isso, gastou muito tempo instruindo-as sôbre Jeová, também sôbre si próprio, sobre o Reino e sôbre a obra que teriam de fazer depois de ele voltar ao Pai. Êles se apegavam a cada uma das suas palavras, mas deixavam de entendê-las claramente. Jesus sabia isso de antemão. Por isso disse-lhes que, depois da sua partida para o Pai, lhes enviaria um consolador, o espírito santo, para ensinar-lhes coisas adicionais e também para fazê-los recordar as coisas que lhes dissera. (João 14:26) Quando finalmente partiu, disse-lhes que o ministério dêles tinha de ser produtivo. “Portanto, ide e fazei discípulos de pessoas de tôdas as nações, batizando-as em o nome do Pai, e do Filho, e do espírito santo, ensinando-as a observar tôdas as coisas que eu vos tenho mandado.” — Mat. 28:18-20, NM.
19. Como se refletia a produtividade de Jesus na atividade dos seus discípulos?
19 Para vermos que o testemunho de Jesus era produtivo, basta olhar para o que seus seguidores fizeram no princípio da era cristã. Necessitavam do espírito de Deus e, fiel à sua palavra, Jesus enviou-lhes o espírito santo, enquanto estavam reunidos, dez dias depois da sua ascensão para o céu. Ao cair sôbre êles o espírito de Jeová, começaram a glorificar e louvar a Deus nas muitas línguas que o espírito santo os capacitava a falar naquela ocasião. Naquela época havia também em Jerusalém pessoas de muitas nacionalidades, e essas ouviam Deus ser glorificado nos seus próprios idiomas nativos, pelos discípulos batizados com espírito. As multidões de visitantes ficaram grandemente admiradas. Pedro, apóstolo de Cristo, testificou então vigorosa e publicamente a respeito de Jesus e da sua qualidade de Messias, muitos crendo e sendo batizados, depois disso. O relato daquele tempo diz: “Naquele dia foram adicionadas cêrca de três mil almas [à congregação cristã].” (Atos 2:41, NM) Êstes começaram então a estudar e a treinar com os apóstolos para o ministério produtivo, o que exigia sua dedicação. “E continuaram a devotar-se ao ensino dos apóstolos e à associação íntima, à participação de refeições e a orações. . . . Ao mesmo tempo, Jeová continuava a acrescentar-lhes diàriamente os que estavam sendo salvos.” (Atos 2:42-47, NM) Pouco depois havia até cinco mil homens no ministério. Que grupo de ministros para começar a produção, e isso somente na terra da Palestina! — Atos 4:4.
20.Que resultado duplo adveio dêstes primitivos dias de testemunho por parte dos apóstolos e discípulos de Jesus?
20 Tal prosperidade, em resultado do testemunho produtivo, tinha de atrair logo o fogo de Satanás, e foi isso o que aconteceu. Começou a perseguição. O objetivo de Satanás era paralisar a obra. Ameaças, encarceramentos, espancamentos, e depois a morte dramática do fiel discípulo Estêvão, seguiam-se em rápida sucessão. Essa perseguição fêz com que os ministros cristãos fossem espalhados, mas não impediu a sua pregação. “Entretanto, os que haviam sido dispersos iam por todo o país, declarando as boas novas da palavra.” (Atos 8:4, NM) Os apóstolos, espancados e encarcerados, alegravam-se “porque tinham sido considerados dignos de ser desonrados por causa do seu nome. E todos os dias, no templo e de casa em casa, continuavam sem cessar a ensinar e a declarar as boas novas acêrca do Cristo, Jesus”. (Atos 5:17, 40-42, NM) O aumento continuou apesar da perseguição. Depois de três anos e meio desta pregação entre os judeus na Palestina, Jeová estendeu a oportunidade a pessoas de tôdas as outras nações, de se tornarem ministros cristãos e de participarem no testemunho produtivo. (Atos 10:44-48) O núcleo que Jesus formara com os doze apóstolos aumentou ràpidamente no primeiro século, estendendo-se até os recantos longínquos do Império Romano e mais além. Jesus dera bom exemplo de testemunho produtivo. Seus apóstolos e discípulos seguiram este exemplo para a glória de Deus e para a sua eterna salvação. — 1 Tim. 4:11-16; 2 Tim. 4:1-5.
21. Segundo a profecia bíblica, quando alcançaria o testemunho produtivo âmbito mundial? Com que resultado?
21 Depois da morte dos apóstolos de Cristo, esse testemunho produtivo quase que cessou completamente. (Atos 20:29-35; 2 Ped. 2:1-3) Mas, significava isso seu fim completo? Não; antes, as palavras de Jesus, os escritos dos seus apóstolos e discípulos, bem como as profecias dadas por Deus, escritas por homens fiéis antes deles, todos testificam um período de testemunho produtivo em escala global, que naquele tempo estava ainda no futuro. (Apo. 14:6, 7; Isa. 52:7, 8; Eze. 9:3, 4, 11; Dan. 12:3) Jesus dissera que, no fim do sistema de coisas dominado por Satanás, as boas novas do reino estabelecido de Jeová tinham de ser pregadas mundialmente; e que, na questão do Reino, as pessoas de todas as nações tinham de ser divididas, separadas, como “ovelhas e cabritos’. (Mat. 24:14; 25:31-46; Mar. 13:9-13) Além disso, estas “ovelhas”, ajuntadas “de toda a nação e de todas as tribos, povos e línguas”, tinham de tornar-se uma “grande multidão”, que nenhum homem pudesse contar; sim, “o mais pequeno virá a ser mil”, tudo no meio de prosperidade espiritual ilimitada. (Apo. 7:9; Isa. 60:22; 66:14; Miq. 5:2-9) Êsse tempo, então futuro, já chegou agora, em nossos dias. Estas coisas e outras mais estão-se realmente cumprindo para nós. Temos o privilégio indescritível de empenhar-nos num testemunho produtivo para o louvor do grande Deus Jeová, o principal Produtor de todos. — Salmo 149; Isaías 12.