“Faça-se a Tua Vontade”
“Venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu.” — Mat 6:10
1. Como se demonstrou no caso de grandes potências mundiais que nada pode impedir o cumprimento da oração: “Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”?
“FAÇA-SE a tua vontade, assim na terra como no céu.” Nada do que homens ou diabos possam fazer impedirá o cumprimento desta oração que Jesus Cristo ensinou há dezenove séculos. (Mat. 6:10, ARA) Os mais poderosos governantes na história humana tiveram todos de se curvar diante da vontade do Pai celestial. Grandes potências mundiais, com impérios que se estendiam sôbre grandes partes da terra, curvaram-se uma após outra diante da vontade do Criador da terra, em confissão forçada de que êle é o poder mais forte no universo. Ainda o é, e a sua vontade é suprema e tem de se cumprir.
2. Como se mostrara Nabucodonosor aparentemente superior a Jeová? Contudo, como foi rebaixado este adorador de deuses falsos?
2 Há mais de 2.500 anos, Nabucodonosor, rei do império babilônico, teve de curvar-se diante do Criador do céu e da terra e teve de admitir que os falsos deuses de Babilônia eram impotentes diante de nosso Criador. A história registra que Nabucodonosor foi o primeiro a quem se permitiu fazer o que nenhum governante pagão anterior tinha feito; êle destruiu a cidade santa dos judeus, Jerusalém, e também o seu templo, que o Rei Salomão edificara para o nome do Deus Altíssimo, cujo nome é Jeová. No entanto, êste Deus, sôbre quem Nabucononosor se mostrara aparentemente superior, rebaixou este orgulhoso governante do mundo e o obrigou a encurvar-se, igual a um animal bruto, diante de Jeová. Durante sete períodos de tempo, ou por sete anos, Nabucodonosor imaginou que era alguma fera. Deixou o seu trono de dominação mundial e saiu ao campo, e apoiando-se nas mãos mastigava a grama feito boi. Esta loucura não lhe sobreveio acidentalmente, mas em cumprimento dum sonho da parte de Jeová, doze meses antes, um sonho que nenhum dos sábios de Babilônia podia interpretar, exceto o profeta de Jeová, Daniel.
3. Que declaração do vigia que desceu do céu, a respeito do Altíssimo, tornou necessário que se cumprisse o sonho? Que aviso não atendeu Nabucodonosor, conforme mostra a sua jactância sobre Babilônia?
3 Neste sonho atribulado, Nabucodonosor viu que “um vigia, a saber, um santo, descia do céu” e dava instruções, dizendo então: “Pelo decreto dos vigias é a sentença, e pela palavra dos santos o mando: afim de que conheçam os viventes que o Altíssimo domina no reino dos homens, e o dá a quem quizer, e constitue sobre ele o mais humilde dos homens.” (Dan. 4:13, 17) Portanto, o sonho tinha de se cumprir. A história escrita e preservada prova que se cumpriu. Embora se lhe permitisse tornar-se tão poderoso como era, Nabucodonosor não podia impedir o cumprimento da vontade divina. Ao achar-se no auge de sua grandeza, ele começou a jactar-se de sua cidade imperial e disse: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a fôrça do meu poder, e para glória da minha magnificência?” Esta jactância traiu que êle não tinha bastante juízo para aceitar o aviso do sonho e seguir o conselho de Daniel: “Portanto, ó rei, aceita o meu conselho, e desfaze os teus pecados pela justiça, e as tuas iniquidades usando de misericórdia com os pobres, se se prolongar a tua tranqüilidade.” Dan. 4:27, Al.
4. Que se seguiu imediatamente depois da jactância de Nabucodonosor, como aviso para todos os governantes políticos?
4 Que os governantes poderosos da Grã-Bretanha, dos Estados Unidos e da Rússia comunista, bem como de outras nações poderosas, atentem para o que aconteceu a Nabucodonosor, que destruíra o reino típico de Jeová Deus sôbre os judeus. Sim, leiamos todos nós o relato: “E, não tendo ainda o rei acabado de proferir estas palavras, veio do céu esta voz: Eis o que te é anunciado, ó rei Nabucodonosor: O teu reino ser-te-á tirado, expulsar-te-ão do meio dos homens, e a tua habitação será com os animais e as feras, comerás feno como boi, e sete tempos passarão por cima de ti, até que reconheças que o Altíssimo domina sôbre o reino dos homens, e o dá a quem lhe apraz. Na mesma hora foi cumprida esta palavra na pessoa de Nabucodonosor, e foi expulso do meio dos homens, e comeu feno como boi, e o seu corpo foi molhado com o orvalho do céu; de sorte que lhe cresceram os cabelos como as [plumas das] águias, e as suas unhas tornaram-se como as das aves.” — Dan. 4:28-33, So.
5. De que modo dependiam inteiramente de Jeová Deus o primeiro governo imperial de Nabucodonosor e a sua volta ao domínio?
5 Nenhum, dos médicos que cuidavam da saúde mental podia curar o rei de Babilônia de sua licantropia insana. Tinha de seguir o seu curso até que se esgotasse o tempo estabelecido pelo Deus Altíssimo, Jeová, isto é, os “sete tempos”, ou sete anos. Jeová Deus havia rebaixado este então mais elevado dos governantes da terra, e somente Jeová, o Altíssimo, podia novamente colocá-lo no trono de Babilônia. Foi pura misericórdia da parte de Jeová que esta posição de domínio lhe foi preservada, assim como Daniel lhe assegurara, dizendo: “O teu reino te ficará firme, depois que tiveres conhecido que os céus dominam.” O mais poderoso e mais alto rei da antiguidade não podia fazer nada, a menos que servisse aos propósitos do Deus do céu, e assim Deus o permitisse. Êste edificador dum império, que conquistara tantas nações, e até o reino de Judá, não podia ter o trono da potência mundial babilônica, a menos que Deus lho desse, permitindo-lhe assumir o domínio e dando-lhe de volta bastante juízo para reassumir o governo imperial.
6. Para mostrar que aprendera a sua lição, que reconhecimento acerca da vontade de Jeová, e das Suas obras e dos Seus caminhos, fêz Nabucodonosor?
6 Aprendeu Nabucodonosor a lição que Jeová determinou que aprendesse e que todos nós observássemos hoje em dia? Foi o próprio rei de Babilônia quem escreveu o seu relato e êste foi preservado para nós. Reza: “Ao fim daqueles dias [os sete ‘tempos’ ou anos] eu, Nabucodonozor, levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a vir o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. E todos os moradores da terra são reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra: não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes? No mesmo tempo me tornou a vir o meu entendimento, e para a dignidade do meu reino tornou-me a vir a minha majestade e o meu resplendor; e me buscaram os meus capitães e os meus grandes; e fui restabelecido no meu reino, e a minha glória foi aumentada. Agora pois eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao rei do céu; porque tôdas as suas obras são verdade; e os seus caminhos juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba.” — Dan. 4:34-37, Al.
7. Qual era a única maneira correta em que Nabucodonosor podia comentar a sua experiência, e qual era a única atitude mental correta a adotar?
7 A luz do seu sonho da parte de Jeová Deus e em vista da interpretação de Daniel, cuja exatidão foi provada pelos eventos posteriores, havia apenas esta única maneira de honra para Deus em que Nabucodonosor podia comentar a sua experiência. Sô podia adotar esta atitude mental correta, dando o crédito a quem pertencia, a Jeová, o Deus Altíssimo, mesmo que fôsse o Deus de Daniel.
8. Que relação teve a experiência de Nabucodonosor, naquele tempo, com a assinalação do início do período crítico em que as nações do mundo se encontram agora?
8 A grande questão importante perante nós, agora, é: Qual é a atitude dos atuais governantes do bloco oriental e do bloco ocidental de nações, e das nações neutras? Desde o ano de 1914 e o fim da Primeira Guerra Mundial, as nações estão vivendo num período crítico. A razão disso tem muito que ver com Nabucodonosor. De que modo? Naquele tempo, Nabucodonosor passou pessoalmente por “sete tempos”, ou sete anos literais, de bestialidade insana. Mas, com êle começaram também “sete tempos” de maior magnitude para as nações do mundo, dos dias dêle até agora. Estes tempos são o que Jesus Cristo chamou de “tempos designados das nações”. Êle falou dêstes “tempos designados” em relação com a destruição da capital judaica, Jerusalém. Jesus profetizou: “Jerusalém será pisada pelas nações, até que se cumpram os tempos designados das nações.” (Luc. 21:24, NM) Êstes “sete tempos” das nações são muitas vêzes maiores do que os “sete tempos” de um só homem, Nabucodonosor. Segundo a marcação do tempo por Jeová, eram 360 vêzes maior do que os sete anos de Nabucodonosor, isto é, tinham a duração de 2.520 anos. Começaram em 607 A. C., quando Nabucodonosor pisou Jerusalém e o templo de Jeová, e a terra de Judá foi desolada. Estes “sete tempos” terminaram em princípios de outono do ano de 1914 (E. C.), pouco depois do comêço da Primeira Guerra Mundial.
9. Que potências mundiais dominaram a terra tanto antes como durante os “tempos designados das nações”?
9 Antes de Nabucodonosor existiram duas potências mundiais que tinham muito que ver com o povo de Jeová, a saber, o Egito, a primeira potência mundial da historia bíblica, e a Assíria a segunda potência mundial. A Babilônia tornou-se assim a terceira potência mundial. Outras se seguiram. As páginas ensangüentadas da história mostram que durante os “tempos designados da nações”, de 607 A. C. a 1914 E. C., foram cinco as potências mundiais que dominaram sucessivamente a nossa terra, a saber, a Babilônia, a Medo-Pérsia, que era a quarta potência mundial, a Grécia, a quinta potência mundial, Roma, que era a sexta potência mundial, e o Império Britânico, junto com os Estados Unidos da América, a sétima potência mundial.
10, 11. (a) Para buscarmos que comparações é agora o tempo oportuno, desde o fim dos sete tempos simbólicos em 1914? (b) Em que têm de concordar todos os que examinam a história quanto à comparação entre Nabucodonosor e todas as nações mundanas?
10 Visto que em 1914 já passaram sete tempos simbólicos para as nações e potências mundiais, era o tempo certo para que procurássemos comparações, se existissem. Já ouvimos a expressão de Nabucodonosor no fim dos seus “sete tempos”, por lhe ter voltado o juízo e êle ter retornado ao trono de Babilônia. Pois bem, houve algo parecido a isso desde 1914? Comparam-se as expressões dos governantes das nações mundanas, especialmente das da cristandade, com a expressão feita pelo restabelecido Nabucodonosor?
11 Numa coisa têm de concordar todos os que examinam honestamente a história mundial: que durante os 2.520 anos, desde a destruição de Jerusalém por Nabucodonosor até 1914 E. C., todas as nações, inclusive a cristandade, agiram iguais a Nabucodonosor durante os seus “sete tempos” de demência, quer dizer, agiram como animais brutos, sem reconhecerem a Jeová Deus, nem considerarem a sua vontade conforme esta se acha nas Escrituras Sagradas da Bíblia. Ora, tinham elas aprendido alguma coisa no fim dos seus “sete tempos” de 2.520 anos?
12. O que mostra se no fim dos “sete tempos“, em 1914, o juízo tinha voltado às nações quanto a Deus, como no caso de Nabucodonosor?
12 Voltaram as nações ao juízo, semelhantes a Nabucodonosor, reconhecendo então a veracidade do Salmo 83:18 (Al): “Que tu, a quem só pertence o nome de Jeová, és o Altíssimo sobre toda a terra”? Os eventos de 1914 fornecem-nos a resposta. No fim dos “sete tempos”, por volta de 1º de outubro de 1914, as nações da cristandade estavam empenhadas na loucura e na bestialidade da Primeira Guerra Mundial.
13. (a) Que deviam ter feito naquele tempo, as nações professamente cristãs? (b) O que mostra que já deviam então ter sabido que Deus, em 1914, traria à existência o seu reino?
13 Naquele tempo, as nações que professavam ser cristãs deviam ter vivido à altura das suas-pretensões. Deviam ter mostrado que eram melhores do que o pagão Nabucodonosor, e deviam ter reconhecido a Jeová Deus como o Soberano do universo e único Governante legítimo da terra. Mas, terá sido o caso que não sabiam que se esgotaram os tempos dos gentios, ou os “tempos designados das nações”, no outono de 1914? Não era êste o caso! Antes, deviam ter sabido que no fim dêstes “tempos”, por volta de 1 de outubro de 1914, Jeová traria à existência seu prometido reino, nos céus, por entronizar seu Filho ungido, Jesus Cristo, no trono do Reino, para dominar no meio dos seus inimigos. Deviam ter sabido isso, não só porque a Bíblia estava disponível em milhões de exemplares, em muitos idiomas, e porque havia centenas de milhares de clérigos pagos para explicar a Bíblia; mas também porque, desde 1877, o restante ungido das testemunhas de Jeová estava proclamando a vinda destas coisas em 1914.
14. Em vista do número de 15 de outubro de 1913 da edição inglesa da Sentinela e da exibição gratuita do Fotodrama da Criação, por que devia a cristandade ter sabido os fatos vitais?
14 A edição inglêsa da Sentinela, no seu número de 15 de outubro de 1913, publicou o artigo principal intitulado “Resumo da Terminação dos Tempos dos Gentios”. O parágrafo 2 dêste artigo disse: “Sem sermos dogmáticos, esperamos certos eventos: (1) A terminação dos Tempos dos Gentios — da supremacia gentia no mundo — e, (2) A inauguração do Reino Messiânico no mundo. Os reinos da terra chegarão ao seu fim, e ‘o Deus do céu estabelecerá um Reino’. (Daniel 2:44) As Escrituras não dizem que a tribulação virá numa hora, ou num dia, ou num ano. A indicação é que a catástrofe que vem sôbre a nossa civilização será repentina.” Isto foi publicado em inglês, em francês, em alemão, em sueco e em dinamarquês. Além disso, o famoso Fotodrama da Criação, de oito horas de duração, que falou das mesmas coisas por meio de quadros e por reprodução sonora, começou a ser exibido na cristandade em janeiro de 1914; e, por volta de outubro de 1914, já fôra mostrado gratuitamente ao público na América do Norte, na Grã-Bretanha, na Alemanha, na Suíça, na Finlândia, na Suécia na Dinamarca, na Austrália e na Nova Zelândia. Certamente, a cristandade devia ter sabido a respeito disso!
15. Até o dia de hoje, cerca de quarenta e cinco anos desde 1914, como mostram as nações se aprenderam ajuizadamente ou não o que Nabucodonosor aprendeu?
15 Até o dia de hoje, quase quarenta e cinco anos desde o fim dos tempos dos gentios em 1914, as nações e seus governantes não voltaram a ter o juízo cristão de aprender o que Nabucodonosor aprendeu, que “o Altíssimo domina no reino dos homens, e o dá a quem quizer, e constitue sobre ele o mais humilde dos homens”. Em cruel contraste, êles se preparam para um holocausto internacional com armas cuja potencia para matar massas de criaturas humanas em uma só explosão é horrenda, além de envenenarem o ar, a terra e a água.
16. Por que não têm desculpa os governantes do mundo, e por que não tem as nações paz, hoje em dia?
16 A sociedade humana como um todo, junto com a civilização desenvolvida durante muitos séculos, está sendo posta no maior perigo de todos os tempos pelos governantes políticos e pelos cientistas modernos. Os governantes do mundo, especialmente os da cristandade, não têm desculpa. Tiveram a oportunidade de aprender da amplamente divulgada Palavra de Deus, a Bíblia, e por meio das Suas testemunhas na terra, o que o Rei Nabucodonosor decretou “a todos os povos, nações, e línguas, que moram em tôda a terra”, no fim dos seus “sete tempos”. Ele decretou: “Paz vos seja multiplicada. Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo. Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas as suas maravilhas! o seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio de geração em geração.” (Dan. 4:1-3, Al) Visto que desconsideram esta verdade, as nações não têm hoje paz!
17. De que reconhecimento depende a sobrevivência eterna desta raça humana? E, para mostrarmos o nosso juízo, que temos de descobrir quanto ao domínio do reino sobre a humanidade?
17 Que as nações prossigam na sua insânia. Homens que retornaram à sanidade, iguais a Nabucodonosor, têm agora bastante juízo para ver esta verdade vital: Que a sobrevivência eterna desta raça humana não depende duma defesa militar bastante forte para desencorajar o inimigo ou retalhar-lhe com destruição igual ou maior. Ela depende de reconhecermos o reino sempiterno do Deus Altíssimo e a continuação do seu domínio de geração em geração. Seu reino e domínio não se restringem apenas aos céus invisíveis. Abrangem também esta terra visível com todo o espaço sideral em volta dela. Todas as pessoas que desejam continuar entre os vivos têm de reconhecer que o Altíssimo domina também o reino dos homens e que êle dá êste reino sôbre a humanidade a quem quer, visto ser êle o Altíssimo. Para mostrarmos a nossa sanidade, temos de descobrir também exatamente a quem o Deus Altíssimo quis dar o reino sôbre a humanidade, pois há de ser dado ao “mais humilde dos homens”. Daí, não importa o que o mundo inimigo faça ou se apronte para fazer, não será de nenhuma importância, pois ninguém na terra pode impedir a mão de Jeová Deus ou dizer-lhe em desafio: “Que fazes?”
18. Que mostra o exame da história do ponto de vista da Bíblia, quanto à entrega do reino sobre a humanidade? Como é este fato ilustrado pelo próprio caso de Nabucodonosor?
18 Um exame da história do mundo, do ponto de vista da Bíblia, revela a veracidade do que disse o “vigia”, o “santo”, que desceu do céu, no sentido de que o Deus Altíssimo, Jeová, dá o reino a quem quiser, e não a quem o povo ou um ditador quiser. No caso de Nabucodonosor, rei de Babilônia, Deus usou-o como Seu executor para aplicar a devida punição na nação desleal do antigo Israel. Deus recompensou, por isso, Nabucodonosor por deixar que se tornasse o governante mundial que iniciou os “tempos designados das nações”. O profeta Daniel informou disso Nabucodonosor, quando êle interpretou o significado da estátua ou imagem de cabeça de ouro que Nabucodonosor viu num sonho, mas que esqueceu ao acordar. Daniel disse: “Tu, ó rei, és rei de reis: pois o Deus do céu te tem dado o reino, o poder, e a fôrça, e a majestade. E onde quer que habitem filhos de homens, animais do campo, e aves do céu, ele tos entregou na tua mão, e fez que dominasses sôbre todos eles; tu és a cabeça de ouro.” — Dan. 2:36-38, Al.
19. Em harmonia com esta expressão, que disse Jeová a Zedequias, o rei, por meio de Ezequiel, para mostrar que é o Altíssimo quem dá o reino sobre a humanidade?
19 Em harmonia com isso, Jeová entregou o seu próprio reino típico em Judá para ser derrubado por Nabucodonosor. Por isso, Jeová disse ao Rei Zedequias, que se assentava no típico ‘trono de Jeová’ em Jerusalém: “Remove o diadema, e tira a coroa; o que é não mais será o mesmo: exalta-se [o não-judeu] o que está abatido, e abata-se [o judeu] o que está exaltado. Eu o transtornarei, transtornarei, transtornarei; também o que é não continuará, até que venha aquele a quem pertence o direito; e lh’o darei a ele.” (Eze. 21:26, 27) Jeová Deus o dá segundo a sua própria vontade.
MUDANDO TEMPOS E ESTAÇÕES
20. Como mudou Jeová os tempos e as estações em 607 A. C., exatamente como Daniel disse ao comentar o sonho esquecido de Nabucodonosor?
20 As mudanças ocorreram exatamente como Daniel disse, depois que Jeová Deus lhe revelou o sonho esquecido de Nabucodonosor e o seu significado. “Disse Daniel: Bemdito seja o nome de Deus para todo o sempre, pois dele são a sabedoria e a força. Ele muda os tempos e as estações; remove os reis, e estabelece os reis; dá sabedoria aos sábios, e conhecimento aos que sabem discernir; revela as cousas profundas e escondidas; sabe o que está nas trevas, e com ele mora a luz.” (Dan. 2:20-22) Em 607 A. C., êle mudou os tempos e as estações. Mudou os tempos daqueles do reino típico de Deus na terra para os tempos da supremacia das potências mundiais não judaicas, “os tempos designados das nações”. Mudou as “estações” ou os tempos específicos. Começou esta mudança no outono de 607 A. C. Durante os 2.520 anos que se seguiram não houve interferência nas potências mundiais gentias por parte dum reino típico de Davi em Jerusalém. Não havia sucessor do Rei Davi assentado no ‘trono de Jeová’ em Jerusalém para interferir.
21. Como mostrou Jeová a sua capacidade de fazer mudanças no caso do próprio Nabucodonosor e no de sua dinastia, bem como no caso da dominação babilônica do mundo?
21 Como outro exemplo da capacidade de Jeová para fazer mudanças, êle removeu Nabucodonosor do trono de Babilônia por “sete tempos”, ou sete anos literais. Mais tarde, no seu tempo específico, ele removeu do trono de Babilônia a dinastia dos governantes caldeus da linhagem de Nabucodonosor. Naquele tempo, no ano 539 A. C., êle permitiu que o Império Babilônico fôsse derrubado pelo homem a quem predissera por nome mais de 185 anos antes, o rei persa Ciro, o Grande. Dissera por meio do profeta Isaías: “Assim diz Jehovah ao seu ungido, a Ciro a quem tomei pela mão direita para lhe sujeitar nações ante a sua face . . . :Por amor do meu servo Jacob e de Israel meu escolhido te chamei pelo teu nome, e te dei títulos, embora não me conhecesses.” (Isa. 45:1, 4) Assim, os tempos da dominação babilônica passaram para os da dominação persa.
22. Como fêz Jeová mudanças, no tempo certo, quanto aos exilados judeus e a desolação de Judá? Como mostrou o decreto de Ciro que Jeová era o responsável no caso?
22 Para que Ciro, o Grande, pudesse servir aos interesses do povo de Daniel e executar a vingança divina sôbre a Babilônia, Jeová manobrou-o para a posição de governante do Império Persa. Exatamente no setuagésimo ano depois da destruição de Jerusalém e de seu templo, Jeová induziu Ciro a emitir um decreto para que os judeus partissem livres de Babilônia e voltassem para a sua pátria e reedificassem Jerusalém e o templo. Os tempos da desolação de Jerusalém e do cativeiro babilônico de Israel foram assim mudados, segundo a vontade divina e na sua estação ou tempo específico. (Isa. 44:28; 45:13; Jer. 25:12-14; 2 Crô. 36:22, 23) O decreto do templo revelou que Jeová era responsável por êle, pois disse: “Assim diz Ciro, rei da Persia: Jehovah, Deus do céu, deu-me todos os reinos da terra, e encarregou-me de lhe edificar uma casa em Jerusalém de Judah. Quem dentre vós é do seu povo, seja com ele seu Deus, suba para Jerusalem de Judah, e edifique a casa de Jehovah, Deus de Israel (ele é Deus).” (Esd. 1:1-3_) Ciro foi assim recompensado pelo seu serviço prestado a Jeová Deus.
23. Segundo o que haveria mudanças adicionais de tempos e estações? Por quê?
23 Todavia, ainda haviam de ocorrer maiores mudanças de tempos e de estações, junto com a remoção de reis e o estabelecimento de reis. Isto se daria, não segundo a vontade do homem, mas segundo a vontade de Deus, pois êle foi quem permitiu estas mudanças nos assuntos humanos. De fato, êle as predisse. Portanto, a sua previsão divina provou ser correta.
24. Considerando-se só o livro de Daniel, como predisse Jeová as mudanças do domínio sobre o mundo para a sexta potência mundial? Que nascimento famoso durante a existência da sexta potência mundial indica que a mudança se deu no tempo marcado por Jeová?
24 Em pelo menos quatro profecias só no livro de Daniel, Jeová predisse que a dinastia do Império Persa, a quarta potência mundial, chegaria ao fim e que o Império Macedônio ou Grego ascenderia ao poder como quinta potência mundial da história. Isto se daria nos dias dum famoso rei de língua grega, Alexandre, o Grande, que faria uma campanha veloz através de todo o domínio do Império Persa, anexando-o todo. O império dividido que seguiu à morte dêste governante mundial macedônio seria no decorrer do tempo absorvido pelo Império Romano, a sexta potência mundial. Isto também se daria no tempo determinado de Jeová para a mudança, uma mudança das condições de seu próprio povo e uma mudança para os governantes mundiais. Portanto, na estação em que a potência mundial romana havia de emitir o decreto que obrigaria a mãe de Jesus a ir a Belém, lugar de nascimento de Davi, cumprir-se-ia a profecia a respeito do nascimento humano do Filho de Deus. (Miq. 5:2; Mat. 2:1-6; Luc. 2:1-20) Tudo isso magnifica maravilhosamente a previsão infalível e a vontade certeira de Jeová Deus.
25. Que mudança adicional no domínio do mundo predisse o anjo de Jeová a Daniel? Portanto, que decisão de máxima importância teria de fazer a potência mundial?
25 Contudo, o anjo de Jeová predisse a Daniel, de modo descritivo, uma grande mudança adicional, a do Império Romano para o maior império terrestre de todos, o Império Britânico junto com seu associado íntimo, os Estados Unidos da América, sendo que estas duas potências políticas juntas formam a sétima potência mundial. Esta potência mundial, chamada de potência mundial cristã, havia de ser aquela que dominaria o mundo no ano 1914. Por isso teria de fazer uma decisão de máxima importância a respeito do reino de Deus que seria estabelecido no céu naquele ano momentoso.
26. Que preveu a previsão de Jeová para o “tempo do fim“ quanto aos desenvolvimentos do mundo?
26 A previsão de Deus ia ainda mais longe, atingindo até o “tempo do fim”, e previu a formação da organização internacional de paz, a Liga das Nações, também a sua morte e também o seu renascimento nas Nações Unidas. O anjo de Jeová predisse a Daniel até mesmo o crescimento do comunismo mundial a tal grau de fôrça, que desafiaria tanto a poderosa sétima potência mundial como a oitava potência mundial, as Nações Unidas da atualidade.
27. Não importa quão grandes e extensivas sejam as mudanças no palco do mundo, elas ocorrem segundo o quê, conforme mostra o comentário de Daniel sobre o sonho de Nabucodonosor?
27 De fato, tôdas estas transformações no cenário do mundo através dos séculos até a sua presente situação no palco de atividade do mundo exigiram grandes e extensivas mudanças. Mas, tudo isso se deu segundo a presciência do Deus Altíssimo, segundo os seus próprios tempos e estações, visto que previu a tôdas elas. Não permitiu que nada interferisse com o seu propósito. Há milhares de anos atrás, todas estas coisas eram obscuras para a mente humana. Daniel disse até mesmo a respeito das profecias que lhe foram dadas com uma explicação parcial: “Eu ouvi, porém não entendi.” (Dan. 12:8). No entanto, daquilo que Jeová Deus revelou a Daniel pela explicação dramática do sonho de Nabucodonosor a respeito da estátua de cabeça de ouro, Daniel teve alguma compreensão das profundezas da previsão de Deus. Por isso é que Daniel disse: “Sabe o que está nas trevas, e com ele mora a luz [acêrca destas coisas]”; êle “revela coisas profundas e escondidas” ao seu povo.
28. Em apoio do domínio de Jeová e de sua capacidade de conceder o domínio, que predisse Daniel quanto a maior e mais grandiosa mudança na terra?
28 A mudança mais gigantesca de tôdas eleva a um auge a verdade de que “o Altíssimo domina no reino dos homens, e o dá a quem quizer”. Daniel foi inspirado a predizer a maior e mais grandiosa mudança feita por Jeová na terra, no tempo de Deus e na sua estação, dizendo: “Nos dias desses reis suscitará o Deus do céu um reino que não será jamais destruído, nem passará a soberania deste a outro povo; mas fará em pedaços e consumirá todos estes reinos, e ele mesmo subsistirá para sempre.” — Dan. 2:44.
29-31. Por que não podia o “mais humilde dos homens”, estabelecido sobre o reino dos homens, ser nem a potência mundial anglo-americana, nem o comunismo mundial?
29 Daniel predisse esta mudança maravilhosa há mais de 2.500 anos. Vivemos hoje no meio dela. É em nossos dias que Jeová estabelece sobre o reino dos homens alguém a quem chama de “mais humilde dos homens”. Quem é êste “mais humilde dos homens?”
30 Em nossos dias, a democracia e o comunismo rivalizam grandemente entre si. A democracia é constituída do povo comum, humilde. No entanto, êste “mais humilde dos homens” nunca poderia ter sido o forte defensor da democracia, da potência mundial anglo-americana. Esta sétima potência mundial da história é eliminada como o “mais humilde dos homens” pela profecia de Jeová, que diz: “Ele falará palavras contra o Altíssimo, e consumirá os santos do Altíssimo; cuidará em mudar os tempos e a lei . . . [Esta potência mundial] se engrandeceu, até contra o príncipe do exército [do céu]; tirou dele o holocausto perpétuo, e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo.” — Dan. 7:25; 8:11.
31 Por outro lado, o comunismo russo afirma ser o govêrno do proletariado, da classe destituída. Contudo, o “mais humilde dos homens” nunca poderia ser o sistema do ímpio comunismo mundial. Eliminando desta possibilidade o movimento político que se esforça persistentemente em obter o domínio sôbre o mundo, o anjo de Jeová Deus disse: “Exaltar-se-á e se engrandecerá sobre todo o deus, e falará coisas maravilhosas [espantosas, NR] contra o Deus dos deuses, . . . pois sobre tudo se engrandecerá. Mas no seu lugar honrará ao deus de fortalezas; e a um deus que seus pais não conheceram, ele o honrará com ouro, e prata, e pedras preciosas, e coisas agradaveis. Com o auxílio dum deus estranho tratará das mais poderosas fortalezas: e a todos os que o reconhecerem, aumentará de gloria.” (Dan. 11:36-39) Estas descrições proféticas não predizem nenhuma humildade de espírito, nem na potência mundial anglo-americana, nem no seu rival hodierno, o comunismo.
32, 33. Quem é realmente este “mais humilde dos homens”, e como foi provado este fato?
32 Aquêle que é verdadeiramente o “mais humilde dos homens” é sem comparação. Ele não é nenhum homem degradado, embora seja tão humilde. Nenhuma outra criatura no céu ou na terra podia humilhar-se tão profundamente para a glória de Deus e para o bem eterno do homem, como êste humilde. Por que não? Porque antes de êle demonstrar quão humilde era no espírito, êle existia na forma de Deus como criatura espiritual no céu. Foi o Filho primogênito e unigênito de Deus, por meio de quem foram feitas todas as outras criaturas no céu e na terra.
33 Embora fôsse o primeiro entre tôdas as criaturas de Jeová Deus, não pensou em usurpar a posição de Deus e pretender ser igual a Deus. Não tentou engrandecer-se contra o “príncipe do exercito” do céu, nem falou coisas espantosas contra o Deus dos deuses’, Jeová. Ao contrário, diz o Registro sagrado, êle “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de escravo e chegando a ser na semelhança dos homens. Além disso, quando se achou na forma de homem, humilhou-se a si mesmo e tornou-se obediente até a morte, sim, a morte numa estaca de tortura”. (Fil. 2:5-8, NM) Falou honestamente de si mesmo quando convidou os que labutavam e estavam sobrecarregados para virem a êle a fim de obter alívio. Longe de ser despótico e opressivo, êle disse: “Sou de temperamento manso e humilde de coração.” (Mat. 11:28, 29, NM) Em submissão humilde à vontade de seu Deus e Pai celestial êle ensinou seus discípulos a orar: “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, faça-se a tua vontade; assim na terra como no céu.” Mat. 6; 9, 10,ARA.