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  • Um afetuoso médico escreve o evangelho

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  • Um afetuoso médico escreve o evangelho
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1962
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w62 15/4 pp. 245-248

Um afetuoso médico escreve o evangelho

UMA grande narrativa bem relatada. Isto se aplica em especial ao relato do médico afetuoso sobre as boas novas. Deveras, o relato mais compreensivo da vida de Jesus é o de “Lucas, o médico amado”, conforme Paulo o chama afetuosamente. E, segundo autoridades como a de McClintock & Strong, dentre os quatro, Evangelhos, o de Lucas é o mas erudito no estilo da escrita. — Col. 4:14, ARA.

Evidencia-se do Evangelho de Lucas que ele era de muita cultura, bem como um médico afetuoso. Embora não apareça nele o seu nome, todo o testemunho cristão primitivo é inequívoco quanto ao escritor. Outrossim, o estilo da escrita do inteiro Evangelho o identifica como sendo de Lucas.

Jesus assegurara seus apóstolos de que o espírito santo os orientaria em toda a verdade, e, sem dúvida essa promessa aplicou-se também aos associados dos apóstolos, a quem Deus considerou aptos para os inspirar, a fim de que tomassem parte na escrita das Escrituras Gregas Cristãs, tais como Marcos, Lucas, Tiago e Judas. Isto, porém, não significa que esses escritores fossem meros autômatos. Ao contrário, pelo que parece, foi-lhes concedida certa liberdade quanto àquilo que iriam escrever, bem como quanto ao estilo da escrita; o espírito santo de Deus os orientava, de modo que o que escrevessem fosse realmente a verdade. — João 16:13.

É bem provável que Lucas fosse um judeu helenizado. Os argumentos de que não era judeu se baseiam principalmente na suposição de que Paulo tencionasse indicar que Lucas não era circunciso ao alistá-lo após ter mencionado “esses circuncidados”. Mas esse é um argumento muito fraco, especialmente em vista do fato de que só aos judeus “foram confiados os proferimentos sagrados de Deus”. Se Lucas não fosse judeu, ele seria o único entre os escritores da Bíblia. — Col. 4:11, 14; Rom. 3:2.

MÉDICO ERUDITO

Os registros primitivos informam que Lucas era homem culto, natural da Antioquia, na Síria, uma grande cidade nos seus dias, e evidencia-se de seu livro dos Atos que ele a conhecia bem. A sua introdução clássica, a sua boa escolha de linguagem e o seu rico vocabulário, maior do que o dos outros três Evangelhos em conjunto, são aquilo que se esperaria de um médico como ele.

Lucas emprega mais de trezentos termos médicos, ou palavras aos quais ele dá significado médico, que não são usados absolutamente ou não no sentido médico pelos outros escritores das Escrituras Gregas Cristãs. De modo que lemos em Lucas 5:12 (VB): “Apareceu um homem cheio de lepra.” Os outros escritores, ao falarem desse evento, usaram a mesma palavra para lepra que Lucas usa ao falar dos dez leprosos, em Lucas 17:12. Para os outros a lepra era simplesmente lepra, mas não para Lucas; esse tinha uma espécie especial, uma espécie mais grave, ou um estado mais adiantado de lepra. Do mesmo modo, Lucas é o único a usar a palavra grega para descrever o mendigo Lázaro, a qual é traduzida “coberto de chagas”. Só Lucas nos conta que a sogra de Pedro estava “com febre muito alta”. — Luc. 16:20; 4:38, ARA.

Visto que Lucas não era uma testemunha ocular das coisas que escreveu, a que fonte recorreu ele? Ele próprio diz que fez “acurada investigação de tudo desde sua origem”. Com toda a probabilidade ele estava familiarizado com o Evangelho de Mateus, em virtude de ter sido escrito anos antes de Lucas escrever o seu. Ele poderia também ter, por intermédio do apóstolo Paulo, o benefício das anotações de Marcos, que, por sua vez, recebera muita informação direta do apóstolo Pedro. É bem provável também que Lucas tenha obtido informações pessoalmente de Maria, mãe de Jesus, bem como das anotações feitas pelo irmão de João, Tiago — uma hipótese que não é sem base, em vista do conteúdo de seu Evangelho. E, em vista da maneira em que o seu livro de Atos conclui, é razoável datar o seu Evangelho entre os anos 56 e 58 E. C. — Luc. 1:1-3, ARA.

Embora Lucas tivesse menos tendência de chamar os personagens pelo seu nome próprio do que alguns dos outros escritores de Evangelho, era, todavia, escrupulosamente exato. Tendo em mente as pessoas a quem escrevia, fez questão de relacionar os eventos com a história secular. Portanto, ele nos informa que, quando João começou o seu ministério, era o “décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Ituréia e Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene”. O que poderia ser mais explícito? — Luc. 3:l, 2; 1:5; 2:1, ARA.

Para quem escreveu Lucas? Não foi primariamente para os judeus, como no caso de Mateus, tampouco foi primariamente para os romanos, como o fez Marcos, mas para os “homens de boa vontade” de todas as nações. Ele remonta, adequadamente, a genealogia de Jesus até “Adão, filho de Deus”. Ele mostra que Cristo é o meio de “remover o véu das nações”, e diz que “toda a humanidade verá os meios salvadores de Deus”. — Luc. 2:14; 3:38; 2:29-32; 3:6.

“BOAS NOVAS AOS POBRES”

Ao escrever o seu Evangelho, Lucas devotou um terço dele à narrativa e dois terços à palavra falada. Ele relata onze parábolas ou ilustrações e seis milagres que não são mencionados pelos outros três. Ao todo, 59 por cento de seu Evangelho, ou uns 540 versículos, são únicos dele.

Lucas parece estabelecer o tema do seu livro ao falar de Jesus chegar à cidade de sua residência, Nazaré, num sábado, entrar na sinagoga e ler a profecia, aplicando-a a si mesmo: “O espírito de Jeová está sobre mim, porque me ungiu para declarar boas novas aos pobres”, e assim por diante. — Luc. 4:17-21.

Lucas parece destacar os pobres, os oprimidos, os angustiados, os que eram vítimas do preconceito. Visto ser ele médico, exigiria que desse em particular o direito às mulheres e às crianças. De modo que só Lucas fala da esterilidade de Isabel, da concepção dela e de dar ela à luz a João, e de aparecer o anjo Gabriel a Maria, da réplica dela de que não tinha tido relações com homem e do seu cântico de louvor. Só um médico pensaria em relatar que o bebê de Isabel saltou no ventre dela quando Maria lhe falou. Só Lucas fala de Jesus ser circunciso, apresentado no templo e de a idosa profetisa Ana testemunhar sobre Jesus ser a esperança de Israel. O que sabemos da infância tanto de João Batista como de Jesus, devemos a Lucas. — Capítulos 1 e 2.

Página após página vemos as evidências da condolência de um médico para com o sexo mais fraco e da compreensão para como este. Somente Lucas fala da dor da viúva de Naim ao perder o seu único filho, e de Jesus ressuscitá-lo, e da mulher pecadora que ungiu os pés de Jesus, desagradando o seu hospedeiro fariseu. Lucas é o único a relatar que mulheres acompanhavam Jesus e lhe ministravam, e do bom conselho que Jesus deu a todas as mulheres que tendem a negligenciar seus interesses espirituais, cuidando das necessidades físicas dos homens de sua família, como fez Marta em contraste com Maria. Também é Lucas quem menciona o incidente de certa vez uma mulher exclamar: “Bem-aventurada aquela que te concebeu e os seios que te amamentaram!” bem como o incidente na sinagoga em que Jesus curou uma mulher que padecia há dezoito anos. Portanto, lemos também que Jesus, a caminho de Gólgota, foi seguido por uma “numerosa multidão de povo, e também mulheres que batiam no peito e o lamentavam”. E foi às mulheres que Jesus se voltou, dizendo: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim.” — Luc. 11:27, 28; 23:27, 28, ARA.

Como médico afetuoso que era, Lucas revela o seu sentimento para com o próximo ou empatia em todo o seu Evangelho. Entre outros que eram oprimidos — as mulheres eram oprimidas nos dias de Jesus — havia os samaritanos, os coletores de impostos e os que estavam moralmente extraviados. Mateus fora um desprezado coletor de impostos, mas nunca se saberia isso do relato de Lucas. Quando fala acerca da festa que Mateus deu, como coletor de impostos, Lucas o chama pelo seu outro nome, Levi, dando crédito a Levi como sendo arrependido e generoso, contudo, poupa Mateus! Só Lucas registrou a ilustração de Jesus acerca dos dois homens que foram ao templo orar, o fariseu e o coletor de impostos, e como não foi o auto-justo fariseu, mas o contrito coletor de impostos que foi ouvido por Deus. O incidente comovente do pequeno Zaqueu, um principal coletor de impostos, que trepou numa árvore para ver Jesus e a quem Jesus disse que almoçaria em sua casa, é também relatado unicamente por Lucas.

Concedendo aos samaritanos o seu direito, Lucas é o único a assentar por escrito a ilustração de Jesus sobre o bom samaritano que socorreu o homem que fora espancado e assaltado, bem como a cura que Jesus fez dos dez leprosos, dentre os quais só o samaritano voltou para render graças a Deus pela sua cura. De importância similar é a parábola de Jesus acerca do rico e de Lázaro, por meio do qual Jesus ilustrou o contraste entre o clero dos seus dias e os que tinham fome e sede de justiça. E é também a Lucas que devemos o que é chamado corretamente “a maior história curta que já se escreveu”, a ilustração do filho pródigo — mais uma bela amostra de compaixão.

Neste respeito, tem-se observado que o Evangelho de Lucas apresenta muitos contrastes notáveis, revelando tanto mente lúcida como coração afetuoso. Entre esses se acham Simão, o fariseu, e a mulher pecadora; Maria e Marta; o único leproso grato e os nove ingratos; o bom samaritano, o sacerdote e o levita; o rico e o mendigo Lázaro; o fariseu e o coletor de impostos orando no templo; o filho pródigo e seu irmão mais velho; o malfeitor que pediu a Jesus que se lembrasse dele e aquele que escarneceu de Jesus.

OUTRAS CARACTERÍSTICAS SEM PARALELO

Entre outras características sem paralelo do Evangelho de Lucas, é preciso mencionar o relato bem aprimorado e contrabalançado que ele nos dá. Mateus acentuou a pregação de Jesus; Marcos, as atividades de Jesus; João, os discursos íntimos de Jesus; mas Lucas se esforça em fazer um relato verdadeiramente representativo, sendo esta, sem dúvida, a razão de ser também o mais longo dos quatro. Notamos, pois, que ele relata somente um dos milagres de Jesus, o de alimentar as multidões, apenas parte do Sermão do Monte e só parte da denúncia que Jesus fez dos escribas e fariseus.

Isto permitiu que houvesse lugar para relatar, em adição a todas as coisas acima mencionadas, a primeira pescaria que os discípulos fizeram às instâncias de Jesus, após o que abandonaram tudo para seguir a Jesus; as ilustrações do servo mau, das minas e uma que fez ressaltar o ponto de que, quanto maior o perdão, tanto maior o amor; também o envio dos setenta evangelistas; a referência ao pacto do Reino; os últimos ministérios de Jesus na Judéia e na Peréia; a profecia de Jesus de que Jerusalém seria cercada de estacas pontiagudas e o relato sobre os dois discípulos a caminho de Emaús, a quem Jesus encontrou na manhã de sua ressurreição.

Em harmonia com o seu tema, de confortar os oprimidos, notamos que Lucas, por um lado, faz menos referências a doenças e enfermidades do que Mateus e Marcos, e, por outro lado, ele menciona as curas e restabelecimentos com muito mais freqüência do que esses dois. Típico dele é o fato de ser o único a contar, que Jesus curou a orelha do escravo do sumo sacerdote, que Pedro cortou, embora os outros três contem que Pedro cortou a orelha e que Jesus o repreendeu. Da mesma forma, Lucas faz mais referências à alegria e ao contentamento do que Mateus e Marcos.

Resta ainda uma característica distintiva do Evangelho de Lucas que merece ser mencionada, esta é a significância dada ao assunto da oração. Lucas fala da multidão que orava quando Zacarias se achava no templo, de João Batista ter sido dado como resposta às orações pedindo um filho, e de Ana, a profetisa, orar dia e noite. Ele é o único que conta que Jesus orou na ocasião do seu batismo, que Jesus passou a noite toda orando antes de escolher os doze apóstolos e que orou quando estava sendo transfigurado. É também, sem paralelo o registro de Lucas da admoestação de Jesus quanto a perseverar na oração, assim como fez certa viúva que tinha sofrido injustiça. Só Lucas conta que os discípulos pediram a Jesus que lhes ensinasse a orar, que Deus enviou um anjo para fortalecer a Jesus, atendendo as suas orações, enquanto se achava em Getsêmani, que o malfeitor ao seu lado lhe fez petição (em forma de oração) e a oração final de Jesus: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” — Luc. 23:46, ARA.

Provavelmente, muitos se tenham perguntado por que fez Deus que se escrevessem quatro relatos do Evangelho. Mas, do precedente, podemos ver quão individualístico é o Evangelho de Lucas. Em resultado disso, a nossa fé é fortalecida de que são realmente relatos separados e distintos da vida de Jesus Cristo.

Se qualquer cristão dedicado pensar algumas vezes que a sua personalidade está sendo destruída, porque se exige dele que siga instruções e faça o que os outros estão fazendo, reflita ele sobre o fato de Lucas ter a mesma designação que Mateus, Marcos e João, e, ainda assim, dentro do alcance dos fatos da vida de Jesus, que relato distinto nos deu ele! Não precisou desviar-se da vida de Jesus, tampouco inventar coisas para torná-lo distinto.

O tema que Lucas escolheu, a importância que deu à misericórdia, à compaixão, ao sentimento para com o próximo ou empatia, fazem ressaltar forçosamente a necessidade de imitarmos o nosso Mestre em manifestar essas mesmas qualidades. Se Jesus, o perfeito Filho de Deus, que obrou maravilhas, pôde manifestar tal interesse amoroso, certamente estamos obrigados a demonstrar ainda mais, visto que nós próprios somos falhos e necessitamos de misericórdia e compaixão. Deveras, ‘a Palavra de Deus é uma lâmpada para os nossos pés, e luz para o nosso caminho’. — Sal. 119:105.

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