Vencer o mal com o bem nos tempos modernos
1, 2. (a) Que espécies de mal sofreram as testemunhas de Jeová neste século? (b) Afastaram-nas estas coisas de fazerem a sua obra? (c) Por que recorreram as testemunhas de Jeová aos tribunais? (d) Que palavras de Jesus as consolaram?
AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ dos dias atuais têm a obrigação de divulgar as boas novas do reino de Deus e viver segundo a Palavra e a lei de Deus. Por causa da sua sincera adoração a Jeová Deus, foram muitas vezes sujeitas a forte perseguição. Algumas foram mortas por causa de sua fé. Outras foram obrigadas a suportar muitos vitupérios e sofrer injustiças. Mentiu-se a seu respeito e negaram-se-lhes seus direitos legítimos. Os filhos delas foram expulsos das escolas. Destruíram-se-lhes os lares e propriedades. Impuseram-se-lhes à força transfusões de sangue ilegais. Algumas tiveram seu negócio arruinado ou perderam seu emprego secular por causa da sua fé. Sua história destacada é que sofreram o mal. Mas, durante tudo isso, a sociedade do Novo Mundo das testemunhas de Jeová não perdeu de vista a sua comissão de pregar as boas novas do Reino. Os cristãos têm o direito de se defender juridicamente em tempos de perseguição, e as testemunhas de Jeová não pouparam despesas para defender e estabelecer legalmente as boas novas. — Fil. 1:7.
2 As testemunhas de Jeová são gratas pelo bom conselho e a boa instrução da Palavra de Deus, que as têm ajudado a evitar terem o espírito de vingança, de modo que não recorreram aos tribunais do respectivo país com o objetivo de se vingarem, mas lembraram-se das palavras de Jesus em Mateus 10:18-28: “Ora, sereis arrastados perante governadores e reis, por minha causa, em testemunho para eles e para as nações. No entanto, quando vos entregarem, não fiqueis ansiosos quanto a como ou o que haveis de falar; porque naquela hora vos será dado o que haveis de falar; pois, quem fala não sois apenas vós, mas é o espírito de vosso Pai, que fala por meio de vós. Além disso, irmão entregará irmão à morte, e o pai ao seu filho, e os filhos se levantarão contra os pais e os farão matar. E vós sereis pessoas odiadas por todos, por causa do meu nome; mas aquele que tiver perseverado até o fim é o que será salvo. Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; pois, deveras, eu vos digo: De modo algum completareis o circuito das cidades de Israel antes de chegar o Filho do homem. O discípulo não está acima do seu instrutor, nem o escravo acima do seu amo. Basta que o discípulo se torne como o seu instrutor e o escravo como o seu amo. Se chamaram de Belzebu ao dono da casa, quanto mais chamarão assim aos de sua família! Portanto, não os temais; pois não há nada encoberto que não venha a ser descoberto e não há nada secreto que não venha a ser conhecido. O que eu vos digo na escuridão, dizei na luz; e o que ouvis sussurrado, pregai dos altos das casas. E não fiqueis temerosos dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma; antes, temei aquele que pode destruir na Geena tanto a alma como o corpo.” Comparecem perante governantes e tribunais para dar testemunho, assim como o próprio Jesus fez.
3. Dê um exemplo mostrando por que é prático não atacar os perseguidores.
3 Ao passo que os cristãos confiam inteiramente em Jeová Deus e não temem os que matam o corpo, sua mentalidade nunca fica tão carnal ao ponto de organizar ataques contra os seus perseguidores. Um dos destacados perseguidores dos primitivos cristãos foi Saulo, o fariseu, da tribo de Benjamim. Embora os cristãos soubessem que Saulo era inimigo e perseguidor, nunca procuraram matá-lo. Se os cristãos tivessem atacado o perseguidor Saulo e o matado em retaliação, deveras teria sido um mal. Enquanto alguém estiver vivo, embora seja perseguidor, o cristão pode viver na esperança de que o perseguidor, algum dia, chegue a conhecer os fatos a respeito daqueles que persegue, e, se tiver coração bom, talvez venha a ser semelhante a Saulo, o qual, vendo a luz, adotou a adoração pura como cristão. Podemos sempre esperar que haja muitos mais semelhantes a ele, que talvez mudem e adorem o verdadeiro Deus, Jeová. — Atos, cap. 9.
4. Qual é o conceito correto dos servos de Deus para com os malfeitores?
4 Quanto aos que não têm a espécie de coração sincero que Saulo teve, e que realmente são homens iníquos, malfeitores incorrigíveis, mesmo no caso de tais homens é importante que o cristão mantenha a posição certa na fé, esperando em Jeová, que diz: “Não te acalores por causa dos malfeitores. Não invejes os que fazem injustiça. Pois murcharão rapidamente como a erva e desvanecer-se-ão como a nova relva verde. Larga a ira e abandona o furor; não te acalores apenas para fazer o mal. Pois os próprios malfeitores serão decepados, mas os que esperam em Jeová são os que possuirão a terra.” (Sal. 37:1, 2, 8, 9) Não há dúvida de que Jeová tomará ação. Jeová conhece o que há no coração de todos os homens e ele lidará com os malfeitores ao seu próprio modo bom. Podemos ter a certeza disso. Jesus nos encoraja a pensar assim: “Certamente, então, não causará Deus que se faça justiça aos seus escolhidos que clamam a ele dia e noite, embora seja longânime para com eles, Eu vos digo: Ele causará que se lhes faça velozmente justiça. Não obstante, quando chegar o Filho do homem, achará realmente fé na terra?” — Luc. 18:7, 8.
VANTAGENS DO AUTODOMÍNIO
5. Por que é desejável o autodomínio?
5 É notável como Jeová tem sido longânime com os malfeitores, e isso é um exemplo para nós, suas criaturas na terra. Jeová conhece a estrutura do homem, que ele é fraco e imperfeito, mas julga a cada um segundo o que este tem no coração. Se Jeová pode ser longânime para com homens imperfeitos, então se trata também de algo que nós precisamos tentar aprender. Faz parte dos frutos do espírito, que acompanham o autodomínio. Há uma decidida vantagem em aprendermos a suportar as ofensas de outros e a ter autodomínio. Mesmo os cristãos são homens imperfeitos e têm a possibilidade de cometer uma ofensa contra outro. Um pequeno exame de si mesmo pode ilustrar o ponto em questão. Existe alguém que pode dizer que nunca perdeu a calma com alguém de sua própria família? Lembra-se de uma ocasião em que perdeu a calma? Pense nela e pergunte-se: Resultou em algum bem? Houve proveito de eu perder o controle de mim mesmo? Houve gritaria ou discussão? Tive um conceito maduro sobre o que aconteceu?
6. Como se deve tratar da disciplina de crianças mal comportadas?
6 De fato, faz realmente mal à saúde perder a calma. Além de a pessoa prejudicar a si mesma e a sua própria saúde, quando os pais costumam perder a calma com os de sua família, pode resultar em que os filhos se tornem muito nervosos, talvez introvertidos ou até mesmo seriamente doentes. Isto não quer dizer que os pais devam sempre desculpar seus filhos quando cometem qualquer ofensa. Isto seria contrário às Escrituras. A disciplina é às vezes necessária e é biblicamente correto usá-la. No entanto, os pais sábios serão calmos ao disciplinarem seus filhos. Alguns dos que perderam a calma feriram seus filhos e até mesmo mataram os filhos ao aplicarem a disciplina. Mas a criança não disciplinada será um fracasso em toda a sua vida e um desapontamento para seus pais, ao se tornar mais velha; por isso, a disciplina é valiosa, e às vezes é necessário dar umas palmadas em crianças pequenas. Tomemos em consideração o conselho das Escrituras: “E vós, pais, não estejais irritando os vossos filhos, mas prossegui em criá-los na disciplina e no conselho de autoridade de Jeová.” “Sejam tirados dentre vós toda a amargura maldosa, e ira, e furor, e brado, e linguagem ultrajante, junto com toda a maldade. Mas, tornai-vos benignos uns para com os outros, ternamente compassivos, perdoando-vos liberalmente uns aos outros, assim como também Deus vos perdoou liberalmente por Cristo.” — Efé. 6:4; 4:31, 32.
7. Qual é a maneira correta de se considerarem as ofensas de outros na congregação?
7 O que Paulo disse em Efésios 4:31, 32 é também aplicável à congregação. Ao nos aproximarmos do fim deste sistema mau de coisas, precisamos aprender a ficar muito achegados uns aos outros na congregação, a nos amarmos uns aos outros e a nos alegrarmos de vermos os outros. O Diabo está irado e sabe que seu tempo é curto, por isso causa muitas dificuldades aos do povo de Deus, mas a congregação é lugar onde se encontram amor e consolo, e onde se é edificado para enfrentar as provas e os problemas do dia seguinte. Pedro o expressa do seguinte modo: “Mas tem-se aproximado o fim de todas as coisas. Sede ajuizados, portanto, e sede vigilantes, visando as orações. Acima de tudo, tende intenso amor uns pelos outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados.” (1 Ped. 4:7, 8) Pedro, de modo muito maduro, tomou em consideração o fato de que haverá alguns pecados ou ofensas, mas é nisso que entra o amor cristão. Alguns cometem erros, outros têm falta de consideração, mas, ao passo que crescemos à madureza e temos o espírito de Jeová, certamente também aprendemos a perdoar-nos uns aos outros. O ofensor ou transgressor pode ser o recipiente imediato de todos os benefícios de tal perdão, mas daí ele é também refletido sobre nós. Se retribuirmos mal por mal ou igual por igual, em vez de perdoarmos, poderemos tornar-nos ofensores perante o nosso Pai celestial. Por isso Jesus aconselhou: “Pois, se perdoardes aos homens as suas falhas, também o vosso Pai celestial vos perdoará; ao passo que, se não perdoardes aos homens as suas falhas, tampouco o vosso Pai vos perdoará as vossas falhas.” — Mat. 6:14, 15.
8. Qual é o modo correto de se solucionar um problema com um irmão ou uma irmã?
8 Mesmo quando se trata de uma ofensa séria, quando alguém na congregação fez alguma coisa que outro pode considerar extremamente ofensiva ou má, Jesus forneceu a fórmula para se resolverem estes problemas, dizendo: “Outrossim, se o teu irmão cometer um pecado, vai expor a falta dele entre ti e ele só. Se te escutar, ganhaste o teu irmão. Mas, se não te escutar, toma contigo mais um ou dois, para que, pela boca de duas ou três testemunhas, todo assunto seja estabelecido. Se não os escutar, fala à congregação.” (Mat. 18:15-17) Este é um conselho muito bom tanto para a família cristã como para a congregação. Tanto na congregação, como na família, conversar sobre a dificuldade é a melhor maneira de se vencer a ofensa. A revanche ou retribuir prejuízo com prejuízo pode romper a unidade da congregação e pode também dissolver a família. Portanto, quando se comete uma ofensa, se não puder ser perdoada (o que significa esquecer-se dela), então é melhor falar sobre ela e resolver a questão, e não permitir que tire a alegria, que deve haver em cada família dedicada e em cada congregação. Pode-se orar a Jeová pedindo coragem e força para se seguir tal conselho; daí, nesta base, passe a resolver o problema e o resultado final será bom.
SUPERINTENDENTES
9. Mesmo que o superintendente venha a ficar sob muita pressão, relacionada com seu trabalho, que conselho se lhe dá para lidar com os seus problemas?
9 Ocasionalmente, os superintendentes nas congregações têm de lidar com alguém que erra na doutrina. Há os que de modo muito tolo ou ignorante questionam a verdade ou discordam da Bíblia, e que causam verdadeiros problemas na congregação. Mas aqui, novamente, a orientação de Jeová é exercer autodomínio e tratar do assunto com calma. Não há necessidade de se causar uma luta. Esta de nada adiantaria. Paulo aconselhou a Timóteo, sob a inspiração do espírito de Deus: “Outrossim, recusa questões tolas e ignorantes, sabendo que produzem lutas. Mas o escravo do Senhor não precisa lutar, porém, precisa ser meigo para com todos, qualificado para ensinar, restringindo-se sob o mal, instruindo com brandura os que não estiverem favoravelmente dispostos, visto que talvez Deus lhes dê arrependimento conduzindo a um conhecimento exato da verdade e eles voltem ao seu próprio juízo, saindo do laço do Diabo, visto que foram apanhados vivos por ele para a vontade deste.” (2 Tim. 2:23-26) Ao seguir tal conselho, o superintendente mostra sua madureza cristã.
10. De que modo é Paulo um exemplo em lidar com os que causam dano?
10 Mesmo no caso dos que talvez vão ao ponto de perder a sua fé e procurar causar dano é necessário refrear-se e ser brando. O apóstolo Paulo teve experiência com tais pessoas, e a evidência mostra que tratou do assunto com calma, conforme diz em 1 Timóteo 1:19, 20 e 2 Timóteo 4:14: “Mantendo a fé e uma boa consciência, a qual alguns repeliram, sofrendo naufrágio no que se refere à sua fé. Himeneu e Alexandre pertencem a tais, e eu os entreguei a Satanás, para que sejam ensinados pela disciplina a não blasfemarem.” “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos danos — Jeová lhe pagará de volta segundo as suas ações.” De modo que Paulo se desincumbiu corretamente dos seus deveres como superintendente, sem pessoalmente prejudicar o malfeitor.
11. Quando o superintendente não recebe apoio naquilo que faz, como deve agir para com os irmãos?
11 Às vezes, o superintendente não recebe dos outros na congregação o apoio que se poderia esperar. Isto pode impor uma prova bastante forte ao seu autodomínio e espírito de longanimidade. Paulo é novamente exemplo neste respeito. Quando Paulo sofreu o mal da perseguição, outros dedicados deixaram de dar-lhe ajuda ou apoio. Desejou-lhes mal, em vista disso? De modo algum, mas ele demonstrou novamente madureza cristã e obteve seu consolo e sua ajuda de fonte celestial. Ele diz a respeito desta experiência: “Na minha primeira defesa, ninguém se pôs do meu lado, mas todos passaram a abandonar-me — não lhes seja isso posto na conta — mas o Senhor estava perto de mim e me infundiu poder, para que, por meu intermédio, se efetuasse plenamente a pregação e todas as nações a ouvissem; e fui livrado da boca do leão.” (2 Tim. 4:16, 17) Mostrou ter o espírito de perdão e não quis que esta coisa lhes fosse tomada em conta perante Jeová.
12. Que espírito deve o superintendente continuar a cultivar na congregação?
12 O superintendente não só precisa ter este espírito de reflexão calma, madura, e de não revidar, mas ele precisa também mostrar aos outros na congregação como se podem comportar assim. A cooperação da congregação em todas as coisas espirituais é muito apreciada pelo superintendente. Paulo, como superintendente, estimulou o espírito correto, dizendo: “Solicitamo-vos agora, irmãos, que tenhais consideração para com os que trabalham arduamente entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e que vos admoestam; e que lhes deis mais do que extraordinária consideração em amor, por causa do seu trabalho. Sede pacíficos uns com os outros. Por outro lado, exortamo-vos, irmãos: admoestai os desordeiros, falai consoladoramente às almas deprimidas, amparai os fracos, sede longânimes para com todos. Vede que ninguém pague a outro dano por dano, mas, empenhai-vos sempre pelo que é bom de uns para com os outros e para com todos os demais.” — 1 Tes. 5:12-15.
13. De que maneira são os frutos do espírito benéficos para todos na congregação?
13 Se os superintendentes e todos na congregação mostrarem ter os frutos do espírito, a congregação será forte, unida e terá paz. Note o que Paulo diz são os frutos do espírito: “Por outro lado, os frutos do espírito são amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura, autodomínio. Contra tais coisas não há lei. Além disso, os que pertencem a Cristo Jesus penduraram na estaca a carne com as suas paixões e desejos. Se estamos vivendo por espírito, continuemos também a andar ordeiramente por espírito.” (Gál. 5:22-25) Todas estas coisas são para o bem do cristão e beneficiam os em volta dele. Uma congregação ordeira é uma bênção para todos.
14. (a) Em que são prejudiciais para os outros as obras da carne? (b) Como se trata de tais práticas quando são descobertas entre os na congregação?
14 Em contraste com isso, cada uma das obras da carne resulta em prejuízo para a própria pessoa e para outros, e deve ser evitada. “Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são fornicação, impureza, conduta desenfreada, idolatria, prática de espiritismo, inimizades, rixa, ciúme, acessos de ira, contendas, divisões, seitas, invejas, bebedeiras, festanças e coisas semelhantes a estas. Quanto a tais coisas, aviso-vos de antemão, do mesmo modo como já vos avisei de antemão, de que os que praticam tais coisas não herdarão o reino de Deus.” (Gál. 5:19-21) Introduzir alguém quaisquer destas coisas más nas fileiras da congregação seria uma ofensa não só contra a congregação, mas também contra Jeová. A congregação teria então de tomar medidas para aplicar disciplina, não num espírito de vingança ou de retribuir mal por mal, mas, antes, para executar o juízo de Deus e preservar a justiça e a pureza da congregação. E, de fato, quando se tem autodomínio, não se praticam tais coisas.
O CONCEITO CORRETO
15. Como precisam os cristãos considerar seus perseguidores e a perseguição?
15 Talvez pareça muito difícil aprender este autodomínio a respeito do qual as Escrituras nos falam, mas pode ser alcançado e tem sido alcançado pelos servos de Deus, por muitos séculos. (Tia. 5:10, 11) Nenhum de nós gosta de ver alguém praticar o mal de qualquer espécie. De certo modo, temos pena da multidão de pessoas que praticam o mal, em todo o mundo, nestes “últimos dias”. São realmente de lastimar. Sem dúvida, muitos dos que ultrajam os do povo de Deus e lhes fazem mal fazem isso por causa de informação errônea. Alguns deles receberam péssima instrução e treinamento muito errado. Outros seguem apenas as inclinações da carne, sem mesmo pensarem se estão fazendo algo de bom ou de mau, o certo ou o errado. Jesus disse a respeito dos perseguidores: “Os homens vos expulsarão da sinagoga. De fato, vem a hora em que todo aquele que vos matar imaginará que tem prestado um serviço sagrado a Deus. Mas, farão estas coisas porque não vieram a conhecer nem o Pai nem a mim.” (João 16:2, 3) Por meio disso podemos ver como Jesus considerava os perseguidores. Faltava-lhes conhecimento do Pai e de Cristo, e era à base disso que se tornavam assassinos. Em tais situações, é sempre sábio que o cristão ore a Jeová e peça ajuda e orientação, e que o espírito de Deus o acompanhe. Isto é o que os primitivos cristãos fizeram quando foram perseguidos. (Atos 4:24-31) E, visto que entendiam as questões envolvidas, puderam suportar o mal e ainda assim se regozijar, sem se deixarem desviar de sua comissão. Os perseguidores “mandaram chamar os apóstolos, chibatearam-nos e ordenaram-lhes que parassem de falar à base do nome de Jesus, e soltaram-nos. Estes, portanto, retiraram-se do Sinédrio, alegrando-se porque tinham sido considerados dignos de serem desonrados a favor do nome dele. E cada dia, no templo e de casa em casa, continuavam sem cessar a ensinar e a declarar as boas novas a respeito do Cristo, Jesus.” — Atos 5:40-42.
16. Explique o uso de linguagem correta quando em dificuldades.
16 Revidar de algum modo ou usar de linguagem ultrajante pode complicar o problema da pessoa e às vezes causar-lhe dano. Por isso é bom lembrar-se do conselho em Provérbios 15:1: “Uma resposta, quando branda, faz recuar o furor, mas a palavra que causa dor faz subir a ira.” Isto é verdade quer se lide com perseguição, quer com problemas na família ou na congregação. Rixas não beneficiam a ninguém; às vezes, famílias inteiras foram eliminadas por causa de rixas, lutas e do espírito de retaliação. Outros se deixaram vencer pelo espírito de não se quererem falar. Mas, a falta de comunicação resulta também em desunião na família e na congregação. Lembra-se do que aconteceu na Torre de Babel? Assim que o povo não se pôde mais comunicar, parou tudo o que estavam procurando fazer. De modo que podemos aprender disso. É proveitoso manter comunicação quando procuramos fazer alguma coisa juntos e tratar um ao outro no espírito de brandura. — Gên. 11:7, 8; Mal. 3:16.
17, 18. Que efeito podem ter a verdade e a paciência cristã sobre os nossos inimigos?
17 Que a Palavra e o espírito de Deus sejam nosso guia. Ao passarmos pela vida, precisamos lembrar-nos de que a verdade pode transformar os perseguidores em adoradores de Deus, os criminosos podem tornar-se acatadores da lei, os briguentos podem tornar-se pacíficos, mas primeiro é necessário que a verdade lhes penetre na mente e no coração. Esteja sempre pronto para fazer o bem a todos. Isto pode resultar em muitas bênçãos, em harmonia com Provérbios 25:21, 22. O Anuário das Testemunhas de Jeová de 1967 (em inglês) apresentou a seguinte boa ilustração:
“As testemunhas de Jeová, por mostrarem hospitalidade, têm às vezes a oportunidade de ajudar pessoas a obter conhecimento da verdade. (Heb. 13:2) O seguinte exemplo é prova disso: Uma irmã, voltando para casa depois de dirigir um estudo bíblico domiciliar, encontrou-se com a mãe de uma jovem senhora com quem realizava um estudo. Vendo que esta senhora estava pálida e que tremia, e pensando que estivesse doente, a irmã a convidou a entrar na sua casa e mostrou-lhe toda a bondade possível, embora esta senhora estivesse oposta à verdade.
“De repente, esta senhora irrompeu em pranto e disse à irmã: ‘Por que me trata assim? . . . Se a senhora soubesse . . .’ A irmã respondeu que, como uma das testemunhas de Jeová, estava querendo mostrar amor ao próximo, e, pensando que ela estivesse doente, estava procurando ser-lhe de ajuda. Esta senhora clamou então: ‘Não estou doente. Vim aqui para matá-la, porque a senhora me roubou o amor de minha filha, que prefere a Deus.’ A irmã explicou a esta senhora que a Bíblia exorta os filhos a honrarem seus pais, e, em vez de separar mãe e filha, a Bíblia as torna mais achegadas. Depois de um pouco de reflexão, a senhora respondeu: ‘A senhora me priva da presença da minha filha durante uma tarde, cada semana, pois vai visitá-la.’ A irmã sugeriu então que esta senhora assistisse ao estudo, marcou o encontro para a semana seguinte e depois a levou para casa.
“No início, a irmã teve algumas dificuldades, mas ela obteve resultados. Esta senhora é agora Testemunha, e o mesmo se dá com o seu marido. Sendo idosa, esta irmã não se pode locomover com a facilidade que queria, mas oferece os seus préstimos por cuidar dos filhos de sua filha, tornando assim possível que sua filha amiúde possa empenhar-se no serviço de pioneira de férias. E ainda mais, seu amor à verdade a habilitou a ajudar uma vizinha sua, que também se tornou publicadora do Reino.”
18 Se a irmã tivesse deixado de fazer o bem, embora a senhora, no caso, estivesse oposta à verdade, ela não teria estado em harmonia com o conselho de Jesus em Mateus, capítulo 5. Mas, por não retribuir o mal, mas sim mostrar amor até mesmo a uma inimiga, ela foi abençoada com bons resultados. Há boas razões por que Jeová quer que provemos que somos seus filhos por amarmos os nossos inimigos.
19. Como demonstramos que não fomos vencidos pelo mal destes últimos dias?
19 Embora os cristãos se achem cercados de todas as espécies do mal, nestes dias finais da regência de Satanás sobre este sistema de coisas, continuemos a vencer o mal com o bem. Não deixemos que o mal nos desvie de fazermos a obra benevolente que foi designada a nós, cristãos, a de falar a respeito das boas novas do reino de Deus. Pense nas palavras de Paulo: “Não te deixes vencer pelo mal, porém, persiste em vencer o mal com o bem.” De acordo com isso, a única maneira em que alguém seria vencido pelo mal é se ele se deixar vencer assim. Portanto, trata-se de algo que podemos controlar com a ajuda de Jeová, e devemos continuar a orar pedindo a sua ajuda. Não retribua a ninguém mal por mal. — Rom. 12:17-21.