Perguntas dos Leitores
● Qual é a aplicação da profecia de Isaías 21:11, 12, que reza: “A pronúncia contra Dumá: Há um chamando-me desde Seir: ‘Vigia, como está a noite? Vigia, como está a noite?’ O vigia disse: ‘A manhã tem de vir, e também a noite. Se quiserdes indagar, indagai. Chegai outra vez!’”? — NM ed. ingl.
A profecia evidentemente é uma pronúncia contra Edom. A palavra “Dumá” não parece referir-se a cidades ou localidades com o nome de Dumá. Dificilmente poderia referir-se à Dumá ismaelita (chamada segundo um filho de Ismael [Gên. 25:14]), a meio caminho entre a Palestina e o sul de Babilônia, nem à Dumá judéia, situada na região montanhosa isolada. (Jos. 15:52) A referência a Seir, logo a seguir, também indica que a profecia foi dirigida contra aquela terra. Seir foi primeiro ocupado pelos horeus, mas os filhos de Esaú os desalojaram, e ambos os nomes, Edom e Seir, passaram a ser usados para se referir àquele país. — Gên. 14:6; Deu. 2:12.
Tanto Isaías como Jeremias profetizaram a completa desolação de Edom (Seir), inimigo de Jeová e de seu povo. (Isa. 34:5, 9-15; Jer. 49:7-22) “Dumá” significa “silêncio”, e é assim traduzida nos Salmos 94:17; 115:17. A palavra “Dumá” usada com referência a Edom indicaria que Edom se tornaria silenciosa, como no silêncio da morte, da não-existência.
A profecia mostra, como que de modo visionário ou simbólico, que alguém de Edom está preocupado com a sorte de Edom. A indagação: “Vigia, como está a noite?” é como que feita por alguém que esperançosamente espera o fim duma longa noite de doença e tribulação e que clama para o vigia na muralha: ‘A que horas estamos da noite?’ ‘Quanto dela já passou?’ ‘Quando virá a manhã?’ A profecia parece referir-se primeiro à noite de julgamento que Edom sofreu sob a Potência Mundial Assíria. A resposta do vigia: “A manhã tem de vir, e também a noite”, parece indicar que haveria um clarão como que da aurora, mas que logo cairia outra vez depressa a noite, assim como se deu quando caiu o Império Assírio, sucedido pelo Império Babilônico, que executou julgamento severo em Edom, conforme predito por Jeremias. (Jer. 25:17, 21; 27:2-8) Daí veio o domínio persa, o grego e o romano, mantendo Edom em sujeição.
Nos tempos romanos, houve um clarão bastante forte, como da “manhã”, durante o governo dos Herodes, que eram edomitas, mas ele também desapareceu e sobreveio a noite; e o desaparecimento dos Herodes é geralmente entendido como assinalando o fim dos edomitas. Edom tornou-se “Dumá”, lugar silencioso, cujo povo desapareceu da história das nações.
Alguns comentadores acham que as palavras do vigia: “Se quiserdes indagar, indagai. Chegai outra vez!” significam que o profeta não podia ver o fim das noites de Edom, mas que o interrogador podia perguntar mais tarde, caso se revelasse mais sobre o destino exato de Edom. Outros acham que significa que os edomitas, a fim de obterem uma resposta favorável de Deus, teriam de voltar arrependidos, desviando-se de sua iniqüidade e de sua oposição a Jeová e o povo deste. Teriam de desviar-se de seus caminhos iníquos e seguir os mandamentos de Deus, assim como se exigiu depois de Israel, antes de Jeová retornar um restante de arrependidos do exílio em Babilônia a Jerusalém. (Isa. 55:7) De outro modo, não se via fim das noites de Edom e do derradeiro silêncio como de morte.