Perguntas dos Leitores
● Qual é a definição de “cristandade” conforme usada nas publicações da Torre de Vigia?
Nas publicações da Sociedade, o termo “cristandade” é mais vezes usado no sentido mais restrito em que a palavra é definida em alguns dicionários: “cristianismo”; na realidade, o professo cristianismo, em contraste com o verdadeiro cristianismo da Bíblia. Isto enfoca primariamente os aspectos religiosos. No entanto, às vezes, a palavra é usada nas nossas publicações no seu sentido mais amplo: “a parte do mundo em que prevalece o cristianismo”.
O uso pretendido da palavra, quer no seu sentido religioso mais restrito, quer no sentido territorial, amplo, torna-se evidente pelo contexto. Por exemplo, quando a referência à cristandade é como fazendo parte do império mundial da religião falsa (“Babilônia, a Grande”) e ao fato de que este império da religião falsa será destruído primeiro na “grande tribulação”, tornar-se-á evidente ao leitor que se pretende o sentido mais restrito da palavra. É assim porque os aspectos políticos e comerciais do domínio da cristandade não desaparecerão ao mesmo tempo que o religioso. — Rev. cap. 17; Mat. 24:21.
● No apêndice da edição de 1967 da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Hebraicas (páginas 1421 e 1422) declara-se que a expressão hebraica ha-Adon é limitada a Jeová Deus. Então, por que mostra a nota ao pé da página sobre Romanos 10:9 (na edição de 1971, em inglês) que esta expressão não se refere ali a Jeová?
A nota ao pé da página sobre Romanos 10:9 apenas admite que alguns tradutores, vertendo as Escrituras Gregas para a língua hebraica, usaram esta expressão ha-Adon (significando literalmente “o Senhor”) para traduzir a palavra grega Kyrios (que significa “Senhor”).
A palavra “Senhor”, neste texto, refere-se obviamente a Jesus, porque o texto diz: “Pois, se declarares publicamente essa ‘palavra na tua própria boca’, que Jesus é Senhor [Kyrios], e no teu coração exerceres fé, que Deus o levantou dentre os mortos, serás salvo.” Traduzir a palavra grega Kyrios para o hebraico como ha-Adon é apenas a opinião de certos tradutores, porque no texto grego não ocorre o artigo definido junto com “Senhor”, neste versículo.
A palavra “senhor” é um termo aplicado nas Escrituras a Jeová, a Jesus, a anjos, a homens e até mesmo a deidades falsas. O sentido básico dela é “amo” ou “dono”. É também um título de respeito. No apêndice, os tradutores da Tradução do Novo Mundo fizeram a observação de que, cada vez que ha-Adon ocorre nas Escrituras Hebraicas, refere-se a Jeová. Isto é um fato, e é apropriado, visto que o artigo definido (ha) destaca exclusivamente a ele como “Senhor” no sentido mais elevado.
Jesus é também chamado corretamente pelos cristãos de seu Senhor, visto que é seu “Amo” e “Dono”. Ele os comprou por meio de seu sangue sacrificial e é a cabeça da congregação cristã. (João 13:13, 16; Col. 3:24; Judas 4; Rev. 5:9, 10) Paulo reconhece que, embora haja muitos “deuses” e muitos “senhores”, “para nós há realmente um só Deus, o Pai, . . . e há um só Senhor, Jesus Cristo”. (1 Cor. 8:5, 6) Mas Jesus recebeu de seu Pai autoridade de Senhor. (Mat. 28:18; João 3:35; 5:19, 30) Jesus tem grande autoridade, glória e poder, mas é para que “toda língua reconheça abertamente que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus, o Pai”. (Fil. 2:9-11) Ao Pai cabe todo o mérito por aquilo que fez e pelo que fará por meio de seu Filho unigênito. Ao fim do seu reinado milenar, Jesus ‘entregará o reino ao seu Deus e Pai’, e, por sua vez, “se sujeitará Àquele que lhe sujeitou todas as coisas, para que Deus seja todas as coisas para com todos”. — 1 Cor. 15:24-28.
Assim, quando se tem isso em mente, pode-se ver que, embora certas traduções hebraicas das Escrituras Gregas usem a expressão ha-Adon em Romanos 10:9, não devemos concluir disso que o “Senhor”, aqui, seja Jeová, constituindo Jesus e Deus em um só Senhor, conforme alegam os trinitaristas. Não obstante, nas Escrituras Hebraicas, onde quer que essa expressão ocorra, ela se refere a Jeová.