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  • Minha decisão de prosseguir rumo à madureza

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  • Minha decisão de prosseguir rumo à madureza
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1995
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  • Abracei o serviço de pioneiro
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1995
w95 1/4 pp. 21-25

Minha decisão de prosseguir rumo à madureza

CONFORME NARRADO POR CARL DOCHOW

“Prosseguir à Madureza ou Recair no Pecado, Qual?” foi o título de um artigo de A Sentinela de setembro e de outubro de 1948. Esse artigo me arrancou do perigo espiritual a que estava exposto numa fazenda dos Estados Unidos e lançou-me na carreira de missionário, que já dura mais de 43 anos, na América do Sul.

NASCI em 31 de março de 1914, em casa, uma cabana feita de toras, em Vergas, Minnesota, EUA, sendo o terceiro de quatro filhos homens. Os anos iniciais de minha vida foram muito agradáveis. Lembro-me de ir pescar com meu pai. Minha mãe, porém, era doentia, e eu tive de sair da escola na quinta série para ajudá-la nas tarefas de casa. Quando eu tinha 13 anos, foi diagnosticado que ela tinha câncer pulmonar.

Minha mãe sabia que não ia viver muito tempo, assim ela começou a me preparar para fazer o trabalho dela em casa. Ela se sentava na cozinha e me dava instruções sobre como cozinhar, fazer pão, bolos e biscoitos. Além disso, ensinou-me a lavar roupa, cuidar da horta e de umas cem galinhas. Também me incentivou a ler um capítulo da Bíblia todo dia, o que eu fazia apesar de minha leitura limitada. Ela morreu em 27 de janeiro de 1928, depois de me treinar por dez meses.

A guerra muda nossa vida

Após o início da Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939, faziam-se orações em favor das tropas todo domingo na igreja luterana que freqüentávamos. Meu irmão mais velho, Frank, estava determinado a não matar, de modo que se recusou a servir nas forças armadas e foi preso. No julgamento, declarou: “Prefiro que atirem em mim a matar pessoas inocentes!” Ele foi sentenciado a um ano de prisão na ilha McNeil, ao largo da costa do Estado de Washington.

Ali, Frank encontrou mais de 300 Testemunhas de Jeová, presas por serem estritamente neutras durante a guerra. (Isaías 2:4; João 17:16) Logo começou a associar-se com elas e foi batizado lá mesmo na prisão. A sentença dele foi reduzida para nove meses devido a bom comportamento. Em novembro de 1942, fomos notificados de que Frank estava em liberdade, e logo ele estava falando para nós sobre as boas novas do Reino de Deus. Após avaliar essa mensagem com cuidado, verificando os textos na Bíblia, todos nós chegamos à conclusão de que o que Frank nos ensinava era a verdade.

Obstáculo ao progresso espiritual

Em 1944, fui morar com meu tio em Malta, Montana. Tínhamos algo em comum: nós dois havíamos sido abandonados pela esposa após seis meses de casados. Ele ficou feliz de me ter lá para ajudá-lo a cuidar da fazenda e a cozinhar. Dividíamos os lucros meio a meio. Meu tio disse que, se eu ficasse com ele, seria o herdeiro da propriedade de 260 hectares. Estávamos nos anos do surto de prosperidade na agricultura, e eu gostava muito de trabalhar nesta atividade. Todos os anos tínhamos uma supersafra, e chegava-se a vender o trigo por até US$ 3,16 o bushel (equivalente a 35,2 litros).

Meu tio, porém, não gostava da idéia de eu assistir às reuniões da pequena congregação das Testemunhas em Malta. Em 7 de junho de 1947, fui batizado escondido de meu tio na assembléia de circuito das Testemunhas de Jeová em Wolf Point. Ali, um irmão espiritual me convidou para ser pioneiro, ou ministro de tempo integral. Embora fosse o desejo de meu coração usar minha vida desse modo, expliquei-lhe que meu tio nunca me permitiria dedicar tanto tempo ao ministério.

Pouco tempo depois, meu tio abriu uma carta minha, em que um amigo me instava a tornar-me ministro de tempo integral. Meu tio ficou louco da vida e deu-me um ultimato: parar de pregar ou ir embora. Isso foi bom, porque eu gostava tanto de trabalhar na agricultura que não sei se teria abandonado tudo por decisão própria. Voltei a morar com minha família, em Minnesota, que a esta altura já era toda batizada, e se associava com a Congregação Detroit Lakes.

A princípio, eles me encorajaram a ser pioneiro, mas em 1948 começaram a esfriar em sentido espiritual. Foi nessa época que o artigo “Prosseguir à Madureza ou Recair no Pecado, Qual?” deu o empurrão espiritual que eu precisava. Neste artigo havia o aviso de que “tristíssimas conseqüências certamente seguirão se de propósito recusarmos prosseguir com o conhecimento que avança”. O artigo dizia: “Não nos convém ficarmos parados e tornarmo-nos atrasados, mas temos de fazer progresso na justiça. O progresso, não a paragem, é a maior força contra a reincidência.”

Embora minha família desse outras desculpas, acho que o verdadeiro problema deles era o desejo de ficarem ricos. Eles visualizavam as vantagens econômicas de se investir mais tempo na agricultura e menos em pregar. Em vez de ser enlaçado pelo desejo de riquezas, fiz planos para ser pioneiro. Sabia que não seria fácil e cheguei a pensar que não conseguiria. Resolvi me colocar à prova em 1948 por fazer de propósito uma petição para iniciar o serviço na pior época do ano: dezembro.

Abracei o serviço de pioneiro

Jeová abençoou meu empreendimento. Por exemplo, num certo dia a temperatura era de 27 graus Celsius abaixo de zero, mas a sensação térmica era de um frio bem mais intenso. Como de costume, estava no trabalho de rua, segurando as revistas com uma mão enquanto a outra ficava no bolso. Quando a mão exposta começava a congelar eu trocava de mão para segurar as revistas; fazendo assim um revezamento de mãos a todo instante. Um senhor se aproximou e comentou que vinha observando minha atividade já por algum tempo, perguntando: “O que há de tão importante nestas revistas? Quero ficar com essas duas para eu ler.”

No ínterim, me dava conta de que a associação com minha família colocava minha própria espiritualidade em perigo, de modo que, a meu pedido, a Sociedade Torre de Vigia me deu uma nova designação: Miles City, Montana. Ali servi como servo da companhia, o que hoje equivale a superintendente presidente. Morava num reboque de dois metros por três, e trabalhava meio período com lavagem a seco para me manter. De vez em quando era contratado para trabalhar no que mais gostava — colheita.

Nessa época, volta e meia eu ficava sabendo sobre a piora da condição espiritual de minha família. Por fim, eles, e outros da Congregação Detroit Lakes, voltaram-se contra a organização de Jeová. Dos 17 publicadores do Reino, apenas 7 permaneceram fiéis. Minha família estava determinada a me fazer abandonar a organização de Jeová também, e assim percebi que só havia uma solução: prosseguir adiante. Mas como?

Segui a carreira de missionário

Durante o congresso internacional na cidade de Nova York, em 1950, assisti à formatura dos estudantes missionários da 15.ª turma da Escola Bíblica de Gileade da Torre de Vigia. ‘Oh!, quem me dera estar entre os que vão servir a Jeová numa designação no estrangeiro’, pensei.

Enviei uma petição e fui aceito como membro da 17.ª turma de Gileade, cujas aulas iniciaram em fevereiro de 1951. O local da escola, no norte do Estado de Nova York, era lindo. Como desejava trabalhar na fazenda após o período de aulas, talvez no estábulo com as vacas ou nas plantações! Mas John Booth, superintendente da Fazenda do Reino na época, explicou que eu era o único que tinha experiência com lavagem a seco. De modo que fui designado para esse serviço.

Gileade não era fácil para alguém que só tinha estudado até a quinta série. Embora as luzes devessem ser apagadas até às 10h30, com freqüência eu estudava até a meia-noite. Um dia um dos instrutores me chamou à sua sala e disse: “Carl, vejo que suas notas não são muito boas.”

‘Oh, não!’, pensei comigo, ‘vão me dispensar da escola’.

Mas o que esse instrutor fez foi me dar alguns conselhos, de modo amável, sobre como aproveitar ao máximo o meu tempo sem precisar estudar até tão tarde. Criei coragem e perguntei: “Acha que estou apto para continuar em Gileade?”

“Ah, sim!”, ele respondeu. “Mas não sei se vai conseguir tirar o diploma.”

As palavras do presidente da escola, Nathan H. Knorr, me confortaram. Ele havia dito anteriormente aos estudantes que notas não o impressionavam tanto quanto os missionários que se “agarravam” à sua designação, permanecendo nela.

A matéria mais difícil para mim era espanhol, mas eu esperava ser designado para o Alasca, onde faz muito frio, com o qual já havia me acostumado em Montana. Além do mais, poderia pregar em inglês. Assim, imagine minha surpresa quando no meio do curso recebi minha designação: Equador, América do Sul. Isso mesmo, eu teria de falar espanhol num lugar bem quente e úmido, localizado em latitudes equatoriais.

Em certa ocasião, um agente do FBI veio falar comigo na Escola de Gileade. Ele fez perguntas sobre o filho do servo de companhia de Detroit Lakes, o qual havia abandonado a organização. Era a época da Guerra da Coréia, e este jovem afirmava ser ministro das Testemunhas de Jeová e, portanto, isento do serviço militar. Expliquei que ele não era mais Testemunha de Jeová. Ao despedir-se, o agente disse: “Que Deus o abençoe em seu serviço.”

Depois eu soube que esse jovem foi morto em um de seus primeiros combates na Coréia. Que triste fim para alguém que poderia ter prosseguido rumo à madureza na organização de Deus!

Por fim, chegou o dia feliz de nossa formatura, 22 de julho de 1951. Naturalmente, ninguém da minha família estava presente, mas a minha alegria era insuperável ao receber o diploma devido ao progresso que havia feito.

Adaptação ao campo estrangeiro

Em minha designação, descobri que o treinamento que havia recebido de minha mãe foi realmente útil. Cozinhar, lavar roupa a mão e não ter água encanada não eram novidades para mim. Mas pregar em espanhol era! Usei um sermão impresso por um bom tempo. Levei três anos para conseguir dar um discurso público e isso com um esboço cheio de anotações.

Quando cheguei ao Equador, em 1951, havia menos de 200 publicadores do Reino. A obra de fazer discípulos parecia lenta durante uns 25 anos. O que ensinávamos à base da Bíblia era bem diferente das tradições antibíblicas do catolicismo, e nossa aderência às instruções da Bíblia sobre a fidelidade marital era muito impopular. — Hebreus 13:4.

Apesar disso conseguíamos colocar muitas publicações bíblicas. O ministério em Machala, situada bem no coração da região produtora de banana, serve para ilustrar isso. Quando eu e Nicholas Wesley chegamos ali, em 1956, éramos as únicas Testemunhas. Saíamos bem cedo em caminhões basculantes que naquele tempo eram usados nas obras das rodovias em construção. Depois de percorrermos uma boa distância, descíamos e testemunhávamos a todos os moradores no trajeto de volta à casa onde estávamos.

Num certo dia, Nick e eu começamos a contar quantas revistas colocávamos para ver quem colocava mais. Lembro-me de que ao meio-dia eu tinha colocado mais, mas à noitinha tínhamos empatado: 114 revistas cada um. Deixávamos centenas de revistas por mês com as pessoas em nossos itinerários. Seis vezes, cheguei a colocar mais de mil revistas no mês. Imagine quantas pessoas poderiam aprender a verdade com essas revistas!

Em Machala, também tivemos o privilégio de construir o primeiro Salão do Reino no Equador, em que a congregação era a proprietária. Isso foi há 35 anos, em 1960. Naquele tempo, a assistência às reuniões era pequena; umas 15 pessoas. Atualmente, em Machala há 11 congregações prósperas.

Visita aos Estados Unidos

Em fins da década de 70, eu voltei de férias aos Estados Unidos e passei algumas horas com meu irmão Frank. Ele me levou de carro a uma colina de onde se avistava grande parte do vale do rio Vermelho. Era lindo, com o trigo maturescente, balançando ao vento, e as espigas carregadas e até encurvadas. À distância podia-se discernir o rio Sheyenne com as margens ladeadas de árvores. O prazer de observar essa beleza serena foi interrompido quando meu irmão iniciou sua argumentação habitual.

“Se você não fosse tão imbecil, indo morar na América do Sul, isso podia ser seu também!”

“Frank, pode parar”, eu disse cortando a conversa na hora.

Ele não disse mais nada. Alguns anos mais tarde, ele morreu de repente de derrame cerebral, deixando três lindas fazendas em Dakota do Norte num total de mais de 400 hectares de área, bem como a fazenda de meu tio com 260 hectares, em Montana, da qual havia se tornado herdeiro.

Todos da minha família já faleceram. Mas fico feliz de saber que em Detroit Lakes, onde há muitos anos todos nós demos os primeiros passos como Testemunhas de Jeová, tenho uma família espiritual de mais de 90 irmãos e irmãs cristãos.

Prossigo avançando em sentido espiritual

Nos últimos 15 anos tem havido supersafras de colheita espiritual aqui no Equador. Tínhamos 5.000 publicadores do Reino em 1980; agora temos mais de 26.000. Tive a bênção de ajudar bem mais de cem pessoas a chegar ao batismo.

Hoje, aos 80 anos de idade, o esforço para fazer 30 horas por mês no ministério é maior do que o que eu dispendia em 1951 para cumprir a quota de 150 horas. Em 1989, descobri que eu estava com câncer na próstata, e de lá para cá tenho aproveitado o tempo de convalescença para ler. Desde então, já li a Bíblia 19 vezes e 6 vezes o livro Testemunhas de Jeová — Proclamadores do Reino de Deus. Desse modo prossigo avançando em sentido espiritual.

É certo que tive oportunidades de colher riquezas como fazendeiro nos Estados Unidos. Mas o que as riquezas materiais trazem não é nada comparado com a alegria que vivenciei na colheita espiritual. A congênere do Equador me informa que distribuí mais de 147.000 revistas e 18.000 livros na carreira de missionário. Considero essas colocações como sementes espirituais, muitas das quais já brotaram; outras talvez ainda brotem no coração das pessoas ao lerem sobre as verdades do Reino.

Não consigo pensar em nada melhor do que prosseguir rumo ao novo mundo de Deus junto com meus filhos espirituais e milhões de outras pessoas que optaram por servir ao nosso Deus, Jeová. Ninguém irá se salvar do fim desse mundo perverso por ter dinheiro. (Provérbios 11:4; Ezequiel 7:19) Mas os frutos de nossa obra espiritual permanecerão — se individualmente prosseguirmos rumo à madureza.

[Foto na página 24]

Pronto para servir como pioneiro em Miles City, Montana, em 1949

[Foto na página 24]

Comprando água para o lar missionário, 1952

[Foto na página 25]

Pregando em Machala, 1957

[Foto na página 25]

Desde que fiquei doente, em 1989, li a Bíblia 19 vezes

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