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  • Michael Faraday: cientista e homem de fé
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1996
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1996
w96 1/8 pp. 26-30

Michael Faraday: cientista e homem de fé

“Pai da eletricidade.” “O maior cientista experimental de todos os tempos.” Estes são dois epítetos de Michael Faraday, nascido em 1791, na Inglaterra, cuja descoberta da indução eletromagnética levou ao desenvolvimento do motor elétrico e da geração de energia.

FARADAY fazia muitas conferências sobre química e física na Fundação Real, em Londres. Com o objetivo de popularizar a ciência, suas conferências ajudavam os jovens a entender conceitos complexos. Ele foi premiado por várias universidades, mas fugia da publicidade. Era um homem muito religioso, cuja maior felicidade era a privacidade de seu apartamento de três cômodos e a companhia da família e dos concrentes. Faraday pertencia ao que ele descreveu como “uma seita muito pequena e desprezada de cristãos, conhecidos . . . como sandemanianos”. Quem eram eles? Em que criam? E que efeito isso teve sobre Faraday?

Os sandemanianos

“A ligação inicial entre a família Faraday e a igreja sandemaniana foi firmada pelos avós de Michael Faraday”, diz Geoffrey Cantor, autor de Michael Faraday: Sandemanian and Scientist (Michael Faraday: Sandemaniano e Cientista). Eles se associavam com os seguidores de um pastor itinerante, não-conformista, cujos aliados aderiam às crenças dos sandemanianos.

Na época em que estudava Matemática, grego e outros idiomas numa universidade, em Edimburgo, Robert Sandeman (1718-71) ouviu a pregação de John Glass, um ex-pastor presbiteriano. Isso o levou a deixar a universidade, voltar para casa, em Perth, e ligar-se a Glass e seus associados.

Na década de 1720, John Glass começou a duvidar de alguns ensinos da Igreja da Escócia. Estudando a Palavra de Deus, concluiu que a nação de Israel, na Bíblia, tipificava uma nação espiritual com cidadãos de muitas nacionalidades. Em parte alguma ele achou uma justificativa para a existência de igrejas distintas para cada nação.

Já não se sentindo à vontade em sua igreja, em Tealing, perto de Dundee, na Escócia, Glass abandonou a Igreja da Escócia e organizou suas próprias reuniões. Cerca de 100 pessoas juntaram-se a ele, desde o começo sentindo a necessidade de manter a união entre si. Decidiram seguir as instruções de Cristo, registradas em Mateus, capítulo 18, versículos 15 a 17, com respeito a resolver as diferenças que tivessem. Mais tarde passaram a realizar reuniões semanais em que pessoas da mesma fé reuniam-se para oração e exortação.

Quando cresceu o número de pessoas que assistiam regularmente às reuniões dos vários grupos, surgiu a necessidade de homens responsáveis para supervisionar suas atividades religiosas. Mas quem estava habilitado? John Glass e seus associados analisaram meticulosamente o que o apóstolo Paulo escreveu sobre esse assunto. (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9) Não encontraram nenhuma menção de que fosse preciso ter instrução universitária ou entender hebraico e grego. Portanto, depois de orarem e refletirem nas diretrizes bíblicas, eles designaram homens habilitados para o cargo de anciãos. Quem era leal à Igreja da Escócia achou que “beirava a blasfêmia” que homens sem instrução, “criados para o tear, ou para a agulha, ou para o arado”, tivessem a pretensão de entender a Bíblia e pregar sua mensagem. Quando Glass e seus concrentes construíram seu próprio salão de reuniões na cidade de Perth, em 1733, o clero pressionou os magistrados, pedindo sua expulsão. O clero fracassou, e o movimento cresceu.

Robert Sandeman casou-se com a filha mais velha de Glass. Aos 26 anos tornou-se ancião na congregação dos glassitas, em Perth. A responsabilidade de ser ancião pesou tanto em seus ombros que ele decidiu dedicar todo o tempo à obra pastoral. Segundo dados biográficos, depois do falecimento da esposa, Robert “consentiu de bom grado em servir ao Senhor onde quer que fosse o seu quinhão”.

Difunde-se o sandemanianismo

Cheio de zelo, Sandeman expandiu seu ministério da Escócia para a Inglaterra, onde surgiram novos grupos. Na época reinava a controvérsia entre os calvinistas ingleses, alguns dos quais criam que eram predestinados para a salvação. Sandeman tomou o partido dos que afirmavam que a fé era um pré-requisito necessário. Para apoiar seu conceito, publicou um livro que foi reimpresso quatro vezes e que também foi lançado em duas edições americanas. Segundo Geoffrey Cantor, a publicação desse volume foi “o evento que mais contribuiu para fazer a seita [sandemaniana] ir muito além de sua origem um tanto provinciana na Escócia”.

Em 1764, Sandeman, acompanhado por outros anciãos glassitas, foi à América, numa visita que provocou muita controvérsia e oposição. Isso resultou, porém, no estabelecimento de um grupo de cristãos de mentalidade semelhante à deles, em Danbury, Connecticut.a Ele morreu lá, em 1771.

As crenças religiosas de Faraday

O jovem Michael assimilou os ensinos sandemanianos dos pais. Aprendeu que os sandemanianos não se misturavam com quem não praticava o que a Bíblia ensinava. Negavam-se, por exemplo, a participar de cerimônias de casamento na Igreja Anglicana, preferindo limitar as suas ao que a lei exigia.

A sujeição aos governos, porém com neutralidade na política, caracterizava os sandemanianos. Embora fossem respeitados na comunidade, raramente aceitavam cargos civis. Mas, nos poucos casos em que os aceitavam, não se envolviam na política partidária. Sua posição lhes trazia grande desprezo. (Note o que diz João 17:14.) Os sandemanianos ensinavam que o Reino celestial de Deus é o que há de mais perfeito em termos de governo. Consideravam a política “um jogo trivial e sórdido, destituído de moralidade”, diz Cantor.

Embora se mantivessem à parte, não tinham atitudes farisaicas. Diziam: “Julgamos absolutamente necessário não imitar o Espírito e os Costumes dos antigos Fariseus, em criar mais Pecados ou Deveres do que as Escrituras o fazem; e em invalidar os Preceitos divinos por meio de Tradições humanas ou Evasivas baseadas na lógica.”

Adotavam a medida bíblica de desassociar qualquer um dos seus membros que se tornasse bêbedo, extorsor, fornicador ou que praticasse outros pecados graves. Se o pecador se arrependesse de verdade, tentavam recuperá-lo. Se não, acatavam a injunção bíblica de ‘remover o homem iníquo’. — 1 Coríntios 5:5, 11, 13.

Os sandemanianos obedeciam à ordem bíblica de abster-se de sangue. (Atos 15:29) John Glass argumentara que o povo de Deus está sob a obrigação de obedecer à restrição com respeito ao sangue, assim como Deus havia ordenado aos primeiros humanos que não comessem o fruto da árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau. (Gênesis 2:16, 17) Desobedecer à ordem com respeito ao sangue equivalia a rejeitar o sangue de Cristo, que é para a expiação do pecado. Glass concluiu: “A proibição de comer sangue sempre foi, e ainda é, da maior e mais elevada importância.”

Os sandemanianos raciocinavam à base das Escrituras, o que os ajudava a evitar muitas armadilhas. Com respeito às diversões, por exemplo, eles acatavam as instruções de Cristo. “Não ousamos criar Leis naquilo em que Cristo não criou nenhuma”, diziam, “nem pôr de lado nenhuma que ele nos deu. Portanto, uma vez que não encontramos uma proibição às Diversões, em público ou em particular, consideramos legítima qualquer Recreação, desde que não relacionada com Circunstâncias realmente pecaminosas”.

Os sandemanianos, portanto, embora tivessem muitos conceitos que se baseavam com exatidão nas Escrituras, não compreendiam a importância da atividade que caracteriza os genuínos cristãos, ou seja, que cada um deles pregue as boas novas do Reino. (Mateus 24:14) Suas reuniões, porém, eram abertas a todos. Nelas eles se esforçavam a explicar, a quem quer que lhes indagasse, a razão de sua esperança. — 1 Pedro 3:15.

Que efeito essas crenças tiveram sobre o cientista Michael Faraday?

Faraday, o sandemaniano

Honrado, celebrado, muito estimado por suas notáveis descobertas, Michael Faraday levava uma vida simples. A ausência de Faraday no funeral de pessoas famosas, ocasião em que se esperava a presença de figuras públicas, ficou conhecida, porque sua consciência não lhe permitia assistir a ofícios da Igreja Anglicana nem envolver-se neles.

Como cientista, Faraday atinha-se ao que podia demonstrar como fatos. Por isso, evitava associar-se demais com homens instruídos que promoviam suas próprias hipóteses e tomavam partido nas questões em debate. Como ele disse certa vez numa conferência, ‘um fato fundamental nunca nos desaponta; suas evidências são sempre fidedignas’. Ele era da opinião de que a ciência dependia ‘de fatos criteriosamente observados’. Concluindo um discurso sobre as forças básicas da natureza, Faraday incentivou a platéia a contemplar “Aquele que as criou”. Depois citou o apóstolo cristão Paulo: “As coisas invisíveis Dele desde a criação do mundo são claramente vistas, sendo entendidas por meio das coisas criadas, mesmo Seu eterno poder e Divindade.” — Romanos 1:20, King James Version.

O que tanto distinguia Faraday de muitos outros cientistas era seu desejo de aprender do Livro inspirado por Deus e também do livro da natureza. “Por meio do sandemanianismo, ele descobriu o caminho para a vida em conformidade com a lei moral de Deus e com a promessa da vida eterna”, diz Cantor. “Por intermédio do seu ramo de ciência, ele entrou em contato com as leis físicas que Deus determinou que governassem o Universo.” Faraday cria que “a autoridade absoluta da Bíblia não pode ser minada pela ciência, mas a ciência, se praticada de modo genuinamente cristão, pode iluminar o outro livro de Deus”.

Em sua despretensão, Faraday rejeitava muitas das honrarias que as pessoas queriam conferir-lhe. Fiel a sua índole, ele expressou desinteresse em receber o título de Sir. Quis permanecer ‘pura e simplesmente Senhor Faraday’. Ele devotava um bom tempo a suas atividades como ancião, incluindo viagens regulares da capital a um vilarejo no condado de Norfolk, para cuidar de um pequeno grupo de concrentes que vivia ali.

Michael Faraday faleceu em 25 de agosto de 1867 e foi sepultado no cemitério de Highgate, no norte de Londres. O biógrafo John Thomas conta que Faraday “legou para a posteridade um conjunto de realizações puramente científicas maior do que qualquer outro cientista físico, e as conseqüências práticas de suas descobertas tiveram uma grande influência na natureza da vida civilizada”. A viúva de Faraday, Sarah, escreveu: “Posso apenas apontar o Novo Testamento como seu guia e norma; pois ele o considerava a Palavra de Deus . . . com o mesmo peso de obrigação sobre os cristãos de hoje que tinha quando foi escrito” — um eloqüente testemunho a favor de um eminente cientista que viveu pela fé e com devoção.

[Nota(s) de rodapé]

a O último grupo sandemaniano ou glassita remanescente nos Estados Unidos deixou de existir, o mais tardar, no começo deste século.

[Quadro na página 29]

Nomeado conferencista na Fundação Real, na Grã-Bretanha, Michael Faraday popularizou a ciência de tal modo que até os jovens conseguiam entendê-la. Seus conselhos para os colegas conferencistas contêm sugestões práticas que os cristãos da atualidade que ensinam em público fazem bem em avaliar.

◻ “O discurso não deve ser proferido apressadamente, o que o torna ininteligível, mas de forma compassada.”

◻ O orador deve procurar despertar o interesse da assistência “no início da conferência e, por meio de uma série de gradações imperceptíveis, não notadas pela platéia, deve mantê-lo aceso por tanto tempo quanto o assunto requer”.

◻ “O conferencista desce muito abaixo da dignidade do seu caráter quando se rebaixa tanto a ponto de usar certos artifícios para obter aplausos e louvores.”

◻ Sobre o uso de um esboço: “Sempre vejo a necessidade . . . de elaborar no papel um esboço [da matéria] e inserir as partes do discurso à medida que vou lembrando, quer por associação, quer por outro método. . . . Tenho uma série de tópicos e subtópicos numa certa ordem, e com eles vou desenvolvendo o tema.”

[Crédito da foto na página 26]

As duas ilustrações: cortesia da Royal Institution

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