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GólgotaEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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A Igreja do Santo Sepulcro se ergue agora num dos lugares tradicionais de Gólgota e do túmulo de Jesus. No quarto século EC, o Imperador Constantino deu a tarefa de determinar o lugar em que Jesus foi pregado na estaca, e o seu túmulo, ao Bispo Macário, o qual decidiu que o então existente templo de Afrodite (Vênus), de Adriano, fora erigido neste lugar. Por conseguinte, Constantino ordenou a demolição deste templo e a construção duma basílica, a qual mais tarde passou por uma expansão e modificação, tornando-se a Igreja do Santo Sepulcro. Escavações arqueológicas feitas desde 1960 indicam que esta área era usada como lugar de sepultamento, e acredita-se que era assim no primeiro século EC. Embora situado dentro das atuais muralhas de Jerusalém, acredita-se que o lugar tenha estado fora das muralhas da cidade nos dias de Jesus.
Outro lugar sugerido como local em que Jesus foi pregado na estaca é um promontório a 230 m ao NE do Portão de Damasco, agora conhecido como Calvário de Gordon. Foi sugerido, em 1842, como o lugar verdadeiro de Gólgota e do túmulo de Jesus. Em 1883, esta localização foi endossada pelo General C. G. Gordon, herói militar britânico. A identificação baseava-se em conjectura. Gabriel Barkay, à base de evidência arqueológica disponível, declara que o Túmulo do Jardim, bem perto, que frequentemente é apontado para turistas como lugar de sepultamento de Jesus, originalmente fora escavado e usado em algum tempo no oitavo ou no sétimo século AEC. Isto não se enquadraria na descrição de João 19:41, de “um túmulo memorial novo, no qual ainda ninguém tinha sido deitado”. — Biblical Archaeology Review (Revista de Arqueologia Bíblica), março/abril de 1986, p. 50.
A identificação de Gólgota frequentemente se tem tornado uma questão religiosa, emocional. No entanto, não há nenhuma evidência arqueológica de que o “Calvário de Gordon” seja o lugar certo. Quanto ao sítio marcado pela Igreja do Santo Sepulcro, sua identificação leva em conta achados arqueológicos, mas baseia-se na maior parte em tradição que data do quarto século. A respeito desta última localização, a revista Biblical Archaeology Review (maio/junho de 1986, p. 38) declara: “Talvez não possamos ter certeza absoluta de que o lugar da Igreja do Santo Sepulcro seja o local do sepultamento de Jesus, mas certamente não temos nenhum outro lugar que possa reivindicar isso com mais peso do que este.” De modo que a identificação continua sendo conjectura.
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