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Refeição Noturna do SenhorEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
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Os Emblemas. Marcos relata o seguinte quanto ao pão usado por Jesus ao instituir a Refeição Noturna do Senhor: “Enquanto continuavam a comer, tomou um pão, proferiu uma bênção, partiu-o e o deu a eles, e disse: ‘Tomai-o, isto significa meu corpo.’” (Mr 14:22) O pão era da espécie disponível para a refeição pascoal, que Jesus e seus discípulos já tinham acabado de celebrar. Era pão sem fermento, uma vez que não se permitia nenhum fermento nas casas dos judeus durante a Páscoa e a conjugada Festividade dos Pães Não Fermentados. (Êx 13:6-10) Na Bíblia, fermento indica pecaminosidade. Era apropriado que o pão estivesse isento de fermento, porque o pão representava o corpo carnal, sem pecados, de Jesus. (He 7:26; 9:14; 1Pe 2:22, 24) O pão não fermentado era achatado e quebradiço; assim, foi partido, como era costumeiro nas refeições daqueles dias. (Lu 24:30; At 27:35) Anteriormente, quando Jesus multiplicou de forma miraculosa o pão para milhares de pessoas, ele o partiu para distribuí-lo a tais pessoas. (Mt 14:19; 15:36) Por conseguinte, parece que não havia nenhum significado espiritual no ato de se partir o pão da Comemoração.
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Refeição Noturna do SenhorEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
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Nenhuma Transubstanciação, nem Consubstanciação. Ao oferecer o pão, Jesus ainda possuía seu corpo carnal. Este corpo, no todo e por inteiro, seria oferecido como sacrifício perfeito, imaculado, pelos pecados na tarde seguinte (do mesmo dia do calendário hebraico, 14 de nisã). Também, Jesus reteve todo o seu sangue para aquele sacrifício perfeito. “Esvaziou a sua alma [que está no sangue] até a própria morte.” (Is 53:12; Le 17:11) Por conseguinte, durante a refeição noturna ele não realizou um milagre de transubstanciação, transformando o pão em sua carne literal, e o vinho em seu sangue literal. Por estas mesmas razões, não se pode dizer veridicamente que ele tenha feito, de forma miraculosa, que sua carne e seu sangue estivessem presentes no pão e no vinho, ou que se combinassem com estes, conforme pretendido pelos que aderem à doutrina da consubstanciação.
As palavras de Jesus em João 6:51-57 não contradizem isso. Ali, Jesus não estava considerando a Refeição Noturna do Senhor; tal arranjo só foi instituído um ano mais tarde. O ‘comer’ e o ‘beber’ mencionados neste relato se dão em sentido figurativo por se exercer fé em Jesus Cristo, como indicam os versículos 35 e 40.
Ademais, comer carne humana e beber sangue humano reais seria canibalismo. Portanto, os judeus que não exerciam fé e que não entenderam corretamente a declaração de Jesus quanto a comer de sua carne e beber de seu sangue ficaram chocados. Indicou-se assim o conceito judaico sobre comer carne humana e beber sangue humano, conforme inculcado pela Lei. — Jo 6:60.
Além disso, beber sangue era violação da lei que Deus deu a Noé, antes do pacto da Lei. (Gên 9:4; Le 17:10) O Senhor Jesus Cristo jamais instruiria outros a violar a lei de Deus. (Veja Mt 5:19.) Ademais, Jesus ordenou: “Persisti em fazer isso, . . . em memória de mim”, e não em sacrifício de mim. — 1Co 11:23-25.
O pão e o vinho, por conseguinte, são emblemas que representam a carne e o sangue de Cristo, do mesmo modo que suas palavras sobre comer a sua carne e beber o seu sangue. Jesus dissera aos que ficaram ofendidos com suas palavras: “De fato, o pão que eu hei de dar é a minha carne a favor da vida do mundo.” (Jo 6:51) Esta foi dada por ocasião de sua morte como sacrifício na estaca de tortura. Seu corpo foi sepultado e seu Pai lhe deu uma destinação final, antes que pudesse ver a corrupção. (At 2:31) Literalmente, ninguém jamais comeu alguma parte de sua carne, nem bebeu seu sangue.
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