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Pensa só em si mesmo — ou é abnegado?A Sentinela — 1979 | 1.° de fevereiro
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Pensa só em si mesmo — ou é abnegado?
“Jesus disse então aos seus discípulos: ‘Se alguém quer vir após mim negue-se a si mesmo e apanhe a sua estaca de tortura, e siga-me continuamente.’” — Mat. 16:24.
1. Qual é hoje a atitude de um número cada pessoas?
PARA muitos, no mundo atual, a idéia de fazer sacrifícios pessoais a favor de outrem, ou por uma causa, não tem muito atrativo. De fato, a atitude de um número cada vez maior de pessoas é a de querer mais coisas materiais, mais prazeres e maior liberdade para fazer o que bem entendem, com pouca consideração para com Deus ou o homem. Até mesmo a disposição de se sacrificar a favor da própria família tem diminuído nos últimos anos, ao passo que o colapso da família e os divórcios têm atingido novos recordes, em nação após nação.
2. Por que não surpreende aos estudantes da Bíblia esta tendência de se pensar só em si mesmo?
2 Esta tendência, de pensar só em si mesmo, não surpreende os que se mantiveram atentos à Palavra inspirada de Deus, a Bíblia Sagrada. Esta Palavra profética predisse com exatidão que, nestes “últimos dias”, muitos seriam “amantes de si mesmos”, “amantes do dinheiro”,“mais, amantes de prazeres do que amantes de Deus”. Tão enfronhados estão alguns em seguir seu caminho de só pensar em si mesmos, que a Bíblia diz que eles estão “sem autodomínio”. Isto se pode ver no enorme aumento do alcoolismo, do vício das drogas e da imoralidade sexual, nos últimos anos. — 2 Tim. 3:1-4.
3. Que atitude oposta existe também, e quem a recomenda?
3 Entretanto, existe também a atitude oposta à da abnegação. É o proceder recomendado por uma autoridade, que é nada menos do que o próprio Criador Todo-poderoso do universo, Jeová Deus. Mas, tal proceder abnegado — não está fora de moda, nestes tempos modernos? Por que estaria alguém interessado nisso, quando são cada vez mais as pessoas que não estão?
O QUE ESTÁ ENVOLVIDO
4, 5. O que falou Jesus sobre o proceder abnegado, e o que queria dizer com isso?
4 É muito importante que tenhamos o conceito correto sobre este assunto da abnegação, em contraste com pensar só em si mesmo. Sobre isso, Jesus Cristo disse: “Se alguém quer vir após mim, repudie-se a si mesmo e apanhe a sua estaca de tortura, dia após dia, e siga-me continuamente. Pois todo aquele que quiser salvar a sua alma, perdê-la-á; mas todo aquele que perder a sua alma por minha causa é o que a salvará. Realmente, de que proveito é para um homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a si próprio ou sofrer prejuízo?” — Luc. 9:23-25.
5 Jesus descrevia ali um proceder abnegado. E tomava a dianteira em demonstrar o que isso significava. Disse: “Não procuro a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (João 5:30) Assim, o motivo pelo qual Jesus empreendeu um proceder abnegado era o de poder realizar plenamente a vontade de seu Pai celestial, Jeová. Este proceder foi o que Jesus recomendou aos seus seguidores. Disse que deviam estar dispostos a ‘repudiar a si mesmos’, significando que deviam subjugar os seus próprios desejos pessoais e tomar por coisa principal na vida fazer a vontade de Deus.
6. (a) Que custo pode estar envolvido no proceder abnegado? (b) Como se pode ‘salvar a alma’ por se fazer a vontade de Deus?
6 É verdade que tal vida abnegada não é fácil. Envolve um custo, que inclui tempo e esforço. Em alguns casos, pode até mesmo significar a perda da vida às mãos daqueles que perseguem os servos de Deus. Entretanto, conforme Jesus mostrou, quem faz a vontade de Deus ‘salva a sua alma’ ou vida. De que modo? Por obter a aprovação de Jeová e, finalmente, a recompensa que Deus promete a todos os que o servem, pois, ele é “o recompensador dos que seriamente o buscam”. (Heb. 11:6) Para a maioria dos servos leais de Deus, esta recompensa é a vida eterna numa nova ordem justa, aqui na terra: “Os próprios justos possuirão a terra e residirão sobre ela para todo o sempre.” (Sal. 37:29) E “deveras se deleitarão na abundância de paz”. (Sal. 37:11) Nem a própria morte pode interpor-se no caminho para esta recompensa, porque Jeová garante que haverá “uma ressurreição de vida”. — João 5:29.
7. Por que vale para nós qualquer custo para alcançar o futuro que Jeová promete?
7 Sim, a vida está em jogo nesta questão da abnegação, em oposição a pensar só em si mesmo! E quão maravilhosa será esta vida — viver para sempre no meio de condições paradísicas, que tornarão cada dia um ‘deleite’! Deveras, esta será a vida real. Nenhum proceder na vida, que se possa escolher neste mundo, nenhuma quantidade de trabalho árduo, em qualquer ofício ou profissão, nenhum ato de lealdade para com qualquer homem ou organização deste mundo, jamais poderia produzir um futuro tal como Jeová promete aos que o servem. Certamente, pois, vale a pena qualquer sacrifício que isso possa exigir.
A NECESSIDADE DE MANTER-SE DESPERTO
8, 9. Por que precisamos intensificar nossos esforços para ficar agora despertos e fazer sacrifícios?
8 Ao passo que avançamos muito para dentro dos “últimos dias”, há necessidade cada vez maior de ficarmos espiritualmente bem despertos e intensificarmos nossa disposição de fazer sacrifícios, para servir a Deus de modo aceitável. Um motivo disso é que Satanás, o Diabo, sabe que ele tem apenas “um curto período de tempo”, antes de ser tirado do caminho. (Rev. 12:12; 20:1-3) Visto que seu tempo agora já é curtíssimo, podemos esperar que ele intensifique seus esforços insanos para corromper e destruir. Ele não gostaria de nada melhor do que influenciar os servos de Jeová a ficarem embotados na sua percepção espiritual e a perderem seu senso de urgência a respeito destes tempos críticos. E ele certamente se agradaria muito se reduzissem ou abandonassem por completo a proclamação das “boas novas do reino” de Deus a outros. — Mat. 24:14.
9 Não devemos subestimar a capacidade de Satanás para enganar e prejudicar. A Palavra inspirada de Jeová adverte: “Mantende os vossos sentidos, sede vigilantes. Vosso adversário, o Diabo, anda em volta como leão que ruge, procurando a quem devorar. Mas, tomai vossa posição contra ele, sólidos na fé.” (1 Ped. 5:8, 9) Se alguém que é sábio soubesse que havia um leão enlouquecido solto na vizinhança, tomaria todas as precauções possíveis para proteger a si mesmo e sua família, não tomaria?
10, 11. (a) Que advertência deu Jesus a respeito de se pensar só em si mesmo? (b) Por que se aplicam as palavras de Jesus até mesmo a alguns que hoje estão na organização de Jeová?
10 Jesus falou sobre a necessidade de se manter atento, quando ele disse a respeito da iminente destruição do atual sistema iníquo de coisas: “Prestai atenção a vós mesmos, para que os vossos corações nunca fiquem sobrecarregados com o excesso no comer, e com a imoderação no beber, e com as ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vós instantaneamente como um laço. Pois virá sobre todos os que moram na face de toda a terra. Portanto, mantende-vos despertos, fazendo todo o tempo súplica para que sejais bem sucedidos em escapar de todas estas coisas que estão destinadas a ocorrer, e em ficar em pé diante do Filho do homem.” — Luc. 21:34-36.
11 A quem estava Jesus falando? Neste caso estava falando aos seus discípulos. Contudo, ele os advertiu de que, a menos que ficassem despertos, mesmo alguns deles poderiam ser apanhados desprevenidos, ao vir o dia da destruição da parte de Jeová. O que levaria a serem apanhados desprevenidos? Envolverem-se demais nos cuidados cotidianos da vida ou entregarem-se demais aos prazeres. Essas palavras acauteladoras de Jesus são deveras uma advertência para nós, hoje. Visto que ainda não chegou o fim deste sistema, alguns dos que servem a Jeová talvez estejam tentados a afrouxar no desejo de fazer sacrifícios a favor dele. Talvez pensem que a Sua nova ordem está longe demais, no futuro distante, para se encarar a atual situação com urgência. Talvez achem que se devem preocupar mais com levar a chamada vida “normal”.
12. Será que tem sentido empenhar-se por uma vida “normal” neste sistema?
12 Contudo, do ponto de vista de Deus, será que qualquer modo de vida, neste atual sistema de coisas, pode ser “normal”? Este mundo está sob a influência de Satanás e de seus demônios, dominado por sistemas políticos duros, interesses comerciais gananciosos e religiões falsas, egoístas. Está cheio de medo, ódio, violência, imoralidade, corrução, dificuldades econômicas, doença e morte. Tudo isso está longe da vida normal que Jeová intencionou para a humanidade, a qual incluiria saúde perfeita, completa segurança e felicidade, bem como vida eterna, e tudo isso numa terra paradisíaca. Portanto, a vida, agora, está longe de ser normal. É bem anormal, e continuará assim até que Jeová extirpe todo este sistema iníquo, preparando o caminho para a sua gloriosa nova ordem. Portanto, procurar normalidade num mundo anormal significa apenas enganar a si mesmo.
13. Que exemplos há de pessoas que foram vencidas por Satanás, por que só pensaram em si mesmas?
13 Quão calamitoso seria, nesta data tardia, se o cristão desconsiderasse a advertência de Jesus, afrouxasse sua vigilância e pusesse em perigo a sua relação com Jeová! Ele se exporia totalmente a cair no ‘laço do Diabo, sendo apanhado vivo por ele para a vontade deste’. (2 Tim. 2:26) Isto foi exatamente o que aconteceu no primeiro século com Demas, que antes fora cristão. O apóstolo Paulo disse sobre ele: “Demas me abandonou, porque amava o atual sistema de coisas.” (2 Tim. 4:10) A esposa de Ló foi outra pessoa que caiu no laço de Satanás. Em desobediência, ela olhou para trás, para Sodoma, quando esta estava sendo destruída, e ‘perdeu a sua alma’. Foi por uma boa razão que Jesus disse: “Lembrai-vos da mulher de Ló.” (Luc. 17:32) Depois houve Esaú, que renunciou à sua primogenitura em troca duma temporária vantagem material. Que erro de critério! (Gên. 25:29-34) Outro foi Acã, que deu mais valor ao dinheiro e à roupa extravagante, do que ao propósito de Jeová. (Jos. 7:1, 20-25) Lamentavelmente, todos estes pagaram um alto preço por terem o espírito de só pensar em si mesmos, em vez de terem um espírito abnegado. Não, não é raro que alguém se deixe vencer por pensar só em si mesmo. Isto aconteceu com alguns dos servos de Deus na antiguidade, e tem acontecido com alguns nos tempos modernos. Pode acontecer de novo.
“COMO UM LAÇO”
14. De que modo pode a vindoura destruição mundial ser comparada a um laço?
14 Quando Jesus falou sobre a vinda do dia de destruição da parte de Jeová, ele disse que viria “como um laço”. (Luc. 21:35) O laço, ou a armadilha, se fecha sobre o animal insuspeito quando este anda descuidado no caminho perigoso. Do mesmo modo, o fim deste sistema virá repentinamente, quando a maioria não o espera. Essas pessoas poderiam incluir algumas que passaram a andar pela “estrada que conduz à vida”, mas que se deixaram ficar absorvidas nos empenhos mundanos e se desviaram demais na direção errada. — Mat. 7:14
15. Será que uma situação mundial menos ameaçadora é prova de que o fim deste sistema ainda deve estar longe?
15 Contudo, não permitiria uma situação mundial menos ameaçadora, ou a aparência externa de prosperidade, em diversos lugares, uma justificativa para se achar que o fim não está perto? Na realidade, significaria bem o contrário Note as palavras de Jesus: “Pois assim como eram os dias de Noé, assim será a presença do Filho do homem. Porque assim como eles eram naqueles dias antes do dilúvio, comendo e bebendo, os homens casando-se e as mulheres sendo dadas em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não fizeram caso, até que veio o dilúvio e os varreu a todos, assim será a presença do Filho do homem.” Foi por isso que Jesus também acautelou: “Por esta razão, vós também mostrai-vos prontos, porque o Filho do homem vem numa hora em que não pensais.” — Mat. 24:37-39, 44.
16. Como se expressaram Paulo e Pedro sobre a repentinidade do fim deste sistema?
16 O apóstolo Paulo também fez observação sobre a repentinidade com que este sistema chegaria ao seu fim; para a maioria, de modo inesperado. Ele disse: “Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia de Jeová vem exatamente como ladrão, de noite. Quando estiverem dizendo: ‘Paz e segurança!’ então lhes há de sobrevir instantaneamente a repentina destruição.” (1 Tes. 5:2, 3) Também o apóstolo Pedro falou sobre o fato de que “o dia de Jeová virá como ladrão”, de modo inesperado, para os que não estiverem espiritualmente despertos. (2 Ped. 3:10) Foi por isso que Paulo aconselhou: “Não estejamos dormindo assim como fazem os demais, mas fiquemos despertos e mantenhamos os nossos sentidos.” — 1 Tes. 5:6.
17. Por que não devemos achar que Jeová adiou seu dia de ira?
17 O dia da ira de Jeová, contra a iniqüidade, virá exatamente assim como ele programou. Não se demorará nem por um instante. Portanto, nenhum daqueles que amam a Jeová devia jamais adotar a idéia ou um modo de vida que sugerisse descrença no propósito de Jeová, de livrar esta terra da iniqüidade e de estabelecer uma nova ordem justa. Se alguém adotasse tal atitude negativa, seria muito semelhante aos descritos em 2 Pedro 3:3, 4: “Nos últimos dias virão ridicularizadores com os seus escárnios, procedendo segundo os seus próprios desejos e dizendo: ‘Onde está essa prometida presença dele? Ora, desde o dia em que os nossos antepassados adormeceram na morte, todas as coisas estão continuando exatamente como desde o princípio da criação.’”
18. (a) Que evidência temos de que os nossos dias são deveras bem diferentes do “princípio da criação”? (b) Por que devem nossos esforços principais ser no sentido de fazermos a vontade de Jeová?
18 De fato, os processos originais da vida têm continuado até agora. Todavia, neste século, toda a evidência dos “últimos dias” está presente, em plena medida. A maioria das maiores calamidades da história ficaram concentradas neste século. E agora, o homem tem a capacidade de destruir toda a vida na terra. Toda a evidência em cumprimento da profecia bíblica certamente mostra que este mundo está avançando implacavelmente para o seu fim. E quando este vier, significará um período de dificuldades sem precedentes para a humanidade. Jesus chamou isso de “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo”. (Mat. 24:21) Durante este período, serão demolidos todos os sistemas políticos, econômicos e de religião falsa, deste mundo. De modo que todo o tempo, esforço e gasto que se despenderam com a sustentação desses sistemas terão sido em vão. Os cristãos, certamente, não desejarão aplicar seus esforços principais nas coisas que não durarão. Sua principal lealdade e sacrifícios devem ser aplicados ao que é eterno. “O mundo está passando, e assim também o seu desejo, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” — 1 João 2:17.
19. Que necessidade de se fazerem sacrifícios haverá durante a “grande tribulação”, e quem os fará com mais probabilidade?
19 Durante a vindoura “grande tribulação”, sem dúvida, haverá muitas oportunidades para os servos de Jeová demonstrarem um espírito abnegado. Terão de ajudar concristãos, de muitas maneiras, inclusive nas de compartilhar com eles as necessidades materiais. (Heb. 13:16) Em vista dos grandes transtornos que então haverá nos sistemas político, social e econômico, os servos de Deus poderão até mesmo perder algumas ou todas as suas posses. Por isso, aqueles que, no tempo atual, colocarem os interesses de Jeová em primeiro lugar na sua vida, e que já tiverem um espírito abnegado, provavelmente acharão mais fácil fazer naquele tempo os sacrifícios necessários.
20. Quão séria é a questão da abnegação?
20 Não podemos escapar do fato de que a pergunta: “Pensa só em si mesmo — ou é abnegado?” é uma questão de vida ou morte, do ponto de vista de Jeová. Se amarmos a vida e quisermos levar a vida perfeita na nova ordem de Deus, então teremos de ter um espírito abnegado, para servir a Jeová agora de modo aceitável.
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Cultive o espírito de abnegaçãoA Sentinela — 1979 | 1.° de fevereiro
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Cultive o espírito de abnegação
“Eu vos suplico, irmãos, pelas compaixões de Deus, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus, um serviço sagrado com a vossa faculdade de raciocínio.” — Rom. 12:1.
1. Por que é Jeová digno de fazermos sacrifícios para ele?
PARA que alguém queira fazer sacrifícios, o motivo de tais sacrifícios precisa ser digno e tido em alta estima Jeová Deus, em todos os sentidos, certamente vale qualquer sacrifício que possamos fazer para ele. Ele é o Criador do espantoso e magnífico universo, e é a fonte de todas as coisas vivas. Ele e também o Criador duma nova ordem de justiça, que solucionará todos os problemas da humanidade. A Bíblia diz, apropriadamente: “Digno és, Jeová, sim, nosso Deus, de receber a glória, e a honra, e o poder, porque criaste todas as coisas e porque elas existiram e foram criadas por tua vontade.” (Rev. 4:11) Visto que Jeová é tão digno, somos exortados a ‘apresentar nosso corpo como sacrifício vivo’ a ele. — Rom. 12:1.
2. O que está incluído na palavra “sacrifício”? (Leia Hebreus 13:15, 16.)
2 O que é que está envolvido em se ser um sacrifício vivo a Jeová? Uma definição da palavra “sacrifício” é “renunciar a algo valioso ou desejável a favor de algo considerado como tendo primazia em reivindicá-lo”. Um significado adicional de “sacrifício” é o de “oferta de vida a uma deidade”. Visto que Jeová não requer de nós que sejamos literalmente mortos num altar, a oferta de nossa vida seria na forma de serviço prestado a ele. Quando o apóstolo Pedro falou sobre a vindoura destruição deste sistema, ele exortou os cristãos a serem pessoas que se distinguissem “em atos santos de conduta e em ações de devoção piedosa”. (2 Ped. 3:11) De modo que o sacrifício aceitável a Deus envolve atos positivos, bem como o abandono de práticas que Jeová desaprova ou que estorvariam nosso serviço prestado a ele.
3. Aprova Jeová todos os sacrifícios que envolvem a adoração?
3 Significa o proceder abnegado que Deus requer que as pessoas se tornem fanáticas, fazendo coisas desarrazoadas? Por exemplo, alguns se arrastam sobre joelhos ensangüentados, por longas distâncias, até uns santuários, pensando que Deus se agrada de tais sacrifícios. Outros talvez adotem deliberadamente uma vida de pobreza e mendicância. Outros recusam certos alimentos, como parte de sua adoração. Mas, Jeová não pede que seus servos se causem deliberadamente dificuldades. Ele desaprova decretos inventados por homens, que têm “aparência de sabedoria numa forma de adoração imposta a si próprio e em humildade fingida, no tratamento severo do corpo”. — Col. 2:23.
4. O que significa hoje fazer sacrifícios a favor dos interesses de Jeová?
4 A espécie de abnegação razoável que Jeová requer de nós é limitarmos nossos desejos pessoais, para que possamos servir mais plenamente à sua causa. Esta gira em torno do iminente governo de Deus para toda a terra, seu reino celestial nas mãos de Cristo. Visto que este governo será em breve a única autoridade governante na terra, todos os que desejarem viver sob a sua administração justa terão de aprender suas leis, seus princípios e seus propósitos. Também terão de promover seus interesses, ‘pregando estas boas novas do reino’ entre a humanidade, hoje. Assim, fazer sacrifícios a favor dos interesses de Jeová significa obedecer às suas leis e colocar o seu reino em primeiro lugar na vida: “Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e a Sua justiça”, disse Jesus. — Mat. 6:33.
5. Deve ser considerado difícil demais o proceder abnegado?
5 É fácil o proceder abnegado? Não, não é. Mas é Jeová Deus e Cristo Jesus quem nos convida a tal proceder. Isso significa que ele é possível, visto que o amoroso Pai e seu Filho, que criaram os humanos, sabem o que as pessoas podem realizar. Além disso, visto que Jeová e Cristo têm um amor tão grande pelos homens, podemos ter a certeza de que não nos pediriam nada que prejudicasse nossos melhores interesses. Também, quando consideramos as grandiosas recompensas que nos aguardam, pode-se dizer com confiança que fazer sacrifícios para servir a Jeová é o único proceder na vida, que hoje vale a pena. Tudo o mais acabará mais cedo ou mais tarde em desapontamento. — Mat. 19:26; Rom. 9:33; 1 João 4:16.
6, 7. (a) Que espécie de sacrifícios teve de fazer Noé? (b) Ficou Noé desanimado, com o passar do tempo?
6 Poderemos ficar muito estimulados no nosso proceder abnegado, se examinarmos a história bíblica e vermos como outras pessoas comuns adotaram este proceder com bom êxito, e as bênçãos que receberam por fazerem isso. Por exemplo, Jeová pediu que Noé sacrificasse algo, para que pudesse fazer uma obra, que o mundo daquele tempo considerava tola. Foi mandado fazer uma grande embarcação, uma arca. No entanto, nunca antes havia tido chuvas torrenciais ou inundações. Além disso, Noé não era construtor de navios, e, ainda por cima, tinha responsabilidades familiares.
7 A construção duma arca tão enorme exigiria que Noé tirasse tempo de coisas que talvez preferisse fazer. De fato, se tivesse despendido o mesmo tempo e energia em aumentar sua riqueza material, sem dúvida, teria tido uma vida mais confortável. Também, teve de sacrificar parte de sua reputação diante dos vizinhos, visto que a sua obra na arca o expôs ao ridículo. Ficou desanimado ou desistiu, só porque aquela obra levou muitos anos, ao passo que ele aguardava o fim daquele sistema? Ao contrário, Noé continuou pacientemente no seu proceder abnegado. Este incluía ser ele “pregador da justiça”. (2 Ped. 2:5) Compreendeu que não vivia num mundo “normal”, mas num que ‘veio a estar arruinado à vista do verdadeiro Deus, . . . cheio de violência’, o qual, por fim, seria destruído. De modo que a Bíblia diz: “Noé passou a fazer segundo tudo o que Deus lhe mandara. Fez exatamente assim.” — Gên. 6:11, 22.
8. Como afetou a todos nós a obediência de Noé?
8 Devíamos sentir-nos muito felizes de que Noé se negou a ficar do lado daqueles que só pensavam em si mesmos, naqueles dias. Por causa de sua obediência, nós vivemos hoje, visto que todos somos descendentes de Noé. Aqueles que só pensavam em si mesmos perderam tudo — lares, bens, e seu modo de vida chamado “normal”. Perderam também a própria vida e a vida de seus filhos, quando “o mundo daquele tempo sofreu destruição, ao ser inundado pela água”. — 2 Ped. 3:6.
9. Como foi Abraão abençoado pela sua disposição de fazer sacrifícios?
9 Abraão era outro dos que reconheciam a necessidade de fazer sacrifícios para Jeová. Jeová lhe mandou: “Sai da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei.” (Gên. 12:1) Abraão não se refreou por Jeová lhe pedir que abandonasse um modo seguro de vida, em troca de algo muito incerto. Ele confiou em que tudo o que Jeová requeresse dele era certo e para o seu próprio bem. “Em vista disso, Abrão foi como Jeová lhe falara.” (Gên. 12:4) De fato, por muitos anos, significou consideráveis sacrifícios. Mas, Jeová abençoou grandemente a sua disposição de servir: Abraão viu muitos dos atos maravilhosos de Jeová a seu favor e a favor de sua família; não lhe faltou o necessário em sentido material; e veio a ser chamado “amigo de Jeová”. (Tia. 2:23) Também, Deus prometeu a Abraão que procederia dele toda uma nação de pessoas. É significativo que a Bíblia diga sobre isso: “Depois de Abraão ter mostrado paciência, ele obteve esta promessa.” (Heb. 6:15) Além disso, foi privilegiado em ser antepassado de Jesus.
10. Que contraste na atitude existia no primeiro século, com que resultados?
10 No primeiro século de nossa Era Comum, muitos homens e mulheres comuns sacrificaram alguns de seus próprios interesses a favor dos interesses de Jeová Sim, trabalharam arduamente e sofreram dificuldades, mas, tiveram grande contentamento em saber que se empenhavam no que era certo e no que agradava a Deus. Também tiveram confiança em que Jeová se lembraria, no futuro, de sua fé e de suas obras a favor dele. E que dizer daqueles que pensavam demais em si mesmos, ou que queriam preservar seu modo “normal” de vida e que rejeitavam a Jesus, temendo que ‘viriam os romanos e tirariam tanto o seu lugar como a sua nação’? (João 11:48) Seu modo de vida acabou, de qualquer modo, naquela mesma geração. Os exércitos romanos devastaram o país, com enorme perda de vida e propriedade. Mas, os cristãos abnegados acataram os ensinos de Jesus, fugiram da região e preservaram a vida, embora deixassem para trás seus lares e quase que todos os seus bens materiais. Eles são considerados como realmente “felizes”. — Luc. 21:20-24; 22:28-30; Rev. 20:4-6.
SACRIFÍCIOS NO NOSSO TEMPO
11. (a) Requer-se hoje dos cristãos que eles renunciem a todos os bens? (b) Como está envolvida nossa atividade a favor de outros no que sacrificamos a Jeová?
11 Significa isso que todos os servos de Deus, hoje, precisam renunciar a lares e outros bens materiais, como parte de seu sacrifício a Deus? Não, esta não é a questão, embora, em vista dos exemplos observados em Noé, Abraão, e nos cristãos do primeiro século, tenha havido a disposição de fazer isso, se fosse necessário. A coisa principal é que se esteja disposto a colocar os interesses de Deus em primeiro lugar na vida, fazendo quaisquer sacrifícios necessários para realizar isso Não é tanto o que alguém possui ou não possui, quanto é em que ele fixa o coração Fixa-o primeiro nos interesses de Jeová, ou vêm os interesses pessoais em primeiro lugar? E parte dos interesses de Jeová inclui fazer algo a favor dos outros, visto que a Palavra de Deus diz que ‘não devemos visar, em interesse pessoal, apenas os nossos próprios assuntos, mas também, em interesse pessoal, os dos outros’, e que não devemos “estar agradando [só] a nós mesmos” mas “que cada um de nós agrade ao seu próximo naquilo que é bom para a edificação dele”. — Fil. 2:4; Rom. 15:1, 2.
12. Por que devemos apreciar o proceder abnegado de outros, nos tempos modernos?
12 Vemos tal espírito de abnegação nos tempos modernos? Certamente que sim. De fato, os vários milhões de pessoas que agora usufruem as verdades bíblicas e o companheirismo cristão, em associação com as mais de 40.000 congregações das Testemunhas de Jeová, em toda a terra, são beneficiados pelos sacrifícios feitos por servos leais de Deus mais cedo, nos tempos modernos. Lá, em fins dos 1800 e na primeira parte dos 1900, muitas pessoas abnegadas trabalharam arduamente para ensinar a outros as verdades bíblicas e lançar o alicerce para a hodierna organização visível de Jeová, da qual recebemos agora as verdades sobre Jeová, bem como muitos outros benefícios
13. Que sacrifícios fazem muitos para servir mais plenamente a Jeová?
13 Agora mesmo, em toda a terra, muitas dezenas de milhares de homens e mulheres devotados fazem sacrifícios incomuns para servir a Deus. Alguns sacrificaram literalmente lares e bens, para poderem trabalhar por tempo integral nos interesses de Jeová, na obra missionária, em lares de Betel ou como representantes viajantes, servindo congregações. Outros fazem sacrifícios para se empenhar no serviço de pioneiro especial, regular ou auxiliar, para que possam instruir mais plenamente os outros sobre a iminente nova ordem de Jeová.
14. Como encara Jeová aqueles, cujo serviço a ele é mais restrito por causa de sua situação?
14 Entretanto, nem todos os que estão devotados a Jeová estão livres de responsabilidades, a ponto de se poderem empenhar em tal serviço por tempo integral. Muitos têm de lutar arduamente, no meio dum sistema econômico difícil, para ganhar o sustento para sua família, reconhecendo que, se não fizessem isso, seriam ‘piores do que alguém sem fé’. (1 Tim. 5:8) Os pais cristãos também têm as responsabilidades que resultam de terem filhos. Compreendem que precisam sacrificar parte do que eles prefeririam fazer, a fim de poderem gastar tempo em criar os filhos “na disciplina e na regulação mental de Jeová“. (Efé. 6:4) Também, há alguns que, por causa de saúde fraca, idade avançada ou outras limitações, podem oferecer muito pouco no serviço direto a Jeová. Neste respeito, são similares à viúva necessitada, que pôde oferecer no templo de Deus apenas “duas pequenas moedas de muito pouco valor” (Luc. 21:1-4) Contudo, todos os que fazem o que podem para ajudar outros a aprender sobre Jeová certamente fazem sacrifícios que lhe agradam. Ele os ama pela sua disposição de suportarem condições difíceis, e, ainda assim, fazerem alguma oferta de serviço a ele, conforme sua situação permite. — Tia. 5:11.
EXAMINE-SE
15. Que perguntas convém que façamos a nós mesmos?
15 Tem um espírito abnegado? Ou tende a pensar mais em si mesmo? Serve a Jeová do melhor modo que sua situação lhe permite? Por que não se examina, para ver se o seu serviço cristão a Deus pode ser melhorado?
16. Como podemos ‘comprar o tempo oportuno’? (Leia Romanos 10:9, 10.)
16 Por exemplo, poderia devotar mais tempo à leitura pessoal da Bíblia? Se tiver família, realiza com ela palestras regulares sobre a Bíblia? Poderia usar mais do seu tempo de folga para visitar as pessoas de sua vizinhança, para falar-lhes sobre as “boas novas”? Ou poderia devotar algum tempo para ajudar os doentes, os idosos ou outros, por prestar-lhes atos cristãos de bondade e amor? Talvez possa comparar o tempo que gasta, digamos, em recreação, tal como ver televisão, com o tempo que gasta em servir a Jeová, num ou noutro campo da atividade dele. Há equilíbrio? — Efé. 5:15.
17. Por que é importante que os pais examinem o que pedem que seus filhos façam?
17 É pai, ou mãe? Examine sua relação com os seus filhos. Reconheça que o melhor tempo para os seus filhos aprenderem o proceder abnegado é a infância. Dê aos seus filhos algum trabalho útil a fazer, na sua casa. Faça-os compreender que a vida não consiste só em brincar, mas que envolve trabalho e sacrifício. Pode ser que, na sua própria infância, tenha tido roupa de segunda qualidade, pouca recreação ou insuficiente alimento bom Talvez ache que não deseja que seu filho fique privado assim como você ficou. Mas, por outro lado, dar ao seu filho tudo o que ele quer talvez lhe custe a vida! Pode fazer com que pense que a vida é fácil, que as coisas surgem de modo fácil, que fazer a vontade de Jeová é fácil, e, por isso, mais tarde, talvez não esteja disposto a fazer sacrifícios para Jeová. Você, como adulto, já sabe que a vida não é fácil, que as coisas não vêm fácil e que fazer a vontade de Jeová não necessariamente é fácil. Por isso, ajude seus filhos a obter um conceito equilibrado sobre a vida. Ensine-lhes que, embora haja tempo para recreação, precisa também haver tempo para trabalho, para estudo bíblico e para sacrifícios. Discipline seus filhos e suas filhas num proceder de abnegação razoável. Os frutos desta disciplina poderão muito bem ser uma das coisas mais valiosas que possam herdar de você. (Efé. 6:4; Heb. 12:11) E o seu próprio bom exemplo será o melhor reforço para as instruções verbais que lhes transmite.
18. Se não pudermos devotar mais de nosso tempo para servir a Jeová, que melhoras poderemos ainda assim fazer?
18 Quer seja casado, quer solteiro, pode ser que uma auto-análise honesta mostre que está gastando todo o tempo que razoavelmente pode no serviço dos interesses do Reino. Há mais alguma coisa que possa fazer? Sim, há. Poderá empenhar-se em se tornar cristão melhor, aprendendo a demonstrar em medida mais plena os frutos do espírito de Deus, que são “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura, autodomínio”. (Gál. 5:22, 23) Outrossim, poderá esforçar-se a melhorar a qualidade de seu serviço a Deus.
19. Por que devemos querer cultivar o espírito de abnegação? (Leia Hebreus 6:11; 1 Coríntios 15:58.)
19 No futuro, na nova ordem de Deus, quão satisfatório será poder olhar para trás e saber que, quando realmente importava, neste tempo de urgência, você ‘pôs mãos à obra’ fez os necessários sacrifícios e fez a sua parte para servir a Jeová. Sim, esteja disposto a pôr de lado os interesses pessoais em favor dos interesses de Jeová, tendo em mente as emocionantes recompensas à frente. Cultive o espírito do salmista, que disse: “De bom grado vou oferecer sacrifício a ti. Elogiarei o teu nome, ó Jeová, porque é bom.” — Sal. 54:6
[Foto na página 25]
Pedro, Noé, Abraão e outros fizeram sacrifícios para Jeová e foram abençoados por ele.
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Sexo sem casamento — por que magoaA Sentinela — 1979 | 1.° de fevereiro
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Sexo sem casamento — por que magoa
A ATRAÇÃO sexual pode ser muito forte. O Criador implantou-a, evidentemente, nos humanos, a fim de contribuir para tornar o casamento um vínculo agradável que une.
Alguns talvez zombem da idéia de que é prejudicial participar em intimidadas sexuais sem ser casado. Talvez se perguntem que dano isso causa aos seus corpos, quando se entregam a esses desejos fora do vínculo matrimonial. Mas, será que eles não se esquecem do que são no íntimo de seu corpo, em si mesmos? Não possuem personalidade, mente racional e um coração que anseia o verdadeiro amor e segurança? As feridas internas, causadas pelo abandono por parte de alguém a quem se amou temporariamente, podem sangrar por muitos anos. Também, podem desenvolver-se insensibilidades, e estas tampouco promovem a saúde e a felicidade. As pessoas estão começando a reconhecer cada vez mais que o uso dos órgãos sexuais fora do casamento não traz nenhuma verdadeira satisfação e alegria.
O ANSEIO PELO AMOR MARITAL
A esposa não sofre apenas uma mudança física, durante seu primeiro contato sexual, mas também uma alteração na sua personalidade. Enquanto ainda virgem, ela provavelmente desejava ter um namorado, alguém com quem falar e em que se “estribar”. Após ter tido relações sexuais, porém,
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