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    A Sentinela — 1975 | 1.° de julho
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  • As igrejas da África pesam o passado e o futuro
    A Sentinela — 1975 | 1.° de julho
    • As igrejas da África pesam o passado e o futuro

      “TEMOS tido gente que professava ser cristãos — segurando a Bíblia numa das mãos e o fuzil na outra. Estes são os que foram responsáveis pelo sofrimento humano neste continente desde os dias do comércio de escravos.”

      Esta declaração foi feita pelo presidente de Zâmbia, Dr. K. D. Kaunda, no discurso de abertura da Conferência Pan-africana de Igrejas, realizada em Lusaca, Zâmbia, em meados do primeiro semestre do ano passado.

      O QUE O PASSADO REVELA

      A história mostra em vista de que antecedentes se fez esta expressão. No último quarto do século dezenove, nações chamadas cristãs da Europa começaram uma corrida em busca de território na África, o que por fim resultou em repartirem quase que o continente inteiro em colônias.

      Em 1920, cada quilômetro quadrado do continente africano — com exceção dos estados independentes de Etiópia, Libéria e África do Sul — estava sob governo ou domínio colonial ou estava sendo reivindicado por uma ou outra das potências coloniais européias.

      O sistema da abertura do continente africano à colonização foi similar ao sistema anterior no hemisfério ocidental. Missionários religiosos amiúde serviram de pioneiros do estado político que veio depois.

      Salienta-se isso numa crítica publicada no Times de Nova Iorque (15 de agosto de 1974) a respeito dum livro recente sobre a vida do missionário e explorador da África, David Livingstone. Revelava que Livingstone instava no estabelecimento de comunidades brancas na África, para a ‘divulgação do cristianismo’ e a abertura do país ao comércio. Dissertava perante empresários ingleses sobre “as oportunidades de lucrar na África”. Embora Livingstone se opusesse à escravatura, a crítica do livro resume o resultado das explorações deste missionário no século dezenove, dizendo: “Em vez de abrir a África para o cristianismo, pavimentou o caminho, primeiro, para os escravizadores que o seguiram a territórios antes não descobertos. Também, ‘a introdução da palavra de Deus foi o presságio da destruição das criaturas de Deus’. Depois da Bíblia veio o fuzil.”

      A colonização trouxe muitos problemas sérios, alguns deles de efeitos duradouros para os povos da África. Conforme declara a Encyclopœdia Britannica de 1974:

      “Cristãos do Ocidente muitas vezes exploraram as nações em desenvolvimento, saquearam seus recursos, escravizaram ou rebaixaram suas populações. . . .” “As fronteiras entre as colônias muitas vezes foram demarcadas arbitrariamente, com pouca ou nenhuma atenção à união étnica, aos vínculos econômicos regionais, aos padrões migratórios, tribais, ou mesmo às fronteiras naturais.” “[Isto] teve um efeito prejudicial de longa duração sobre a união [africana] e um efeito ainda mais inibidor sobre o desenvolvimento econômico da África.”

      Embora as colônias européias, especialmente desde o fim da Segunda Guerra Mundial, tenham na maior parte desaparecido e haja agora mais de quarenta estados independentes na África, muitos africanos continuam a ter o senso de desconfiança das religiões que ajudaram a abrir o caminho para tais esforços e domínio de colonização.

      A CONFERÊNCIA SALIENTA A INDEPENDÊNCIA

      Tudo isso talvez explique por que há um número tão grande de grupos religiosos independentes dentro da Conferência Pan-africana de Igrejas. O número total das igrejas representadas na reunião de Lusaca foi de 103, inclusive os principais grupos protestantes, as igrejas ortodoxa grega e cóptica, e várias outras religiões menores.

      De fato, esta assembléia da conferência exortou à independência religiosa, sendo a primeira organizada inteiramente por líderes eclesiásticos africanos sem orientação de fora. Muitos oradores exortavam a que era necessária uma autêntica religião africana, que não fosse considerada “importação estrangeira” ou “religião do homem branco”. O Sr. Kofi Appiah-Kubi, membro nigeriano, disse: Se as igrejas na África hão de aumentar e desenvolver-se como igrejas africanas e não apenas como extensões de igrejas estrangeiras, conforme são muitas hoje em dia, então é preciso deixar que se arraiguem no solo da África onde estão plantadas.”

      No mesmo teor, um recente comunicado da Conferência declarou que “o povo da África, especialmente as pessoas da igreja, precisam livrar-se dos grilhões da dominação cultural, recorrer às profundezas da mãe África e despertar seu gênio criativo. Quando se fizer isso, a África estará pronta para fazer valer seus direitos no mundo e contribuir algo novo e diferente para a salvação da humanidade.”

      Mostrando até que ponto deveria ir o processo de africanização, segundo alguns acham, um clérigo em Zâmbia sugeriu que, em lugar do pão e do vinho costumeiramente usados na “Refeição Noturna do Senhor”, devia-se usar nshima, um mingau de milho local, e munkoyo, cerveja produzida localmente duma raiz. Digna de nota foi também a decisão da Conferência de exortar suas igrejas-membros a empreender um estudo sério do islã, das religiões africanas tradicionais e de outras ideologias, no seu desenvolvimento duma adoração africana, distinta.

      Que dizer da dependência financeira de fontes estrangeiras? A comissão financeira informou a assembléia que a Conferência teria de recorrer a fontes externas para 80 por cento de seu orçamento de 1975. Mas, havia também a convocação de se libertar de tal dependência de benfeitores estrangeiros. Uma declaração da assembléia dizia que “a contribuição da igreja africana não pode ser feita adequadamente no nosso mundo se a igreja não for libertada e realmente nacional. Para conseguir tal libertação, a igreja terá de dar paradeiro aos recursos financeiros e de potencial humano — receber dinheiro e pessoal — procedentes de suas relações estrangeiras. Só assim poderá a igreja firmemente fazer valer seus direitos na sua missão na África”.

      O jornal Daily Mail de Zâmbia noticiou que o Cônego Burgess Carr, da Libéria, secretário-geral da Conferência, expressou o assunto de modo ainda mais franco, dizendo: “As igrejas da África podem passar sem os serviços de missionários e de trabalhadores eclesiásticos expatriados.”

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