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Justiça para todos — virá algum dia?A Sentinela — 1989 | 15 de fevereiro
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foi feito torto não pode ser endireitado, e aquilo que é carente é que não se pode contar.”
Um homem ainda mais famoso foi Jesus Cristo. Em Lucas 18:1-5 lemos sobre a sua ilustração dum juiz “que não temia a Deus e não respeitava homem”. Uma viúva pedia insistentemente a esse juiz que se lhe concedesse a justiça a que a lei lhe dava direito. Mas, Jesus disse que aquele juiz iníquo ajudou-a apenas porque os apelos dela passaram a aborrecê-lo. Não há dúvida, portanto, de que Jesus se apercebia da existência de muitas injustiças. De fato, ele mesmo mais tarde foi torturado e executado sob acusação forjada, outra tremenda perversão da justiça!
Muitos crêem que existe um Deus que se preocupa com a injustiça. Durante uma Missa num país da América Central, o papa João Paulo II disse: “Quem oprime um homem, quem viola os seus direitos, quem comete flagrantes injustiças contra ele, quem o submete a tortura, quem invade o seu domicílio e o seqüestra, ou viola seu direito à vida, comete um crime e uma grande ofensa contra Deus.” Bonitas palavras. Mas, as injustiças continuam. A desnutrição naquele país aflige a 8 de cada 10 crianças com menos de cinco anos. Dois por cento da população é dona de 80 por cento da terra cultivável.
Portanto, existe realmente um Deus que genuinamente se importa com tais horríveis injustiças, um Deus que até mesmo se interessará pelas injustiças que afetam a você? Cuidará ele de que algum dia se faça justiça?
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A quem podemos recorrer em busca de verdadeira justiça?A Sentinela — 1989 | 15 de fevereiro
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A quem podemos recorrer em busca de verdadeira justiça?
“Não fará justiça o juiz de toda a terra?” — GÊNESIS 18:25, A Bíblia de Jerusalém.
1, 2. Como reagem muitos diante das prevalecentes injustiças?
É PROVÁVEL que você dolorosamente se apercebe de que existem muitas injustiças. Como reage pessoalmente à prevalecente falta da verdadeira justiça?
2 Alguns reagem por questionar a existência de um Deus justo. Talvez até mesmo afirmem ser agnósticos. Provavelmente já ouviu este termo. Aplica-se a alguém que acha “que qualquer derradeira realidade (como Deus) é desconhecida e prov[avelmente] desconhecível”. Foi o biólogo Thomas H. Huxley, proponente da evolução darwiniana, no século 19, quem primeiro usou a palavra “agnóstico” nesse sentido.a
3, 4. Qual é a origem da palavra “agnóstico”?
3 Mas, donde é que Huxley tirou o termo “agnóstico”? Na realidade, ele serviu-se de uma expressão usada em outro sentido por um advogado do primeiro século, o apóstolo Paulo. Foi usada num dos mais famosos discursos já proferidos. Este discurso é importante hoje, pois nos dá uma base sólida para sabermos como e quando prevalecerá a justiça para todos e, ainda mais, como podemos pessoalmente nos beneficiar dele.
4 A palavra “agnóstico” (“desconhecido”) foi tirada da menção de Paulo a respeito de um altar em que se achava inscrito “A um Deus Desconhecido”. Esse breve discurso foi registrado pelo médico Lucas, no capítulo 17 do livro histórico de Atos dos Apóstolos. O capítulo mostra primeiro como Paulo veio a estar em Atenas. No quadro acompanhante (página 6), poderá ler a informação introdutória de Lucas e a íntegra do discurso.
5. Em que ocasião e circunstâncias proferiu Paulo seu discurso aos atenienses? (Peça que se leia Atos 17:16-31.)
5 O discurso de Paulo é deveras poderoso e merecedor de cuidadosa consideração. Visto que nos vemos cercados de crassas injustiças, podemos aprender muito desse discurso. Primeiro, note a ocasião e as circunstâncias, lendo Atos 17:16-21. Os atenienses se orgulhavam de viver num famoso centro de erudição, onde Sócrates, Platão e Aristóteles haviam ensinado. Atenas era também uma cidade muito religiosa. Para onde quer que olhasse, Paulo via ídolos — do deus da guerra Ares, ou Marte; de Zeus; de Esculápio, o deus da medicina; do violento deus do mar, Posseidon; de Dioniso, de Atena, de Eros e de outros.
6. Como se compara a região em que você mora com o que Paulo viu em Atenas?
6 O que se daria, porém, se Paulo inspecionasse a cidade ou a região em que você mora? Talvez visse muitos ídolos ou estátuas religiosas, mesmo na cristandade. Em outros lugares, talvez visse mais. Certo guia diz: “Os deuses indianos, diferentes de seus volúveis ‘irmãos’ gregos, são monógamos, e alguns dos mais impressionantes poderes foram conferidos a suas consortes femininas . . . Existem, sem exagero, milhões de deuses ligados a todas as formas de vida e da natureza.”
7. Como eram os antigos deuses gregos?
7 Muitos deuses gregos são representados como sendo mesquinhos e bem imorais. A conduta deles seria vergonhosa para os mortais, sim, seria criminosa na maioria dos países hoje. Portanto, você tem toda razão de se perguntar que tipo de justiça os gregos daquele tempo poderiam esperar desses deuses. Mesmo assim, Paulo percebia que os atenienses tinham por eles uma devoção especial. Cheio de corretas convicções, ele passou a explicar as elevadas verdades do cristianismo genuíno.
Assistência Desafiadora
8. (a) Que crenças e conceitos caracterizavam os epicureus? (b) Em que criam os estóicos?
8 Alguns judeus e gregos ouviram com interesse, mas, como reagiriam os influentes filósofos epicureus e estóicos? Como verá, as idéias deles eram em muitos sentidos similares a crenças comuns da atualidade, mesmo às que se ensinam aos jovens na escola. Os epicureus exortavam a se viver de modo a obter o máximo de prazer possível, especialmente prazer mental. A sua filosofia de ‘comamos e bebamos, porque amanhã morreremos’, caracterizava-se pela ausência de princípios e de virtudes. (1 Coríntios 15:32) Eles não criam que deuses tivessem criado o universo; em vez disso, sustentavam que a vida surgiu acidentalmente num universo mecânico. Ademais, os deuses não se interessavam pelos homens. Que dizer dos estóicos? Eles destacavam a lógica, crendo que a matéria e a força eram princípios elementares no universo. Os estóicos imaginavam uma deidade impessoal, em vez de crer em Deus como Pessoa. Achavam também que os assuntos humanos eram governados pelo destino.
9. Por que era desafiadora a situação de Paulo no tocante a pregar?
9 Como reagiram esses filósofos ao ensino público de Paulo? Um misto de curiosidade e arrogância mental era naquele tempo uma
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