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Coragem! O milênio está próximoA Sentinela — 1980 | 15 de abril
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7 Apercebidos do costume de Daniel, de orar e louvar a seu Deus três vezes por dia, os conspiradores induziram o rei a assinar um edito no sentido de que quem fizesse uma petição a qualquer deus ou homem, durante 30 dias, exceto ao rei, tinha de ser lançado na cova dos leões. O edito tornou-se lei imutável dos medos e dos persas. (Dan. 6:6-9) Isto é similar à atual situação em muitos países, em que funcionários inferiores ou clérigos, feridos pela recusa das Testemunhas de Jeová de se tornarem parte do mundo ou de diminuírem sua atividade do Reino, e ciumentos da bênção de Deus sobre a obra delas, procuram “apanhar” as Testemunhas e acabar com sua atividade. Estes opositores sabem muito bem que os do povo de Jeová costumam ser as pessoas mais acatadoras da lei e honestas na localidade. Por isso, inventam questões envolvendo cerimônias e saudações idólatras, a proclamação de lemas partidários ou patrióticos, tais como “Heil Hitler”, “Viva Franco”, e outros.
8. Como é o exemplo intransigente de Daniel seguido hoje por testemunhas fiéis?
8 Que exemplo magnífico Daniel deu quanto a como enfrentar tais questões! O registro diz-nos: “Daniel, porém, assim que soube que se assinara a escritura, entrou na sua casa, e, com as janelas do seu quarto de terraço abertas para ele do lado de Jerusalém, foi pôr-se de joelhos, até mesmo três vezes por dia, e orava e oferecia louvor perante seu Deus, assim como havia feito regularmente antes disso.” (Dan. 6:10) Ele não parou com sua adoração costumeira de Jeová. De maneira similar, testemunhas fiéis dos tempos modernos não param com sua adoração de Deus porque algum ditador proscreve ou restringe a sua atividade cristã. Talvez tenham de proceder com cautela, tal como por escalonarem sua atividade de casa em casa ou por darem testemunho só com a Bíblia, ou mesmo por darem ênfase na pregação informal. Mas, é preciso que se empenhem na adoração! ‘Não podem parar de falar das coisas que viram e ouviram.’ — Atos 4:20.
9. Como veio Daniel a ter proteção e que encorajamento nos dá isso hoje?
9 Por causa de seu proceder íntegro, Daniel foi lançado na cova dos leões. Mas, significava isso que Deus o havia abandonado? Nunca! Tampouco abandona Jeová as suas testemunhas quando são hoje lançadas em prisões imundas. Daniel nem mesmo fora abandonado pelo Rei Dario, que “passou a noite jejuando” — provavelmente orando ao Deus de Daniel. A proteção de Jeová, certamente, mostrou ser mais poderosa do que o edito imutável da lei medo-persa. Na manhã seguinte, quando o rei foi apressadamente à cova dos leões e perguntou a Daniel se o seu Deus, a quem ‘servia com constância’ fora capaz de socorrê-lo, Daniel pôde responder: “Meu próprio Deus enviou seu anjo e fechou a boca dos leões, e eles não me causaram dano, pois diante dele se achou em mim a própria inocência; e também perante ti, ó rei, não fiz nada prejudicial.” — Dan. 6:18-22.
10. Como pode o povo de Jeová frustrar as tramas daquele “leão que ruge”, o Diabo?
10 A oração a Jeová é hoje tão importante como no tempo de Daniel, e como ela pode ser eficaz! Embora as Testemunhas de Jeová hoje talvez não sejam lançadas em literais covas de leões, vivem num mundo em que seu “adversário, o Diabo, anda em volta como leão que ruge, procurando a quem devorar”. Então, o que têm de fazer os cristãos quando se confrontam com perseguições e outras provações? Precisam ser corajosas. Precisam sujeitar-se humildemente às circunstâncias provadores e orar, confiando também em que seus irmãos, em toda a parte, oram fervorosamente a seu favor. O apóstolo Pedro deu excelente conselho: “[Lançai] sobre [Deus] toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. Mantende os vossos sentidos, sede vigilantes. . . . tomai vossa posição contra [o Diabo], sólidos na fé, sabendo que as mesmas coisas, em matéria de sofrimentos, estão sendo efetuadas na associação inteira dos vossos irmãos no mundo. Porém, depois de terdes sofrido por um pouco, o próprio Deus de toda a benignidade imerecida . . . completará o vosso treinamento; ele vos fará firmes, ele vos fará fortes. Dele seja o poderio para sempre.” — 1 Ped. 5:6-11.
11. Que exemplos modernos há quanto a Testemunhas de Jeová sobreviverem a uma ‘cova de leões’?
11 Tem havido muitos exemplos modernos de Testemunhas de Jeová como que serem lançadas na “cova dos leões”. Emissários leoninos daquele “leão que ruge”, o Diabo, procuram continuamente devorar o povo de Deus. No entanto, as Suas Testemunhas perseveram em oração, lançando sua ansiedade sobre Jeová, e tomam sua posição “sólidos na fé”. Por exemplo, em Zimbabue Rodésia, houve uma mocinha que fora bem instruída pelos seus pais nos princípios bíblicos. Ela foi capturada por soldados guerrilheiros. Seus pais temiam por ela, visto que os guerrilheiros tinham por hábito violentar ou doutrinar moças adolescentes. Tudo o que os pais podiam fazer era orar pela segurança dela. Depois de alguns dias, ela voltou incólume. “O que aconteceu com você?” perguntaram os pais. “Eu simplesmente continuava a dar testemunho a eles”, explicou a mocinha. De modo que seus captores a mandaram para casa. Mais tarde, o líder dos guerrilheiros veio à aldeia e foi à procura dos pais dela. Disse-lhes que só queria conhecer os pais desta mocinha tão bem instruída.
12. Que oração fervorosa podemos sempre fazer a Jeová, e com que confiança?
12 Quão veraz é que Jeová cuida dos seus servos que oram e os apóia! Com confiança, sempre podemos orar assim como Davi: “Ó Jeová, meu Deus, em ti me refugiei. Salva-me de todos os que me perseguem e livra-me, para que ninguém dilacere a minha alma assim como faz o leão, arrancando-me quando não há livrador.” Sim, às vezes talvez sintamos que nossa “alma está no meio de leões”, que estamos entre “devoradores, sim, os filhos dos homens, cujos dentes são lanças e flechas e cuja língua é uma espada afiada” Mas, nossas fervorosas orações a Jeová, e refugiarmo-nos sob a sombra de suas asas, fará com que passemos por tais provações mantendo a integridade. (Sal. 7:1, 2; 57:1-4) Assim como Daniel, ‘pela fé, . . . tapou as bocas de leões’, nós também podemos fazer. — Heb. 11:33.
NUM “TEMPO DE AFLIÇÃO”
13. (a) No reinado de Ciro, por que precisava Daniel de fortalecimento? (b) Que coragem similar precisam ter hoje as Testemunhas de Jeová?
13 Mais tarde, durante o reinado do Rei Ciro, apareceu a Daniel um anjo em visão e fortaleceu-o, dizendo: “Não tenhas medo, ó homem mui desejável. Paz seja contigo. Sê forte, sim, sê forte.” (Dan. 10:1-19) Exigiu coragem da parte de Daniel receber e registrar a poderosa profecia que o anjo lhe deu a seguir, e que encontramos nos capítulos 11 e 12 de Daniel. E tem exigido coragem para as Testemunhas de Jeová continuarem a ‘não fazer parte do mundo’ durante o cumprimento da parte final desta profecia, que descreve o confronto entre o “rei do norte” comunista e o “rei do sul” capitalista, nesta era nuclear.
14. (a) O que identifica Miguel como sendo o Senhor Jesus Cristo? (b) Que coragem podemos derivar do registro de Daniel, capítulo 12?
14 O livro de Daniel menciona diversas vezes a Miguel, cujo nome significa “Quem É Semelhante a Deus?”. (Dan. 10:13, 21) Este grande príncipe é assim identificado como sendo o Senhor Jesus Cristo, que luta pela vindicação da soberania de Jeová. Falando sobre este “tempo do fim”, o anjo disse a Daniel: “E durante esse tempo pôr-se-á de pé Miguel, o grande príncipe que está de pé a favor dos filhos de teu povo. E certamente virá a haver um tempo de aflição tal como nunca se fez ocorrer, desde que veio a haver nação até esse tempo. E, durante esse tempo, teu povo escapará, todo aquele que for achado inscrito no livro.” (Dan. 12:1, 4) Sejamos bem corajosos para fazer tudo o que o Deus de Daniel requer de nós, até que esse “tempo de aflição” arrase o mundo iníquo de Satanás. Pois então raiará o glorioso dia do reinado milenar de Jesus. “Muitos dos adormecidos no solo de pó acordarão” com a perspectiva de terem vida eterna na terra. Também o corajoso Daniel ‘se erguerá para receber a sua sorte no fim dos dias’. — Dan. 12:2, 9, 13.
“SEDE CORAJOSOS E FORTES”
15, 16. (a) Em que situação anterior do povo de Daniel havia necessidade de coragem? (b) Assim como em Israel, como pode ser fortalecida hoje a coragem do povo de Deus?
15 Atualmente, o povo de Deus está no próprio limiar do milênio. A situação é parecida à do povo de Daniel, Israel, num período bem anterior de sua história. Foi quando estavam acampados junto à margem do rio Jordão, prontos para atravessá-lo para a Terra da Promessa. O objetivo estava à vista. Mas, ainda os aguardavam provações e dificuldades. Havia necessidade de coragem. Portanto, outro profeta famoso de Jeová, o idoso Moisés, proferiu as seguintes palavras a Israel: “Sede corajosos e fortes. Não tenhais medo nem vos assusteis diante [dos vossos inimigos], porque Jeová, teu Deus, é quem marcha contigo. Não te desamparará nem te abandonará completamente.” E ao seu próprio sucessor designado, Josué, Moisés deu uma admoestação similar: “Sê corajoso e forte.” — Deu. 31:1-8.
16 De fato, todo o povo precisava ser muito corajoso; e por isso, Moisés instruiu os sacerdotes, os levitas e os anciãos de Israel sobre o que havia de ocorrer cada sete anos na festividade das barracas, que todos teriam de observar: “Congrega o povo, os homens e as mulheres, e os pequeninos, e teu residente forasteiro que está dentro dos teus portões, para que escutem e para que aprendam, visto que têm de temer a Jeová, vosso Deus, e cuidar em cumprir todas as palavras desta lei.” (Deu. 31:9-12) Escutar, aprender e obedecer à lei de Jeová era essencial para o bom êxito daquela nação, e isto também é necessário hoje, se o povo de Deus há de ter coragem que o habilite a sobreviver ao fim do mundo.
17, 18. O que é necessário para alguém se tornar “corajoso e forte”, e por que precisam dar atenção a isso especialmente os anciãos cristãos?
17 Naquele tempo crítico em Israel, era necessário que o ancião Josué mostrasse coragem exemplar, assim como hoje é necessário da parte dos anciãos cristãos na congregação. Por isso, as palavras de Jeová, proferidas diretamente a Josué e reforçando as anteriores de Moisés devem receber nossa detida atenção: “Sê corajoso e forte. . . . Somente sê corajoso e muito forte. . . . Sê corajoso e forte. Não fiques assustado nem aterrorizado, pois Jeová, teu Deus, está contigo onde quer que andares.” (Jos. 1:6, 7, 9) Jeová disse a Josué o que era necessário para ser “corajoso e forte”, e para agir sabiamente em cada situação. E o que era? Que o texto responda:
18 “Este livro da lei [de Jeová] não se deve afastar da tua boca e tu o tens de ler em voz baixa dia e noite, para cuidar em fazer segundo tudo o que está escrito nele; pois então farás bem sucedido o teu caminho e então agirás sabiamente.” — Jos. 1:8.
19, 20. Qual será o resultado final de sermos “corajosos e fortes”?
19 O que resultou finalmente da ação sábia de Josué, junto com a obediência corajosa do povo? Depois de todos os obstáculos terem sido vencidos, depois de Jeová ter dado a Israel a vitória sobre todos os seus inimigos, e quando o povo se fixara naquela ‘terra que manava leite e mel’, Josué pode incentivá-los por dizer: “Vós bem sabeis, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma, que não falhou nem uma única de todas as boas palavras que Jeová, vosso Deus, vos falou. Todas elas se cumpriram para convosco. Nem uma única palavra delas falhou.” — Jos. 5:6; 23:14.
20 Quando os do povo corajoso de Jeová dos tempos modernos tiverem finalmente saído do catastrófico “tempo de aflição” para entrar no milênio do reinado pacífico de Cristo, sentirão o cumprimento das promessas de Jeová em escala muitíssimo maior, sim, em escala permanente. Que todos nós ‘sejamos corajosos e muito fortes’ para sobreviver para este milênio que agora está próximo!
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AndrônicoA Sentinela — 1980 | 15 de abril
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Andrônico
Andrônico, cujo nome significa “vencedor de homem”, era um fiel judeu cristão na congregação de Roma, a quem Paulo enviou saudações. Paulo chamou Andrônico e Júnias de “meus parentes”. Embora a palavra grega usada aqui (syggenés), no seu sentido mais amplo, possa significar “patrício”, o significado primário é “parente consangüíneo da mesma geração”. O contexto indica que Andrônico provavelmente estava aparentado assim com Paulo. Igual a Paulo, Andrônico sofrera encarceramento, sendo então ‘homem notável’ entre os apóstolos, tendo-se tornado cristão antes de Paulo. — Rom 16:7; tirado de Ajuda ao Entendimento da Bíblia, em inglês, p. 77.
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