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Minha vida como ciganoDespertai! — 1973 | 8 de julho
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Não mais desejamos roubar de nosso próximo, mas sinceramente tentamos ajudá-los a saber que “a bênção de Jeová — esta é o que enriquece, e ele não lhe acrescenta dor alguma”. — Pro. 10:22.
Quanto devemos ao grande Deus da verdade por causa da Bíblia, que agora aceitamos de coração, “não como a palavra de homens [como o faz o clero da cristandade], mas, pelo que verazmente é, como a palavra de Deus”. — 1 Tes. 2:13.
Por esta razão, é nossa oração fervorosa que ainda outros que agora seguem o modo de vida cigano possam voltar-se para a verdade que realmente os libertará e, destarte, usufruam um modo superior de vida. (João 8:32) Também, é minha esperança pessoal que, um dia, em breve, eu possa ver de novo minha querida tia Lila, ressuscitada à vida na justa nova ordem de Deus. Ali, tenho certeza de que sua apreciação pela bondade de Jeová e pelas belezas de Sua criação continuará aumentando a cada sucessivo nascer do sol, num mundo sem fim.
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Aquedutos — grandes feitos de engenharia!Despertai! — 1973 | 8 de julho
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Aquedutos — grandes feitos de engenharia!
Do correspondente de “Despertai!” em Portugal
DISPÕE de água utilizável na quantidade desejada? Muitas donas de casa ainda usam parcamente seu suprimento diário, visto que precisam retirá-lo das correntes e fontes próximas, ou dum poço distante. Outras, talvez, nem pensem no assunto, graças ao progresso moderno que tornou a água tão acessível. Mas, nem sempre foi assim. Sabe como é que muitos citadinos obtinham a água há séculos atrás?
A resposta são os aquedutos. Os aquedutos antigos eram usualmente túneis compridos, estreitos, completamente fechados que forneciam um canal acima do solo para que a água fluísse de uma fonte natural até uma cidade. O fluxo da água era gravitacional, o aqueduto dispondo de uma inclinação gradual de trinta a sessenta centímetros a cada quilômetro e meio, mais ou menos. Onde existiam vales, era necessário construir uma estrutura, em forma de ponte, que levasse a água na mesma inclinação colina abaixo. Quando o curso d’água encontrava colinas ou montanhas, isto exigia cavar-se um buraco através da montanha.
É claro que eram necessários bons projetos de engenharia. A Bíblia relata que Ezequias, rei de Judá (745-716 A. E. C.) dirigiu a construção de notável aqueduto que atravessava rocha maciça. Fez isto por usar duas equipes de homens que trabalhavam uma em direção à outra, partindo de extremos opostos até se encontrarem no meio. E não se tratava dum túnel pequeno, sua altura média sendo de mais de 1,80 metros e seu comprimento sendo de 533 metros!
Aquedutos Romanos
Os romanos mais tarde aperfeiçoaram o traçado dos aquedutos e construíram dezenas deles em todas as partes de seu vasto império. Longas filas de arcos ainda subsistem como monumentos à habilidade de engenharia dos romanos. Qualquer pessoa que visite a Europa pode vê-los. Um aqueduto antigo se acha em Ponte de Gard, Nîmes, França. Em Segóvia, Espanha, magnífico aqueduto de mais de 800 metros, construído pelo Imperador Trajano (98-117 E. C.), ainda se acha operacional.
A quantidade de água transportada por tais aquedutos era tremenda. Em 97 E.C., os nove aquedutos que alimentavam Roma, segundo se afirma, forneciam à cidade uma reserva diária de quase uns 144.000.000 de litros dentro de suas muralhas e outros 75.000.000 de litros fora de suas muralhas! Naqueles dias, a água era uma dádiva gratuita para a Comunidade, ninguém tendo de pagar por ela. Quanto às despesas de construção, estas geralmente eram pagas pelos despojos da guerra, pelo tesouro imperial ou por alguns benfeitores ricos. Assim, aconteceu que a Roma antiga se tornou famosa por suas fontes públicas, seus reservatórios e seus banhos.
Aquedutos de Portugal
Alguns dos muitos aquedutos de Portugal foram construídos pelos romanos, tais como os de Beja e Conímbriga. A maioria, contudo, foi construída desde o século quinze. Uma estrutura verdadeiramente notável é o aqueduto de Vila do Conde, construído em 1350 E. C. e que tinha um total de 999 arcos elegantemente traçados. Outra imponente vista é o aqueduto de Elvas, que consiste em nada menos de quatro fileiras de arcos que atravessam profunda ravina.
A cidade de Lisboa é dotada do mais famoso aqueduto do país, ainda operacional, e tanto os turistas como os cidadãos locais apreciam a vista notável que apresenta. Em 1731 E. C., o Rei D. João V expediu um decreto para se construir este aqueduto. Era realmente necessário, pois conseguir água naquele tempo era deveras um desafio diário.
Imagine-se em Lisboa há uns 250 anos atrás. Quase todo o mundo tem de ir à bica central da cidade para obter seu suprimento diário. Os consumidores privados, que dispõem de seus próprios poços, são relativamente poucos e altamente privilegiados. Assim, com duas bilhas de barro na mão, andamos até a bica pública da cidade. Que enorme multidão já se acha ali reunida!
Embora a maioria das pessoas aguarde pacientemente sua vez, alguns são arruaceiros e tentam empurrar os outros e passar na frente deles. Brigas e discussões são quase que uma ocorrência diária, e já foram mortas algumas pessoas! Por fim, chegando à bica, ansiosamente enchemos nossas bilhas e rapidamente nos afastamos da multidão. Refletindo por um instante sobre o homem encarregado da bica, prontamente admitimos que ele tem um trabalho e tanto. Dirigimo-nos alegremente para casa, gratos de ter conseguido nossa porção diária — apenas uns oito litros para todas as nossas necessidades.
Não é de admirar que a construção do aqueduto foi saudada como maravilhosas novas para os lisboetas. Os custos de construção foram cobertos por se aplicar uma taxa especial na compra de itens básicos locais tais como o sal, o azeite de oliveira, o vinho, a carne e a palha. Quando por fim foi completado, uns vinte anos depois, a água potável jorrou na cidade em quantidade, provindo das fontes em Caneças, a uma distância de uns dezoito quilômetros.
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