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EzequiasAjuda ao Entendimento da Bíblia
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ouro. Para poder pagar tal importância, Ezequias viu-se obrigado a entregar toda a prata existente no templo, e no tesouro real, além dos metais preciosos que Ezequias mesmo tinha usado para mandar revestir as portas e as ombreiras do templo. Isto satisfez ao rei da Assíria, mas apenas temporariamente. — 2 Reis 18:13-16.
OBRAS DE EDIFICAÇÃO E DE ENGENHARIA
Em face do iminente ataque do ganancioso Senaqueribe, Ezequias demonstrou sabedoria e estratégia militar. Tampou todas as fontes e mananciais d’água fora da cidade de Jerusalém, de modo que, em caso dum sítio, os assírios sofressem carência de água. Reforçou as fortificações da cidade e “fez armas de arremesso em abundância, bem como escudos”. Mas não era neste equipamento militar que ele depositava sua confiança. — 2 Crô. 32:1-8.
Um dos mais notáveis feitos de engenharia dos tempos antigos foi o aqueduto de Ezequias. Ia desde a fonte de Giom, a E da parte N da cidade de Davi, seguindo um curso um tanto irregular e estendendo-se por 533 m, até o reservatório ou tanque de Siloé, no vale de Tiropeom, abaixo da cidade de Davi, mas dentro dum novo muro adicionado à parte S da cidade. — 2 Reis 20:20; 2 Crô. 32:30; veja Arqueologia, p. 136.
FRACASSO DE SENAQUERIBE EM JERUSALÉM
Conforme as expectativas de Ezequias, Senaqueribe decidiu atacar Jerusalém. Ezequias ficou grandemente angustiado, mas continuou a confiar em Jeová, e recorreu a Ele, no templo, enviando também alguns dos cabeças do povo ao profeta Isaías. A resposta de Isaías, da parte de Jeová, foi de que Senaqueribe ouviria um relato e retornaria à sua própria terra, onde seria morto. (2 Reis 19:1-7; Isa. 37:1-7) Nessa ocasião, Senaqueribe se retirara de Laquis para Libna, onde ouvira dizer que Tiraca, o rei da Etiópia, tinha vindo lutar contra ele. Todavia, Senaqueribe enviou cartas a Ezequias através dum mensageiro, persistindo em suas ameaças e zombando de Jeová, o Deus de Israel. Ao receber as cartas muito vituperadoras, Ezequias as espalhou diante de Jeová, que de novo respondeu por meio de Isaías, retribuindo a zombaria de Senaqueribe e garantindo que os assírios não entrariam em Jerusalém, pois o próprio Jeová ‘certamente defenderia a cidade, para a salvar por Sua própria causa, e por causa de Davi, seu servo’. — 2 Reis 19:8-34; Isa. 37:8-35.
No decorrer da noite, Jeová enviou seu anjo, que destruiu 185.000 da nata das tropas de Senaqueribe, “todo homem poderoso, valente, e todo líder e chefe no acampamento do rei da Assíria, de modo que ele retornou com face envergonhada à sua própria terra”. Mais tarde, “sucedeu que, curvando-se ele na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Sarezer, seus próprios filhos, golpearam-no com a espada”. Assim a ameaça de Senaqueribe a Jerusalém foi efetivamente removida. — 2 Crô. 32:21; Isa. 37:36-38.
PROLONGAMENTO MIRACULOSO DA VIDA DE EZEQUIAS
Por volta do tempo em que Senaqueribe fez suas ameaças contra Jerusalém, Ezequias foi afligido dum furúnculo maligno. Foi instruído pelo profeta Isaías que ordenasse seus assuntos em preparação para a morte. Nessa ocasião, Ezequias ainda não tinha nenhum filho, e, por conseguinte, parecia que a linhagem real de Davi corria perigo de ser interrompida. Ezequias orou fervorosamente a Jeová, vertendo muitas lágrimas, após o que Jeová enviou Isaías de novo a Ezequias, a fim de informá-lo que teria quinze anos acrescentados à sua vida. Foi-lhe dado um sinal miraculoso, fazendo-se com que a sombra do sol recuasse dez degraus “da escada de Acaz”. (Veja RELÓGIO DO SOL. ) No terceiro ano depois disso, Ezequias teve um filho, chamado Manassés, que mais tarde o sucedeu no trono. — 2 Reis 20:1-11, 21; 21:1; Isa. 38:1-8, 21.
ERRO E ARREPENDIMENTO DE EZEQUIAS
O registro bíblico declara que “Ezequias nada retribuiu de acordo com o benefício que se lhe concedeu, porque o seu coração se ensoberbeceu e veio a haver indignação contra ele e contra Judá e Jerusalém”. (2 Crô. 32:25) A Bíblia não diz se tal orgulho se relacionava ou não com seu proceder insensato de mostrar todo o tesouro de sua casa e todo o seu domínio aos mensageiros do rei babilônio Berodaque-Baladã (Merodaque-Baladã), enviados a Ezequias após ele se ter recuperado de sua doença. Ezequias talvez tenha exibido toda esta riqueza a fim de impressionar o rei de Babilônia como possível aliado contra o rei da Assíria. Isto, naturalmente, poderia estimular a cobiça dos babilônios. O profeta Isaías mostrou-se contrário a qualquer aliança com Babilônia, a milenar inimiga de Deus, ou a qualquer dependência dela. Quando Isaías ouviu falar do modo como Ezequias havia tratado os mensageiros babilônios, ele proferiu a inspirada profecia de Jeová de que, com o tempo, os babilônios levariam tudo para Babilônia, inclusive alguns dos descendentes de Ezequias. Entretanto, Ezequias se humilhou e Deus permitiu bondosamente que a calamidade não acontecesse nos dias dele. — 2 Reis 20:12-19; 2 Crô. 32:26, 31; Isa. 39:1-8.
Alguns dos cabeças do povo de Jerusalém falaram muito bem de Ezequias, nos dias do profeta Jeremias, por causa da sua qualidade humilde em dar atenção a Miquéias, de Moresete, o profeta de Jeová. — Jer. 26:17-19.
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EZEQUIEL
[Deus fortalece]. Filho de Buzi, um sacerdote. Ele estava entre os cativos levados por Nabucodonosor para a cidade de Babilônia junto com Joaquim, em 617 A.E.C. Suas primeiras visões de Deus lhe ocorreram no “trigésimo ano, no quarto mês, no quinto dia do mês”, no “quinto ano do exílio do Rei Joaquim”. Ele profetizou aos judeus que viviam junto ao rio Quebar (ou Cobar, BJ; So), que algumas autoridades modernas crêem ser um dos grandes canais da cidade de Babilônia. O “trigésimo ano” parece referir-se à idade de Ezequiel. Ele começou a cumprir seus deveres como profeta nessa época. — Eze. 1:1-3.
Assim sendo, Ezequiel tinha cerca de 26 anos quando foi para o cativeiro junto com Joaquim, em 617 A.E.C. Sendo duma família sacerdotal, sem dúvida estava bem a par do templo e de sua disposição geral, e de todas as atividades exercidas nele, e era bem versado na Lei.
Ezequiel, sem dúvida, também conhecia bem a Jeremias e as profecias dele, feitas bem anteriormente, uma vez que Jeremias era um profeta em Jerusalém durante a juventude de Ezequiel. Daí, também, Ezequiel dispunha da vantagem de ter vivido em Judá durante parte do reinado do justo Rei Josias, que destruiu os altares de Baal e as imagens esculpidas, dispôs-se a restaurar o templo e intensificou sua reforma em favor da adoração pura em Judá, quando foi encontrado no templo o livro da Lei (pelo que parece um original escrito por Moisés). (2 Crô., cap. 34) A vida profética de Ezequiel foi contemporânea à de Daniel.
Ezequiel serviu entre o povo judeu e seus cabeças, na terra de Babilônia, e continuou ali o trabalho dos profetas. Assim, ao passo que os judeus em Jerusalém dispunham do benefício do templo, com seu sumo sacerdote e o profeta sacerdotal Jeremias, os que estavam na cidade de Babilônia não foram esquecidos por Jeová. Ezequiel servia como profeta de Jeová para eles e, ao passo que não realizava serviços sacrificiais, estava ali como conselheiro e como instrutor da lei de Deus.
Havia uma íntima relação entre a obra profética de Jeremias e a de Ezequiel, ambos refutando e tentando dissipar da mente dos judeus em Jerusalém e na terra de Babilônia a idéia de que Deus iria causar um fim antecipado ao domínio babilônico e que Jerusalém não cairia. Jeremias realmente enviou uma carta aos cativos na terra de Babilônia, dizendo-lhes que se fixassem e ficassem em paz na cidade de Babilônia, uma vez que um período de setenta anos ainda decorreria antes de serem libertos. Sem dúvida Ezequiel chegou a ouvir as palavras desta carta. Também, talvez tivesse ouvido a leitura do livro que Jeremias mais tarde enviou, predizendo a queda de Babilônia. — Jer., cap. 29; 51:59-64.
PROFETIZOU A UM POVO “OBSTINADO”
Os cativos no país de Babilônia achavam-se numa situação melhor perante Jeová do que os judeus que permaneceram na Palestina, conforme ilustrado pelas cestas de figos bons e ruins que Jeremias viu. (Jer., cap. 24) Mas, mesmo assim, Ezequiel teve diante de si uma tarefa nada fácil, porque os israelitas cativos também eram parte daquela casa rebelde, e, como se disse a Ezequiel, era entre ‘os obstinados, e coisas que o picavam, entre escorpiões, que ele estava morando’. (Eze. 2:6) Às ordens de Jeová, passou a residir entre os exilados, em Tel-Abibe, junto ao rio Quebar. (Eze. 3:4, 15) Embora os judeus fossem exilados, moravam em casas próprias. (Jer. 29:5) Podiam continuar organizados, pelo menos até certo ponto, em sentido religioso. Os anciãos de Judá puderam visitar Ezequiel por várias vezes. (Eze. 8:1; 14:1; 20:1) Mesmo quando chegou o tempo para a restauração, no fim dos setenta anos, muitos desses judeus não queriam deixar a cidade de Babilônia.
MORTE DA ESPOSA
Ezequiel afirma que recebeu sua comissão junto ao rio Quebar no quinto ano do exílio do Rei Joaquim (ou em 613 A.E.C.). Profetizou pelo menos por vinte e dois anos, até 591 E.C. sua última profecia datada sendo do vigésimo sétimo ano do cativeiro. (Eze. 29:17) Ezequiel, pelo que parece, era feliz no casamento. Daí, Jeová lhe disse: “Filho do homem, eis que te tiro a coisa desejável aos teus olhos por meio dum golpe.” (Eze. 24:16) A esposa dele talvez fosse infiel a ele ou a Jeová, mas, seja qual for o motivo para a sua morte, Ezequiel recebeu ordens de não chorar por ela, mas de suspirar sem palavras. Mandou-se que Ezequiel usasse sua cobertura para a cabeça e não adotasse quaisquer sinais ou evidências de pesar. Tudo isso visava realmente ser um sinal para os israelitas, ali no cativeiro babilônico, de que Jeová profanaria seu santuário, de que os israelitas tanto se orgulhavam, e que, contrário às esperanças deles, Jerusalém seria destruída. — Eze. 24:17-27.
UM “VIGIA”
De maneira similar a Isaías, Ezequiel recebeu sua comissão de profetizar. Foi-lhe dada uma visão atemorizante de Jeová em seu trono, assistido por criaturas viventes que tinham quatro faces e asas, acompanhadas de rodas dentro de rodas, que se moviam junto com as criaturas viventes. Jeová então falou, dando a Ezequiel o título de “filho do homem”, o que o distingue como sendo o profeta de Jeová por todo o livro de Ezequiel. (Eze., caps. 1 e 2; compare com Isaías, cap. 6.) Foi enviado qual vigia para a casa de Israel, a fim de avisá-los de seus modos iníquos. Embora eles fossem muito emperdenidos de coração, não obstante, o aviso se fazia necessário, para saberem que Jeová tivera um profeta no meio deles. Embora se recusassem a escutar, caso deixasse de avisá-los com as palavras que Jeová lhe dera, seria considerado responsável pela vida deles — seria culpado de sangue. — Eze. 3:7, 17, 18; 2:4, 5; 33:2-9.
QUADROS-VIVOS E ILUSTRAÇÕES
Ezequiel freqüentemente profetizava por meio de quadros-vivos, pelo desempenho de ações simbólicas, e por visões, alegorias ou parábolas. Um dos mais destacados quadros-vivos foi a
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