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Ilhas BritânicasAnuário das Testemunhas de Jeová de 1974
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que o dobro desse número de países, e ilhas do mar. Suprimentos em grosso de revistas estavam sendo expedidos à taxa de 360.000 por semana às congregações na Grã-Bretanha e 300.000 para as congregações no ultramar.
Às Assembléias de Distrito “Regência Divina”, realizadas em nove locais, em julho de 1972, assistiram 91.226 pessoas, a maior assistência até agora para um único ano, dando maior prova de que “as coisas desejáveis de todas as nações” continuam a entrar. — Ageu 2:7.
Com o passar dos anos, a família de Betel cresceu de cinco para sessenta e nove membros. As congregações se multiplicaram noventa vezes, desde o pequeno início no princípio do século, quando só havia dez delas. O relatório do serviço de campo de 1972 indicava um auge de publicadores de 65.693. Os pioneiros atingiam 3.870, e 5.228 pessoas foram batizadas durante o ano. A proporção de publicadores e a população era de 1 para cada 822 pessoas. Em um dos remanescentes territórios do ultramar sob a filial das Ilhas Britânicas, Malta, a congregação em 1972 tinha sete vezes o tamanho que tivera ao iniciar, pois relatou 54 publicadores.
O povo de Jeová na Grã-Bretanha sente-se muito contente, porque Jeová cumpriu tão maravilhosamente Suas promessas para com ele. Nenhuma arma — quer a traição de dentro, leis nocivas, ódio nacional — havia prosperado. Todas elas haviam sido repelidas pelo forte braço de Jeová. Ele abençoa a atividade de Seu povo. Certamente é uma fonte de grande felicidade ser identificados como as testemunhas do próprio Jeová.
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GanaAnuário das Testemunhas de Jeová de 1974
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Gana
O PAÍS de Gana se acha localizado no bojo enorme, que dá para o oeste, do continente da África. Acha-se pouco acima do Equador, partilhando fronteiras com a Costa do Marfim a oeste e com o Togo a leste. Com uma área de 239.460 quilômetros quadrados, é quase tão grande quanto a Grã-Bretanha. A população atual é de oito e meio milhões de pessoas, dentre as quais 16.093 são testemunhas de Jeová. Este é o país que, até 6 de março de 1957, era conhecido como Costa do Ouro.
É digno de nota que a religião indígena do povo de Gana se baseia no animismo. Por causa disto, a questão da alma e do que acontece após a morte é de tamanha importância aqui de modo a ananicar qualquer outro ensino religioso.
A crença de que os objetos inanimados têm almas ou são habitados por espíritos dignos de reverência tem levado à adoração de rios, lagos e lagoas, notórios entre eles sendo os Rios Prah, Tano e Densu, o Lago Bosomtwi e as lagoas Korle e Sakumo. Considera-se que certos animais são encarnações sagradas da alma de certas clãs e se lhes atribui apropriada reverência. As montanhas, as rochas, os vales, as árvores e as vinhas têm sido todos adorados ou considerados com reverência supersticiosa.
Quando os portugueses foram expulsos da Costa do Ouro, em 1642, os sacerdotes católicos partiram junto com eles. Antes de partirem, contudo, haviam introduzido entre o povo o culto de Santo Antônio.
Atualmente, o povo pagão de Elmina construiu um santuário para a estátua de Santo Antonio. Chamaram-no de Nana Ntuna (Vovô Antônio). Nos tempos recentes, a velha Bíblia que eles afirmam ter vindo junto com a estátua desapareceu da cabana, mas o rosário e o crucifixo ainda se acham lá. Também criaram um deus assistente, Brafu Kweku, para Santo Antônio. Isa (Jesus) é representado na Ntuna Bom (Cabana de Antônio) no “que parecem ser resíduos em pé de hóstias ou pão da comunhão muito antigos, deixados num receptáculo”.
Assim, “Nana Ntuna, Isa e Brafu Kweku constituem a trindade da adoração Antoni-Bum, durante cuja celebração colocam-se velas acesas em torno da estátua e queima-se incenso”. O culto de Ntuna de Elmina acha-se associado com o fruto da primeira tentativa da cristandade de cristianizar um povo que adorava de forma animista.
Passaram-se dois séculos desde o tempo da expulsão dos portugueses antes de a cristandade fazer outra tentativa de evangelizar a Costa do Ouro, desta vez através das missões protestantes. Logo que os missionários venceram o problema de aclimatação, que ceifou um bom número de vidas, dedicaram-se a estudar as línguas nativas. Dentro de pouco tempo, os missionários de Basiléia e de Bremen submeteram as três principais, o twi, o eve e o gã, à escrita. Seguiram isto com traduções de partes da Bíblia nas línguas vernaculares, e, por volta de 1871, a Bíblia inteira se achava disponível em forma impressa em twi, eve e gã.
Estas traduções eram tão exatas, no que diz respeito aos idiomas, que as em eve e gã ainda são as únicas traduções em uso, sofrendo muito pouca revisão.
Uma das modalidades mais elogiáveis de suas traduções é o uso do Nome Divino. Este, traduzido lehowa e Yehowa, aparece nas Escrituras Hebraicas em quase todos os seus devidos lugares em todas as três traduções. Os tradutores para o eve e o gã fizeram ainda melhor. Usaram o Nome Divino nas Escrituras Gregas, em gã em 2 Coríntios 6:17 e 18 e, em eve, em Hebreus 7:21; 13:6; 1 Pedro 3:12, e no livro de Revelação, sempre que ocorre a expressão “Aleluia”.
Os primitivos missionários ensinaram assim ao povo que o nome do Deus-Chefe é Iehowa ou Yehowa. Estabeleceram escolas e ensinaram ao povo a ler. Também produziram livros e folhetos que continham narrativas históricas simplificadas da Bíblia e encorajaram sua leitura. Tudo isto ajudou a fornecer aos nativos alguma informação básica sobre a Bíblia e para familiarizá-los com o Nome Divino.
Depois da Primeira Guerra Mundial, a educação adquiriu maior ímpeto na Costa do Ouro. Por volta dessa época, a influência das igrejas se havia espalhado por todo o país, as poucas exceções sendo as áreas muçulmanas do Norte. Haviam estabelecido mais escolas e até mesmo se ramificado para os campos comerciais e outros. A educação e as igrejas estavam tão intimamente vinculadas na mente dos nativos que as igrejas eram chamadas de Sukuu ou Escola.
Por este motivo, considerava-se sinal de prestígio ser batizado formalmente numa das igrejas da cristandade. Os educados se identificavam com esta ou aquela igreja, chamando de atrasados, matutos, iletrados e pagãos aqueles cujos nomes não se achavam inscritos em qualquer registro de igreja.
Outrossim, apesar dessa exibição exterior de piedade, o freqüentador nativo de igreja era o mesmo inferiormente. O batismo era barato, estando disponível para qualquer um que fizesse um pedido verbal, mesmo no leito de morte. As mudanças que precisavam ser feitas na vida da pessoa, em harmonia com a vontade de Deus, não tinham influência alguma.
Muitos freqüentadores “esclarecidos” de igreja continuavam a prestar homenagens aos deuses ancestrais. Em muitos sentidos, participavam nas festas pagas que honravam os mortos. Os chefes tribais, que faziam ofertas de comida e bebida aos deuses ancestrais, eram aceitos nas igrejas com uma sensação de prestígio. Para complementar as festas pagas, estes chefes, acompanhados de vasto séquito, freqüentavam os ofícios das igrejas com tambores e uma porção de atavios a fim de “agradecer a Deus” com enormes donativos financeiros, que eram sempre bem recebidos pelas igrejas.
A poligamia não constituira barreira para se ser membro duma igreja, embora os polígamos e alguns chefes, segundo se dizia, eram impedidos de receber a comunhão de pão e vinho. A posição da pessoa perante a igreja era realmente determinada pela habilidade da pessoa de contribuir para o fundo da igreja, assim como o enterro pela igreja e outros oficias eram decididos principalmente por ter a pessoa pago ou não suas taxas de membro.
Em face de tudo isso não é de admirar que alguns africanos nos anos 20 sentissem que as igrejas tinham sido um grande fracasso. Havia homens, na Costa do Ouro, nessa ocasião, que ficavam horrorizados com tais coisas, que olhavam para o ambiente confuso da cristandade e seus ensinos e ficavam pensando se Deus não era capaz de ter algo melhor.
Havia, por exemplo, Eddy Addo, esguio, da cor do cobre, agressivo e franco. Era ativo na igreja, sim, mas não hesitava em confrontar o clero quanto ao que ele chamava de “pensamento agitado dentro de mim quanto a solicitação freqüente de fundos”. Havia J. B. Commey, sério e meditativo, que procurava a verdade. Sofreu um abalo quando o sacerdote anglicano lhe disse que a igreja era uma sociedade e que tinha suas regras que não se ajustavam à Bíblia.
Considere também C. T. Asare, um estudante um tanto manso e apologético, que procurava sincera e honestamente adorar a Deus. Veja-o do outro lado da mesa, ao encarar o sacerdote numa entrevista antes da Comunhão. Ouça o sacerdote exigir o pagamento de suas taxas da igreja, condição para que lhe servisse a Comunhão. O tímido Asare muda sua expressão facial. Com dificuldade, explica que é estudante e, por isso, está incluso na dispensa especial que abrange os estudantes do pagamento das taxas da igreja. Ouça então o sacerdote mandar que vá embora, com a voz mais alta possível, acrescentando: “Acha que eu não preciso comer para trabalhar?”
Havia outros homens na Costa do Ouro que fervorosamente procuravam as verdades da Palavra de Deus, como I. K. Norman. Era jovem, inteligente, dotado de boa instrução e com um excelente futuro material no serviço público. Mas, o jovem Norman estava longe de se sentir contente com a religião que foi treinado desde criança a aceitar. Apesar de seu senso natural de humor, levava a religião a sério, tanto assim que, correndo o risco de perder o emprego, escreveu ao Arcebispo de Cantuária e ao Bispo de Liverpool, questionando a doutrina da Trindade em termos bem claros. Imagine seu desapontamento quando um capelão lhe respondeu para dizer que o arcebispo estava muito ocupado para responder à carta dele. Imagine seu desgosto, ao passo que a carta insta com ele a que se batize de imediato e diz que, depois disso, tudo ficará bem claro para ele!
Estes eram homens que desejavam conhecer o caminho correto para se adorar a Deus. Acharam insatisfatório o paganismo animista, e a cristandade lhes tinha falhado.
JEOVÁ ENVIA A LUZ
“Certamente . . . Deus não é parcial, mas em cada nação, o homem que o teme e que faz a justiça lhe e aceitável.” — Atos 10:34, 35.
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