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Página doisDespertai! — 1987 | 8 de setembro
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Página dois
Há pessoas, como estas fotos indicam, que possuem forte fé, a qual as motiva a participar regularmente na adoração e na atividade cristãs. Elas trabalham juntas na construção rápida de mui necessários locais de adoração. Todavia, outros admitem que vivem num vácuo espiritual.
Ao passo que os artigos que seguem tratam notadamente da Igreja Luterana na Alemanha, muitos identificarão prontamente as condições descritas como o quadro real do protestantismo na maior parte do mundo. Nosso intuito, ao publicar esta matéria, é ajudar as pessoas de todas as religiões a analisar sua própria espiritualidade, a fim de alcançarem um relacionamento mais significativo com Deus.
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São os luteranos alemães uma espécie em extinção?Despertai! — 1987 | 8 de setembro
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São os luteranos alemães uma espécie em extinção?
Do correspondente de Despertai! na República Federal da Alemanha
ALGUNS telespectadores talvez ficassem atônitos ao ouvir as seguintes palavras na televisão alemã: “A Igreja Luterana não tem nenhum futuro.” Ainda mais surpreendente foi que tais palavras partiram da própria região que produziu Martinho Lutero, fundador dessa igreja e pai da Reforma.a
Na verdade, a Igreja Evangélica Luterana Unida da Alemanha possui cerca de 25 milhões de membros, o que significa, segundo o último censo oficial, cerca de 45 vezes mais pessoas do que a soma de todos os outros grupos protestantes da Alemanha. Ainda assim, tal igreja está desmoronando-se, sendo aptamente simbolizada em nossa capa pelas ruínas, resultantes de bombardeios, da Igreja-Monumento do Cáiser Guilherme, em Berlim Ocidental.
Em 1961, mais de 50 por cento de todos os alemães eram luteranos. Em 1970, este total era de 49 por cento, e, em 1980, de 46 por cento. Daí as coisas pareciam melhorar. Um diário alemão informava, no início de 1981: “A Igreja Luterana na Alemanha recupera-se de seus retrocessos de uma década atrás. . . . O número de desligamentos da igreja . . . perdeu suas ominosas dimensões.”
Mas o rol de membros em 1984 revelou que tal otimismo era prematuro. As estimativas agora são de que a igreja perderá outros 4.500.000 membros em questão de dez anos. Assim, por volta do ano 2030, apenas um terço da população, ou menos, seria composto de luteranos.
Por Que a Abandonam?
No supracitado programa de televisão, em 1986, sete ex-membros da igreja forneceram seus motivos para desagrado: a oposição da igreja aos esportes dominicais, o apoio financeiro dela às guerrilhas comunistas, a posição dela quanto à política de defesa do Governo, a exoneração de dois pastores homossexuais, e a negligência dela em cuidar dos animais. Outra pessoa ressentia-se do arranjo pelo qual são deduzidos, dos salários dos membros, os impostos para a igreja. Significativamente, apenas dois mencionaram Deus. No entanto, não é exatamente disso que a religião trata?
Embora isto seja grave, ainda mais perturbadora do que a queda nos números, afirma Johannes Hansen, destacado teólogo luterano, “é a condição religiosa, verdadeiramente desoladora, em que se encontram os membros da igreja”. Isto explica por que, num domingo normal, menos de 6 por cento deles comparecem aos ofícios religiosos, e menos ainda nas grandes cidades. Apenas um de cada quatro considera a freqüência à igreja ou a leitura da Bíblia como requisitos cristãos. Com efeito, cerca de oito de cada dez afirmam que, para ser um bom luterano, basta apenas ser batizado e confirmado, e levar uma vida decente e ser digno de confiança. Não é de admirar que o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung comentasse, em editorial: “O perigo, para a Igreja Luterana, não reside em seus números, mas sim em sua falta de fortaleza espiritual”!
Membros da igreja que não têm fortaleza espiritual encaram a igreja deles em conformidade com isso. Admiram sua rica história, jactam-se de seus lindos prédios, e aproveitam os benefícios sociais que ela oferece. Quando se trata de “achar a Deus”, contudo, muitos preferem procurá-lo na natureza, em vez de na igreja. Isto levou um líder eclesial a perguntar, com sarcasmo, por que eles simplesmente não vão em frente e pedem que seus ofícios fúnebres sejam conduzidos pelo Serviço Florestal, em vez de pela igreja.
“O que parece faltar”, comentou uma revista dos EUA, há alguns anos, “é o fervor por Deus e por sua verdade, que caracterizava os luteranos originais”. Por que tantos luteranos encaram sua igreja como não sendo nada mais do que um esquema conveniente para o batismo de bebês, para a confirmação de adolescentes, e para a cerimônia de casamento dos adultos? Por que buscam a Deus na natureza e só se voltam para a igreja no fim da vida, para terem um “enterro decente”? Por que há falta de fortaleza espiritual?
[Nota(s) de rodapé]
a Para sermos exatos, Lutero nasceu e passou grande parte de sua vida no que é agora a República Democrática Alemã, comumente conhecida como Alemanha Oriental.
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“Se a trombeta der um toque incerto . . .”Despertai! — 1987 | 8 de setembro
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“Se a trombeta der um toque incerto . . .”
“SE A trombeta der um toque incerto, quem se aprontará para a batalha?” (1 Coríntios 14:8) Poderia a indiferença demonstrada pelos luteranos alemães — soldados da igreja — ser causada pelo toque incerto soado pela igreja? Considere só a evidência.
Crise de Identidade
No decorrer dos últimos 200 anos, afirma o diácono luterano Wolfram Lackner, o protestantismo abandonou progressivamente suas confissões originais de fé. Assim, o protestantismo alemão agora “se depara com uma crítica crise de identidade”.
Esta crise de identidade tornou-se mais evidente na década de 30, como explica o livro The Rise and Fall of the Third Reich (A Ascensão e a Queda do Terceiro Reich), de William L. Shirer: “Os protestantes da Alemanha . . . eram uma fé dividida. . . . Com a ascensão do Nacional-Socialismo houve outras divisões . . . Os nazistas mais fanáticos entre eles organizaram, em 1932, ‘O Movimento de Fé dos Cristãos Alemães’ . . . [e] apoiaram de forma ardente as doutrinas nazistas sobre a raça e o princípio de liderança . . . Oposto aos ‘Cristãos Alemães’ havia outro grupo minoritário que se denominava ‘Igreja Confessional’. . . . Posicionada entre eles, estava a maioria dos protestantes, . . . que estavam sentados no muro e que, por fim, na maior parte, acabaram nos braços de Hitler.”
Na realidade, alguns dos ensinos de Lutero couberam como que uma luva nas mãos de Hitler. A doutrina de Lutero, sobre os “dois reinos”, que argumenta que Deus governa o mundo através das autoridades tanto seculares como eclesiásticas, incentiva a estrita submissão às autoridades civis. Assim, a publicação luterana, Unsere Kirche, admite que “a maior parte do protestantismo alemão . . . celebrou o fim da democracia de Weimar com grande entusiasmo e deu vivas ao novo ditador”. Em vista dos fortes sentimentos anti-semitas de Lutero, a igreja não achou difícil impedir que pessoas que não fossem de descendência ariana assumissem o ministério.
Mas, que dizer da “Igreja Confessional”? Em 1934, ela adotou a Declaração de Barmen, que expressava sua oposição à ideologia nacional-socialista. Uma amostra, feita em Berlim, do protestantismo durante o Terceiro Reich, revelou recentemente, contudo, que apenas um terço dos clérigos protestantes apoiava a “Igreja Confessional”. E nem mesmo todos os desse terço se opuseram ativamente a Hitler. A oposição por parte daqueles que se opuseram foi, pelo visto, interpretada erroneamente por Hitler como significando oposição por parte da igreja como um todo. O livro Der Deutsche Widerstand 1933-1945 (A Resistência Alemã 1933-1945) argumenta que foi assim imputada à Igreja Luterana um posicionamento de oposição política que ela mesma não escolheu.
Depois da queda de Hitler, a igreja ficou em completa desordem. Qual das facções oponentes tinha espelhado sua verdadeira identidade? Por que o toque de sua trombeta tinha soado tão indistinto?
Para esclarecer tais perguntas, 11 destacados clérigos protestantes, inclusive Gustav Heinemann, que mais tarde se tornaria presidente da República Federal, reuniram-se em outubro de 1945, a fim de esboçar a chamada admissão de culpa de Stuttgart. Apesar de sua oposição ao regime nazista, eles disseram: “Acusamo-nos de não termos sido mais corajosos em declarar abertamente nossas convicções, mais fiéis ao proferirmos nossas orações, mais alegres em expressarmos nossa fé, e mais ardentes em mostrarmos nosso amor”. Estes clérigos esperavam que tal declaração fosse uma distinta chamada de trombeta à ação, propiciando um novo começo.
Uma Trombeta Religiosa ou Política — Qual Delas?
Sentindo-se possivelmente embaraçados de que sua igreja fez tão pouco para se opor a Hitler, muitos luteranos alemães, hoje em dia, atacam prontamente as diretrizes governamentais. Os clérigos luteranos, por exemplo, achavam-se entre os primeiros a organizar o movimento antinuclear da Europa. Em 1984, um grupo de pastores luteranos do norte da Alemanha começou a instar com jovens em idade de ser convocados a que recusassem o serviço militar. A igreja, porém, condenou tal medida, dizendo que esta mostrava “considerável intolerância política para com os sentimentos de cristãos que pensam de outro modo”. Em seu sínodo geral de 1986, a igreja defendeu seu direito de discutir questões políticas e então passou a fazê-lo. Expressou seu desapontamento diante dos resultados da reunião de cúpula das superpotências na Islândia, e debateu extensivamente a política governamental sobre os refugiados, o desemprego e as usinas nucleares.
Naturalmente, nem todos concordam com este ativismo político. Lutero, se estivesse vivo atualmente, por certo o condenaria, segundo o Professor Heiko Oberman, uma autoridade sobre o líder da Reforma. E Rolf Scheffbuch, diácono luterano, queixa-se de que, nos nossos dias, a genuinidade da fé cristã é medida rápido demais pela atitude da pessoa para com o apartheid ou o estacionamento de mísseis.
É óbvio que as diferenças políticas estão dividindo a igreja. É também óbvio que o “velho caso de amor” entre a Igreja e o Estado está demonstrando “sinais de fadiga” e está ficando “enferrujado”, como se expressou recentemente o Bispo Hans-Gernot Jung. Isto explica as palavras de reprimenda proferidas por um político alemão de destaque, em 1986: “Quando florestas moribundas são comentadas com muito maior amplitude do que Jesus Cristo, a igreja perdeu a visão de sua verdadeira comissão.”
O protestantismo, como seu nome indica, surgiu do desejo de protestar contra o que o antecedera. Assim, desde sua fundação, o protestantismo tende a ser liberal, receptivo a novas idéias, apresentando um enfoque de mente aberta, disposto a adaptar-se às normas do momento. Nada ilustra isto melhor do que a teologia protestante. Não dispondo de uma autoridade última quanto a doutrinas — tal como o Vaticano, no caso dos católicos — tem-se permitido que todo teólogo toque sua própria trombeta de interpretação teológica.
Discordantes Trombeteiros Teológicos
Isto resultou em alguns sons bem estranhos. A revista Time citou um exemplo, em 1979: “É preciso crer em Deus para ser um ministro protestante? A resposta, como em tantos casos, nos dias atuais, é sim e não. A Alemanha, em especial, tem sido autêntica fonte de dúvidas protestantes durante décadas. Na semana passada, porém, decidindo que tinha de traçar um limite em algum ponto, a Igreja Evangélica Luterana Unida da Alemanha Ocidental . . . destituiu o Rev. Paul Schulz por heresia. . . . Desde 1971, ele prega que a existência de um Deus pessoal é ‘uma confortadora invenção dos seres humanos’. . . . A oração? Simples ‘auto-reflexão’. . . . Jesus? Um homem normal, com coisas boas a dizer, que foi mais tarde glorificado como Filho de Deus pelos cristãos primitivos.” O que indicava que “as noções de Schulz não são novas, ou nem sequer raras” era o fato de que, durante as audiências de instrução e julgamento, ele “se dirigia à uma galeria composta de estudantes de teologia, que às vezes o aplaudia”. E, apesar das medidas tomadas, “a comissão insistiu que ela ainda era favorável a ‘um amplo espectro’ de interpretações individuais”.
Apontando para este amplo espectro de interpretações individuais, o editorial dum jornal afirma que a teologia protestante carece de “clareza conceitual e de exatidão teórica”, e a chama de “teologia elementar mesclada que resulta ser não menos estéril do que rançoso dogmatismo”. Um boletim protestante suíço acrescenta: “O ‘isto ou aquilo’ da percepção cristã” foi “substituído pelo ‘isto, bem como aquilo’”. Não é de admirar que os teólogos discordem!a
Ruma a Casa de Lutero Para o Desabamento?
A crise da igreja é, na realidade, uma crise de fé. Mas, pode a fé ser cultivada em pessoas nutridas por uma “teologia elementar mesclada”, e guiada por irresoluta orientação, tipo “isto, bem como aquilo”? Pode o protestantismo esperar motivar suas fileiras à ação cristã com tal toque indistinto de trombeta?
Já por volta de 1932, o professor de teologia, Dietrich Bonhoeffer, queixava-se: “Ela [a Igreja Luterana] tenta estar em toda a parte e acaba não estando em parte alguma.” Será que já é tarde demais para a igreja encontrar sua identidade? A maioria das autoridades eclesiásticas concorda que os métodos usuais de revitalização não funcionarão. Precisa-se de algo novo, e diferente. Mas, o quê? O aposentado Bispo Hans-Otto Wölber afirma: “O futuro da igreja não é uma questão de métodos, mas de conteúdo. . . . É a mensagem que importa. . . . Em outras palavras, ao lado da Bíblia é que tomamos posição.”
Sem dúvida.
[Nota(s) de rodapé]
a Karl Barth, um dos mais destacados teólogos protestantes deste século, alegadamente descreveu algumas das teorias de Paul Tillich, seu colega teólogo, como “abomináveis”. Ele também discordava violentamente do teólogo Rodolf Bultmann, que questionou a literalidade de alguns relatos da Bíblia.
[Quadro na página 7]
Quem Fez Soar um Toque Distinto de Trombeta a Favor da Neutralidade Cristã?
“Ainda sabemos muito pouco sobre o destino dos objetores de consciência da II Guerra Mundial; até agora, só sabemos o seguinte: Entre os luteranos, Hermann Stöhr e Martin Gauger recusaram intransigentemente o serviço militar . . . Sete nomes de católicos podem ser mencionados . . . Os menonitas alemães, tradicionalmente pacifistas, não decidiram ‘aplicar o princípio de não-defesa’ durante o Terceiro Reich, baseado numa decisão feita numa reunião de anciãos e de ministros, em 10 de janeiro de 1938. Sabe-se de dois quacres, na Alemanha, que recusaram o serviço militar. . . . Pode-se citar sete membros dos Adventistas do Sétimo Dia que se recusaram a prestar o voto de lealdade . . . e foram mortos. As Testemunhas de Jeová (Estudantes da Bíblia) prantearam o maior número de vítimas. Em 1939, havia cerca de 20.000 pessoas no ‘Grande Reich Alemão’ que pertenciam a esta . . . organização religiosa. Calcula-se que, apenas na Alemanha, cerca de 6.000 a 7.000 Testemunhas de Jeová se recusaram a prestar serviço militar durante a II Guerra Mundial. A Gestapo e as SS, por conseguinte, deram atenção especial a este grupo.” — Sterben für den Frieden (Morrer Pela Paz), de Eberhard Röhm, editado em 1985.
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As perspectivas futuras do protestantismo — e suas também!Despertai! — 1987 | 8 de setembro
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As perspectivas futuras do protestantismo — e suas também!
“JÁ VENHO estudando a teologia luterana por sete semestres, e, assim sendo, sou um prospectivo ministro da igreja”, iniciava uma carta ao editor publicada por um jornal alemão em novembro de 1986. Prosseguia dizendo: “Gostaria de trazer à atenção que a nossa formação consiste basicamente em destroçar a Bíblia — deixando intatas apenas as suas capas. . . . Ao passo que a fé do aluno, ou a base dela, as Escrituras, está sendo abalada, a maioria de seus preletores lhe ensina o ‘novo evangelho’ do socialismo, desta forma dando à igreja uma substância inteiramente nova. Deus está morto — viva o socialismo! Jesus apodreceu no túmulo, nós temos de salvar a nós mesmos! Esta é a mensagem que muitos ministros levam ao seu púlpito, domingo após domingo. Precisamos urgentemente de novos meios para nos ensinar a Bíblia, mas, no momento, a igreja está suprimindo-os.”
Sendo a Palavra de Deus tratada de forma tão desprezível, existe alguma esperança de que a igreja e seus paroquianos possam ainda recuperar-se de sua confusão espiritual? Comentou corretamente um tradutor da Bíblia, do século 18: “A condição de saúde da igreja é determinada pela forma como ela trata as Escrituras.”
Ajudaria um Novo Reformador?
“Dietrich Bonhoeffer é mais honrado e citado, nos dias de hoje, do que qualquer outro teólogo de nosso século”, afirma o professor de teologia Georg Huntemann. Bonhoeffer, destacado membro da “Igreja Confessional”, foi preso pelos nazistas em 1943, e executado em 1945, por alegado envolvimento num complô para assassinar Hitler. Huntemann afirma que Bonhoeffer bem que poderia ser o novo reformador de que a igreja precisa. Observe os seguintes trechos tirados de alguns de seus sermões. Pergunte a si mesmo: O que significaria o acatamento das palavras dele para a Igreja Luterana? para a minha igreja?
“Na religião, só há uma coisa de importância, essencial, que ela seja verdadeira.” Isto concorda com o que Jesus disse: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”a — João 4:24; veja também João 8:32; 14:6; 16:13.
Está seguro de que tudo que sua igreja ensina é realmente verdadeiro? Ensina ela que o homem possui uma alma imortal — uma que não pode morrer — ou concorda ela com a Bíblia, que diz: “A alma que pecar, essa morrerá”? (Ezequiel 18:4, 20) Ensina sua igreja que Deus não tem nome, ou que ele se chama Jesus, ou concorda ela com a Bíblia, que diz: “Tu, a quem só pertence o nome de JEOVÁ, és o Altíssimo sobre toda a terra”? (Salmo 83:18) Ensina, sua igreja que todos os bons serão levados para o céu, quando a Terra for destruída por fogo, ou concorda ela com a Bíblia, que diz: “Os justos herdarão a terra e habitarão nela para sempre”? — Salmo 37:29; veja também Salmo 104:5.
“Ela [a igreja] tem de empenhar-se a favor da pureza de ensino.” Isto concorda com o que Jesus disse: ‘Guardai-vos do fermento da doutrina dos fariseus e dos saduceus.’ — Mateus 16:11, 12; veja também 1 Coríntios 5:8.
Acolhe sua igreja “‘um amplo espectro’ de interpretações individuais”, ou age em harmonia com o conselho divino: “Rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem distensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles”? — Romanos 16:17; veja também 2 Timóteo 2:16-18; 2 João 9, 10.
“No Dia do Juízo, Deus certamente não nos perguntará: Celebraram impressionantes festas da Reforma, antes: Deram ouvidos à minha Palavra e a observaram?” Isto concorda com o que Jesus disse: “Meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a executam.” — Lucas 8:21; veja também Mateus 7:21; João 15:14.
Será que sua igreja dá mais ênfase ao ritual, às cerimônias e aos prédios do que à obtenção de conhecimento exato da Palavra de Deus? Será que se julga suficiente o comparecimento ocasional à igreja, num dia santo, em contraste com o conselho de “não deixa[r] a nossa congregação, . . . e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia [de julgamento]”? — Hebreus 10:25.
Incentiva-o a sua igreja a ler diariamente a Palavra de Deus, oferecendo-lhe ajuda pessoal para compreendê-la, e provendo-lhe a motivação para fazer o que ela requer?
“Religião significa trabalho, talvez o mais difícil e, com toda a certeza, o trabalho mais sagrado que um humano pode fazer.” Isto concorda com o que Jesus disse: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.” — João 4:34.
Ensina-lhe a sua igreja que o trabalho de Deus para os cristãos, hoje em dia, é o de pregar “este evangelho do reino . . . em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes”? (Mateus 24:14; veja também Mateus 28:19.) Estimula-o a partilhar esta gloriosa mensagem do Reino com “qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”? — 1 Pedro 3:15.
Pelo menos nos casos acima, Bonhoeffer deu bom conselho à sua igreja. “Mas, por que as palavras dele, sua admoestação reformadora para a igreja, deixam completamente de ser acatadas?”, pergunta Huntemann. Ainda mais significativa, porém, é a pergunta: Por que as palavras de peso de Cristo Jesus deixam de ser acatadas, numa medida muito mais plena?
O teólogo Ulrich Betz afirma que a sociedade alemã ocidental pensa e age dum modo “pós-cristão, para não se dizer neopagão”. A Igreja Luterana tem de aceitar a culpa pelo menos no caso dos 25 milhões de membros dessa sociedade que são luteranos. Assim como uma árvore que produz fruto podre é suspeita, assim também o é uma igreja que produz pseudocristãos. Explicou Jesus: “Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.” — Mateus 7:16-18.
Faça esta honesta avaliação: Que tipo de fruto produz a sua igreja? Aprimora a personalidade de seus membros? Promove a paz e a união na família, na comunidade, e nos níveis globais? É um baluarte contra a toxicomania, a imoralidade e o crime? Poderia você afirmar, sem hesitação, que o mundo seria um melhor lugar de se viver se todos pertencessem à sua igreja?
Observe, na página oposta, por que alguns luteranos na Alemanha, depois de fazerem tal avaliação honesta, voltaram-se para outra parte, em busca de orientação espiritual.
Se a Igreja Deixa de Agir, Agirá Você?
Se, depois de uma pesquisa honesta, não ficar satisfeito diante do que vê, faça mais do que simplesmente queixar-se. Um jornalista, ao comentar a declaração de Karl Barth de que uma igreja é o que são os seus membros, concluiu logicamente: “Os membros da igreja . . . são responsáveis pelo que a igreja diz e faz.” Assim, pergunte a si mesmo: Estou disposto a partilhar da responsabilidade por tudo que minha igreja diz e faz? Posso realmente orgulhar-me de ter a todos os seus membros como irmãos espirituais?
Ao considerar tais perguntas, não desperceba o significado de Apocalipse 18:4, 8. Falando de o império mundial da religião falsa, que desagrada a Deus, o texto diz: “Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas . . . [pois] num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que a julga.”
Talvez creia sinceramente que sua igreja não é parte da religião falsa que Deus diz que em breve destruirá. Mas sua vida depende de estar 100 por cento certo. Está?
A religião falsa não tem futuro, nem os que a apóiam. A religião verdadeira durará para sempre, junto com aqueles que a praticam. Faça sua escolha de acordo com isso.
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