-
Jeová Dos ExércitosAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
de anjos”. (Mat. 26:53) Na súplica de ajuda feita por Ezequias a Jeová, ele o chamou de “Jeová dos exércitos, o Deus de Israel, sentado sobre os querubins”, fazendo evidentemente alusão à Arca do pacto, e às figuras de querubins sobre sua tampa, que simbolizavam o trono celeste de Jeová. (Isa. 37:16; compare com 1 Samuel 4:4; 2 Sam. 6:2.) O temeroso servo de Eliseu foi reconfortado por uma visão miraculosa em que viu os montes ao redor da cidade sitiada em que Eliseu morava ‘cheios de cavalos e de carros de guerra, de fogo’, parte das hostes angélicas de Jeová. — 2 Reis 6:15-17.
A expressão “Jeová dos exércitos” transmite assim o sentido de poder, o poder que tem o Governante Soberano do universo, que dispõe às suas ordens de amplas forças de criaturas espirituais. (Sal. 103:20, 21; 148:1, 2; Isa. 1:24; Jer. 32:17, 18) Isto inspira, portanto, profundo respeito e temor reverente, ao passo que, ao mesmo tempo, é uma fonte de conforto e de encorajamento para os servos de Jeová. Davi, só e sem ser ajudado por qualquer força militar terrestre, desafiou o formidável filisteu, Golias, em “nome de Jeová dos exércitos, o Deus das fileiras combatentes de Israel”. (1 Sam. 17:45) Não só em tempos de batalhas literais, mas também em todas as outras situações provadoras ou em ocasiões importantes, o povo de Deus, como um todo e como indivíduos, podia sentir-se corajoso e esperançoso ao reconhecer a majestade da posição Soberana de Jeová, refletida em seu controle de poderosas forças que servem desde suas cortes celestes. (1 Sam. 1:9-11; 2 Sam. 6:18; 7:25-29) O emprego da expressão “Jeová dos exércitos” pelos profetas fornecia um motivo adicional para que aqueles que ouviam tais profecias ficassem seguros do seu cumprimento.
-
-
Jeová É Nossa JustiçaAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
JEOVÁ É NOSSA JUSTIÇA
Esta expressão traduz as duas palavras Yehowáh Tsidhqénu, encontradas em Jeremias 23:6 e 33:16. Outras traduções são: “JAVÊ — nossa justiça” (CBC, 5.a edição); “O SENHOR é nosso vindicador” (An American Translation); “Iaweh-nossa-integridade” (The Jerusalém Bible).
Jeremias 23:5, 6 é uma profecia messiânica que descreve o futuro rei que surgiria da linhagem de Davi para “executar o juízo e a justiça na terra”. Visto que ele governa como representante de Deus (assim como Davi, e outros, sentavam-se “no trono de Jeová” como reis ungidos de Deus; 1 Crônicas 29:23), a profecia diz: “Este é o nome pelo qual será chamado: Jeová É Nossa Justiça.” Não existe nenhuma base para se afirmar, como alguns o fazem, que isto significa que Jesus, o Messias, e Jeová, são a mesma pessoa, formando um só Deus. Pode-se depreender isto da profecia messiânica similar em Jeremias 33:14-16, a qual aplica idêntica expressão a Jerusalém, afirmando: “E isto é o que ela será chamada: Jeová É Nossa Justiça.” Em ambos os casos, tal expressão mostra que o nome de Deus, Jeová, colocado tanto sobre o seu rei prometido como sobre sua capital escolhida, é uma garantia da justiça deles. Ademais, a justiça e a retidão que emanavam de tais fontes, ou eram expressas por elas, eram produto da plena devoção a Jeová e à sua vontade divina, resultando na bênção e na orientação de Jeová.
-
-
Jeová Esta Ali, O PróprioAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
JEOVÁ ESTA ALI, O PRÓPRIO
A expressão “Jeová-shámmah”, aplicada à cidade vista pelo profeta Ezequiel em sua visão registrada nos capítulos 40 a 48 de Ezequiel é traduzida “O Próprio Jeová Está Ali”. (Eze. 48:35) A cidade visionária é representada como sendo quadrangular (4.500 côvados longos de cada lado, ou c. 2.332 m), e como tendo doze portas, cada uma trazendo o nome de uma das tribos de Israel. (48:15, 16, 31-34) Até certo ponto, é similar à cidade santa, a Nova Jerusalém, conforme foi vista numa visão pelo apóstolo João. (Rev. 21:2, 10-16) A cidade visionária da profecia de Ezequiel deveria pertencer a “toda a casa de Israel”. (Eze. 45:6) O nome “Jeová-shámmah” (“Jeová-Samá”, IBB; “Javé-Chammá”, CBC) ou “O Próprio Jeová Está Ali”, significaria uma presença representativa de Deus como a expressa em outros textos, tais como Salmos 46:5; 132:13, 14; Isaías 24:23; Joel 3:21 e Zacarias 2:10, 11, onde Jeová, a quem o ‘céu dos céus não pode conter’, é mencionado como que residindo numa cidade ou lugar terrestre. — 1 Reis 8:27.
-
-
JeremiasAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
JEREMIAS
([Jeová solta (a madre ou útero), ou, Jeová exalta].
1.Um dos “profetas maiores”, filho de Hilquias, sacerdote de Anatote, cidade dos sacerdotes, situada no território de Benjamim, c. 5 km a N-NE de Jerusalém. (Jer. 1:1; Jos. 21:13, 17, 18) O pai de Jeremias, Hilquias, não era o sumo sacerdote que também tinha esse nome e que era da linhagem de Eleazar. O pai de Jeremias era, mui provavelmente, da linhagem de Itamar, e, com toda a possibilidade, descendia de Abiatar, o sacerdote a quem o Rei Salomão despediu do serviço sacerdotal. — 1 Reis 2:26, 27.
Comissionado como profeta
Jeremias foi chamado para ser profeta quando era rapazinho, em 647 AEC, no décimo terceiro ano do reinado do Rei Josias, de Judá (659-628 AEC). Jeová lhe disse: “Antes de formar-te no ventre, eu te conheci, e antes de saíres da madre, eu te santifiquei. Eu te constituí profeta para as nações.” (Jer. 1: 2-5) Assim sendo, era um dos poucos homens por cujo nascimento Jeová assumiu a responsabilidade, intervindo por meio dum milagre ou por uma providência orientadora, para que fossem seus servos especiais. Entre tais homens acham-se Isaque, Sansão, Samuel, João, o Batizador, e Jesus. — Veja PRESCIÊNCIA, PREDETERMINAÇÃO.
Quando Jeová lhe falou, Jeremias mostrou falta de confiança em si mesmo. Replicou a Deus: “Ai! Soberano Senhor Jeová! Eis que realmente nem sei falar, pois sou apenas [um] rapaz.” (Jer. 1:6) Pode-se depreender, à base desta observação dele, e por se compará-la com a intrepidez e a firmeza dele durante seu ministério profético, que tal vigor incomum não era algo inerente a Jeremias, mas deveras provinha de ele se estribar plenamente em Jeová. Na verdade, Jeová estava com ele, “como um poderoso terrível”, e foi Jeová quem fez de Jeremias ‘uma cidade fortificada, e uma coluna de ferro e muralhas de cobre contra toda a terra’. (Jer. 20: 11; 1:18, 19) A reputação de coragem e de destemor de Jeremias era tamanha que, durante o ministério terrestre de Jesus, alguns o julgavam o Jeremias redivivo. — Mat. 16: 13, 14.
Forte mensagem denunciatória
Até mesmo hoje em dia uma queixa lamuriosa e denunciatória é chamada “jeremiada”. Mas esta expressão de cunho mais recente não nos fornece um quadro verdadeiro de Jeremias. Em si, não era um queixoso crônico. Antes, mostrava-se amoroso, cortês e compassivo. Exercia excelente domínio e maravilhosa perseverança, e sentia grande pesar com a conduta de seu povo e os julgamentos que este recebia. — Jer. 8:21.
Em realidade, era Jeová quem se queixava de Judá, e justificadamente, tendo Jeremias a obrigação de declarar isto de forma incessante, o que ele fez. Também, deve-se ter presente que Israel era a nação de Deus, vinculada a Ele por meio dum pacto e regida por sua Lei, ambos os quais eles violavam despudoradamente. Como base e sólido fundamento para as denúncias de Jeremias, Jeová repetidas vezes apontava para a Lei, trazendo à atenção a responsabilidade dos príncipes e do povo, e relembrando em que haviam violado a Lei. Vez após vez, Jeová trouxe à atenção as coisas que Ele, por meio de Moisés, seu profeta, avisara que lhes sobreviria caso recusassem escutar Suas palavras, e violassem seu pacto. — Lev., cap. 26; Deut., cap. 28.
Outros escritos
Jeremias era um pesquisador e historiador, além de profeta. Credita-se a ele, em geral, a escrita dos livros de Primeiro e Segundo Reis, abrangendo a história de ambos os reinos (Judá e Israel), desde o ponto em que os livros de Samuel a deixaram (isto é, na última parte do reinado de Davi sobre todo o Israel), até o fim de ambos os reinos. Sua cronologia do período dos reis, utilizando o método de comparação ou de confronto dos reinados dos reis de Israel e de Judá, ajuda-nos a estabelecer com exatidão as datas de certos eventos. Após a queda de Jerusalém, Jeremias também escreveu o livro de Lamentações.
Coragem, perseverança, amor
A coragem e a perseverança de Jeremias eram igualadas pelo amor que ele sentia por seu povo. Cabia-lhe proclamar pungentes denúncias e temíveis julgamentos, em especial para os sacerdotes, os profetas e os governantes, e para aqueles que seguiam o “proceder popular” e tinham cultivado “infidelidade duradoura”. (Jer. 8:5, 6) Todavia, ele avaliava que sua comissão era também de ‘construir e plantar’. (Jer. 1:10) Ele chorou diante da calamidade que sobreviria a Jerusalém. (Jer. 8:21, 22; 9:1) O livro de Lamentações constitui evidência de seu amor e de sua preocupação com o nome e o povo de Jeová. Malgrado as traiçoeiras medidas tomadas pelo covarde e vacilante Rei Zedequias para com ele, Jeremias suplicou-lhe que obedecesse à voz de Jeová e continuasse vivendo. (Jer. 38:4, 5, 19-23) Ademais, Jeremias não se julgava justo aos seus próprios Olhos, mas incluía a si mesmo ao reconhecer a iniquidade daquela nação. (Jer. 14:20, 21) Depois de liberto por Nebuzaradã, hesitou em abandonar aqueles que estavam sendo levados para o exílio babilônico, parecendo achar que devia compartilhar a sorte deles, ou, talvez desejasse continuar servindo aos interesses espirituais deles. — Jer. 40:5.
Por vezes, em sua longa carreira, Jeremias ficou desanimado e solicitou a confirmação do apoio de Jeová, mas, mesmo em adversidade, jamais deixou de invocar a Jeová, pedindo-lhe ajuda. — Jer., cap. 20.
Ilustrações dramáticas
Jeremias encenou vários pequenos dramas como símbolos, para Jerusalém, da condição dela, e da calamidade que lhe sobreviria. A bem-conhecida visita à casa do oleiro é um deles. (Jer. 18:1-11) Outro é o incidente com o cinto estragado. (Jer. 13:1-11) Ordenou-se a Jeremias que não se casasse. Isto servia como um aviso das “mortes por enfermidades” das crianças que nasceriam naqueles últimos dias de Jerusalém. (Jer. 16:1-4) Ele quebrou uma botija diante dos anciãos de Jerusalém, qual símbolo do impendente despedaçamento da cidade. (Jer. 19:1, 2, 10, 11) Recomprou um campo de Hanamel, filho de seu tio paterno, como figura da restauração que viria depois do exílio de setenta anos, quando campos seriam de novo comprados em Judá. (Jer. 32:8-15, 44) Lá em Tafnes, Egito, ele ocultou grandes pedras no terraço de tijolos da casa de Faraó, profetizando que Nabucodonosor fixaria seu trono de gala sobre aquele exato local. — Jer. 43: 8-10.
Companheiros
Em todos os seus mais de quarenta anos de serviço profético, Jeremias não foi abandonado.Jeová estava com ele, para livrá-lo dos seus inimigos. (Jer. 1:19) Jeremias se deleitava na palavra de Jeová. (Jer. 15:16) Evitava associar-se com aqueles que não tinham nenhuma consideração para com Deus. (Jer. 15:17) Encontrou bons companheiros, entre os quais pôde fazer a obra de ‘edificar’ (Jer. 1:10), a saber, os recabitas, Ebede-Meleque, Baruque e outros. Por meio destes amigos, foi ajudado e livrado da morte, e, por mais de uma vez, o poder de Jeová se manifestou em protegê-lo. — Jer. 26:7-24; 35:1-19; 36:19-26; 38:7-13; 39:11-14; 40:1-5.
Verdadeiro profeta
Jeremias foi reconhecido por Daniel como um verdadeiro profeta de Deus, sendo que Daniel, pelo estudo das palavras de Jeremias a respeito do exílio de setenta anos, conseguiu fortalecer e encorajar os judeus a respeito da proximidade de sua libertação. (Dan. 9:1, 2; Jer. 29:10) Esdras trouxe à atenção o cumprimento das palavras dele. (Esd. 1:1; veja também 2 Crônicas 36:20, 21.) O apóstolo Mateus apontou para o cumprimento de uma das profecias de Jeremias nos dias em que Jesus era uma criancinha. (Mat. 2:17, 18; Jer. 31:15) O inspirado escritor da carta aos hebreus mencionou os profetas, entre os quais se achava Jeremias, de cujos escritos citou, em Hebreus 8:8-12. (Jer. 31:31-34) A respeito destes homens, o mesmo escritor disse: “O mundo não era digno deles”, e: ‘Receberam testemunho por intermédio de sua fé.’ — Heb. 11:32, 38, 39.
2. Filho de Habazinias e pai de Jaazanias; evidentemente, um cabeça familiar e um dos recabitas aos quais o profeta Jeremias submeteu a um teste, às ordens de Jeová, por levá-los até um dos refeitórios do templo e lhes oferecer vinho para beber. Eles se recusaram, em obediência à ordem que lhes fora dada mais de dois séculos antes por seu antepassado, Jonadabe, filho de Recabe. Por causa disso, Jeová prometeu: “De Jonadabe, filho de Recabe, não se decepará [na morte] homem, impedindo-o de ficar em pé diante de mim para sempre.” — Jer. 35:1-10, 19.
-
-
Jeremias, Livro DeAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
JEREMIAS, LIVRO DE
Jeremias foi comissionado como profeta no décimo terceiro ano do Rei Josias (647 AEC) para avisar o reino meridional de Judá de sua impendente destruição. Isto se deu menos de um século depois da atividade do profeta Isaias, e da queda de Israel, o reino setentrional, diante dos assírios.
QUANDO FOI ESCRITO
Na maior parte, o livro de Jeremias não foi escrito na ocasião em que ele declarou suas profecias. Antes, Jeremias evidentemente não assentou por escrito quaisquer de suas proclamações senão quando recebeu ordens, da parte de Jeová, no quarto ano do Rei Jeoiaquim (625 AEC), para ditar todas as palavras que lhe haviam sido dadas por Jeová até aquela data. Estas incluíam, não só as palavras proferidas sobre Judá no tempo de Josias, mas também as proclamações de julgamento sobre todas as nações. (Jer. 36:1, 2) O rolo resultante foi queimado por Jeoiaquim quando Jeudi o leu para ele. Mas Jeremias recebeu ordens de escrevê-lo de novo, o que fez mediante seu secretário, Baruque, com muitas palavras adicionais. — Jer. 36:21-23, 28, 32.
O restante do livro foi, evidentemente, acrescentado mais tarde, inclusive a introdução, que menciona o décimo primeiro ano de Zedequias (Jer. 1:3), outras profecias que Jeremias anotou na ocasião em que deveria proferi-las (Jer. 30:2; 51:60), e a carta aos exilados em Babilônia. (Jer. 29:1) Adicionalmente, as proclamações proferidas no reinado de Zedequias, e os relatos dos eventos depois da queda de Jerusalém, até cerca de 580 AEC, foram adicionados mais tarde. Talvez acontecesse que, embora o rolo escrito por Baruque fosse a base de grande parte do livro, Jeremias, depois disso, o editou e rearranjou, ao adicionar seções posteriores.
A ORDEM SEGUIDA
O livro não segue uma ordem cronológica, mas, em vez disso, está organizado segundo os assuntos. Quando necessário, apresentam-se datas, mas a maioria das profecias é aplicada à nação de Judá durante todo o período geral dos reinos de Josias, Jeoiaquim, Joaquim e Zedequias. Deus disse repetidas vezes a Jeremias que aquela nação era incorrigivelmente iníqua, irreformável. Todavia, as pessoas de coração reto tiveram plena oportunidade de reformar-se e obter libertação. Quanto a ser profético para os nossos dias, a ordem seguida não influi no entendimento e na aplicação dos escritos de Jeremias.
AUTENTICIDADE
A autenticidade de Jeremias é aceita em geral. Apenas alguns críticos a questionaram, à base das diferenças entre o Texto Massorético hebraico e a Septuaginta, conforme encontrada no manuscrito Alexandrino. Há mais variações entre os textos hebraico e grego do livro de Jeremias do que as de qualquer outro livro das Escrituras Hebraicas. Diz-se que a Septuaginta é mais concisa do que o texto hebraico em cerca de 2.700 palavras, ou um oitavo do livro. A maioria dos peritos concorda que a tradução grega deste livro é defeituosa, mas isso não reduz a fidedignidade do texto hebraico. Tem-se sugerido que o tradutor talvez tivesse um manuscrito hebraico de diferente “família”, uma recensão especial, porém, o estudo crítico revela que isto, pelo que parece, não se deu.
O cumprimento das profecias registradas por Jeremias, junto com seu conteúdo, testificam fortemente a autenticidade do livro. Entre as numerosas profecias de Jeremias, algumas das quais ele viu pessoalmente serem cumpridas, acham-se as seguintes:
-