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Caça E PescaAjuda ao Entendimento da Bíblia
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na água ou, então, que ficavam em pé na praia. — Veja REDE DE ARRASTO.
Pescar era trabalho árduo. Exigia esforço físico, puxar as redes cheias de peixe (João 21:6, 11), e remar os barcos, especialmente quando se tinha de fazê-lo contra o vento. (Mar. 6:47, 48) Às vezes, os pescadores labutavam a noite toda, sem pescar nada. (Luc. 5:5; João 21:3) Depois disso, as redes tinham de ser postas para secar e ser consertadas. — Eze. 47:10; Mat. 4:21.
Os pescadores Pedro, André, Tiago e João trabalhavam juntos como sócios. (Mat. 4:18, 21; Luc. 5:3, 7, 10) Pelo menos em uma ocasião, sete dos discípulos de Jesus, inclusive Natanael e Tomé, pescaram juntos. (João 21:2, 3) Um dos dois pescadores não identificados em João 21:2 talvez fosse André, irmão de Pedro; o outro talvez sendo Filipe, conforme sugerido pelo fato de que sua casa se achava em Betsaida (significando “casa ou lugar de pesca”). — João 1:43, 44.
Figuradamente, a pesca talvez represente a conquista militar. (Amós 4:2; Hab. 1:14, 15) Por outro lado, Jesus assemelhou a obra de fazer discípulos à pesca de homens. (Mat. 4:19) Jeremias 16:16, onde se faz referência a Jeová ‘mandar vir muitos pescadores e caçadores’, pode ser entendido quer num sentido favorável, quer num desfavorável. Se este texto estiver diretamente relacionado com o versículo 15, que fala da restauração dos israelitas à sua terra, então a alusão é à busca do restante judeu arrependido. De outro modo, os pescadores e caçadores são forças inimigas enviadas para encontrar os israelitas infiéis, não permitindo assim que nenhum deles escape ao julgamento de Jeová. — Compare com Ezequiel 9:2-7.
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Caco (Óstraco)Ajuda ao Entendimento da Bíblia
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CACO (ÓSTRACO)
Um caco ou pedaço de vaso quebrado; um fragmento de cerâmica. A palavra hebraica hhéres, embora às vezes se aplique a um vaso de cerâmica ou a uma botija de barro incólume (Núm. 5:17; Jer. 19:1), provém duma raiz que significa “raspar” ou “arranhar”, e pode assim indicar algo áspero, como um caco de cerâmica. Quando Satanás afligiu Tó com “um furúnculo maligno” desde o cocuruto até a sola dos pés, Jó “passou a tomar para si um caco para se raspar com ele”. (Jó 2:7, 8) E, a respeito do leviatã, declara-se: “Suas partes de baixo são como cacos pontiagudos.” — Jó 41:1, 30.
A palavra grega óstrakon (que aparece na LXX, em Jó 2:8) significa “concha” ou “telha”, embora os gregos também aplicassem o termo a óstracos nos quais registravam votos. As palavras portuguesas “óstraco”, “ostracismo”, etc., têm tal derivação. Segundo a antiga lei atenien-se, um cidadão impopular, ou alguém considerado perigoso, podia ser banido se fosse lançado contra ele um número suficiente de votos, na assembléia popular e no senado. Os votos eram escritos em conchas, pedaços de telhas ou cacos de cerâmica.
DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS
Cacos ou pedaços de cerâmica são os itens mais numerosos encontrados pelos arqueólogos durante escavações de sítios antigos. No passado, um pedaço de vaso quebrado podia ser usado para retirar cinzas ou para apanhar água. (Isa. 30:14) Mas os cacos de cerâmica eram especialmente utilizados como barato material de escrita no Egito, na Mesopotâmia e em outras partes do antigo Oriente Médio. Por exemplo, usaram-se fragmentos de cerâmica para as bem- conhecidas Cartas de Laquis, que repetidas vezes contêm o nome divino, Jeová, em forma de Tetragrama (JHVH ou IHVH).
Mais de 60 óstracos inscritos com tinta numa forma de escrita páleo-hebraica foram descobertos nas ruínas do palácio real de Samaria. Parecem ser registros da produção vinícola, muitos deles possivelmente datando do tempo de Jeroboão II. Fornecem nomes de lugares e de pessoas, estes últimos incluindo algumas formas compostas que envolvem o uso dos nomes de Baal, El e Iavé (ou Javé). Óstracos gregos, encontrados no Egito, incluem vários tipos de documentos, mas, principalmente, recibos de impostos. Fornecem certa visão quanto à língua grega falada pelo povo comum daquele país durante as épocas ptolemaica, romana e bizantina, e, assim, são de certa utilidade nos estudos do grego koiné usado pelos escritores das Escrituras Gregas Cristãs. Vinte óstracos gregos encontrados no Alto Egito tinham inscrições de trechos dos quatro Evangelhos, datando provavelmente do sétimo século E.C.
USADOS EM SENTIDO FIGURADO
Os cacos de cerâmica são também usados com conotações figuradas nas Escrituras. Davi, angustiado e cercado de inimigos, disse num salmo que é profético dos sofrimentos do Messias: “Meu poder secou-se como um caco.” (Sal. 22:11-15) À medida que os artigos feitos de argila eram secados ao forno, eles endureciam e se tornavam muito secos.
Nos dias do Rei Salomão, eram evidentemente comuns os métodos de esmaltar, pois Provérbios 26:23 declara: “Como um revestimento de prata recobrindo um caco são os lábios fervorosos com um coração mau.” Como “revestimento de prata” que encobriria a cerâmica, os “lábios fervorosos” ocultariam um “coração mau”, quando a amizade era só fingida.
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Cadeia (Laço; Vínculo)Ajuda ao Entendimento da Bíblia
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CADEIA (LAÇO; VÍNCULO)
Algo que confina ou restringe a liberdade, como um grilhão ou corrente; algemas; cadeias; também o confinamento; uma força ou influência unidora; uma causa de união; um vínculo unidor.
Nos tempos bíblicos, empregavam-se vários meios para restringir os prisioneiros, inclusive grilhões, o tronco, algemas e correntes, bem como prisões. Baixos-relevos egípcios mostram prisioneiros com os cotovelos atados por cordas, quer na frente, quer por trás, quer sobre a cabeça. Às vezes os pulsos estão atados, e todos os prisioneiros estão amarrados por uma corda que envolve o pescoço de cada um. Outros usam algemas de madeira, aparentemente feitas de dois pedaços de madeira amarrados juntos, com aberturas retangulares para os pulsos. As algemas tinham construção variada; amiúde eram suspensas do pescoço do prisioneiro por meio duma corda. Em alguns relevos egípcios, os prisioneiros são atados de forma diferente, segundo sua nacionalidade. Os relevos assírios representam os prisioneiros com algemas que consistiam em anéis ou argolas em volta do tornozelo, presas juntas por uma barra.
Nas Escrituras, a palavra hebraica para “cobre” (usualmente plural nesses casos) é freqüentemente traduzida “grilhões”, segundo o contexto, porque os grilhões eram amiúde feitos de cobre ou bronze, embora também se empregasse madeira ou ferro. No Museu Britânico, existem grilhões de bronze procedentes de Nínive, em forma de uma barra, com um anel em cada extremidade. Os anéis eram cortados de modo que pudessem ser malhados juntos, a fim de abranger os tornozelos, depois de os pés do prisioneiro terem sido passados por eles. Um dos anéis está rompido, mas, quando inteiriços, os grilhões podiam ter pesado cerca de 4 quilos.
O costume romano era prender a mão direita dum prisioneiro, mediante uma corrente, à mão esquerda de seu soldado de escolta, ou, para dupla segurança, acorrentar cada mão a um soldado de cada lado. Isto se dava, não só quando um prisioneiro era conduzido à prisão, mas também durante seu encarceramento.
A palavra hebraica mahpékheth, traduzida “tronco” (Jer. 20:2; 29:26; 2 Crô. 16:10), tem o significado de “torção, distorção”. Este tronco evidentemente mantinha a pessoa em posição recurvada ou desnatural, e pode ter confinado o pescoço e os braços, bem como as pernas. Não se acha disponível nenhuma descrição exata desse tronco. Outra forma de tronco (Heb., sadh) parece ter sido usada para segurar apenas os pés. (Jó 13:27; 33:11) O tronco em que foram postos Paulo e Silas, na prisão interior em Filipos, prendia-lhes os pés. (Atos 16:24) Os troncos romanos eram armações de madeira que possuíam vários buracos espacejados, de modo que as pernas pudessem ser escarranchadas. Eusébio fala de mártires encarcerados cujos pés foram separados à força em um tronco, distanciando-se “até o quinto buraco”. O pelourinho era um instrumento que prendia o pescoço e, possivelmente, os braços. (Jer. 29:26) Nenhum de tais instrumentos fora prescrito pela Lei de Deus para Israel, nem a Lei continha provisões para a existência de prisões.
USOS METAFÓRICOS E SIMBÓLICOS
As expressões “laços” e “cadeias” são amiúde usadas como metáforas nas Escrituras para o encarceramento ou alguma forma de confinamento. Quando Israel estava no cativeiro babilônico, era mencionado como estando em cadeias ou tendo ligaduras sobre o pescoço (Isa. 52:2), embora muitos deles possuíssem suas próprias casas e gozassem de considerável liberdade. — Jer. 29:4, 5.
Deus restringiu os anjos desobedientes a “laços sempiternos, em profunda escuridão”. (Judas 6) Diz-se que também foram lançados nas “covas de profunda escuridão”. (2 Ped. 2:4) A evidência bíblica aponta que não se lhes nega toda a liberdade de movimentos, visto que têm conseguido apossar-se de humanos, e até mesmo tiveram acesso aos céus até serem expulsos de lá por Miguel e seus anjos, e serem lançados para baixo, para a terra. (Mar. 1:32; Rev. 12:7-9) Satanás, o Diabo, deverá ser acorrentado com uma grande corrente, pelo anjo que possui a chave do abismo, e será lançado no abismo por mil anos, após o que ele será solto por breve tempo. (Rev. 20:3) Visto que os anjos não são criaturas de carne e sangue, tais cadeias sem dúvida se referem a alguma força restritiva que não conhecemos.
Jesus mencionou que a mulher a quem ele curou, que tinha sido totalmente encurvada por um espirito de fraqueza, por 18 anos, fora enlaçada por Satanás. (Luc. 13:11, 16) Pedro chamou Simão, que tentava comprar a dádiva de espírito santo, de um “laço de Injustiça”. — Atos 8:23.
As mãos duma mulher imoral são comparadas a grilhões, e o homem que a procura é justamente como aquele que é “agrilhoado para a disciplina do tolo”. — Ecl. 7:26; Pro. 7:22.
Em sentido favorável, Ezequiel fala do “compromisso [vínculo, Al, IBB] do pacto”, graças à força vinculadora do pacto. (Eze. 20:37) Os partícipes do pacto matrimonial são considerados como “amarrados” por ele. (Rom. 7:2; 1 Cor. 7:27, 39) Menciona-se o amor como um “perfeito vínculo de união”. — Col. 3:14.
[Foto na página 246]
Relevo egípcio, parcialmente danificado, que ilustra cinco métodos de prender o prisioneiros.
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Cadeira De Juiz (Tribunal)Ajuda ao Entendimento da Bíblia
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CADEIRA DE JUIZ (TRIBUNAL)
Usualmente uma plataforma elevada, ao ar livre, acessível por meio de degraus, da qual as autoridades, sentadas, podiam falar às multidões e anunciar suas decisões. (Mat. 27:19; João 19:13; Atos 12:21; 25:6, 10, 17) O que alguns acham ter sido a cadeira de juiz ou tribunal (chamado “Bema”) de Corinto, onde Paulo compareceu perante Gálio, era feita de mármore branco e azul. (Atos 18:1, 12, 16, 17) Ao lado dela havia duas salas de espera, com piso de mosaico e bancos de mármore.
Jeová Deus confiou todo o julgamento ao seu Filho (João 5:22, 27), por conseguinte, todos teremos de comparecer perante a “cadeira de juiz do Cristo”. (2 Cor. 5:10) Esta é também chamada corretamente de “cadeira de juiz de Deus”, no sentido de que Jeová é o Originador desse arranjo, e julga por meio de seu Filho. — Rom. 14:10.
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CadesAjuda ao Entendimento da Bíblia
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CADES
[santa, santificada], CADES-BARNÉIA
Um acampamento israelita no deserto, situado na extremidade do território edomita, próximo do “caminho de Sur”, talvez a moderna Darb el-Shur, que se estende desde Hébron até o Egito. (Gên. 16:7, 14; Núm. 20:14-16 [Em heb. ‘ir (cidade) em Números 20:16 pode simplesmente significar acampamento; compare com Números 13:19.]) Pelo que parece, um percurso de onze dias de viagem através do monte Seir separava Cades-Barnéia de Horebe. — Deut. 1:2.
Menciona-se Cades como situado tanto no deserto de Parã como no de Zim. É possível que Zim e Parã fossem desertos adjacentes que se uniam em Cades e, por conseguinte, o local podia ser mencionado como se situando em qualquer dos dois desertos. Ou, o deserto de Zim pode ter sido parte do deserto maior de Parã. (Núm. 13:26; 20:1) No tempo de Abraão, o lugar era conhecido quer como En-Mispate quer como Cades. (Gên. 14:7; 20:1) É, talvez, o mesmo lugar que Quedes. — Jos. 15:21, 23.
‘Ain Qedeis, cerca de 80 km a S-SE de Berseba, tem sido sugerida como possível identificação para Cades. No meio dum deserto desolado (compare com Deuteronômio 1:19), a água pura e doce da fonte de Qedeis sustenta um oásis de grama, arbustos e árvores. Há também duas outras fontes na vizinhança, ‘Ain el-Qudeirat e ‘Ain Qoseimeh. Atualmente, a maior das três fontes é ‘Ain el-Qudeirat, e, por este motivo, alguns são a favor de identificá-la com Cades-Barnéia. No entanto, ‘Ain Qedeis é a fonte mais oriental. Assim, a identificação de ‘Ain Qedeis com Cades-Barnéia parece harmonizar-se mais com a descrição do curso E-O da fronteira sul de Canaã: Cades-Barnéia (‘Ain Qedeis?), Hazar-Adar (‘Ain el-Qudeirat?) e Azmom (‘Ain Qoseimeh?). Se os israelitas deveras acamparam nesta área, sem dúvida usaram todas as três fontes. — Núm. 34:3-5.
No segundo ano depois de seu êxodo do Egito, os israelitas partiram de Hazerote e acamparam em Cades-Barnéia. (Compare com Números 10:11, 12, 33, 34; 12:16; 13:26.) Moisés enviou então doze homens para espiar a Terra Prometida. Dez desses espias trouxeram um relatório ruim, resultando em murmúrios rebeldes entre os israelitas. Jeová, portanto, sentenciou a nação a peregrinar no deserto. Resultou em humilhante derrota a tentativa subseqüente de Israel de tomar Canaã sem a aprovação e a orientação divinas. (Núm. 13:1-16, 25-29; 14:1-9, 26-34, 44, 45; 32:7-13; Deut. 1:41-45) Por certo tempo, depois disso, os israelitas permaneceram em Cades-Barnéia. (Deut. 1:46) Mas não era o propósito de Jeová que ali permanecessem. Anteriormente, ele lhes dissera: “Sendo que os amalequitas e os cananeus moram na baixada, virai-vos amanhã [um idiomatismo hebraico que significa “mais tarde”, como em Êxodo 13:14] e parti, a fim de marchar para o ermo pelo caminho do Mar Vermelho.” — Núm. 14:25.
Assim sendo, os israelitas partiram de Cades-Barnéia e perambularam pelo deserto por 38 anos. (Deut. 2:1, 14) Parece que, durante esses anos, passaram algum tempo em cerca de 18 lugares diferentes, sendo este o número das paradas para acampar alistadas depois que os israelitas partiram de Hazerote. (Compare com Números 12:16 a 13:3, 25, 26; 33:16-36.) Embora Israel acampasse em Cades, depois de partir de Hazerote, Números 33:18 não menciona Cades depois de Hazerote. Esta pode ter sido uma omissão intencional ou, talvez, como alguns sugeriram no passado, Cades pode ser o mesmo que Ritmá.
Por fim, os israelitas parecem ter retornado a Cades no primeiro mês do 40.° ano, depois do Êxodo. (Núm. 20:1; 33:36-39) Miriã, irmã de Moisés, morreu ali. Mais tarde, Moisés e Arão perderam o privilégio de entrar na Terra Prometida, por deixarem de santificar a Jeová com relação à provisão miraculosa de água para os israelitas acampados em Cades. Dali, subsequentemente, Moisés pediu permissão a Edom para atravessar seu território. (Núm. 20:1-17) Esta solicitação foi negada, e, pelo que parece, os israelitas ficaram um pouco mais de tempo em Cades (Núm. 20:18; Juí. 11:16, 17) antes de prosseguirem para a Terra Prometida via monte Hor. (Núm. 20:22; 33:37) Quando alcançaram
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