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InvestiduraAjuda ao Entendimento da Bíblia
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o altar. Assim, tanto foi apresentada (movida) perante Jeová como realmente oferecida, reconhecendo-se tudo isso como a concessão dele para o sacerdócio. — Lev. 8:25-28.
Moisés, atuando na qualidade de sacerdote durante o ofício de investidura, recebeu então o peito do carneiro de investidura como sua própria porção, depois de apresentá-la como oferta movida. — Lev. 8:29; veja também Êxodo 29:26-28.
Parte do sangue do carneiro, junto com o óleo de unção (aparentemente misturados), foi aspergida sobre Arão e seus filhos, e as roupas deles, a fim de santificá-los. Isto também os identificou com o cargo sacrificial, conforme orientado pelo espírito de Deus. Não se faz menção de os filhos de Arão serem ungidos por se derramar óleo sobre a cabeça deles, como Arão o foi. — Lev. 8:30.
A porção da carne do carneiro que não fora queimada sobre o altar, nem dada a Moisés, deveria então ser cozida e comida à entrada da tenda de reunião por Arão e seus filhos, junto com os pães que restavam na cesta. Qualquer parte desse alimento que restasse devia ser queimada na manhã seguinte. Isto sublinhou a pureza, e também destacou a inteireza, da santificação e do serviço deles (porque o que foi comido estava isento de qualquer putrefação ou ranço, e as sobras foram completamente destruídas). É também notável que nos pães não havia nenhum fermento. — Lev. 8:31, 32; Êxo. 29:31-34.
CONCLUÍDA A INVESTIDURA
A investidura se prolongou por sete dias, antes do fim dos quais o sacerdócio não podia oficiar no sentido mais pleno. Em cada um dos seis dias que sucederam à sua investidura e ordenação, através do mediador Moisés, deviam ser oferecidos sacrifícios, como segue: um carneirinho pela manhã, junto com uma oferta de cereal e uma oferta de bebida, de vinho, e um sacrifício idêntico à noitinha, como ofertas queimadas. No decorrer de todos os sete dias, dia e noite, os sacerdotes recém-ordenados tinham de ficar em seus postos, à entrada da tenda de reunião, mantendo a “vigilância obrigatória de Jeová”, para que não morressem. — Lev. 8:33-36; Êxo. 29:35-42.
No oitavo dia, o sacerdócio, plenamente equipado e investido no cargo, oficiou (sem a ajuda de Moisés) pela primeira vez, realizando um serviço de expiação para a nação de Israel, que precisava especialmente de purificação, não só por causa de sua pecaminosidade natural, mas também devido à sua recente desobediência relacionada com o bezerro de ouro, que trouxera o desagrado de Jeová. (Lev. 9:1-7; Êxo. 32:1-10) Ao concluir-se este primeiro serviço prestado pelo sacerdócio recém-investido, Jeová manifestou sua aprovação e confirmação deles no cargo por mandar fogo miraculoso, oriundo da coluna de nuvem que pairava sobre o tabernáculo, devorando o que restava do sacrifício sobre o altar. — Lev. 9:23, 24.
A Bíblia não fornece nenhum registro de uma cerimônia de investidura para os sucessores de Arão. Evidentemente, aquele ofício de investidura bastou para empossar a casa de Arão, e toda a sua descendência masculina, em seu cargo sacerdotal de uma vez para sempre, continuando por tempo indefinido, até a investidura no cargo do sumo sacerdote verdadeiro e eterno, Jesus Cristo. — Heb. 7:12, 17; 9:11, 12; veja SACERDOTE; SUMO SACERDOTE.
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Invocação Do MalAjuda ao Entendimento da Bíblia
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INVOCAÇÃO DO MAL
Literalmente, falar mal de alguém ou amaldiçoá-lo, e, assim, o oposto de bênção. A palavra hebraica qelaláh refere-se basicamente a tal maldição (Al; ALA; BJ; CBC; IBB; PIB; So) ou invocação do mal e é regularmente contrastada com “bênção” em numerosos textos. (Gên. 27:12, 13; Deut. 11:26-29; Zac. 8:13) Deriva-se da raiz verbal qalál, que literalmente significa “ser (ou tornar) leve”; mas, quando usada num sentido figurado, significa “desprezar”, “tornar desprezível”, ou “invocar o mal sobre”. Esta é a palavra que Davi empregou quando disse a Mical que se faria ainda “menos estimado” do que ela o acusara de fazer-se. (2 Sam. 6:20-22) Jeová Deus a usou depois do Dilúvio, ao dizer que jamais de novo ‘invocaria o mal sobre o solo por causa do homem’. — Gên. 8:21.
PROPÓSITO DAS MALDIÇÕES (INVOCAÇÕES DO MAL) DIVINAS
Um dos propósitos das maldições divinas é tornar claro quem é, e quem não é, servo aprovado de Deus, uma vez que as invocações do mal manifestam a desaprovação divina, assim como Suas bênçãos manifestam sua aprovação. Assim, ao prometer a Abraão sua bênção, Jeová também declarou: “Amaldiçoarei aquele que invocar o mal [forma participial de qalál] sobre ti.” (Gên. 12:3) Quando o objeto da invocação do mal é assim deixado anônimo, tal invocação do mal também serve como orientação e aviso protetores na Terra Prometida, que desejam obter ou reter o favor de Deus. A Lei mosaica especificava numerosas bênçãos e maldições, todas as quais resultariam da aplicação dos estatutos e regulamentos da Lei. (Deut. 28:1, 2, 15) Antes da entrada na Terra Prometida, Moisés sublinhou que aquela nação, seja como indivíduos seja como grupo coletivo, tinha de escolher entre a bênção e a maldição, e que isto fariam, quer pela obediência, quer pela desobediência. (Deut. 30:19, 20) Josué, em essência, repetiu esta exortação e aviso protetores na Terra Prometida. (Compare com Josué 8:32-35; 24:14, 15.) Os indivíduos poderiam, assim, empenhar-se em evitar sofrer as maldições anunciadas.
A maldição também comprova que não pode haver frivolidade ou desprezo para com os princípios e os propósitos anunciados de Deus. O sumo sacerdote Eli tornou-se objeto de específica maldição por deixar tibiamente de censurar seus filhos, embora estivessem “invocando o mal sobre Deus”. (1 Sam. 3:13) Jeová lhe ditou a regra: “Honrarei os que me honrarem, e os que me desprezarem serão tidos em pouca conta [da forma da raiz qalál].” (1 Sam. 2:30) A maldição proferida por Deus, assim, é seguida pela justa recompensa pelo erro. Ela pode ser imediata, como no caso dos delinqüentes zombadores sobre os quais Eliseu invocou o mal, em nome de Jeová (2 Reis 2:24), ou pode ser reservada para uma época posterior, como no caso em que Deus informou o Rei Josias a respeito da calamidade que deveria sobrevir a Judá. (2 Reis 22:19, 20) Jeová avisou a nação de Israel que a violação de Suas leis traria dificuldades inescapáveis, afirmando: “Todas estas invocações do mal virão certamente sobre ti e te perseguirão, e te alcançarão, até que tenhas sido aniquilado, porque não escutaste a voz de Jeová, teu Deus, guardando os seus mandamentos e os seus estatutos que te ordenou.” (Deut. 28:45) Embora Ele predissesse a desolação e o exílio deles nos termos mais claros possíveis, eles se recusaram a dar ouvidos e, assim, Jerusalém tornou-se “uma invocação do mal para todas as nações da terra”. — Jer. 26:6; 24:9; Deut. 29:27.
ANULAR AS INVOCAÇÕES DO MAL (MALDIÇÕES)
Jeová pode cancelar ou anular uma invocação do mal, mas somente quando Seus justos requisitos são devidamente satisfeitos. Este parece ter sido o caso da maldição original sobre a terra que, evidentemente, terminou com o Dilúvio que purificou da iniqüidade o globo. (Gên. 8:21) Deixar de cumprir o pacto da Lei trouxe uma maldição sobre toda a nação de Israel, até mesmo sobre aqueles que, conscienciosamente (embora de modo imperfeito), tentavam cumprir os termos dele. O apóstolo Paulo mostra que foi por este motivo que Cristo Jesus morreu daquele modo: sobre uma estaca de tortura. (Gál. 3:10-13) Desta forma, Jesus, embora tivesse observado perfeitamente a Lei, assumiu sobre si a maldição resultante da invocação do mal da Lei, que pousava sobre todos os que estavam sob tal Lei. Deuteronômio 21:23 declara: “Pois o pendurado [sobre uma estaca] é algo amaldiçoado [literalmente, uma maldição ou invocação do mal] por Deus.” Jesus, por ser cravado na estaca como um criminoso, sendo sentenciado (embora injustamente) pelo tribunal sacerdotal judaico, tornou-se, com efeito, “uma maldição”. Depois disso, quando Jesus apresentou o valor de seu sacrifício no céu, a Lei foi cancelada por Deus. Por aceitar tal sacrifício, Deus figuradamente cravou a Lei na estaca de tortura, e a maldição ou invocação do mal que acompanhava tal Lei foi legalmente removida. (Col. 2:14) Visto que o corpo de Jesus era considerado como uma maldição, e também para cumprir a exigência da Lei, a fim de não profanar o sábado, os judeus mostraram-se ansiosos de remover de suas estacas, antes de findar aquele dia, os corpos de Jesus e dos malfeitores. — Deut. 21:23; João 19:31.
DEUS DETERMINA SUA VALIDEZ
Ao passo que os indivíduos podem vociferar maldições, a validez delas depende inteiramente de Deus, de Seus princípios e propósitos. Foi em vão que Golias “invocou o mal sobre Davi por meio dos seus deuses [falsos]”. (1 Sam. 17:43) Jeová transformou em bênção a proposta maldição de Balaão. (Deut. 23:4, 5; Jos. 24:9, 10) Visto que Davi reconhecia que somente Jeová pode efetivar uma maldição, ele rejeitou a solicitação irada de Abisai de ter permissão de ir e ‘arrancar a cabeça’ de Simei, que injuriosamente invocava o mal sobre Davi. (2 Sam. 16:5-12; compare com Salmo 109:17, 18, 28.) A Palavra de Deus condena especificamente que se invoque o mal sobre os próprios pais (Êxo. 21:17; Lev. 20:9; Pro. 20:20), sobre Deus (Êxo. 22:28; Lev. 24:11, 14, 15, 23), ou sobre o rei (Ecl. 10:20), e expõe aqueles que abençoam com a boca, ao passo que “no íntimo estão invocando o mal”. — Sal. 62:4.
MALDIÇÕES (INVOCAÇÕES DO MAL) EFICAZES E INEFICAZES
Cristo Jesus, como porta-voz de Deus, enquanto estava na terra, proferiu efetivamente maldições sobre os guias religiosos e os fariseus, devido à deliberada oposição deles ao propósito de Deus. (Mat. 23:13-33) O apóstolo Pedro evidentemente ‘invocou o mal’ sobre Ananias e Safira por tentarem trapacear a Deus, resultando na morte imediata deles. (Atos 5:1-11) O apóstolo Paulo fez algo similar com o falso profeta Elimas, o feiticeiro, a quem chamou de “filho do Diabo” e “inimigo de tudo que é justo”, e que, depois disso, ficou cego. (Atos 13:6-12) Tais medidas tiveram um efeito salutar sobre os que as testemunhavam. Contudo, estes poderes apostólicos não davam autoridade nem licença para que outros proferissem maldições. Tiago avisa sobre os cristãos utilizarem incorretamente a língua para amaldiçoar os homens. — Tia. 3:9-12; compare Salmo 109:17, 18 com Colossenses 3:8-10.
Ao passo que a história registra que, nos tempos pós-apostólicos e no decorrer dos séculos, houve organizações religiosas que publicaram muitos “anátemas” e “interditos” contra indivíduos, cidades e nações, ela também mostra que o veículo empregado para efetivar tal maldição era invariavelmente, não o poder de Deus, mas o poder terrestre duma igreja ou dum Estado secular. Em contraste, no Salmo 37:3-9, 22, aconselha-se-nos a que esperemos em Jeová, visto que “os abençoados por ele são os que possuirão a terra, mas aqueles sobre quem ele invoca o mal serão decepados [da vida]”. Tal “decepamento [da vida]” acha-se incluído na maldição que Jesus expressa sobre a classe amaldiçoada dos “cabritos”, em sua parábola profética em Mateus 25:31-46. Em conexão com os “novos céus e uma nova terra”, profetiza-se que o mal também será invocado sobre os pecadores. — Isa. 65:17, 20.
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IraAjuda ao Entendimento da Bíblia
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IRA
Na Bíblia, as palavras hebraicas e gregas que significam basicamente “narinas” (por causa da respiração forte [ou bufar] da pessoa arrebatada), “calor”, “excitação”, “ira”, “raiva”, “transbordar [de emoções]”, “um impulso ou desejo natural”, são traduzidas em português pelas palavras “ira”, “indignação”, “furor”, “oposição acesa”, “raiva” e “fúria”, segundo os matizes do significado e o contexto.
A IRA DE DEUS
A ira pode ser justificada ou não. Da parte de Deus, sua ira sempre é justificada, baseando-se nos princípios ditados pelo seu direito à devoção exclusiva e em sua constância em sustentar a verdade, sendo governada pelo Seu amor à justiça e aos que praticam a justiça. A ira divina não emana dum capricho momentâneo, sendo posteriormente lamentada. Jeová vê todas as questões que envolvem um assunto e possui conhecimento completo e pleno duma situação. (Heb. 4:13) Ele lê o coração, observa o grau de ignorância, de negligência ou de pecado voluntário, e atua com imparcialidade. — Deu. 10:17, 18; 1 Sam. 16:7; Atos 10:34, 35.
Princípios que controlam a ira divina
A ira de Deus sempre é controlada e está em harmonia com Seus atributos de amor, de sabedoria e de justiça. Graças a seu poder onipotente, é expressa no grau que ele deseja. (1 João 4:8; Jó 12:13; 37:23) A ira de Deus não é fútil. É plenamente baseada num motivo suficiente e sempre produz efeito.
A ira de Jeová pode ser aplacada ou satisfeita somente quando se executa plenamente a justiça. A ira de Deus é contra toda a injustiça. Ele não tolerará a injustiça nem isentará de punição quem a mereça. (Êxo. 34:7; Hab. 1:13) Sua ira pode ser atenuada e desviada, contudo, à base do sacrifício de Jesus Cristo, que levou as dores e o castigo justamente merecidos por aqueles que vêm a exercer fé. — Isa. 53:5.
Meios de expressar ira
A ira de Deus pode ser expressa de forma direta ou indireta. Poderá usar suas leis que governam as coisas naturais, ou poderá usar outras pessoas, como instrumentos, para expressar sua ira. Os que violam suas leis morais ficam sob seu furor e recebem em si mesmos “a plena recompensa, que se devia ao seu erro”. Estes sofrem uma condição mental desaprovada, degradação, doenças, contendas e morte. (Rom. 1:18, 24, 27-32) Quando uma pessoa viola as leis do país que se harmonizam com as leis de Deus, e é castigada pela autoridade governamental, isto é uma expressão indireta do furor de Deus contra ela. (Rom. 13:1-4) Jesus Cristo é o executor principal da ira de Deus, e expressará por completo o furor de Deus, consumando Sua ira contra os iníquos. — Jer. 30:23, 24; Rev. 19:7-16, 19-21.
A ira não é uma qualidade dominante
No entanto, Jeová Deus é “vagaroso em irar-se e abundante em benevolência”. (Êxo. 34:6; Núm. 14:18) Se a pessoa temer a Jeová e praticar a justiça, receberá misericórdia de Jeová, pois o Todo-poderoso reconhece a imperfeição herdada do homem e lhe mostra misericórdia por causa disso, e à base do sacrifício de Jesus. (Sal. 103:13, 14; Gên. 8:21; veja também Sofonias 2:2, 3.) Ele refreia sua ira em favor de seu nome, e a fim de cumprir seu propósito para com seu povo escolhido. (Isa. 48:9; Joel 2:13, 14) A ira de Jeová, com o tempo, se afasta daqueles que verdadeiramente o servem, e reconhecem seu pecado e se arrependem. (Isa. 12:1; Sal. 30:5) Não é um Deus irado, mas um Deus feliz, não é inacessível, mas é agradável, pacífico e calmo para com os que se aproximam devidamente de sua presença. (1 Tim. 1:11; Sal. 16:11; compare com Revelação 4:3.) Isto se contrasta com as características iradas, implacáveis e cruéis atribuídas aos deuses falsos dos pagãos, e representadas pelas imagens de tais deuses.
A IRA DO HOMEM
A expressão de ira pelo homem pode ser correta, se for baseada em princípios. Alguém talvez expresse corretamente sua justa indignação. Ordena-se-nos que ‘abominemos o que é iníquo’. (Rom. 12:9) A Bíblia supre numerosos exemplos de justa indignação. — Exo. 11:8; 32:19; Núm. 16:12-15; 1 Sam. 20:34; Nee. 5:6; Ester 7:7; veja também 2 Samuel 12:1-6.
No entanto, a ira do homem, mais freqüentemente, é injustificável, e muitas vezes é incontrolável. Não raro se baseia em motivos insuficientes e é expressa sem a devida consideração pelas conseqüências. Depois de Jeová ter poupado Nínive, Jonas ficou desgostoso, “e acendeu-se a sua ira”. Jonas não mostrou misericórdia e teve de ser corrigido por Jeová. (Jonas 4:1-11) O Rei Uzias, de Judá, ficou enraivecido quando foi corrigido pelos sacerdotes de Jeová, e adiantou-se presunçosamente, pelo que foi punido. (2 Crô. 26:16-21) O orgulho impensado de Naamã provocou indignação e raiva de sua parte, quase lhe custando a perda duma bênção por parte de Deus. — 2 Reis 5:10-14.
Necessidade vital de ser controlada
Os acessos de ira são classificados junto com outras detestáveis obras da carne, tais como a conduta desenfreada, a idolatria, a prática do espiritismo e as bebedeiras. Tais coisas impedirão a pessoa de herdar o reino de Deus. (Gál. 5:19-21) Discussões iradas devem ser afastadas da congregação. Ordena-se aos cristãos que sejam vagarosos em irar-se, sendo-lhes dito que o furor do homem não produz a justiça de Deus. (Tia. 1:19, 20) São aconselhados a ‘ceder lugar ao furor’ e deixar a vingança a cargo de Jeová. (Rom. 12:19) Uma pessoa não pode ser usada como superintendente na
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