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Os “mil anos” não são uma esperança falsaAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 1
Os “mil anos” não são uma esperança falsa
1. O que se pode dizer sobre se um reino humano pode durar mil anos?
PARA um reino durar mil anos, teria de ser realmente bom e forte. Tal governo régio não poderia ser planejado, empossado e mantido pelo mero homem, nem por uma sucessão de homens. Nenhum reino humano nas mãos de reis duma certa linhagem jamais durou nem mesmo perto de mil anos.
2. Por que está fora de questão o domínio régio de um único monarca
2 Então, que dizer dum reino nas mãos dum único monarca contínuo, por dez séculos? Impossível! Nenhum homem jamais viveu tanto tempo. Segundo as genealogias mais antigas, o homem Metusalém, no sudoeste da Ásia, viveu mais que qualquer outra criatura humana na terra. Mas nem mesmo ele atingiu um milênio, faltando-lhe trinta e um anos.a Nos nossos próprios tempos modernos, a expectativa de vida do homem está muito longe desta idade extraordinária. Nos países mais avançados da atualidade, foi estendida à duração de menos de setenta anos de vida, com a ajuda da medicina. A mulher tem uma vantagem de cerca de seis anos sobre o homem. Portanto, está fora de questão haver um governo real por mil anos da parte de apenas um só homem ou uma só mulher, não importa quão bom o governante seja considerado pelos seus súditos.
3. Que previa o mais recente “Plano de Mil Anos” para a humanidade?
3 Por isso é lógico que não falamos dum reino milenar deste ponto de vista humano. Nós, assim como muitos milhões de outros ainda vivos, como observadores pessoais, podemos lembrar-nos do esforço mais recente de se estabelecer um governo de mil anos de duração. Este “Plano de Mil Anos” era o de Adolfo Hitler, ditador nazista da Alemanha, de 1933-1945 E.C. Pouco depois de os Estados Unidos mergulharem na Segunda Guerra Mundial, obteve-se a informação sobre este plano nazista de documentos nazistas apreendidos e de agentes alemães presos, bem como de diversas outras fontes. Este plano tinha por objetivo uma ordem mundial nazista que Hitler imporia impiedosamente ao mundo da humanidade, se fosse bem sucedido na Segunda Guerra Mundial. Visualizava um virtual programa de escravos, cujos trabalhadores seriam recrutados de países não-germânicos. Este plano abrangia os mil anos futuros.
4. Em que império anterior pensava Hitler evidentemente, e que testemunho deu disso certo sacerdote?
4 O líder nazista Hitler, que veio do país da família Hapsburgo de reis, a Áustria, evidentemente pensava no Santo Império Romano, germânico, que durou do ano 962 ao ano 1806. De fato, temos sobre isso as palavras dum sacerdote católico romano. Falando na noite de 16 de fevereiro de 1940 perante uma assistência que lotou o Salão Continental Comemorativo, em Washington, D. C., E. U . A., o Dr. Edmund A. Walsh, reitor da Escola do Serviço Exterior da Universidade de Georgetown, delineou os objetivos alemães da guerra como sendo um “restabelecimento do Santo Império Romano”. “O Dr. Walsh disse que ouvira Adolfo Hitler dizer que o Santo Império Romano, que era um império germânico, tinha de ser restabelecido.” — Times de Nova Iorque, 17 de fevereiro de 1940.
5. Do que se gabou Hitler a respeito do Reich nazista, mas em que resultou seu plano?
5 O Fuehrer nazista Hitler dissera jactanciosamente: “O Reich [Império] nacional-socialista durará mil anos.” Mas o seu chefe de polícia, Heinrich Himmler, foi ainda mais confiante e respondeu: “Dez mil!” Iniciado o seu plano egocêntrico, Hitler não se satisfazia com nada menos do que o domínio mundial ou a ruína mundial. No livro Os Últimos Dias de Hitler, em inglês, o autor H. R. Trevor-Roper diz: “Sempre se entendeu que Hitler permaneceria fiel ao seu programa original de Weltmacht oder Niedergang — poder mundial ou ruína. Se o poder mundial fosse inalcançável, então (concordaram todos os que o conheciam) ele tornaria a ruína a maior possível. Diante disso, alguns estarão inclinados a exclamar, e com boa razão: “Quão diabólico!” De qualquer modo, não houve nenhum restabelecimento do Santo Império Romano, conforme muitos da religião de Hitler haviam esperado — e o “Plano de Mil Anos” nazista falhou dentro de doze anos.
6. Que governante não germânico, anterior, aprendeu uma lição que Hitler talvez não aprendesse, e quem interpretou corretamente o sonho daquele governante?
6 O pretenso governante mundial Hitler talvez não tivesse aprendido a lição, mas ele se chocou frontalmente com o fato duro, irremovível, que um governante mundial muito anterior teve de aprender de modo difícil. Era um homem não-germânico, não-ariano, que governou mais tempo do que Hitler, quer dizer, por quarenta e três anos (624-581 A. E . C.). Trata-se do rei de Babilônia, e seu nome era comprido, Nabucodonosor. Talvez o reconheçamos como o conquistador mundial, semita, que destruiu a cidade judaica de Jerusalém no ano 607 A. E . C. e que deportou populações inteiras, assim como Hitler fez, arrastando os judeus sobreviventes, na maior parte, ao exílio em territórios babilônicos distantes. Entre os deportados encontrava-se o profeta semita Daniel, da tribo judaica de Judá. O Rei Nabucodonosor teve um sonho estranho, ao qual atribuiu muita importância, e um escravo, o profeta Daniel, foi o único que pôde interpretá-lo. A interpretação de Daniel cumpriu-se.
7. Em que ocasião começou a cumprir-se este sonho e que lição havia de aprender o governante de seu rebaixamento?
7 Um ano depois do sonho, Nabucodonosor, como chefe da Potência Mundial Babilônica, começou a gabar-se e a vangloriar-se de sua capital, Babilônia, no rio Eufrates. Mal havia acabado com a sua jactância, quando ouviu uma voz desde o invisível — desde o céu — dizer as palavras que ouvira no seu sonho. Nabucodonosor escreveu na sua própria narrativa disso, preservada pelo profeta Daniel: “A ti se diz, o Nabucodonosor, o rei: ‘O próprio reino se afastou de ti e a ti mesmo expulsarão de entre a humanidade, e tua morada será com os animais do campo. A ti mesmo darão vegetação para comer, como a touros, e sete tempos é que passarão sobre ti, até saberes que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser.’” — Daniel 4:29-32.
8. Quem foi que golpeou o rei jactancioso e quem o curou?
8 O que se seguiu? É compreensível que não se tenha preservado para nós, nos anais babilônicos, o que aconteceu a seguir, ou porque qualquer registro disso da parte dum historiógrafo babilônico foi removido ou destruído. Mas o profeta fiel e fidedigno, Daniel, pessoalmente envolvido no assunto, foi inspirado a registrar isso para a nossa consulta, mais de dois milênios e meio depois. O orgulhoso Rei Nabucodonosor foi instantaneamente atacado de loucura — e não foi o seu deus mais reverenciado, Marduque (ou: Merodaque), quem o golpeou. Foi o Deus Todo-poderoso, que predisse esta loucura que atacou o rei jactancioso, o rei que havia destruído o templo sagrado de Jerusalém, em 607 A.E.C. E conforme predito e ordenado, passaram-se “sete tempos” literais sobre o Rei Nabucodonosor, enquanto ele, na sua loucura, comia pasto como um touro, lá num campo vizinho. O rei louco não se suicidou, assim como fez Adolfo Hitler em 1945, pouco antes de sua capital de Berlim cair nas mãos dos exércitos comunistas, vermelhos, da Rússia. No fim dos sete anos de loucura de Nabucodonosor, o Golpeador Divino dele o curou e lhe restabeleceu a sanidade mental.
9, 10. Como mostra o relato preservado por Daniel (4:34-37) se o rei de Babilônia aprendeu, ou não, sua lição a respeito da regência absoluta de Deus?
9 Aprendeu o rei de Babilônia a sua lição? Podemos saber isso de seu próprio relato, preservado para nós pelo profeta Daniel. O relato, apresentado na primeira pessoa, reza:
10 “E ao fim dos dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu e meu próprio entendimento começou a retornar a mim; e eu bendisse o próprio Altíssimo, e louvei e glorifiquei Aquele que vive por tempo indefinido, porque seu domínio é um domínio por tempo indefinido e seu reino é para geração após geração E todos os habitantes da terra são considerados como simplesmente nada, e ele age segundo a sua própria vontade entre o exército dos céus e os habitantes da terra. E não há quem lhe possa deter a mão ou quem lhe possa dizer: ‘Que estás fazendo?’ . . . Agora, eu, Nabucodonosor, louvo, e enalteço, e glorifico o Rei dos céus, porque todas as suas obras são verdade e seus caminhos são justiça, e porque ele é capaz de humilhar os que andam em orgulho.” — Daniel 4:34-37.
11. O rei de Babilônia não sabia nada sobre o que, com respeito a estes “sete tempos”, durante os quais se mostrou inapto para governar?
11 O próprio Nabucodonosor nos conta que ele foi recolocado no trono da Potência Mundial Babilônica, a Terceira Potência Mundial numa série de sete potências mundiais mencionadas na Bíblia Sagrada. (Daniel 4:36) Pouco sabia ele que este período de “sete tempos”, no qual se mostrou inapto para governar, era profético dum período maior de “sete tempos” de maior duração, dos “tempos dos gentios”. Pouco sabia ele que, durante estes “sete tempos” maiores, cinco potências mundiais dominariam a terra: a babilônica, a medo-persa, a grega, a romana e a hodierna britânico-americana. Pouco sabia Nabucodonosor que estes “sete tempos” somando ao todo 2.520 anos, começaram no ano em que ele desolou Jerusalém e seu templo e terminariam no ano que veria o mundo da humanidade envolvido na sua primeira guerra mundial — 1914 E.C. (Lucas 21:24, Al; Daniel 4:16, 23, 25, 32) Sim, pouco sabia Nabucodonosor que no fim destes “sete tempos” de dominação gentia, em 1914, o “Rei dos céus” daria o “reino da humanidade” àquele a quem queria dá-lo: ao Seu Messias! — Daniel 9:25.
PREVISÃO FORNECIDA POR INSPIRAÇÃO DIVINA
12. O que pensam ainda os políticos mundanos a respeito do “reino da humanidade”, mas a mão de quem não puderam impedir no que se refere aos assuntos humanos.
12 Os políticos de todas as nações ainda acham que o “reino da humanidade” é de seu próprio interesse e é o campo propício para sua atividade. Há muito tempo atrás, o Rei Nabucodonosor de Babilônia pensava assim. Ainda bastante recentemente, Adolfo Hitler, com seu sonho dum sistema político de mil anos, pensava assim. Mas Aquele a respeito de quem Nabucodonosor foi finalmente obrigado a admitir que “seu domínio é um domínio por tempo indefinido e seu reino é para geração após geração” é Aquele que mostra ser o “Governante no reino da humanidade”. Este reino sobre os assuntos humanos ainda é Seu campo legítimo de interesse e operação. Os políticos do mundo, apoiados pelos clérigos da cristandade, são incapazes de “deter a mão” dele, nem têm autoridade para dizer-lhe: “Que estás fazendo?” (Daniel 4:34, 35) Ele não consultou aqueles políticos e seus apoiadores religiosos a respeito daquele a quem daria o “reino da humanidade” no fim dos “tempos dos gentios”, em 1914 E.C. Os políticos e seus aliados religiosos não são de importância, como consultores, visto que Ele é “o próprio Altíssimo, e . . . Aquele que vive por tempo indefinido”.
13, 14. À base das palavras de quem se pode fazer com confiança uma predição para mil anos futuros? E por quê?
13 Então, à base das palavras de quem se pode razoavelmente fazer uma predição a respeito de mil anos futuros? O homem nem pode predizer o que vai acontecer amanhã. “Nem sabeis qual será a vossa vida amanhã”, disse um observador de há mais de dezenove séculos atrás. (Tiago 4:14) Mas é diferente com ‘o próprio Altíssimo, Aquele que vive por tempo indefinido’. O que é o tempo para Ele?
14 Àquele foi dito muito bem por um homem que viveu apenas cento e vinte anos: “Mil anos aos teus olhos são apenas como o ontem que passou e como uma vigília [uma antiga vigília judaica de quatro horas] durante a noite.” (Salmo 90:4 e cabeçalho) Mediante um mero sonho da noite e pela interpretação dele pelo profeta Daniel ao Rei Nabucodonosor Ele pôde predizer o que aconteceria na história mundial depois dum período de 2.520 anos, terminando em 1914 E.C. Não poderia ele com igual facilidade predizer com exatidão o que acontecerá durante mil anos a partir de certo ponto no tempo, depois de 1914 E.C.? É bem razoável que possa! E que dizer se Ele já nos deu uma descrição de tal período de mil anos? Então, com esta palavra por base, podemos confiantemente falar sobre mil anos futuros.
15. Que nomes dão aos mil anos os que usaram as radicais latina ou grega, e que nome se deu aos crentes neles?
15 Os que usam palavras tiradas do antigo latim chamariam este período de mil anos de milênio, porque as duas raízes da palavra são do latim mille, significando “mil”, e annus, significando “ano”. Lá na Grécia, as pessoas chamariam este período de quiliástico, porque a palavra grega chília significa “mil”. De modo que os crentes neste período específico de mil anos são chamados de quiliastas, bem como de milenaristas ou milenários. As pessoas da cristandade usam estes termos de modo vituperador.
16, 17. (a) Que experiência humana com respeito ao ano 1000 E.C. mostra que não estamos interessados no milênio por nos aproximarmos de 2000 E.C.? (b) Por que é bom que o sétimo milênio da existência do homem comece muitos anos antes de 2000 E.C.?
16 Apesar do vitupério a que a pessoa se expõe da parte daqueles que não compreendem, deve haver interesse real neste período de mil anos que se aproxima. A informação sobre ele está registrada na palavra escrita do ‘próprio Altíssimo, Aquele que vive por tempo indefinido’. Nosso próprio interesse crescente nele não se deve a que nos aproximamos do ano 2000 E.C., fim do segundo milênio de nossa Era Comum. Esta não é a coisa significativa. Lembramo-nos do que aconteceu quando a humanidade se aproximou do ano 1000 E.C., fim do primeiro milênio de nossa Era Comum. Sobre isso diz a Nova Enciclopédia Católica, sob o verbete “Milenarismo”, na página 853, em inglês: “Ao se avizinhar o ano 1000, o milenarismo tornou-se mais prevalecente, porque muitos escatológicos criam que o sétimo dia da criação na história humana se daria em A. D. 1000 e que se seguiria um glorioso reinado de Cristo, de dez séculos.” — Direitos autorais de 1967.
17 Em primeiro lugar, o fim de seis mil anos da existência humana na terra e o começo do sétimo milênio da existência da humanidade pode ocorrer muitos anos antes do ano 2000 E.C. É bom que aconteça assim. Hoje, com o mundo da humanidade numa condição tão deplorável e ameaçado de destruição, de tantos lados, há muitos estudantes e investigadores destas ameaças à existência humana, que expressam grandes dúvidas de que a humanidade possa sobreviver até o ano 2000 E.C. Não baseiam seu lúgubre parecer sobre o nosso futuro em qualquer cronologia no livro sagrado mais difundido, a Bíblia Sagrada. Baseiam seu conceito nos fatos sólidos da atualidade e nas tendências agora irreversíveis que envolvem a todos nós. Estes homens que falam com autoridade dão à nossa raça humana muito menos de mil anos de vida no futuro. Que motivos tem você, leitor, para não crer neles?
18, 19. (a) Por que não se restringe esta informação a uma sociedade escatológica secreta de iniciados? (b) Em nome de quem foi escrito o Livro de informações, e por quê?
18 Bem ao contrário destes profetas lúgubres, que falam dum ponto de vista puramente humano, ‘o próprio Altíssimo, Aquele que vive por tempo indefinido’, fala alegremente a respeito de mil anos ainda à frente da humanidade, e mais além, os anos mais grandiosos de toda a história humana. Esta informação inspiradora da fé não é propriedade particular de alguma sociedade escatológica secreta, de alguns iniciados especiais que estão “por dentro”. As fontes desta informação valiosa são bem acessíveis a centenas de milhões de pessoas de 1.500 línguas e dialetos em todo este globo. Onde quer que alguém tenha um exemplar da Bíblia Sagrada, tem disponível esta informação iluminadora da vida.
19 Embora a Bíblia fosse escrita por homens, meros homens imperfeitos, como secretários ou escreventes, este Livro sagrado não afirma nas suas próprias páginas ser a palavra de homem. É a obra de inspiração divina e por isso foi escrita no nome do ‘próprio Altíssimo, Aquele que vive por tempo indefinido’. Ele assume a responsabilidade pelo que ela diz sobre o passado e sobre o futuro diante de nós, até mesmo nos nossos dias modernos. É o Livro dos livros!
20. Em que livro bíblico encontramos esta informação sobre o milênio e quem o escreveu?
20 Então, onde encontramos nele esta informação sobre tais mil anos vindouros e as eras de eternidade a seguir? Encontramo-la no que é bem apropriadamente alistado como o último livro da Bíblia Sagrada. Este mostra ser exatamente o que seu nome significa: Revelação, ou: Manifestação, Apocalipse. Sim, foi escrito por um homem, a quem o Império Romano tachou de criminoso e colocou na ilha penal de Patmos, lá no Mar Egeu, perto da costa da Ásia Menor, a atual Turquia. Era um lugar real, não tendo nada de mítico. Quando jovem, este preso exilado havia sido pescador no Mar da Galiléia, na então província romana da Galiléia. Era João, filho de Zebedeu, e seu irmão pescador era Tiago. João nos diz logo de início que ele escreveu Revelação, mas sob inspiração. Mas, de que havia de ser uma revelação ou manifestação? Ao lermos a resposta, que nos deve interessar hoje em dia, notemos a quem João atribui a responsabilidade por este livro:
21. A quem atribuiu João, no começo, a responsabilidade pela Revelação?
21 “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe concedeu para manifestar aos seus servidores o que deve acontecer em breve; e que ele, por intermédio de seu anjo, comunicou ao seu servidor João, o qual atesta a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, tudo o que viu. Felizes o leitor e os ouvintes das palavras desta profecia, se observarem seu conteúdo, porque o tempo está próximo.” — Revelação 1:1-3, versão ecumênica da Comunidade de Taizé (1970).
22. Por que ainda são emocionantes para nós hoje as palavras: “Porque o tempo está próximo”?
22 Nestas palavras: “Porque o tempo está próximo”, escritas há quase dezenove séculos atrás, há alguma emoção para nós hoje neste século vinte E. C.? Certamente, medido em termos de tempo, “o que deve acontecer em breve” não aconteceria agora cedo demais, depois de quase dezenove séculos, especialmente o começo dos preditos “mil anos”. Podemos estabelecer melhor o tempo ao lermos a narrativa de João a respeito dos mil anos e do que os precede imediatamente. Leiamos de Revelação 19:11 em diante:
23. Que particularidades distinguem aquele que está montado no cavalo branco?
23 “Então, vi o céu aberto: e eis aí um cavalo branco; aquele que o monta chama-se ‘Fiel e Veraz’; ele julga e guerreia com justiça. Os seus olhos são lâminas ardentes, há em sua cabeça muitos diademas, e traz escrito um nome que ninguém conhece, senão ele; está vestido com um manto salpicado de sangue, e o seu nome é ‘a Palavra de Deus’. Os exércitos celestes seguiam-no em cavalos brancos, vestidos de linho branco e puro. De sua boca saía uma espada de dois gumes, para com ela ferir as nações, porque ele as governa com cetro de ferro, e pisa o lagar do vinho da ardente ira de Deus todo-poderoso. E ele traz escrito no seu manto e na coxa um nome: ‘REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.’
24. (a) Que convite foi feito às aves que voavam pelo meio do céu? (b) Que aconteceu aos que tomaram parte na batalha?
24 “Vi, então, um anjo, que estava no sol; e que clamou em alta voz a todas as aves que voam pelo meio dos céus: ‘Vinde reuni-vos para a grande ceia de Deus, para comerdes carne de reis, carnes de generais e carnes de poderosos carne de cavalos e cavaleiros; carnes de todos, livres e escravos, pequenos e grandes.’ E vi a fera e os reis da terra com os seus exércitos prontos para fazerem guerra àquele que montava o cavalo e ao seu exército. Mas a fera foi presa, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, tinha seduzido os que receberam o sinal da fera e que se prostravam diante de sua imagem. Todos os dois foram lançados vivos no lago de fogo sulfuroso. Os outros foram mortos por aquele que montava o cavalo, com a espada que saia da sua boca; e todas as aves fartaram-se das suas carnes.
25. O que se fez então com Satanás, o Diabo, para durar por quanto tempo?
25 “Vi descer do céu um anjo que tinha na mão a chave do abismo e uma grande algema. Ele apanhou o dragão, a cobra antiga, que é o Diabo, satanás, e o algemou por mil anos. E atirou-o no abismo, que trancou a chave e selou por cima, para que já não seduzisse as nações até que se consumassem mil anos. Depois disso, ele deve ser solto por um pouco de tempo.
26. Quem se sentou nos tronos vistos no céu, e o que fazem?
26 “E eu vi também tronos, sobre os quais se assentaram, e lhes foi confiado o julgamento: eram as almas dos que foram decapitados Por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus e todos aqueles que não tinham adorado a fera ou sua imagem, que não tinham recebido o seu sinal na fronte nem nas mãos; e eles viveram e com Cristo por mil anos. Os outros mortos não tornaram à vida que se consumaram os mil anos. Esta é a primeira ressurreição! Feliz e santo é aquele que toma parte na primeira ressurreição! Sobre eles a segunda morte não tem poder, mas serão sacerdotes de Deus e do Cristo: reinarão com ele por mil anos.
27. O que se seguiu na terra depois de Satanás ser solto, e o que lhe aconteceu?
27 “Depois de se consumarem mil anos, satanás será solto da prisão, saindo para seduzir as nações dos quatro cantos da terra, Gog e Magog, e reuni-las para a luta, muitas como areia do mar. Espalharam-se pela superfície da terra, e cercaram o acampamento dos santos e a cidade querida. Mas desceu um fogo do céu e as devorou. E o Diabo, que as seduziu, foi lançado num lago de fogo e de enxofre, onde já estavam a fera e o falso profeta, e onde serão atormentados, dia e noite, pelos séculos dos séculos.” — Revelação 19:11 a 20:10, Comunidade de Taizé.
28. (a) Portanto, depois de que acontecimentos começam os mil anos? (b) Então, por que é evidente que estes mil anos ainda estão para começar?
28 Notamos que neste relato se usa seis vezes a expressão “mil anos”. Notamos também que estes mil anos começam após uma batalha entre o “Rei dos reis” e os “reis da terra”, junto com a “fera” e o “falso profeta”, e Satanás, o Diabo’ ser então acorrentado e lançado no abismo. Estes acontecimentos fazem parte do “que deve acontecer em breve”. Até agora, o mundo não teve nada comparável a tais acontecimentos. É bem evidente, então, que estes “mil anos” ainda estão para começar. Não significam algum período de duração indefinida, um período que não possamos medir com exatidão. São literalmente mil anos
29. Que duração de tempo, destes mil anos, se enquadra harmoniosamente na cronologia provada de Deus?
29 Os estudantes que argumentam que estes mil representam uma duração indefinida de tempo dizem que começaram no dia festivo de Pentecostes de 33 E.C., quando Deus derramou seu espírito santo sobre a sua recém-formada congregação cristã em Jerusalém. Mas este argumento leva a dificuldades e à tentativa de dar uma explicação contrária ao que realmente aconteceu aos cristãos gerados pelo espírito durante os mais de mil novecentos e quarenta anos desde o dia de Pentecostes, quando a congregação cristã veio espiritualmente à vida, e até agora. Um milênio literal enquadra-se harmoniosamente na cronologia provada de Deus.
30. Por que não devemos poder refrear-nos de examinar em pormenores o quadro profético daqueles mil anos?
30 O que estes mil anos trarão à nossa terra é algo vitalmente necessário para a vida e a felicidade infindáveis do mundo da humanidade. Então, como podemos razoavelmente refrear-nos de logo examinar de perto o quadro profético do maravilhoso milênio que o apóstolo João retratou para nós tão belamente?
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Uma guerra entre o céu e a terra precede os mil anosAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 2
Uma guerra entre o céu e a terra precede os mil anos
1. (a) Segundo Revelação, que conflito tem de preceder à vinda do Milênio? (b) Por que deve esta batalha estar ainda na nossa frente e qual deve ser nossa atitude para com ela?
ACABAMOS de ler a descrição que nos foi dada pelo apóstolo João a respeito da previsão que teve dos mil anos. Predizem-se para eles coisas tão maravilhosas, que são chamados de O Milênio. Mas o que descreveu João como ocorrendo logo antes deste glorioso Milênio? Uma batalha entre forças celestiais e forças humanas, terrestres. Até agora não ocorreu tal luta, desde o dia de Pentecostes de 33 E.C., dia festivo em que a congregação cristã veio espiritualmente à vida por ser gerada pelo espírito vitalizador de Deus. É verdade que Jesus Cristo estava no céu e à direita de Deus, naquela ocasião festiva, mais de sessenta anos antes de João obter a Revelação do “que deve acontecer em breve”. (Revelação [Apocalipse] 1:1, 2, CT) No entanto, mesmo depois de João obter a Revelação ocorreu tal batalha lá naquele tempo entre o “Rei dos reis’’ e os “reis da terra”. Esta batalha ainda está adiante de nós, e devemos estar interessados num relato antecipado dela, porque nos aproximamos dela diretamente.
2, 3. (a) Que espécie de batalha será, com respeito aos participantes dela? (b) Como se contrasta o glorificado Jesus Cristo com o Jesus terrestre quanto a travar guerra?
2 Esta batalha que se aproxima não é uma temida terceira guerra mundial, na qual as superpotências políticas, armadas em excesso com armas nucleares e químicas, procurem loucamente aniquilar-se umas às outras. Esta é a vindoura batalha em que todos os “reis da terra”, não importa de que ideologias políticas, unem suas forças contra seu Oponente comum, um rei e senhor superior a todos eles e que, portanto, é chamado “Rei dos reis e Senhor dos senhores”. Ele não é Deus, mas, segundo Revelação 19:13, “o nome pelo qual é chamado é a Palavra de Deus”. Este é o título que foi dado ao Filho unigênito de Deus na sua existência pré-humana no céu, junto a seu Pai celestial, Jeová Deus. — João 1:1-3, 18.
3 Durante a sua existência humana na terra como o homem Jesus Cristo, ele não encabeçava exércitos de homens em luta, em cavalos brancos, nem mesmo decidiu chamar doze legiões de anjos celestiais em sua ajuda. (Mateus 26:52-54)Mas agora, desde a — sua glorificação no céu e desde o fim dos “tempos dos gentios” em 1914 E.C., ele está autorizado a agir como oficial executor do Juiz Supremo Jeová teus, e a fazer uma obra executora contra os inimigos terrestres, assim como fez aquele anjo que no ano 732 A. E. C., numa só noite, matou 185.000 soldados do rei assírio Senaqueribe, que havia invadido a terra do povo de Jeová Deus, e fez isso sem usar uma bomba nuclear. (2 Reis 19:32-36; Isaías 37:33-37) Isto explica por que João foi inspirado a escrever a respeito do Guerreiro celestial Jesus Cristo: “O sentado nele [no cavalo branco] chama-se Fiel e Verdadeiro, e ele julga e guerreia em justiça.” — Revelação (Apocalipse) 19:11.
4. O que significará para as nações estender-se da boca de seu adversário comum uma longa espada afiada?
4 Trata-se aqui de muito mais do que uma terceira guerra mundial entre as nações da terra, agora armadas com armas nucleares e químicas. Desta vez, as nações não lutarão contra sangue e carne, mas contra aquele que está sentado no simbólico cavalo branco e contra seus exércitos angélicos celestiais. E quando ele usa a sua língua para falar e ordenar a execução de seus inimigos, é como se estivesse usando uma longa espada dum oficial com autoridade. Este é o significado das palavras inspiradas: “E da sua boca se estendia uma longa espada afiada, para que golpeasse com ela as nações, e ele as pastoreará com vara de ferro. Ele pisa também o lagar de vinho da ira do furor de Deus, o Todo-poderoso. E sobre a sua roupa exterior, sim sobre a sua coxa, ele tem um nome escrito: Rei dos reis e Senhor dos senhores.” — Revelação 19:15, 16.
5, 6. (a) Onde se encontrarão as nações com o Rei dos reis em batalha, e que esmiuçamento e quebrantamento se darão ali? (b) Que convite angélico “para a grande refeição noturna de Deus” mostra se os mortos, na terra, serão enterrados com honras militares?
5 Em vez de ser uma terceira guerra mundial entre homens radicais irreligiosos dum lado e doutro, esta é a “guerra do grande dia do Deus, o Todo-poderoso.” As nações que já terão eliminado violentamente a “meretriz” religiosa, internacional, Babilônia, a Grande, encontrar-se-ão no estágio dos acontecimentos mundiais chamado Har-Magedon; conforme está escrito: “E ajuntaram-nos ao lugar que em hebraico se chama Har-Magedon.” (Revelação 16:14-16) E nesta situação mundial que o Rei dos reis e Senhor dos senhores esmaga as nações desafiadoras quais uvas num lagar, pisando “o lagar de vinho da ira do furor de Deus, o Todo-poderoso”. Serão para ele como ovelhas indefesas, contra as quais usa a “vara de ferro” para despedaçá-los quais vasos barro dum oleiro. (Revelação 14:18-20; 2:26, 27; 12:5; Salmo 2:8, 9) Não haverá um enterro honroso com honras militares para os mortos na terra, na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”. É por isso que o anjo de Deus a chama de “grande refeição noturna de Deus”, feita para as aves de carniça:
6 “Vinde para cá”, clama um anjo iluminado pelo sol para todas as aves que voam no meio do céu, “ajuntai-vos para a grande refeição noturna de Deus, para comerdes as carnes de reis, e as carnes de comandantes militares, e as carnes de homens fortes, e as carnes de cavalos e dos sentados neles, e as carnes de todos, tanto de homens livres como de escravos, e de pequenos e de grandes”. E a narrativa desta “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, encerra com a observação: “E todas as aves se saciaram das carnes deles.”(Revelação 19:17, 18, 21) Esta descrição daqueles cujos cadáveres são devorados pelas aves de carniça deixa parecer que há uma mobilização e arregimentação total dos povos das nações para esta Guerra de todas as guerras.
7. O que é a “fera” que se encontra nas linhas de batalha dos reis da terra no Har-Magedon?
7 A respeito da frente de batalha no Har-Magedon, o apóstolo João escreve: “E eu vi a fera e os reis da terra, e os seus exércitos, ajuntados para travar guerra com aquele que está sentado no cavalo e com o seu exército.” (Revelação 19:19) É esta “fera” apenas uma mascote, um animal que supostamente dá sorte, para os exércitos destes “reis da terra”? De que valor seria uma fera literal para as forças combatentes no Har-Magedon? De nenhum valor! E não se deve entender aqui uma fera literal. Trata-se duma fera simbólica. É realmente uma figura mundial de importância histórica. De que modo? Porque é a fera simbólica descrita em Revelação, capítulo treze, versículos um a oito, a respeito da qual diz o versículo dois: “E o dragão deu à fera seu poder e seu trono, e grande autoridade.” É o sistema político mundial que o “ dragão”, quer dizer, Satanás, o Diabo, estabeleceu há muito tempo atrás como seu instrumento visível para governar todas as pessoas do mundo. Este tem realizado suas práticas animalescas em toda a terra por mais de mil anos, sim, por mais de quatro mil e cem anos, desde o século vinte e dois A. E. C.
8. Quando começou aquela fera simbólica com suas atividades, para estender a sua autoridade até que ponto?
8 Esta fera simbólica começou a assolar os habitantes da terra nos dias de Ninrode, caçador de feras literais. Foi por volta do ano 2189 A. E. C. que este Ninrode começou a projetar a construção da Torre de Babel, na terra de Sinear, no vale da Mesopotâmia. Tornando-se mundialmente famoso, veio a ser chamado de “Ninrode, poderoso caçador em oposição a Jeová”. Ele estabeleceu o antigo ou original império babilônico, e sobre isso nos diz Gênesis 10:10-12: “O princípio do seu reino veio a ser Babel, e Ereque, e Acade, e Calné, na terra de Sinear. Daquela terra saiu para a Assíria e pôs-se a construir Nínive, e Reobote-Ir, e Calá, e Resem, entre Nínive e Calá: esta é a grande cidade.” (Gênesis 10:8-12; 11:1-9) Partindo daquele pequeno começo, esta fera simbólica continuou a estender seu poder e sua autoridade sobre cada vez mais pessoas, até que finalmente estabeleceu seu trono político sobre toda a terra.
9. (a) O que representam as sete cabeças da fera simbólica? (b) Contra quem tem usado seus “dez chifres”?
9 Durante os últimos milênios, esta fera simbólica teve vários membros de seu sistema político atuando como a potência mundial dominante. E por isso que Revelação, capítulo treze, representa esta fera simbólica como tendo sete cabeças, para representar sete potências mundiais em sucessão, a saber: (1) Egito, (2) Assíria, (3) Neo-Babilônia, (4) Medo-Pérsia, (5) Grécia, (6) Roma e (7) a potência mundial dupla da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. Esta fera de sete cabeças, com seus “dez chifres” simbólicos, chifrou, escornou e empurrou os adoradores de Jeová Deus, inclusive os seguidores genuínos do Filho de Deus, Jesus Cristo, desde os dias da escravização dos filhos de Israel no Egito e até agora. Não é de se admirar, então, que Revelação 19:19 represente os “reis da terra, e os seus exércitos”, como enfileirados ao lado da “fera” na batalha contra o exército angélico, celestial, “daquele sentado no cavalo”, Jesus Cristo!
10. (a) Quem é o “falso profeta” nas linhas de batalha dos reis da terra, e o que profetiza? (b) O que é a “imagem da fera” cuja fabricação propôs?
10 Revelação 19:20 menciona também que junto com os “reis da terra, e os seus exércitos”, encontra-se o chamado “falso profeta, que realizava na frente dela [da fera] os sinais com que desencaminhava os que tinham recebido a marca da fera e os que prestavam adoração à sua imagem”. Não se trata dum profeta religioso, pertencente à religiosa Babilônia, a Grande, mas dum profeta político. É a mesma organização política que a representada em Revelação 13:11-17. Ali aparece como fera de dois chifres que propôs a fabricação da imagem da fera e que depois deu fôlego a esta imagem, de modo que ela falava com autoridade. Esta fera de dois chifres é a potência mundial dupla da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, ou a Sétima Potência Mundial, e a “imagem” política da fera de sete cabeças é hoje a organização em prol de paz e segurança mundiais, as Nações Unidas. Todo o mundo sabe hoje que esta Sétima Potência Mundial da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos da América se esforça em mandar no mundo da humanidade e que faz profecias impressionantes a respeito do futuro da humanidade. Mas não é profeta de Jeová Deus, nem é inspirado por Ele. É “falso”.
11, 12. (a) Que espírito move os reis e seus exércitos à guerra no Har-Magedon? (b) Por que deve a maré da batalha ir só numa direção, e que resultado dela mostra João na sua previsão?
11 A fera simbólica já atingiu seu pleno desenvolvimento, tendo a sua sétima cabeça desde o ano 1763 E. C. Já temos também agora mais de um quarto de século de Nações Unidas (sem se falar de sua predecessora, a Liga das Nações). Sob o impulso de seu empenho a favor de seus próprios objetivos nacionais e da preservação de suas próprias soberanias nacionais em desafio ao reino de Deus, como governo legítimo da terra, os “reis de toda a terra habitada” estão sendo ajuntados irresistivelmente para a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”. O tempo para a batalha sem paralelo, no Har-Magedon, que o apóstolo João viu em previsão pictórica, já deve estar bastante próxima, mais próxima do que as pessoas do mundo, ocupadas com si mesmas, imaginam! Sendo Deus, o Todo-poderoso, e seu Rei dos reis aqueles contra quem os “reis da terra, e os seus exércitos”, se enfileiram para a guerra total, a maré da batalha pode ir só em uma direção, desde o começo. Portanto, podemos ser confiantes em que o apóstolo João tem razão na sua descrição profética da batalha, conforme segue:
A BATALHA NO HAR-MAGEDON
12 “E eu vi a fera e os reis da terra, e os seus exércitos, ajuntados para travar guerra com aquele que está sentado no cavalo e com o seu exército. E a fera foi apanhada, e junto com ela o falso profeta, que realizava na frente dela os sinais com que desencaminhava os que tinham recebido a marca da fera e os que prestavam adoração à sua imagem. Ambos, ainda vivos, foram lançados no lago ardente que queima com enxofre. Mas os demais foram mortos com a longa espada daquele sentado no cavalo, espada que se estendia da sua boca. E todas as aves se saciaram das carnes deles.” — Revelação 19:19-21.
13. (a) Quanto da organização inimiga enfrentará o Deus Todo-poderoso como seu adversário na batalha? (b) A “fera” é apanhada enquanto empenhada em que atuação, e quem a captura?
13 Este relato sobre a batalha torna certo de que Deus, o Todo-poderoso, enfrentará como seu adversário toda a organização visível do dragão simbólico, “a serpente original, que é o Diabo e Satanás”. Esta organização mundial visível, simbolizada pela fera de sete cabeças, é apoiada por todas as suas partes componentes, a saber, os “reis da terra, e os seus exércitos”, os comandantes militares, os homens fortes, os cavaleiros, os livres e os escravos, os pequenos e os grandes. O “falso profeta” também faz parte deste sistema planetário, visível, pois é a potência mundial dupla da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, a parte dominante de toda a organização visível deste mundo. Todo o sistema mundial não é bastante esperto para escapar da execução do julgamento divino por causa de todas as suas ações ímpias e do modo em que vitimou o povo. A fera simbólica, junto com seu falso profeta, é “apanhada”, sim, apanhada enquanto comete as últimas malfeitorias contra os adoradores fiéis de Jeová Deus. O Rei dos reis, Jesus Cristo, é quem captura esta fera voraz. Ela é destruída como um animal antropófago.
14. O que significará para a “fera” e o “falso profeta” seu lançamento no lago de fogo?
14 Nunca mais será a humanidade vitimada por este sistema mundial animalesco de governo político, junto com seu “falso profeta” político. Não quais instituições políticas mortas, mas sim, conforme diz Revelação 19:20, “ambos, ainda vivos, foram lançados no lago ardente que queima com enxofre”. Nunca mais sairão vivos deste “lago ardente”, porque a sua morte na batalha não se deve à morte que o pecador Adão causou a toda a sua descendência humana. O “lago ardente” simboliza outra espécie de morte, morte infindável, da qual não há ressurreição. A própria Revelação (20:14) explica isso, dizendo: “Este significa a segunda morte, o lago de fogo.” Todos os esforços humanos de luta patriótica para perpetuar este sistema político para administrar os assuntos humanos fracassarão!
15. O que mostra se haverá ou não uma ressurreição dos mortos no que se refere aos governantes e aos governados mortos no Har-Magedon?
15 Haverá, então, uma ressurreição para os outros que, como governantes ou como governados, lutam a favor da fera e do falso profeta simbólicos contra o reino de Deus nas mãos de seu Rei dos reis? Serão totalmente exterminados. A língua do militante Rei dos reis, que se estende de sua boca como uma longa espada afiada, ordena a execução de todos eles, e os exércitos angélicos do céu executam as suas ordens régias. Portanto, estes opositores deliberados do reino messiânico de Deus são todos mortos. Não são considerados como tendo sofrido uma morte honrosa, fazendo “sacrifício supremo” pela pátria e pelo governo. Não são enterrados em túmulos memoriais, em cemitérios militares mantidos pela nação para serem visitados anualmente num Dia em Memória dos Soldados Mortos. Por não merecerem a ressurreição, são retratados como cadáveres expostos no campo de batalha do Har-Magedon, cadáveres malcheirosos que atraem todas as aves de carniça. Predisse-se: “Todas as aves se saciaram das carnes deles.” Saciam-se até o limite com a “grande refeição noturna de Deus”. — Revelação 19:17-21.
16. O que se pode dizer sobre a sobrevivência à guerra do Har-Magedon (a) da terra, (b) das aves e (c) de exceções aos adoradores da fera?
16 Deve-se observar que o relato não diz que a terra literal, sobre a qual os “reis” reinaram, seja queimada. Não, mas a terra sobrevive à “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. Também sobrevivem “todas as aves que voam pelo meio do céu”, para se banquetearem das carnes dos cadáveres espalhados pela terra. Mas há também sobreviventes humanos na terra, após a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”. Isto não é revelado aqui diretamente, na narrativa desta batalha. Mas deve ser assim! Por quê? Porque nem todos os habitantes da terra, no tempo da batalha, terão sido desencaminhados pelo “falso profeta”. Haverá exceções, embora comparativamente poucas, aos “que tinham recebido a marca da fera e os que prestavam adoração à sua imagem”. (Revelação 19:20) Que dizer dos da “grande multidão”, que o apóstolo João viu antes na visão e que estavam em pé diante do trono de Deus e diante do Cordeiro Jesus Cristo? Estes não estão entre os que lotam contra o reino messiânico de Deus no Har-Magedon.
17. O que mostra Revelação, capítulo sete, a respeito da atitude da “grande multidão” para com Deus e seu reino messiânico?
17 Falando sobre estes, João diz: “Gritavam com voz alta, dizendo: ‘Devemos a salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro.”‘ Depois de João perguntar sobre estes, um dos vinte e quatro anciãos celestiais lhe diz: “Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro.” (Revelação 7:9-14) Esta “grande multidão” que procede “de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas”, definitivamente não é contra o reino messiânico de Deus. Recusa-se a receber “a marca da fera” e ‘prestar adoração à sua imagem’.
18. Por que não se achara a terra vazia de vida humana ao começar o reinado milenar de Cristo?
18 Portanto, a “grande multidão” não cairá morta junto com os executados no Har-Magedon, mas ‘sairá da grande tribulação’, cujo grandioso clímax é a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”. A “grande multidão”, como que com palmas, sobrevivendo a esta “grande tribulação” e aclamando os vitoriosos Jeová Deus e o Cordeiro Jesus Cristo, aguardará com alegria os mil anos à frente. De modo que a terra não se achará vazia de vida humana ao começarem os gloriosos mil anos do reinado de Cristo.
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O deleite da previsão dos mil anosAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 3
O deleite da previsão dos mil anos
1, 2. (a) Será nossa terra queimada na guerra do Har-Magedon? (b) Como é isso demonstrado por aquilo que se faz depois a Satanás e seus demônios?
NOSSO globo terrestre não ficará reduzido a cinzas e fumaça por ser queimado na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. Isto é demonstrado pelo que acontece a Satanás, o Diabo, logo após esta guerra. Como? Porque ele e seus anjos demoníacos são encontrados ainda vivos na terra, para a qual foram lançados em derrota depois duma guerra que irrompeu no céu após o nascimento do reino messiânico de Deus nos céus. Satanás e seus demônios mergulharam para a vizinhança da terra, sendo retidos ali por um “curto período de tempo” (Revelação [Apocalipse] 12:7-13) Visto que ficam restritos à terra durante a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, o anjo de Deus precisa descer à terra para uma ação adicional contra eles. Lemos sobre isso no relato que João faz de sua visão:
2 “E eu vi descer do céu um anjo com a chave do abismo e uma grande cadeia na mão. E ele se apoderou do dragão, a serpente original, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos. E lançou-o no abismo, e fechou e selou este sobre ele, para que não mais desencaminhasse as nações até que tivessem terminado os mil anos. Depois destas coisas terá de ser solto por um pouco.” — Revelação 20:1-3.
3. É Satanás, o Diabo, o único a ser lançado no abismo, e que guerra da sua parte acaba com isso?
3 Por ocasião da expulsão de Satanás, o Diabo, do céu, seus anjos demoníacos foram expulsos junto com ele e restritos à vizinhança da terra. Portanto, o que se faz ao seu governante aplica-se também a eles. São apanhados, acorrentados e lançados no abismo junto com Satanás, o Diabo, por mil anos. Isto não só os impedirá de desencaminharem mais ainda as nações mundanas, mas acabará também com travarem guerra contra os remanescentes dos herdeiros cristãos do reino messiânico de Deus ainda na terra. Sobre isso nos diz Revelação 12:13, 17: “Ora, quando o dragão se viu lançado à terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão [simbolizando o reino messiânico de Deus nos céus]. E o dragão ficou furioso com a mulher e foi travar guerra com os remanescentes da sua semente, que observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus.”
4, 5. (a) Matará esta guerra todos os do restante do Reino e da “grande multidão”, e que testemunho temos neste sentido? (b) Da presença de quem livrará a terra, então, o lançamento de Satanás no abismo?
4 Esta guerra diabólica falha quanto a matar todos os do restante dos herdeiros do Reino, que guardam os mandamentos de Deus e dão testemunho de seu Filho, Jesus Cristo. Também fracassa quanto a matar os da “grande multidão” que aceitam este testemunho a respeito do Messias Jesus e que procedem de todas as nações da terra, juntando-se ao restante do Reino na adoração de Jeová Deus no Seu templo espiritual. Atestando a sobrevivência deles, Revelação 7:9-15 diz a respeito desta “grande multidão” de todas as raças, nações e tribos: “Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro. É por isso que estão diante do trono de Deus; e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo; e o que está sentado no trono estenderá sobre eles a sua tenda.”
5 Assim, o enclausuramento de Satanás e de seus anjos demoníacos no abismo não deixa a terra destituída de todos os habitantes humanos. O lançamento no abismo alivia a terra, não da presença dos do restante do Reino e da “grande multidão”, mas, antes, da presença de Satanás, o Diabo, e de seus anjos demoníacos. Durante o seu encarceramento no abismo por mil anos, serão como se ‘não fossem’. — Veja Revelação 17:8.
GOVERNANTES DA TERRA POR MIL ANOS
6. O lançamento de Satanás no abismo levanta que questão a respeito da governança da terra?
6 Satanás, o Diabo, não mais será o governante do mundo da humanidade ou o “deus” do sistema de coisas. (João 12:31; 14:30; 16:11; 2 Coríntios 4:4) Então, quem governará a terra habitada durante os mil anos em que Satanás, o Diabo, está no abismo e “não é”?
7. O que observou João na visão em resposta a esta pergunta?
7 Na visão, o apóstolo João viu por quem será administrada a regência da terra. Ele diz: “E eu vi tronos, e havia os que se assentavam neles, e foi-lhes dado poder para julgar. Sim, vi as almas dos executados com o machado, pelo testemunho que deram de Jesus e por terem falado a respeito de Deus, e os que não tinham adorado nem a fera nem a imagem dela, e que não tinham recebido a marca na sua testa e na sua mão. E passaram a viver e reinaram com o Cristo por mil anos. (Os demais mortos não passaram a viver até terem terminado os mil anos.) Esta é a primeira ressurreição. Feliz e santo é todo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes a segunda morte não tem autoridade, mas serão sacerdotes de Deus e do Cristo, e reinarão com ele por mil anos.” — Revelação 20:4-6.
8, 9. (a) Onde foram vistos os tronos e quantos deles havia ali? (b) De modo que João viu o começo de que “dia”, e como falou Paulo sobre este, em Atenas?
8 Os tronos que João viu estavam no céu, não na terra, porque são os tronos daqueles que hão de reinar com Cristo por mil anos. O número dos tronos, portanto, não era indefinido. O número era de 144.000, para corresponder aos 144.000 israelitas espirituais, que foram selados com o “selo do Deus vivente” e seguem o Cordeiro, Jesus Cristo, “para onde quer que ele vá”. (Revelação 7:1-8; 14:1-5) Durante os últimos milhares de anos em que Satanás, o Diabo, foi o “governante deste mundo”, tem havido uma tal ausência de justiça ou tal perversão da justiça, que será muito excelente quando o poder de julgar a humanidade for confiado a estes 144.000 juízes associados do Senhor Jesus Cristo. Portanto, quando o apóstolo João viu estes 144.000 tronos e os que se assentavam neles, viu o começo do glorioso dia de juízo de que se falou ao Tribunal do Areópago em Atenas, há dezenove séculos atrás, nas seguintes palavras:
9 “Deus . . . fixou o dia em que há de julgar o mundo com justiça, pelo ministério de um homem que para isto destinou. Para todos deu como garantia disso o fato de o ter ressuscitado dentre os mortos.” — Atos 17:22-31, versão do Centro Bíblico Católico de São Paulo, de 1964.
10, 11. Que espécie de “almas” viu João, e para que obra estavam preparadas?
10 O apóstolo João identifica adicionalmente os ocupantes dos tronos judiciais como sendo os 144.000 co-herdeiros do Reino do Senhor Jesus Cristo por dizer: “Sim, vi as almas dos executados com o machado, pelo testemunho que deram de Jesus e por terem falado a respeito de Deus, e os que não tinham adorado nem a fera nem a imagem dela, e que não tinham recebido a marca na sua testa e na sua mão.” — Revelação 20:4.
11 O apóstolo João não viu “almas” sem cabeça. Por usar a palavra descritiva “almas”, ele não estava falando como os médiuns espíritas, a respeito de “espíritos desencarnados”. Ele usava a palavra “almas” do modo como as Escrituras Sagradas inspiradas usam a palavra e referia-se a seres vivos, cônscios, em corpos, corpos por meio dos quais expressam sua personalidade. Só que seus corpos teriam de ser corpos espirituais, para ocuparem tronos judiciais nos céus invisíveis. Numa consideração da ressurreição dos mortos, somos informados em 1 Coríntios 15:44: “Semeia-se [na morte] corpo físico, é levantado corpo espiritual.” Portanto, o apóstolo João viu corpos celestiais vivos, conscientes, pessoas com capacidades mentais para fazerem julgamentos, e João as identificou como sendo os “executados com o machado”, pelo testemunho que deram de Jesus e da Palavra de Deus.
“EXECUTADOS COM O MACHADO”
12. (a) Foram todos os co-herdeiros de Cristo no Reino executados literalmente com o machado? (b) É Deus quem executa figurativamente com o machado, ou quem é, e por que motivo?
12 No entanto, nem todos os 144.000 co-herdeiros do Reino de Jesus Cristo foram executados com o machado ou decapitados pelo testemunho que deram de Jesus e por falarem sobre Deus. Não de modo literal! O apóstolo Tiago, irmão natural de João, foi morto pela espada, possivelmente decapitado, pelo Rei Herodes Agripa I. (Atos 12:1, 2) Segundo a tradição, o apóstolo Paulo foi decapitado em Roma, na Itália. (2 Timóteo 4:6-8) Mas nem todos os 144.000 sofrem a morte de mártir por decapitação. Certamente não é Deus quem os executa com o machado, quer literalmente, quer de modo figurativo, visto que é por falarem sobre Ele que todos são executados com o machado. É o estado político quem os executa. No caso do Império Romano, do qual o apóstolo João era prisioneiro na ilha penal de Patmos, este poder de execução foi simbolizado por um machado envolvido por um feixe de varas, com os quais os criminosos eram flagelados e decapitados. Este símbolo era chamado de fasces e era levado em procissão pelos lictores diante do magistrado romano mais elevado. Benito Mussolini, o Duce do Partido Fascista, popularizou este símbolo durante seu regime na Itália.
13. Segundo Revelação 20:4, por que é que o estado político, em todo o mundo, executa figurativamente com o machado os 144.000 herdeiros do Reino?
13 Na realidade, o estado político desse mundo executa os 144.000 herdeiros do Reino por julgá-los indignos de viver sob a sua autoridade. Sentencia-os como que à morte. O motivo disso é esclarecido pelo apóstolo João. De que modo? Em que eles, como diz João, “não tinham adorado nem a fera nem a imagem dela” e “não tinham recebido a marca na sua testa e na sua mão”. Em outras palavras, estes 144.000 herdeiros do Reino não haviam adorado o estado político em qualquer das suas diversas expressões em toda a terra. Nem haviam os do restante destes herdeiros do Reino, neste século vinte, adorado aquela organização internacional em prol de paz e segurança mundiais, agora conhecida como Nações Unidas, mas anteriormente conhecida como Liga das Nações. A “fera” simbólica, o estado político mundial, é aquela que é lançada na destruição simbolizada pelo “lago ardente que queima com enxofre”, na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. — Revelação 13:1-17; 14:9-11; 19:19, 20; 20:4.
14. Em que sentido é que os 144.000 herdeiros do Reino não adoram a fera, nem recebem a sua marca na testa ou na mão?
14 Os 144.000 herdeiros do Reino não adoram a “fera” simbólica, nem se metem na sua política, nem se candidatam a cargos políticos, nem participam nas suas guerras sangrentas. Não recebem assim a marca nem na testa, nem na mão, o que simbolizaria serem escravos do estado e darem a mão na execução de suas atividades mundanas, amiúde animalescas. Os 144.000 tampouco adoram a “imagem da fera”, nem atribuem a salvação à organização internacional feita pelo homem em prol de paz e segurança mundiais. Adoram apenas o Deus sobre quem falam e dão a sua lealdade a Ele, como o Soberano Universal. Não enaltecem o estado político, terrestre, mas dão testemunho de Jesus, o Filho de Deus, como sendo o Cristo, o Messias, a quem o Deus Altíssimo designou para governar o mundo da humanidade por mil anos. Não é de admirar que a “fera” execute os 144.000 como que com um machado!
15. O que sofrem finalmente todos os 144.000 na terra e de que modo podem sentar-se em tronos Judiciais no céu?
15 Quer terminem sua carreira terrestre em morte violenta de mártir, quer não, todos os 144.000 herdeiros do Reino por fim morrem de modo físico. Então, como podem entrar no reino dos céus e assentar-se ali naqueles tronos judiciais? Não é por qualquer imortalidade da alma humana, mas sim pela ressurreição dentre os mortos. João diz a respeito “dos executados com o machado, pelo testemunho que deram de Jesus e por terem falado a respeito de Deus”: “E passaram a viver e reinaram com o Cristo por mil anos.” — Revelação 20:4.
16. Ao passarem a viver outra vez, é como que espécie de criaturas e qual é então a medida de sua vida?
16 “Passaram a viver” novamente, não na terra como criaturas humanas ou almas humanas, mas lá no céu, como filhos espirituais de Deus. É como tais que são vistos na visão pelo apóstolo João. Eles têm uma duração de vida mais longa do que a da humanidade atual. Podem viver mais do que Metusalém, que viveu 969 anos. (Gênesis 5:25-27) Podem viver durante os mil anos de seu reinado com Cristo e depois continuarem pela eternidade infindável, pois são revestidos da imortalidade ao serem ressuscitados dentre os mortos. (1 Coríntios 15:50-57) No momento de sua ressurreição estão na plenitude da vida, sem fraqueza, sem corrução, sem quaisquer das imperfeições anteriores de seus corpos físicos, moribundos, que herdaram dos pecadores Adão e Eva. Estão perfeitamente vivos, justificados pelo Deus Todo-poderoso para a vida eterna no espírito. — 1 Coríntios 15:42-55.
17. (a) Serão os da “grande multidão” que sobreviverão à “grande tribulação” feitos instantaneamente perfeitos após o lançamento de Satanás no abismo? (b) quando poderão guardar a lei de Deus de modo imaculado, e por que?
17 A fim de salientar esta diferença entre seu estado instantâneo na ressurreição e o estado dos demais do mundo da humanidade no começo dos mil anos, o apóstolo João passa a dizer: “Receberam a vida, e reinaram com Cristo mil anos. Os restantes mortos não tornaram a viver até terminados os mil anos.” (Revelação 20:4, 5, Mateus Hoepers) Isto prova que nem mesmo os da grande multidão” de adoradores no templo espiritual de Deus, que sobreviverem à “grande tribulação”, serão instantaneamente tornados perfeitos na carne e declarados dignos da vida eterna na terra, logo após a amarração e o lançamento no abismo de Satanás, o Diabo, e seus demônios. Pelas ajudas e bênçãos soerguedoras do reinado milenar de Jesus Cristo, progredirão gradualmente até a perfeição humana e a capacidade de viver sem pecados na carne e de guardar as leis de Deus de modo imaculado. Mas que dizer dos bilhões de humanos adormecidos em túmulos memoriais terrestres e em sepulturas aquosas?
18. (a) Que simpatizante humano de Jesus estará incluído entre os que sairão do Hades, durante o milênio? (b) Quando chegarão a ter perfeição humana estes mortos humanos ressuscitados, e como?
18 A respeito destes, a previsão de João a respeito dos mil anos nos mostra o que lhes acontecerá, dizendo: “E o mar entregou os mortos nele, e a morte e o Hades entregaram os mortos neles, e foram julgados individualmente segundo as suas ações.” (Revelação 20:13) Entre os que assim saem do Hades ou da sepultura comum da humanidade morta estará aquele malfeitor pendurado numa estaca de execução ao lado de Jesus, a quem Jesus disse: “Na verdade te digo hoje, que serás comigo no Paraíso.” (Lucas 23:43, Trinitária, 1883; Tradução do Novo Mundo) Este malfeitor sairá do Hades para o Paraíso terrestre restabelecido para a humanidade pelo reino de Jesus Cristo. Neste Paraíso, o malfeitor terá a oportunidade, junto com todos os mortos humanos ressuscitados, de corrigir seu proceder na vida e ser curado da imperfeição e pecaminosidade humanas. Deste modo, ao fim dos mil anos do reinado de Cristo, poderá alcançar o objetivo da perfeição humana à imagem e semelhança de Deus. Todos os que atingirem a perfeição humana e a condição sem pecado na terra, ao fim dos mil anos, porém, terão de passar por uma prova final de sua lealdade à regência soberana, universal, de Deus, para manter a sua vida perfeita.
19. (a) Assim, como é que “os demais mortos não passaram a viver até terem terminado os mil anos”? (b) O que se fará com os que não passarem pela prova de lealdade à soberania de Deus?
19 Aqueles homens aperfeiçoados, na terra, que mantiverem sua integridade e se mostrarem fiéis à regência legítima de Deus, serão declarados justos pelo Juiz Supremo, Jeová Deus. Ele declarará que estes inocentes são dignos da vida eterna e lhes atribuirá o direito à vida infindável em felicidade no Paraíso terrestre. Estes obedientes, livres de toda a condenação, viverão então realmente, do ponto de vista perfeito de Deus. Desta maneira, então, é que “os demais mortos não passaram a viver até terem terminado os mil anos”. (Revelação 20:5) Os humanos aperfeiçoados que não passarem em fidelidade por aquela prova de lealdade piedosa, depois de terminarem os mil anos, serão destruídos eternamente, assim como João apresenta o assunto na sua previsão, dizendo: “E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Este significa a segunda morte, o lago de fogo. Outrossim, todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida foi lançado no lado de fogo.” (Revelação 20:14, 15) Portanto, estes desleais não alcançam a vida eterna.
“A PRIMEIRA RESSURREIÇÃO”
20-22. (a) Ao João voltar a considerar a “primeira ressurreição” por que surge uma pergunta sobre Efésios 2:1-6? (b) Do mesmo modo, também sobre Colossenses 2:11-13, onde Paulo fala sobre a circuncisão cristã?
20 Depois de intercalar esta declaração sobre os “demais mortos”, o apóstolo João volta a falar novamente de tornarem a vida os que foram “executados com o machado, pelo testemunho que deram de Jesus e por terem falado a respeito de Deus”, e passa a dizer: “Esta é a primeira ressurreição. Feliz e santo é todo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes a segunda morte não tem autoridade, mas serão sacerdotes de Deus e do Cristo, e reinarão com ele por mil anos.” — Revelação 20:5, 6.
21 Será que o apóstolo Paulo fala em Efésios 2:1-6 desta “primeira ressurreição” de tais 144.000 co-herdeiros de Cristo no Reino? O apóstolo escreve ali aos cristãos do primeiro século na cidade de Éfeso, na Ásia Menor, e diz: “Vós estáveis mortos por causa de vossos delitos e pecados, nos quais andáveis outrora, segundo as máximas deste mundo, segundo o príncipe do império do ar, espírito este que domina agora sobre os filhos da desobediência. . .. Mas Deus, que é rico em misericórdia, movido pelo grande amor com que nos amou, nos fez reviver com Cristo, quando estávamos mortos por causa dos pecados. — É por graça que fostes salvos! — Com ele nos ressuscitou e com ele nos fez assentar no céu, unidos a Cristo Jesus.” — Versão católica romana de Lincoln Ramos, de 1958.
22 De modo similar, ao considerar a circuncisão cristã com os cristãos em Colossos, na Ásia Menor, o apóstolo Paulo escreveu: “E a circuncisão de Cristo . . . Sepultados com ele no batismo, ressuscitastes igualmente com ele por vossa fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. E a vós que estáveis mortos por vossos pecados e pela incircuncisão de vossa carne, Deus vos fez reviver com ele. Perdoou-nos todos os nossos pecados!” — Colossenses 2:11-13, Lincoln Ramos.
23. (a) Visto que os textos precedentes se referem a uma das “primeiras” experiências na vida do cristão. o que diz a Nova Enciclopédia Católica sobre a “primeira ressurreição”? (b) Assim, o que diz sobre Satanás ser preso por mil anos?
23 Temos de admitir que esta passagem da morte para a vida de modo figurado ou em sentido espiritual é uma das “primeiras” experiências na carreira do cristão. Portanto, tomando esta experiência como sendo a “primeira ressurreição” mencionada em Revelação 20:5, 6, a Nova Enciclopédia Católica (em inglês; direitos autorais de 1967) prossegue dizendo sob o verbete “Milenarismo”:
. . . A “primeira ressurreição” simboliza o Batismo, . . . pelo qual se compartilha da ressurreição de Cristo. . .. Todos os fiéis, tanto os na terra como os no céu, compartilham do reinado de 1.000 anos de Jesus, símbolo de toda a duração da vida da Igreja, considerada no seu aspecto glorioso, desde a Ressurreição de Cristo até o Juízo Final... O acorrentamento de Satanás durante este mesmo período significa que a influência de Satanás foi notavelmente reduzida, não completamente removida. A diminuição da influência de Satanás é o resultado da eficácia da Redenção de Cristo. Depois duma luta final perto do fim do tempo . . . Satanás será completamente vencido por Cristo. . ..
24, 25. Qual tem sido a duração da Igreja desde Pentecostes de 33 E.C., e o que diz Paulo sobre reinar na congregação cristã durante seu tempo?
24 Harmoniza-se tal explicação da “primeira ressurreição” com o que João escreveu em Revelação 20:1-6? Ora, desde o dia da Festividade das Semanas, no ano 33 E.C., quando a congregação cristã em Jerusalém começou a ser batizada com o espírito santo de Deus, até agora, a “duração da vida da Igreja” não mostrou ser apenas mil anos, mas quase o dobro disso. Durante todos estes quase dois milênios, ‘reinou’ qualquer membro da verdadeira congregação, mesmo no meio da própria congregação?
25 Qual dos apóstolos ‘reinou’ assim? Não o apóstolo Paulo! Pois ele escreveu a certos membros ambiciosos da congregação em Corinto: “Será que já começastes a reinar SEM nós? E eu bem que queria que já tivésseis começado a reinar, para que nós também reinássemos convosco. Pois, parece-me que Deus tem posto a nós, os apóstolos, por último em exibição, como homens designados à morte, porque nos temos tornado um espetáculo teatral para o mundo, tanto para anjos como para homens.” (1 Coríntios 4:8, 9) Ao seu companheiro missionário Timóteo, ele apresentou o assunto de reinar como acontecendo depois da morte física do cristão, dizendo: “Fiel é a palavra: Se morrermos juntos, certamente havemos também de viver juntos; se perseverarmos, havemos também de reinar juntos; se negarmos, ele também nos negará.” — 2 Timóteo 2:11, 12.
26. Segundo as palavras de Jesus aos laodicenses, o que se mostra quanto ao cristão reinar na terra desde o dia de seu batismo?
26 E que dizer do apóstolo João? Enquanto era exilado na ilha penal romana de Patmos, ele citou o ressuscitado Senhor Jesus Cristo como dizendo aos cristãos em Laodicéia: “Aquele que vencer, concederei assentar-se comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.” (Revelação 3:21) Todo o reinar era no futuro, depois da morte física dos discípulos fiéis de Jesus Cristo. Não haveria nenhum reinar nesta terra, desde o dia do batismo do cristão em água.
27, 28. (a) São eles representados em Revelação 20:4 como passando a viver, pelo batismo voluntário em água, depois duma morte figurativa? (b De que modo se retrata a morte como ocorrendo, e por causa de quê? E assim, de que espécie de morte deve haver a “primeira ressurreição”?
27 Por meio de que espécie de ressurreição é que “passaram a viver e reinaram com o Cristo por mil anos”? Por uma ressurreição figurativa ou por uma ressurreição literal da própria morte e da sepultura? Revelação 20:4 não fala de passarem a viver depois da morte figurativa que sofrem voluntariamente ao serem batizados em água, assim como o próprio Jesus foi. Não, mas é a morte que sofrem quando são “executados com o machado, pelo testemunho que deram de Jesus e por terem falado a respeito de Deus”.
28 Esta ‘execução com o machado’ não lhes sobrevêm por sua vontade, mas sim pela vontade dos inimigos de Deus e de Cristo, e ela ocorre depois de seu batismo em água e por darem testemunho de Jesus, como o Cristo, e falarem sobre Deus, como o Governante legítimo do universo (inclusive de nossa terra). Esta ‘execução com o machado’ resulta finalmente na morte física, real. Por conseguinte, ‘passarem a viver novamente’ para reinar dá-se depois da morte física, literal, e não depois duma figurativa que ocorra na ocasião do batismo em água. Do mesmo modo, reinarem assim não começa na terra depois duma ressurreição espiritual após o seu batismo em água. A ressurreição a que se refere Revelação 20:4-6 é a ressurreição real, literal, do sono da morte no Seol ou na sepultura comum da humanidade.
29, 30. (a) Aplica-se aos que têm apenas uma ressurreição figurativa que “sobre estes a segunda morte não tem autoridade’? (b) O que diz Paulo sobre isso em Hebreus 10:26-31?
29 Não se deve desperceber outro ponto em prova disso: Revelação 20:6 diz: “Feliz e santo é todo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes a segunda morte não tem autoridade.” Esta segunda morte é simbolizada pelo “lago ardente que queima com enxofre”. (Revelação 19:20; 20:14) Dá-se isso no caso dos que apenas foram batizados com água e que foram vivificados espiritualmente da morte em falhas e pecados, e que foram juntos levantados espiritualmente e ‘assentados nos lugares celestiais, em união com Cristo Jesus’? (Efésios 2:1, 5, 6) Não, ainda é possível que estes batizados se mostrem infiéis enquanto na terra, sob prova, e que sofram a penalidade da “segunda morte”, do aniquilamento total. E por isso que o apóstolo Paulo advertiu os cristãos batizados e ungidos, em Corinto, na Grécia: “Quem pensa estar de pé, acautele-se para que não caia.” (1 Coríntios 10:12) Também Hebreus 10:26-31 adverte os cristãos batizados e ungidos:
30 “Se praticarmos o pecado deliberadamente, depois de termos recebido o conhecimento exato da verdade, não há mais nenhum sacrifício pelos pecados, mas há uma certa expectativa terrível de julgamento e há um ciúme ardente que vai consumir os que estão em oposição. Qualquer homem que tiver desconsiderado a lei de Moisés morre sem compaixão, pelo testemunho de dois ou três. De quanto mais severa punição, achais, será contado digno aquele que tiver pisado o Filho de Deus e que tiver considerado de pouco valor o sangue com que foi santificado, e que tiver ultrajado com desdém o espírito de benignidade imerecida? Pois, conhecemos aquele que disse: ‘Minha é a vingança; eu recompensarei’; e, novamente: ‘Jeová julgará o seu povo.’ Coisa terrível é cair nas mãos do Deus vivente.”
31. O que diz sobre isso Hebreus 6:4-8?
31 Lemos também em Hebreus 6:4-8: “É impossível, quanto aos que de uma vez para sempre foram esclarecidos, e que provaram a dádiva celestial gratuita, e que se tornaram participantes de espírito santo, e que provaram a palavra excelente de Deus e os poderes do vindouro sistema de coisas, mas que se afastaram, reanimá-los novamente ao arrependimento, porque eles de novo penduram para si mesmos o Filho de Deus numa estaca e o expõem ao opróbrio público. Por exemplo, o solo que absorve a chuva que freqüentemente cai sobre ele, e que então produz vegetação apropriada para aqueles para quem é também lavrado, recebe por sua vez uma bênção de Deus. Mas, se produzir espinhos e abrolhos, é rejeitado e está prestes a ser amaldiçoado e acaba sendo queimado.”
32. Apenas os cristãos que passam por que espécie de ressurreição não estão sujeitos à “autoridade” da “segunda morte”, nem são prejudicados por ela?
32 Em vista disso, a “primeira ressurreição” não é aquela ressurreição figurativa que se segue ao batismo em água e que deixa o batizado ainda exposto à possibilidade da “segunda morte”, sujeito à sua autoridade. É a ressurreição literal, real, do Seol para a vida, como filho espiritual de Deus nos céus invisíveis, aos quais o próprio Jesus Cristo ascendeu. A estes se aplica a promessa de Jesus: “Mostra-te fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida. Quem tem ouvido ouça o que o espírito diz às congregações: Aquele que vencer, a segunda morte de modo algum fará dano.” (Revelação 2:10, 11) Os que têm parte na “primeira ressurreição” não podem ser prejudicados pela “segunda morte” e não estão sujeitos à sua “autoridade”, porque nesta ressurreição são revestidos da imortalidade e da incorrução. — 1 Coríntios 15:53, 54.
33. De que dois modos pode ela ser chamada de “primeira ressurreição?
33 Podemos agora apreciar o motivo pelo qual esta é chamada de “primeira ressurreição”. É porque é a mesma espécie de ressurreição que Jesus Cristo teve no terceiro dia de sua morte, uma ressurreição para a plenitude instantânea da vida, de modo que o ressuscitado Jesus Cristo se tornou “o primogênito dentre os mortos”. (Revelação 1:5; Colossenses 1:18) Precede no tempo a ‘passarem a viver’ os “demais mortos”. Não é só primeira no tempo, mas também “primeira” por ser a melhor ressurreição que os mortos podem ter. É uma ressurreição à vida incorrutível e imortal como filho espiritual de Deus nos próprios céus de Deus.
34. De que modo são santos os que têm parte na “primeira ressurreição?
34 Deveras, pode-se exclamar então: “Feliz e santo é todo aquele que tem parte na primeira ressurreição.” (Revelação 20:6) São deveras ‘santos’ por não lhes ser possível nenhuma infidelidade da sua parte, que merecesse a “segunda morte”. Também, por meio desta ressurreição torna-se-lhes possível ser celestiais “sacerdotes de Deus e do Cristo” e ‘reinar com ele por mil anos’. Satanás, o Diabo, não será então o governante do mundo.
“MIL ANOS” REAIS, CONCRETOS
35, 36. (a) Sentiram os cristãos, desde o batismo, uma diminuição da influência de Satanás por causa da “eficácia da Redenção de Cristo”? (b) O que Indicam sobre isso os conselhos de Pedro e Paulo?
35 De modo que serem Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos acorrentados e lançados no abismo não significa aquilo que a Nova Enciclopédia Católica diz, a saber, a redução notável da influência de Satanás durante este atual sistema de coisas, tal como a diminuição da influência de Satanás resultante da “eficácia da Redenção de Cristo”. Os verdadeiros cristãos na terra, certamente, não sentiram tal diminuição da influência de Satanás ou qualquer redução notável dela desde o seu batismo em água. Antes, o apóstolo Pedro achou necessário escrever a seguinte advertência aos cristãos, perto do fim de sua vida terrestre: “Mantende os vossos sentidos, sede vigilantes. Vosso adversário, o Diabo, anda em volta como leão que ruge, procurando a quem devorar.” (1 Pedro 5:8) Pelo mesmo motivo, o apóstolo Paulo deu-lhes o seguinte conselho:
36 “Revesti-vos da armadura completa de Deus, para que vos possais manter firmes contra as maquinações do Diabo; porque temos uma luta, não contra sangue e carne, mas contra os governos, contra as autoridades, contra os governantes mundiais desta escuridão, contra as forças espirituais iníquas nos lugares celestiais. Por esta razão, tomai a armadura completa de Deus, para que possais resistir no dia iníquo, e, depois de terdes feito cabalmente todas as coisas, manter-vos firmes.” — Efésios 6:11-13.
37. O que Indica Revelação 12:17 sobre se Satanás já foi figurativamente acorrentado desde o ato de redenção de Cristo?
37 Além disso, em Revelação 12:1-17, o apóstolo João descreve com símbolos o nascimento do reino messiânico de Deus e as operações do “grande dragão”, “a serpente original, o chamado Diabo e Satanás”, depois de este ter sido lançado fora do céu e para a nossa terra. Daí, como advertência especial para os verdadeiros cristãos neste século vinte, quando estas coisas ocorrem, João acrescenta as seguintes palavras: “E o dragão ficou furioso com a mulher e foi travar guerra com os remanescentes da sua semente, que observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus.” (Revelação 12:17) Assemelha-se isto a qualquer redução notável do poder e da influência de Satanás para com os cristãos, após o batismo deles em água? É este o acorrentamento de Satanás?
38. Satanás é acorrentado e lançado no abismo a fim de não mais desencaminhar a quem?
38 Entretanto, segundo o que o apóstolo diz realmente, por que é Satanás, o Diabo, preso, acorrentado e lançado no abismo? E “para que não mais desencaminhasse as nações até que tivessem terminado os mil anos.” (Revelação 20:1-3) Com a palavra “nações”, João não se referia aos 144.000 herdeiros batizados e ungidos do Reino, mas às pessoas que não são seguidores e imitadores fiéis e genuínos de Jesus Cristo. Na ocasião em que o Diabo é lançado para fora do céu fala-se dele como “Satanás, que está desencaminhando toda a terra habitada”. (Revelação 12:9) Os 144.000 herdeiros fiéis do Reino não fazem parte destas “nações” na terra habitada, que estão sendo desencaminhadas. Portanto, não é o desencaminhamento adicional dos 144.000 participantes da “primeira ressurreição”, mas sim o das “nações”, que é impedido, por Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos serem amarrados e lançados no abismo.
39. Reduziu-se o desencaminhamento das nações por Satanás desde Pentecostes de 33 E.C., e o que prediz Revelação 12:12?
39 Pois bem, diminuiu, reduziu-se e decresceu o desencaminhamento de tais nações por Satanás, o Diabo, durante estes mais de mil e novecentos anos desde o batismo da congregação cristã com o espírito santo de Deus, no dia da Festividade das Semanas, em Jerusalém, em 33 E.C.? Quem é tão cego e tão ignorante da história humana ao ponto de responder sim a esta pergunta? Aconteceu o contrário. Atualmente, nesta era do maior esclarecimento da humanidade em sentido científico, as “nações” do mundo são desencaminhadas a um ponto nunca antes conhecido, e com conseqüências mais sérias. Por quê? Porque esta fraude internacional por parte de Satanás e seus demônios significa a destruição de todas estas nações desencaminhadas no futuro muito próximo. Foi com boa razão que a “voz alta no céu” disse por ocasião da expulsão de Satanás, o Diabo: “Ai da terra e do mar, porque desceu a vós o Diabo, tendo grande ira, sabendo que ele tem um curto período de tempo.” — Revelação 12:10-12.
40, 41. (a) Que argumento pelos religiosos, a respeito de Satanás ser acorrentado por mil anos é assim mostrado falso? (b) O que precisa a humanidade, que aconteça realmente, e quem deposita hoje sua esperança no reino milenar de Cristo?
40 De modo que este argumento da parte dos religiosos da cristandade, de que os “mil anos” do lançamento de Satanás, o Diabo, no abismo não significam literalmente mil anos, mas se aplicam a “toda a duração vida da igreja, na terra (já de mas de 1.900 anos de duração), é provado falso!
41 Segundo a cronologia da Bíblia, o começo do sétimo milênio da existência da humanidade na terra está muito próximo, dentro desta geração. Agora, como em nenhum tempo anterior, os habitantes da terra precisam que Satanás, o Diabo, seja amarrado e lançado no abismo de modo bem real. Os acontecimentos mundiais imediatamente precedentes a isso estão prestes a ocorrer, e o maior adversário e opressor da humanidade será selado no abismo por dez séculos de tempo. O reinado de Cristo e de sua congregação ressuscitada durante mil anos de paz e bênção para a família humana está diante de nós com todas as suas gloriosas possibilidades! Uma “grande multidão” de dedicados crentes na Bíblia, que agora depositam sua esperança no reinado milenar de Cristo, terá a garantia divina de ser preservada da morte e introduzida neste período mais brilhante de toda a história humana. Que perspectiva abençoada para eles!
42. Que perguntas surgem quanto à atitude da “grande multidão” para com seus governantes milenares, e, assim, o que é oportuno considerarmos agora?
42 Não se cansarão os desta “grande multidão” de ter os mesmos governantes sobre eles por mil anos? Não desejarão uma mudança de governo muito antes do fim deste período, clamando por eleições populares para ter uma série de governantes diferentes? Ou, antes, não aprenderão a amar cada vez mais estes sacerdotes e reis celestiais sobre eles e não serão gratos de que permaneçam no cargo durante todo o tempo designado por Deus? Estas são perguntas sérias, porque os desta “grande multidão”, sob tal reino milenar, terão a oportunidade de viver enquanto este governo celestial durar — por mil anos, e depois por tempo infindável. Ao considerarmos agora estas perguntas interessantes, torna-se oportuno que examinemos mais plenamente que espécie de reis e sacerdotes haverá e quão preciosos serão seus serviços para toda a humanidade, para os sobreviventes vivos e para os mortos. (2 Timóteo 4:1) Isto requer que examinemos seu passado e o que o Deus Altíssimo exigiu deles para serem contados dignos de servir como reis e sacerdotes milenares.
[Foto na página 32]
Fasces
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Reis durante mil anos, sem sucessoresAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 4
Reis durante mil anos, sem sucessores
1. A partir do tempo de quem mostraram-se insatisfatórios os reinos constituídos pelos homens?
OS REINOS constituídos pelos homens não têm sido satisfatórios para as necessidades humanas. Desde pelo menos o século vinte e dois antes de nossa Era Comum, ou há mais de 4.150 anos atrás, a família humana começou a ter reinos constituídos pelos homens. O nome do primeiro rei humano de que há registro é Ninrode, bisneto do construtor da arca, Noé, e parece que Ninrode, constituiu a si mesmo em rei, segundo diz o registro de Gênesis 10:8-12.
2. (a) Qual foi a atitude de Noé para com o reino? (b) A que tipo de governo dá a maioria das pessoas uma decidida preferência hoje em dia?
2 Noé, que sobreviveu ao começo do reino de Ninrode, não se fez rei de Babel (ou Babilônia). Noé nem mesmo se fez rei, mas continuou apenas como chefe patriarcal da família humana em expansão. (Gênesis 9:28, 29; 10:32 a 11:9) Hoje em dia, na maior parte, as pessoas se cansaram de ter reis com sucessores hereditários da sua família natural. Há uma decidida preferência por governos do povo, tais como repúblicas e democracias, com presidentes eleitos pelo povo. Nestas democracias, o povo logo se cansa de uma série de governantes, providos na maior parte por um partido político, e procura uma mudança por eleger ao cargo os candidatos providos por outro partido político.
3. Quem já se cansou dos reinos feitos pelos homens e o que mandou ele declarar no lugar do primeiro reino feito pelo homem?
3 Os homens não são os únicos que se cansaram dos reinos constituídos pelos homens, com seus sucessores hereditários. Deus também se cansou. De fato, Deus cansou-se de todos os governos feitos pelos homens, hoje na terra.a Se o povo ainda não se saciou deles, Ele já se saciou. De fato, é na Sua propriedade (a terra) que estes governos humanos têm exercido seu desgoverno ou governo insatisfatório, inadequado. Foi por isso que mandou declarar, no lugar onde o primeiro rei humano ascendeu ao poder, na própria Babilônia, que Ele, no seu próprio tempo escolhido, destruiria todos estes governos feitos pelos homens, para dar lugar ao reinado milenar de seu Filho, Jesus Cristo. Mediante seu profeta Daniel disse a Nabucodonosor, rei de Babilônia: “Nos dias daqueles reis o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será arruinado. E o próprio reino não passará a qualquer outro povo. Esmiuçará e porá termo a todos estes reinos, e ele mesmo ficará estabelecido por tempo indefinido.” — Daniel 2:44.
4, 5. (a) Quem são os governantes sobre a humanidade aos quais Deus ama? (b) Segundo o apóstolo João, o amor de tais governantes a Deus assegura que eles têm amor também a quem mais?
4 Segundo este seu propósito, o Deus Altíssimo do céu não ama tais reis e outros governantes políticos da terra. Eles tampouco o amam, embora muitos deles sejam reis e governantes políticos da chamada cristandade. Se eles o amassem, fariam o que Jesus Cristo, o Filho de Deus, disse aos seus discípulos: “Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e a Sua justiça”, e não ocupariam cargos políticos num governo humano da atualidade. (Mateus 6:33) É muito importante que a humanidade tenha sobre si como rei alguém a quem o Deus do céu ama. Isto se aplica também aos companheiros de tal rei: para o bem da humanidade, devem ser pessoas que Deus ama. É por isso que os manterá no cargo. É por isso que, em primeiro lugar, os coloca no cargo. Eles são e serão amantes do único Deus vivente e verdadeiro. Forçosamente, isto significa que serão também amantes do povo da terra. Sobre este mesmo ponto escreveu o apóstolo João:
5 “Se alguém fizer a declaração: ‘Eu amo a Deus’, e ainda assim odiar o seu irmão, é mentiroso. Pois, quem não ama o seu irmão, a quem tem visto, não pode estar amando a Deus, a quem não tem visto. E temos dele este mandamento, que aquele que ama a Deus esteja também amando o seu irmão.” — 1 João 4:20, 21.
6. Como ficou a humanidade afetada pela insistência dos governantes em resguardar suas fronteiras e soberanias?
6 Os reis humanos e outros governantes políticos têm sido muito ciumentos de suas fronteiras nacionais ou estaduais, que agem como separadores entre nações e povos. Cada governante político procura reter o controle dentro do seu próprio território e espera que o povo nele lhe seja leal. Sob o atual sistema de coisas, a terra foi dividida em muitos territórios nacionais e estaduais, em cada um dos quais se insiste na soberania nacional, e isto não tem resultado na unificação de toda a humanidade. Criaram-se rivalidades nacionais. De modo que agora surge uma pergunta curiosa.
7. Qual é o propósito de Deus a respeito da regência celestial sobre a terra e como é isso indicado em Revelação 14:1-5?
7 O propósito divino não é que Jesus Cristo reme sozinho por mil anos. O amado Filho de Deus não se deve erguer sozinho como Rei no Monte Sião celestial, a sede do governo. Mas, conforme nos diz o apóstolo João: “Eu vi, e eis o Cordeiro em pé no Monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que têm o nome dele e o nome de seu Pai escrito nas suas testas. . . . E estão cantando como que um novo cântico diante do trono e diante das quatro criaturas viventes e das pessoas mais maduras; e ninguém podia aprender esse cântico, exceto os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. . . . Estes são os que estão seguindo o Cordeiro para onde quer que ele vá. Estes foram comprados dentre a humanidade como primícias para Deus e para o Cordeiro, e não se achou falsidade na sua boca; não têm mácula.” — Revelação (Apocalipse) 14:1-5.
8. Que perguntas surgem a respeito de designações territoriais aos membros dos 144.000 herdeiros do Reino e também quanto às línguas?
8 Visto que haverá assim 144.001 governantes régios dominando a terra, significa isso que a terra será dividida em 144.000 territórios, tendo um dos 144.000 sobre cada território individual e sendo o povo nele responsável perante este específico rei sob Jesus Cristo, o Rei-Chefe? Não resultaria tal partição dos habitantes da terra em fronteiras, embora invisíveis, e não criaria isso certa medida de distinção entre os habitantes da terra, nos lados opostos das fronteiras? Também, seria um herdeiro do Reino, que antes falava chinês, designado sobre uma região habitada por pessoas de língua chinesa, um herdeiro do Reino, de língua russa, sobre uma população de língua russa, um herdeiro do Reino, de língua inglesa, sobre os que falam inglês, e assim por diante, segundo os diversos grupos lingüísticos? Continuarão a existir barreiras lingüísticas, impedindo o entendimento mútuo?
9. (a) Dentre quem foram tirados os 144.000 herdeiros do Reino, em harmonia com que ordem de Jesus? (b) Que pergunta surge quanto às suas diferenças lingüísticas?
9 Estas são perguntas naturais, perguntas próprias. Mas, neste respeito, deve-se dizer que a Bíblia não indica quais as tarefas de responsabilidade régia que serão atribuídas aos respectivos que constituem os 144.000 co-herdeiros de Cristo, mediante o Rei-Chefe Jesus Cristo. Durante os últimos dezenove séculos, desde a fundação da congregação cristã em 33 E.C., estes 144.000 co-herdeiros de Cristo foram tirados dentre nações, povos e tribos de muitas línguas. O ressuscitado Jesus Cristo disse aos seus discípulos, reunidos na Galiléia, alguns dias antes de ele ascender de novo ao céu: “Ide, portanto, e fazei discípulos de pessoas de todas as nações, batizando-as.” (Mateus 28:19) Devemos imaginar que lá no céu, na glória do Reino, os 144.000 reis associados ficarão divididos por diferenças lingüísticas e precisarão de intérpretes? O apóstolo Paulo escreveu sobre “línguas de homens e de anjos.” — 1 Coríntios 13:1.
10. Qual será a língua dos 144.000 no céu e o que acontecerá com as suas anteriores línguas terrestres?
10 Sem dúvida, os 144.000 ressuscitados e glorificados falarão apenas uma só língua celestial, concedendo-se-lhes esta língua nos seus novos corpos espirituais por ocasião de sua ressurreição dentre os mortos. Isto não significa que se apague de sua mente a sua língua terrestre anterior. Não, porque será por se identificarem pela sua anterior língua humana que poderão reconhecer-se como sendo a mesma pessoa. Mas na sua ressurreição celestial, falarão a língua do Senhor Jesus Cristo, e ele falará a língua de seu Pai celestial, Jeová Deus.
UMA SÓ RAÇA, UMA SÓ LÍNGUA
11. Sob o reino milenar, o que se fará a respeito das atuais barreiras lingüísticas na terra, como e por quê?
11 Do mesmo modo, a atual barreira lingüística, na terra, será eliminada da humanidade sob o reinado milenar de Cristo e de seus 144.000 reis associados. O propósito original de Deus para com a terra era de que ficasse confortavelmente cheia de criaturas humanas que falassem uma só língua comum, a língua de seu primeiro pai terrestre, o homem perfeito Adão. A raça humana começou no jardim do Éden com apenas uma só língua. Após o dilúvio global dos dias de Noé, Deus deu à humanidade um novo início justo, com uma só língua, a língua do justo Noé, décimo homem da linhagem de Adão. Esta única língua continuou até a tentativa de se construir a Torre de Babel.
12. Como desfará Deus os efeitos lingüísticos da ação que tomou na Torre de Babel?
12 O Deus Todo-poderoso desfez então a união dos construtores, que conjugavam seus esforços numa obra má. Como? Por confundir-lhes a língua e assim fazer com que se espalhassem segundo os grupos lingüísticos, para as diversas partes da terra. (Gênesis 11:1-9) Em harmonia com o Seu propósito original, Deus fará a humanidade voltar àquela única língua de família, a língua com que Ele dotou o primeiro pai humano da humanidade, apenas com um vocabulário muito mais amplo, talvez com embelezamentos procedentes de outras línguas que Deus inventou lá na Torre de Babel.
13. Para quem se produzirá assim um problema lingüístico temporário, mas que benefícios haverá?
13 Isto não será grande problema para os que viveram antes do Dilúvio, inclusive para os oito sobreviventes humanos daquele dilúvio dos dias de Noé, por ocasião de sua ressurreição dentre os mortos para a vida na terra, sob o reino milenar de Deus. Mas para a grande maioria dos do resto da humanidade significará aprender uma nova língua, a língua que Deus intencionou para toda a humanidade. Em vista dos bons instrutores de língua usados pelo Reino, não deve haver grande problema neste sentido. Até mesmo aos bebês ressuscitados pode-se ensinar desde a infância uma língua nova. Assim se poderão comunicar diretamente uns com os outros, com pleno entendimento dos termos e expressões da língua do outro. Que efeito unificador isto terá sobre a família humana! Pense em todos eles poderem ler as inspiradas Escrituras Hebraicas,b cada um por si mesmo, e poder observar como todas as suas profecias se cumpriram e que elas também contêm uma narrativa histórica exata até os dias do profeta Malaquias! Os sinceros poderão assim dizer, tal qual o apóstolo Paulo: “Seja Deus achado verdadeiro, embora todo homem seja achado mentiroso.” — Romanos 3:4.
14. Como se eliminarão as atuais barreiras inter-raciais, internacionais e intertribais para os que têm parte na primeira ressurreição?
14 O que se der com a barreira lingüística, dar-se-á também com as atuais barreiras por causa de raça, nação e tribo. Para os 144.000 herdeiros do Reino, que compartilham da “primeira ressurreição”, estas últimas barreiras estarão todas no passado. Estas barreiras estão todas ligadas à carne. A ressurreição deles não se dará com o corpo carnal que tinham anteriormente aqui na terra, pois está escrito: “[Eu, o apóstolo Paulo] digo isso, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, nem pode a corrução herdar a incorrução.” (1 Coríntios 15:50) “Embora [nós cristãos] tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne, certamente agora não o conhecemos mais assim.” (2 Coríntios 5:16) Na “primeira ressurreição”, os 144.000 herdeiros do Reino passam a ter a “natureza divina”, não a natureza humana com todas as suas atuais barreiras inter-raciais, internacionais e intertribais. (2 Pedro 1:4) Todos serão irmãos numa família celestial, especial, filhos de Deus: “Então, se somos filhos, somos também herdeiros: deveras, herdeiros de Deus, mas co-herdeiros de Cristo.” (Romanos 8:17) Assim haverá união entre eles, segundo a “natureza divina”.
15, 16. (a) Como vencem os 144.000 herdeiros do Reino os obstáculos humanos, terrenos, para manter a união? (b) Eles se apegam a que pedido feito por Jesus em oração a Deus, a favor deles?
15 Entretanto, mesmo no tempo em que estão aqui na carne, sob prova, na terra, não se permite que estes 144.000 herdeiros do Reino sejam divididos pelas barreiras raciais, nacionais e tribais da humanidade em geral. Segundo a carne, são “discípulos de pessoas de todas as nações”. (Mateus 28:19) Mas primeiro são discípulos de Cristo, e apenas em segundo lugar se consideram como sendo desta ou daquela raça, nação e tribo. Serem discípulos batizados de Cristo unifica-os na terra e vence a todos os obstáculos carnais e humanos. É por isso que se declaram e mantêm estritamente neutros para com os conflitos inter-raciais, internacionais e intertribais deste mundo e porque não tomam parte na política, quer local, quer nacional ou internacional. Apegam-se ao que Jesus Cristo pediu em oração a Deus a seu respeito:
16 “Faço solicitação a respeito deles; faço solicitação, não a respeito do mundo, mas a respeito daqueles que me deste; porque são teus . . . Tenho-lhes dado a tua palavra, mas o mundo os tem odiado, porque não fazem parte do mundo, assim como eu não faço parte do mundo. . . . Também, eu lhes tenho dado a glória que tu me tens dado, a fim de que sejam um, assim como nós somos um. Eu em união com eles e tu em união comigo, a fim de que sejam aperfeiçoados em um, para que o mundo tenha conhecimento de que tu me enviaste e que os amaste assim como amaste a mim.” — João 17:9-23.
OBSERVADA A PACIFICIDADE INTERNACIONAL
17. (a) Em que sentido é que os 144.000 não imitaram os religiosos da cristandade e do judaísmo quanto a travar guerra? (b) Que regra bíblica farão vigorar como reis celestiais para as pessoas na terra?
17 É por isso que os 144.000 herdeiros do Reino, não imitaram na terra os católicos romanos em lutar com armas carnais contra outros católicos romanos, religiosos ortodoxos contra outros religiosos ortodoxos, protestantes contra protestantes e judeus naturais contra judeus naturais, por viverem sob governos nacionais que se empenham em guerra mortífera. Não saíram para fazer discípulos com a mensagem do Evangelho ou com a Bíblia Sagrada numa das mãos e espada e a metralhadora na outra. Embora de muitas nações diferentes, aplicaram o princípio declarado na profecia de Isaías 2:4: “Converterão as suas espadas em enxadões e as lanças em foices: não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear.” (Versão Almeida da Bíblia) E visto que se apegaram a esta regra divina quando eles mesmos estavam na terra, farão com que vigore quando são reis sobre a terra, exigindo de seus súditos na terra que cumpram esta mesma regra pacífica.
18. Que outro grupo internacional na terra apega-se a esta regra de conduta, conforme previsto pelo apóstolo João?
18 Como precedente feliz disso, há uma grande multidão internacional que se associa agora com o restante destes herdeiros do Reino e que se apega a esta mesma regra pacífica de conduta. É o grupo notável de que se predisse que se reuniria neste tempo da história mundial, assim como descreveu o apóstolo João, dizendo: “Depois destas coisas eu vi, e, eis uma grande multidão, que nenhum homem podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, trajados de compridas vestes brancas; e havia palmas nas suas mãos. E gritavam com voz alta, dizendo: ‘Devemos a salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro [Jesus Cristo].’ . . . ‘Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro. É por isso que estão diante do trono de Deus; e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo; e o que está sentado no trono estenderá sobre eles a sua tenda.”’ — Revelação 7:9-15.
19. O novo sistema de Deus começará com as pessoas na terra já mantendo que relação entre si, e que palavras de Pedro aos que amam uma vida longa será acatada por elas?
19 Visto que Jeová Deus estende sua tenda de proteção sobre esta “grande multidão” da atualidade e a leva a salvo através da “grande tribulação” que se aproxima, os que entrarem vivos no novo sistema de coisas de Deus sobre a terra serão uma multidão internacional. As nações guerreiras terão desaparecido! A sociedade humana, na nova ordem de Deus, começará com uma “grande multidão” de sobreviventes da tribulação, todos os quais já estão em paz uns com os outros. No seu amor à vida eterna, continuarão a agir em harmonia com as palavras citadas pelo apóstolo Pedro: “Aquele que amar a vida e quiser ver bons dias, refreie a sua língua do que é mau e os seus lábios de falar engano, mas desvie-se ele do que é mau e faça o que é bom; busque a paz e empenhe-se por ela.” — 1 Pedro 3:10, 11; Salmo 34:12-14.
20. (a) Cristo não permitirá que se perturbe a paz, a fim de cumprir que profecia da Bíblia a seu respeito? (b) De que modo será o reino de Cristo semelhante ao de Salomão?
20 Depois da tormenta da “grande tribulação”, a paz em toda a terra, como um arco-íris, será radiante sobre o planeta purificado. O Rei milenar de Jeová, o Cordeiro Jesus Cristo, não permitirá que se perturbe a paz. Senão, não estaria cumprindo a profecia proferida há muito tempo a seu respeito: “Um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o domínio principesco virá a estar sobre o seu ombro. E será chamado pelo nome de Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, príncipe da Paz. Da abundância do domínio principesco e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer firmemente e para o amparar por meio do juízo e por meio da justiça, desde agora e por tempo indefinido. O próprio zelo de Jeová dos exércitos fará isso.” (Isa. 9:6, 7) Lembremo-nos de que Jesus Cristo é “algo maior do que Salomão”. (Mateus 12:42) O reinado de quarenta anos do Rei Salomão, filho de Davi, foi assinalado pela paz, em harmonia com o próprio nome Salomão, que significa “Pacífico”. Jesus Cristo, porém, manterá uma paz de mil anos.
“SOBRE O TRONO DE DAVI E SOBRE O SEU REINO”
21. Do trono e reino de quem não se pode separar o domínio principesco do Príncipe da Paz, nem tampouco sua paz?
21 Se lermos novamente Isaías 9:6, 7, notaremos que o “domínio principesco” do Príncipe da Paz há de ser “sobre o trono de Davi e sobre o seu reino”. Esta prometida paz infindável não pode ser separada do trono e do reino de Davi, que reinou em Jerusalém durante os anos 1070-1037 A.E.C. Não dependerá de qualquer presidente dos Estados Unidos da América, nem das Nações Unidas, como organização humana em prol de paz e segurança mundiais. Por que se dá isso?
22. (a) Em que base seria esta profecia cumprida pelo zelo de Jeová? (b) No que se refere à religião, que espécie de homem era Davi?
22 Por causa dum pacto ou promessa divina inquebrantável que “Jeová dos exércitos” fez para com o Rei Davi, em Jerusalém, no início de seu reinado ali. Em que base? Ora, Davi não era ateu, nem agnóstico. Era um homem muito religioso, mas não como os idólatras ou politeístas das nações não-israelitas daquele tempo. Leia por si mesmo os muitos salmos ou poemas líricos compostos por Davi, contidos no Livro dos Salmos, e verificará que Davi era de todo o coração adorador de Jeová, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Num de seus salmos mais conhecidos, o Salmo 23, Davi disse: “Jeová é o meu Pastor. Nada me faltará. Decerto, a própria bondade e benevolência estarão no meu encalço todos os dias da minha vida; e eu vou morar na casa de Jeová pela longura dos dias.” (Salmo 23:1, 6) Ele disse também no Salmo 40:8, 9: “Agradei-me em fazer a tua vontade, ó meu Deus, e a tua lei está nas minhas partes internas. Anunciei as boas novas de justiça na grande congregação. Eis que não contenho os meus lábios. Ó Jeová, tu mesmo o sabes muito bem.”
23, 24. Depois de levar a Arca do pacto de Jeová a Jerusalém, o que desejou Davi fazer quanto a um alojamento para ela? (b) O que disse Jeová a Davi sobre tal construção?
23 Alguns meses depois de o Rei Davi ter feito de Jerusalém sua capital, mandou que a sagrada Arca do Pacto, “a arca do verdadeiro Deus”, fosse trazida a Jerusalém e colocada numa tenda armada perto do palácio real. Davi sentiu nitidamente a diferença entre sua residência palacial, uma “casa de cedros”, e a da Arca do Pacto de Jeová. Finalmente, sugeriu ao profeta Natã a construção dum templo digno da arca de Jeová. (2 Samuel 7:1-3) Mas Deus mandou dizer o seguinte a Davi:
24 “Derramaste sangue em grande quantidade e travaste grandes guerras. Não construirás uma casa ao meu nome, porque derramaste diante de mim grande quantidade de sangue na terra. Eis que te nasce um filho. Ele é quem mostrará ser homem sereno, e eu hei de dar-lhe descanso de todos os seus inimigos em redor; porque seu nome virá a ser Salomão, e concederei paz e sossego a Israel nos seus dias. Será ele quem construirá uma casa ao meu nome.” — 1 Crônicas 22:8-10.
25. Em apreço, que casa prometeu Jeová edificar para Davi?
25 Isto não queria dizer que Jeová não apreciava o desejo amoroso de Davi, de construir uma casa de adoração em honra do nome de Deus. Jeová apreciava isso, e para mostrar seu apreço fez um pacto ou uma promessa solene de edificar para Davi uma casa, não uma casa literal de residência, mas a casa duma linhagem de reis na família de Davi. Mandou-se dizer ao Rei Davi, mediante o profeta Natã: “Jeová te informou que é uma casa que Jeová fará para ti. . . . E tua casa e teu reino hão de ficar firmes por tempo indefinido diante de ti; teu próprio trono ficará firmemente estabelecido por tempo indefinido.” — 2 Samuel 7:11-16.
26. Em reconhecimento grato, o que disse Davi em oração a respeito do nome de Jeová e Seu propósito para com a “casa”?
26 Em reconhecimento grato deste pacto divino, Davi disse em oração: “E agora, Jeová Deus, cumpre a palavra que falaste referente ao teu servo e referente à sua casa, por tempo indefinido, e fase assim como falaste. E torne-se grande o teu próprio nome por tempo indefinido, dizendo: ‘Jeová dos exércitos é Deus sobre Israel’, e fique firmemente estabelecida diante de ti a própria casa do teu servo Davi. Pois tu, Jeová dos exércitos, Deus de Israel, fizeste uma revelação ao ouvido de teu servo, dizendo: ‘Edificar-te-ei uma casa’. Por isso é que teu servo animou o coração para orar a ti com esta oração. E agora, ó [Soberano] Senhor Jeová, tu és o verdadeiro Deus; e quanto às tuas palavras, mostrem-se elas verdadeiras, visto que prometeste ao teu servo esta bondade. E agora, resolve-te e abençoa a casa do teu servo para que continue por tempo indefinido diante de ti; porque tu mesmo, ó [Soberano] Senhor Jeová, o prometeste, e seja a casa do teu servo abençoada por tempo indefinido devido à tua bênção.” — 2 Samuel 7:25-29; veja NM ed. rev. ingl. 1971.
27. Para mostrar que ele se apegava ao pacto do Reino com Davi, o que disse Jeová ao Rei Zedequias por meio de Isaías e mais tarde por meio de Ezequiel?
27 O Soberano Senhor Jeová respondeu àquela oração de Davi. Por isso, mais de trezentos anos depois, ele declarou mediante seu profeta Isaías que o zelo de Jeová dos exércitos estabeleceria firmemente o domínio principesco do Príncipe da Paz “sobre o trono de Davi e sobre o seu reino” e o ampararia “desde agora e por tempo indefinido”. (Isaías 9:6, 7) Mais de um século depois, quando o reino dos descendentes de Davi, em Jerusalém estava para ser destruído, Jeová mostrou que se apegava ao seu pacto do Reino com Davi por declarar que o direito ao reinado não se afastaria da casa de Davi. Dirigindo-se a Zedequias, último rei a se sentar no trono de Davi em Jerusalém, Jeová falou mediante o profeta Ezequiel e disse: “Remove o turbante e retira a coroa. Esta não será a mesma. Põe no alto o rebaixado e rebaixa o que estiver no alto. Uma ruína, uma ruína, uma ruína a farei. Também, quanto a esta, certamente não virá a ser de ninguém, até que venha aquele que tem o direito legal, e a ele é que terei de dá-lo.” — Ezequiel 21:25-27.
28. (a) Quando foi derrubado o reino da casa de Davi e que cargo ocupou Zorobabel em Judá setenta anos depois? (b) O que profetizou Zacarias sobre a purificação da casa de Davi?
28 O trono de Davi foi derrubado na destruição de Jerusalém no ano 607 A. E. C, e os judeus sobreviventes foram exilados para Babilônia. Setenta anos depois, um restante de judeus tementes a Deus foi liberto de Babilônia para voltar à terra de Judá e construir outro templo no local do primeiro templo construído pelo Rei Salomão em Jerusalém. Zorobabel, filho de Sealtiel, descendente do Rei Davi, foi feito governador de Judá e de Jerusalém. Jeová suscitou os profetas Ageu e Zacarias para animar o Governador Zorobabel na obra da reconstrução do templo. Ainda mostrando lealdade ao pacto do Reino com Davi, Jeová inspirou o profeta Zacarias a dizer: “Naquele dia virá a haver uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para o pecado e para uma coisa abominável.” — Zacarias 13:1.
29. Quando obtiveram Jerusalém e Judá um rei edomita, e que pergunta talvez surgisse a respeito do pacto do Reino com Davi?
29 Passaram-se mais de quatrocentos anos e a terra da Palestina caiu sob o domínio dos romanos imperialistas. Designado pelo Senado romano, um edomita não-judaico, chamado Herodes, o Grande, tornou-se rei de Jerusalém e da província da Judéia. Será que depois de todos aqueles séculos Jeová Deus não se havia esquecido do pacto feito com Davi para um reino eterno, cuja paz não haveria de ter fim? Ao todo, haviam passado mais de mil anos desde que Deus fez este pacto, e, assim, não havia o pacto ficado obsoleto, antiquado, não mais mostrando indícios de vida, por estar aparentemente num estado de caducidade? Homens sem fé talvez pensassem assim. Mas que dizer de Deus?
NASCIMENTO DO HERDEIRO ETERNO DO REI DAVI
30, 31. (a) Que linhagem descendente do Rei Davi observou Jeová? (b) A filha de quem, na linhagem descendente, notou Jeová, e de quem ficou ela noiva?
30 O Deus que não se esquece, o Celebrante divino do pacto do Reino, apegou-se ao cumprimento de sua promessa pactuada feita a Davi. Continuou a observar os descendentes masculinos do fiel Rei Davi, a quem havia prometido edificar-lhe uma casa real. Ele viu uma das linhagens descendentes de Davi passar, não através do Rei Salomão, mas através de outro dos filhos de Davi, Natã. Esta linhagem específica passou através de vinte outros e produziu Zorobabel, que se tornou governador de Jerusalém nos dias do profeta Zacarias. Zorobabel teve um filho chamado Resa, depois de quem houve uma linhagem ininterrupta através de mais dezesseis, após o que nasceu Eli, filho de Matate. (Lucas 3:23-31) Deus notou então, não um descendente masculino, mas uma filha de Eli. Ela nasceu na cidade de Belém, na província romana da Judéia, durante a última metade do primeiro século A. E. C. Chamava-se Maria.
31 Com o tempo, Maria foi levada ao norte, para a cidade de Nazaré, na província romana da Galiléia. Ali ficou em idade de se casar, e foi prometida em casamento a um carpinteiro chamado José, filho de Jacó, habitante de Nazaré.
32. Por que era apropriado este noivado com José, e que pergunta surgiu a respeito do herdeiro de Davi?
32 Este noivado foi bem apropriado. Por quê? Porque esse José, embora carpinteiro humilde na cidade obscura de Nazaré, era descendente do Rei Davi, não através de Natã, mas através do primeiro sucessor régio de Davi, Salomão. José tinha assim o direito legal ao trono de seu antepassado régio, Davi. Devia José tornar-se então o pai direta e natural do há muito prometido herdeiro eterno do Rei Davi?
33, 34. (a) Por que forneceu Jeová evidência de estar com Maria? (b) O que aconteceu a seguir foi em cumprimento de que profecia de Jacó no seu leito de morte?
33 Pois bem, antes de se dar o casamento e José levar Maria de sua casa para a casa que proveu para ela, como sua esposa legítima, aconteceu algo extraordinário, algo que os homens da Era do Cérebro deste século vinte se recusam a acreditar. Era então por volta do fim do ano 3 A.E.C. Era o tempo marcado por Deus, pelo qual esperara há muito. De repente, surgiu a evidência de que Deus estava com Maria, filha de Eli, não só por causa da espécie, de moça judaica que ela era, mas porque era descendente da família real de Davi, da tribo de Judá. Portanto, o que aconteceu contribuiu para o cumprimento da profecia inspirada, proferida pelo patriarca Jacó sobre o quarto filho, Judá. Isto se deu lá no ano 1711 A.E.C., quando Jacó, às portas da morte, disse a respeito de Judá:
34 “Judá é um leãozinho. . . . e como a um leão, quem se atreve a acordá-lo? O cetro não se afastará de Judá, nem o bastão de comandante de entre os seus pés, até que venha Siló [ou: Aquele de Quem É]; e a ele pertencerá a obediência dos povos.” — Gênesis 49:8-10.
35, 36. (a) Que milagre fizera Deus para a idosa parenta de Maria Elisabete? (b) O que disse o anjo Gabriel a Maria a respeito do propósito de Deus para com o trono de Davi?
35 Como mostrou Deus que estava com Maria, virgem da tribo de Judá e da família real de Davi? Deus fez algo por Maria, que era maior do que fez para com uma parenta idosa de Maria, chamada Elisabete, esposa do sacerdote levita Zacarias. Deus revivera milagrosamente a faculdade de procriação de Zacarias e de Elisabete, de modo que ela estava então no sexto mês de sua gravidez e estava para dar à luz um filho que veio a ser chamado João Batista. Mas, que fez Deus para com a virgem judia Maria, cujo tempo de noivado com o carpinteiro José ainda não se completara? O médico Lucas nos diz:
36 “No sexto mês dela, o anjo Gabriel foi enviado da parte de Deus a uma cidade da Galiléia, de nome Nazaré, a uma virgem prometida em casamento a um homem de nome José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. E, ao se lhe apresentar, disse: ‘Bom dia, altamente favorecida, Jeová está contigo.’ Mas ela ficou profundamente perturbada com estas palavras e começou a raciocinar que sorte de cumprimento era este. De modo que o anjo lhe disse: ‘Não temas, Maria, pois achaste favor diante de Deus; e eis que conceberás na tua madre e darás à luz um filho, e deves dar-lhe o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e Jeová Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre, e não haverá fim do seu reino.”’ — Lucas 1:26-33.
37. Como explicou Gabriel a Maria que ela teria um filho sem pai humano?
37 Isto significava que o pretendente de Maria, José, não devia ser o pai direto, natural, de Jesus! O quê? Um nascimento dum filho sem pai humano? A fim de lhe explicar como se daria este milagroso nascimento virgem, o anjo Gabriel prosseguiu: “Espírito santo virá sobre ti e poder do Altíssimo te encobrirá. Por esta razão, também, o nascido será chamado santo, Filho de Deus. E eis que a própria Elisabete, tua parenta, também concebeu um filho, na sua velhice, e este é o sexto mês para ela, a chamada estéril; porque para Deus nenhuma declaração será uma impossibilidade.” — Lucas 1:34-37.
38. O que aconteceu então com Maria, e o bebê dela seria Filho de quem?
38 Consentiu Maria em tornar-se assim mãe terrena daquele que havia de ser o herdeiro eterno e permanente do Rei Davi? Lucas 1:38 nos diz: “Maria disse então: ‘Eis a escrava de Jeová! Ocorra comigo segundo a tua declaração.’ Com isso, o anjo ausentou-se dela.” Daí, espírito santo veio sobre Maria e poder do Deus Altíssimo a encobriu. De modo que se tornou milagrosamente grávida, não por seu pretendente José. Isto significava que Jeová Deus, o Altíssimo era o Pai do filho Jesus, então concebido por ela. Outros textos inspirados explicam que já Deus transferiu a vida de Seu amado Filho celestial, unigênito, para um óvulo em Maria e a tornou fecunda. (João 3:16; Filipenses 2:5-11) Não havia nada profano nisso. Foi por isso que “o nascido será chamado santo, Filho de Deus”. Isto tudo ocorreu no tempo marcado por Deus, assim como foi escrito: “Quando chegou o pleno limite do tempo, Deus enviou o seu Filho, que veio a proceder duma mulher e que veio a estar debaixo de lei [a lei mosaica].” — Gálatas 4:4.
O HERDEIRO PERMANENTE DO PACTO DO REINO
39. (a) Quem havia de fazer Jesus, filho de Maria, rei sobre a casa de Jacó? (b) Que espécie de direito herdou Jesus por intermédio de Maria?
39 O que o anjo Gabriel disse a Maria tornou certo que o filho dela, Jesus, seria o Herdeiro Permanente do Rei Davi: “Jeová Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre, e não haverá fim do seu reino.” (Lucas 1:32, 33) Não seriam os judeus de há dezenove séculos atrás, nem os judeus naturais da atualidade, que dariam a este Jesus o trono de seu antepassado Davi. O Pai celestial, Jeová Deus, lhe havia de dar este trono do Reino, o qual, no caso de Davi, era apenas “sobre a casa de Jacó”, patriarca das doze tribos de Israel. Assim, por meio da virgem judia Maria, o primogênito dela nasceu na família real de Davi, e por meio dela, Jesus tinha o direito natural, carnal, ao reino de Davi. Em prova disso, o apóstolo Paulo foi inspirado a escrever a respeito das boas novas de Deus: “A respeito de seu Filho, o qual procedeu do descendente de Davi segundo a carne, mas que, com poder, foi declarado Filho de Deus, segundo o espírito de santidade, por meio da ressurreição dentre os mortos — sim, Jesus Cristo, nosso Senhor.” — Romanos 1:1-4.
40. (a) Que obrigação sentiu José para com Deus a respeito do filho de Maria, Jesus, conferindo-lhe o quê? (b) O que diz Lucas sobre filho de quem era José, e por quê?
40 Quando se descobriu que Maria estava grávida, seu pretendente recebeu uma explicação e foi mandado tomar Maria por esposa, levando-a à sua casa preparada para ela. José fez isso, lá em Nazaré. Ele se deu conta de sua obrigação para com Deus, de adotar o Filho de Deus por Maria como seu próprio primogênito e assim dar a Jesus o direito legal ao trono de Davi, visto que José era descendente de Davi mediante o Rei Salomão.c (2 Samuel 7:13-16) José fez isso por fazer com que Jesus fosse circuncidado no oitavo dia após o nascimento e por chamá-lo de Jesus, também por apresentar o menino Jesus, no quadragésimo dia após o seu nascimento, nos ritos de purificação para si mesmo e para Maria, no templo em Jerusalém. (Mateus 1:17-25; Lucas 2:21-24) Por isso ele foi chamado “filho de José”. (João 1:45; 6:42) É também por isso que o Doutor Lucas diz na sua genealogia de Jesus Cristo: “Outrossim, o próprio Jesus, ao principiar a sua obra, tinha cerca de trinta anos de idade, sendo, como era a opinião, filho de José, filho de Eli.” (Lucas 3:23) José, que realmente era filho de Jacó, era também chamado “filho de Eli”, porque se casou com a filha de Eli, Maria, e assim era genro deste.
41. Onde nasceu o chamado “Jesus Nazareno”, em 2 A.E.C.?
41 Jesus Cristo foi chamado mais tarde “Jesus Nazareno” e “Jesus, de Nazaré da Galiléia”. (João 19:19, Al; Mateus 21:11) Significa isso que Jesus nasceu em Nazaré? Não, pois, antes de seu nascimento, sua mãe Maria e o esposo dela, José, por ambos terem nascido em Belém de Judá, foram obrigados a descer a Belém, no ano 2 A.E.C., para fins de registro sob o decreto do imperador romano, César Augusto. Jesus veio assim a nascer em Belém, chamada de “cidade de Davi”, porque o próprio Davi, filho de Jessé, havia nascido ali. — Lucas 2:1-7, Al.
42, 43. Que testemunho angélico além do de Gabriel temos no sentido de que o filho de Maria seria o Messias de Deus?
42 Temos mais do que o testemunho do anjo Gabriel de que este Jesus, filho de Maria, havia de ser o Messias ou Cristo, o Ungido, que havia de ser o herdeiro permanente do trono e do reino de Davi. Temos o testemunho de outro anjo celestial, na noite do nascimento de Jesus, por volta do começo de outubro de 2 A.E.C. Este anjo glorioso apareceu a pastores que ainda estavam com seus rebanhos lá fora nos campos perto de Belém, naquele tempo do ano.
43 O anjo disse aos pastores amedrontados: “Não temais, pois, eis que vos declaro boas novas duma grande alegria que todo o povo terá, porque hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é Cristo, o Senhor. E este é um sinal para vós: achareis uma criança enfaixada e deitada numa manjedoura.” Que não se tratava dum nascimento comum foi mostrado pelo que aconteceu a seguir: “E, repentinamente houve com o anjo uma multidão do exército celestial, louvando a Deus e dizendo: ‘Glória a Deus nas maiores alturas, e na terra paz entre homens de boa vontade.’” — Lucas 2:8-14.
44. Por que foi o menino Jesus levado ao Egito, e como veio a tornar-se carpinteiro em Nazaré?
44 Satanás, o Diabo, apercebeu-se do nascimento deste Filho de Deus, que se havia de tornar “Cristo, o Senhor”. Ciumento por causa de sua própria governança sobre este mundo, Satanás, o Diabo, procurou fazer com que o menino Jesus fosse morto algum tempo depois de ter sido apresentado no templo em Jerusalém, e isto pela mão do suspeitoso Rei Herodes, o Grande. Por isso, o anjo de Deus disse a José que fugisse com a mãe e o filho para o Egito, até segunda ordem. Depois da morte do Rei Herodes, o anjo de Deus disse a José que retornasse à terra de seu povo. Mas, visto que Arquelau, filho do Rei Herodes, governava a província romana da Judéia, inclusive Belém, José desviou-se de Belém e voltou a Nazaré, na província da Galiléia. Jesus foi criado ali e veio a ser chamado de Nazareno. Este futuro Rei trabalhava ali como carpinteiro. — Mateus 2:1-23; 13:55; Marcos 6:1-3.
45. Para se tornar realmente o Messias, ou Cristo, o que precisava Jesus ter, igual a Davi? (b) Quando e por que foi Jesus ao rio Jordão para ser batizado?
45 No entanto, a palavra Cristo ou Messias, que significa Ungido, não se podia realmente aplicar a Jesus até que ele fosse mesmo ungido. Seu antepassado, o pastor Davi, de Belém, havia sido ungido pelo profeta de Deus, Samuel, muitos anos antes de ser realmente entronizado como rei em Israel. (1 Samuel 16:1-13; 2 Samuel 2:1-4; 5:1-3) O mesmo se deu com Jesus. No seu trigésimo ano como ser humano perfeito, seu parente, João Batista, iniciou sua obra batismal, porque começou então a anunciar o reino de Deus, dizendo: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.” (Mateus 3:1, 2) Em vista deste anúncio, Jesus sabia que chegara o tempo de ele se empenhar exclusivamente nos interesses do reino messiânico de Deus. Ao se aproximar o fim de seu trigésimo ano de vida humana, ele partiu de Nazaré e foi ter com João, que batizava pessoas no rio Jordão. Por que? Não para ser batizado em símbolo de arrependimento de pecados, que ele não tinha, mas para simbolizar que se apresentava completamente a Jeová Deus, a fim de fazer a vontade divina relacionada com o “reino dos céus”, o reino de Deus. João não entendeu isso. Por isso lemos:
46. (a) Como se tornou Jesus, ali no seu batismo, o Messias ou Cristo? (b) Por que foi o batizado Jesus ali chamado de Filho por Deus?
46 “Jesus veio então da Galiléia ao Jordão ter com João, a fim de ser batizado por ele. Este, porém, tentou impedi-lo, dizendo: ‘Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?’ Em resposta, Jesus disse-lhe: ‘Deixa por agora, pois assim é apropriado que executemos tudo o que é justo.’ Então cessou de o impedir. Jesus, depois de ter sido batizado, saiu imediatamente da água; e eis que os céus se abriram e ele viu o espírito de Deus descendo sobre ele como pomba. Eis que também houve uma voz dos céus, que disse: ‘Este é meu Filho, o amado, a quem tenho aprovado.’” (Mateus 3:13-17) Por meio desta descida do espírito de Deus sobre o batizado Jesus, este foi ungido, não por João Batista, mas por Deus. Desta maneira, ele se tornou o Messias, o Cristo, o Ungido. Isto foi no começo do outono (setentrional) do ano 29 E.C. Deus declarou também, então, que era seu Filho, porque gerou então Jesus, mediante Seu espírito, para ser seu Filho espiritual. (João 1:32-34) Este era então um messias ou cristo espiritual, mais elevado do que um messias humano.
47. Que oportunidades de se tornar mero Messias humano recusou Jesus, e que obra empreendeu ele de acordo com a sua unção?
47 Procurou Jesus Cristo, então, tornar-se rei terreno “sobre a casa de Jacó” em Jerusalém? Não! No ermo da tentação, ele recusou a oferta de Satanás, o Diabo, para fazê-lo rei, não apenas sobre a casa de Jacó, mas sobre todos os reinos deste mundo. (Mateus 4:1-11; Lucas 4:1-13) Mais tarde, depois de realizar o maravilhoso milagre de alimentar uma multidão, ele se retirou diante da tentativa de milhares de judeus bem alimentados de o fazerem seu rei terreno. (João 6:1-15) Ele sabia que seu reino havia de proceder Daquele que o ungiu para ser Rei messiânico, Jeová Deus. Reconhecendo a obra preliminar que se lhe impunha por ter sido ungido com o espírito de Deus, Jesus Cristo empreendeu a obra pacífica de ensinar e pregar o reino de Deus em toda a terra da “casa de Jacó”. Fez isso especialmente depois do encarceramento de João Batista, no ano 30 E.C.
48. Na sinagoga de Nazaré, que profecia de Isaías leu ele para os nazarenos, e o que se esforçou a fazer durante o restante de sua vida terrena?
48 Na sinagoga de Nazaré, ele leu para os nazarenos a profecia de Isaías 61:1, 2, dizendo: “O espírito de Jeová está sobre mim, porque me ungiu para declarar boas novas aos pobres, enviou-me para pregar livramento aos cativos e recuperação da vista aos cegos, para mandar embora os esmagados, com livramento, para pregar o ano aceitável de Jeová.” Com este tema para seu sermão, o batizado Jesus começou a dizer: “Hoje se cumpriu esta escritura que acabais de ouvir.” (Lucas 4:16-21) Com isto deu a entender aos seus ex-concidadãos que ele era o Ungido de Jeová, o Messias, o Cristo. Durante todo o restante de sua vida terrestre, empenhou-se em cumprir o que a unção com o espírito de Jeová o autorizara e comissionara a fazer.
49, 50. (a) Formou Jesus qualquer exército para restabelecer o reino de Israel? (b) Que explicação deu Jesus a Pilatos quanto a ser rei e ainda assim não lutar por um reino?
49 Por conseguinte, não se meteu na política deste mundo, nem formou um exército similar ao dos macabeus, para expulsar os romanos do país e restabelecer o reino de Davi em Jerusalém. Por que não?
50 Ele explicou o motivo disso ao governador romano, Pôncio Pilatos, a quem havia sido entregue pelos seus inimigos religiosos para ser executado como sedicioso contra o Império Romano. Em resposta à pergunta do governador: “És tu o rei dos judeus?”, Jesus disse finalmente: “Meu reino não faz parte deste mundo. Se o meu reino fizesse parte deste mundo, meus assistentes teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, assim como é, o meu reino não é desta fonte.” Portanto, Pilatos disse: “Pois bem, és tu rei?” Dando testemunho da verdade, Jesus respondeu: “Tu mesmo estás dizendo que eu sou rei.” Sim, rei dum reino que não fazia parte do mundo do qual o Império Romano era então a potência mundial. — João 18:33-37.
51, 52. (a) O que mandou Jesus seus “assistentes” fazer? (b) Disse Jesus aos doze apóstolos e depois aos setenta evangelizadores que eles deviam empenhar-se em atividades políticas ou na obra evangelizadora, e como?
51 A quem se referiam as palavras de Jesus sobre “meus assistentes”? Ora, aos seus discípulos desarmados, inclusive seus doze apóstolos (“enviados”). Também a estes ele deu instruções de se refrearem da política deste mundo e de seus combates violentos, e de se especializarem em ensinar e pregar pacificamente as boas novas do prometido reino de Deus.
52 Em certa ocasião, quando enviou os doze apóstolos, não lhes disse que organizassem um movimento político clandestino e instigassem à insurreição entre os judeus; mas disse-lhes: “Ao irdes, pregai, dizendo: ‘O reino dos céus se tem aproximado.’ Curai doentes, ressuscitai mortos, tornai limpos os leprosos, expulsai demônios. De graça recebestes, de graça dai.” (Mateus 10:1-8) Mais tarde, quando Jesus enviou mais setenta evangelizadores, deu-lhes instruções similares e disse-lhes o que pregar, dizendo: “Também, onde quer que entrardes numa cidade e eles vos receberem, comei as coisas postas diante de vós, e curai os doentes nela e continuai a dizer-lhes: ‘O reino de Deus se tem chegado a vós.’” — Lucas 10:1-9.
53, 54. (a) Na sua profecia sobre a sua presença e a terminação deste sistema, que pregação predisse Jesus? (b) A realização desta pregação não permite interferência em que, por saberem que o governo que pregam é de que fonte?
53 Em 11 de nisã do ano 33 E.C., pouco antes de sua morte no Dia da Páscoa, Jesus proferiu a sua profecia notável sobre a sua presença futura e a terminação do sistema de coisas. Nesta profecia, ele não deixou de predizer a obra destacada que seus assistentes, seus discípulos, fariam, porque disse: “Estas boas-novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” (Mateus 24:3-14) Antes do fim total deste sistema de coisas, seus discípulos tinham de fazer tal pregação mundial do Reino: “Também, em todas as nações têm de ser pregadas primeiro as boas novas.” (Marcos 13:10) Fazerem esta pregação pacífica do Reino entre todas as nações não lhes permitiu meter-se na política do mundo e tomar partido nos conflitos internacionais.
54 Semelhantes ao seu Líder Jesus Cristo, apenas deviam pregar as boas novas do reino messiânico de Deus. Não estavam autorizados e habilitados a estabelecer tal reino sobre a terra. Não havia de ser um reino terrestre; não era “desta fonte”. Era um governo celestial com poder sobre-humano sobre toda a humanidade. Naturalmente, pois, apenas o Deus Altíssimo do céu podia estabelecer tal governo messiânico sobre todos os habitantes da terra.
55. No que se refere a cumprir ele sua unção e as profecias bíblicas, pode haver objeções quanto a Jesus estar qualificado para governar a humanidade?
55 Então, quem, no céu e na terra, pode achar falta na vida terrestre do Messias, o Cristo, o ungido para reinar sobre toda a humanidade, por mil anos? Quem pode de direito objetar a ele se tornar o Rei milenar, como se não fosse digno ou qualificado? Ninguém. Salientando a vida impecável de Jesus Cristo na terra, o apóstolo Pedro disse ao centurião romano Cornélio e seus amigos gentios: “Sabeis de que assunto se fala em toda a Judéia, principiando da Galiléia, depois do batismo pregado por João, a saber, Jesus, que era de Nazaré como Deus o ungiu com espírito santo e poder, e ele percorria o país, fazendo o bem e sarando a todos os oprimidos pelo Diabo; porque Deus estava com ele. E nós somos testemunhas de todas as coisas que ele fez tanto no país dos judeus como em Jerusalém.” (Atos 10:37-39) Todo o testemunho é no sentido de que Jesus Cristo, na terra, cumpriu com tudo o que se lhe comissionou pela sua unção. Ele cumpriu todas as profecias bíblicas a seu respeito, até a própria morte de mártir.
[Nota(s) de rodapé]
a Compare isso com Isaías 1:14; 7:13; 43:24.
b Isto não significa, porém, que a única língua universal da nova ordem de coisas de Deus será impressa e escrita no atual estilo quadrado das letras do alfabeto hebraico. Mesmo hoje existem publicações hebraicas escritas no estilo latino das letras do alfabeto usadas na língua inglesa. Por exemplo, o compêndio Taryag Millim, publicado na África do Sul, em 1949: a biografia Avi, impressa em Jerusalém, em 1927; também partes do jornal Deror, publicado em Tel Aviv, em 1933-1934.
c Se José, da linhagem real do Rei Davi, quisesse esperar para conferir o “direito legal” ao trono davídico a um filho natural, direto seu, tal como Tiago, José (II), Simão ou Judas, esta reivindicação legal não teria entrado em vigor. (Ezequiel 21:27) Por que não? Porque José era descendente do Rei Salomão por meio de Jeconias (Conias ou Joaquim), a respeito do qual lemos em Jeremias 22:24-30: “‘Assim como vivo’, é a pronunciação de Jeová, ‘mesmo que Conias, filho de Jeoiaquim, rei de Judá, viesse a ser o anel de chancela na minha mão direita, dali te arrancaria!’ . . . Assim disse Jeová: ‘Inscrevei este homem como sem filhos [quanto à herança do trono de Davi], como varão vigoroso que não terá bom êxito nos seus dias; pois dentre a sua descendência, nem um único será bem sucedido, sentado no trono de Davi e governando ainda em Judá.’” (Mateus 1:11-16; 13:55) Por conseguinte, conceder José o direito legal ao seu filho adotivo Jesus não seria em vão, visto que Jesus, filho de Maria, a virgem, não veio a ser descendente natural de Jeconias (Conias), mas descendente do Rei Davi por meio da linhagem de seu filho Natã, filho de Bate-Seba. Por isso, a genealogia de Jesus, segundo registrada em Lucas 3:23-38, não alista o nome de Jeconias (Conias ou Joaquim).
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Como os reis associados são postos no cargoAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 5
Como os reis associados são postos no cargo
1. Por que não há ninguém mais apto para ser rei da humanidade do que Jesus Cristo?
PODERIA toda a humanidade ter um rei melhor do que Jesus Cristo, o Filho de Deus? Que rei humano amou tanto o seu povo, que deixou toda a sua glória e depôs a sua vida em inocência a favor de seu povo? E mesmo que tivesse altruistamente dado sua vida pelo seu povo, de que proveito duradouro lhe teria sido isso? Mas no caso de Jesus Cristo, o Filho de Deus, ele abandonou sua glória celestial, junto de seu Pai, e tornou-se mero homem, deveras perfeito, e ainda assim “um pouco menor que os semelhantes a Deus”, “um pouco menor que os anjos”. (Salmo 8:5; Hebreus 2:9) Daí, segundo a vontade de Deus, ele se humilhou ainda mais, sendo violentamente morto até mesmo por homens, após Deus o ter ungido para ser o Rei messiânico. Isto não somente foi uma demonstração incomparável de amor à humanidade, mas a sua morte proveu também um perfeito sacrifício humano, aceitável a Deus, para o benefício eterno de toda a humanidade. Quem seria melhor do que este para se recomendar à humanidade como apto para ser seu rei?
2. (a) Como se comparam as pessoas da atualidade com as do primeiro século quanto a desejarem Jesus Cristo como rei? (b) O que conta realmente quanto a quem a humanidade receberá como rei?
2 Há dezenove séculos atrás, os homens que criam apenas na regência política, humana, não o queriam como seu rei; este foi o motivo de clamarem ao governador romano para que o executasse, como se fosse um falso cristo, um falso messias. Hoje em dia, a vasta maioria da humanidade, mesmo na cristandade, não o quer como Rei verdadeiro, mas faz muita politicagem a favor da governança humana e menospreza, opõe-se e persegue os cristãos que realmente imitam seu Líder, Jesus. Mas, que importa que a maioria sobrepujante da humanidade hoje em dia não queira Jesus Cristo como seu verdadeiro Rei celestial? Decide isso o assunto para a humanidade, para os vivos e os mortos? O que importa é a decisão do Deus Todo-poderoso. Ele aprovou seu Filho Jesus, na ocasião em que este foi batizado por João Batista no Rio Jordão. Aprovou seu Filho Jesus na ocasião em que este Filho fiel foi gloriosamente transfigurado perante três testemunhas, num monte muito alto no norte da Palestina. (Mateus 3:17; 17:5) Deus aprovou seu Filho sem pecado quando este, nos momentos de sua morte na estaca de execução, no Calvário, clamou com voz alta: “Pai, às tuas mãos confio o meu espírito.” — Lucas 23:46.
3. (a) Que expressão sublime de aprovação fez Deus a respeito de seu martirizado Filho Jesus Cristo? (b) A que nível de vida o ressuscitou Deus?
3 Numa expressão sublime de Sua aprovação de seu Filho martirizado, o Deus, cujas obras os homens insignificantes chamam de impossibilidades, ressuscitou a Jesus Cristo dentre os mortos, no terceiro dia. Para que nível de existência? Como mero homem de sangue e carne, “um pouco menor que os anjos”? Não! Mas para um nível muito mais elevado do que o dos anjos, para um nível celestial de uma vida mais elevada do que aquela de que se esvaziara, quando se sujeitou a que sua vida fosse transferida para o ventre da virgem judia Maria. (Filipenses 2:5-11) O apóstolo Pedro, que foi um dos primeiros a vê-lo num corpo materializado, após a sua ressurreição, disse: “O que corresponde a isso salva-vos também agora, . . . pela ressurreição de Jesus Cristo. Ele está à direita de Deus, pois foi para o céu; e foram-lhe sujeitos anjos, e autoridades, e poderes.” — 1 Pedro 3:21, 22; Hebreus 1:1-4; Lucas 24:34; 1 Coríntios 15:5.
4, 5. Como tornou-se Jesus Cristo, “filho de Davi”, o “Senhor” de Davi, e quem foi o primeiro a salientar isso?
4 Assim, o Filho triunfante de Deus, que havia sido feito “filho de Davi” através dum nascimento virgem na descendência de Davi, veio a ser muito mais alto do que o Rei Davi. O apóstolo Pedro salientou isso no seu discurso inspirado perante milhares de judeus no dia da Festividade das Semanas, no qüinquagésimo dia após a ressurreição de Jesus Cristo. Cheio de espírito santo, Pedro disse-lhes:
5 “A este Jesus, Deus ressuscitou, fato de que todos nós somos testemunhas. Portanto, visto que ele foi enaltecido à direita de Deus e recebeu do Pai o prometido espírito santo, derramou isto que vedes e ouvis. Realmente, Davi não ascendeu aos céus, mas ele mesmo diz: ‘Jeová disse a meu Senhor: “Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos como escabelo para os teus pés.”’ Portanto, que toda a casa de Israel saiba com certeza que Deus o fez tanto Senhor como Cristo, a este Jesus, a quem pendurastes numa estaca.” — Atos 2:32-36.
6. (a) Depois de sua ressurreição, o que terá de reconhecer Davi a respeito de Jesus? (b) Que espécie de registro genealógico tem Jesus como homem?
6 Davi, na sua vindoura ressurreição dentre os mortos, sob o reino messiânico, terá de reconhecer o glorificado Jesus Cristo como seu “Senhor”. Davi o chamará então de “meu Senhor”. (Salmo 110:1) Terá de reconhecer o Senhor Jesus Cristo, enaltecido da terra para o céu, como o mais vital de seus descendentes, “a raiz e a descendência de Davi”, “o Leão que é da tribo de Judá, a raiz de Davi”. (Revelação [Apocalipse] 22:16; 5:5) É por isso que a genealogia dos descendentes de Davi, em duas linhagens, termina em Jesus, filho de Maria, a virgem judia. De fato, a genealogia de Jesus Cristo remonta, não apenas ao rei Davi, não apenas ao patriarca Abraão, mas ao primeiro Adão, o qual, no dia de sua criação, no Jardim do Éden, foi chamado “filho de Deus”. (Mateus 1:1-18; Lucas 3:23-38) Jesus Cristo é o único cuja genealogia, lá desde o primeiro “filho de Deus”, humano, foi preservada sem interrupção ou lacuna na longa linhagem.
7. (a) Por quanto tempo reinou em Israel a dinastia real da família do Rei Davi? (b) Quanto tempo reinará Jesus Cristo sem qualquer rival terreno, e como se dará isso?
7 O Rei Davi reinou em Jerusalém apenas por quarenta anos. (1 Reis 2:10, 11; 1 Crônicas 29:26, 27) Ao todo, através da linhagem de vinte sucessores masculinos do Rei Davi, sua família real reinou em Israel por 470 anos, ou de 1077 a 607 A.E.C. Que outra dinastia de reis, de uma só família, pôde igualar isso em qualquer outro país? No entanto, Jesus Cristo, como Senhor celestial de Davi, reinará por mil anos sobre toda a humanidade, sem outro rei terrestre, rival. Fará isso sem sucessores no seu trono celestial, porque é imortal. Ele tem “o poder duma vida indestrutível”; e por isso, “por continuar vivo para sempre”, ele pode ter seu reino “sem quaisquer sucessores”. (Hebreus 7:16, 24) Conforme o anjo Gabriel disse a Maria, em Nazaré, “não haverá fim do seu reino”. (Lucas 1:33) Por conseguinte, ele é o Herdeiro Permanente do Rei Davi.
ASSOCIADOS, NÃO SUCESSORES
8, 9. (a) Devem os 144.000 ser sucessores de Jesus Cristo, e como falou ele sobre os privilégios deles no Reino, depois de estabelecer a Ceia do Senhor? (b) Como predisse Daniel esta mesma co-participação?
8 Os 144.000 co-herdeiros de Jesus Cristo não são seus sucessores no Reino. São apenas reis associados, sobre os quais Ele é o Chefe divinamente designado. Por conseguinte, Revelação 20:4 declara o assunto da seguinte maneira: “E passaram a viver e reinaram com o Cristo [não depois do Cristo] por mil anos.” É conforme Jesus Cristo disse aos seus apóstolos fiéis na noite da Páscoa, depois de ele ter instituído uma nova celebração, que veio a ser chamada de Ceia ou Refeição Noturna do Senhor: “Vós sois os que ficastes comigo nas minhas provações; e eu faço convosco um pacto, assim como meu Pai fez comigo um pacto, para um reino, a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu reino, e vos senteis em tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Lucas 22:28-30) Centenas de anos antes de Cristo, o profeta Daniel indicou a mesma co-participação, dizendo:
9 “Mas os santos do Supremo receberão o reino e tomarão posse do reino por tempo indefinido, sim, por tempo indefinido sobre tempos indefinidos.” “Veio o Antigo de Dias e se fez o próprio julgamento a favor dos santos do Supremo, e chegou o tempo específico de os santos tomarem posse do próprio reino. E o reino, e o domínio, e a grandiosidade dos reinos debaixo de todos os céus foram entregues ao povo que são os santos do Supremo. Seu reino é um reino de duração indefinida e a eles é que servirão e obedecerão todos os domínios.” — Daniel 7:18, 22, 27.
10, 11. (a) O que se deve dizer quanto a se os 144.000 terão sucessores ou não, e quanto a serem “primícias para Deus e para o Cordeiro”? (b) Por causa de que atitude mental não devem ser temidos os 144.000?
10 Daí, segue-se que os 144.000 santos do Deus Altíssimo serão reis junto com Cristo, por mil anos, sem sucessores. Diz-se a seu respeito: “Estes são os que estão seguindo o Cordeiro para onde quer que ele vá. Estes foram comprados dentre a humanidade como primícias para Deus e para o Cordeiro.” (Revelação 14:4) Sendo comprados dentre a humanidade, eram antes homens e mulheres comuns, assim como todos os demais da humanidade, mas isto não é causa de temor para os habitantes da terra, sobre os quais estes 144.000 reinarão. Tornaram-se “santos”, assim como todas as “primícias para Deus e para o Cordeiro” têm de ser estritamente ‘santas’. Há algo a temer da regência de Jesus Cristo? Não! E do mesmo modo não há nada de se inquietar por causa da regência dos 144.000 “comprados dentre a humanidade”. Obedeceram ao conselho do apóstolo Paulo: “Mantende em vós esta atitude mental que houve também em Cristo Jesus.” (Filipenses 2:5) Também o conselho do apóstolo Pedro, em 1 Pedro 4:1:
11 “Portanto, visto que Cristo sofreu na carne, armai-vos também da mesma disposição mental; porque aquele que tem sofrido na carne tem desistido dos pecados.”
12. (a) O que predeterminou Deus com respeito aos reis associados de Cristo? (b) Quando e como expressou Jeová Deus pela primeira vez o reconhecimento desta classe governamental?
12 É evidente que os 144.000 precisam ter desenvolvido em si a imagem mental, moral e espiritual de seu Líder e Instrutor Jesus Cristo. Este é um dos requisitos que Jeová Deus predeterminou a seu respeito. Embora Ele não predeterminasse as respectivas pessoas dentre a humanidade, que deviam constituir os que refletem em si mesmos esta imagem de Jesus Cristo, Deus predeterminou quantos deles haveria — 144.000. Predeterminou como trataria com eles e a que gloriosa posição celestial os levaria. Visto que, desde o tempo da rebelião do homem no Jardim do Éden, Jeová Deus se preocupou com o governo dum novo sistema de coisas sobre a humanidade, ele deu primeiro reconhecimento a esta classe governamental. Expressou este reconhecimento na decisão divina dada a conhecer a Satanás, o Diabo, “a serpente original”, dizendo: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre o teu descendente e o seu descendente. Ele te machucará a cabeça e tu lhe machucarás o calcanhar.” — Gênesis 3:15.
13, 14. (a) O que é Jesus Cristo com referência ao “descendente” da mulher de Deus? (b) O que escreveu o apóstolo Paulo para animar os cristãos que se esforçavam a se garantir esta chamada?
13 Naturalmente, Jesus Cristo é o principal deste “descendente” prometido da mulher de Deus. Mas este inclui também os discípulos fiéis que hão de ficar associados com Cristo em machucar a cabeça da Serpente. (Romanos 16:20) Portanto, dirigindo-se a uma congregação dos chamados e dos que se esforçavam a se garantir e tornar irrevogável esta chamada, o apóstolo Paulo escreveu animadoramente, em Romanos 8:28-32:
14 “Ora, nós sabemos que Deus faz que todas as suas obras cooperem para o bem daqueles que amam a Deus, os que são os chamados segundo o seu propósito; porque aqueles a quem deu o seu primeiro reconhecimento, a esses também predeterminou que fossem modelados segundo a imagem de seu Filho, para que este fosse primogênito entre muitos irmãos. Ademais, os que ele predeterminou são também os que chamou, e os que ele chamou são também os que declarou justos. Finalmente, os que ele declarou justos são também os que glorificou. Que diremos, então, quanto a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo poupou o seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, por que não nos dará também com ele bondosamente todas as outras coisas?”
15. (a) Segundo a predeterminação de Deus, como será harmonioso consigo mesmo o governo de Sua nova ordem? (b) Pela ação de Deus, como serão “justos” os que estiverem neste governo?
15 Note que os chamados, não importa quem sejam individualmente, são ‘predeterminados para serem modelados segundo a imagem de seu Filho, para que este fosse primogênito entre — muito irmãos’. Isto exige e garante que todos serão semelhantes a Cristo, como filhos de Deus. Deus predeterminou assim que o governo de Sua vindoura nova ordem seja um governo harmonioso, não dividido em si mesmo, nem em desacordo interno. Todos naquele governo têm de ser “justos”. É por isso que Deus tem de fazer provisão especial, mas uma provisão justa, para declarar “estes chamados como justos”, e Ele faz isso mediante o sangue do Cordeiro Jesus Cristo. Ao ressuscitá-los dentre os mortos, Ele os faz justos, como perfeitas criaturas espirituais, em harmonia com a personalidade justa deles. (Romanos 5:1, 9; 8:1) A estes, que Deus declara agora justos por motivo de sua fé no sangue de Jesus Cristo, Deus dignifica, honra e glorifica com privilégios benditos no Seu serviço agora na terra. Apresenta-lhes uma glória futura no Reino.
16. Como mostrou Jesus aos seus discípulos se eles deviam ou não imitar os políticos deste mundo?
16 Toda a humanidade pode ter a certeza de que aqueles a quem Deus aprova e ressuscita para a glória do Reino não se comportarão no cargo como os políticos dos atuais governos do mundo. Jesus não apresentou aos seus discípulos os políticos deste mundo como exemplos a imitar. Não haverá rivalidade política entre os 144.000 associados no reino celestial. Não segundo o que lemos em Lucas 22:24-27: “Levantou-se também uma disputa acalorada entre eles sobre qual deles parecia ser o maior. Mas ele lhes disse: ‘Os reis das nações dominam sobre elas, e os que têm autoridade sobre elas são chamados de Benfeitores. Vós porém, não deveis ser assim. Mas, que o maior entre vós se torne como o mais jovem, e o que age como principal, como aquele que ministra. Pois, quem é maior, aquele que se recosta à mesa ou aquele que ministra? Não é aquele que se recosta à mesa? Mas eu estou no vosso meio como quem ministra.’”
17. Quando Jesus foi enviado ao mundo, porque era corretamente Embaixador de Deus para a humanidade?
17 Há cerca de dois mil anos atrás, enviou-se o Filho de Deus a este mundo, não para se tornar um político empenhado em granjear votos ou em lutar contra rivais políticos, nem mesmo na nação de Israel. Veio para fazer o que nenhum político terreno pode, a saber, reconciliar com Deus, com quem estão em inimizade, as pessoas de todas as raças, nações e tribos. Veio para levar a humanidade de volta a uma relação pacífica e amistosa com o grande Dador da vida, Jeová Deus. Isto significava um auto-sacrifício da parte do Filho de Deus. Ele é corretamente chamado de Embaixador da parte de Deus, enviado a uma raça hostil de pessoas, a fim de rogá-las a ficar reconciliadas com Deus e assim escapar de ser destruídas por Ele.
18. Como reagiram ao Embaixador de Deus os que se tornaram discípulos de Cristo? Com que efeito?
18 Foram os discípulos cristãos que aceitaram este Embaixador da parte de Deus e sua obra de embaixador a favor deles. O apóstolo Paulo escreveu a tais discípulos em Roma e disse: “Deus recomenda a nós o seu próprio amor, por Cristo ter morrido por nós enquanto éramos ainda pecadores. Muito mais, portanto, visto que agora fomos declarados justos pelo seu sangue, havemos de ser salvos do furor por intermédio dele. Pois se nós, quando éramos inimigos, ficamos reconciliados com Deus por intermédio da morte de seu Filho, muito mais agora, que temos ficado reconciliados, seremos salvos pela sua vida. E não somente isso, mas exultamos também em Deus por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de quem temos agora recebido a reconciliação.” — Romanos 5:8-11.
“EMBAIXADORES, SUBSTITUINDO A CRISTO”
19. (a) Desde a ascensão de Cristo ao céu, como se realiza o trabalho de embaixador para com a humanidade? (b) Como encaram os governantes políticos do mundo os embaixadores da parte de Cristo, e por que assim?
19 Desde a sua ascensão ao céu, na primavera do ano 33 E.C., Jesus Cristo não está mais na terra para fazer pessoalmente esta obra de embaixador. Por isso, seus discípulos reconciliados precisam realizar a obra de embaixadores como substitutos dele. Os governantes políticos e os governos deste mundo não reconhecem esses discípulos como embaixadores da parte do Governo Supremo do universo. Tampouco tratam ou negociam estes embaixadores cristãos com os embaixadores políticos das nações, para realizar por meio de uma negociação a reconciliação de toda uma nação, mediante um único tratado, por intermédio de tais embaixadores diplomáticos. Os governantes políticos e os governos encaram os discípulos comissionados segundo a carne, do ponto de vista antigo, e não lhes enviam representantes diplomáticos, assim como fazem já por séculos com o Vaticano da Igreja Católica Romana. Consideram estes discípulos, sem títulos, sem vestimenta ou credenciais diplomáticos, como apenas homens comuns. Não discernem que estes são espiritualmente novas criaturas, com algo novo a oferecer.
20. Embora Paulo não fosse reconhecido por Roma como embaixador, como falou ele sobre si mesmo ao escrever aos efésios?
20 Visto que o apóstolo Paulo, que não representou o governo judaico em Jerusalém, não foi reconhecido como embaixador cristão pelo Império Romano, foi por isso um embaixador menos real da parte do Governo do Deus Altíssimo? No entanto, embora não fosse reconhecido com honras pelo governo romano, Paulo falou sobre si mesmo como sendo tal, enquanto sob prisão em Roma, dizendo à congregação em Éfeso, na Ásia Menor: “Mantende-vos despertos com toda a constância e com súplica a favor de todos os santos, também por mim, para que me seja dada a capacidade de falar, ao abrir a minha boca com toda a franqueza no falar, a fim de tornar conhecido o segredo sagrado das boas novas, para as quais atuo como embaixador em cadeias; para que, em conexão com ele, eu fale com denodo assim como devo falar.” — Efésios 6:18-20
21. A quem se dirigem os embaixadores cristãos, no desempenho de sua função?
21 O cristão comissionado não deve adotar o conceito dos governos políticos deste mundo, que estão em inimizade com Jeová Deus. O cristão recebeu seu cargo de embaixador de Deus, mediante Cristo, e precisa reconhecer as responsabilidades que esta nova honra lança sobre ele. Visto que não é embaixador do mundo, não se dirige aos governos políticos, no seu novo cargo. Neste assunto da reconciliação com Deus, os governos não podem agir a favor da nação inteira e alterar a relação de seus súditos com Deus. É um assunto individual; cada pessoa precisa decidir e agir por si mesma. É por isso que os embaixadores cristãos, espirituais, vão diretamente ao povo, não por intermédio de seus governos políticos. Desconsiderando a posição antiga e dando pleno valor à nova responsabilidade, o apóstolo Paulo explica o assunto diretamente, dizendo:
22. Que ministério cumprem os embaixadores cristãos, a quem substituem e o que rogam que os reconciliados não façam?
22 “Conseqüentemente, se alguém estiver em união com Cristo, ele é uma nova criação [ou: criatura]; as coisas antigas passaram, eis que novas coisas vieram à existência! Mas, todas as coisas são de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por intermédio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus, por meio de Cristo, estava reconciliando o mundo consigo mesmo, não lhes imputando as suas falhas, e ele nos encarregou da palavra da reconciliação. Somos, portanto, embaixadores substituindo a Cristo, como se Deus instasse por nosso intermédio. Rogamos, como substitutos de Cristo: ‘Sede reconciliados com Deus.’ Aquele que não conheceu pecado, ele fez pecado por nós, para que, por meio dele, nos tornássemos a justiça de Deus. Cooperando com ele, também nós instamos convosco para que não aceiteis a benignidade imerecida de Deus e desacerteis o propósito dela.” — 2 Coríntios 5:17 a 6:1; margem da NM ed. ingl. 1971.
23. Serem “embaixadores, substituindo a Cristo”, impõe que restrições sérias aos representantes de Deus?
23 Serem “embaixadores, substituindo a Cristo”, impõe sérias restrições aos representantes de Deus, que são novas criaturas em união com Cristo. Que restrições? As similares às restrições que recaem sobre os embaixadores das nações políticas. Não só hoje, mas também em tempos bíblicos, os embaixadores não tinham direito de se meter na política das nações estrangeiras às quais eram enviados. (Lucas 19:12-15, 27) Podem fazer um apelo a estes governos estrangeiros, ou mesmo um protesto, mas precisam manter-se estritamente fora da política de tais nações alheias. Precisam ser leais ao seu próprio governo e cuidar zelosamente de seus interesses, ao tratarem com governos estrangeiros. Se não fizerem isso, pode-se negar-lhes o reconhecimento, ou suas credenciais podem ser rejeitadas e sua presença no país pode ser negada.
24. Onde têm estes embaixadores espirituais a sua cidadania, que governo representam e de que atividades mundanas refreiam-se e assim mantêm-se livres?
24 Os 144.000 co-herdeiros de Cristo reconhecem que, enquanto na terra, são “embaixadores, substituindo a Cristo”. À luz das Escrituras Sagradas, compreendem claramente o que serem tais embaixadores realmente significa com respeito à sua relação com este mundo que está em inimizade com Deus. (Romanos 5:10) Junto com o apóstolo Paulo, confessam: “Nossa cidadania existe nos céus, donde também aguardamos ansiosamente um salvador, o Senhor Jesus Cristo.” (Filipenses 3:20) Neste mundo hostil, precisam representar fielmente o reino celestial, que o Senhor Jesus Cristo mandou que pregassem em todo o mundo. (Mateus 24:14) Serem embaixadores espirituais para um mundo iníquo não lhes permite meter-se na política de qualquer nação deste mundo ou tomar parte ativa nela. Não podem empenhar-se em campanhas políticas ou ocupar cargos públicos num governo do mundo, assim como tampouco o embaixador do mundo pode dividir sua lealdade e assumir um cargo político num país alheio do seu. Assim se mantêm limpos de qualquer responsabilidade comunal pela má conduta e pelo derramamento de sangue por parte de qualquer nação da terra.
25. Como fazem os 144.000 co-herdeiros do Reino para se refrearem de adorar a “fera” e sua “imagem” e para não terem sua marca na testa e na mão?
25 Em vista disso, podemos apreciar melhor o que o apóstolo João disse a respeito dos 144.000 fiéis, que se tornam associados de Cristo no Reino: “Vi as almas dos executados com o machado, pelo testemunho que deram de Jesus e por terem falado a respeito de Deus, e os que não tinham adorado nem a fera nem a imagem dela, e que não tinham recebido a marca na sua testa e na sua mão. E passaram a viver e reinaram com o Cristo por mil anos.” (Revelação 20:4) Sob o poder esclarecedor do espírito de Deus compreendem que a “fera” cujo número é 666, é o sistema político mundial do Diabo, por meio do qual ele é o “governante deste mundo”. Vêem que hoje a “imagem” desta fera política é outra organização política, a saber, as Nações Unidas, a organização dos homens em prol de paz e segurança deste mundo, que está em inimizade com Deus. Apenas por se manterem limpos e não se envolverem na política e nos conflitos desta “fera”, simbólica podem impedir que tenham a marca da fera na testa ou na mão.
26. Embora se mantenham livres da adoração da “fera” e de sua “marca”, o que prestam os 144.000 às “autoridades superiores” do mundo, mas até que ponto?
26 Os 144.000 não são nem escravos nem adoradores da “fera” e de sua “imagem” política. Não se exibem abertamente, como que por uma marca na testa descoberta, como sendo escravos desta “fera” de governo humano sob Satanás, o Diabo. Não mostram a “marca” política dela na mão, por darem à “fera” como que quais escravos e em adoração seu apoio ativo e a “mão direita de associação”. Obedecem ao conselho do apóstolo Paulo em Romanos 13:1-7 e mostram conscienciosamente ‘sujeição às autoridades superiores’ deste mundo, pagando impostos e outras coisas devidas assim. Mas esta sujeição não é total; é apenas relativa, por um motivo sério. Qual é? O seguinte: quando as leis e determinações destas autoridades superiores terrenas, entram em conflito com as leis e determinações do Deus Altíssimo, então eles precisam seguir conscienciosamente o proceder estabelecido pelos apóstolos de Cristo, perante o Supremo Tribunal em Jerusalém: “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.” (Atos 5:29) Só assim podem manter-se livres da “marca” da “fera” e mostrar-se dignos de reinar com Cristo acima.
27. Segundo Revelação 22:4, que identificação têm os 144.000 na sua testa?
27 Portanto, os 144.000 fiéis não levarão nenhuma impureza política deste mundo egocêntrico para o reino celestial de Cristo. Quanto a qualquer identificação mostrada na testa deles, Revelação 22:3-5 diz a respeito destes servos leais de Deus: “Seus escravos lhe prestarão serviço sagrado; e verão o seu rosto, e o seu nome estará nas testa deles. . . . Jeová Deus lançará luz sobre eles e eles reinarão para todo o sempre.”
O PROVEITO DE ESTAREM MIL ANOS NO CARGO
28. (a) Que benefício será para os 144.000 reinarem por mil anos sem sucessores? (b) O que farão Satanás e seus demônios, quando soltos, com respeito à regência divina, e o que acontecerá aos desencaminhados?
28 Quão grande será o privilégio e a oportunidade deles de reinarem com Cristo por mil anos, depois do acorrentamento de Satanás, o Diabo, e de seus demônios, e do lançamento destes no abismo! Isto lhes concederá amplo tempo para completarem com bom êxito a obra que Jeová Deus lhes designou para fazer durante estes primeiros mil anos de Sua nova ordem. Nem eles, nem Jesus Cristo, terão quaisquer sucessores, que possam vir a ocupar o cargo e tentar inverter as coisas que realizaram ou insistir em realizá-las de outro modo. Segundo Revelação 20:7-10, Satanás, o Diabo, e seus demônios, depois de serem soltos no fim dos mil anos, tentarão inverter os assuntos. Tentarão desfazer tudo o que foi realizado pelo governo milenar para a glória de Deus e a bênção do homem, mas não serão bem sucedidos. Quaisquer homens que Satanás conseguir desencaminhar então verão que sua rebelião contra a regência divina é ineficaz e de curta duração. Junto com Satanás e seus demônios, estes rebeldes terrestres serão eliminados do domínio dos viventes.
29. (a) Como se mostrará no fim dos mil anos que não foi em vão que Deus enviou seu Filho ou que Seu Filho morreu? (b) De que modo terão Cristo e os 144.000 motivo para se alegrar que não reinaram em vão por mil anos?
29 O reinado milenar de Jesus Cristo e de seus 144.000 co-herdeiros do Reino não se mostrará em vão. O restabelecimento da humanidade à perfeição humana, num paraíso global, será uma realidade. Sim, Jesus Cristo, o Filho de Deus, não terá morrido em vão, e o propósito pelo qual Deus o enviou amorosamente a este mundo não terá falhado. Demonstrar-se-á concludentemente com os defensores fiéis da soberania universal de Jeová, que passarem lealmente pela prova, quando Satanás for solto por um pouco, que o Deus Todo-poderoso, o Criador, pode ter nesta terra homens e mulheres que mantêm inquebrantavelmente sua integridade a Ele. Por isso merecerão ser declarados justos pelo Juiz Supremo Jeová Deus e ser favorecidos com o direito inviolável de servir a Ele em paz e felicidade para sempre, no Paraíso terrestre. (Revelação 20:5) Em vista deste resultado do julgamento divino da humanidade, Jesus Cristo e seus 144.000 reis associados alegrar-se-ão e saberão que seu reinado de mil anos trouxe bons resultados.
30. De que outro cargo, além de serem reis, terão de desincumbir-se os 144.000 com Cristo durante mil anos, e que perguntas suscita isso?
30 Entretanto, a visão gloriosa que o apóstolo João teve revela-nos que os 144.000 co-herdeiros do Reino fazem mais do que reinar com Cristo por mil anos. Revelação 20:6 diz destes 144.000 participantes da “primeira ressurreição” que “serão sacerdotes de Deus e do Cristo”. Por que precisam ser também “sacerdotes” por mil anos? O que se realizará com isso que o mero reinado não consegue? Não nos satisfaremos quanto aos vindouros mil anos até sabermos isso.
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Sacerdotes durante dez séculos sem intrigas clericaisAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 6
Sacerdotes durante dez séculos sem intrigas clericais
1, 2. (a) Por que foi que os sacerdotes, dos registros histéricos, maltrataram tanto o povo? (b) Quando se mostrou um contraste, em Listra, entre o deus grego Zeus e o Deus vivente dos Judeus?
A HISTÓRIA humana está cheia dos registros da atuação dos sacerdotes, desde os tempos mais primitivos. O motivo de a humanidade ter sido tão desencaminhada, enganada, explorada e oprimida por sacerdotes é que a vasta maioria destes não foram sacerdotes do único Deus vivente e verdadeiro. Este lato foi trazido à atenção dum sacerdote que serviu o deus supremo dos gregos pagãos, há dezenove séculos atrás. De que modo?
2 Isto aconteceu por volta de 47-48 E.C., na cidade de Listra, na província romana de Licaônia, na Ásia menor. Os habitantes desta cidade adoravam o deus a quem os romanos chamavam Júpiter, mas a quem os gregos chamavam Zeus. Mostrou-se um flagrante contraste entre a divindade Zeus ou Júpiter e o único Deus vivente e verdadeiro, quando vieram à cidade dois homens pregando o reino de Deus. Um destes homens foi Paulo, que dois anos antes havia pertencido à seita judaica dos fariseus, e o outro foi Barnabé, que havia sido levita vinculado com o templo em Jerusalém. Deixaremos que o médico Lucas nos relate o que aconteceu:
3. Que cura milagrosa, em Listra, induziu o sacerdote de Zeus ali a querer oferecer sacrifícios?
3 “Ora, em Listra estava sentado certo homem, incapacitado dos pés, coxo desde a madre de sua mãe, e ele nunca jamais tinha andado. Este homem escutava Paulo falar, sendo que este, olhando para ele atentamente e vendo que tinha fé para ficar bom, disse com voz alta: ‘Ergue-te ereto sobre os teus pés.’ E ele pulou e começou a andar. E as multidões, vendo o que Paulo tinha feito, elevaram as suas vozes, dizendo na língua licaônia: ‘Os deuses tornaram-se iguais a humanos e desceram a nós!’ E passaram a chamar Barnabé de Zeus, mas a Paulo de Hermes [Mercúrio], visto que ele tomava a dianteira no falar. E o sacerdote de Zeus, cujo templo estava diante da cidade, trouxe touros e grinaldas até os portões, e estava desejando oferecer sacrifícios com as multidões.
4. Como impediram Barnabé e Paulo que se lhes oferecessem sacrifícios?
4 “No entanto, quando os apóstolos Barnabé e Paulo ouviram isso, rasgaram as suas roupas exteriores e pularam para o meio da multidão, clamando e dizendo: Homens, por que estais fazendo estas coisas? Nós também somos humanos, tendo os mesmos padecimentos que vós, e vos estamos declarando as boas novas, para que vos desvieis destas coisas vãs para o Deus vivente, que fez o céu e a terra, e o mar, e todas as coisas neles. Ele permitiu, nas gerações passadas, que todas as nações andassem nos seus próprios caminhos, embora, deveras, não se deixou sem testemunho, por fazer o bem, dando-vos chuvas do céu e estações frutíferas, enchendo os vossos corações plenamente de alimento e de bom ânimo.’ Contudo, por dizerem estas coisas, mal continham as multidões de lhes oferecerem sacrifícios.” — Atos 14:8-18, Al.
5. Mais tarde, o que mostrou quão religiosamente volúvel era a massa de gente, e, portanto, que sacerdócio continuou a existir em Listra?
5 Algumas pessoas de Listra tornaram-se discípulos de Jesus Cristo e adoradores do “Deus vivente”, mas não a massa do povo em geral. Quão volúvel e instável era a massa de gente, religiosamente agitada, mostrou-se algum tempo depois, quando deixaram que os inimigos judaicos do cristianismo os persuadissem ao ponto de apedrejarem Paulo que obrara o milagre deixando-o jazer fora da cidade como que morto. Evidentemente, o sacerdote de Zeus na cidade não objetou a isso e a massa de gente de Listra continuou a adorar Zeus e deixar este sacerdote de Zeus continuar a desencaminhá-los e explorá-los. Os perseguidores judaicos do cristianismo agradavam-se disso em Listra. — Atos 14:19-22.
6. Como prova o relato a respeito do julgamento de Jesus e de ele ser pendurado numa estaca que até mesmo sacerdotes do Deus vivente podem tornar-se maus?
6 Segundo o relato, até mesmo sacerdotes judaicos, no serviço do “Deus vivente”, tornaram-se maus. Por exemplo, naquele notório Dia da Páscoa de 33 E.C., quando as multidões clamavam que Jesus Cristo fosse pendurado e o governador romano procurava em vão refreá-las, perguntando: “Hei de pendurar na estaca o vosso rei?”, quem foram os principais em rejeitar Jesus Cristo como rei dos judeus? O relato diz: “Pilatos disse-lhes: ‘Hei de pendurar na estaca o vosso rei?’ Os principais sacerdotes responderam: ‘Não temos rei senão César.’ Nesta ocasião, portanto, entregou-o a eles, para ser pendurado numa estaca.” (João 19:14-16) Mais tarde, naquele dia, quando os transeuntes ultrajavam Jesus, enquanto este estava pregado na estaca de execução, no Calvário, quem estava entre os que caçoavam dele? O relato claro nos diz: “Do mesmo modo também os principais sacerdotes, junto com os escribas e os homens mais maduros, começaram a divertir-se à custas dele e a dizer: ‘A outros ele salvou a si mesmo não pode salvar! Ele é Rei de Israel; desça agora da estaca de tortura, e nós acreditaremos nele. Depositou a sua confiança em Deus; que Ele o socorra agora, se Ele o quiser, pois este disse: “Sou Filho de Deus.”’” — Mateus 27:39-43.
7. Quando Pedro e João, e mais tarde os doze apóstolos, compareceram perante o Sinédrio judaico em Jerusalém o que se tornou evidente a respeito da relação dos principais sacerdotes com Deus?
7 A menção dos “principais sacerdotes” refere-se especificamente a Anás (deposto do cargo de sumo sacerdote) e a seu genro Caifás. (Lucas 3:1, 2; João 18:13, 24; Atos 4:5, 6) Quando estes principais sacerdotes e os demais do Supremo Tribunal de Jerusalém (o Sinédrio) ordenaram aos apóstolos cristãos Pedro e João “que em nenhuma parte fizessem qualquer pronunciação, nem ensinassem à base do nome de Jesus”, Pedro e João disseram àqueles principais sacerdotes: “Se é justo, à vista de Deus, escutar antes a vós do que a Deus, julgai-o vós mesmos. Mas, quanto a nós, não podemos parar de falar das coisas que vimos e ouvimos.” (Atos 4:18-20) Algum tempo depois, todos os doze apóstolos de Jesus Cristo estavam diante do mesmo Supremo Tribunal de Jerusalém, e o sumo sacerdote, como presidente, ouviu estes apóstolos dizer a ele e aos demais do Tribunal: “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.” (Atos 5:29) Era evidente que aqueles principais sacerdotes judaicos haviam deixado de servir o “Deus vivente”. Não mais O representavam.
8. Que homens com reputação similar à daqueles principais sacerdotes judaicos serão excluídos do sacerdócio milenar de Cristo?
8 Em vista de tal relato bíblico, não é sem paralelo que os homens que levam o título de “sacerdote” nos sistemas religiosos da cristandade tenham criado para si uma reputação tão odiosa e desprezível, conforme mostra a história religiosa e a secular. Faria a pessoa estremecer e ficar com medo se pensasse que sacerdotes terrestres tais como estes estivessem incluídos entre aqueles de quem Revelação 20:6 diz: “Serão sacerdotes de Deus e do Cristo, e reinarão com ele por mil anos.” Alegramo-nos de que as inspiradas Escrituras Sagradas excluem tais homens como impróprios para o sacerdócio milenar junto com Jesus Cristo nos céus.
9. O que mostra a Bíblia quanto a se todos os sacerdotes judaicos eram similares àqueles principais sacerdotes?
9 Mas, em toda a justiça, precisa-se dizer que nem todos os sacerdotes judaicos que serviam no templo de Jerusalém mostraram ser sacerdotes maus. O relato bíblico assegura-nos isso depois de dizer como o então corpo governante da congregação cristã solucionou uma dificuldade que surgiu na congregação de Jerusalém. Atos 6:7 passa a dizer: “Conseqüentemente, a palavra de Deus crescia e o número dos discípulos multiplicava-se grandemente em Jerusalém; e uma grande multidão de sacerdotes começou a ser obediente à fé.”
10. O que aconteceu ao serviço no templo dos sacerdotes e levitas que creram em Jesus e de que sacerdócio tornaram-se membros?
10 Naturalmente, depois de serem batizados no nome do Senhor Jesus, como o Messias e Filho de Deus, aqueles sacerdotes da linhagem de Arão, irmão do profeta Moisés, renunciaram aos seus cargos de sacerdotes no templo em Jerusalém. Do mesmo modo, José Barnabé, de Chipre, renunciou ao seu cargo de levita no mesmo templo. (Atos 4:36, 37) Entretanto, esses ex-sacerdotes tornaram-se então membros dum sacerdócio mais grandioso. Era o “sacerdócio real”, que o apóstolo Pedro assegurou aos cristãos que têm esperança celestial, dizendo: “Mas vós sois ‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo para propriedade especial, para que divulgueis as excelências’ daquele que vos chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz.” — 1 Pedro 2:9; 1:3, 4.
11. Por que não foi Jesus sacerdote judaico, humano, na terra, mas segundo o sumo sacerdócio de quem se modelava seu verdadeiro sacerdócio?
11 É notável, porém, que nenhum sacerdócio na terra proveu o Sumo Sacerdote deste “sacerdócio real”, deste “reino de sacerdotes”. (Êxodo 19:6) Jesus Cristo era de fato judeu ou israelita segundo a carne, mas não nasceu na linhagem de Arão, da tribo de Levi, à qual se restringia o sacerdócio judaico. Sendo “filho de Maria”, Jesus nasceu na família real de Davi, e, por isso, na tribo de Judá. “Pois é bastante claro que o nosso Senhor procedeu de Judá, tribo da qual Moisés não disse nada quanto a sacerdotes.” (Hebreus 7:14) Por isso não se pode dizer que o Sumo Sacerdócio celestial de Jesus Cristo se baseie em ele ter sido sacerdote humano na terra. Precisamos examinar como ele se tornou sacerdote, além de ser rei. Contudo, seu verdadeiro sacerdócio é modelado segundo o do sumo sacerdote judaico Arão.
O VALOR DUM VERDADEIRO SACERDOTE DO “DEUS VIVENTE”
12. Segundo Hebreus 5:1-3, de que valor é ser sacerdote?
12 Afinal, de que valor é um sacerdote? Ora, ele faz algo que o mero rei não pode fazer. Não falando sobre o sacerdócio inútil dum deus pagão, mas sobre o sacerdócio da família de Arão, o levita, Hebreus 5:1-3 diz: “Pois todo sumo sacerdote tomado dentre os homens é designado a favor dos homens sobre as coisas referentes a Deus, à fim de oferecer dádivas e sacrifícios pelos pecados. Ele é capaz de lidar moderadamente com os ignorantes e com os que erram, visto que ele também [igual ao Sumo Sacerdote Arão] está cercado pela sua própria fraqueza, e por causa dela está obrigado a fazer ofertas pelos pecados, tanto por si mesmo como pelo povo.”
13. (a) Quando foi que não havia necessidade dum sacerdote para a humanidade? (b) Por que pôde Jesus tornar-se sumo sacerdote e oferecer um sacrifico?
13 Se não houvesse pecados humanos contra o “Deus vivente”, não haveria necessidade dum sacerdote, especialmente dum sumo sacerdote. O homem perfeito Adão, no Jardim do Éden, não precisou dum sacerdote, porque foi criado sem Pecado, por Jeová Deus, que não é a fonte do pecado. (Gênesis 2:7, 8; Eclesiastes 7:29) Jesus Cristo, que é chamado “o último Adão”, nasceu numa raça de pecadores, mas não precisou dum sacerdote, porque teve um nascimento virgem por meio de Maria e sua vida procedeu diretamente de Deus. Nasceu sem pecado e criou-se sem pecado, permanecendo sem pecado até à sua morte sacrificial. (1 Coríntios 15:45-47; Hebreus 7:26; 1 Pedro 2:21-24) Por não ter pecado, pôde tornar-se sumo sacerdote e oferecer um sacrifício perfeito.
14, 15. (a) Como se tornou Jesus sumo sacerdote — pela sua própria decisão de se tornar tal, ou como? (b) Como se cumpriu o Salmo 2:7 quando Jeová ressuscitou a Jesus, e como pôde Jesus então ser sacerdote igual a Melquisedeque?
14 Quem constituiu Jesus Cristo em sumo sacerdote, embora fosse da tribo real de Judá? Decidiu ele mesmo tornar-se sumo sacerdote? Não; não podia fazer isso. Isto nos é explicado em Hebreus 5:4-6 nas seguintes palavras: “Também, o homem não se arroga esta honra por si mesmo, mas apenas quando é chamado por Deus’ assim como também Arão foi. Assim, também, o Cristo não se glorificou a si mesmo por se tornar sumo sacerdote, mas foi glorificado por aquele que falou com referência a ele: ‘Tu és meu filho; hoje eu me tornei teu pai.’ Assim como ele diz também em outro lugar: ‘Tu és sacerdote para sempre à maneira de Melquisedeque.’”
15 Por ressuscitar a Jesus Cristo dentre os mortos, o Deus Todo-poderoso cumpriu estas palavras citadas do Salmo 2:7, escritas por Davi, e Deus tornou-se assim Pai eterno do ressuscitado Jesus Cristo, e este, por ser ressuscitado incorruptível, tornou-se Filho eterno de seu Dador celestial da vida, Jeová Deus. Sendo então Filho incorruptível, pôde ser constituído “sacerdote para sempre sem precisar de sucessor, e assim pôde ser sacerdote “à maneira de Melquisedeque”! — Atos 13:33-37; Salmo 110:4.
16. Quem era esse Melquisedeque, e, segundo o livro de Gênesis, como surgiu no cenário da história?
16 Quem era esta misteriosa figura histórica, Melquisedeque? Não era hebreu. Não era israelita. Não era levita. Não era judeu. De repente, aproximadamente entre os anos 1943 e 1933 A.E.C., apareceu no cenário na vizinhança de onde se encontra hoje Jerusalém “Abrão, o hebreu”, encontrou-se ali com ele ao retornar duma guerra para perto de onde hoje fica Hébron. Isso é tudo o que as Escrituras Hebraicas nos dizem sobre este encontro: “O rei de Sodoma saiu-lhe então ao encontro, depois de ele ter voltado de derrotar Quedorlaomer e os reis que havia com ele, à Baixada de Savé, isto é, à Baixada do Rei. E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe para fora pão e vinho; e ele era sacerdote do Deus Altíssimo. Abençoou-o então e disse: ‘Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, Produtor do céu e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus opressores na tua mão!’ Então, Abrão deu-lhe um décimo de tudo.” — Gênesis 14:17-20.
17. Em que sentido prefigurava Melquisedeque a Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, e foi Jesus sucessor de Melquisedeque?
17 Ali não diz quem era o pai humano de Melquisedeque, de modo que pudéssemos dizer que Melquisedeque herdou o sacerdócio de seu pai. Tampouco nos diz quando Melquisedeque morreu, de modo que pudéssemos dizer que seu sacerdócio terminou ali. Assim, seu sacerdócio estendeu-se por tempo indefinido. Em harmonia com isso, não se relata nenhum sucessor de Melquisedeque. Neste respeito, ele podia ser usado para prefigurar o Sumo Sacerdote Jesus Cristo. Ou podia dizer-se que Jesus Cristo era “sacerdote para sempre à maneira de Melquisedeque”. Jesus Cristo não obteve seu sacerdócio de Melquisedeque; não era sucessor sacerdotal de Melquisedeque. Ele o era apenas “à maneira” do rei-sacerdote de Salém.
18. Em acordo com o nome Melquisedeque, que espécie de sacerdócio será o de Jesus Cristo, e como é o assunto de Melquisedeque explicado em Hebreus 6:20 a 7:3?
18 Visto que o nome Melquisedeque significa “Rei da Justiça” e visto que Jesus Cristo é isso “à maneira” dele, garante-se que o Sumo Sacerdócio de Jesus Cristo, por mil anos, será um sacerdócio justo, sem intrigas ou tramas clericais. Isto nos é belamente explicado em Hebreus 6:20 a 7:3, onde lemos: “Jesus, que se tornou sumo sacerdote para sempre à maneira de Melquisedeque. Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que foi ao encontro de Abraão, quando este voltava da matança dos reis, e o abençoou, e a quem Abraão repartiu um décimo de todas as coisas, é primeiramente, por tradução, ‘Rei da Justiça’, e é então também rei de Salém, isto é, ‘Rei da Paz’. Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo nem princípio de dias nem fim de vida, mas tendo sido feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote perpetuamente.”
19. Como foi Melquisedeque “feito semelhante ao Filho de Deus” na questão do sacerdócio, e, por isso, de que dependia o sacerdócio de Jesus?
19 Como foi Melquisedeque “feito semelhante ao Filho de Deus” ou usado como ilustração de Jesus Cristo, o Filho de Deus? No sentido de que Jeová Deus usou Melquisedeque como modelo, ao falar sobre um juramento que Ele iria fazer a favor de seu Filho Jesus Cristo. Deus inspirou o Rei Davi a dizer, no Salmo 110:1-4: “A pronunciação de Jeová a meu Senhor é: Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos como escabelo para os teus pés.’ . . . Jeová jurou (e não o deplorará): ‘Tu és sacerdote por tempo indefinido à maneira de Melquisedeque!’” Assim, como no caso de Melquisedeque, o sacerdócio de Jesus Cristo não se baseia na descendência ou herança humana. Não precisou obter seu sacerdócio quer mediante Melquisedeque, quer mediante a família sacerdotal de Arão, da tribo de Levi. O sacerdócio de Jesus baseava-se no juramento de Jeová Jesus e em ele ter sido ressuscitado incorruptível dentre os mortos, para a vida celestial à mão direita de Deus.
20, 21. (a) Por que havia necessidade duma mudança de sacerdócio para a humanidade moribunda, daquele de Arão para o semelhante ao de Melquisedeque? (b) Como se declara isso em Hebreus 7:11-14?
20 O sacerdócio da família levítica de Arão foi estabelecido pela lei que Jeová Deus deu ao povo de Israel mediante o mediador Moisés, no monte Sinai, na Arábia. Mas a família de Arão, por ter herdado o pecado e a imperfeição do transgressor Adão, não produziu e não podia produzir um sumo sacerdote perfeito; ela não produziu a perfeição sacerdotal. (Romanos 5:12) De modo que a situação de toda a humanidade exigiu uma mudança de sacerdócio por parte de Jeová Deus, a mudança dum sacerdócio imperfeito, moribundo, para um sacerdócio perfeito, eterno. Por isso exigiu um sumo sacerdote igual ao antigo Melquisedeque. Isto é o que significa Hebreus 7:11-14 ao dizer:
21 “Se, pois, a perfeição fosse realmente por intermédio do sacerdócio levítico, (porque o povo recebeu a Lei com ele [o sacerdócio levítico] por particularidade,) que necessidade adicional haveria de surgir outro sacerdote à maneira de Melquisedeque e de quem não se diz que seja à maneira de Arão? Pois, mudando-se o sacerdócio, necessariamente há também mudança da lei. Porque o homem [Jesus Cristo] de quem se dizem estas coisas tem sido membro de outra tribo, da qual ninguém oficiou junto ao altar. Pois é bastante claro que o nosso Senhor procedeu de Judá, tribo da qual Moisés não disse nada quanto a sacerdotes.”
22, 23. (a) Em contraste com o sumo sacerdote levítico, como foi Jesus constituído sumo sacerdote? (b) Segundo Hebreus 7:23-28, como pode Jesus, qual sumo sacerdote, salvar completamente os que se aproximam de Deus por intermédio dele?
22 O sumo sacerdote judaico Arão e seus sucessores no cargo não foram feitos sacerdotes com um juramento por parte de Jeová Deus. Mas Jesus Cristo, sem quaisquer relações sacerdotais na terra, foi constituído sumo sacerdote pelo juramento de Deus. Sua vida foi brevemente interrompida ao ele morrer como sacrifício humano perfeito, mas ele foi ressuscitado à vida celestial incorruptível, para ser sumo sacerdote para sempre, igual a Melquisedeque. O contraste entre ele e o sacerdócio levítico de Arão e os sucessores deste é apresentado em Hebreus 7:23-28, onde lemos:
23 “Outrossim, muitos [filhos de Arão] se tinham de tornar sacerdotes em sucessão, por serem impedidos pela morte de continuarem como tais, mas ele [o Melquisedeque Maior], por continuar vivo para sempre, tem o seu sacerdócio sem quaisquer sucessores. Por conseguinte, ele é também capaz de salvar completamente os que se aproximam de Deus por intermédio dele, porque está sempre vivo para interceder por eles. Pois, para nós era apropriado tal sumo sacerdote, leal, cândido, imaculado, separado dos pecadores e que chegou a ser mais alto do que os céus. Ele não precisa, como aqueles sumos sacerdotes, oferecer diariamente sacrifícios, primeiro pelos seus próprios pecados e depois pelos do povo: (porque isto ele fez uma vez para sempre quando se ofereceu a si mesmo;) porque a Lei [de Moisés] designa como sumos sacerdotes a homens que têm fraquezas, mas a palavra do juramento afiançado [de Deus], que veio [mais de quatrocentos anos] depois da Lei, designa um Filho, que é aperfeiçoado para sempre.”
24. Jesus Cristo é sumo sacerdote de que espécie de “lugar santo”, e a humanidade deve ser grata pelo seu sacerdócio durante que período de tempo?
24 Portanto, qual é o ponto que se salienta aqui? O seguinte, conforme apresentado nos próximos dois versículos (Hebreus 8:1, 2), em resumo: “Ora, quanto às coisas que se discutem, este é o ponto principal: Nós temos um sumo sacerdote tal como este, e ele se assentou à direita do trono da majestade nos céus, servidor público do lugar santo e da verdadeira tenda, que Jeová erigiu e não algum homem.” Portanto, não devia a humanidade ser muito grata a Deus, de que terá tal Sumo Sacerdote para chegar-se a Deus e rogar por ela durante os mil anos designados, nos quais Satanás, o Diabo, e seus demônios estarão presos e num abismo? Sim! Deveras, tal provisão de Deus assegura o melhor para a humanidade.
25. Por que não serviu Jesus como sumo sacerdote no templo de Jerusalém, e de que era tipo o templo de Jerusalém?
25 Jesus Cristo, quando esteve na terra como homem perfeito, nunca serviu como servidor público no templo em Jerusalém. Não estava autorizado pela Lei de Moisés a fazer isso, porque não era levita, nem da família sacerdotal de Arão. No entanto, serviu num lugar santo mais elevado num templo mais elevado ou mais importante, não erigido em Jerusalém, por homens tais como o Rei Herodes, o Grande, ou o Governador Zorobabel ou o Rei Salomão. Tais templos feitos por homens, assim como a tenda sagrada de reunião erigida pelo profeta Moisés, foram apenas típicos, ilustrativos. (Êxodo 40:1-33) Não há registro de que o Rei Melquisedeque construísse um templo em Salém e precisasse de tal edifício para servir como “sacerdote do Deus Altíssimo”. Portanto, nada semelhante a isso, relacionado com Melquisedeque, pode ser usado como tipo. Mais Melquisedeque Maior, Jesus Cristo, serve como Sumo Sacerdote no lugar santo e templo antitípicos, a saber, ‘no lugar santo e na verdadeira tenda, que Jeová erigiu’.
O VERDADEIRO TEMPLO
26, 27. (a) Em que compartimentos se dividiam a tenda sagrada e o templo em Jerusalém? (b) Quais eram as peças de mobília nos respectivos compartimentos da tenda e do templo de Salomão?
26 A tenda sagrada erigida por Moisés junto ao monte Sinai e os templos em Jerusalém tinham dois compartimentos, sendo o primeiro compartimento chamado de O Santo e o segundo ou mais recôndito compartimento sendo chamado de O Santíssimo ou Santo dos Santos, o Mais Santo de todos.
27 No primeiro compartimento, O Santo, as peças de mobília eram a mesa dourada para a apresentação dos pães comumente chamados “pães da proposição” e o candelabro de ouro, com sete ramos encimados por lâmpadas, bem como o altar dourado estacionário para incenso. Ali, à luz do candelabro de ouro, o sumo sacerdote podia arrumar os pães da proposição e oferecer incenso fragrante no altar. Mas no compartimento mais recôndito ou Santíssimo, no caso da tenda armada por Moisés e do templo construído pelo rei Salomão, havia a sagrada Arca dourada o Pacto, com sua tampa ou cobertura de ouro encimada por dois querubins de ouro, que se encaravam com asas estendidas. A luz neste compartimento mais recôndito ou Santíssimo era provida por uma luz milagrosa, chamada de Luz Xequiná, que pairava acima da tampa propiciatória e entre os dois querubins.
28. Que preparativos fez o sumo sacerdote judaico para a aspersão do sangue dos sacrifícios de expiação no Santíssimo, e pelos pecados de quem fez assim expiação?
28 Antes de apresentar uma vez por ano o sangue dos sacrifícios de expiação no Dia da Expiação, o sumo sacerdote arônico levava um incensário portátil ou turíbulo e passava para além da cortina interna, que separava o primeiro compartimento mais recôndito (o Santíssimo), queimando incenso diante da Arca do Pacto, na iluminação da Luz Xequiná. Isto preparava para ele o caminho para voltar mais tarde com o sangue dos dois sacrifícios de expiação e aspergir a este em direção da tampa propiciatória (o Propiciatório) da Arca do Pacto. Assim fazia expiação pelos seus próprios pecados e pelos de sua casa ou tribo levítica, e depois pelos pecados ‵do povo de Israel. Este era o processo expiatório delineado no pacto da Lei de Moisés. — Hebreus 9:1-10; Números 7:89.
29. (a) Quando se inaugurou a “tenda” sagrada armada por Moisés e quando se deu isso com o templo de Salomão? (b) Quando veio a existência a verdadeira tenda ou templo?
29 A tenda sagrada de reunião foi erigida por Moisés no ermo de Sinai no primeiro dia do mês primaveril de nisã do ano 1512 E.C. O Rei Salomão completou seu templo em Jerusalém em 1027 A.E.C. e depois o dedicou no dia quinze do mês outonal de tisri do ano 1026 A.E.C. (1 Reis 8:1, 2, 65, 66) Mas, quando veio à existência a tenda ou o templo antitípico, a “verdadeira tenda” com seu “lugar santo”? Foi enquanto o templo típico construído pelo Rei Herodes, o Grande, ainda se erguia em Jerusalém. Foi no princípio do outono do ano 29 de nossa Era Comum. Como? O que aconteceu então para exigir o verdadeiro templo?
30, 31. (a) Em que ocasião e como veio à existência o antitípico Sumo Sacerdote? (b) Que dia antitípico para se tirarem os pecados começou então, e como se comparou aquilo que Jesus ofereceu com o que Arão ofereceu?
30 Naquele ano 29 E.C., veio à existência o Sumo Sacerdote Antitípico, e igual ao sumo sacerdote levítico Arão, ele tinha de ter uma tenda sagrada ou um templo em que oficiar. Este Sumo Sacerdote sacrificante, antitípico, é o Senhor Jesus, ungido com espírito santo de Deus para ser sumo sacerdote espiritual. Esta unção com espírito santo se deu com ele depois de ser batizado por João Batista no rio Jordão. Tornar-se ele assim o Messias ou Ungido, à idade de trinta anos, ocorreu três anos e meio antes de sua morte sacrificial pelos pecados da humanidade. (Daniel 9:24, 25, 27; Lucas 3:21-23) Nesta ocasião começou o grande e antitípico Dia da Expiação, e Jesus Cristo tinha algo melhor do que o Sumo Sacerdote Arão tinha no dia típico de expiação lá no ano 1512 A.E.C., depois de se armar a tenda ou o tabernáculo sagrado. De que se tratava? Somos informados em Hebreus 8:3-6 e 9:11-14:
31 “Todo sumo sacerdote é designado para oferecer tanto dádivas como sacrifícios, tendo sido por isso necessário que este também tivesse algo para oferecer. Então, se ele estivesse na terra, não seria sacerdote, havendo homens que oferecem as dádivas segundo a Lei, os quais, porém, prestam serviço sagrado numa representação típica e como sombra das coisas celestiais; assim como Moisés, quando estava para completar a tenda, recebeu o mandado divino: Pois ele diz: ‘Cuida de que faças todas as coisas segundo o seu modelo que te foi mostrado no monte.’ Mas, Jesus obteve agora um serviço público mais excelente, de modo que ele é também o mediador dum pacto correspondentemente melhor, que foi estabelecido legalmente em promessas melhores.”
32. Conforme tipificado no caso de Arão, onde entrou Jesus Cristo, e com que, para purificar nossa consciência de obras mortas?
32 “No entanto, quando Cristo veio como sumo sacerdote das boas coisas que se realizaram por intermédio da tenda maior e mais perfeita, não feita por mãos, isto é, não desta criação, ele entrou no lugar santo [correspondendo ao Santíssimo da tenda], não, não com o sangue de bodes e de novilhos, mas com o seu próprio sangue, de uma vez para sempre, e obteve para nós um livramento eterno. Pois se o sangue de bodes e de touros, e as cinzas duma novilha, aspergidos sobre os aviltados, santifica até à purificação da carne, quanto mais o sangue do Cristo, o qual, por intermédio dum espírito eterno, se ofereceu a Deus sem mácula, purificará as nossas consciências de obras mortas, para que prestemos serviço sagrado ao Deus vivente?”
33, 34. (a) O que simbolizou Jesus por ser imerso no rio Jordão? (b) O que preparou Deus para o homem Jesus, por que o ofereceu este e quantas vezes?
33 Portanto, quando o homem perfeito Jesus se tornou Sumo Sacerdote ungido de Deus, após o seu batismo em água, o que tinha ele para oferecer a Deus em sacrifício? Não o corpo de algum animal subumano, cujo sangue nunca podia lavar os pecados humanos, mas o seu próprio corpo humano, perfeito, que possuía em razão de seu nascimento duma virgem, Maria. Reconheceu que o Deus Todo-poderoso o preparara e equipara para este proceder de sacrifício. Reconheceu que, neste tempo marcado, era o propósito de Deus que empreendesse este proceder de auto-sacrifício. Por conseguinte, quando veio a João Batista para ser imerso no rio Jordão, veio para se apresentar a Deus, a fim de fazer daí em diante a vontade divina. Seu batismo em água simbolizava apresentar-se ele para fazer vontade de Deus, mesmo até a morte sacrificial. Hebreus 10:4-10 diz sobre isso:
34 “Não é possível que o sangue de touros e de bodes tire pecados. Por isso, ao entrar no mundo, ele diz: “‘Sacrifício e oferta não quiseste, porém, preparaste-me um corpo. Não aprovaste os holocaustos e as ofertas pelos pecados.” Então disse eu: “Eis aqui vim (no rolo do livro está escrito a meu respeito) para fazer a tua vontade, ó Deus.”’ Dizendo primeiro: ‘Não quiseste nem aprovaste sacrifícios, e ofertas, e holocaustos, e ofertas pelo pecado’ — sacrifícios que se oferecem segundo a Lei — ele diz então realmente: ‘Eis aqui vim para fazer a tua vontade.’ Ele elimina o primeiro para estabelecer o segundo. Pela dita ‘vontade’ é que temos sido santificados por intermédio da oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez para sempre.”
35. (a) No típico Dia da Expiação, o que foi aplicado ao altar e o que foi oferecido nele? (b) Qual foi o “altar antitípico em que Jesus se ofereceu?
35 No típico dia antigo da expiação, o sumo sacerdote Arão aplicava parte do sangue das vítimas expiatórias ao altar e também queimava a gordura as vítimas expiatórias sobre este altar, que se encontrava no meio do pátio diante da tenda sagrada de reunião. (Levítico 16:16-19, 25) Então, qual foi o “altar” antitípico em que Jesus Cristo, como sumo sacerdote espiritual, ofereceu o sacrifício de sua natureza humana perfeita? Não foi um altar material, semelhante ao altar de cobre no pátio da tenda de reunião. Não foi a estaca de execução, na qual ele ficou pendurado até morrer no Calvário, porque aquela estaca foi algo amaldiçoado e não foi santificada pelo seu sangue precioso. (Deuteronômio 21:22, 23; Gálatas 3:13) Antes, foi algo espiritual em que Jesus Cristo pôde oferecer o valor de seu perfeito corpo humano, vivo. Foi a “vontade” ou o beneplácito divino. Veio apresentar-se para fazer esta “vontade”. Foi a disposição de Deus, de aceitar então um sacrifício humano, em vez de vítimas animais. Portanto, sobre a base desta “vontade” divina, Jesus ofereceu o valor de sua vida humana.
36. Quem está autorizado a comer deste “altar” espiritual e com que resultado para si?
36 Assim veio à existência o “altar” antitípico, a respeito do qual Hebreus 13:10 diz aos cristãos ungidos: “Nós temos um altar do qual os que fazem serviço sagrado na tenda não têm autoridade para comer.” Quão materialista e antibíblico é, portanto, quando certos sacerdotes da cristandade erigem um “altar” material nos seus edifícios religiosos ou em outro lugar de adoração, afirmando oferecer vez após vez o sacrifício de Cristo, como na sua celebração da “Missa”! Os que têm a autoridade de comer do verdadeiro “altar” espiritual são “santificados por intermédio da oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez para sempre”.
37. (a) O que veio à existência junto com o “altar” espiritual, conforme tipificado com relação à ‘tenda” antiga? (b) O que tipificou este pátio no caso de Jesus?
37 Assim como o antigo altar de cobre estava no meio do pátio, diante da tenda sagrada de reunião, assim, junto com o antitípico “altar” espiritual, veio à existência o “pátio” antitípico. Este não representa um local ou lugar, mas uma condição da pessoa na terra. Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote ungido, estava naquele pátio antitípico, porque se encontrava na condição duma criatura humana perfeita Sua condição na terra, portanto, foi literalmente reta, justa, irrepreensível e imaculada. Igual aos filhos de Corá, o levita, encontrou um lugar de descanso para si junto ao grandioso altar da vontade de Jeová, no pátio do verdadeiro “grandioso tabernáculo” de Jeová Deus. (Salmo 84:1-3) Deleitou-se em fazer a vontade divina. — Salmo 40:8.
38, 39. (a) O que mais veio à existência junto com o antitípico pátio e altar? (b) Que pergunta suscita isso e que palavras de Jesus mostram o lugar de Deus?
38 Não só vieram então à existência o antitípico altar e pátio, para o novo Sumo Sacerdote espiritual, o ungido Jesus, mas também veio a existência a tenda ou o templo antitípico. Daí em diante, a “verdadeira tenda, que Jeová erigiu”, estava a disposição do novo Sumo Sacerdote espiritual.
39 O que é esta “verdadeira tenda” ou templo? Trata-se dum novo edifício especial que Criador fez para si lá nos céus invisíveis? Não, porque Deus não precisa de tal coisa. O Deus Altíssimo sempre teve um lugar de residência no céu. Ele não é um espírito difuso, que é onipresente, presente em toda a parte ao mesmo tempo. Sendo Pessoa inteligente, tem o seu lugar, seu local de residência, onde é possível chegar a ele. Jesus Cristo ensinou aos seus discípulos a orar: “Nosso Pai nos céus, santificado seja o teu nome.” Advertiu-nos contra desprezarmos a qualquer dos “pequenos” que crêem nele e explicou o motivo disso, dizendo: “Pois eu vos digo que os seus anjos no céu sempre observam o rosto de meu Pai, que está no céu.” (Mateus 6:9; 18:10) Quer dizer, tais anjos celestiais têm acesso ao Pai divino.
40. O que podia Deus fazer com referência à sua residência celestial, para torná-la comparável ao Santíssimo da “tenda” sagrada?
40 Entretanto, o Deus Todo-poderoso pode mudar o aspecto de seu lugar exclusivo de residência. Assim, no tempo em que produziu seu Sumo Sacerdote espiritual, por ungir Jesus Cristo, que acabava de ser batizado, Deus podia fazer sua própria residência celestial tomar um aspecto novo, com novo equipamento ou particularidades, para com a humanidade no pecado dela (não em relação com os anjos sem pecados). A santidade de sua residência celestial foi intensificada em contraste com a pecaminosidade excessiva da humanidade. Sua residência pessoal se apresentava então como lugar santo dum Deus que é justo e ainda assim misericordioso, ao ponto de aceitar um perfeito sacrifício apropriado a favor da humanidade profana. Mas este sacrifício, ou seu valor, tinha de ser apresentado por um Sumo Sacerdote sem pecado e santo, que podia ter acesso pessoal, aceitável, a Deus. De modo que seu trono celestial torna-se um trono propiciatório. Deste modo, Deus fez com que sua residência celestial assumisse as características espirituais do Santíssimo ou compartimento mais santo da tenda ou do templo típico.
41, 42. (a) Onde se permitiu a entrada de Arão “uma vez por ano” e como? (b) Qual foi o Santíssimo em que Jesus Cristo entrou, em que período de tempo e quantas vezes?
41 Este é o conceito bíblico. Lembramo-nos de que o sumo sacerdote Arão levava o sangue dos sacrifícios do dia da expiação ao Santíssimo da tenda terrena de reunião, passando pela cortina ou véu interno, a fim de fazer isso. (Levítico 16:12-17; Hebreus 9:7) Para cumprir o quadro típico, o Sumo Sacerdote Jesus Cristo tinha de entrar no verdadeiro Santíssimo. Onde mostra a Bíblia que este se encontra, e o que é?
42 Escute: “Por isso era necessário que as representações típicas das coisas nos céus fossem purificadas por estes meios, mas, as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que tais sacrifícios. Porque Cristo entrou, não num lugar santo feito por mãos, [lugar santo] que é uma cópia da realidade, mas no próprio céu, para aparecer agora por nós perante a pessoa de Deus. Nem é próprio que ele se ofereça muitas vezes, como, de fato, o sumo sacerdote entra de ano em ano no lugar santo com sangue que não é seu próprio. Senão [Jesus] teria de sofrer muitas vezes, desde a fundação do mundo. Mas agora ele se manifestou uma vez para sempre, na terminação dos sistemas [típicos] de coisas, para remover o pecado por intermédio do sacrifício de si mesmo.” — Hebreus 9:23-26.
43, 44. (a) Então, qual é a residência sagrada de Deus com respeito ao seu templo? (b) O que separava o Santo do Santíssimo, e como foi atravessado por Jesus no antítipo?
43 Em vez de culminar o antitípico Dia da Expiação por entrar num “lugar santo” típico, dentro da tenda ou do templo típico, o Sumo Sacerdote Jesus Cristo entrou “no própria céu”, onde está a “pessoa de Deus”. Esta residência celestial da própria pessoa de Deus é o verdadeiro Santíssimo, Santo dos Santos, o Mais Santo de todos.
44 Na tenda ou no templo típico na terra, o Santíssimo estava oculto por uma cortina ou um véu, e assim se dizia que o Santíssimo estava no interior da cortina. De modo que esta cortina representava a barreira carnal, humana, que se tinha de atravessar para alguém passar da vida humana na terra para os céus invisíveis. Jesus Cristo, pela morte e pela ressurreição, atravessou esta barreira, a fim de entrar no Santíssimo celestial. É a isto que se refere Hebreus 6:19, 20, quando diz, depois de falar da esperança celestial dos 144.000 discípulos fiéis: “Temos esta esperança como âncora para a alma, tanto segura como firme, e ela penetra até o interior da cortina, onde um precursor entrou a nosso favor, Jesus, que se tornou sumo sacerdote para sempre à maneira de Melquisedeque.” A esperança ancorada no “interior da cortina” é celestial.
O “SANTO” DO TEMPLO ESPIRITUAL DE DEUS
45. (a) O que mais havia na “tenda”, além do Santíssimo? (b) Quem entrava no Santo, quantas vezes e como?
45 Não despercebamos que não havia só o Santíssimo na tenda ou no templo terreno. Além deste compartimento mais recôndito, que era o Santíssimo, a tenda ou o templo tinha outro compartimento na frente da cortina divisória. Este compartimento foi chamado de Santo. (Hebreus 9:1-3) Visto que o Santíssimo tipificava o “próprio céu”, onde está a “pessoa de Deus”, o que representava o Santo na frente da cortina ou do reposteiro? Ao passo que o sumo sacerdote podia entrar no Santíssimo apenas “uma vez por ano”, no dia da expiação, podia-se entrar regularmente no Santo, não só o sumo sacerdote, mas também todos os subsacerdotes. Os sacerdotes entravam neste primeiro compartimento, o Santo, vindo diretamente do pátio onde estava o altar; mas tinham de passar por um reposteiro ou cortinado que separava o Santo do pátio.
46, 47. (a) Quando e como entrou Jesus no Santo antitípico? (b) Portanto, o que representa o Santo, e que privilégios usufruem ali os sacerdotes antitípicos?
46 De modo que o Santo representava uma condição de maior santidade do que o pátio. Visto que o Santo estava encoberto e seu conteúdo assim oculto dos olhos dos que estavam no pátio, o Santo tipificava uma condição espiritual superior ao que é representado pelo pátio, que representa uma condição humana de posição justa perante Deus. Jesus Cristo entrou na condição representada pelo compartimento do Santo quando foi gerado pelo espírito santo de Deus, depois de seu batismo em, e se tornou assim Filho espiritual de Deus. (Mateus 3:13-17) Por ser também ungido com o espírito de Deus, Jesus, como Filho espiritual de Deus, foi investido do carro sacerdotal; tornou-se o Sumo Sacerdote de Deus’ conforme representado pelo Sumo Sacerdote Arão.
47 Deste ponto de vista, pode-se ver que o compartimento do Santo representava a condição de gerados pelo espírito daqueles que são introduzidos neste sacerdócio espiritual. Nesta condição, estes sacerdotes espirituais, na terra, gozam de luz espiritual como que por um candelabro de ouro, comem alimento espiritual como que duma mesa dourada de pães de proposição e oferecem o incenso de oração e serviço a Deus, como que estando diante dum altar dourado de incenso. — Êxodo 40:4, 5, 22-28.
48. Quanto tempo estava Jesus na condição representada pelo Santo e por que não tiveram seus discípulos um discernimento claro a seu respeito?
48 Contando-se desde o dia de seu batismo e de sua unção com espírito santo até o dia de sua morte (de 29 a 33 E.C.), Jesus Cristo esteve por três anos e meio nesta condição sacerdotal de gerado pelo espírito, representada pelo compartimento do Santo. Seus serviços nesta condição não podiam ser devidamente discernidos e apreciados por meros homens naturais, nem mesmo pelos seus discípulos fiéis, porque encaravam os assuntos dum ponto de vista natural, humano. O dia da Festividade de Pentecostes do ano 33 E.C., com seu derramamento de espírito santo, ainda não havia chegado. (João 7:39) Seu discernimento foi impedido como que pelo “reposteiro da entrada do tabernáculo”, que ocultava as coisas dentro do compartimento do Santo. — Êxodo 40:28, 29.
49. Como foi Jesus impedido, no Santo antitípico, de se chegar diretamente ao Santíssimo celestial?
49 Dentro da condição do Santo, a condição sacerdotal de gerado pelo espírito, o Sumo Sacerdote Jesus Cristo, na terra, foi impedido de chegar diretamente à presença celestial de Deus, por ainda estar na carne como criatura humana perfeita. Havia aquela “cortina” simbólica entre ele e o Santíssimo celestial, assim como quando Moisés “pôs no lugar a cortina do reposteiro, e vedou a aproximação à arca do testemunho”. — Êxodo 40:21.
50. (a) Quando passou Jesus Cristo por esta “cortina” interna, e como? (b) Que juramento a respeito do sacerdócio cumpriu-se então para com Jesus Cristo, e por quê?
50 Jesus Cristo, como Sumo Sacerdote, passou por esta cortina simbólica da “verdadeira tenda” em 16 de nisã do ano 33 E. C., ao ser ressuscitado dentre os mortos, não mais apenas gerado pelo espírito e na carne, mas então produzido plenamente como Filho espiritual de Deus, nos céus invisíveis. O apóstolo Pedro declarou isso corretamente ao escrever: “Até mesmo Cristo morreu uma vez para sempre quanto aos pecados, um justo pelos injustos, a fim de conduzir-vos a Deus, sendo morto na carne, mas vivificado no espírito.” (1 Pedro 3:18) Naquele dia momentoso, cumpriu-se para com Jesus Cristo o juramento de Deus a respeito dum sacerdócio eterno “à maneira de Melquisedeque”, sendo então recompensado com “o poder duma vida indestrutível”. (Hebreus 7:16, 24; Atos 13:33-37; Romanos 1:1-4) Depois de aparecer aos seus discípulos fiéis por manifestação especial durante os quarenta dias seguintes, ele subiu ao céu e apresentou ao próprio Deus, no verdadeiro Santíssimo, o valor de seu sacrifício humano perfeito. — Atos 1:1-11; Hebreus 9:24.
51. (a) Quando terminou o antitípico Dia da Expiação e quanto tempo durou? (b) Como se forneceu a evidência de que o mérito do sacrifício de Jesus havia sido aceito no Santíssimo?
51 Com esta apresentação do mérito do sacrifício de Cristo, no Santíssimo celestial, terminou o grande antitípico Dia da Expiação. No caso do Sumo Sacerdote Arão, da tribo de Levi, o dia nacional de expiação era apenas um dia literal de vinte e quatro horas. Mas no caso do Sumo Sacerdote Jesus Cristo, o antitípico Dia da Expiação mostrou ser um período de quase três anos e oito meses. Dez dias após a ascensão de Jesus ao céu, deu-se aos seus discípulos fiéis na terra a evidência de que o mérito de seu perfeito sacrifício humano, apresentado a Deus no Santíssimo celestial, foi aceito. Como? Pelo derramamento do espírito santo sobre eles, em Jerusalém, no domingo, 6 de sivã, no dia da Festividade das Semanas ou dia de Pentecostes do ano 33 E.C. (Atos 2:1-36) Isto assinalou algo novo com respeito à “verdadeira tenda, que Jeová erigiu”. Veremos isto a seguir.
SUBSACERDOTES ESPIRITUAIS
52. (a) Como se prefigurou que o Melquisedeque Maior tem subsacerdotes? (b) Quando foi empossado o sacerdócio arônico e que “sinal sagrado” foi posto na cabeça de Arão?
52 Não há registro de que o Rei-Sacerdote Melquisedeque, da antiga Salém, tivesse subsacerdotes. Mas o Filho de Deus, que se tornou “sumo sacerdote à maneira de Melquisedeque”, tem subsacerdotes. (Hebreus 5:8-10) Isto foi prefigurado pela família sacerdotal de Arão, o levita. Jeová Deus convocou Arão para ser o sumo sacerdote de Israel e seus filhos para serem subsacerdotes dele. No primeiro dia do mês primaveril de nisã do ano 1512 A.E.C., o profeta Moisés obedeceu à ordem de Deus e passou a empossar Arão e os filhos dele no sacerdócio. (Êxodo 40:1, 2, 12-16; 29:4-9; Levítico 8:1-13) Entre as peças da vestimenta do sumo sacerdote “fizeram a lâmina lustrosa, o sinal sagrado de dedicação, de ouro puro, e inscreveram nela uma inscrição em gravura de sinete: ‘A santidade pertence a Jeová.’” — Êxodo 39:30.
53. (a) Ao adornar assim o turbante do Sumo Sacerdote Arão, a que ordem de Jeová obedeceu Moisés? (b) De que verbo hebraico se deriva o termo “sinal de dedicação”?
53 Portanto, ao vestir seu irmão Arão para ser empossado como sumo sacerdote, Moisés cumpriu a ordem de Jeová: “E tens de colocar o turbante na sua cabeça e por o sinal sagrado de dedicação no turbante. E tens de tomar o óleo de unção e despejá-lo sobre a sua cabeça e ungi-lo.” (Êxodo 29:6, 7) Visto que este “sinal sagrado de dedicação” era a “lâmina lustrosa” de ouro puro, muitos tradutores das Escrituras Hebraicas preferem verter esta expressão por “diadema sagrado”, “o diadema da santidade”. (Veja Êxodo 29:6, PIB; CBC) Naturalmente, as palavras hebraicas regulares para “diadema” e “coroa” são diferentes da palavra hebraica aqui traduzida ‘sinal de dedicação’. Em Levítico 21:12, esta última palavra hebraica é aplicada ao óleo de unção na cabeça do sumo sacerdote, pois lemos: “Tampouco deve sair do santuário e não deve profanar o santuário de seu Deus, porque há sobre ele o sinal de dedicação, o óleo de unção de seu Deus.” A palavra hebraica deriva-se do verbo nazar, que é traduzido “dedicar-se” em Oséias 9:10. — An American Translation; NM.
54, 55. (a) Como se chamava ao sumo sacerdote ungido e o que tipificou a unção dele? (b) Foi João Batista quem ungiu Jesus com espírito santo, ou quem foi?
54 Sem dúvida, o sumo sacerdote Arão e seus sucessores no cargo foram homens dedicados a Jeová Deus por motivo de sua posse oficial. (Êxodo 29:30, 35) Por ter sido ungido com óleo santo de unção, o sumo sacerdote foi chamado “o ungido” ou Messias (Levítico 4:3, 5, 16; 6:22), assim como posteriormente também os reis ungidos de Israel. (1 Samuel 24:6, 10; 26:9-11; Lamentações 4:20) Portanto, depois de se nos dizerem os nomes dos quatro filhos e subsacerdotes do Sumo Sacerdote Arão, lemos: “Estes eram os nomes dos filhos de Arão, os sacerdotes ungidos cujas mãos tinham sido enchidas de poder para atuarem como sacerdotes.” (Números 3:1-3) Quando Moisés, mediador entre Jeová Deus e a nação de Israel, ungiu seu irmão mais velho Arão para ser sumo sacerdote, isso tinha um significado típico. Tipificava que Deus ungiria seu Filho Jesus com o espírito santo, depois de Jesus subir das águas do batismo.
55 João Batista era filho dum sacerdote levita, a saber, Zacarias, da divisão sacerdotal de Abias. No entanto, João apenas batizou Jesus no rio Jordão; não ungiu Jesus para ser sumo sacerdote espiritual. (Lucas 1:5-17; 3:21-23; Marcos 1:9-11) Só Deus podia ungir Jesus com o espírito santo.
56, 57. (a) O que disse João Batista sobre os poderes que Jesus receberia? (b) Antes de Jesus deixar os seus discípulos, o que lhes disse sobre o batismo com espírito santo?
56 Com referência a Jesus, João Batista dissera: “Depois de mim vem alguém mais forte do que eu; não sou nem apto para me abaixar e desatar os cordões de suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com espírito santo.” Deus informara João a respeito da vinda deste, pois João disse: “Até eu não O conhecia, mas o Mesmo que me enviou a batizar em água disse-me: ‘Sobre quem for que vires descer o espírito e permanecer, este é quem batiza em espírito santo.’” (Marcos 1:7, 8; João 1:33) De modo que Jesus não só foi ungido com espírito santo para ser o sumo sacerdote espiritual, mas recebeu também poderes para batizar outros com espírito santo. Mas, quando batizaria com espírito santo? Não antes de sua morte como sacrifício humano perfeito.
57 Depois de sua ressurreição dentre os mortos, ele materializou corpos carnais e apareceu visivelmente aos seus discípulos que ainda estavam em Jerusalém. O que lhes disse então sobre o espírito santo? Atos 1:4, 5, nos diz: “E, reunindo-se com eles, deu-lhes as ordens: ‘Não vos retireis de Jerusalém, mas persisti em esperar por aquilo que o pai tem prometido, a respeito do qual me ouvistes falar; porque João, deveras, batizou com água, mas vos sereis batizados em espírito santo, não muitos dias depois disso.’”
58, 59. (a) Quando ocorreu este batismo e como cumpriu Jesus Cristo antitipicamente aquilo que o sumo sacerdote fazia naquele dia no templo? (b) Que profecia de Joel começou a cumprir-se ali, e como relacionou Pedro o assunto com Jesus?
58 Isto veio a acontecer dez dias depois de sua ascensão ao céu. Deu-se em 6 de sivã do ano 33 E.C., no Dia da Festividade das Semanas (ou Pentecostes), quando o sumo sacerdote judaico, no templo em Jerusalém, apresentou a Deus dois pães levedados como primícias da colheita do trigo. (Levítico 23:15-21) Neste mesmo dia, de modo antitípico, o Sumo Sacerdote celestial Jesus Cristo apresentou a Jeová Deus a congregação cristã como primícias para Ele. (Revelação 14:4) Fez isso por servir como instrumento para o derramamento do espírito santo sobre seus discípulos que esperavam em Jerusalém. Foi um começo do cumprimento da profecia de Joel 2:28, 29, e o apóstolo Pedro, cheio de espírito, explicou isso assim, dizendo a milhares de espectadores judaicos:
59 “A este Jesus, Deus ressuscitou, fato de que todos nós somos testemunhas. Portanto, visto que ele foi enaltecido à direita de Deus e recebeu do Pai o prometido espírito santo, derramou isto que vedes e ouvis. Realmente, Davi não ascendeu aos céus, mas ele mesmo diz: ‘Jeová disse a meu Senhor: “Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos como escabelo para os teus pés.’” Portanto, que toda a casa de Israel saiba com certeza que Deus o fez tanto Senhor como Cristo, a este Jesus, a quem pendurastes numa estaca.” — Atos 2:14-21, 32-36.
60. Como foi prefigurado pela ação de Moisés, em 1.º de nisã de 1512 A.E.C., que Jesus derramaria assim o espírito santo?
60 Foi assim que Jesus Cristo batizou seus discípulos fiéis com espírito santo. Isto foi prefigurado muito antes, em 1.º de nisã de 1512 A.E.C. Foi quando Moisés cumpriu as ordens de Jeová e ungiu os filhos do Sumo Sacerdote Arão com óleo de unção. Lemos sobre isso: “Jeová falou então a Moisés, dizendo: ‘No dia do primeiro mês, no primeiro do mês, deves erigir o tabernáculo da tenda de reunião. Então terás de fazer chegar Arão e seus filhos perto da entrada da tenda de reunião e terás de lavá-los com água. E terás de vestir Arão com as vestes sagradas e terás de ungi-lo e santificado, e assim ele terá de atuar para mim como sacerdote. Depois farás chegar seus filhos e terás de vesti-los com vestes compridas. E terás de ungi-los assim como ungiste seu pai, e assim eles terão de atuar para mim como sacerdotes, e sua unção terá de servir-lhes continuamente como sacerdócio por tempo indefinido nas suas gerações.’ E Moisés passou a fazer segundo tudo o que Jeová lhe mandara. Fez exatamente assim.” — Êxodo 40:1, 2, 12-16.
61. O que se precisa dizer quanto à unção dos sucessores daqueles quatro subsacerdotes originais e quanto a se o sucessor do sumo sacerdote foi individualmente ungido com óleo sagrado?
61 Os quatro filhos de Arão foram assim ungidos como os primeiros subsacerdotes de Israel. Mas depois, seus sucessores, ao serem empossados, no cargo de subsacerdotes, não receberam uma unção individual com o óleo sagrado de unção. Considerava-se suficiente serem investidos no cargo com as vestimentas oficiais dos subsacerdotes. A unção dos primeiros quatro subsacerdotes serviu em representação deles. No entanto, cada sucessor do sumo sacerdote Arão foi ungido individualmente. (Números 3:1-3; Êxodo 29:29, 30; Números 20:23-29; Deuteronômio 10:6) Não obstante, todo o sacerdócio de Israel foi considerado como classe ungida, segundo a unção dos membros originais.
62. Por ser usado para ungir seus discípulos na terra, o que os constituiu Jesus debaixo de si mesmo, e como concorda com isso João, na Revelação?
62 No cumprimento antitípico, por meio da unção dos 144.000 discípulos fiéis com espírito santo, o Jesus Cristo celestial age como Representante de Deus e os torna sacerdotes espirituais, subsacerdotes dele, sobre os quais é o Sumo Sacerdote. É por isso que o apóstolo João podia escrever sobre Jesus Cristo o seguinte: “Jesus Cristo, ‘a Testemunha Fiel’, ‘o primogênito dentre os mortos’ e ‘o Governante dos reis da terra’. Àquele que nos ama e que nos soltou dos nossos pecados por meio de seu próprio sangue — e ele fez de nós um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai — sim, a ele seja a glória e o poderio para sempre. Amém.” Também: “Foste morto e com o teu sangue compraste pessoas para Deus, dentre toda tribo, e língua, e povo, e nação, e fizeste deles um reino e sacerdotes para o nosso Deus, e reinarão sobre a terra.” — Revelação 1:5, 6; 5:9, 10.
63. Como atestou o apóstolo Pedro, por meio duma carta, o sacerdócio dos discípulos ungidos de Jesus?
63 Há outra testemunha inspirada disso — o apóstolo Pedro. Escrevendo alguns anos antes de o templo de Jerusalém ser destruído pelos romanos (em 70 E.C.) e os sacerdotes levíticos ali perderem seu emprego, Pedro disse aos cristãos ungidos com o espírito, tendo esperança celestial: “Estes tropeçam porque são desobedientes à palavra. . . . Mas vós sois ‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo para propriedade especial, para que divulgueis as excelências’ daquele que vos chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz.” — 1 Pedro 2:8, 9.
64. Assim, em que condição se encontram os discípulos ungidos conforme tipificada pela antiga “tenda de reunião”, e, iguais a Jesus, de que privilégios gozam nesta condição?
64 Serem assim um sacerdócio significava uma nova posição com relação à “verdadeira tenda” ou templo, não erguida por mãos humanas, mas sim por Jeová Deus. Significava que estavam assim na condição sacerdotal de gerados pelo espírito, tipificada pelo compartimento do Santo da antiga “tenda de reunião” erigida por Moisés. Era assim como no caso do Sumo Sacerdote Jesus Cristo, durante o tempo desde a sua unção com espírito santo até a sua morte como criatura humana perfeita. Iguais a ele, pois, enquanto ainda na terra, no corpo carnal, usufruem iluminação espiritual conforme dada pelo antitípico candelabro de ouro; comem do alimento espiritual tipificado pelas duas pilhas de pães da proposição, na mesa dourada; oferecem orações e serviço fervoroso a Deus, como que oferecendo incenso no altar dourado de incenso no Santo da tenda de reunião.
65. O que escreveu o apóstolo João aos que estavam na condição representada pelo Santo quanto a unção deles?
65 A estes, na condição de gerados pelo espírito, representada pelo Santo típico, escreveu-se: “Vós tendes uma unção do santo; todos vós tendes conhecimento. Estas coisas eu vos escrevo a respeito dos que estão tentando desencaminhar-vos. E, quanto a vós, a unção que recebestes dele permanece em vós, e não necessitais de que alguém vos ensine; mas, como a unção da parte dele vos ensina todas as coisas, e é verdadeira e não é mentira, assim como vos tem ensinado, permanecei em união com ele.” — 1 João 2:20, 26, 27.
66. O que escreveu o apóstolo Paulo a tais, na condição representada pelo Santo, quanto à unção deles?
66 Aos na condição sacerdotal de gerados pelo espírito, tipificada pelo compartimento do Santo, em que os sacerdotes arônicos tinham permissão de entrar e servir, o apóstolo Paulo escreveu adicionalmente: “Quem garante que vós e nós pertencemos a Cristo [Ungido] e quem nos ungiu é Deus. Ele pôs também o seu selo sobre nós e nos deu o penhor daquilo que há de vir, isto é, o espírito, em nossos corações.” — 2 Coríntios 1:21, 22.
67. O que disse o escritor inspirado aos hebreus cristianizados sobre comer do altar e sobre oferecer sacrifícios?
67 Visto que estes 144.000 são sacerdotes espirituais sob o Sumo sacerdote celestial, Jesus Cristo, tem a autoridade de comer do sacrifício ele Jesus Cristo no “altar” da “vontade” de Deus, e os que rejeitam a Jesus em descrença como sendo o verdadeiro Messias ou Cristo não têm autoridade de comer de seu sacrifício no “altar” antitípico de Deus. O escritor inspirado podia dizer sem presunção aos hebreus cristianizados, crentes, em Hebreus 13:10-15: “Nós temos um altar do qual os que fazem serviço sagrado na tenda não têm autoridade para comer. Porque os corpos daqueles animais, cujo sangue é levado para dentro do lugar santo pelo sumo sacerdote, pelo pecado, são queimados fora do acampamento Por isso, Jesus também, para santificar o povo com o seu próprio sangue, sofreu fora do Portão [de Jerusalém]. Saiamos, pois, a ele, fora do acampamento, levando o vitupério que ele levou, porque não temos aqui uma cidade que permaneça, mas buscamos seriamente aquela que vem. Por intermédio dele, ofereçamos sempre a Deus um sacrifício de louvor, isto é, o fruto de lábios que fazem declaração pública do seu nome.”
68, 69. (a) Comerem do altar indica que estão antitipicamente em que lugar, e como chegaram ali? (b) Em prova de que estão nesta condição, o que se escreveu aos cristãos romanos?
68 Visto que estes subsacerdotes espirituais têm a autoridade divina e comem do sacrifício no verdadeiro “altar” de Deus, significa que também estão na condição representada pelo pátio, no qual se achava o altar de cobre para sacrifícios. Esta é a condição de serem declarados justos ou justificados por Deus pela sua fé no sacrificado Jesus Cristo. Quando o Sumo Sacerdote Jesus Cristo levou o valor de seu “sangue” sacrificial e entrou no Santíssimo celestial, apresentando-o diretamente a Jeová Deus, então, a partir do dia de Pentecostes de 33 E.C., os benefícios de seu sacrifício humano, perfeito, começaram a ser aplicados aos discípulos na terra, por causa de sua fé. Pela fé, com coração de apreço, comeram do sacrifício de Cristo, oferecido sobre a base da vontade de Deus. Assim obtiveram o perdão de seus pecados. Concedendo-lhes este perdão e sendo assim contados como não tendo pecados na carne, Deus os declarou justos ou os justificou. Assim foram introduzidos no pátio antitípico. Como prova de que têm esta posição, lemos:
69 “Cremos naquele que levantou a Jesus, nosso Senhor, dentre os mortos. Ele foi entregue por causa das nossas falhas e foi levantado para que fossemos declarados justos. Portanto, agora que temos sido declarados justos em resultado da fé, gozemos de paz com Deus por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem também ganhamos a nossa aproximação pela fé a esta benignidade imerecida em que agora estamos; e exultemos, baseados na esperança da glória de Deus. Muito mais, portanto, visto que agora fomos declarados justos pelo seu sangue, havemos de ser salvos do furor por intermédio dele.” — Romanos 4:24 a 5:2, 9.
70. (a) Assegurando mais a sua condição sem condenação perante Deus, enquanto ainda estão na carne, o que se escreveu em Romanos? (b) Podem acrescentar alguma coisa ao valor ou mérito do sacrifício de Cristo por quaisquer sacrifícios de sua parte?
70 Assegurando ainda mais que estes subsacerdotes espirituais são contados por Deus como sem pecado, sem condenação, enquanto ainda estão em carne na terra, está escrito: “Graças a Deus, por intermédio de Jesus Cristo, nosso Senhor! Assim, pois, com a mente, eu mesmo [o apóstolo Paulo] sou escravo da lei de Deus, mas com a minha carne, escravo da lei do pecado. Portanto, os em união com Cristo Jesus não têm nenhuma condenação. Pois a lei desse espírito que dá vida em união com Cristo Jesus libertou-te da lei do pecado e da morte.” (Romanos 7:25 a 8:2) Esta posição justa, sem condenação perante Deus, enquanto ainda estão na carne imperfeita, cheia de pecados, é representada pelo antigo pátio, no qual havia o altar de cobre para sacrifícios, junto ao qual serviam os sacerdotes arônicos. Eles não podem acrescentar nada ao valor ou mérito do sacrifício de Cristo pelos pecados, por quaisquer sacrifícios carnais deles mesmos. É por isso que oferecem a Deus, mediante Cristo, o “sacrifício de louvor” e fazem o bem como cristãos. Compreendem a absoluta inutilidade de se realizar o chamado “sacrifício da Missa” em alguma igreja.
71. (a) Os cristãos assim declarados justos também se encontram antitipicamente em que lugar? (b) O que os separa do Santíssimo celestial e quem abriu ali o caminho para eles?
71 Enquanto ainda na terra, em carne, estes subsacerdotes, trajados das vestes de justiça imputada, também estão na condição de gerados pelo espírito representada pelo compartimento do Santo da tenda ou do templo típico. No entanto, iguais ao seu Sumo Sacerdote Jesus Cristo, têm a esperança de entrar no Santíssimo celestial, onde Deus está entronizado em pessoa. O que lhes impede então de entrarem diretamente naquele Santíssimo verdadeiro é a barreira carnal, viverem ainda na carne. Esta barreira carnal foi representada pela cortina interna que separava o compartimento do Santo da tenda do Santíssimo, onde se encontrava a Arca dourada do Pacto com a sua Luz Xequiná. Jesus Cristo abriu-lhes o caminho “através da cortina” para o Santíssimo real. Ele entrou no Santíssimo, no “interior da cortina”, como “precursor” para eles. (Hebreus 6:19, 20) Inaugurou assim este caminho novo para a vida celestial.
72. Os 144.000 subsacerdotes são encorajados a se mostrarem dignos de entrar onde, e como?
72 Por isso se diz a estes 144.000 subsacerdotes espirituais que tomem coragem nos seus esforços de se mostrar dignos de ser admitidos no “interior da cortina”, pela fidelidade até a morte do corpo carnal e pelo ressurreição dentre os mortos para a vida no espírito. “Portanto, irmãos”, diz o escritor inspirado, em Hebreus 10:19-22, “visto que temos denodo para com o caminho de entrada no lugar santo, pelo sangue de Jesus, [caminho] que ele inaugurou para nós como caminho novo e vivente através da cortina, isto é, sua carne, e visto que temos um grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos com corações sinceros na plena certeza da fé”.
73. Onde entrarão os subsacerdotes espirituais ao passarem pela barreira carnal e para fazerem o quê?
73 Depois de cumprirem fielmente seus deveres terrestres, como subsacerdotes espirituais, até a morte, quando forem trazidos a vida na “primeira ressurreição”, terão atravessado a barreira carnal, a “cortina“ antitípica, e serão admitidos no Santíssimo celestial, vendo a glória indescritível do Deus vivente. Entrarão na sua presença, não para fazer o mesmo que o Sumo Sacerdote Jesus Cristo, quando apresentou o mérito dum sacrifício humano, perfeito, mas para servir junto com seu Sumo Sacerdote em conceder os benefícios do sacrifício de Cristo à humanidade necessitada. (Revelação 20:6) Embora tenham mil anos de sacerdócio celestial a cumprir, não precisarão de sucessores para servir após eles. Iguais ao seu Sumo Sacerdote glorificado, terão o “poder duma vida indestrutível” e poderão realizar plenamente seu sacerdócio durante um milênio, sem sucessores. — Hebreus 7:16, 24.
SACERDOTES COMPADECIDOS E COMPREENSIVOS
74. (a) O sacrifício propiciatório de Cristo abriu o caminho para os 144.000 obterem o quê? (b) Por que fará este sacrifício com que os mil anos do sacerdócio de Cristo sejam um tempo abençoado para a humanidade?
74 Quão bendito será o tempo destes mil anos de tal sacerdócio celestial para a humanidade pecadora e morredoura! O Sumo Sacerdote dele ofereceu a Deus o sacrifício perfeito, não só por seus 144.000 subsacerdotes, mas por toda a humanidade. Como um destes subsacerdotes espirituais, João escreveu há dezenove séculos: “Filhinhos meus, escrevo-vos estas coisas para que não cometais pecado. Contudo, se alguém cometer pecado, temos um ajudador junto ao Pai, Jesus Cristo, um justo. E ele é um sacrifício propiciatório pelos nosso pecados, contudo, não apenas pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro.” (1 João 2:1, 2) O sacrifício propiciatório de Jesus Cristo preparou o caminho para os 144.000 subsacerdotes serem libertos do pecado e de sua condenação à morte e receberem vida eterna junto com seu Sumo Sacerdote no céu. Este mesmo sacrifício propiciatório tem mérito suficiente para beneficiar toda a raça da humanidade; é para os pecados do mundo. Conforme exclamou João Batista, apontando para o batizado Jesus Cristo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” — João 1:29
75. (a) Poder Cristo ajudar os 144.000 subsacerdotes enquanto estão na terra é garantia de ele poder ajudar a quem mais? (b) Quem mais, além da grande multidão de sobreviventes da tribulação, tirará proveito do mérito do sacrifício de Cristo?
75 Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote, pôde ajudar a congregação de seus 144.000 subsacerdotes a vencer o pecado e a ser aliviados da condenação à morte que ele traz. Pode fazer o mesmo para todos os demais da humanidade, especialmente os dispostos a isso, que anseiam — a vida eterna com uma boa consciência perante Deus. Cristo tem mil anos para fazer isso. Está disposto e desejoso de fazê-lo. De modo algum fará fracassar seu sacerdócio milenar “à maneira de Melquisedeque”. Ajudará então mais do que apenas os viventes, os da “grande de multidão” que sobreviverão e sairão da grande tribulação na qual acabará este sistema mundano de coisas. Ajudará também os inúmeros bilhões de pessoas que agora dormem na morte, nas sepulturas da terra. (2 Timóteo 4:1; Revelação 7:9-15; Atos 24:15) Não deixará sem usar qualquer parte do mérito precioso de seu sacrifício humano, perfeito, sem ser aplicada aos necessitados.
76, 77. (a) Como foi que Jesus se comportou para com os homens, quando estava na terra, sob prova, e o que assegura isso quanto a como tratará a humanidade durante seu sacerdócio milenar? (b) Assim, por que está Jesus Cristo mais habilitado a vir em auxílio dos que estão sendo provados?
76 “Cristo [morreu] por nós enquanto éramos ainda pecadores.” (Romanos 5:8) Isto evidenciou que ele teve uma atitude compassiva, misericordiosa e abnegada para com a humanidade decaída, herdeira do pecado e da morte dos refratários Adão e Eva. Foi benigno paciente, compassivo, prestimoso e compreensivo, quando esteve na terra por trinta e três anos e meio. Por ser ele mesmo homem e estar sob tentação, podia compreender o homem, e isto o habilitou a reconhecer com mais nitidez a espécie de tratamento de que a humanidade imperfeita e pecaminosa precisava. Mesmo enquanto morria de modo inocente na estaca de execução, no Calvário, agüentou sem queixa os ultrajes e os vitupérios de homens desencaminhados. Então, se ele foi assim quando na terra, sob as piores condições, podemos ter a certeza de que será assim durante seu sacerdócio milenar para com a humanidade. Este é o argumento animador apresentado pelo escritor inspirado:
77 “Ele realmente não auxilia em nada os anjos, mas auxilia o descendente de Abraão. Conseqüentemente, ele estava obrigado a tornar-se igual aos seus ‘irmãos’ em todos os sentidos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas referentes a Deus, a fim de oferecer sacrifício propiciatório pelos pecados do povo. Por ter ele mesmo sofrido, ao ser posto à prova, pode vir em auxílio daqueles que estão sendo postos à prova.” — Hebreus 2:16-18. Veja Hebreus 5:1, 2.
78. O que mostra Hebreus 5:7-10 quanto a que Jesus sofreu por causa da adoração pura e por nossa causa?
78 O que Jesus Cristo padeceu para se mostrar sumo sacerdote bem sucedido e sem defeito, na terra, para a adoração pura de Deus e por nossa causa, nos é descrito brevemente em Hebreus 5:7-10, nas seguintes palavras: “Cristo, nos dias da sua carne, ofereceu súplicas e também petições àquele que era capaz de salvá-lo da morte, com fortes clamores e lágrimas, e ele foi ouvido favoravelmente pelo seu temor piedoso. Embora fosse Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu; e, depois de ter sido aperfeiçoado, tornou-se responsável pela salvação eterna de todos os que lhe obedecem porque ele tem sido chamado especificamente por Deus como sumo sacerdote a maneira de Melquisedeque.”
79, 80. (a) Ter Cristo o “poder duma vida indestrutível” habilita-o a fazer o que para a humanidade durante seu sacerdócio milenar? (b) Que espécie de sacerdócio produziu o juramento afiançado de Deus em contraste com o produzido pela Lei?
79 Ter ele o “poder duma vida indestrutível” o habilitará a cumprir seu sacerdócio milenar sem sucessores até um término em honra de Deus. Poderá ajudar a humanidade até a eliminação total pecado e de sua terrível penalidade, a morte. Poderá fazer o que muitos sacerdotes arônicos, em sucessão, nunca puderam fazer no mais de um milênio e meio de seu serviço sagrado. Conforme está escrito, em Hebreus 7:23-28:
80 “Outrossim, muitos se tinham de tornar sacerdotes em sucessão, por serem impedidos pela morte de continuarem como tais, mas ele, por continuar vivo para sempre, tem o seu sacerdócio sem quaisquer sucessores. Por conseguinte, ele é também capaz de salvar completamente os que se aproximam de Deus por intermédio dele, porque está sempre vivo para interceder por eles. Pois, para nós era apropriado tal sumo sacerdote, leal, cândido, imaculado, separado dos pecadores e que chegou a ser mais alto do que os céus. Ele não precisa, como aqueles sumos sacerdotes, oferecer diariamente sacrifícios, primeiro pelos seus próprios pecados depois pelos do povo: (porque isto ele fez uma vez para sempre quando se ofereceu a si mesmo;) porque a Lei designa como sumos sacerdotes a homens que têm fraquezas, mas a palavra do juramento afiançado, que veio depois da Lei, designa um filho, que é aperfeiçoado para sempre.”
81. (a) Por que poderão os 144.000 subsacerdotes ser compassivos e compreensivos para com a humanidade? (b) O que os habilitara a fazer terem o “poder duma vida indestrutível”?
81 E que dizer dos 144.000 subsacerdotes espirituais, que “serão sacerdotes de Deus e do Cristo . . . por mil anos”? (Revelação 20:6) Ora, Deus predeterminou “que fossem modelados segundo a imagem de seu Filho”. (Romanos 8:29) Eles também nasceram cresceram como homens e mulheres, como humanos, mas pecaminosos, imperfeitos e com disposição má por causa da herança dos rebeldes Adão e Eva. Sabem, por isso, o que significa ser uma criatura humana fraca e pecadora. Do mesmo modo, também, iguais ao seu Sumo Sacerdote Jesus Cristo, podem ser compassivos e bondosos para com a humanidade pecadora e morredoura. Eram assim quando ainda estavam na terra, como subsacerdotes espirituais. Serão assim quando participarem da “primeira ressurreição” e se tornarem subsacerdotes celestiais. Não terão de morrer e lastimavelmente deixar sua obra por completar. Não, mas por terem o “poder duma vida indestrutível” poderão juntar-se ao seu Sumo Sacerdote e acompanhá-lo na execução da obra de eliminar o pecado, até a sua terminação perfeita. Com que resultado? Todos os dispostos da humanidade serão restabelecidos na perfeição humana, sem pecado.
82. Como descreve Revelação 21:4 a realização espantosa daquele sacerdócio milenar, e que espécie de universo terá Deus novamente?
82 Esta realização espantosa de tal sacerdócio por um milênio, sem intrigas clericais, é descrita para nós nas seguintes palavras maravilhosas: “Não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor nem dor. As coisas anteriores já passaram.” (Revelação 21:4) Sim, terá desaparecido o pecado, que é o “aguilhão que produz a morte”! A pecaminosidade da humanidade, herdada de nossos primeiros pais humanos, egotísticos, será eliminada; com todos os seus efeitos lamentáveis que desonram a Deus. O Deus Altíssimo, Jeová, terá novamente um universo limpo, puro e santo.
[Mapa na página 93]
(Para o texto formatado, veja a publicação)
PLANTA DA TENDA DE REUNIÃO
Mesa Para os Pães da Proposição
SANTÍSSIMO
Arca do Pacto
Altar do Incenso
Candelabro
Reposteiro
O SANTO
Cortina
PÁTIO
Altar da Oferta Queimada
Bacia
Portão
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O que se pode esperar dos juízes por mil anosAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 7
O que se pode esperar dos juízes por mil anos
1. O que foi dado aos que se assentaram nos tronos vistos por João?
AO RECEBER esta previsão do período de mil anos, que em breve trará maravilhas quase que incríveis, o inspirado apóstolo João escreveu: “E eu vi tronos, e havia os que se assentavam neles, e foi-lhes dado poder para julgar.” — Revelação (Apocalipse) 20:4.
2. Por que detrai um pouco do quadro de outro modo brilhante a idéia apresentada aqui a respeito dum “julgamento”?
2 “Tronos”, ocupados pelos que receberam o poder de julgar! É esta uma perspectiva esperançosa e consoladora ou lança uma sombra tenebrosa sobre o que de outro modo seria um quadro brilhante do vindouro Milênio dos milênios? Como encarava o próprio apóstolo João tal perspectiva? Como a devemos encarar nós hoje? Não ficamos profundamente desapontados com o sistema judiciário que prevalece hoje, mesmo na cristandade? Em nosso tempo, como em nenhum outro tempo anterior, cumprem-se as palavras do Salmo 82:5 como profecia referente a homens em cargos judiciais, que são como “deuses”, mas que se mostraram falsos para com o seu cargo: “Nada souberam e não entendem; estão andando em escuridão; são abalados todos os alicerces da terra.” Ou conforme este versículo bíblico é expresso pela versão católica romana da Bíblia de Jerusalém, segundo a edição inglesa: “Ignorantes e insensíveis, agem de modo cego, minando a própria base da sociedade terrestre.”
3, 4. (a) No entanto, depois daquilo que João viu logo antes disso, que sentimento deve dar-nos a vista daqueles tronos? (b) Por que é correto esperar alívio por parte destes “tronos” para a humanidade mal julgada?
3 O que a humanidade deseja hoje em dia é alívio! E, felizmente, o que o apóstolo João viu a respeito destes “tronos” de julgamento é algo que nos dá grande alívio mental, não algo para suscitar receios lúgubres. Lembremo-nos de que, em visão profética, João havia previsto a guerra entre o celestial Rei dos reis e os “reis da terra” com seus “exércitos”, e com a organização política, mundial. Houve derrota e destruição de todos estes reis e seus apoiadores terrenos. Isto deixou vagos os tronos ou assentos de poder, dos quais os governantes políticos proferiam julgamentos. Logo após isso, o apóstolo João viu a descida do anjo de Deus para a vizinhança da terra e depois o acorrentamento de Satanás, o Diabo, e seus demônios, e o lançamento deles no abismo, para ficarem encarcerados ali por mil anos, sob o selo divino. — Revelação 19:11 a 20:3.
4 Tal destruição do sistema de coisas controlado pelo Diabo certamente exige uma mudança das judicaturas na humanidade. Especialmente agora, já que o controle celestial sobre a humanidade passou para as mãos do vitorioso Rei dos reis, que é chamado “Fiel e Verdadeiro, e ele julga e guerreia em justiça”. (Revelação 19:11-16) No decorrer dos acontecimentos, pois, vêm à existência novos tronos de julgamento. Não se poderia esperar nada menos do que um grupo melhor de juízes para ocupar estes novos tronos de julgamento, que são postos pela autoridade de Deus nos céus. Por isso, pode-se esperar alívio judicial para a humanidade mal governada e mal julgada.
5, 6. Quem serão os juízes que ocuparão esses “tronos”, segundo as palavras de Jesus aos seus onze apóstolos fiéis, antes de ele ser traído?
5 Quem são estes novos juízes sobre a humanidade? As palavras de Jesus Cristo a um grupo representativo destes prospectivos juízes indicam quem pertencerá a esta série de juízes celestiais.
6 Na noite em que Jesus foi traído e preso, e julgado injustamente pelo tribunal mais alto de Jerusalém, ele disse aos seus remanescentes apóstolos fiéis: “Vós sois os que ficastes comigo nas minhas provações; e eu faço convosco um pacto, assim como meu Pai fez comigo um pacto, para um reino, a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu reino, e vos senteis em tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Lucas 22:28-30) Estes apóstolos fiéis foram os primeiros dos 144.000 incluídos por Jesus Cristo no pacto para o reino celestial, com seus tronos de julgamento. (Mateus 19:27, 28) Sobre estes 144.000 juízes associados, naturalmente, estará o Juiz Presidente, Jesus Cristo.
7. Segundo as palavras de Paulo ao Tribunal do Areópago em Atenas, como será a terra habitada julgada no tempo designado de Deus?
7 Isto traz à lembrança as palavras do apóstolo Paulo, quando intimado a comparecer perante o Tribunal do Areópago em Atenas, por volta do ano 51 E.C. No decorrer de sua explicação do seu caso perante esses juízes, que pareciam “mais dados ao temor das deidades do que os outros”, Paulo disse, por fim: “É verdade que Deus não tem tomado em conta os tempos de tal ignorância, no entanto, agora ele está dizendo à humanidade que todos, em toda a parte, se arrependam. Porque ele fixou um dia em que se propôs julgar em justiça a terra habitada, por meio dum homem a quem designou, e ele tem fornecido garantia a todos os homens, visto que o ressuscitou dentre os mortos.” (Atos 17:22-31) Portanto, o julgamento da terra habitada será feito “em justiça”, e o principal mediante quem Deus fará o julgamento será seu ressuscitado Filho Jesus Cristo.
8, 9. (a) Como poderá este Juiz designado julgar a humanidade assim como nenhum juiz humano fez? (b) Segundo as palavras de Jesus em João 5:27-30, como cuidará ele de que todos sejam julgados?
8 Mencionando por nome o designado a fazer o julgamento, o apóstolo Paulo disse, ao escrever sua última carta ao seu companheiro missionário Timóteo: “Eu te mando solenemente, perante Deus e Cristo Jesus, que está destinado a julgar os vivos e os mortos, e pela sua manifestação e pelo seu reino.” (2 Timóteo 4:1) Este Juiz divinamente designado agirá como magistrado dum modo como nenhum juiz humano na terra tem agido ou poderia agir; julgará mais do que apenas os humanos vivos. Ele julgará também os humanos mortos. Nenhum mero juiz humano designado por homens poderia trazer de volta os mortos, a fim de julgá-los. Mas este Juiz nomeado por Deus pode fazer isso. E esses mortos humanos terão tal julgamento milenar embora exija trazê-los de volta dentre os mortos, a fim de que possam ter tal julgamento ao qual tanto eles, como os “vivos” têm direito, por meio da morte sacrificial de Cristo. Note as palavras de Jesus:
9 “Assim como o Pai levanta os mortos e os faz viver, assim também o Filho faz viver os que ele quer. Porque o Pai não julga a ninguém, mas tem confiado todo o julgamento ao Filho, a fim de que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem não honrar o Filho, não honra o Pai que o enviou. E deu-lhe autoridade para julgar, porque é Filho do homem. Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão, os que fizeram boas coisas, para uma ressurreição de vida, os que praticaram coisas ruins, para uma ressurreição de julgamento. Não posso fazer nem uma única coisa de minha própria iniciativa; assim como ouço [do Pai], eu julgo; e o julgamento que faço é justo, porque não procuro a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” — João 5:21-23, 27-30.
10. (a) Para este julgamento, de que livrará o Juiz os mortos? (b) Que espécie de ato levou a esta libertação, e, assim, que pergunta surge sobre o objetivo da ressurreição?
10 Imagine só! Este Juiz, conhecido na terra como o Filho do homem, glorificará sua magistratura milenar por libertar a todos os mortos nos túmulos memoriais. O Dia do Juízo milenar será o dia de ressurreição para todos os nos túmulos memoriais, pelos quais o Filho do homem morreu como sacrifício humano perfeito. Isto significa todos os remidos da humanidade, além dos 144.000 juízes associados que têm parte na “primeira ressurreição”, uma ressurreição celestial. (Revelação 20:4-6) Devemos agora pensar que este ato amoroso de libertar os mortos enterrados, esta ressurreição terrestre, tem por objetivo prejudicar os ressuscitados? Faz-se um ato amoroso para prejudicar aquele para com quem é feito? O que queremos dizer é o seguinte: Esta ressurreição não será apenas daqueles que são considerados justos, mas também dos que são chamados “injustos”, em comparação. “Há de haver uma ressurreição tanto de justos como de injustos.” (Atos 24:15) Não tememos pelos justos, mas que dizer dos injustos?
11. (a) Que pergunta surge sobre o objetivo de os “injustos” serem ressuscitados? (b) Como influi neste assunto o caso do malfeitor moribundo, que se compadecia de Jesus?
11 Receberão os “injustos” a benignidade imerecida de serem ressuscitados apenas para enfrentarem um juiz severo e duro, que recapitulará toda a sua injustiça passada aos seus ouvidos e lhes mostrará assim por que os sentencia então à punição da destruição total, eliminando-os da existência? De que proveito prático seria a ressurreição para estes “injustos”, se este fosse o objetivo no seu caso? É este o propósito de serem ressuscitados, no caso daquele um dos “malfeitores”, pendurado numa estaca de execução ao lado de Jesus Cristo, no Calvário, o qual lhe disse: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”? Será que dizer ele estas palavras de compadecimento a Jesus o converteu de malfeitor em santo? Será que a resposta consoladora que Jesus lhe deu significava que o malfeitor fora declarado justo ou justificado pela fé, já quarenta e dois dias antes de o ressuscitado Jesus ascender à presença de seu Pai celestial, para apresentar o mérito de seu sacrifício humano? (Lucas 23:39-43) O homem ainda morreu como malfeitor condenado e deve ser contado como um dos “injustos” que hão de ser ressuscitados.
JUÍZES DOS TEMPOS PRÉ-CRISTÃOS
12. Por que precisarão tanto os “justos” como os “injustos” mais do que apenas a libertação dos túmulos memoriais por meio da ressurreição?
12 O que significará a ressurreição dos mortos para os chamados “injustos”, bem como os chamados “justos”? Todos eles morreram por causa do pecado e da penalidade deste, a morte, herdados dos desobedientes Adão e Eva. Portanto, todos eles morreram sem terem qualquer justiça própria. (Romanos 5:12; 3:23) Portanto, quando voltarem na ressurreição, sem transformação nas suas características pessoais, nem mesmo os “justos” serão humanamente perfeitos ou livres da imperfeição e da pecaminosidade. Isto se deu no caso dos homens e das mulheres que os profetas Elias e Eliseu, e o Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos ressuscitaram ou trouxeram de volta à vida na terra. (Hebreus 11:35) Em vista disso, os “justos” bem como os “injustos” precisarão de mais do que apenas a libertação dos túmulos memoriais pela ressurreição dentre os mortos. Os “justos” também precisarão ser libertos da pecaminosidade e da imperfeição humana. Por conseguinte, o Juiz celestial Jesus Cristo não pode de repente declará-los realmente inocentes, perfeitos, livres da pecaminosidade condenável, e no mesmo dia em que são ressuscitados fazer a decisão de que são dignos da vida eterna na terra.
13. (a) Por que destina Deus mil anos para Jesus Cristo ser o Juiz da humanidade? (b) O que mostra o livro dos “Juízes” sobre o que se espera do Juiz milenar de Deus?
13 Se a questão de cumprir com os deveres de juiz se limitasse apenas a fazer decisões no dia em que os “justos” e “injustos” ressuscitados comparecessem perante ele, por que se lhe designaram mil anos para servir como juiz a favor da humanidade? Designa-se este período longo para se fazer um trabalho e não apenas para proferir veredictos e sentenças. Na Bíblia, os que Deus suscitou como juízes para seu povo escolhido dos tempos pré-cristãos fizeram mais do que apenas resolver disputas entre pessoas ou proferir e executar decisões judiciais. Aqueles “juízes” da parte de Deus foram libertadores de Seu povo escolhido. Na Bíblia há um livro especificamente chamado “Juízes”. É um livro empolgante! Lemos nele a respeito das façanhas corajosas dos homens que Deus, “o Juiz de toda a terra”, suscitou para a libertação de seu povo oprimido. Aclamava-se o dia de julgamento que começava quando Deus suscitava um juiz para executar o julgamento a favor de seus aflitos!
14. Brevemente, o que lemos a respeito dos juízes Eúde e Baraque?
14 Lemos a respeito de Eúde, que começou a sua magistratura por matar ele mesmo o extraordinariamente gordo Rei Eglom dos moabitas, na sua própria sala de conferências, e que depois escapou, organizou os israelitas e os levou à vitória sobre os opressores moabitas. Lemos a respeito de Baraque, que demonstrou ter sido escolhido para a magistratura de sua nação por derrotar as poderosas forças militares de Jabim, rei de Canaã, que tornou terríveis as suas forças militares por equipá-las com novecentos carros de guerra, que tinham foices de ferro nas rodas.
15. Do mesmo modo, o que lemos sobre Gideão e também sobre Jefté?
15 Depois houve Gideão, um homem despretensioso, que com apenas trezentos homens de fé em Deus desbaratou os midianitas e os orientais, que haviam inundado a terra de Israel como incontáveis gafanhotos. Na calada da noite, quando Gideão e seus trezentos quase que rodearam o acampamento dos inimigos adormecidos, eles despedaçaram ao mesmo tempo seus jarros contra o chão, ergueram as suas tochas expostas, tocaram as suas trombetas e gritaram: “A espada de Jeová e de Gideão!” O acampamento repentinamente agitado entrou em pânico e fugiu, matando-se uns aos outros, e Gideão e seus trezentos foram perseguir os sobreviventes. Muitos anos depois, surgiu outra crise na Terra da Promessa, e Jeová suscitou Jefté, um proscrito, para enfrentar os amonitas arrogantes. O zelo de Jefté pela causa de Jeová era tão fervoroso, que votou de sua própria iniciativa sacrificar a Deus aquele que lhe viesse ao encontro ao voltar para casa, se obtivesse a vitória. Quando ele, entusiasmado com a vitória, primeiro se encontrou com sua filha única, mostrou sua devoção a Deus por oferecê-la ao serviço divino.
16, 17. (a) Como serviu Sansão qual juiz de Israel? (b) O que diz o escritor inspirado sobre os Juízes, em Hebreus 11:32-34?
16 Ora, quem não ouviu falar de Sansão, homem cujo nascimento foi predito aos pais dele e que se mostrou o homem fisicamente mais forte que já houve na terra! Libertou sozinho seu povo de Israel dos filisteus opressivos, mas, no dia de sua morte, como prisioneiro cego dos filisteus, causou o colapso do templo de Dagom, em Gaza, na Filístia, que desmoronou sobre mais de três mil celebrantes, matando assim mais filisteus neste dia de sua morte do que matara durante a sua vida.
17 Incluindo estes juízes entre os homens de fé triunfante em Deus, o inspirado escritor cristão diz, em Hebreus 11:32-34: “E que mais hei de dizer? Pois o tempo me faltaria se prosseguisse relatando sobre Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, bem como Samuel e os outros profetas, os quais, pela fé, derrotaram reinos, puseram em execução a justiça, obtiveram promessas, taparam as bocas de leões, pararam a força do fogo, escaparam do fio da espada, dum estado fraco foram feitos poderosos, tornaram-se valentes na guerra, desbarataram os exércitos de estrangeiros.”
18, 19. (a) Quem foi responsável pelas aflições que sobrevieram aos israelitas após a colonização da Terra da Promessa? (b) Por que foi necessário que se lhes suscitasse uma série de juízes?
18 Naturalmente, os israelitas nos dias daqueles juízes eram responsáveis pelas aflições deles às mãos do inimigo, porque se haviam afastado da adoração pura de Jeová como o Deus vivente. Mas quando voltavam a ele em arrependimento sincero e adoração, Ele lhes mostrava favor. Conforme diz o registro em Juízes 2:16-19:
19 “Portanto, Jeová suscitava juízes e estes os salvavam da mão dos seus rapinantes. E não escutaram nem mesmo os seus juízes, mas tiveram relações imorais com outros deuses e foram curvar-se diante deles. Desviaram-se depressa do caminho em que seus antepassados haviam andado por obedecerem aos mandamentos de Jeová. Eles não fizeram assim. E quando Jeová lhes suscitou juízes, Jeová mostrou estar com o juiz e os salvou da mão dos seus inimigos, todos os dias do juiz; pois Jeová deplorava seu gemido por causa dos seus opressores e dos que os empurravam. E acontecia que, morrendo o juiz, voltavam atrás e agiam mais ruinosamente do que seus pais, andando após outros deuses para os servir e se curvar diante deles. Não desistiram das suas práticas, nem do seu proceder obstinado.”
JUÍZES CELESTIAIS, IMORTAIS
20. (a) Durante o milênio, por que não ficará a humanidade entregue a si mesma, vez após vez, assim como durante o tempo dos juízes de Israel? (b) Por que precisará até mesmo a “grande multidão” de sobreviventes da tribulação ter uma libertação adicional?
20 Entretanto, os juízes que este mesmo Jeová Deus suscita nas pessoas de Jesus Cristo e de seus 144.000 associados judiciais não morrerão, nem deixarão os habitantes da terra entregues a si mesmos, embora Satanás, o Diabo, e seus demônios tenham sido removidos da vizinhança, por serem lançados num abismo. Possuindo o “poder duma vida indestrutível”, todos servirão continuamente durante o pleno mandato judicial de mil anos. Não se sentarão apenas em tronos, emitindo decisões e decretos, mas agirão como libertadores, assim como fizeram os juízes fiéis, que obtiveram a aprovação de Jeová nos tempos antigos. Até mesmo “os vivos”, que sobreviverão à “grande tribulação” sob a proteção divina e continuarão a viver depois de Satanás e seus demônios terem sido lançados no abismo, ainda necessitarão de uma libertação adicional. Por causa de sua posição justa perante Deus, são preservados vivos na terra para o dia milenar de julgamento, mas no seu caso há mais algo de que precisam ser libertos. De que se trata? É sua pecaminosidade, imperfeição, fraqueza e seu estado morredouro com que foram preservados através da destruição deste sistema de coisas e o lançamento de Satanás e seus demônios no abismo.
21, 22. (a) Por que precisarão os mortos humanos duma libertação adicional ao serem ressuscitados? (b) Por que motivo serão alguns, tais como Jó e Davi, considerados “justos” ao serem ressuscitados?
21 Também, no caso dos “mortos”, que precisam ser tirados dos túmulos memoriais: Quer tenham sido considerados “justos”, quer “injustos”, ao serem despertados do sono da morte, todos precisarão de ser libertos da pecaminosidade, das falhas, dos defeitos, das fraquezas humanas e da propensão para a morte. Serem alguns considerados como “justos” não significa que são humana e moralmente perfeitos na carne. Serem justos aos olhos de Deus, porém, significa que são homens e mulheres de integridade para com Deus, assim como o paciente Jó da terra de Uz. (Jó 2:3, 9; 27:5; Tiago 5:11; Ezequiel 14:14, 20) Ou como o Rei Davi, de Jerusalém, que não temia ser julgado pelo seu Deus, pois ele diz no Salmo 26:1-3, 11:
22 “Julga-me, ó Jeová, porque eu mesmo tenho andado na minha própria integridade e tenho confiado em Jeová, para não vacilar. Examina-me, ó Jeová, e põe-me à prova; refina-me os rins e o coração. Porque a tua benevolência está diante dos meus olhos e tenho andado na tua verdade. Quanto a mim, andarei na minha integridade. Oh! redime-me e mostra-me favor.”
23, 24. (a) Por causa de que espécie de ressurreição negaram-se aqueles homens de integridade, pré-cristãos, a negociar com os ímpios? (b) O que diz sobre tais Hebreus 11:35-40?
23 Outros homens dos tempos pré-cristãos, que morreram na sua integridade, negando-se a ser desleais a Jeová Deus por alguma negociata ou transigência com os ímpios, eram os homens e as mulheres mencionados ou falados no Heb capítulo onze do livro escrito aos hebreus cristianizados. Eles aguardavam uma ressurreição à vida sob condições terrestres melhores, sob um governo melhor, debaixo do qual pudessem viver para sempre em perfeita paz e felicidade, e em integridade para com o Deus vivente. Em expressão disso, escreveu-se em Hebreus 11:35-40:
24 “Mulheres receberam os seus mortos pela ressurreição; mas outros homens foram torturados porque não queriam aceitar um livramento por meio de algum resgate, a fim de que pudessem alcançar uma ressurreição melhor. Sim, outros receberam a sua provação por mofas e por açoites, deveras, mais do que isso, por laços e prisões. Foram apedrejados, foram provados, foram serrados em pedaços, morreram abatidos pela espada, andavam vestidos de peles de ovelhas e de peles de cabras, passando necessidade, tribulação, sofrendo maus tratos; e o mundo não era digno deles. Vagueavam pelos desertos, e pelas montanhas, e pelas covas, e pelas cavernas da terra. Contudo, embora todos estes recebessem testemunho por intermédio de sua fé, não obtiveram o cumprimento da promessa, visto que Deus previu algo melhor para nós, a fim de que eles não fossem aperfeiçoados à parte de nós.”
25, 26. (a) Por que não temerão os “justos”, ao serem ressuscitados, aquele Dia de Juízo? (b) Por que terão os “injustos” uma desvantagem, ao serem ressuscitados, em comparação com os “justos”?
25 Por terem morrido na sua integridade a Deus, estes “justos” serão ressuscitados na sua integridade para com Deus, embora não ressuscitados em perfeição humana e conduta impecável. Não temerão o grande Dia do Juízo de mil anos, ao qual são levados pela ressurreição. A integridade que desenvolveram antes da morte e com que serão ressuscitados lhes dará uma vantagem sobre os “injustos” em progredir para a própria perfeição humana, em completa liberdade da pecaminosidade. Eles terão como que uma dianteira sobre os “injustos” nesta direção.
26 Neste respeito, está escrito: “Alguém de poucos meios que está andando na sua integridade é melhor do que o pervertido nos seus lábios e o estúpido.” Também: “O justo está andando na sua integridade. Felizes são os seus filhos depois dele.” (Provérbios 19:1; 20:7) Por outro lado, será muito mais difícil para os “injustos” que até a morte cultivaram tendências pecaminosas, maus hábitos e anseios ruins. Estes serão impedimentos, desvantagens, estorvos, que operarão contra eles na corrida de ganhar a vida eterna em perfeição humana, sem pecado, numa terra paradísica. Também, muitos destes “injustos”, nesta vida, deixaram de aproveitar-se das oportunidades e provisões espirituais disponíveis, as quais desconsideraram, desprezaram, desdenharam ou repeliram. Assim, terão de vencer uma disposição de falta de apreço e de obstinação. Portanto, será penoso para eles. Jesus Cristo deu exemplos de casos assim, quando disse às cidades impenitentes de Corazim, Betsaida e Cafarnaum:
27. Como foi isto ilustrado por Jesus por meio de Corazim, Betsaida e Cafarnaum?
27 “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se tivessem ocorrido em Tiro e Sídon as obras poderosas que ocorreram em vós, há muito se teriam arrependido em saco e cinzas. Conseqüentemente, eu vos digo: No Dia do Juízo será mais suportável para Tiro e Sídon do que para vós. E tu, Cafarnaum, serás por acaso enaltecida ao céu? Até o Hades descerás; porque, se as obras poderosas que ocorreram em ti tivessem ocorrido em Sodoma, ela teria permanecido até o dia de hoje. Conseqüentemente, eu vos digo: No Dia do Juízo será mais suportável para a terra de Sodoma do que para ti.” — Mateus 11:20-24.
28, 29. (a) Por que será a geração judaica dos dias de Jesus condenada pelos antigos ninivitas e pela rainha do sul? (b) No Dia do Juízo, que equilíbrio haverá entre os que agora têm vantagens e os que têm desvantagens religiosas?
28 Falando à geração dos judeus, que adulteravam sua relação com Deus pelo mundanismo e que baseavam sua crença em sinais visíveis, Jesus disse: “Homens de Nínive se levantarão no julgamento com esta geração e a condenarão; porque eles se arrependeram com o que Jonas pregou, mas, eis que algo maior do que Jonas está aqui. A rainha do sul será levantada no julgamento com esta geração e a condenará; porque ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, mas, eis que algo maior do que Salomão está aqui.” — Mateus 12:38-42.
29 Então, quantas surpresas haverá para muitos dos religiosos justos aos seus próprios olhos, para os religiosos formais, convencidos, complacentes, certos de que eram mais justos do que os que chamavam de pagãos! Verificarão que eram hipócritas religiosos, ao passo que os pagãos, que menosprezavam, eram mais sinceros, mais dóceis, mais apreciativos e menos repreensíveis, por causa de sua ignorância. A sinceridade e a atitude das pessoas religiosamente menos favorecidas condenará então os privilegiados, que negligenciaram suas oportunidades com indiferença ou deliberação. Portanto, haverá um equilíbrio justo da questão, entre os atuais favorecidos e os desfavorecidos.
AS VANTAGENS DO DIA DO JUÍZO
30, 31. (a) No Dia do Juízo, é preciso que se recapitule diante de todos os humanos sua condição anterior para ver se são inocentes ou culpados? (b) Usando-se os judeus sob a Lei, o que se demonstrou a respeito de toda a humanidade?
30 Não se pode negar a veracidade da declaração em Romanos 3:22, 23: “Não há distinção. Pois todos pecaram e não atingem a glória de Deus.” Portanto, no Dia do Juízo, todos, “os vivos e os mortos”, com a ajuda dos juízes celestiais que Jeová Deus suscitar, necessitarão urgentemente ser libertos de todos os vestígios do pecado, da fraqueza moral e da imperfeição física com que foram levados ao Dia do Juízo. Toda a evidência, todo o testemunho são contra a humanidade, conforme se declara compreensivelmente em Romanos 3:23 e em outros textos, e isto não precisa ser recapitulado perante os em julgamento, para ver se são inocentes ou culpados. O fracasso dos judeus naturais quanto a guardarem a Lei que Deus lhes deu mediante Moisés demonstrou que nenhuma parte da humanidade, nem mesmo os próprios judeus favorecidos, podiam guardar perfeitamente a lei de Deus. Assim, por meio desta demonstração prática com os judeus sob a Lei, toda boca humana foi calada quanto a defender quem a usava, e todo o mundo da humanidade foi provado culpado perante Deus. É assim como o apóstolo Paulo escreveu há muito tempo atrás:
31 “Ora, nós sabemos que todas as coisas ditas pela Lei ela dirige aos que estão debaixo da Lei, a fim de que tape cada boca e todo o mundo fique sujeito a Deus para punição.” — Romanos 3:19.
32. (a) O que se precisa dizer a respeito de os homens terem uma “segunda oportunidade” no Dia do Juízo? (b) Então, de quem dependerá se hão de viver ou não na terra paradísica, e por quê?
32 Visto que a humanidade nasceu pecadora e condenada à morte, ela nunca teve “uma oportunidade”. Nunca pôde justificar-se perante o Deus da absoluta perfeição por fazer obras perfeitas de justiça e livrar-se da pecaminosidade. Portanto, o Dia do Juízo não oferece à humanidade o que se chama de “segunda oportunidade”. Antes, oferece à humanidade sua primeira oportunidade real de obter a vida eterna em perfeição humana e absoluta inocência num Paraíso terrestre. O Dia do Juízo oferece à humanidade a oportunidade que o perfeito sacrifício humano de Cristo lhe provê para se purificar do pecado e ser soerguida à plena “glória de Deus”, que agora não atinge. Em vista disso, depende do que “os vivos e os mortos” farão no Dia do Juízo para ver se hão de possuir a terra paradísica para sempre ou não. Seus antecedentes já foram estabelecidos e são irreversíveis, com bons ou maus efeitos para eles. O Dia do Juízo lhes permitirá provar o desejo sincero de seu coração de ter acabado, liquidado e terminado com o pecado para sempre. Os juízes celestiais estarão no cargo para ajudá-los com instruções e orientação.
33. Como é a oportunidade do Dia do Juízo representada em linguagem simbólica em Revelação 20:11-15?
33 Esta oportunidade no Dia do Juízo é retratada para nós em Revelação 20:11-15 na seguinte linguagem simbólica: “E eu vi um grande trono branco e o que estava sentado nele. De diante dele fugiam a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E eu vi os mortos, os grandes e os pequenos, em pé diante do trono, e abriram-se rolos. Mas outro rolo foi aberto; é o rolo da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas escritas nos rolos, segundo as suas ações. E o mar entregou os mortos nele, e a morte e o Hades entregaram os mortos neles, e foram julgados individualmente segundo as suas ações. E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Este significa a segunda morte, o lago de fogo. Outrossim, todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.”
34. (a) Inclui a ressurreição representada ali os que participam da “primeira ressurreição”? (b) Que registro não está contido nos “rolos” abertos então, e por que não?
34 Este quadro simbólico não envolve os que participam da “primeira ressurreição” e dos quais já se falou em Revelação 20:4-6 como não estando em perigo da “segunda morte”. Este quadro se refere aos que participam na ressurreição à existência na terra e que serão julgados dignos da vida eterna só no fim dos mil anos, quando puderem mostrar sua justiça plenamente adquirida na perfeição humana. Os “rolos” abertos, cujas coisas escritas servem de base para serem julgados favoravelmente ou adversamente, não são rolos com o registro de todos os seus atos passados, imperfeitos e pecaminosos, na vida atual, sob este sistema de coisas. Os juízes celestiais não precisarão gastar mil anos repassando os registros das vidas humanas passadas para saber a culpa ou a inocência de cada um dos ressuscitados. Não são tão ignorantes ou tão mal informados sobre o passado da humanidade. Os juízes não procuram o passado da humanidade, mas sim o futuro dela. A humanidade precisa de orientação para o futuro!
35, 36. (a) Então, o que representam estes “rolos” e quem saberá o conteúdo deles? (b) Por que não haverá desculpa para ninguém na terra quanto a não saber disso?
35 De modo que estes “rolos” abertos são a nova série de instruções, orientações e ordens que são dadas à humanidade pelos juízes que atuam por Deus. Assim, toda a humanidade será informada sobre o conteúdo destes “rolos” abertos, para saber as normas segundo as quais será julgada e o que se espera dela quanto à sua conduta e obra futura. A humanidade não será deixada em ignorância, e todos serão obrigados a saber a lei segundo os rolos de julgamento. Não haverá nem Satanás, o Diabo, nem qualquer de seus demônios por perto, na vizinhança invisível da terra, para cegar as pessoas, para desencaminhá-las, para perverter a lei e as instruções publicadas. Não; porque aqueles velhos “céus” terão fugido de diante da face de Deus, quem estabelece o tempo para este Dia do Juízo. Por conseguinte, não haverá feiticeiros, nem médiuns espíritas ou adivinhos, nem astrólogos com horóscopos, nem haverá venda de pranchas Ouija e outros apetrechos demoníacos similares. Existirão apenas os “novos céus” e estes baixarão a justiça. Conforme lemos:
36 “Ó céus, fazei-o destilar de cima; e escoe o próprio céu nublado a justiça. Abra-se a terra e seja ela frutífera com salvação, e faça ela a própria justiça brotar ao mesmo tempo. Eu mesmo, Jeová, o criei.” — Isaías 45:8.
“PRÍNCIPES” TERRESTRES
37. (a) Como transmitirão os Juízes celestiais à humanidade o conteúdo desses “rolos”? (b) Como saberá a humanidade quando se executarão as leis e os regulamentos de Deus?
37 De que maneira os invisíveis juízes celestiais comunicarão o conteúdo dos “rolos” abertos aos habitantes da terra não se declara especificamente na Bíblia. Mas haverá representantes diretos do reino celestial de Deus na terra. Sua presença entre a humanidade será evidência oficial de que veio à existência uma “nova terra”, com sua nova sociedade humana. A velha “terra” dominada invisivelmente por Satanás, o Diabo, terá fugido de diante da face de Deus e não se encontrará lugar para ela exceto na destruição. Os tribunais, advogados, promotores e o sistema judiciário serão coisas do passado; caberá então à pessoa estar bem versada na lei de Deus, para julgar segundo ela e para aplicá-la. E quando os representantes terrestres do reino agirem, as pessoas saberão e compreenderão nitidamente que se executam a lei e os regulamentos de Deus.
38. Dependerá o Rei celestial Jesus Cristo de seus antepassados terrestres para ter distinção ou tem distinção pelo seu próprio mérito?
38 As Escrituras proféticas fornecem-nos indicações deste arranjo para o Dia do Juízo milenar. Por exemplo, veja o Salmo 45, que é um poema a respeito do Rei ungido de Deus, Jesus, o Messias ou Cristo. Depois de falar profeticamente sobre o casamento celestial de Jesus Cristo e de sua congregação-noiva, e sobre os que assistem a classe da noiva, o salmo diz: “Entrarão no palácio do rei. Em lugar de teus antepassados virá a haver teus filhos, os quais designarás para príncipes em toda a terra.” (Salmo 45:15, 16) Naturalmente, o Rei celestial Jesus Cristo teve antepassados ilustres, cuja lista é fornecida no registro bíblico, quer tenham servido no trono terrestre do Rei Davi, em Jerusalém, quer não. Mas o Rei celestial não dependerá deles para ter distinção. Terá a sua própria, embora na terra, como homem perfeito, Jesus Cristo se negasse a se sentar num trono material em Jerusalém ou em outra parte.
39. Como excederá o Rei Jesus Cristo em distinção até mesmo o Rei Davi quanto ao território abrangido?
39 O Rei celestial Jesus Cristo excederá até mesmo Davi em fama, honra e distinção. Estenderá seu reino muito além das fronteiras de todo o território que o Rei Davi conquistou nos seus dias, segundo a promessa de Deus a Abraão. (Gênesis 15:17-21) Sim, até onde o Oriente se encontra com o Ocidente o Norte com o Sul, sim, em volta do planeta, “toda a terra”. Conforme está escrito “Referente a Salomão”, como tipo profético do Rei Jesus Cristo: “Ó Deus, dá ao rei as tuas próprias decisões judiciais, e ao filho do rei a tua justiça. Pleiteie ele a causa do teu povo com justiça e dos teus atribulados com decisão judicial. E terá súditos de mar a mar e desde o Rio até os confins da terra.” — Salmo 72: cabeçalho, 1, 2, 8.
40. No que se refere a filhos principescos, que problema parece surgir, por Jesus não ter tido filhos na terra e por ele ser o Herdeiro Permanente do Rei Davi?
40 No entanto, parece haver um problema nisso? Este Rei que é maior e mais sábio do que Salomão, filho do Rei Davi, não se casou quando esteve aqui na terra como homem perfeito, com a faculdade de procriação nos lombos para produzir uma família humana, perfeita. Então, como se pode cumprir a profecia de que “em lugar de teus antepassados”, note, “virá a haver teus filhos, os quais designarás para príncipes em toda a terra”? Além disso, o Jesus Cristo celestial é o Herdeiro Permanente do Rei Davi, e por causa de seu “poder duma vida indestrutível” reinará sem sucessores, sem necessidade de que um filho o suceda. Conforme o anjo Gabriel disse a Maria a respeito de seu prospectivo Filho Jesus: “Jeová Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre, e não haverá fim do seu reino.” — Lucas 1:32, 33.
41, 42. (a) Por que não são os 144.000 aqueles “filhos” a serem designados na terra? (b) De que modo terá o celestial Jesus Cristo “Filhos” terrenos, em cumprimento de que título profético?
41 Sabemos que os 144.000 co-herdeiros de Jesus Cristo não são seus filhos espirituais, mas que são filhos de Deus, “deveras, herdeiros de Deus, mas co-herdeiros de Cristo”. (Romanos 8:17) Então, quem são estes mencionados como sendo “teus filhos, os quais designarás para príncipes em toda a terra”? Evidentemente, não são filhos celestiais do Rei Jesus Cristo. Devem ser filhos terrestres, os quais, por estarem na terra, podem ser designados para príncipes “em toda a terra”. Estes serão filhos Seus por meio da ressurreição dos mortos, especificamente dos mortos “justos”. Seu título prometido, segundo a profecia de Isaías 9:6, 7, a saber, Pai Eterno, não será mero título honorífico, fútil. Ele será realmente pai para a família humana ressuscitada. Ele é “o último Adão”, que se tornou “espírito vivificante”. (1 Coríntios 15:45, 47) O primeiro homem Adão vendeu todos os seus descendentes ao pecado e à morte, mas o “segundo homem”, que “é do céu”, depôs a sua vida humana perfeita para comprá-los de volta de tal herança adâmica. Por isso lemos:
42 “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus, o qual se entregou como resgate correspondente por todos.” (1 Timóteo 2:5, 6) “Observamos a Jesus, feito um pouco menor que os anjos, coroado de glória e de honra por ter sofrido a morte, para que, pela benignidade imerecida de Deus, provasse a morte por todo homem.” — Hebreus 2:9.
43. (a) Como se tornará o Rei pai da “grande multidão” de sobreviventes da tribulação que não precisam de ressurreição? (b) Como se tornará eterna a sua paternidade quanto à humanidade?
43 Pelo sacrifício de si próprio, segundo a vontade de Deus, Jesus Cristo obteve o direito de conferir a vida à raça morredoura da humanidade, tornando-se assim seu pai. Ele transmitirá vida aos “mortos”, tanto os “justos” como os “injustos”, por chamá-los para fora de seus túmulos memoriais e de suas sepulturas aquosas, soerguendo então todos os dispostos à perfeição da vida humana. Quanto aos “vivos”, que sobreviverão à “grande tribulação” para o reino milenar de Cristo, também elevará estes sobreviventes “justos” a um nível de vida “em abundância”, à vida como criaturas humanas em perfeição gloriosa. (João 10:10; 2 Timóteo 4:1; Atos 24:15) Terá realizado tudo isso até o fim dos mil anos. Mas esta vida abundante de seus filhos terrestres pode prosseguir para sempre, e haverá os que por manterem a integridade em perfeição, se mostrarão merecedores da vida eterna. Estes serão seus filhos eternos e ele será literalmente seu Pai Eterno.
44, 45. (a) Como começará o Rei a reinar com suficientes príncipes na terra e por que serão todos os designados classificados como “príncipes”? (b) No entanto, é necessário ter linhagem real para que o chefe sobre outros seja chamado de príncipe (sar)?
44 No princípio de seu reinado milenar, o ilustre Rei Jesus Cristo começará a tomar os aptos dentre os seus filhos terrestres para ser “príncipes em toda a terra”. Os “vivos” que sobreviverem à “grande tribulação” e ao lançamento de Satanás e seus demônios no abismo fornecerão certo número destes “príncipes”. Os “justos” dentre os “mortos” ressuscitados do sono da morte fornecerão mais outros, suficientes para se ter os designados “príncipes em toda a terra”. O Salmo 45:16 parece significar que tais “príncipes” incluirão os homens “justos” dentre os seus “antepassados” ressuscitados. Antigamente eram seus antepassados, mas então se tornarão seus “filhos”, por meio da ressurreição. Sendo filhos do Rei celestial, tais designados serão classificados como “príncipes”.
45 Entretanto, deve-se notar que a palavra hebraica para “príncipes”, no Salmo 45:16, é sarim. Entre os antigos israelitas, nem todo aquele que era chamado “sar” tinha parentesco real. Entre eles, chamava-se “sar” o chefe de mil, o chefe de cem, o chefe de cinqüenta e até o chefe de dez homens. Até mesmo o chefe dos copeiros reais ou o chefe dos padeiros reais podia ser chamado “sar”. — Êxodo 18:21, 25; Deuteronômio 1:15; 20:9; 1 Samuel 8:12; Gênesis 40:2. Compare isso com Gênesis 23:5, 6.
46, 47. (a) Será que todos os designados terão de ser antepassados régios ou patriarcais do Rei, e que espécie de homens terão de ser? (b) Nos interesses de quem terão de ter verdadeiro interesse, conforme descrita em Isaías 32:1, 2?
46 Nem todos estes designados para ser “príncipes em toda a terra” terão de ser dos antepassados reais ou patriarcais de Jesus Cristo como homem. Basicamente, terão de ser homens de integridade, “homens capacitados”, “homens sábios e experientes”, tais como os que o profeta Moisés designou para ser juízes, a respeito dos quais lemos: “Moisés passou a escolher homens capacitados dentre todo o Israel e a dar-lhes posições como cabeças sobre o povo, como chefes [sarim] de mil, chefes [sarim] de cem, chefes [sarim] de cinqüenta e chefes [sarim] de dez. E julgaram o povo em toda ocasião propícia. Qualquer causa difícil traziam a Moisés, mas toda causa pequena resolveram eles mesmos como juízes.” (Êxodo 18:25, 26; Deuteronômio 1:15) Os príncipes terrestres designados pelo Rei Jesus Cristo estarão realmente interessados no bem-estar do povo e em resolver pacífica e amigavelmente as dificuldades. Serão corajosos e protetórios do que é direito, assim como os príncipes descritos em Isaías 32:1, 2, que diz:
47 “Eis que um rei reinará para a própria justiça; e quanto a príncipes [sarim] governarão como príncipes para o próprio juízo. E cada um deles terá de mostrar ser como abrigo contra o vento e como esconderijo contra o temporal, como correntes de água numa terra árida, como a sombra dum pesado rochedo numa terra esgotada.”
48, 49. (a) Tem havido um aumento dos crimes por causa de que crença estimulada nos criminosos em vista dos atuais processos legais? (b) Segundo Eclesiastes 8:11-13, a quem irá bem — com o que repete os crimes ou com quem?
48 Naqueles dias do celestial Príncipe [Sar] da Paz, fazer a justiça e trazer os violadores ao juízo não será um processo vagaroso e demorado, sem juízes e funcionários suficientes para julgar prontamente todos os violadores. Levar muito tempo, em muitos casos vários anos, para levar contraventores a juízo, para desfazer injustiças e fazer vigorar a justiça, tem estimulado os criminosos, que são induzidos a pensar que podem safar-se finalmente sem punição. O crime tem aumentado enormemente durante a última metade deste século vinte, mas já antes de começar o século onze antes de nossa Era Comum, o sábio escritor inspirado de observações aguçadas escreveu:
49 “Por não se ter executado prontamente a sentença contra um trabalho mau é que o coração dos filhos dos homens ficou neles plenamente determinado a fazer o mal. Embora o pecador faça o mal cem vezes” — imagine só! Mas o escritor inspirado prossegue: “e continue por um longo tempo conforme quiser, contudo, estou também apercebido de que resultará em bem para os que temem o verdadeiro Deus, porque têm tido temor dele. Mas não resultará em nada de bom para o iníquo nem prolongará ele os seus dias, que são como uma sombra, porque ele não tem temor de Deus”. — Eclesiastes 8:11-13.
50. (a) A atual vagarosidade da justiça se deve a que, muito acima da humanidade? (b) como reagirá a “nova terra” para com os “novos céus” diante da justiça?
50 O atual processo vagaroso de se levar os contraventores a juízo ou de nunca serem levados a prestar contas deve-se a vivermos na ‘velha terra’ sob os ‘velhos céus’, e a que Satanás, o Diabo, e suas “forças espirituais iníquas nos lugares celestiais” estão dominando a sociedade humana. A destruição da velha sociedade humana corruta e o lançamento de Satanás e seus demônios no abismo removerá toda a obstrução da justiça durante a magistratura milenar do Príncipe [Sar] da Paz, com seus 144.000 juízes associados. Em resultado da destilação e do escoamento da justiça desde os “novos céus”, o solo humano da “nova terra” reagirá favoravelmente e se tornará frutífero de modo correspondente. Jeová predisse isso, dizendo: “Abra-se a terra e seja ela frutífera com salvação, e faça ela a própria justiça brotar ao mesmo tempo. Eu mesmo, Jeová, o criei.” — Isaías 45:8.
51. Então, que época ansiamos de alma, junto com Isaías?
51 Não ansiamos tal era de justiça e juízo? Durante esse tempo, a vereda do justo não será tão escabrosa como agora, mas será alisada. Na expectativa desta época desejável, o profeta Isaías, que aguardava uma ressurreição terrestre, escreveu sob inspiração: “A vereda do justo é retidão. Sendo tu reto, aplainarás o próprio rumo do justo. Sim, pela vereda dos teus julgamentos, ó Jeová, temos esperado em ti. O desejo da alma tem sido por teu nome e por teu memorial. Almejei-te com a minha alma durante a noite; sim, com o meu espírito dentro de mim estou à procura de ti; porque, quando há julgamentos teus para a terra, os habitantes do solo produtivo certamente aprenderão a justiça. Ainda que se mostre favor ao iníquo, ele simplesmente não aprenderá a justiça. Na terra da direiteza ele agirá injustamente e não verá a alteza de Jeová.” — Isaías 26:7-10.
52, 53. (a) Mesmo na terra da direiteza, sob o favor divino, para quem será difícil aprender a justiça? (b) No caso destes, que princípio declarado pelo apóstolo Pedro parece apropriado?
52 A milenar “terra da direiteza”, de direiteza nos tratos com o povo e entre o povo, será um lugar onde se mostrará grande favor a toda a humanidade na sua imperfeição humana, inata. Alguns membros da família humana caíram mais profundamente na degradação pecaminosa do que outros e ficaram endurecidos numa personalidade injusta, por causa da longa demora de serem levados ao juízo. Sua tendência habitual é para a injustiça. É fácil de ver como os iníquos desta espécie achariam difícil de aprender a justiça e a retidão, mesmo que tudo em volta deles seja direiteza e se lhes mostre favor divino mediante o Rei Jesus Cristo. Apesar de toda a ajuda que lhes será oferecida, estarão inclinados a agir injustamente. Não vão querer reconhecer a alteza de Jeová como Legislador legítimo, nem a retidão de suas normas da vida. Parece ajustar-se a eles o princípio expresso pelo apóstolo Pedro:
53 “Pois é o tempo designado para o julgamento principiar com a casa de Deus. Ora, se primeiro começa conosco, qual será o fim daqueles que não são obedientes às boas novas de Deus? ‘E se o justo está sendo salvo com dificuldade, onde aparecerá o ímpio e o pecador?’” — 1 Pedro 4:17, 18.
54. Precisarão ser preservados vivos até o fim do Dia do Juízo os que receberem em vão o favor de Deus, desacertando seu propósito? Qual é o motivo disso?
54 Os que na “terra da direiteza” receberem o “favor” de Deus em vão, desacertando seu propósito amoroso, e que se mostrarem incorrigíveis, não necessariamente terão de ser preservados até o fim dos mil anos antes de serem executados, como inaptos para a vida eterna no Paraíso restabelecido na terra. Sem qualquer injustiça para com tais que se mostrarem além de correção, poderão ser executados por aquele a quem Deus designou para julgar em justiça a terra habitada. Eles não recebem seus nomes inscritos no “livro da vida” e por isso só são aptos para a “segunda morte”, conforme simbolizada pelo “lago de fogo” que causa uma destruição completa. (Revelação 20:14, 15) Quão sábio e prudente é, pois, ser agora obediente às “boas novas de Deus” e cultivar amor à justiça, em vista daquele vindouro Dia do Juízo!
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O que se pode esperar ao terminar o dia milenar de juízoAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 8
O que se pode esperar ao terminar o dia milenar de juízo
1. Por que não será nada de extraordinário esperar-se que os habitantes da terra aprendam a justiça durante os mil anos em que Satanás estiver no abismo?
DURANTE os mil anos do encarceramento de Satanás, o Diabo, no abismo, haverá mundialmente os julgamentos da parte de Deus para a terra e seus habitantes. Os juízes celestiais farão decisões e agirão por Jeová Deus. O mesmo farão os representantes principescos na terra. Agirão como os juízes aos quais o Rei Jeosafá, de Jerusalém, colocou em todo o país para fazer o povo voltar a Deus. Jeosafá disse-lhes: “Vede o que estais fazendo, porque não é para o homem que julgais, mas é para Jeová; e ele está convosco na questão do julgamento. E agora venha sobre vós o pavor de Jeová [não do homem]. Tomai cuidado e agi, porque com Jeová, nosso Deus, não há injustiça, nem parcialidade, nem aceitação de suborno.” (2 Crônicas 19:4-7) Havendo tais juízes celestiais e seus príncipes judiciais na terra, não será extraordinário demais esperar-se que os habitantes da produtiva terra paradísica aprendam a justiça, ao todo durante mil anos. — Isaías 26:9.
2, 3. (a) Por meio de Davi, Jesus era Descendente de que belemita, e por isso, com que compara Isaías a Jesus, no seu início terrestre, com referência àquele? (b) O espírito de que qualidades descansará sobre ele e como julgará ele?
2 Que Juiz Principal habilitado e fidedigno toda a humanidade terá nos “novos céus”, durante todo este Dia do Juízo de dez séculos! Isaías, no oitavo século antes de nossa Era Comum, fez uma descrição profética ardorosa do Juiz. Este predito Juiz é o Senhor Jesus Cristo, o Descendente messiânico do Rei Davi, filho de Jessé, de Belém. Poderia Jeová Deus prover e designar um juiz melhor para endireitar os assuntos humanos e para cuidar de que o povo obtenha justiça e que a justiça seja estabelecida para sempre na terra? Portanto, preste toda a atenção devida, ao passo que o profeta, sob inspiração, fala sobre as qualidades deste futuro Juiz, que descende do belemita Jessé, mediante o Rei Davi. Comparando este Descendente no seu início terrestre a um pequeno renovo que sai crescendo do tronco duma árvore derrubada, Isaías profetizou:
3 “E do tronco de Jessé terá de sair um renovo; e das suas raízes frutificará um rebentão. E sobre ele terá de pousar o espírito de Jeová, o espírito de sabedoria e de compreensão, o espírito de conselho e de potência, o espírito de conhecimento e do temor de Jeová; e deleitar-se-á no temor de Jeová. E não julgará pelo que meramente parece aos seus olhos, nem repreenderá simplesmente segundo a coisa ouvida pelos seus ouvidos. E terá de julgar com justiça os de condição humilde e terá de dar repreensão com retidão em benefício dos mansos da terra. E terá de golpear a terra com a vara da sua boca; e ao iníquo entregará à morte com o espírito de seus lábios. E a justiça terá de mostrar ser o cinto de seus quadris, e a fidelidade, o cinto de seus lombos.” — Isaías 11:1-5.
4. (a) No temor de quem julgará ele a humanidade? (b) Como se tornará ele mais do que apenas um “renovo” ou “rebentão” procedente do “tronco de Jessé”, sem se tornar desapontamento ou irritação?
4 Este Juiz Principal deleita-se realmente e tem verdadeiro prazer em temer a Jeová, de modo que, sem falta, julgará para Jeová e não para o homem. De modo que é apenas temente a Deus em fazer suas decisões, não temendo o homem. Certamente deve ser sábio, por causa deste temor sadio do único Deus verdadeiro e vivente, Jeová. Não permaneceu como mero “renovo” ou “rebentão”, do firmemente arraigado “tronco de Jessé”, mas desenvolveu-se numa “grande árvore” robusta de realeza celestial, como o Davi Maior, o Filho do Vivente Jeová. (Isaías 61:3; veja Ezequiel 17:22-24.) Sobre este enaltecido, na sua posição régia, majestosa, descansa o poderoso espírito de Jeová, dotando-o de conhecimento, entendimento e sabedoria, tão necessários para este cargo de responsabilidade. Por conseguinte, como Rei entronizado à direita de Deus, trará mérito a Jeová; e como Juiz divinamente nomeado, não será um desapontamento ou uma irritação para os habitantes da terra.
5. Como mostrará imparcialidade e discernimento a favor da estrita justiça, ainda mais do que Salomão qual juiz?
5 Estabelecer-se-á a justiça na terra. O Juiz celestial usará de maior discernimento do que seu protótipo, o Rei Salomão, que fez decisões muito esplêndidas, tais como a do caso difícil que lhe foi apresentado por duas prostitutas. Ambas renegaram um filho morto e reivindicaram um filho vivo. A respeito do modo extraordinário em que descobriu a verdadeira mãe do filho vivo está escrito: “E todo o Israel chegou a ouvir a decisão judicial que o rei havia proferido; e ficaram temerosos por causa do rei, pois viram que havia nele a sabedoria de Deus para executar decisões judiciais.” (1 Reis 3:16-28) De modo similar, o Salomão Maior não julgará segundo as aparências das coisas, nem segundo meros boatos, mas cuidará de que se descubram os verdadeiros fatos e se conte a história real, para fazer e executar uma decisão justa. Não favorecerá os altos contra os humildes, nem os arrogantes contra os mansos.
6. Como mostrará ele, pela sua atuação na “grande tribulação”, que seus mil anos de juizado serão justos?
6 Para mostrar como prometem ser seus mil anos de magistratura, este Juiz tão cheio do espírito de Jeová mostrará ser libertador dos humildes e dos mansos na vindoura “grande tribulação”, que culminará com a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. (Mateus 24:21; Revelação 7:14; 16:14, 16) Suas ordens e orientações aos seus exércitos celestiais serão como uma “vara” procedente de sua boca, pois, no cumprimento do que ele disser como Comandante, a ‘velha terra’ de injustiça será golpeada e despedaçada. Os lábios de sua boca serão movidos pelo espírito de Jeová e expressarão sua atitude e seu sentimento para com os iníquos na terra, e estes, por conseguinte, serão mortos. Todo o nosso globo terrestre será purificado dos altivos, arrogantes e iníquos. E, naturalmente, o governante invisível destes, Satanás, será acorrentado e lançado no abismo.
7, 8. (a) Para o bem da humanidade, de que modo será como se o Juiz estivesse cingido da justiça e da fidelidade? (b) Que efeito tem isso sobre a humanidade em produzir mudanças nela?
7 Deveras, desta magistratura milenar do Juiz nomeado por Jeová, Jesus Cristo, a humanidade só poderá esperar a justiça e a fidelidade aos seus interesses. Será como se este Juiz celestial estivesse cingido e fortalecido pela justiça, como se se cingisse para a obra da justiça. Sim, será como se ele se cintasse, se cingisse com a qualidade da fidelidade, ou como se se cingisse em apoio do cuidado fiel dos interesses do povo que ele julga segundo as normas de Deus. Em quanta paz e tranqüilidade isto resultará para a terra! Que mudanças haverá nas atitudes das pessoas entre si, que alteração das personalidades, para o bem dos outros! Isto é deleitosamente representado nas palavras proféticas de Isaías, que diz:
8 “E a justiça terá de mostrar ser o cinto de seus quadris, e a fidelidade, o cinto de seus lombos. E o lobo, de fato, residirá por um tempo com o cordeiro e o próprio leopardo se deitará com o cabritinho, e o bezerro, e o leão novo jubado, e o animal cevado, todos juntos; e um pequeno rapaz é que será o condutor deles. E a própria vaca e a ursa pastarão; juntas se deitarão as suas crias. E até mesmo o leão comerá palha como o touro. E a criança de peito há de brincar sobre a toca da naja; e a criança desmamada porá realmente sua própria mão sobre a fresta de luz da cobra venenosa. Não se fará dano nem se causará ruína em todo o meu santo monte; porque a terra há de encher-se do conhecimento de Jeová assim como as águas cobrem o próprio mar.” — Isaías 11:5-9.
TRANSFORMAÇÕES DE PERSONALIDADE
9. Desde quando e em quem se produziram tais mudanças de características pessoais pelo espírito de Deus?
9 Imagine as personalidades humanas que se comparam ao lobo, ao leopardo, à ursa, ao leão novo jubado, à naja e à cobra venenosa! Tem havido muitos com tais personalidades que aceitaram finalmente a mensagem do reino de Deus e transformaram sua personalidade, para poderem dar-se bem com outros mansos e inofensivos semelhantes ao cordeiro, ao cabritinho, ao rapazinho, à criança de peito ou à criança desmamada. Desde o derramamento do espírito santo de Deus, mediante Cristo, sobre a congregação cristã, quando estava ajuntada no festivo Dia de Pentecostes, de 33 E.C., o espírito de Jeová tem operado para transformar os membros da congregação para serem semelhantes a Cristo. Em conseqüência disso, os membros fiéis da congregação puderam suportar-se uns aos outros e dar-se bem uns com os outros, embora antes, na personalidade, fossem comparáveis a estes temidos animais selváticos. (Atos 2:1-33) Fiel à profecia de Isaías, não causaram dano a concristãos, nem causaram a ruína à congregação, no “monte santo” da adoração de Jeová.
10. (a) Em quem mais, além dos 144.000 juízes associados de Cristo, produziram-se tais transformações de personalidade? (b) Que resultado favorável terá tal transformação para eles no começo do juizado milenar de Cristo?
10 Esta transformação de personalidade não só se deu com os que finalmente constituem os 144.000 juízes associados do Juiz Principal Jesus Cristo, mas também com a inúmera “grande multidão” dos adoradores de Jeová, que hoje são ajuntados dentre todas as nações, tribos, povos e línguas. A estes prospectivos habitantes do Paraíso terrestre assegura-se a proteção de Deus durante a “grande tribulação” e de serem preservados através dela para a nova ordem divina, sob a judicatura milenar de Jesus Cristo. (Revelação 7:9-17) Naturalmente, levarão as suas personalidades transformadas diretamente para a nova ordem divina. Isto será muito favorável para eles, porque serão os “vivos” para com os quais o Juiz celestial, Jesus Cristo, começará a expressar seus julgamentos milenares. (2 Timóteo 4:1) Nestas circunstâncias, terá desaparecido do “monte santo” da adoração de Jeová o temor de dano e ruína. Eles já conhecem a Jeová, e, assim, com estes sobreviventes em todo o globo, a terra realmente estará cheia do conhecimento de Jeová. Mas este conhecimento aumentará.
11. O que assegurou Deus aos oito sobreviventes do dilúvio a respeito das criaturas terrestres inferiores, e como terá isso um equivalente moderno?
11 Neste ponto, lembramo-nos do que foi dito aos oito sobreviventes humanos do dilúvio dos dias de Noé, depois de saírem da arca e oferecerem sacrifícios a Deus. Jeová disse-lhes: “E o medo de vós e o terror de vós continuará sobre toda criatura vivente da terra e sobre toda criatura voadora dos céus, sobre tudo o que se está movendo no solo, e sobre todos os peixes do mar. Na vossa mão estão agora entregues.” (Gênesis 9:2) Não terá isso um equivalente moderno? Visto que a vindoura “grande tribulação” será dirigida contra os homens ímpios da terra, não exterminará os animais terrestres, as aves e os peixes do mar. É razoável esperar-se que Deus ponha sobre essas criaturas terrestres, inferiores, qualquer medida de medo e terror das criaturas humanas, que tenham perdido, criaturas humanas que serão comissionadas a converter a terra arruinada num Paraíso. Certamente, visto que Deus, pelo seu espírito, pôde transformar personalidades animalescas em personalidades cristãs, entre os 144.000 e os da “grande multidão” da atualidade, ele poderá fazer algo similar no caso dos animais selváticos. De fato, não causarão dano aos adoradores de Jeová na terra.
12, 13. (a) Lá no Paraíso original, qual foi a atitude do homem e da mulher para com as criaturas terrestres inferiores? (b) Que espécie de relação existirá entre as próprias criaturas terrestres inferiores em mais do que apenas num sentido figurativo?
12 Em harmonia com isso, podemos esperar que a descrição deliciosa da vida animal, apresentada em Isaías 11:6-9, tenha um cumprimento literal nas aves, nos peixes e nas criaturas terrestres da terra durante o reino milenar do Príncipe da Paz, o Filho do Jessé Maior, Jeová Deus. Lá no original Paraíso de Prazer ou Jardim do Éden, a mulher Eva não tinha medo da serpente, nem fugiu dela quando se fez que esta falasse com ela. (Gênesis 3:1-4) Antes disso, levaram-se perante Adão os animais selváticos e as criaturas voadoras, e ele lhes deu nomes, não mostrando ter medo deles. (Gênesis 2:19, 20) Esta condição edênica de liberdade do medo das criaturas inferiores da terra e de segurança contra o dano por parte delas será restabelecida no Paraíso restaurado.
13 Também, tais animais terrestres, criaturas voadoras e peixes estarão em paz entre si, bem como com o homem. Seria incoerente se Deus inspirasse profecias tais como Isaías 11:6-9, Ezequiel 34:25 e Oséias 2:18, para terem apenas um significado figurativo ou espiritual, sem terem uma realidade fiel destas coisas na vida real, como se o cumprimento literal fosse um ideal impossível.
14. Contudo, o que é mais importante do que domar as criaturas terrestres inferiores, e por quê?
14 No entanto, o objetivo principal não é domar os animais, as aves e os peixes. Tais criaturas terrestres existiam muito antes da humanidade. O ponto em questão ou em jogo é a existência continuada da humanidade na terra. Todos os descendentes de Adão e Eva nasceram pecadores e assim “não atingem a glória de Deus”. (Romanos 3:23) Em muitos casos, os homens não assumiram qualidades piedosas, mas qualidades dos animais que agora são ferozes. Por isso, a humanidade precisa ser trazida de volta a esta “glória de Deus”, para se mostrar digna da vida eterna para o louvor de Deus, o Criador. Os membros da família humana precisam ser reunidos numa relação mútua pacífica e inofensiva, praticando a justiça e o juízo de modo perfeito. Isto será realizado pela judicatura milenar de Jesus Cristo.
15. Como farão os juízes celestiais sobre a humanidade que a proporção das transgressões diminua ao passo que a proporção da população aumente?
15 Atualmente, a proporção dos crimes dos homens aumenta mais rápido do que o aumento da população da terra. Em forte contraste com isso, durante o milênio, a população da terra aumentará regularmente por causa da ressurreição dos mortos, tanto de “justos” como de “injustos”. E ainda assim, a proporção do proceder errado diminuirá até finalmente desaparecer. Por quê? Porque os juízes celestiais sobre a humanidade serão absolutamente justos e ensinarão a toda a humanidade a verdadeira justiça, segundo as normas de Deus. Como ajuda neste sentido, “a terra há de encher-se do conhecimento de Jeová assim como as águas cobrem o próprio mar”. (Isaías 11:9) Permitir-se-á apenas a adoração Dele neste milênio teocrático. A humanidade será levada aos pátios terrestres da “verdadeira tenda” de Jeová, seu templo espiritual. Ali ficará conhecendo a verdade do que Jesus disse em oração ao seu Pai celestial: “Isto significa vida eterna, que absorvam conhecimento de ti, o único Deus verdadeiro, e daquele que enviaste, Jesus Cristo.” — João 17:3; Hebreus 8:2.
16. (a) Em vista de que resultado não fracassará no seu objetivo o juizado milenar de Cristo? (b) Por que não será Cristo que concederá à humanidade restabelecida a vida eterna no Paraíso?
16 O milenar Dia do Juízo não fracassará no seu objetivo. Até chegar ao seu fim, todos os dispostos e obedientes terão sido instruídos no verdadeiro juízo e justiça até a perfeição. Suas debilidades físicas e mentais herdadas de Adão e Eva terão sido eliminadas. Serão assim capazes, em todos os sentidos, de estar a altura das normas absolutas da justiça de Deus, em si mesmos. Conceder-lhes-á então Jesus Cristo, como Juiz Principal, o direito à vida eterna numa terra pacífica, toda gloriosa em beleza paradísica? Não! Neste respeito, ele não age por Deus, porque sabe que está escrito: “É Deus quem os declara justos.” (Romanos 8:33) O que fará então o Juiz de Deus?
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A prova para toda a humanidade após o milênioAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 9
A prova para toda a humanidade após o milênio
1. No fim do Dia de Juízo milenar, qual será o requisito final para a humanidade restabelecida, e, por isso, o que fará com ela o Juiz Adjunto, Jesus Cristo?
NO FIM do Dia do Juízo de mil anos, os da família humana, julgados em justiça, estarão perfeitos diante de seu Juiz e Libertador, Jesus Cristo. Mas ainda não são julgados dignos da vida eterna na terra paradísica. Ainda terão de enfrentar o Supremo Tribunal do universo, o do Deus Altíssimo, Jeová, o Soberano Senhor. Em harmonia com este requisito final, o Juiz Adjunto Jesus Cristo terá de entregar a raça humana, então capaz de justiça perfeita, ao seu Deus e Pai, para que Este faça a sua decisão para com todos os que, sob prova, se mostrem dignos ou indignos da dádiva inestimável da vida eterna em paz e felicidade. Apesar de sua perfeição, ainda são mortais.
2. O que terá acontecido então à morte adâmica, e, portanto, o que decidirá Jeová a respeito das pessoas individuais da humanidade?
2 A condição morredoura que se apegou à humanidade por causa do pecado de seu primeiro pai humano, Adão, no Éden, já foi então desfeita, destruída, como que lançada no “lago de fogo” para a sua própria morte. (Revelação 20:14, 15) No entanto, será que a humanidade, então liberta da morte e da imperfeição adâmicas, fará algo de sua própria iniciativa, deliberadamente, para merecer a morte eterna sob o julgamento de Jeová? Quais as pessoas que se mostrarão dignas da “segunda morte”? Isto é o que o Juiz Supremo Jeová terá de determinar como Árbitro Derradeiro.
3. Segundo 1 Coríntios 15:24-28, que transferência ocorrerá então?
3 Aplicar-se-á então o que o apóstolo Paulo predisse em 1 Coríntios 15:24-28: “A seguir, o fim, quando ele entregar o reino ao seu Deus e Pai, tendo reduzido a nada todo governo, e toda autoridade e poder. Pois ele tem de reinar até que Deus lhe tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. Como último inimigo, a morte há de ser reduzida a nada. Pois Deus ‘lhe sujeitou todas as coisas debaixo dos pés’. Mas quando diz que ‘todas as coisas foram sujeitas’, é evidente que se excetua aquele [Jeová Deus] que lhe sujeitou todas as coisas. Mas, quando todas as coisas lhe tiverem sido sujeitas, então o próprio Filho também se sujeitará Àquele que lhe sujeitou todas as coisas, para que Deus seja todas as coisas para com todos.” — NM; BLH.
4. Que questões decidirá então o Soberano Senhor Jeová para com a humanidade aperfeiçoada, e por meio de que fará isso?
4 Como resultado de o Filho entregar o reino a seu Deus e Pai, o reino torna-se propriedade de Jeová Deus. De modo que não restará nenhum reino subsidiário entre o Soberano Senhor Jeová e a humanidade. Como reagirão então os da humanidade ao reinado direto de Deus sobre eles? Declarar-se-ão súditos leais dele por toda a eternidade? Decidirão todos pessoalmente que Ele é sua escolha como Deus, para sempre? Ser alguém declarado justo por motivo dele mesmo e conceder-se-lhe o direito à vida eterna é algo sério, que exige lealdade inabalável da parte de quem recebe tal direito precioso. Como decidirá Deus o nome de quem deve constar do “livro da vida”? Será uma prova de lealdade e integridade de coração, como no caso do patriarca Jó, da terra de Uz.
5. Como corresponderá a prova então imposta à humanidade aperfeiçoada à de Jó, e com o fim de provar o quê?
5 A humanidade terá então usufruído a benignidade imerecida de Deus já por mil anos, sob o reino do Filho de Deus, e encontrar-se-á um belo paraíso planetário. Como no caso de Jó, a questão será: Ama e adora a Deus apenas por todo o bem que fez para ela ou por causa do que Ele mesmo é, o único Deus vivente e verdadeiro e Soberano Legítimo do universo? No caso de Jó, sua integridade para com Jeová Deus foi provada por se permitir que o Diabo, Satanás, o hostilizasse, exceto quanto a tirar-lhe a vida. Assim, então, por se permitir que Satanás, o Diabo, ponha a humanidade restabelecida à prova, até onde o Deus Todo-poderoso permitir, a humanidade aperfeiçoada poderá ser testada e provada quanto à integridade a Deus em sentido perfeito. Tal prova exigiria que Satanás e seus ‘demônios’ fossem soltos de seus mil anos de encarceramento no abismo. Isto é o que acontecerá.
6. Como descreve Revelação 20:7-10 o que acontecerá no fim do reinado milenar de Cristo?
6 O que ocorrerá após o fim do reinado milenar de Jesus Cristo e de seus 144.000 associados régios, nos é dito em Revelação 20:7-10 nas seguintes palavras: “Ora, assim que tiverem terminado os mil anos, Satanás será solto de sua prisão, e ele sairá para desencaminhar aquelas nações nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de ajuntá-los para a guerra. O número destes é como a areia do mar. E avançaram sobre a largura da terra e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada. Mas desceu fogo do céu e os devorou. E o Diabo que os desencaminhava foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde já estavam tanto a fera como o falso profeta; e serão atormentados dia e noite, para todo o sempre.”
7. Quando soltos, por que estarão Satanás e seus demônios confiantes quanto à humanidade aperfeiçoada, e qual será novamente o ponto em disputa?
7 Serem Satanás e seus demônios soltos do abismo significa deixá-los vir novamente à vizinhança da terra, onde poderão exercer um controle invisível sobre aqueles da humanidade, que sucumbirem a eles. Satanás, o Diabo, será confiante em si mesmo, apesar da perfeição mental, moral, espiritual e física da humanidade. É verdade que fracassou no caso do patriarca Jó, mas foi bem sucedido mais de vinte e cinco séculos antes, no caso de Adão e Eva, apesar de sua perfeição humana no Éden. Em ambos os casos, porém, a questão em disputa foi a mesma, a saber, a soberania Deus, a qual exige obediência absoluta das criaturas humanas às leis e às proibições de Deus.
8. (a) Como se mostra aqui que a questão imposta a toda a humanidade é a da soberania universal? (b) Quem são os “santos” e o que é a “cidade amada”?
8 Que a mesma questão é imposta a toda a humanidade após o fim dos mil anos é revelado pelo fato de que os que então são desencaminhados por Satanás e seus demônios avançam sobre a terra e cercam o “acampamento dos santos e a cidade amada”. Sim, haverá então “santos” na terra. Estes serão cercados por Satanás e suas hostes terrenas, por recusarem ser desencaminhado por Satanás e seus demônios. Esses “santos” são os da humanidade restabelecida, que mantêm sua integridade a Deus nesta prova de decisão total. Estão como que num acampamento de guerra atacado por guerreiros inimigos. Os “santos” são mencionados como separados da “cidade amada”. Não estão nela, mas sim no “acampamento”. É evidente, pois, que esta “cidade” não é uma cidade construída na terra como capital global. Deve ser a cidade de que o glorificado Jesus Cristo falou aos seus seguidores, em Revelação 3:12, e que ele chamou de “cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desceu do céu da parte do meu Deus”.
9. Para quem é a cidade “amada”, e como desce do céu, da parte de Deus?
9 Esta “cidade” é “amada” por Deus e também pelos “santos”. Os 144.000 co-herdeiros de Jesus Cristo têm sobre si escrito o nome desta “nova Jerusalém”. Ela não está na terra, como alguma cidade material, mas é uma cidade celestial que desce por estender sua influência e autoridade aos habitantes da terra.
10. Poderá o solto Satanás atacar diretamente a “cidade amada”? Portanto qual é o objetivo de seu ataque contra ela?
10 Esta “cidade” não é desorganizada e demolida no fim dos mil anos de sua regência sobre a humanidade, mas os seus efeitos bons e justos permanecerão na terra com os “santos”. Por travar guerra contra esta “cidade amada”, Satanás, o Diabo, pretende desfazer todo este bem que a Nova Jerusalém fez. Não quer que estes benefícios permaneçam com a humanidade para sempre. Visto que estará restrito à vizinhança da terra, sem haver mais lugar para ele no céu, do qual foi expulso com seus demônios, não poderá atacar diretamente a “cidade amada” lá em cima. Por isso guerreia contra ela ao ponto de tentar reduzir a nada toda a justiça que estabeleceu na terra.
11. (a) Como se travará então a “guerra”? (b) Como se mostrará que a questão não é a onipotência de Deus, mas sim a justeza de sua soberania universal?
11 Dificilmente é de se esperar que esta “guerra” seja travada com armas científicas, tais como bombas nucleares e outros instrumentos de guerra este século vinte. Durante o milênio, os habitantes da terra não terão armazenado tais armas, nem terão aprendido mais tal guerra. (Isaías 2:2-4) Não será uma guerra de poderio militar de tal espécie. As armas poderosas para vencer as pessoas poderão ser o engano, a proposta fraudulenta e apelos ao egoísmo, em deslealdade ao Soberano Universal. Que a questão será a da legitimidade da soberania universal de Jeová em vez de a da onipotência de Deus é demonstrado por se ter provado o poderio superior de Deus em comparação com Satanás, o Diabo, por Satanás ter sido encarcerado por mil anos no abismo e então ser solto. Ainda sendo rebelde contra a soberania de Jeová, pretende também tornar rebelde toda a humanidade.
A EXTENSÃO DA REBELIÃO APÓS O MILÊNIO
12. O que é indicado por se dizer que aqueles que Satanás desencaminha são “como a areia do mar”?
12 O número dos que Satanás e seus demônios conseguirão desencaminhar na questão primária é mencionado como sendo “como a areia do mar”, quer dizer, aparentemente sem número. (Revelação 20:8) Isto de modo algum significa que será a vasta maioria da humanidade. Por exemplo, os exércitos combinados que guerrearam contra o Juiz Josué foram mencionados como tão numerosos como os grãos de areia à beira mar. (Josué 11:4) Disse-se que os camelos dos inimigos que invadiram a terra de Israel nos dias de Gideão, filho de Joás, eram inúmeros, tão numerosos como os grãos de areia que há à beira do mar”. (Juízes 7:12) Assim também os que serão desencaminhados por Satanás são de número indefinido, não se predizendo quantos deles, mas o bastante para darem a impressão duma grande multidão. De modo que Satanás, o Diabo, terá êxito apenas limitado.
13. É por meio duma ressurreição que aparecerão na terra paradísica “aquelas nações nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue”?
13 Os que Satanás conseguir desencaminhar são mencionados como “aquelas nações nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue”. Aparecerem na terra paradísica não se dará pela ressurreição dos mortos, inclusive dos “injustos”, mas será o resultado de Satanás desencaminhar um número não predito da humanidade restabelecida.
14. Então, em que sentido podem ser chamadas de “nações” e em que sentido se pode dizer que estão “nos quatro cantos da terra”?
14 Durante o milenar Dia do Juízo não terá havido divisões nacionais da humanidade, nem terá o julgamento das pessoas sido influenciado pela sua descendência nacional. Serem os desencaminhados pelo liberto Satanás chamados de “nações” indica que, iguais a Satanás, recusam reconhecer a soberania universal de Jeová e decidem estabelecer uma soberania terrestre própria, tal qual uma soberania nacional. Talvez não tenham uma soberania unida sobre si, mas por causa duma divisão entre si mesmos, podem ter soberanias de grupos. Não importa como seja, todos estarão unidos contra a soberania de Jeová. Serem chamadas de “aquelas nações nos quatro cantos da terra” sugere que estão longe da “cidade amada”. Portanto, na sua atitude para com a soberania, os desencaminhados se terão afastado para longe da soberania de Jeová Deus. No seu caso, Jeová Deus não se terá tornado “todas as coisas para com todos”.
15, 16. (a) De que modo são aqueles nacionalistas desencaminhados semelhantes a ‘Gogue e Magogue”, quanto ao tempo da questão e o objetivo do ataque? (b) Em que se assemelham aqueles desencaminhados a Gogue, ao serem manobrados por Jeová para fazerem seu ataque?
15 Estes nacionalistas desencaminhados são bem apropriadamente chamados “Gogue e Magogue”. No caso do original “Gogue da terra de Magogue”, conforme predito na profecia de Ezequiel, ele fez um ataque final contra os adoradores de Jeová Deus. Fez isso depois de estes adoradores terem sido restabelecidos no seu devido domínio terrestre e sua terra se ter tornado como o “jardim do Éden”. (Ezequiel 36:35) Habitavam como que numa “terra campestre” e ‘tinham sossego, morando em segurança, todos eles habitando sem muralha’, não tendo “nem mesmo tranca e portas”. (Ezequiel 38:11) Também, o povo da “terra de Magogue” apoiou seu maioral-chefe neste ataque contra os aparentemente indefesos adoradores de Jeová. Mas Gogue realmente veio ao ataque de longe, porque, conforme Jeová diz: “Hei de voltar-te e pôr ganchos nas tuas maxilas, e hei de fazer-te sair com toda a tua força militar, . . . Na parte final dos anos virás à terra daqueles que foram recuperados.” — Ezequiel 38:4-8.
16 Os desencaminhados por Satanás, o Diabo, após o milenar Dia do Juízo ter acabado, seguirão este maioral invisível, que acabava de ser solto por Jeová Deus, do abismo, com o objetivo de deixá-lo fazer um ataque contra a humanidade restabelecida. Ao serem soltos do abismo, Satanás, o Diabo, e seus demônios têm permissão de invadir novamente a vizinhança da terra e entrar em contato íntimo com a humanidade na terra paradísica, então semelhante ao Jardim do Éden. Portanto, ao fazer seu ataque, o liberto Satanás, o Diabo, é como que levado por ganchos nas maxilas sob as manobras de Jeová. E os que na terra forem então desencaminhados por Satanás, o Diabo, serão iguais a ele levados como que por ganchos nas maxilas para fazer este ataque contra “o acampamento dos santos e a cidade amada”. (Revelação 20:7-9) De modo que os nomes de Gogue e Magogue podem ser apropriadamente usados e aplicados a estes nacionalistas desencaminhados da humanidade, que atacam e procuram despojar os que aderem realmente à soberania universal de Jeová Deus.
17, 18. (a) Terão os desencaminhados a capacidade de atacar diretamente a “cidade amada”, ou como serão obrigados a fazer o ataque? (b) No fim do reinado milenar de Cristo, que ação serão obrigados a tomar seus filhos principescos na terra, e com que objetivo?
17 Estes desencaminhados da humanidade, sendo meros homens na terra, não podem atacar diretamente a Nova Jerusalém celestial, assim como tampouco o pode fazer seu líder invisível, Satanás o Diabo. Mas podem entrar em contato com os que na terra representaram fielmente o governo messiânico, celestial, a saber, os “príncipes em toda a terra”. Tendo sido designados para príncipes pelo Rei da Nova Jerusalém, o Pai Eterno, Jesus Cristo, servem como representantes principescos, visíveis, da “cidade amada”. E no fim do seu reinado milenar, quando o Filho régio de Deus “entregar o reino ao seu Deus e Pai”, estes filhos principescos na terra terão de tomar uma ação correspondente. Terão de imitar o Filho de Deus, que “se sujeitará Àquele que lhe sujeitou todas as coisas”, o Pai celestial.
18 Portanto, estes “filhos” principescos do Pai Eterno, Jesus Cristo, o imitarão corretamente e se sujeitarão ao Deus e Pai dele, como Soberano Legítimo do universo. Em vez de se rebelarem orgulhosamente contra o que sua situação mudada exige, agirão como Cristo e se sujeitarão à soberania universal de Jeová. Os desencaminhados por Satanás o Diabo, os atacarão com argumentos e pressões para dissuadir os representantes terrestres, visíveis da “cidade amada”, mas estes se recusarão decididamente. Manterão sua integridade ao Deus Altíssimo e se apegarão lealmente à sua soberania legítima sobre toda a terra e todo o universo. Decidirão sem hesitação deixar Jeová Deus ser “todas as coisas para com todos” no seu próprio caso. — 1 Coríntios 15:24-28.
ELIMINAÇÃO DE “GOGUE E MAGOGUE” E SEU DESENCAMINHADOR
19. Ao serem atacados pelos desencaminhados, como mostrarão os leais não só fé em Deus, mas também integridade para com a Sua soberania universal?
19 Nesta “guerra”, para a qual Satanás, o Diabo, terá ajuntado seus desencaminhados na terra, o “acampamento dos santos” e os representantes terrestres da “cidade amada’’ não lutarão em defesa com armas carnais. Naturalmente, não podem matar a Satanás, o Diabo, nem seus anjos demoníacos, aos quais não podem ver nem alcançar. Entretanto, embora possam ver na terra os desencaminhados que constituirão “Gogue e Magogue”, os que escolhem em lealdade a soberania universal de Jeová não matarão os desencaminhados, não agindo assim como executores dos desencaminhados. Escolhendo o lado de Jeová Deus, deixarão que ele expresse a sua soberania universal e a prove aos desleais desencaminhados. Deixarão que a batalha seja de Jeová e não presumirão agir como Suas forças executoras, combatendo com armas mortíferas. Isto não só demonstrará fé da sua parte, mas também perfeita integridade para com Jeová Deus e sua soberania universal. Que Ele mesmo os salve e destrua os desleais! Em plena confiança, ficarão parados e verão a “salvação da parte de Jeová” a seu favor. — 2 Crônicas 20:15-17.
20. (a) O que terão o privilégio de ver os leais, sob a proteção divina? (b) O que significará esta ação divina para os desleais?
20 Pousando “sob a própria sombra do Todo-poderoso”, os que se mantiverem leais à soberania universal de Jeová ‘apenas estarão olhando com os seus olhos e estarão vendo a própria retribuição feita aos iníquos’. (Salmo 91:1, 8) Verão o cumprimento do que foi predito em Revelação 20:9 a respeito de “Gogue e Magogue” após o milênio: “E avançaram sobre a largura da terra e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada. Mas desceu fogo do céu e os devorou.” Estes desleais da humanidade obterão um batismo de fogo, que significará sua destruição eterna. Deus não os justificará ou declarará justos, nem inscreverá seus nomes no “livro da vida”. (Romanos 8:33) Este não será um abuso da soberania universal de Jeová, mas uma expressão legítima dela para com os seus inimigos.
21. (a) Quanto tempo seria Satanás solto do abismo, e ter-se-á então atingido a finalidade disso? (b) O que significaria ser ele retornado ao abismo?
21 Entretanto, a destruição eterna destes odiadores indisciplinados do que é bom não elimina Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos da vizinhança da terra. Ele já ficou então bastante tempo solto do abismo. O propósito de Deus o soltar já foi servido plenamente; não há mais motivo para deixá-lo solto por mais tempo com seus demônios. Lembramo-nos de que está escrito a respeito de ele ser lançado no abismo por mil anos: “Depois destas coisas terá de ser solto por um pouco.” (Revelação 20:3) Acabou o “pouco” de tempo em que Satanás, o Diabo, tentara desencaminhar quantos pudesse da humanidade restabelecida a pensar que Jeová exerce sua soberania sobre a terra de modo errado e arrogante. O que se segue então? São Satanás e seus demônios lançados de volta no abismo? Fazer isso daria a entender que seriam novamente soltos, assim como o próprio Jesus Cristo foi solto dum abismo e os gafanhotos simbólicos foram soltos do abismo, bem como a “fera” montada por Babilônia, a Grande, subiu do abismo. — Romanos 10:7; Revelação 9:1-3; 17:8; veja Revelação 11:7.
22, 23. (a) Como se terá respondido à acusação de Satanás contra o homem, e a favor de quem se terá resolvido a longa controvérsia? (b) O que sobrevirá então a Satanás e seus demônios?
22 O acorrentamento e encarceramento de Satanás, o Diabo, e seus demônios no abismo foi um tormento temporário para eles. Deve ser novamente temporário ou para todo o sempre o tormento da restrição deles? O que lhes acontecerá depois de terem visto aqueles a quem desencaminharam na terra punidos com a destruição ardente? Respondeu-se então a Satanás, à acusação que sempre fez, que os homens na terra servem a Jeová Deus apenas pelo que podem obter dele e que nenhum homem permaneceria leal a Jeová de puro amor a ele, mesmo sob a tentação iníqua por Satanás, o Diabo. Os homens e as mulheres de integridade que permanecerem vivos na terra após o aniquilamento ardente dos desleais estarão como resposta viva para o Diabo, provando que sua acusação era falsa e que ele é mentiroso. A controvérsia de milênios de tempo terá acabado em favor do Deus da verdade, e por isso não haverá muito motivo para se deixar viver a Satanás, o Diabo, e seus demônios por mais tempo. A paciência de Deus para com eles estará então no fim. Por este motivo, ele não devolverá estes anjos rebeldes ao abismo. Portanto, o que lhes sobrevirá?
23 “E o Diabo que os desencaminhava foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde já estavam tanto a fera como o falso profeta; e serão atormentados dia e noite, para todo o sempre.” — Revelação 20:10.
24, 25. (a) Serem Satanás e seus demônios lançados no lago de fogo significará o que para eles? (b) Por que é esta uma outra espécie de morte?
24 O tormento de Satanás, o Diabo, no lago de fogo e enxofre significa para ele e seus demônios o mesmo que significou para a simbólica fera e o falso profeta. O quê? A destruição para todo o sempre. (Revelação 19:20) Satanás, o Diabo, e seus demônios não viverão mais, assim como tampouco viverão esta simbólica fera e o falso profeta. Seus nomes não estarão escritos em qualquer divino “livro da vida”. Vida é vida, quer gasta em prazeres, quer em sofrimento doloroso. Por isso, serem lançados no simbólico “lago de fogo e enxofre” não significa que são preservados vivos, para sofrerem tormento consciente no corpo e na mente.
25 Este “lago” simbólico não representa o que se chama de “morte viva”. Simboliza outra espécie de morte, diferente da sofrida por toda a humanidade pela herança inata legada pelos pecadores Adão e Eva e que, pelo que parece, foi a primeira forma de morte a entrar no domínio da criação, entre criaturas à imagem de Deus. Tal morte herdada mostrou ser temporária, transformada num ‘sono da morte’ pela ressurreição que resulta da morte e da ressurreição de Jesus Cristo. — 1 Coríntios 15:20-22.
26. Por que é esta espécie diferente de morte apropriadamente chamada de “segunda morte”? E onde não se inscreverão os nomes dos humanos que a sofrerem?
26 A morte simbolizada pelo “lago de fogo e enxofre” é diferente da morte que a humanidade herdou de Adão, visto que não é como um sono que termina ao se despertar, mas destruição total, a morte infindável. A morte recebida de Adão como herança era a ‘primeira morte’. Esta espécie diferente de morte, conforme simbolizada pelo “lago de fogo e enxofre”, portanto, é apropriadamente chamada de “segunda morte”. É isto o que representa no caso dos homens, na terra, que entrarem no Dia do Juízo milenar e que depois não receberem seus nomes inscritos no “livro da vida”, de Deus. As Escrituras inspiradas fornecem o significado do “lago de fogo” para tais indignos da vida eterna, dizendo: “E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Este significa a segunda morte, o lago de fogo. Outrossim, todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.” — Revelação 20:14, 15.
27, 28. (a) Por que é possível que Satanás e seus demônios sofram a “segunda” morte? (b) Então, o que significará serem eles atormentados para sempre no lago de fogo?
27 Dá-se um segundo testemunho desta explicação divina do que é simbolizado pelo “lago de fogo”, alguns versículos depois, onde lemos: “Todo aquele que vencer herdará estas coisas, e eu serei o seu Deus e ele será o meu filho. Mas, quanto aos covardes, e aos que não têm fé, e aos que são repugnantes na sua sujeira, e aos assassinos, e aos fornicadores, e aos que praticam o espiritismo, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, terão o seu quinhão no lago que queima com fogo e enxofre. Este significa a segunda morte.” (Revelação 21:7, 8) Visto que todas estas referências ao “lago de fogo” estão tão juntas assim, no mesmo contexto de Revelação, capítulos 19-21, então aquilo que o “lago de fogo” significa para os homens não achados inscritos no “livro da vida” significa também para Satanás, o Diabo, e seus demônios. Significa “a segunda morte”. Não necessariamente significa morrer pela segunda vez, mas morrer da segunda espécie de morte de que a Bíblia fala, e esta é uma morte infindável.
28 Por conseguinte, Satanás e seus demônios podem ter esta espécie de morte, embora nunca antes tenham morrido. Não havia nem um pouco de vida na primeira espécie de morte, que se introduziu pelo pecado do primeiro homem. Do mesmo modo, não há nenhuma faísca de vida na “segunda morte”, que é a punição eterna dos que deliberadamente desobedecem a Deus, até mesmo arruinando sua perfeição para fazer isso. Segundo todas as regras bíblicas, pois, o tormento de Satanás e seus demônios no lago de fogo e enxofre para todo o sempre significa serem reduzidos a nada, serem tornados inexistentes e serem exterminados para sempre da vida espiritual. Em resultado, Deus terá um universo livre de demônios, nunca mais se permitindo que apareçam novamente demônios.
PASSAR A VIVER APÓS O FIM DO MILÊNIO
29. Permitir Deus a sobrevivência do acampamento dos santos e também dos representantes principescos da cidade amada significará que ele tomou que ação para com eles?
29 Que gloriosa eternidade, pois, aguarda a humanidade! Eis que Jeová Deus permitirá que o “acampamento dos santos” e os representantes principescos, na terra, da “cidade amada” sobrevivam à destruição de “Gogue e Magogue”, e de Satanás, o Diabo, e seus demônios! O que significa isso senão que Deus inscreveu seus nomes no “livro da vida” ou deixou seus nomes permanecer no “livro da vida”? Significa que Ele os declarou justos ou os justifica por manterem sua integridade para com ele, juntando-se assim ao Filho de Deus, Jesus Cristo, e aos 144.000 co-herdeiros na vindicação da soberania universal do Deus Altíssimo, o Criador de todas as coisas boas. Serem declarados justos por Jeová Deus significa que ele lhes concedeu o direito à vida eterna no seu lar paradísico.
30. (a) Com quem ficarão endividados eternamente os que passarem com êxito pela prova final e onde ficarão de pé para sempre? (b) Quando é que realmente passarão a “viver”?
30 Foi o Rei, Sacerdote e Juiz celestial, Jesus Cristo, quem por seus tratos amorosos com a humanidade, durante os mil anos, levou os dispostos e obedientes a esta justiça perfeita na carne. Se não tivesse feito isso até o fim dos mil anos, então teria hesitado em entregá-los para uma prova final por parte do Juiz Supremo, Jeová Deus. Por quê? Porque teria sabido que, por falta de justiça perfeita, nunca poderiam suportar a prova divina com bom êxito e ganhar a vida eterna. Assim, em completa justiça e ausência de pecado na carne, estão em pé nos pátios terrestres da “verdadeira tenda” ou templo de Jeová, como seus adoradores. Continuarão ali de pé para sempre por passarem pela prova divina com integridade irrepreensível e lealdade inabalável ao Soberano Senhor Jeová. Permanecerão para sempre endividados para com o Filho de Deus, Jesus Cristo, que amorosamente os soergueu a esta justiça perfeita em evidência da obra terminada de seu Resgatador e Salvador, o Senhor Jesus. De modo que naquele tempo estarão realmente vivos!
31. Assim, ao fim do reinado de mil anos de Cristo, o que alcançarão os “demais mortos” e o que acontecerá com a morte adâmica?
31 À luz disso, podemos apreciar a correção da declaração parentética de Revelação 20:5: “(Os demais mortos não passaram a viver até terem terminado os mil anos.)” Se Jesus Cristo e seus 144.000 co-herdeiros, que participaram da “primeira ressurreição”, não tivessem feito para eles a obra preliminar dos mil anos, este estado de vida perfeita não poderia ter sido o quinhão dos “demais mortos” no fim dos mil anos. É realmente até então que ‘a morte (conforme herdada de Adão) entregou os mortos nela e que a morte foi lançada no lago de fogo, para sofrer a “segunda morte” ou a extinção’. (Revelação 20:13, 14) Então se cumpre o predito em 1 Coríntios 15:25, 26: “Ele tem de reinar até que Deus lhe tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. Como último inimigo, a morte há de ser reduzida a nada.”
32. Como se cumprirá então plenamente Revelação 21:3, 4?
32 Daí, com referência à morte herdada do pecador Adão, será plenamente veraz: “E o próprio Deus estará com eles. E enxugará dos seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já passaram.” — Revelação 21:3, 4.
33. (a) Como é que os que alcançarem aquela abundância de vida mostrarão ser dignos de que se lhes prolongue a vida para sempre? (b) Como reconhecerão então em si mesmos a verdade de Romanos 6:23?
33 Será que todos os que passarem a viver neste sentido perfeito no fim dos mil anos escolherão prolongar esta vida abundante para sempre? Poderão fazer isso por se mostrarem dignos de receber o direito à vida eterna da Grande Fonte de toda a vida, Jeová Deus. Por passarem pela prova cabal de sua integridade de toda a alma a Ele, os fiéis e leais serão recompensados com este direito precioso, de terem sua vida protegida e prolongada por toda a eternidade, em felicidade. Assim reconhecerão em si mesmos que “o dom dado por Deus é a vida eterna por Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Romanos 6:23) Se Deus não tivesse usado seu amado Filho unigênito, isto não teria sido possível para a família humana.
34, 35. (a) Que esperança temos a respeito da “grande multidão” que já antes da “grande tribulação” serve no tempo espiritual de Jeová em compridas vestes brancas? (b) Que sentimentos dos filhos de Corá para com Jeová poderão ser desenvolvidos até mesmo pelos “injustos” ressuscitados?
34 Quão satisfatório para a alma será então adorar e servir o Deus cujo nome é Jeová, nos pátios terrenos de seu templo espiritual! Já no começo do glorioso milênio deu-se que os da “grande multidão” de sobreviventes da “grande tribulação” “lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro. É por isso que estão diante do trono de Deus; e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo”. (Revelação 7:9, 14, 15) Espera-se que os membros desta “grande multidão” de vestes limpas permaneçam nesses pátios do templo espiritual de Deus através dos mil anos de integridade absoluta para com o Soberano Senhor Jeová, depois de findar o milênio. Os que forem ressuscitados de suas sepulturas durante o milênio serão trazidos aos pátios terrenos do templo espiritual de Jeová para empreender ali Sua adoração e Seu serviço. Por obterem o devido apreço do serviço de Jeová ali, até mesmo os “injustos” ressuscitados se sentirão assim como os filhos do levita Corá:
35 “Pois um dia nos teus pátios é melhor que mil em outra parte. Escolhi ficar de pé no limiar da casa de meu Deus, em vez de andar em volta nas tendas da iniqüidade. Porque Jeová Deus é sol e escudo; favor e glória é o que ele dá. O próprio Jeová não reterá nada de bom dos que andam sem defeito.” — Salmo 84: cabeçalho, 10, 11.
36. Que apreço do templo de Deus, conforme expresso por Davi, cultivarão os decididos a manter a sua integridade?
36 Os decididos a manter de todo o coração a integridade para com o único Deus vivente e verdadeiro cultivarão o apreço de coisas espirituais que Davi expressou, ao dizer: “Uma coisa pedi a Jeová — é o que procurarei: morar na casa de Jeová todos os dias da minha vida, para contemplar a afabilidade de Jeová e olhar com apreciação para o seu templo.” — Salmo 27: cabeçalho, 4.
37, 38. (a) A que estado natural será finalmente levado o “escabelo” de Jeová? (b) Usufruirão os habitantes do “escabelo” apenas um paraíso natural, e como responderão à chamada do último dos Salmos?
37 Toda a terra será então lugar da adoração de seu maravilhoso Criador. Ela é seu “escabelo”, ao passo que os céus são seu “trono”. (Isaías 66:1) Seu trono celestial é glorioso, seu escabelo terrestre será feito glorioso, como lugar adequado para os seus pés. Toda a parte da terra será paradísica, igual ao Jardim do Éden, igual ao Jardim de Jeová. (Gênesis 2:8; 13:10) Será um lugar de delícias e alegria, porque será um lugar de vida em pura felicidade para todos os adoradores dele que não mais deixarão de ‘atingir a glória de Deus’. Todos terão as qualidades piedosas em belo desenvolvimento e usufruirão a plenitude da agradável relação com Deus, de modo que se encontrarão tanto num Paraíso espiritual como num Paraíso terrestre. Quanto motivo emocionante tudo isto será para louvar o grandioso Criador e Provedor de toda esta indizível bondade! Louvá-lo-ão em gratidão com vozes melodiosas e toda a sua perícia musical que desenvolveram. Poderão juntar-se para sempre às hostes celestiais em responder à chamada entusiástica do último dos Salmos inspirados:
38 “Louvai a Já! Louvai a Deus no seu lugar santo. Louvai-o na expansão da sua força. Louvai-o pelas suas obras potentes. Louvai-o segundo a abundância da sua grandeza. Louvai-o com toque de buzina. Louvai-o com o instrumento de cordas e com a harpa. Louvai-o com o pandeiro e com a dança de rodas. Louvai-o com cordas e com o pífaro. Louvai-o com os címbalos de som melodioso. Louvai-o com os címbalos retumbantes. Toda coisa que respira — louve ela a Já. Louvai a Já!” — Salmo 150:1-6.
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O “sinal” de sua aproximaçãoAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 10
O “sinal” de sua aproximação
1. Por que devemos estar animadamente Interessados em saber da proximidade do Milênio?
QUANDO o examinamos segundo o que a Bíblia diz, o Milênio é algo muito desejável para toda a humanidade, os vivos e os mortos. É por isso que o anúncio de que se aproxima é a notícia mais bem-vinda para todos os que entendem. Devemos estar animadamente interessados em saber quais os motivos válidos que temos para estar convencidos de que já está próximo. Quais são? Vamos tomar o tempo para considerar alguns deles?
2. (a) Que ajuntamento, que vemos em progresso é em si mesmo evidência clara da aproximação do Milênio? (b) Quem chefia a “guerra” do lado de Deus, e em que cargo já serve ele?
2 Do exame que fizemos até agora, do Milênio, apercebemo-nos de que precisa ser precedido logo antes pela guerra mais destrutiva de toda a história humana, “a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. Podemos agora ver que os governantes políticos ou “reis de toda a terra habitada” estão sendo ajuntados por forças além do controle humano para esta Guerra de todas as guerras. Isto já em si mesmo deve ser evidência clara de que o esperado milênio, que seguira à guerra, também se aproximou. (Revelação [Apocalipse] 16:13-16) O Líder dos exércitos celestiais de Deus, o chamado Fiel e Verdadeiro, a Palavra de Deus, tomará parte ativa nesta guerra, do lado de Deus, o Todo-poderoso. Este Líder celestial é Rei já antes de começar essa guerra do Har-Magedon. “Na sua cabeça há muitos diademas” e “sobre a sua roupa exterior, sim, sobre a sua coxa, ele tem um nome escrito: Rei dos reis e Senhor dos senhores”. (Revelação 19:11-16) De modo que ele já é Rei reinante antes de entrar neste período de mil anos de reinado junto com seus 144.000 co-herdeiros cristãos. — Revelação 12:5; 14:1-4; 20:4-6.
3. Com referência ao reinado pré-milenar de Cristo, o que viu João quando foram abertos os primeiros dois selos do rolo (Revelação 6:1-4)?
3 A referência ao começo deste reinado pré-milenar deste Rei dos reis, Jesus Cristo, é feita num quadro anterior dos acontecimentos mundiais deste século vinte. Este quadro é apresentado no capítulo seis de Revelação, no qual o apóstolo João nos fala sobre o que viu quando o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, começou a abrir os sete selos que selavam o “rolo” que recebera da mão de Deus, que estava sentado no trono celestial. João diz: “E eu vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos, e ouvi uma das quatro criaturas viventes dizer com voz como de trovão: ‘Vem!’ E eu vi, e eis um cavalo branco; e o que estava sentado nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e ele saiu vencendo e para completar a sua vitória. E quando abriu o segundo selo, ouvi a segunda criatura vivente dizer: ‘Vem!’ E saiu outro, um cavalo cor de fogo; e ao que estava sentado nele foi concedido tirar da terra a paz, para que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.” — Revelação 6:1-4.
4, 5. (a) A quem vemos simbolizado naquele cavaleiro no cavalo cor de fogo? (b) Quem saiu naquele tempo para vencer completamente e como preparou isso o cenário para o cumprimento do Salmo 2:1-6?
4 Vemos ali os símbolos que representam a primeira guerra mundial, que irrompeu no ano 1914 E.C., mas que foi apenas precursora da segunda guerra mundial, que tirou da terra a paz por mais seis anos. Aquela primeira das guerras mundiais assinalou o tempo em que o guerreiro justo, Jesus Cristo, recebeu a coroa celestial e avançou contra seus inimigos na terra, para vencer a luta, para derrotar completamente seus inimigos terrestres. Isto significava que mais tarde lutaria do lado de Deus na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. Ser ele coroado como Rei no céu, no tempo da primeira guerra mundial, preparou o cenário para o cumprimento das palavras do Salmo Dois:
5 “Por que se alvoroçaram as nações e continuam os próprios grupos nacionais a murmurar coisa vã? Os reis da terra tomam sua posição, e os próprios dignitários se aglomeraram à uma contra Jeová e contra o seu ungido [seu Cristo, Versão dos Setenta grega], dizendo: ‘Rompamos as suas ligaduras e lancemos de nós as suas cordas!’ Aquele mesmo que está sentado nos céus se rirá; o próprio Jeová caçoará deles. Nesse tempo lhes falará na sua ira e os perturbará no seu ardente desagrado, dizendo: ‘Eu é que empossei o meu rei em Sião, meu santo monte.’” — Salmo 2:1-6; veja Atos 4:24-30.
6. Foi o Rei de Jeová, no Monte Sião, destronado pelas guerras mundiais e pelas Nações Unidas, e o que nos assegurará o resultado da guerra no Har-Magedon?
6 Apesar de todo o tumulto que perturbou as nações desde a primeira guerra mundial de 1914-1918 E.C., Jeová tem tido seu Rei, seu Filho Jesus Cristo, sentado na sede celestial do governo real, Siso. (Revelação 14:1; Hebreus 12:22) Nem a Primeira Guerra Mundial, nem a Segunda Guerra Mundial, nem a organização das Nações Unidas conseguiram destronar este Rei messiânico. A “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon, o confirmará no seu trono celestial e ele estará presente para iniciar seu reino milenar com seus 144.000 co-herdeiros leais. (Revelação 19:19-21) Por este motivo vital assegura-se-nos o prometido Milênio com bênçãos vitalizadoras para a humanidade. Já se aproximou!
7. Por que não somos iguais àquela antiga “geração iníqua e adúltera”, contudo, onde encontramos um “sinal” dado por Jesus para nossa consideração?
7 Apesar da evidência que se acaba de apresentar, muitos céticos demandam um “sinal” antes de decidirem convencer-se de que o Milênio realmente se aproximou, sim, que começará na nossa geração. Não somos desta “geração iníqua e adúltera” dos escribas religiosos e dos fariseus de há dezenove séculos atrás, que queriam de Jesus Cristo um sinal para convencê-los de que ele era o Messias. (Mateus 12:38, 39) Entretanto, temos a descrição dum “sinal” que o próprio Jesus Cristo deu, e visto que ele o tornou disponível a nós, ficaríamos em séria ignorância se nos recusássemos a considerá-lo. A descrição está a nossa disposição nos capítulos vinte e quatro e vinte e cinco de Mateus, no capítulo treze de Marcos e no capítulo vinte e um de Lucas. A descrição do sinal foi dada aos seus apóstolos a pedido deles, não para provar que ele era o Messias ou Cristo, mas para indicar a proximidade de certos acontecimentos futuros, prometidos, prestes a se cumprir. Foi dada no dia onze do mês primaveril de nisã do ano 33 E.C., três dias antes de sua morte violenta.
A PROFECIA DO “SINAL”
8. Como indicou Jesus que ele iria embora, e que palavras seriam ditas no seu retorno?
8 Jesus acabava de predizer algo que soava muito terrível aos ouvidos dos judeus, a saber, a destruição de seu templo em Jerusalém. Declarara ali aos seus opositores religiosos: “Eis que a vossa casa vos fica abandonada. Pois eu vos digo: De modo algum me vereis doravante até que digais: ‘Bendito aquele que vem em nome de Jeová!”’ (Mateus 23:38, 39) Isto indicava que ele ia embora. Ao retornar, haveria os que usariam as palavras proféticas do Salmo 118:26 e diriam: “Bendito aquele que vem em nome de Jeová!”
9. Como indicou Jesus que estas palavras de boas-vindas na sua volta não seriam proferidas por adoradores no templo em Jerusalém?
9 Evidentemente, não seria no templo material em Jerusalém que os adoradores de Jeová aclamariam com tais palavras proféticas aquele que vem em nome de Jeová. Jesus deu a entender isso de modo bem claro, segundo a narrativa que segue as suas palavras momentosas: “Afastando-se então, Jesus ia sair do templo, mas os seus discípulos aproximaram-se para mostrar-lhe os edifícios do templo. Ele, porém, disse-lhes: ‘Não observais todas estas coisas? Deveras, eu vos digo: De modo algum ficará aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.”’ — Mateus 24:1, 2.
10. No Monte das Oliveiras, que se sobreleva ao templo, que pergunta fizeram a Jesus quatro dos apóstolas e como é sua pergunta vertida por diversas traduções?
10 Os doze apóstolos só indagaram a respeito desta profecia terrível quando chegaram ao Monte das Oliveiras, que sobreleva Jerusalém e do qual se podia ter uma bela vista desse templo, que havia sido renovado pelo Rei Herodes, o Grande. A vista parece ter suscitado uma pergunta momentosa entre quatro dos apóstolos, que suscitou também o interesse dos outros, pois lemos: “Enquanto estava sentado no Monte das Oliveiras, aproximaram-se dele os discípulos, em particular, dizendo: ‘Dize-nos: Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença [em grego: parousía] e da terminação do sistema de coisas?”‘ (Mateus 24:3) A Tradução Literal da Bíblia Sagrada de Young, em inglês, verte as suas palavras do grego: “Dize-nos, quando acontecerão? e qual é o sinal da tua presença e do fim completo da era?” A Bíblia Enfatizada de Rotherham, em inglês, reza de modo similar: “Dize-nos quando serão estas coisas, — e qual o sinal da tua presença e da terminação da era.” A Nova Tradução (Texto Corrigido) do Arcebispo Newcome reza: “Qual será o sinal do teu aparecimento e do fim da era?” — Edição de 1808, em inglês.
11. (a) Quando ocorreu a destruição do templo de Jerusalém, mas o que mais não ocorreu então? (b) Portanto, o que seria natural que fizéssemos a respeito da história?
11 Sabemos hoje quando se deu a destruição do templo literal de Jerusalém. Foi há dezenove séculos atrás, no verão do ano 70 E C., quando as legiões romanas debaixo do General Tito destruíram a cidade inteira. (Lucas 21:20-24) Mas que dizer daquelas outras coisas, do “sinal” da parusia (presença, aparecimento) de Cristo e da terminação da era ou do sistema de coisas (ou: estadoa), incluídas na pergunta dos discípulos? ˜ verdade que o fim total ou a terminação do estado ou sistema judaico de coisas foi alcançado no ano 70 E.C., mas não a terminação do sistema de coisas maior, do qual o sistema judaico foi apenas modelo ou tipo profético. Tampouco ocorreu naquele ano a parusia, presença ou aparecimento do Senhor Jesus Cristo. Já que vivemos neste século vinte E. C., a coisa mais natural a fazer é olhar para a história deste nosso século vinte para ver se o “sinal” predito apareceu durante a nossa própria geração.
12. Em vista do que Estêvão disse a respeito da primeira vinda de Cristo, por que devemos perguntar se os apóstolos indagavam sobre a “vinda” ou “Advento” de Jesus?
12 Devemos notar que os discípulos perguntaram sobre a parusia do Senhor Jesus Cristo. Neste respeito, estavam perguntando sobre a sua “vinda”? Ou sobre seu “Advento”, conforme alguns chamam isso? Esta pergunta merece ser feita, porque o mártir cristão Estêvão, ao falar sobre a primeira “vinda” do Senhor Jesus, disse ao Sinédrio judaico em Jerusalém: “A qual dos profetas foi que os vossos antepassados não perseguiram? Sim, mataram os que faziam anúncio antecipado a respeito da vinda [em grego: éleusis] do Justo, cujos traidores e assassinos vós vos tornastes agora.” (Atos 7:52) Notamos que ao falar sobre a primeira vinda de Cristo, Estêvão não usou a palavra parousía, mas a palavra grega éleusis. Estas duas palavras gregas não só são diferentes na forma e na derivação, mas são também diferentes no significado.
13. Por derivação, o que significa literalmente a palavra parousía, mas que explicação sobre seu significado dão autoridades em palavras gregas?
13 A palavra parousía significa literalmente “estando ao lado”, derivada da preposição grega pará (“ao lado”) e ousia (“estando”). O Léxico Grego-Inglês de Liddell e Scott, Volume II, página 1343, coluna 2, dá como primeira definição de parousía a palavra inglesa para “presença”. Dá como segunda definição dela chegada, e depois acrescenta: “Especialmente a visita dum personagem real ou oficial.” Concordando com isso, o Dicionário Teológico do Novo Testamento (em inglês, de Gerhard Friedrich), no Volume V, dá como “O Sentido Geral” a palavra “Presença”. (Página 859) Daí, como “O Uso Técnico dos Termos” no helenismo, dá “1. A Visita dum Governante”. Na página 865 diz a respeito do “Uso Técnico de pareimi [verbo] e parousía no N. T.”: “No N. T., os termos nunca são usados para a vinda de Cristo na carne, e parousía nunca tem o sentido de retorno. A idéia de mais de uma parousía é primeiro encontrada apenas na Igreja posterior.”
14. (a) Segundo o uso técnico do termo grego no helenismo, que expressão se usaria em lugar de “presença”? (b) Em que traduções é parousía constantemente vertida por “presença’, com que contraste mostrado em Filipenses 2:12?
14 Portanto, os discípulos de Jesus não estavam perguntando sobre a sua “chegada”, mas sobre depois de sua chegada. Estavam perguntando sobre a sua “presença”. E se em vez de usarmos a palavra “presença” recorrermos ao “uso técnico dos termos” no helenismo, entenderemos que os discípulos perguntaram a Jesus: “Qual será o sinal da tua [visita como personagem real] e da terminação do sistema de coisas?” Uma “visita” inclui mais do que apenas a “chegada”. Inclui uma “presença”. No chamado Novo Testamento, a palavra grega parousía ocorre vinte e quatro vezes, e em todas as suas ocorrências ali, não só a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas traduz a palavra cada vez por “presença”, mas também outras traduções fazem isso, tais como a Tradução Literal da Bíblia Sagrada de Young, de 1862 E.C.; A Dinglott Enfática, grega-inglesa, de Wilson de 1857-1868 E.C.; e A Bíblia Enfatizada de Rotherham, de 1897 E.C. Notamos quão apropriadamente se contrastam “presença” e “ausência” em Filipenses 2:12, onde o apóstolo Paulo diz: “Sempre obedecestes, não somente durante a minha presença, mas agora muito mais prontamente durante a minha ausência.”
A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS
15. Diversas particularidades do “sinal” predito por Jesus exigem que tradução de parusia, como, por exemplo, em que parábola?
15 O significado de “presença” para parousía é necessário em diversas particularidades da profecia de Jesus sobre o “sinal” da parusia e da terminação do sistema de coisas. Por exemplo, consideremos a parte da profecia geralmente chamada de parábola das virgens sábias e das tolas. Jesus acabava de profetizar sobre o “escravo fiel e discreto” e o “escravo mau”, e profetizou então sobre outro aspecto relacionado com sua parusia. “O reino dos céus”, disse ele, “se tornará então semelhante a dez virgens que tomaram as suas lâmpadas e saíram ao encontro do noivo. Cinco delas foram tolas e cinco foram discretas. Pois as tolas tomaram as suas lâmpadas, mas não levaram óleo, ao passo que as discretas levaram óleo nos seus recipientes, junto com as suas lâmpadas.” — Mateus 25:1-4; 24:45-51.
16. Em que sentido são “virgens” estas mulheres, segundo a introdução da parábola?
16 Em primeiro lugar, devemos notar que esta parábola envolve uma classe de pessoas e por isso não deve ser aplicada na sua inteireza à vida e à morte de cada pessoa. As envolvidas são “virgens” em sentido específico, visto que representam o “reino dos céus”, porque “então”, conforme disse Jesus, “o reino dos céus se tornará [o quê?] . . . semelhante a dez virgens”. Este é o “reino” de que Jesus falara antes na sua profecia, dizendo: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” — Mateus 24:14.
17. (a) A quem representam as “virgens”, que são dez em número? (b) Quando começou o cumprimento da parábola, e por que então?
17 Visto que o número “dez” é biblicamente um número que significa perfeição com respeito a coisas terrenas, as “virgens”, por serem dez em número, representam todos os cristãos que são candidatos ou professam ser candidatos ao reino celestial, em herança conjunta com Jesus Cristo. Portanto, quando começou a ter cumprimento esta parábola profética? No domingo, 6 de sivã, no festivo Dia de Pentecostes, do ano 33 E.C. Por quê? Porque foi então que a classe virgem veio à existência. Isto se deu porque os discípulos fiéis de Jesus Cristo, reunidos numa sala de sobrado em Jerusalém, foram naquele dia batizados com espírito santo. Foram assim gerados por Deus para serem seus filhos espirituais, em condições de ser “herdeiros de Deus” e “co-herdeiros de Cristo”. (Romanos 8:17) Na Bíblia, porém, os herdeiros costumam ser os filhos; então por que se dá que, na parábola, todos os membros da congregação gerada pelo espírito dos discípulos de Cristo são representados como moças, como moças virgens que, numa noite de casamento, saem ao encontro do noivo? E quem é este “noivo”?
18. Relacionado com assuntos matrimoniais, com quem comparou João Batista a si mesmo e a Jesus, e a quem encaminhou João seus próprios discípulos?
18 Em primeiro lugar, este “noivo” é o ressuscitado e glorificado Senhor Jesus Cristo. João Batista falou dele deste ponto de vista, e, por conseguinte, comparou-se ao “amigo do noivo”. Naqueles dias, o “amigo do noivo” costumava providenciar o casamento entre o noivo e a noiva. Na noite da união dos dois noivos, dava-se mais atenção ao noivo do que ao amigo do noivo. E foi por isso que João Batista disse aos seus discípulos, os quais ele preparava para Jesus Cristo, como figurativo “noivo” deles: “Eu não sou o Cristo, mas fui enviado na frente deste. Quem tem a noiva é o noivo. No entanto, o amigo do noivo, estando em pé e ouvindo-o, tem muita alegria por causa da voz do noivo. Esta alegria minha, por isso, ficou completa. Este tem de estar aumentando, mas eu tenho de estar diminuindo.” (João 3:28-30) Por isso, João encaminhava corretamente seus discípulos a Jesus.
19, 20. (a) Como se compara Jesus, na parábola e em Revelação, com um noivo? (b) Correspondentemente, como é chamada a Nova Jerusalém?
19 O próprio Jesus comparou-se a um noivo em outra parábola que proferiu. É a parábola da “festa de casamento” que um rei preparou para seu filho, e este filho representa o Filho do grande Rei da Eternidade, Jeová Deus. (Mateus 22:1-14) E na Revelação, que Jesus Cristo recebeu de Deus e transmitiu ao apóstolo João, Jesus, como o Cordeiro de Deus, é comparado a um noivo que se casa com a congregação de seus discípulos, nas seguintes palavras: “Alegremo-nos e estejamos cheios de alegria, e demos-lhe a glória, porque chegou o casamento do Cordeiro e a sua esposa já se preparou. Sim, foi-lhe concedido vestir-se de linho fino, resplandecente e puro, pois o linho fino representa os atos justos dos santos. . . . Escreve: Felizes os convidados à refeição noturna do casamento do Cordeiro.” Além disso, o apóstolo João fala sobre um anjo que veio a ele e diz:
20 “Falou comigo, dizendo: ‘Vem para cá, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro.’ Levou-me assim no poder do espírito para um grande e alto monte, e mostrou-me a cidade santa de Jerusalém descendo do céu, da parte de Deus, e tendo a glória de Deus.” — Revelação 19:7-9; 21:9-11.
21. Em Efésios 5:23-27, com que compara Paulo a relação entre Jesus Cristo e sua congregação?
21 O apóstolo Paulo compara a relação entre Jesus Cristo e sua congregação de 144.000 co-herdeiros à do marido com a esposa. Escreveu: “O marido é cabeça de sua esposa, assim como também o Cristo é cabeça da congregação, sendo ele salvador deste corpo. De fato, assim como a congregação está sujeita ao Cristo, também as esposas estejam sujeitas aos seus maridos, em tudo. Maridos, continuai a amar as vossas esposas, assim como também o Cristo amou a congregação e se entregou por ela, para que a santificasse, purificando-a com o banho de água por meio da palavra, a fim de que apresentasse a congregação a si mesmo em todo o seu esplendor, não tendo nem mancha nem ruga, nem qualquer dessas coisas, mas para que fosse santa e sem mácula.” — Efésios 5:23-27.
22. Onde se dá o casamento e por que não menciona a parábola de Jesus a noiva do noivo?
22 O casamento do Noivo Jesus Cristo e sua “noiva” congregacional, naturalmente, deve dar-se no céu, onde serão unidos com a bênção de Jeová Deus, o Pai celestial. No entanto, deve-se notar que na parábola das dez virgens não se faz menção da noiva. Faz-se isso para evitar uma confusão de idéias. De fato, é porque a “noiva” é tirada ou escolhida dentre as próprias “dez virgens”. As “virgens” escolhidas são aqueles “felizes” que são “convidados à refeição noturna do casamento do Cordeiro”. (Revelação 19:9) Em harmonia com isso, a parábola de Jesus mostra as “virgens” habilitadas como entrando pela porta para a sala da festa de casamento. A parábola passa a ilustrar como se habilitam.
23. Serem os membros da congregação de Cristo comparados a “virgens” impõe-lhes que requisito?
23 Os membros da congregação-noiva de Cristo são comparados a “virgens” por mais do que o motivo de estarem comprometidos com um Noivo virgem. São “virgens” em mais um sentido espiritual. Assim como uma moça virgem é pura, casta, sexualmente intata, assim também estes membros fiéis da congregação cristã precisam ser puros e limpos por se manterem separados deste mundo, não tendo nenhuma relação com as organizações religiosas e políticas deste mundo. Não participam em nenhuma união entre Igreja e Estado. Mantêm sua virgindade espiritual por não se envolverem nos assuntos deste mundo. (2 Timóteo 2:3, 4) É a isto que se refere dizer-se a respeito dos 144.000 vistos em pé, com o Cordeiro de Deus, no Monte Sião espiritual: “Estes são os que não se poluíram com mulheres [tais como a meretriz religiosa Babilônia, a Grande, e suas filhas]; de fato, são virgens. Estes são os que estão seguindo o Cordeiro para onde quer que ele vá.” — Revelação 14:4; 17:3-5.
24. O que diz Tiago 1:26, 27, sobre a pureza exigida dos comparados a virgens?
24 No que se refere à pureza exigida, o discípulo Tiago diz: “Se algum homem achar que e adorador formal, contudo não refrear a sua língua, mas prosseguir enganando seu próprio coração, a forma de adoração de tal homem é fútil. A forma de adoração que é pura e imaculada do ponto de vista de nosso Deus e Pai é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas na sua tribulação, e manter-se sem mancha do mundo.” — Tia. 1:26, 27.
SAI AO ENCONTRO DO “NOIVO”
25. De que modo começou a congregação de Cristo, em Pentecostes de 33 E. C., com uma religião pura e imaculada do ponto de vista de Deus, e que evidência tiveram disso?
25 No festivo Dia de Pentecostes do ano 33 E.C., quando o espírito santo desceu como batismo sobre os discípulos fiéis de Jesus Cristo, ao esperarem em Jerusalém, a congregação cristã começou com a “forma de adoração que é pura e imaculada do ponto de vista de nosso Deus e Pai”. Eram espiritualmente uma classe virgem, separados da organização religiosa que havia rejeitado a Jesus Cristo e causado que ele fosse pendurado numa estaca pelo governador romano Pôncio Pilatos. (Atos 2:1-42) Começaram com os ensinos do Messias Jesus e com os ensinos de seus doze apóstolos, e mantiveram-se separados daquela “geração pervertida”, saturada de tradições religiosas antibíblicas, transmitidas pelos antepassados desencaminhados. (Atos 2:40; Gálatas 1:13-17; Mateus 15:1-9) O batismo do espírito santo junto com o dom de línguas foi evidência de que tinham a religião verdadeira, e eles sabiam disso. Precisavam então permanecer “virgens” nela.
26, 27. (a) Em sentido espiritual de quem ficou noiva a congregação cristã em Pentecostes de 33 E.C? (b) Como falou Paulo, qual “amigo do noivo”, aos cristãos em 2 Coríntios 11:2-5?
26 Foi naquele dia (6 de sivã de 33 E.C.) que a congregação cristã ficou esposada, comprometida como noiva, prometida em casamento ao Noivo celestial, Jesus Cristo. Todos os que depois foram acrescentados àquela congregação original de 120 discípulos em Jerusalém tornaram-se parte desta classe noiva e ficaram obrigados a manter-se “virgens”. O apóstolo Paulo refere-se a isso quando adverte os cristãos em Corinto contra violarem seu noivado com Jesus Cristo e se casarem com um cristo falso. Parecido a um “amigo do noivo”, Paulo disse:
27 “Estou ciumento de vós com ciúme piedoso, porque eu, pessoalmente, vos prometi em casamento a um só marido, a fim de vos apresentar como virgem casta ao Cristo. Mas tenho medo de que, de algum modo, assim como a serpente seduziu Eva pela sua astúcia, vossas mentes sejam corrompidas, afastando-se da sinceridade e da castidade que se devem ao Cristo. Pois, do modo como é, se alguém vem e prega um Jesus diferente do que nós pregamos, ou recebeis um espírito diferente do que recebestes, ou boas novas diferentes do que aceitastes, vós facilmente o suportais. Porque eu considero que em nem uma única coisa me mostrei inferior aos vossos superfinos apóstolos.” — 2 Coríntios 11:2-5.
28. Como foram os discípulos informados, tanto por Jesus como pelos anjos, que ele viria qual noivo Judaico para levá-los para casa?
28 Seu casamento com o Noivo virgem no céu seria no futuro indefinido, num tempo distante daquele dia de noivado de Pentecostes de 33 E.C. Cinqüenta e dois dias antes disso, na noite em que foi traído pelo apóstolo infiel Judas Iscariotes, Jesus dissera aos seus apóstolos fiéis: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não, eu vos teria dito, porque vou embora para vos preparar um lugar. Também, se eu for embora e vos preparar um lugar, virei novamente e vos acolherei a mim, para que, onde eu estiver, vós também estejais. E sabeis o caminho para onde vou.” (João 14:2-4) Quarenta e dois dias depois disso, quando ascendeu do Monte das Oliveiras e subiu ao céu diante dos olhos de diversos dos seus discípulos, apareceram-lhes dois anjos e disseram: “Homens da Galiléia, porque estais parados aí, olhando para o céu? Este Jesus, que dentre vós foi acolhido em cima, no céu, virá assim da mesma maneira em que o observastes ir para o céu.” (Atos 1:9-11) Portanto, os discípulos sabiam que, igual ao noivo judaico na noite de casamento, Jesus, que se ausentara, voltaria para levá-los ao lar de seu Pai celestial, assim como Jesus já lhes havia assegurado. — João 14:1-3.
29. (a) Quando começou a classe das “virgens” a ir ao encontro do Noivo? (b) Que pergunta surgiu então, e o que é indicado por ambas as espécies de virgens serem de número igual?
29 Com tal perspectiva de casamento, a classe noiva da virgem passou a ir ao encontro do Noivo, para acolhê-lo e se alegrar com ele. Tinham de ficar vigilantes, porque ‘não sabiam nem o dia nem a hora’. (Mateus 25:13) Quantos dos que começaram no dia de Pentecostes de 33 E.C. e dos milhares daqueles que se lhes juntaram mais tarde se mostrariam semelhantes às virgens “discretas” da parábola, e quantos se mostrariam iguais às virgens “tolas” ou injudiciosas? A parábola representa como igual o número das discretas e o das tolas, indicando que havia oportunidade igual para todos os que realmente começaram, e também para não indicar que haveria mais de uma espécie do que da outra; o assunto foi deixado indefinido. Mas a parábola predisse que nem todos os que começaram como “virgens” se mostrariam dignos de ser admitidos a entrar para a “refeição noturna do casamento do Cordeiro” e participar dela. — Lucas 12:35-38.
30. (a) O que distinguiu as virgens discretas daquelas tolas? (b) Começaram todas com lâmpadas acesas, e, assim, qual era a questão vital neste respeito?
30 Então, o que distingue as virgens discretas ou prudentes das virgens tolas ou imprudentes? O seguinte: “As tolas tomaram as suas lâmpadas, mas não levaram óleo, ao passo que as discretas levaram óleo nos seus recipientes, junto com as suas lâmpadas.” (Mateus 25:3, 4) No entanto, todas elas sabiam que terem lâmpadas acesas até o fim da procissão de acolhimento serviria para identificá-las, como prova de seu merecimento de ser admitidos à festa de casamento. Em vista disso, precisavam de óleo bastante para durar-lhes até que a procissão de casamento chegasse ao lar do noivo. No cumprimento da parábola, o que foi prefigurado pelo óleo? Começaram a ir ao encontro do noivo antes de se anunciar a sua chegada, e suas lâmpadas estavam acesas quando partiram. Assim, pelo menos então havia óleo nas suas lâmpadas. Mas bastava para manter as lâmpadas acesas até que a procissão de casamento entrasse na casa do noivo?
31, 32. (a) O que pretendia a parábola mostrar a respeito daquelas “virgens” simbólicas? (b) Que atitude de espera devem manter; conforme expresso por Paulo em Filipenses 3:20, 21?
31 O óleo era um líquido de iluminação. Sem ele, o pavio na lâmpada não podia dar uma luz constante e continua. O que simbolizava levarem uma lâmpada acesa à festa de casamento? Em resposta a essa pergunta, precisamos lembrar-nos do objetivo com o qual Jesus proferiu esta parábola. O objetivo era mostrar que os que desejavam ser admitidos ao casamento celestial teriam de ter certa identificação, certa personalidade, e teriam de retê-la até o próprio fim, não importando quando começasse e se realizasse a procissão de casamento até chegar finalmente ao lar do Noivo para a sua “noiva”. Em primeiro lugar, os da classe do “reino dos céus”, enquanto na terra no meio deste mundo tenebroso, teriam de manter-se “virgens” em sentido espiritual. Têm as suas esperanças fixas no Noivo celestial, e esta atitude não permite nenhuma contaminação deles com o mundo impuro. Têm de estar “seguindo o Cordeiro para onde quer que ele vá”. (Revelação 14:4) Têm de permanecer assim como o apóstolo Paulo, que disse:
32 “A nossa cidadania existe nos céus, donde também aguardamos ansiosamente um salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual remodelará o nosso corpo humilhado para ser conforme ao seu corpo glorioso, segundo a operação do poder que ele tem, sim, de sujeitar todas as coisas a si mesmo.” — Filipenses 3:20, 21.
33. (a) Por quanto tempo têm de manter a sua virgindade espiritual. a fim de se mostrarem dignos de que? (b) Que disse Jesus sobre eles refletirem tal condição aceitável?
33 Portanto, sua virgindade espiritual mantida se deve ao seu desejo e à sua determinação de se mostrarem dignos de ser aceitos pelo Noivo celestial como sua “noiva”. Sua vida diária deve refletir isso no meio da escuridão deste mundo da humanidade. Jesus Cristo, o Noivo, disse aos seus discípulos no seu Sermão do Monte, no ano 31 E.C.: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. As pessoas acendem uma lâmpada e a colocam, não debaixo do cesto de medida, mas no velador, e ela brilha sobre todos na casa. Do mesmo modo, deixai brilhar a vossa jaz perante os homens, para que vejam as vossas obras excelentes e dêem glória ao vosso pai, que está nos céus.” — Mateus 5:14-16.
34. Segundo as palavras de Paulo em Filipenses 2:14-16, como deviam os cristãos brilhar?
34 Também o apóstolo Paulo disse aos concristãos: “Persisti em fazer todas as coisas livres de resmungos e de argüições, para que venhais a ser inculpes e inocentes, filhos de Deus sem mácula no meio duma geração pervertida e deturpada, entre a qual estais brilhando como iluminadores no mundo, mantendo-vos firmemente agarrados à palavra da vida, para que eu tenha causa para exultação no dia de Cristo, de que não corri em vão nem trabalhei arduamente em vão.” — Filipenses 2:14-16
35. Portanto, o que é representado por erguerem as virgens suas lâmpadas acesas, em expectativa de quê?
35 Para que os da classe do “reino dos céus” brilhem como a “luz do mundo” precisam empenhar-se em “obras excelentes” que glorificam o Pai celestial; precisam fazer tudo sem resmungos e argüições, mantendo-se inculpes e inocentes no que se refere à sua vida cristã, mostrando-se sem mácula como filhos de Deus. Precisam fazer isso na expectativa da vinda do Noivo para levá-los ao lar de seu Pai celestial. Fazerem tudo isso é representado por erguerem as virgens as suas lâmpadas acesas. É algo que deleita o Noivo no meio da noite de escuridão do mundo.
O ÓLEO E OS RECIPIENTES SIMBÓLICOS
36. O que representa o “óleo” como líquido iluminador?
36 Então, o que representa o óleo, o líquido iluminador? Simboliza aquilo que mantém os da classe do “reino dos céus” brilhando como iluminadores no meio dum mundo em escuridão. Concordemente, representa a “palavra da vida”, a que precisam manter-se “firmemente agarrados”; pois está escrito: “Lâmpada para o meu pé é a tua palavra e luz para a minha senda.” (Salmo 119:105) “A própria exposição das tuas palavras dá luz, fazendo que os inexperientes entendam.” (Salmo 119:130) Como representação, o “óleo” incluiria também o espírito santo de Deus, porque esta santa força ativa, invisível, de Deus, ajuda no entendimento da Palavra de Deus. (João 16:13) Também, este espírito santo no cristão manifesta-se nos frutos, nos frutos do espírito, tais como amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura e autodomínio. (Gálatas 5:22, 23) Tal “óleo” espiritual tem poder iluminador.
37. O que representa terem as virgens um suprimento de óleo nos seus “recipientes”? E por quê?
37 Na parábola, as “virgens” tinham de ter um suprimento de óleo em recipientes, dos quais podiam derramá-lo nas lâmpadas que levavam. Não podiam transformar seus próprios corpos em “recipientes” por beber o óleo e depois, conforme necessário, regurgitá-lo para as lâmpadas, a fim de mantê-las acesas. Contudo, terem “recipientes” cheios de óleo significava que tinham um suprimento de óleo, naturalmente, não nos seus próprios corpos quais vasilhames. De modo que os da classe do “reino dos céus” possuem, sim, em si mesmos, um suprimento da Palavra de Deus e de Seu espírito santo. Apropriadamente, pois, os “recipientes” retratados na parábola representam os próprios membros da classe “virgem” como possuidores do “óleo” simbólico. Certamente, precisam dum suprimento amplo de tal “óleo” ao saírem ao encontro do Noivo e se juntarem à sua procissão.
38. Então o que é simbolizado pelas lâmpadas das virgens, e de que modo há iluminação?
38 Na parábola, as dez virgens usavam lâmpadas de óleo para iluminar o cenário noturno. Portanto, o que representam as lâmpadas no cumprimento atual da parábola? O mesmo que os “recipientes” de óleo, porque as antigas lâmpadas continham óleo iluminador do mesmo modo que os “recipientes” de suprimento. Os próprios membros da classe do “reino dos céus” são as lâmpadas simbólicas. Não é que bebam inteiramente o óleo e depois derramem óleo sobre si, incendiando-se quais “tochas vivas” enfileiradas ao longo do caminho da procissão, quais mártires que se sacrificam em honra do Noivo. Não, mas estão cheios da Palavra iluminadora de Deus e de seu espírito santo, e isto os torna brilhantes de modo espiritual para a honra do glorioso Noivo celestial. Eles mesmos são “iluminadores no mundo”, por causa de suas qualidades espirituais. Por causa da espécie da que levam sob a influência da Palavra e do espírito de Deus, brilham para a glória Dele.
39. (a) Por que não sabiam as “virgens” quanto tempo teriam de esperar pelo noivo? (b) Portanto, que acharam as virgens discretas aconselhável fazer?
39 Visto que não se fixou a hora da noite em que o noivo partia da casa onde se lhe deu a noiva e depois encabeçava a procissão de volta ao seu próprio lar, para a vida de casado, as virgens da parábola não sabiam exatamente quanto tinham de esperar até o noivo aparecer. Por isso não sabiam por quanto tempo tinham de manter suas lâmpadas acesas. Portanto, era aconselhável que não só enchessem as lâmpadas, mas também um recipiente com óleo adicional. As virgens “discretas” ou prudentes compreenderam isso e “levaram óleo nos seus recipientes”, junto com a suas lâmpadas acesas. As virgens “tolas” ou injudiciosas, imprudentes, não fizeram isso, e sua tolice neste respeito tornou-se evidente com o tempo.
40. (a) No cumprimento da parábola, de que modo levam os da classe das virgens “discretas” óleo consigo nos seus recipientes? (b) Como os ajuda isso a se mostrarem fiéis no seu noivado com o seu Noivo?
40 No cumprimento da parábola, os representado’ pelas cinco virgens “discretas” tomam consigo óleo extra nos seus recipientes, por assim dizer, enchendo-se com a Palavra de Deus, tendo-a na mente e no coração por meio do estudo pessoal, em particular, por assistir às reuniões cristãs onde se ensina e considera a Palavra de Deus e por fazer uso desta Palavra de Deus por, transmiti-la a outros. Oram pelo espírito de Deus e procuram estar continuamente “cheios de espírito”. (Efésios 5:18) Em qualquer tempo futuro de emergência, esta plenitude de “óleo” espiritual os ajudaria a renovar sua faculdade de perseverança e a continuar brilhando como a “luz do mundo”, em prova de que se mantêm fiéis ao seu noivado com o Noivo celestial.
“DEMORANDO O NOIVO”
41. (a) Quando foi pela primeira vez que os gentios se tornaram parte da classe da “virgem casta” que saiu ao encontro do Noivo? (b) Em vista do que aconteceu aos judeus em 70 E.C., encontraram-se as “virgens” naquele tempo com o Noivo?
41 No outono (setentrional) do ano 36 E.C., abriu-se a porta a não judeus incircuncisos, a gentios, para serem convertidos ao cristianismo, que é a “forma de adoração que é pura e imaculada” do ponto de vista de Deus. Estes gentios crentes receberam o espírito santo de Deus e seus dons, do mesmo modo como os crentes judaicos haviam recebido no dia de Pentecostes de 33 E.C. (Atos 10:1 a 11:18; 15:7-19) Assim também estes se tornaram parte da classe da “virgem casta” ‘prometida em casamento’ a Cristo. (2 Coríntios 11:2) Daí em diante, tinham parte no cumprimento da parábola das “dez virgens”, e, usando-se a linguagem da parábola, “tomaram as suas lâmpadas e saíram ao encontro do noivo”. No ano 70 E.C., a cidade de Jerusalém e seu suntuoso templo foram destruídos pelas legiões romanas, mas, embora esta destruição horrível fosse uma expressão do julgamento de Deus contra os judeus descrentes, anticristão, a classe da “virgem casta” não se encontrou com o Noivo celestial, ao encontro de quem foi, para dar-lhe boas vindas. — Lucas 21:20-24; Mateus 24:15-22; Marcos 13:14-20.
42, 43. (a) Perto do fim do primeiro século, que revelação deve ter animado os da classe da “virgem casta” na sua esperança, mas como terminou aquela revelação? (b) Na primeira carta que João escreveu depois disso, à presença de quem já se referiu João?
42 Passaram-se anos, e perto do fim do primeiro século E.C., por volta do ano 96 E.C., o apóstolo João recebeu a maravilhosa Revelação, com o que tinha para revelar sobre o Noivo celestial, Jesus Cristo, e sua “noiva”, representada como a Nova Jerusalém. (Revelação 21:1 a 22:17) Isto deve ter sido de indizível encorajamento para os da classe da “virgem casta”, que ainda persistiam na sua esperança de se encontrar com o retornado Noivo. No entanto, o Noivo celestial encerrou aquela Revelação por dizer: “Aquele que dá testemunho dessas coisas diz: ‘Sim; venho depressa.”’ Em resposta, o idoso apóstolo João respondeu: “Amém! Vem, Senhor Jesus”, e depois João acrescentou, em conclusão: “A benignidade imerecida do Senhor Jesus Cristo seja com os santos.” (Revelação 22:20, 21) Talvez dois anos depois disso, por volta de 98 E.C., o apóstolo escrevesse a primeira de suas três cartas, dizendo nela:
43 “Criancinhas, é a última hora, e, assim como ouvistes que vem o anticristo, já está havendo agora muitos anticristos; sendo que deste fato obtemos o conhecimento de que é a última hora.” “Sabemos que todo aquele que tem nascido de Deus não pratica pecado, mas o Nascido de Deus vigia sobre ele, e o iníquo não o segura. Sabemos que nos originamos de Deus, mas o mundo inteiro jaz no poder do iníquo.” — 1 João 2:18; 5:18, 19.
44. (a) A morte posterior de João abriu o caminho para a entrada de quem? (b) Mas, então, quanto devem ter brilhado as lâmpadas acesas da classe das “dez virgens”, e que esperança havia de se encontrar o Noivo?
44 Pouco depois de escrever as suas três cartas e também a narrativa da vida de Jesus, conhecida como Evangelho de João, o idoso apóstolo deve ter morrido, sem dúvida como último dos “doze apóstolos do Cordeiro”. O falecimento de João, portanto, permitiria a abertura gradual da porta, não para a entrada de Cristo, o Noivo, mas para a do anticristo, a respeito de quem João advertira. (2 Tessalonicenses 2:7, 8) A “luz do mundo” foi então quase que apagada. As “lâmpadas” simbólicas da classe representada pelas “dez virgens” devem ter iluminado muito pouco. De fato, o número das verdadeiras “virgens” deve ter ficado muito pequeno. Outros interesses, interesses materiais do mundo, em vez de o desejo da volta do Senhor Jesus, devem ter ocupado a atenção dos que apenas professavam ser cristãos. Passava-se tanto tempo, e ele ainda não aparecia.
45. Como se cumpriu que, “demorando o noivo, todas elas cochilaram e adormeceram”, especialmente já por volta do tempo de Constantino?
45 Isto foi o que a parábola das dez virgens predisse, nas seguintes palavras: “Demorando o noivo, todas elas cochilaram e adormeceram.” (Mateus 25:5) De modo similar, dentro do grupo religioso que professava ser a congregação cristã, os membros estavam ficando cansados de esperar a vinda do Noivo. De fato, com a chamada “conversão” de Constantino, o Grande, e tornar ele o cristianismo professo nos seus dias a Religião Estatal do Império Romano, não parecia haver necessidade da volta de Cristo. A cristandade achava-se então estabelecida, sendo que muitos dos bispos religiosos das igrejas tornaram-se aliados do Estado romano e começaram a reinar em sentido religioso. Não só os apóstolos genuínos de Jesus Cristo estavam adormecidos na morte, mas tais bispos que professavam ser cristãos também adormeceram para com a responsabilidade cristã e a necessidade de manter a congregação cristã pura e livre das filosofias e tradições dos homens, e de ter de manter-se absolutamente puros e imaculados do mundo, numa forma pura e imaculada de adoração perante Deus.
46. (a) De que modo é este sono da classe das “dez virgens” paralelo ao que Jesus predisse na parábola do trigo e do Joio? (b) Quanto tempo duraria o sono espiritual e quando se daria o tempo do cumprimento da fase final da parábola?
46 Esta situação religiosa parece ser paralela àquela retratada na parábola de Jesus a respeito do trigo e do joio, na qual ele disse: “O reino dos céus tem-se tornado semelhante a um homem que semeou excelente semente no seu campo. Enquanto os homens dormiam, veio seu inimigo e semeou por cima joio entre o trigo, e foi embora.” (Mateus 13:24, 25) Apenas após um longo período de crescimento viria a colheita e o tempo para o “homem” da parábola vir para o trabalho da colheita e mandar que se arrancasse o joio e se ajuntasse o “trigo” puro nos seus celeiros. É interessante que Jesus, ao explicar toda esta parábola, usou a mesma expressão que seus apóstolos usaram quando lhe fizeram a pergunta registrada em Mateus 24:3. Jesus disse: “A colheita é a terminação dum sistema de coisas.” (Mateus 13:39) Ainda faltaria muito tempo até a terminação do sistema mundano de coisas, e o cochilo predito na parábola das “dez virgens” mostrou ser longo. O cumprimento das particularidades finais da parábola das virgens faria parte do “sinal” de que estamos na “terminação do sistema de coisas”.
(Notas de rodapé)
a The Sacred Writings of the Apostles and Evangelists of Jesus Christ Commonly called the New Testament, de Campbell, Macknight e Doddridge, de 1828 E. C.
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“Aqui está o noivo!”Aproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 11
“Aqui está o noivo!”
1. Durante este sono de duração indefinida das “dez virgens”, houve movimentação da parte de quem, e especialmente depois de que despertar religioso?
DURANTE aquele sono de duração indefinida, conforme predito na parábola de Jesus, deve ter havido alguma movimentação da parte das “virgens” simbólicas, especialmente da parte das virgens “discretas”, que haviam trazido um suprimento extra de óleo nos seus recipientes. Isto se deu especialmente depois de um despertar religioso no começo do século dezesseis E. C. e um esforço estrênuo, na Europa, de retornar às Escrituras Sagradas inspiradas como o único livro de verdade divina, o verdadeiro guia inspirado para os seguidores de Cristo, o Noivo. A promessa de Cristo, de voltar novamente, causou bastante impressão nos leitores e estudantes sinceros da Bíblia. Eles viram que esta segunda vinda podia ser antes do milênio, quer dizer, antes de começar o prometido Milênio, que seria assinalado por Satanás ser preso e encarcerado na “cova sem fundo” ou “abismo”.
2. Que papel desempenhou o teólogo luterano J. A. Bengel em tal movimentação religiosa?
2 Por exemplo, na primeira metade do século dezoito surgiu um teólogo luterano chamado Johann Albrecht Bengel, que nasceu em 1687 em Winnenden, em Wuertenberg, na Alemanha, e faleceu em 1752 E.C. Ele escreveu vários livros sobre as Escrituras Sagradas. Sobre estes diz a Encyclopædia Britannica (décima primeira edição):
Os mais importantes são: Ordo Temporum [Ordem dos Tempos], um tratado sobre a cronologia da Escritura, na qual ele entra em algumas especulações sobre o fim do mundo, e uma Exposição do Apocalipse, que por um tempo gozava de grande popularidade na Alemanha e foi traduzida em várias línguas. — Volume 3, página 737.
A Cyclopœdia de M’Clintock e Strong diz a respeito de Bengel:
Suas obras cronológicas, empenhando-se em determinar o “número da besta”, a data do “milênio” (ele era positivo em fixar o início do milênio no ano 1836), etc., detraíram um pouco de sua reputação de critério sólido. — Volume 1, páginas 749, 750.
3. (a) Por que não foram os escritos publicados de Bengel o grito à meia-noite sobre o Noivo? (b) Que outra movimentação houve com William Miller, de Pittsfield, Massachusetts?
3 No entanto, os escritos publicados de Bengel, na primeira metade do século dezoito, não mostraram ser o grito à meia-noite: “O noivo está chegando! Venham se encontrar com ele.” “Aqui está o noivo! Ide ao encontro dele.” (Mateus 25:6, A Bíblia na Linguagem de Hoje; Tradução do Novo Mundo) Os que acompanharam as publicações de Bengel e agiram segundo elas não se encontraram com o Noivo celestial no ano 1836, pela volta visível Dele na carne. Com o decorrer do tempo, houve outros movimentos entre os cristãos que professavam ser da classe da “virgem casta”, especialmente em relação com um homem nascido em Pittsfield, Massachusetts, E. U. A., no ano 1781. Este homem era William Miller, que se tornou fundador dos chamados milleritas ou adventistas. Diz a Cyclopœdia de M’Clintock e Strong, Volume 6, página 271:
Por volta de 1833, quando era habitante de Low Hampton, N. I., iniciou a sua carreira como apóstolo da nova doutrina, que ensinava que o mundo chegaria ao fim em 1843. O principal argumento em que se baseava a sua crença era o relacionado com a terminação dos 2300 dias em Daniel 8:14, que ele considerava como anos. Daí, considerando as setenta semanas de Daniel 9:24 como chave para a data dos 2300 dias do capítulo precedente e datando os períodos de 457 A. C., quando Artaxerxes, rei da Pérsia, enviou Esdras de seu cativeiro para restabelecer a comunidade judaica em Jerusalém (Esdras 7), e terminando as setenta semanas, como fazem em geral os comentadores, em 33 A. D., com a crucificação de Cristo, ele achava que os remanescentes dos 2300 dias, que eram 1810, acabariam em 1843. Propôs este significado durante dez anos e conseguiu reunir um grande número de seguidores, dos quais se diz que chegaram a cinqüenta mil, que aguardaram com expectativa crédula o dia designado. No entanto, resultando o contrário do ensino do seu apóstolo, os adventistas, conforme às vezes são chamados, aos poucos abandonaram a Miller. Ele morreu em Low Hampton, Condado de Washington, N. I., em 20 de dezembro de 1849.
4. (a) Como se mostrou que o movimento de Miller não foi o grito à meia-noite? (b) Trinta anos depois, o que descobriu um grupo independente de estudantes da Bíblia a respeito da segunda vinda de Cristo?
4 É evidente, pois, que o lançamento do movimento millerita não resultou em ser o grito à meia-noite: “Aqui está o noivo!” O Noivo celestial não apareceu visivelmente na carne àqueles adventistas, nem os levou em arrebatamento ao seu desejado lar celestial, lá em 1843. Contudo, o estudo da Bíblia continuou. Trinta anos mais tarde, houve um pequeno grupo de homens, não associados com os adventistas, nem afiliados com qualquer das seitas religiosas da cristandade, que estudavam as Escrituras Sagradas, em Pittsburgh (Allegheny), na Pennsilvânia, E. U. A. Estudavam independentemente, a fim de evitar encarar a Bíblia através de óculos sectários. Entre estes homens encontrava-se Charles Taze Russell, que estava entrando nos seus vinte e poucos anos. Naturalmente, estavam vivamente interessados na segunda vinda do Noivo celestial, Jesus Cristo. No entanto, seus estudos bíblicos levaram à descoberta de que a volta de Cristo seria invisível, não visível na carne como homem materializado, mas invisível no espírito, visto que ele não era mais carne e sangue. Sua chegada, portanto, não seria vista pelos homens, e esta chegada iniciaria uma presença ou parusia invisível da sua parte. Mas ela se manifestaria por meio de evidências.
“SETE TEMPOS” — “OS TEMPOS DOS GENTIOS”
5. No decorrer dos seus estudos, que período de tempo mencionado por Jesus consideraram eles, e, em 1876, o que publicou Russell sobre o fim daquele período?
5 No decorrer de seus estudos bíblicos, estes estudantes pesquisadores passaram a examinar os “tempos dos gentios”, mencionados por Jesus em Lucas 21:24 (Al), e eles associaram esses Tempos dos Gentios com os “sete tempos” mencionados quatro vezes em Daniel, capítulo quatro, versículos 16, 23, 25, 32. O que verificaram estes estudantes da Bíblia quanto à data em que tais “sete tempos” de dominação gentia da terra acabariam legalmente perante Deus? Ora, naquele tempo publicava-se uma revista mensal em Brooklyn, Nova Iorque, por George Storrs, chamada “Examinador da Bíblia”. No ano 1876, Russell, aos vinte e quatro anos, fez uma contribuição sobre o assunto para esta revista. Ela foi publicada no Volume XXI, Número 1, que era o número de outubro de 1876. Nas páginas 27 e 28 daquele número, o artigo de Russell foi publicado sob o título “Tempos dos Gentios: Quando Terminam?” Naquele artigo (na página 27), Russell disse: “Os sete tempos terminarão em 1914 A. D.”
6. (a) Em 1877, na publicação de que livro participou Russell, e o que disse este sobre o fim dos Tempos dos Gentios? (b) Segundo a cronologia seguida então, quando terminaram seis mil anos da existência do homem, mas em que ano se calculou que começaria o sétimo milênio?
6 No ano seguinte (1877), Russell juntou-se a certo Nelson H. Barbour, de Rochester, Nova Iorque, na publicação dum livro intitulado “Três Mundos e a Colheita Deste Mundo”. Neste livro, apresentou-se que o fim dos Tempos dos Gentios, em 1914 E.C., seria precedido por um período de quarenta anos, assinalado pelo início duma colheita de três anos e meio, começando em 1874 E.C. Entendeu-se que esta colheita fosse sob a direção invisível do Senhor Jesus Cristo, cuja presença ou parusia teria começado no ano 1874. Entendeu-se que pouco depois se daria o início do grande Jubileu antitípico para a humanidade, prefigurado pelas celebrações antigas do “jubileu” dos judeus sob a lei de Moisés. (Levítico, capítulo vinte e cinco) Segundo a cronologia bíblica adotada depois, os seis mil anos da existência do homem na terra acabaram no ano 1872, mas o Senhor Jesus não veio no fim desses seis milênios da existência humana, ou antes, no início do Jubileu antitípico, em outubro de 1874. Calculou-se que o ano 1874 fosse o fim de seis milênios de pecado entre a humanidade. Entendeu-se que a humanidade, a partir desta última data, estivesse no sétimo milênio. — Revelação 20:4.
7. (a) Por que foi que a revista religiosa publicada em 1879 incluiu no seu título “E Arauto da Presença de Cristo”? (b) O que devia acontecer quando esta “presença” atingisse o fim dos Tempos dos Gentios em 1914?
7 Em vista de tal entendimento dos assuntos, a classe da “virgem casta” começou a sair ao encontro do Noivo celestial no ano 1874, visto que cria que ele tivesse chegado naquele ano e estivesse desde então invisivelmente presente. Achavam que já viviam na presença invisível do Noivo. Por causa disso, quando Charles T. Russell começou a publicar a sua própria revista religiosa, em julho de 1879, publicou-a sob o título “Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo”. Ele já se familiarizara com a Diaglott Enfática, de Wilson, que traduzia a palavra grega parousia como “presença”, não “vinda”, em Mateus 24:3 e em outra parte. A nova revista proclamava a presença invisível de Cristo como tendo começado em 1874. Esta presença continuaria até o fim dos Tempos dos Gentios em 1914, quando as nações gentias seriam destruídas e o restante da classe da “virgem casta” seria glorificado junto com o noivo no céu, pela morte e pela ressurreição à vida no espírito. Deste modo, a classe representada pelas cinco virgens sábias entraria pela porta para o casamento.
8. (a) O que aguardava ansiosamente o restante da classe da “virgem casta”, e por quê? (b) Na manhã daquele dia, o que anunciou Russell ao pessoal da sede, em Brooklyn, Nova Iorque?
8 Com o passar dos anos e ao se aproximar mais o tempo, os do restante da classe da “virgem casta” aguardavam com interesse cada vez maior a data crítica de 1.º de outubro de 1914. Tratava-se duma classe de cristãos separados deste mundo impuro e plenamente “consagrados” a Deus mediante Cristo, e eles haviam simbolizado a sua “consagração” a Deus pela imersão em água. Esforçavam-se a deixar sua luz brilhar, ao se aproximar o tempo em que esperavam encontrar-se com seu Noivo nos céus. Finalmente chegou o dia 1.º de outubro de 1914, e na manhã daquele dia, Charles T. Russell, como presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E. U. A.) anunciou ao pessoal da sede em Brooklyn, Nova Iorque: “Os Tempos dos Gentios já terminaram e seus reis já tiveram seu dia.”
9. No entanto, quando faleceu o próprio Russell e que conclusão devemos tirar disso?
9 No entanto, com este fim dos Tempos dos Gentios tampouco veio a aguardada glorificação do restante da igreja nos céus. O próprio Russell faleceu só em 31 de outubro de 1916, deixando a presidência da Sociedade para outro. Alguma coisa tinha de ter sido calculada errada.
10. (a) O que viu o 1.º de outubro de 1914 surgir para o restante da classe da “virgem casta” na terra? (b) Quando atingiu a perseguição seu auge, e que carta mostra um anseio de coração da união com o Noivo celestial?
10 Em vez de presenciar a glorificação da igreja de Cristo no céu a data de 1.º de outubro de 1914 viu surgir grande dificuldade para os que estavam desejosos de se encontrar com o Noivo celestial. Ao se prolongarem horrivelmente os anos da Primeira Guerra Mundial, a perseguição que continuava a ser movida à classe da “virgem casta” veio ao clímax. Este se deu no verão de 1918, quando o novo presidente da Sociedade Torre de Vigia (dos E. U. A.), Joseph F. Rutherford, e o secretário-tesoureiro dela, W. E. Van Amburgh, e mais seis outros homens cristãos relacionados com o pessoal da sede em Brooklyn, Nova Iorque, foram condenados injustamente por um tribunal federal e encarcerados na penitenciária federal de Atlanta, Geórgia. De sua cela ali, o Presidente Rutherford dirigiu uma carta aos seus concristãos, que sofriam perseguição fora das barras e paredes da prisão. Parte desta carta foi impressa na página quatro do programa do congresso de quatro dias da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, de 30 de agosto a 2 de setembro de 1918, em Milwaukee, Wisconsin, E. U. A.a Esta carta revelava o anseio de coração dos da classe da “virgem casta” de uma breve união com o Noivo nos céus, especialmente nas linhas que citamos aqui:
AO ISRAEL DE DEUS
“Mui Amados em Cristo:
“A vida na prisão parece estranha; contudo, cada experiência é acompanhada por alegria, visto que encaramos tudo isso dum ponto de vista celestial. Deveras, agora podemos cantar:
‘Desvaneça, desvaneça, cada alegria terrena,
Jesus é meu!’
“De fato, agora não há alegrias terrenas; mas aguardamos com alegre expectativa nosso recolhimento para casa. . . . Muitas vezes nos sentimos num apuro entre duas coisas — se preferimos partir ou ir e servi-los por um tempo antes de ir para casa. Faça-se a Sua vontade! Estou certo de que todas estas experiências amadurecem a igreja em preparação para o recolhimento final. As cartas dos queridos em outra parte mostram quão meigamente se entregam ao fogo que consome o sacrifício. . . .
“. . . Façam tudo o que puderem para animar as queridas ovelhas do rebanho. Consolem-nas com as promessas agradáveis duma breve e gloriosa ida para casa. Nunca os amei tanto quanto agora. Quão agradável será estar ajuntados em volta do trono de nosso Pai e regozijar-nos com alegria indizível para todo o sempre! . . .
“Agradeço ao nosso querido Pai por ele ter sido tão bom de enviar sete irmãos comigo, para que tivéssemos juntos estes privilégios. . . .
“Estejam certos de que os amamos muito. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos.
“Seu irmão e servo pela graça Dele,
“J. F. RUTHERFORD.”
11. (a) Durante aquela perseguição, o que não reconheceu o restante da classe da “virgem casta” a respeito de 1874? (b) Quanto tempo ficaram os representantes da Sociedade na penitenciária e o que se abriu ao serem libertos?
11 Durante todos estes padecimentos no meio das trevas da Primeira Guerra Mundial, o restante sofredor dos da classe da “virgem casta” não reconheceu que o ano de 1874, então já quarenta anos no passado, não havia sido o tempo da volta do Noivo e o tempo para se anunciar: “Aqui está o noivo! Ide ao encontro dele.” O tempo do grito à meia-noite ainda estava no futuro, mas perto. O tempo que o Presidente Rutherford passou na prisão não veio a ser vinte anos, segundo a sentença que lhe havia sido imposta pelo tribunal, em 21 de junho de 1918, mas veio a ser apenas nove meses. Em 25 de março de 1919, ele e seus sete companheiros foram libertos da Penitenciária de Atlanta e levados de volta a Brooklyn, Nova Iorque, onde em 26 de março lhes foi concedida fiança e um apelo. Estavam novamente livres para empreender sua obra do após-guerra junto com todos os outros membros do restante da classe da “virgem casta”. Este restante não havia passado por nenhum recolhimento ao trono de seu Pai celestial, longe das crescentes trevas deste mundo iníquo. Iniciava-se um novo período de serviço cristão na terra!
12. Por que parte da parábola de Jesus sobre as “dez virgens” passaram então?
12 Foi neste momento crítico que passaram por aquilo que foi predito pelo Noivo celestial na sua parábola das “dez virgens”, nas seguintes palavras: “Logo no meio da noite levantou-se um grito: ‘Aqui está o noivo! Ide ao encontro dele.’ Todas aquelas virgens levantaram-se então e puseram as suas lâmpadas em ordem.” — Mateus 25:6, 7.
13, 14. (a) Na parábola, quem anunciou a presença do noivo e como se cumpriu isso? (b) Que evidência há desde 1914 de que o Noivo celestial está realmente presente?
13 Na parábola, o anúncio de que o noivo estava ali não foi feito pelas “dez virgens”. Evidentemente, foi feito pelos ajudantes do noivo. As virgens apenas ouviram o grito. Do mesmo modo, no ano 1919 E.C., todos os que afirmavam ser como as virgens que aguardavam a vinda do Noivo para levá-los à festa espiritual de casamento no lar de seu Pai foram confrontados com a presença invisível do Noivo.
14 Portanto, o ano de 1919 mostrou ser o ano de desparamento para todas as professas “virgens”, as tolas e as discretas. A primeira guerra global havia acabado e a Liga das Nações fora promovida como organização internacional em prol de paz e segurança mundiais. Desde o irrompimento daquela guerra mundial em 1914, cumpriu-se um número suficiente de particularidades da profecia de Jesus a respeito de sua parusia e da terminação do sistema de coisas para constituir um “sinal” composto, de que Jesus Cristo deveras havia entrado no seu reino celestial, no fim dos Tempos dos Gentios em 1914. De modo que se estabelecera nos céus o prometido reino messiânico de Deus. A história mundial e a história da igreja provaram então realmente que Cristo estava presente!
PONDO AS SUAS “LÂMPADAS” EM ORDEM
15. (a) Que subtítulo podia então levar corretamente a revista Torre de Vigia? (b) Os leitores da Torre de Vigia, em todo o mundo, ficaram emocionados com que anúncio no número inglês de 15 de abril de 1919?
15 Então, por fim, a revista Torre de Vigia (agora Sentinela) podia de direito levar o subtítulo “E Arauto da Presença de Cristo”. Os oito estudantes cristãos da Bíblia, soltos da penitenciária federal em março, foram privilegiados em assistir à celebração anual da Ceia do Senhor, na noite de domingo, 13 de abril de 1919, e, segundo um relatório incompleto da assistência total, publicado no número inglês da Torre de Vigia de 15 de maio, na página 151, houve mais de 17.961 celebrantes. Nas páginas 117 e 118 do número inglês da Torre de Vigia de 15 de abril de 1919 anunciou-se o livramento sob fiança de 10.000 dólares de cada um dos oito homens acusados falsamente e a grandiosa recepção que receberam no lar do Betel de Brooklyn, por centenas de concristãos. Este anúncio, publicado mundialmente, teve um efeito estimulante sobre os leitores da Torre de Vigia e Arauto da Presença de Cristo.
16. (a) Segundo Isaías 60:2, para que era então tempo? (b) Como foi fortalecida a coragem dos estudantes “consagrados” da Bíblia e que reunião internacional se realizou?
16 Não era então tempo para sonolência e sono espirituais. Era tempo de ação, quando, segundo predisse Isaías 60:2, “a própria escuridão cobrirá a terra e densas trevas os grupos nacionais; mas sobre ti raiará Jeová e sobre ti se verá a sua glória”. A situação mundial exigiu ação corajosa da parte de todos os estudantes “consagrados” da Bíblia. Não se perdeu tempo, a fim de reforçar a coragem cristã daqueles que haviam aguardado o Noivo, pois, nos números de 1.º e 15 de agosto de 1919 da Torre de Vigia em inglês foram publicados dois artigos sobre o tema “Benditos os Destemidos”, junto com anúncios dos arranjos para um “Congresso Geral: Cedar Point, Lago Erie”, durante oito dias, de 1.º a 8 de setembro, em escala internacional. Sacudindo-se vigorosamente para se livrar da sonolência espiritual, milhares do povo “consagrado” de Deus afluíram ao local do congresso, por volta de 6.000, especialmente do Canadá e dos Estados Unidos, para assistir às sessões diárias. Este congresso emocionante foi uma ocasião para os “consagrados” renovarem sua resolução de estar bem despertos e ativos no serviço de Deus, que os aguardava.
17, 18. (a) Que publicação foi anunciada no “Dia dos Co-trabalhadores” naquele Congresso Geral, e com que perspectiva? (b) Como eram encorajadoras as instruções sobre como agir neste trabalho, e foram os acontecimentos daquele dia no congresso apenas de interesse passageiro?
17 Houve tremendo entusiasmo no “Dia dos Co-trabalhadores”, sexta-feira, 5 de setembro, quando o Presidente J. F. Rutherford anunciou a publicação duma nova revista, a partir de 1.º de outubro de 1919, com o título de “A Idade de Ouro”. Seria companheira da revista Torre de Vigia (Sentinela) para a publicação das boas novas do reino messiânico de Deus, e os do povo “consagrado” de Deus foram incentivados a participar na angariação de assinatura para ela, aguardando o tempo em que a tiragem fosse de 4.000.000 de exemplares por número. Mais tarde foram publicadas instruções adicionais sobre como proceder nesta obra mundial de publicidade, num artigo de duas páginas e meia, intitulado “Anunciando o Reino”, nas páginas 279-281 da Torre de Vigia de 15 de setembro de 1919, em inglês.
18 Quão revigorante como chamada a todos os leitores foi a declaração no antepenúltimo parágrafo deste artigo: “Entrai por ela depressa. Lembrai-vos, ao sairdes nesta obra, que não estais apenas atuando como agentes duma revista, mas que vós sois embaixadores do Rei dos reis e Senhor dos senhores, anunciando ao povo de modo dignificado a vinda da Idade de Ouro, o glorioso reino de nosso Senhor e Mestre, o qual os cristãos verdadeiros têm esperado e pelo qual têm orado por muitos séculos”! Houve uma resposta instantânea àquele convite para participar nesta nova fase da obra do Reino, e hoje, mais de cinqüenta e cinco anos depois, esta mesma revista, que agora tem o nome de “Despertai!” tem uma tiragem de 8.650.000 exemplares de cada número. Por certo, a presença daqueles 6.000 cristãos “consagrados”, ali em Cedar Point, Ohio, e sua aclamação do anúncio da revista A Idade de Ouro, na sexta-feira, 5 de setembro de 1919, de modo algum eram coisas de interesse passageiro, sem conseqüência na história da classe da “virgem casta” de Deus, neste verdadeiro tempo da parusia de Cristo. Esta classe virgem nunca mais adormeceu!
19. Por as lâmpadas em ordem exigiu que ação, e por que levou isso a uma separação entre as virgens?
19 Foi deveras o tempo em que “todas aquelas virgens levantaram-se . . . e puseram as suas lâmpadas em ordem”. (Mateus 25:7) Na parábola, isto exigiu que as virgens reenchessem suas lâmpadas com óleo, porque as suas lâmpadas estavam “prestes a apagar-se”. Mas, as virgens tolas descobriram então que não podiam logo preencher suas lâmpadas; não haviam trazido consigo recipientes cheios de óleo, o que as virgens discretas haviam feito. Isto levou a uma divisão entre as virgens. Por quê? Mateus 25:8, 9, explica isso, dizendo: “As tolas disseram às discretas: ‘Dai-nos do vosso óleo, porque as nossas lâmpadas estão prestes a apagar-se.’ As discretas responderam com as palavras: ‘Talvez não haja suficiente para nós e para vós. Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós.”‘
20. Foi egoísta da parte das virgens discretas recusarem compartilhar seu óleo com as tolas, e o que resolveram as discretas?
20 Podemos imaginar quão difícil seria para aquelas virgens tolas ir naquela hora da noite e tentar achar uma venda de óleo aberta ou vendedores de óleo que pudessem suprir-lhes o óleo necessário. Mas, não foi egoísta da parte daquelas virgens discretas não compartilharem seu suprimento com as virgens injudiciosas? Não! Pois, se tivessem feito isso, então nenhuma das dez virgens teria chegado até a porta da casa do noivo e entrado na festa de casamento. O suprimento repartido de todas as dez teria acabado antes de chegarem lá. As virgens discretas mostraram que se sentiam obrigadas a chegar lá por trazerem consigo um suprimento de óleo para uma emergência. Isto mostrou também que todas tinham decidido chegar lá, e, assim, estas virgens discretas não se deixaram frustrar ou falhar no seu bom objetivo de honrar o noivo. Além disso, as virgens tolas ainda tinham óleo disponível de outras fontes, sem estorvarem ou porem em perigo o bom êxito das virgens discretas.
21. O que não significa isso quanto ao tratamento que os da classe das virgens “discretas” dão àquele que deseja estudar a Bíblia e aprender algo sobre o Noivo?
21 Como resultou isso no cumprimento da parábola neste tempo da parusia ou presença do Noivo celestial? Significa isso que, se uma pessoa sincera que ouve algo sobre a presença invisível do Senhor Jesus Cristo desejar que os da classe das virgens “discretas” estudem a Bíblia com ela e quiser participar em honrar o Noivo, os da classe das virgens “discretas” se recusam a fazer isso, mas dizem à pessoa que se arranje sozinha? Se esta quiser ficar cheia da Palavra e do espírito santo de Deus, seria fazer isso uma violação da lição da parábola? De modo algum.
22. Ao considerarmos a questão de compartilhar o “óleo”, de que nos devemos lembrar sobre o que significa erguer as lâmpadas acesas? E o que simboliza o “óleo”?
22 Então, no cumprimento, por que se negam os da classe das virgens “discretas” a repartir seu “óleo” com os da classe das virgens “tolas”? Devemos lembrar-nos de que ter óleo no seu recipiente é o mesmo que ter o “óleo” simbólico em si mesmo. Também, que erguer a lâmpada acesa é o mesmo que deixar a sua luz brilhar, é brilhar como luminar, para que as pessoas neste mundo escuro e tenebroso possam ver nossas boas obras e glorificar a Deus por causa delas. (Mateus 5:14-16; Filipenses 2:15) O que dá o poder iluminador é o “óleo” simbólico, “óleo” que representa tanto a Palavra de Deus, que é como uma lâmpada e uma luz para o adorador de Deus (Salmo 119:105), como o espírito santo de Deus, que ilumina a Palavra de Deus para nós e produz em todos os que o possuem as excelentes qualidades piedosas chamadas de “frutos do espírito”. (Gálatas 5:22, 23; Efésios 5:18-20) Então, deveriam as virgens “discretas” reduzir a quantidade deste óleo, deste poder iluminador em si mesmas? Deveriam finalmente deixar de brilhar?
23. (a) O que querem os da classe das virgens “tolas” que lhes façam os da classe das virgens “discretas”? (b) Que espécie de “cristãos” são os da classe das virgens “tolas”?
23 Isto é o que os da classe das virgens “tolas” gostariam que as “discretas” fizessem. As “tolas” desejam que as “discretas” transijam com elas. O anúncio da presença invisível do Noivo celestial, em 1919 E.C., constituiu um desafio para todos os que professavam ser “virgens”, com o desejo de se encontrar com o Noivo e compartilhar da alegria dele. Os que são como as virgens “tolas” apenas professam o cristianismo; são na maior parte cristãos nominais, mas não preenchem os requisitos do verdadeiro cristianismo. Podem ter algum conhecimento da Bíblia, especialmente com entendimento sectário de tal conhecimento bíblico. Talvez tenham sido influenciados pelo conhecimento que têm das Escrituras, mas não ao ponto de terem em si o poderoso espírito de Deus, para produzir os “frutos do espírito”. Sua conduta não se harmoniza com o verdadeiro modelo cristão. Brilham apenas como cristãos nominais ou professos nos formalismos religiosos de sua seita na cristandade. Esperam ir para o céu ao morrer!
24. (a) Habilita o desenvolvimento religioso dos da classe das virgens “tolas” a aceitarem as evidências comprováveis da presença do Noivo? (b) A que nível de profissão cristã querem os tolos que os discretos se rebaixem, para ficarem juntos?
24 Entretanto, seu desenvolvimento religioso não os habilita a enfrentar o desafio, ao se fazer o grito à meia-noite: “Aqui está o noivo! Ide ao encontro dele.” De fato, não discernem, nem aceitam o fato comprovável da presença do Noivo desde o ano de 1914. Professam crer no Noivo e que a igreja é sua noiva, mas insistem em encontrar-se com o Noivo e entrar na sua alegria do seu próprio modo, do seu modo sectário. Portanto, se houver associação entre eles e os da classe das virgens “discretas”, haverá transigência. Precisaria haver uma fusão ecumênica deles todos como professos cristãos e herdeiros do céu. Os da classe ‘discreta’ teriam de tirar de seu próprio suprimento de “óleo” espiritual e rebaixar seu nível de desenvolvimento cristão ao dos religiosos injudiciosos. Assim, os ‘discretos’ se fariam religiosamente tolos para continuar na companhia dos ‘tolos’, injudiciosos e imprudentes, que professam o cristianismo.
25. (a) Então, qual é a questão com respeito aos da classe das virgens “discretas”? (b) Para satisfazerem finalmente os requisitos, que palavras de Pedro e Paulo precisam cumprir?
25 A questão é clara: Devem os da classe das virgens “discretas” ser influenciados pelo mero sentimento religioso, tal como se encontra na cristandade? Deixar-se-ão privar de seu “óleo” espiritual e ficar incapacitados de brilhar como verdadeiros cristãos até o fim, sendo obrigados com o tempo a sair da procissão dos portadores da luz, que acompanham o Noivo à porta da sala da festa de casamento? Conforme diz 2 Pedro 1:10, precisam ‘fazer o seu máximo para se assegurar da sua chamada e escolha’. Precisam imitar o apóstolo Paulo, que escreveu perto do fim de sua vida terrestre: “Tenho travado a luta excelente, tenho corrido até o fim da carreira, tenho observado a fé. Doravante me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, o justo juiz, me dará como recompensa naquele dia.” Precisam preencher os plenos requisitos cristãos, ao chegarem àquela porta da festa de casamento do Noivo. — 2 Timóteo 4:7, 8.
26. Como passaram a sofrer restrição os da classe das virgens “discretas” durante a Primeira Guerra Mundial, e por que se separaram em 1919 dos da classe das virgens “tolas”?
26 Por este motivo, os da classe das virgens “discretas” separaram-se dos que apenas professavam o cristianismo, assim como o joio, na parábola do trigo e do joio. Durante a Primeira Guerra Mundial, foram levados à escravidão de Babilônia, a Grande, o império mundial da religião falsa, e seus amantes militares, políticos e judiciais. Não só se achavam em grande parte sob restrição por causa do medo dos homens em posições fortes, mas estavam em cativeiro literal por meio de encarceramentos e detenções em acampamentos militares e em outros lugares. Em 1919, reagiram à chamada desde o céu com respeito à Babilônia, a Grande: “Saí dela, povo meu, se não quiserdes compartilhar com ela nos seus pecados e se não quiserdes receber parte das suas pragas.” (Revelação 18:4) Não podiam transigir nesta questão com os da classe das virgens “tolas”. Tinham de obedecer a Deus antes que a Babilônia, a Grande, e seus amantes mundanos. Tampouco podiam acompanhar Babilônia, a Grande, na adoração da imagem da fera, a Liga das Nações, que Babilônia, a Grande, transformou na sua montaria, no ano 1919 E.C. — Revelação 13:14, 15; 14:11, 12; 17:1-18.
27. Quão inequívoca, desde o começo, foi a atitude adotada pelos da classe das virgens “discretas’, conforme se evidenciou na declaração pública feita no domingo, 7 de setembro de 1919?
27 A atitude adotada nesta questão pelos da classe das virgens “discretas” foi inequívoca, desde o começo. Em evidência disso, na tarde de domingo, 7 de setembro de 1919, no congresso de Cedar Point, o Presidente Rutherford proferiu seu discurso público sobre “A Esperança Para a Humanidade Angustiada”, no qual salientou a desaprovação da Liga das Nações por Deus. Citamos o relatório publicado no jornal Star-Journal de Sandusky (Ohio, E. U. A.), de segunda-feira, 8 de setembro de 1919:
O Presidente Rutherford falou a quase 7.000 pessoas, debaixo das árvores, na tarde de domingo. Declarou que uma Liga das Nações, formada pelas forças políticas e econômicas induzidas pelo desejo de melhorar a humanidade pelo estabelecimento de paz e abundância, realizaria um grande bem, e daí afirmou que é certo, porém, que o desagrado do Senhor recairá sobre a Liga, porque os clérigos — católicos e protestantes — que afirmam ser representantes de Deus, abandonaram o plano Dele e endossaram a Liga das Nações, aclamando-a como expressão política do reino de Cristo na terra. — The Watch Tower, de 1.º de outubro de 1919, página 298, coluna 1.
28, 29. Por que foi esta atitude adotada pelos da classe das virgens “discretas”, e que termo pejorativo usado por Tiago não podia ser aplicado a eles?
28 Os da classe das virgens “discretas” tinham fé em que o reino do querido Filho de Deus fora estabelecido nos céus no fim dos Tempos dos Gentios em 1914, e eles eram intransigentes a favor dele, negando-se a reconhecer e a adorar qualquer substituto. Não podiam dar-se ao luxo de ceder de seu “óleo” espiritual e reduzir a plena medida de sua devoção ao reino messiânico de Deus. Este apego firme ao Reino não os tornou populares neste mundo ou amigos dele. Intensificou o ódio deste mundo para com eles. Mas tal ódio e inimizade do mundo tornaram tanto mais evidente que se mantinham fiéis à sua relação com o Rei-Noivo celestial. Não se podia aplicar a eles o termo pejorativo de “adúlteras”, pelo motivo que o discípulo Tiago aplicou este termo a certos membros da congregação do primeiro século, dizendo:
29 “Adúlteras, não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Portanto, todo aquele que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” — Tiago 4:4.
30, 31. A quem mostraram assim os da classe das virgens “discretas” as qualidades duma virgem noiva, e como é essa beleza nupcial descrita na profecia de Isaías?
30 Assim, por manterem intransigentemente seu pleno suprimento do “óleo” espiritual e o usarem para se manter quais “lâmpadas” continuamente acesas com chama clara, os da classe das virgens “discretas” honravam seu Noivo celestial, com quem estavam comprometidos ou a quem foram prometidos em casamento. Deixavam brilhar em si mesmos as qualidades leais, castas, limpas e puras que se esperam nos que constituem a noiva celestial de seu “um só marido”, o Senhor Jesus Cristo. Regozijam-se com ele, de que veio o tempo de Deus para seu Filho amado levar a “noiva” dele para casa; participam na sua exultação, assim como está escrito: “Teu Deus exultará sobre ti com a exultação de um noivo sobre a noiva.” (Isaías 62:5) Para se harmonizarem com a glória da aparência dele, também querem parecer lindos assim como a noiva no dia do casamento, aceitando o adorno que o Pai celestial lhes dá. Este belo equilíbrio de beleza entre noivo e noiva é descrito em Isaías 61:10:
31 “Pois ele me trajou das vestes de salvação; envolveu-me na túnica sem mangas da justiça, igual ao noivo que, à maneira sacerdotal, põe uma cobertura para a cabeça, e igual à noiva que se atavia com os seus adornos.”
32. Como brilham os da classe das virgens “discretas” em honra de seu Noivo?
32 Nada da parte dos da classe das virgens “discretas”, na terra, deve refletir contra a glória do Noivo celestial, que é todo radiante como o sol: “É como um noivo quando sai da câmara nupcial.” (Salmo 19:4, 5) Portanto, cabe aos da classe das virgens “discretas” brilhar em honra de seu Noivo quais luminares, por demonstrarem as qualidades cristãs que os distinguem daquela meretriz religiosa, Babilônia, a Grande, e de todas as suas religiosas “filhas” imorais. Brilhando assim, não representam mal seu amado Noivo perante a humanidade.
COMPRAR ÓLEO DE LÂMPADA DOS VENDEDORES
33. Segundo a parábola de Jesus, apenas o que podiam as virgens “discretas” dizer às “tolas”, e o que demonstraram assim as “discretas”?
33 Por falta do “óleo” espiritual, os da classe das virgens “tolas” não podiam brilhar em honra do Noivo que havia chegado, estava presente e seguia para a festa de casamento. Não tinham direito a nenhuma parte do “óleo” que as “discretas” haviam trazido consigo e de que precisavam para seguir os passos do Noivo. Portanto, segundo a parábola, tudo o que as “discretas” podiam dizer às “tolas” era: “Talvez não haja suficiente para nós e para vós. Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós.” (Mateus 25:9) Ao adotarem tal atitude, as virgens “discretas” mostraram ainda mais sua discrição, e a tolice das virgens injudiciosas e imprudentes tornou-se desastrosa para elas. Viram-se obrigadas a procurar vendedores de óleo e fazer preencher suas lâmpadas.
34, 35. No cumprimento da parábola, como se fez esta compra de óleo mas o que mostrou a parábola que aconteceria no ínterim?
34 De modo similar, no cumprimento da parábola, as “tolas” viram-se obrigadas a obter seu próprio suprimento necessário de “óleo” espiritual. Foram para onde achavam religiosamente poder obter “óleo” que preparasse o caminho para sua entrada no céu, segundo as suas crenças religiosas. Por conseguinte, procuraram os sistemas sectários, denominacionais, religiosos, para obter o tipo de “óleo” que estes vendiam, e obtiveram de tais vendedores a espécie de “óleo” que estavam dispostas a pagar, sem a devoção correta ao Noivo celestial. Mas, será que o “óleo” religioso que compraram dos vendedores de óleo ao preço deles mostrou-se eficiente para obter admissão à festa de casamento? Lemos sobre isso:
35 “Enquanto foram comprá-lo, chegou o noivo, e as virgens que estavam prontas entraram com ele para a festa de casamento; e a porta foi fechada.” — Mateus 25:10.
36. Quais foram as virgens que usufruíram a presença do noivo na procissão, e o que as habilitou a passarem pela inspeção à “porta”?
36 As virgens “discretas” e as virgens “tolas” foram em direções opostas — as “tolas” afastaram-se do Noivo e as “discretas” dirigiram-se ao Noivo que chegava. Havia certa distância entre o lugar onde as virgens “discretas” se encontraram com o noivo e a “porta” da casa onde se realizou a festa de casamento. Entre estes dois pontos, houve por um tempo uma procissão iluminada, e durante este período as virgens “discretas” estavam com o noivo e o noivo estava presente com elas. Quando a procissão alegre chegou ao seu destino e passou pela porta da residência do noivo, as lâmpadas das virgens “discretas” estavam bem acesas. Seu suprimento de óleo não se havia esgotado antes de chegarem à “porta”. As virgens “discretas” provaram então que faziam parte da procissão que seguia o noivo. Isto as habilitou a ser admitidas na festa de casamento. A importância de estarem preparadas para a inspeção é salientada quando a parábola diz: “E as virgens que estavam prontas entraram com ele para a festa de casamento.” Não se fechou a porta diante delas, mas atrás delas!
37. No ponto de inspeção, as “virgens” da atualidade mostram que brilham de que modo e o Noivo as admite à classe da “noiva” por estarem em que condição?
37 No cumprimento da parábola em nosso tempo, os da classe das virgens “discretas” continuam na procissão que honra e enaltece o glorioso Noivo, até o fim. Ao chegarem ao ponto de inspeção junto à “porta”, mostram ser dignos e ser admitidos nas festividades de casamento. Sua inspeção por parte do Celestial a quem são prometidos em casamento traz à luz que brilham com a personalidade cristã que o Noivo aprova para a sua “noiva” celestial. Apresentam-se qual “virgem casta ao Cristo”. Não se deixaram ‘corromper, afastando-se da sinceridade e da castidade que se devem ao Cristo’. (2 Coríntios 11:2, 3) O Noivo pode aceitar estas virgens “discretas” da atualidade como parte da congregação cristã, a respeito da qual está escrito: “A fim de que apresentasse a congregação a si mesmo em todo o seu esplendor, não tendo nem mancha nem ruga, nem qualquer dessas coisas, mas para que fosse santa e sem mácula.” — Efésios 5:27.
“E A PORTA FOI FECHADA”
38. Finalmente, quantos serão admitidos à festa de casamento e quando se fechará ocasionalmente a “porta”? Por quê?
38 Naturalmente, não se admitirão mais outros pela “porta” à festa de casamento além dos que completarão o número dos 144.000 membros da classe da “noiva” celestial. (Revelação 7:4-8; 14:1-5) Mas, quando é que a “porta” é oficialmente fechada? Isto seria quando irrompesse a “grande tribulação”, no tempo designado de Deus, e a destruição começasse a sobrevir à cristandade e a todo o restante daquela meretriz religiosa, Babilônia, a Grande, o império mundial da religião falsa. Será então tarde demais para quaisquer cristãos professos saírem de Babilônia, a Grande, a fim de não serem participantes de seus pecados e para não receberem parte de suas pragas mortíferas. (Revelação 18:4) Visto que o número dos dias da “grande tribulação” será ‘abreviado’ por causa dos “escolhidos”, é evidente que o pleno número dos “escolhidos”, a saber, 144.000, estará completo por ocasião do irrompimento da “grande tribulação”. Isto produz o fechamento da porta.
39. O que aconteceu, por fim, na parábola das “dez virgens”?
39 O que acontecerá então? A parábola das “dez virgens” indica isso, ao concluir com as palavras: “Depois veio também o resto das virgens, dizendo: ‘Senhor, senhor, abre para nós!’ Ele disse, em resposta: ‘Eu vos digo a verdade: Não vos conheço.”’ — Mateus 25:11, 12.
40. Por que estava o noivo justificado em dizer às virgens “tolas”: “Não vos conheço”?
40 As cinco virgens “tolas” procuraram o óleo que podiam obter dos vendedores de óleo que podiam achar naquela hora da noite e vieram à porta com suas lâmpadas acesas. Mas as suas lâmpadas não haviam brilhado em honra do noivo. Não fizeram parte da procissão que foi ao encontro dele e o acompanhou com alegria por causa dele. Então, que base havia para o noivo reconhecê-las como parte de seus celebrantes? Nenhuma! Não haviam dado nenhum brilho à procissão de casamento dele. Por isso, podia dizer-lhes verazmente: “Não vos conheço.” Isto o justificou em manter a porta fechada para elas.
41. Quando a “grande tribulação” sobrevier à cristandade, o que descobrirão sobre si mesmos os da classe das virgens “tolas”?
41 Do mesmo modo, quando a “grande tribulação” começar na cristandade, como a parte mais destacada da meretriz religiosa Babilônia, a Grande, suas esperanças de irem para o céu ao morrer ficarão grandemente abaladas e postas em dúvida. Discernirão que não se associaram com a organização religiosa certa, que compõe a “virgem casta”, a “noiva, a esposa do Cordeiro”. Não se verão “arrebatados” nos seus corpos físicos para as nuvens, em arrebatamento físico, “para encontrar o Senhor no ar”, segundo a interpretação dada a 1 Tessalonicenses 4:17 pelos seus instrutores religiosos. É verdade que têm brilhado como membros desta ou daquela seita religiosa da cristandade, mas eram apenas cristãos nominais ou professos, não reais. O que conta então, ao entrarem na “grande tribulação” não é o que seu sacerdote ou pregador pensava ou dizia sobre eles, mas o que o Noivo celestial diz que eles são!
42. Tendo então desaparecido sua organização religiosa como mediadora, pedirão o reconhecimento do Noivo em que base?
42 Tarde demais, como “excluídos”, chegam à situação que indica para eles uma porta fechada, quando a base religiosa em que se firmavam for destruída pela “grande tribulação”. Com a destruição de sua organização religiosa, que agiu como mediadora para eles, terão de lidar diretamente com o Noivo, Cabeça da verdadeira congregação. Visto que a parusia ou presença dele é invisível e ele está escondido de seus olhos, como que atrás duma porta fechada, clamarão para ele, para ver se conseguem que sua mera profissão do cristianismo, sem as obras corretas, os salve e faça entrar no céu. Eles o reconheceram, pela palavra da boca, e não devia ele então retribuir isso e reconhecê-los? Clamarão: “Senhor, senhor”, na esperança de serem ouvidos por ele. Isto lhes devia abrir a porta. Mas faz isso?
43. (a) Que palavras do Sermão do Monte, de Jesus, quanto a chamá-lo de “Senhor”, não foram tomadas a sério pelos da classe das virgens “tolas”? (b) O que lhes acontecerá quando Jesus finalmente tomar a sério estas palavras?
43 Não tomaram a sério o que o Noivo celestial disse na terra no seu Sermão do Monte: “Nem todo o que me disser: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos céus, senão aquele que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome e não expulsamos demônios em teu nome, e não fizemos muitas obras poderosas em teu nome?’ Contudo, eu lhes confessarei então: Nunca vos conheci! Afastai-vos de mim, vós obreiros do que é contra a lei.” (Mateus 7:21-23) Mas então, na “grande tribulação”, os da classe das virgens “tolas” saberão que o Noivo disse estas palavras de modo muito sério, como princípio para sua orientação. Não lhes abrirá a porta da festa celestial de casamento. Ele os deixará fora, na escuridão da noite mais profunda do mundo, para perecerem junto com todos os outros “obreiros do que é contra a lei”. Destruídos, não terão nenhuma ressurreição para a vida celestial.
44. Com que palavras encerrou Jesus a parábola das “dez virgens” e o que não se permitem às “discretas” quanto ao seu suprimento de óleo espiritual?
44 Por conseguinte, as palavras de Jesus, com que ele enfatizou o ponto em questão na parábola das “dez virgens”, são especialmente oportunas para nós os que vivemos na “terminação do sistema de coisas”, a saber: “Mantende-vos vigilantes, porque não sabeis nem o dia nem a hora.” (Mateus 25:13) Agora é a ocasião para os que desejarem ser semelhantes às cinco virgens “discretas” brilharem continuamente com uma personalidade cristã ativa, que satisfaz os requisitos para os membros da classe celestial da “noiva”. Não se atrevem a transigir com os que procuram fazer com que compartilhem dos fardos da tolice dos outros e assim tirem parte ou muito de seu suprimento do “óleo” espiritual.
45. Na companhia de quem não se atrevem a colocar-se os ‘discretos’, e para a honra de quem devem brilhar continuamente? Por quê?
45 Não nos atrevemos a expor-nos ao perigo de se apagar nossa luz e de nos colocarmos na companhia religiosa deles. Precisamos de todo o “óleo” espiritual com que nos podemos suprir. Nossa fé na chegada e presença do Noivo precisa continuar luminosa, e precisamos continuar a fazer parte da procissão luminosa que segue os passos dele até que ele leve sua congregação-noiva inteiramente para casa. Acabou a longa demora da chegada do Noivo. Ele está aqui, na sua gloriosa parusia. O tempo de cochilo e sono já passou! É tempo de brilhar em honra dele e de regozijar-se com ele nesta alegria que o Pai celestial lhe apresentou, de tomar a si a sua “noiva” espiritual e celebrar isto com uma festa de casamento. É agora vitalmente necessário mantermo-nos vigilantes, pois não sabemos nem o dia nem a hora, quando a “porta” da oportunidade se fechar, para nunca mais se abrir de novo.
PARTE DO “SINAL” DE SUA PARUSIA
46. (a) A parábola das “dez virgens” faz parte da resposta de Jesus a que pergunta dos seus apóstolos? (b) Como vêem os da classe ‘discreta’ o clímax do cumprimento da parábola, e de que fatos os convence isso?
46 A parábola das “dez virgens” foi dada como parte da resposta à pergunta dos apóstolos de Jesus: “Qual será o sinal da tua presença [parousia] e da terminação do sistema de coisas?” (Mateus 24:3) O clímax desta parábola tem tido cumprimento desde o ano de 1914 E.C. Todo o mundo pode ver que se realizam hoje as fases finais desta parábola. Os acontecimentos que acabamos de apresentar em pormenores não se realizaram às escondidas, fora da vista, num lagar escuro, mas ocorreram abertamente, onde pessoas observadoras os podiam notar, não importando se entendiam seu significado ou não. Pelo menos, os que são da classe das virgens “discretas” observaram estes acontecimentos significativos, e têm neles forte prova de que o Noivo celestial chegou em 1914 E.C. e que sua parusia ou presença se desenrola agora invisivelmente. Discernem a sua presença com os olhos da fé, por causa da evidência fornecida em cumprimento da parábola das “dez virgens”. Estão certos de que a “terminação do sistema de coisas” começou no ano de 1914 E.C.
47. Como é o significado correto da palavra grega parousia confirmado por aquilo que as virgens “discretas” fizeram depois que o grito à meia-noite anunciou o noivo?
47 Também, a palavra grega usada pelo apóstolo Mateus no seu Evangelho, Mt capítulo vinte e quatro, versículo três, significa “presença”, não “vinda”, conforme muitos tradutores verteram a palavra grega. Isto é apoiado pelo que foi descrito na parábola. As “dez virgens” levantaram-se do cochilo e sono ao ouvirem o grito à meia-noite: “Aqui está o noivo!” Quando seus olhares ansiosos, à espreita de sua procissão luminosa, discernem que ele chega ao lugar onde estão, então o acompanham no seu séquito. Deste ponto em diante, leva tempo até que todos atinjam a residência do Noivo, onde a festa de casamento aguarda a todos os dignos convidados. Por conseguinte, passou um período, na presença ou parusia do Noivo, depois da chegada dele, até que ele levasse sua noiva à casa preparada para ela.
CORREÇÃO DUM MAL-ENTENDIDO
48. (a) O redator e editor da Torre de Vigia de Sião calculou que a presença de Cristo começou em que ano? (b) Também qual era a data da criação do homem, conforme publicada na página da capa da Torre de Vigia durante alguns anos?
48 É verdade que o redator e editor da Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo calculou que a ‘presença” ou parusia do Noivo celestial tivesse começado no ano 1874 E.C. Também, que a data da criação do primeiro homem por Jeová Deus tivesse sido o ano 4128 A.E.C., o que significava que seis mil anos da existência do homem na terra terminaram no ano 1872 E.C., conforme calculado por Russell e seus associados. Este cálculo começou a ser anunciado na primeira página da Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo, a partir do número de 1.º de junho de 1906, e este costume continuou até o número de 15 de setembro de 1928. Por exemplo, no primeiro destes números mencionados apareceu a data da edição: “1.º de julho de 1906 A. D. — A. M. 6034”; ao passo que a data da última edição mencionada foi: “Anno Mundi 6056 — 15 de setembro de 1928.” O Anno Mundi ou “Ano do Mundo” foi calculado ser o ano 4128 antes de nossa Era Comum.
49. (a) Quando teria ocorrido a entrada do pecado, segundo se calculou? (b) Portanto, quando começaria o milênio para Satanás ser lançado na cova sem fundo e para o reinado de Cristo?
49 No entanto, calcularam-se dois anos para a inocência do homem e da mulher perfeitos no Jardim do Éden antes de entrar o pecado, e, por isso, o ano da entrada do pecado foi calculado como sendo 4126 A.E.C. Isto resultou em calcularem o fim de seis mil anos de pecado em 1874 E.C., ano em que também, no outono, teria começado o sétimo milênio, para o instigador do pecado, Satanás, o Diabo, ser acorrentado e lançado na cova sem fundo, e para Cristo começar a reinar durante os preditos mil anos. Isto significava que o ano do começo do reinado de Cristo seria também o ano da sua volta e do início de sua presença ou parusia invisível.
50. Esta cronologia seguiu que nota ao pé da página sobre Atos 13:20, segundo a Diaglott Enfática de Wilson?
50 A cronologia acima seguiu a sugestão feita na Diaglott Enfática de Wilson, na sua nota ao pé da página sobre Atos 13:20, versículo que reza em inglês: “E depois destas coisas, deu juízes por cerca de quatrocentos e cinqüenta anos, até Samuel, o profeta.” A nota ao pé da página sobre esta versão do versículo diz:
Aqui ocorre uma dificuldade que tem intrigado muito os cronologistas bíblicos. A data dada aqui diverge da declaração encontrada em 1 Reis 6:1. Ofereceram-se muitas soluções, mas apenas uma que parece inteiramente satisfatória, i. e., que o texto de 1 Reis 6:1 foi deturpado, pela substituição da letra hebraica dálete (4) por hê (5), que é bem similar na forma. Isto daria 580 anos (em vez de 480) desde o êxodo até a construção do templo, e concorda exatamente com a cronologia de Paulo.
51. (a) Concordemente, o que disse o autor C. T. Russell na página 53 de “Está Próximo o Tempo” a respeito de 1 Reis 6:1? (b) Segundo isso, quando foi criado o homem, quando terminaram os 6.000 anos do pecado e quando começou o Grande Jubileu?
51 Por conseguinte, na página 53 do livro intitulado “Está Próximo o Tempo”, o autor C. T. Russell escreveu com referência a 1 Reis 6:1:
Evidentemente, deve ser o qüingentésimo octogésimo ano, e foi possivelmente um erro de transcrição; pois, se acrescentarmos aos quatro anos de Salomão os quarenta de Davi, e o espaço de quarenta de Saul, e os quarenta e seis anos desde a partida do Egito até a divisão do país, temos cento e trinta anos, os quais, subtraídos dos quatrocentos e oitenta, deixariam apenas trezentos e cinqüenta anos para o período dos Juízes, em vez de os quatrocentos e cinqüenta anos mencionados no Livro de Juízes e por Paulo, conforme já se mostrou. A letra hebraica “dálete” (4) parece-se muito com a letra “hê (5) e supõe-se que foi assim que se deu o erro, possivelmente um engano do transcritor. Portanto, I Reis 6:1 deve rezar quinhentos e oitenta, e assim estar em perfeita harmonia com as outras declarações.
Assim, por se inserirem cem anos na cronologia bíblica durante o período dos Juízes, a criação do homem foi lançada para trás em cem anos, para 4128 A.E.C., e os seis mil anos da existência do homem na terra terminaram assim em 1872 E.C. (The Time is at Hand, página 42) Daí, a concessão de dois anos antes da entrada do pecado levou ao ano 1874 como ano em que terminariam seis mil anos do pecado humano e começariam os sétimos mil anos para a eliminação do pecado pelo reino de Cristo. Portanto, iniciar-se-ia o Grandioso Jubileu.
52. Segundo os manuscritos gregos mais antigos, aplicam-se os 450 anos de Atos 13:20 antes ou durante o período dos Juízes, conforme mostram traduções modernas da Bíblia?
52 Segundo os manuscritos mais antigos das Escrituras Gregas Cristãs, porém, Atos 13:20 reza de modo diferente da versão dada na Diaglott Enfática e na Versão Autorizada do Rei Jaime da Bíblia, em inglês. (Al) Assim, segundo os manuscritos mais antigos, os quatrocentos e cinqüenta anos não se aplicam ao período dos Juízes. Em confirmação disso, a edição revista e atualizada no Brasil da Versão Almeida (1960) verte Atos 13:20 como segue: “vencidos cerca de quatrocentos e cinqüenta anos. Depois disto lhes deu juízes até o profeta Samuel”. A versão da Liga de Estudos Bíblicos (1967) reza: “após cerca de quatrocentos e cinqüenta anos. Depois, deu-lhes juízes, até o tempo de Samuel”. A versão do Pontifício Instituto Bíblico, de 1967, reza de modo similar, e o mesmo se dá com A Bíblia na Linguagem de Hoje, O Novo Testamento, de 1973 E.C.
53. Usavam os antigos manuscritos hebraicos da Bíblia caracteres alfabéticos para representar números?
53 Além disso, os mais antigos manuscritos hebraicos existentes, tais como os Rolos do Mar Morto, soletram os números da Bíblia e não usam caracteres alfabéticos em lugar de números, não admitindo assim nenhum erro visual do transcritor em 1 Reis 6:1.b
54. (a) A aceitação da cronologia bíblica conforme está escrita atesta o início de que período aqui em consideração? (b) Significava o abandono de “Presença” no título da Torre de Vigia que não se cria mais na presença de Cristo?
54 Vê-se assim que a inserção de cem anos na cronologia bíblica, durante o período dos Juízes, não tem base bíblica. Por isso, a inserção deve ser abandonada e a Bíblia deve ser aceita assim como reza, quanto à sua cronologia. Era inevitável, pois, que isso afetasse a data do começo da parusia do Noivo Jesus Cristo. A partir do número inglês de 1.º de janeiro de 1939 da revista Torre de Vigia (agora Sentinela), o título foi mudado para A Torre de Vigia e Arauto do Reino de Cristo, e com o número inglês de 1.º de março de 1939, para A Torre de Vigia Anunciando o Reino de Jeová. Isto não queria dizer que os editores da revista não mais criam na presença ou parusia de Cristo como em progresso. Antes, significava que se dava mais importância ao Reino, ao reino de Jeová Deus por Jesus Cristo, pois é o reino de Jeová por Cristo que vindicará a soberania universal de Jeová.
55. (a) Quando e como se eliminou a inserção de 100 anos no período dos Juízes, de modo que 6.000 anos da existência do homem terminam quando? (b) Como afetou isso a data de 1874 E.C., e que pergunta surgiu assim?
55 No ano de 1943 (em português em 1946), a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados publicou o livro “A Verdade Vos Tornará Livres”. No capítulo 11, intitulado “A Contagem do Tempo”, eliminou a inserção dos cem anos do período dos Juízes e seguiu o texto mais antigo e mais autêntico de Atos 13:20, aceitando os números soletrados das Escrituras Hebraicas. Isto avançou o fim dos seis mil anos da existência do homem para a década de 1970. Naturalmente, eliminou o ano 1874 E.C. como data da volta do Senhor Jesus Cristo e do começo de sua presença ou parusia invisível. O milênio, que havia de ser assinalado pelo acorrentamento de Satanás, o Diabo, no abismo e pelo reino dos 144.000 co-herdeiros de Cristo em glória celestial, portanto, ainda era futuro. Então, que dizer da parusia (presença) de Cristo? Na página 330, o livro mencionado diz positivamente: “A presença ou parousia do Rei começou em 1914.” Também, na Sentinela de janeiro de 1950 (página 7, parágrafo 22), faz-se a declaração: “. . . Messias, o Filho do homem, veio no poder do Reino em 1914 E.C., o que constitui a sua segunda vinda e o princípio da sua segunda parousia ou presença.”
56. (a) Que nova tradução da Bíblia foi publicada em 1950, e que versão de Atos 13:20? (b) Também, que declaração se fez a respeito da presença de Cristo segundo a cronologia bíblica direta?
56 No ano de 1950, foi publicada a edição inglesa da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs’, com a versão mais autêntica de Atos 13:20, traduzindo parousia cada vez por “presença”. Logo após foi publicado o livro “Isto Significa Vida Eterna”. Seu capítulo 21 intitulava-se “A Segunda Presença do Principal Agente da Vida”. Era todo um capítulo sobre o assunto, segundo a cronometria direta da Bíblia. Lemos nas páginas 220-222:
A evidência já considerada prova que em 1914 E. C. nasceu o reino de Deus e seu Filho foi entronizado com autoridade para reger com uma vara de ferro no meio dos seus inimigos. Finalmente, ele os reduzirá a pedaços e livrará o universo de todos os que lutam contra a justa soberania de Deus. — Salmo 2:8, 9.
Portanto, 1914 E.C. assinala o tempo da volta invisível de Cristo em espírito. . . . A sua vinda ao Reino em 1914 assinala o início de sua segunda presença ou parousia. Esta palavra grega significa presença.
. . . Embora invisível em espírito, sua segunda presença é de tal importância para as pessoas sobre toda a terra, que não deve ser mantida em segredo, e não o será. . . . “Pois assim como o relâmpago vem das partes orientais e brilha até às partes ocidentais, assim será a presença [parousia] do Filho do homem.” — Mateus 24:26, 27, NM.
Desde 1914, o Cristo presente tem tornado as evidências da sua segunda presença ou parousía manifestas e inteligíveis aos homens em toda a parte.
57. (a) Começou Cristo a reinar no meio dos seus inimigos antes do fim dos Tempos dos Gentios em 1914? (b) Quando fez o Noivo que se ouvisse o grito à meia-noite, e o que tem acontecido desde então é evidência de que fatos importantes?
57 Portanto, quão harmonioso é com as Escrituras inspiradas que Cristo não começou a reinar quarenta anos antes do fim dos Tempos dos Gentios em 1914! Antes, ele esperou até então à mão direita de seu Pai celestial, para começar a dominar no meio de seus inimigos terrestres, que Jeová coloca como escabelo para os seus pés! (Salmo 110:1, 2; Hebreus 10:12, 13) Corretamente, pois, sua presença ou parusia real começou naquele ano. No ano de 1919, conforme a história comprova, ele fez com que ressoasse o grito da meia-noite na terra e despertou as “virgens” adormecidas para com a urgência da situação. “Aqui está o noivo! Ide ao encontro dele.” Este grito assegurou-lhes a presença do Noivo celestial. Os da classe das “virgens discretas” desde então têm ido ao encontro dele. Brilham como luminares neste mundo tenebroso. Isto já em si mesmo é evidência de que estamos na prometida presença de Cristo. É também evidência de que o reino de Deus por Cristo, de mil anos, já se aproximou!
58. Por que não podemos parar aqui com a parábola das “dez virgens” ao considerarmos o “sinal” da aproximação do Reino?
58 O cumprimento da parábola das “dez virgens” não é tudo o que há no “sinal” da aproximação deste bendito reino milenar. Portanto, não podemos parar nesta parábola, mas temos de passar a considerar outras fases deste “sinal” assombroso.
(Notas de rodapé)
a Veja o livro “Cumprir-se-á, Então o Mistério de Deus”, página 274, último parágrafo. Veja também The Watch Tower de 15 de agosto de 1918, página 249, sobre o congresso de Milwaukee e a carta de Rutherford.
b Depois dos tempos bíblicos, quando os hebreus usaram letras do alfabeto para números, eles não tinham nenhum símbolo para zero, visto que seu sistema não usava o zero. Portanto, 400 não foi representado pela letra dálete seguida por dois zeros, nem 500 pela letra hê seguida por dois zeros. O número 400 foi representado por uma única letra hebraica (tau) e o número 500 foi representado por duas letras hebraicas (tau cofe). O número oitenta foi representado pela letra hebraica pê, ao passo que dez foi representado pela única letra iode. De modo que não havia probabilidade de se confundir tau pê (480) com tau cofe pê (580).
[Foto na página 188]
C. T. Russell
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A multiplicação dos bens do ReiAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 12
A multiplicação dos bens do Rei
1. (a) Que pergunta surge quanto aos co-herdeiros do Reino ainda entre nós? (b) Observarmos tais coisas ocorrendo com eles é evidência de que fato?
VISTO que toda a evidência indica que o reino de Deus, de mil anos, já se aproximou, surge a seguinte pergunta: O que se esperaria dos que hão de ser juntados com o Rei milenar de Deus no governo celestial? Enquanto estão entre nós, devemos esperar observá-los quando estão sendo provados e examinados quanto a como manejam o que pertence ao Rei celestial, com quem são chamados para reinar. Como cuidam de todos os interesses que o Rei celestial tem na terra? Se observarmos uma prova e um exame dos co-herdeiros deste Reino ocorrendo entre nós, teremos forte evidência de que o Rei messiânico de Deus está governando. Ele está presente no seu trono real!
2, 3. (a) O que vemos em desenvolvimento é cumprimento de que parábola de Jesus e parte de sua resposta a que pergunta dos apóstolos? (b) Como começa esta parábola?
2 Este desenvolvimento interessante ocorrido sob a observação dos olhos humanos durante este século vinte foi retratado para nós numa parábola ou ilustração que Jesus Cristo incluiu na sua profecia notável que fez ao estar sentado no Monte das Oliveiras, que sobreleva Jerusalém, no dia onze do mês primaveril de nisã do ano 33 E.C. Ainda dava a sua resposta pormenorizada às perguntas feitas pelos seus apóstolos: “Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença [parousia, em grego] e da terminação do sistema de coisas?” (Mateus 24:3) Ele acabava de proferir aos seus apóstolos a parábola das “dez virgens” e de tirar uma lição dela, e então passou a dar-lhes outra parábola, cujo cumprimento indicaria que a sua parusia invisível havia começado e estava em progresso. Esta parábola costuma ser chamada de “parábola dos talentos”. Começa assim:
3 “Pois é assim como quando um homem, prestes a viajar para fora, convocou escravos seus e confiou-lhes os seus bens. E a um deles deu cinco talentos, a outro dois, e a ainda outro um, a cada um segundo a sua própria capacidade, e viajou para fora.” — Mateus 25:14, 15.
4. (a) Segundo o contexto desta parábola, o que é “assim como quando” um homem rico viaja para fora e confia valores aos seus escravos? (b) A quem representa este “homem”, e por quê?
4 O que, porém, é “assim como quando” um homem rico confia seus bens aos seus escravos, antes de viajar para fora? Ora, são as circunstâncias relacionadas com o Reino, sobre o qual Jesus estava falando. Isto é evidente na sua parábola precedente, a das “dez virgens”, que ele introduziu com as palavras: “O reino dos céus se tornará então semelhante a dez virgens que tomaram as suas lâmpadas e saíram ao encontro do noivo.” (Mateus 25:1) É também evidente na parábola que Jesus contou depois de sua parábola a respeito dos “talentos”. (Mateus 25:31-34) Na parábola agora em consideração, o homem rico que viaja para fora, naturalmente, é o próprio Senhor Jesus Cristo. Ele fora perguntado a respeito do “sinal” de sua presença.
5. Que parábola anterior se assemelha em alguns aspectos com a parábola dos “talentos”, mas em que diferem as duas parábolas quanto ao que querem mostrar?
5 Esta parábola dos “talentos” parece-se em vários aspectos com uma parábola anterior, contada por Jesus, que costuma ser chamada de “a parábola das minas”. É interessante que a parábola dos “talentos” destinava-se a provar, pelo seu cumprimento em nossos dias, que a presença ou parusia real do Senhor Jesus Cristo estava em progresso, ao passo que a parábola das “minas” foi contada pelo Senhor Jesus para mostrar aos seus ouvintes que, naquele tempo, o reino messiânico ainda estava no futuro distante. Por isso, a narrativa que introduz a parábola das minas diz: “Enquanto escutavam estas coisas, contou em adição uma ilustração.” Por quê? “Porque estava perto de Jerusalém e eles estavam imaginando que o reino de Deus ia apresentar-se instantaneamente. Ele disse, portanto: ‘Certo homem de nobre estirpe viajou para um país distante, para assegurar-se poder régio e voltar. Chamando dez escravos seus, deu-lhes dez minas e disse-lhes: “Fazei negócios até eu voltar.”’” (Lucas 19:11-13) Envolvia uma longa viagem a um país distante e o retorno de lá, e isto significava um longo tempo antes de o nobre voltar com seu poder do reino.
6. (a) O que acontecera apenas dois dias antes de Jesus contar a parábola dos “talentos” e o que não apareceu então? (b) Portanto, que pergunta surge agora?
6 Do mesmo modo, de fato, quando o Senhor Jesus contou a sua parábola dos “talentos”, o reino messiânico de Deus ainda estava no futuro distante; não estava prestes a aparecer. Apenas dois dias antes, no domingo, 9 de nisã de 33 E.C., Jesus havia feito sua entrada triunfal em Jerusalém, montado num jumentinho, e as multidões jubilantes haviam clamado: “Bendito é aquele que vem em nome de Jeová! Bendito é o reino vindouro de nosso pai Davi! Salva, rogamos, nas maiores alturas!” Ainda assim, o Reino não se mostrou então. (Marcos 11:9, 10) Mostra-se este Reino nos nossos dias? Esta é a questão vital que nos confronta agora! Já se passou muito tempo desde que Jesus esteve aqui na carne.
7, 8. (a) Como podemos saber quando a parábola dos “talentos” começou a cumprir-se? (b) Como é isso confirmado por Atos 1:2-5?
7 A parábola dos “talentos”, cujo cumprimento tem que ver com a parusia ou presença de Jesus, começou a tornar-se realidade nos dias dos apóstolos, há dezenove séculos atrás. O certo “homem” da parábola, o próprio Jesus Cristo, ainda estava pessoalmente com eles até o dia de sua ascensão ao céu, dez dias antes da Festividade de Pentecostes ser celebrada em Jerusalém. A parábola inicia-se quando o homem está “prestes a viajar para fora” e convoca seus escravos, confiando-lhes seus bens. O ressuscitado Jesus só iniciou a ‘viagem para fora’, para um “país distante”, no dia em que ascendeu ao céu e desapareceu. Portanto, antes de isso acontecer, deve ter convocado os “escravos seus”, seus fiéis discípulos de então, e deve ter-lhes confiado seus bens. Por isso, também, a parábola deve ter começado entre o tempo de sua ressurreição dentre os mortos e sua ascensão à presença de seu Pai celestial. Em harmonia com isso, lemos em Atos 1:2-5:
8 “Até o dia em que foi tomado para cima [Jesus tinha negócios a tratar com seus discípulos. Foi levado para cima] depois de ter dado mandamento, por intermédio de espírito santo, aos apóstolos que escolhera. A estes mostrou-se também vivo, por meio de muitas provas positivas, depois de ter sofrido, sendo visto por eles durante quarenta dias, e contando as coisas a respeito do reino de Deus. E, reunindo-se com eles, deu-lhes as ordens: ‘Não vos retireis de Jerusalém, mas persisti em esperar por aquilo que o Pai tem prometido, a respeito do qual ouvistes falar; porque João, deveras, batizou com água, mas vós sereis batizados em espírito santo, não muitos dias depois disso.’”
9. (a) Na parábola dos “talentos”, como se indica o objetivo pelo qual o homem viaja para fora? (b) Na parábola correspondente das minas, qual foi o objetivo de o homem viajar para um país distante e como confirmou isso Jesus na Ceia do Senhor?
9 O país de “fora”, para o qual o “homem” da parábola ia viajar, era o próprio céu, onde reside o Pai celestial do Senhor Jesus Cristo. Lucas 19:12 fala dele corretamente como sendo um “país distante”. Na parábola dos “talentos”, Jesus não nos fala sobre o objetivo pelo qual o “homem” viajou para fora. Indica, porém, que se destinava a obter uma “alegria” especial e realmente aumentar seus “bens” a “muitas coisas” mais. Portanto, quando o homem alcançou o objetivo de sua viagem para fora, entrou na sua “alegria” como Senhor daqueles “escravos” que deixara atrás. A parábola paralela ou correspondente das minas indica que o objetivo da viagem para fora era “assegurar-se poder régio e voltar”. A posse do reino, portanto, era sua “alegria”. Indicando que este era o objetivo de ele ir embora para o céu, Jesus disse aos seus apóstolos fiéis, depois de mostrar-lhes como celebrar anualmente a Ceia do Senhor: “Eu faço convosco um pacto, assim como meu Pai fez comigo um pacto, para um reino, a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu reino, e vos senteis em tronos para julgar as doze tribos de Israel.” — Lucas 22:29, 30.
10. Na parábola, a quem representam os “escravos seus”, e como se mostrou a sua aceitação desta designação?
10 Na parábola, os “escravos seus” eram os discípulos batizados de Jesus Cristo, que eram candidatos ao trono no “reino dos céus”. Nem mesmo os apóstolos se envergonhavam de confessar ser “escravos” do Senhor Jesus. Por exemplo, a segunda carta de Pedro inicia-se com as palavras: “Simão Pedro, escravo e apóstolo de Jesus Cristo.” (2 Pedro 1:1) Na introdução do último livro da Bíblia, Revelação ou Apocalipse, o apóstolo João diz que Jesus Cristo “enviou o seu anjo e a apresentou por intermédio dele em sinais ao seu escravo João”. (Revelação 1:1) O discípulo Judas inicia a sua carta por dizer: “Judas, escravo de Jesus Cristo, mas irmão de Tiago.” (Judas 1) O discípulo Tiago inicia sua carta com as palavras: “Tiago, escravo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que estão espalhadas.” (Tiago 1:1) O apóstolo Paulo inicia sua carta aos filipenses: “Paulo e Timóteo, escravos de Cristo Jesus, a todos os santos em união com Cristo Jesus, os quais estão em Filipos.” — Filipenses 1:1.
CONFIAR OS “SEUS BENS”
11. Os “bens” que Jesus, como o “homem” da parábola deixou com seus “escravos” não eram de que espécie?
11 Os discípulos que eram candidatos ao reino celestial eram os “escravos” que Jesus Cristo, de partida, convocou antes de deixar a terra e aos quais confiou “seus bens”. (Mateus 25:14) Quais eram estes bens? Não deixou bens materiais atrás, para seus discípulos, tais como casas, terrenos, roupa e dinheiro no banco. Deixou atrás sua idosa mãe Maria, seus meios-irmãos e suas meias-irmãs, ao morrer na estaca de tortura no Calvário, e a estes se deixaram quaisquer bens físicos para os usufruírem, segundo a Lei de Moisés. E durante sua atividade na pregação e no ensino do reino de Deus, durante cerca de três anos e meio, não armazenou para si “tesouros na terra”, mas buscou primeiro o reino de seu Pai celestial. (Mateus 6:19, 20, 33; 12:46, 47; 24:3-47; Atos 1:14) Então, o que deixou atrás que pudesse confiar aos seus “escravos”?
12, 13. (a) Então, o que deixou Jesus Cristo atrás como seus “bens”? (b) Como é este conceito confirmado pelo que Jesus disse aos seus apóstolos perto da fonte de Jacó, em Samaria?
12 Tratava-se duma base para mais obra cristã, dum campo cultivado em que se podia realizar com bons resultados mais pregação das boas novas do reino messiânico de Deus e fazer discípulos cristãos. Foi um caminho preparado para seus discípulos “escravos”. Já no ano 30 E.C., quando atravessava a terra da Samaria e depois de ter pregado a uma mulher samaritana, junto à “fonte de Jacó”, perto de Sicar, Jesus dissera aos seus discípulos:
13 “Eis que vos digo: Erguei os vossos olhos e observai os campos, que estão brancos para a colheita. Desde já o ceifeiro está recebendo salário e está ajuntando fruto para a vida eterna, para que o semeador e o ceifeiro se alegrem juntos. Neste respeito, de fato, é verdadeira a palavra: Um é o semeador e outro o ceifador. Eu vos mandei ceifar aquilo em que não labutastes. Outros labutaram, e vós entrastes no proveito do seu labor.” — João 4:35-38.
14. (a) Como se comparam as carreiras públicas de João Batista e de Jesus Cristo? (b) Entre quem e de que modo deixou Jesus um campo cultivado capaz de maior produção?
14 Durante cerca de seis meses, João Batista havia servido como precursor de Jesus e havia proclamado: “Arrependei-vos, pois o reino dos céus se tem aproximado.” Depois do encarceramento de João, no ano 30 E.C., Jesus havia prosseguido com a mesma mensagem. Durante os próximos três anos, Jesus persistira em pregar esta mensagem e em ensinar as pessoas onde quer que se oferecesse a oportunidade. A atividade pública, gratuita, de João Batista, portanto, foi bastante curta, apenas de cerca de um ano, mas a atividade pública e particular de Jesus durou três vezes tanto. Podia-se dizer que ambos haviam feito uma semeadura, Jesus prosseguindo onde João parou. Jesus começou a colher discípulos, mas não todos os que podiam ser colhidos de seu campo de atividade. (Mateus 4:12-23; 3:1-7) Além disso, por meio de sua carreira pública, que incluiu sua morte violenta e sua ressurreição dentre os mortos, Jesus havia cumprido as profecias bíblicas a respeito do prometido Messias, e isto tudo era do conhecimento público. Teve efeito sobre o povo judaico que morava no território onde Jesus Cristo se tornou a figura pública mais controvertida daqueles tempos. Isto resultou num campo cultivado para se produzir discípulos cristãos.
15. (a) Portanto, que coisa valiosa com potencialidade deixou Jesus Cristo para seus discípulos? (b) Com quantos deixou estes “bens” no início?
15 Jesus introduziu certo potencial no campo das pessoas em que trabalhou, poder e capacidade latentes para produzir discípulos, uma condição preparada do campo que estava pronto para reagir ou responder favoravelmente à obra futura dos discípulos de Jesus. Este campo preparado de potencialidades (possibilidades cristãs), para o cultivo e a colheita de discípulos cristãos, era o que constituía os “bens” do ressuscitado Senhor Jesus Cristo. Isto foi o que ele confiou aos seus discípulos escravos. Após a sua ressurreição dentre os mortos, ele apareceu a “mais de quinhentos irmãos de uma só vez”, mas depois, no festivo Dia de Pentecostes, houve apenas cerca de cento e vinte discípulos reunidos num sobrado em Jerusalém, os quais foram os primeiros a receber o espírito santo quando este foi derramado do céu. (1 Coríntios 15:6; Mateus 28:16-18; Atos 1:13-15) Portanto, havia pelo menos mais de cem “escravos” cristãos aos quais confiou seus “bens” antes de viajar para fora, por ascende ao seu Pai celestial.
16. Quanto dinheiro representavam os “bens” do homem da parábola? E como distribuiu estes “bens” entre seus “escravos”?
16 Como foi feita a distribuição de seus “bens” e em que base? Lemos: “E a um deles deu cinco talentos, a outro dois, e a ainda outro um, a cada um segundo a sua própria capacidade, e viajou para fora.” (Mateus 25:15) Assim, seus “bens” que distribuiu entre seu, escravos foram representados por oito (8) talentos de prata. Isto representava muita riqueza lá no primeiro século de nossa Era Comum, porque cada talento de prata eqüivalia a sessenta (60) minas ou aproximadamente Cr$ 6.000,00 em moeda brasileira. O escravo que recebeu um talento de prata recebeu esta quantia de dinheiro para usar; o escravo que recebeu dois talentos, recebeu duas vezes mais esta quantia de dinheiro; aquele que recebeu cinco talentos, recebeu cinco vezes mais aquela quantia. Cada escravo recebeu a quantia de dinheiro correspondente à “sua própria capacidade” de lidar com tal quantia e fazer negócios com ela. O homem rico conhecia seus escravos e as capacidades deles.
17. (a) Que espécie de capacidades tinham os “escravos” da parábola, mas que dizer do cumprimento da parábola? (b) Quem recebeu maior responsabilidade, tanto na parábola como no cumprimento?
17 Na parábola, as capacidades eram naturais ou eram capacidades que os escravos haviam cultivado e desenvolvido. No cumprimento da parábola dos “talentos”, a “capacidade” não é mera capacidade física ou mental, embora esta espécie de capacidade possa ser valiosa e útil. Antes, a “capacidade” representa as possibilidades espirituais que se podem encontrar no escravo cristão que é candidato ao reino celestial. O zelo, a disposição e o fervor que o escravo cristão tem contribuem para as suas possibilidades de usar a riqueza espiritual que lhe é confiada. Aquele que recebe o correspondente a cinco talentos, segundo a sua própria capacidade, naturalmente, leva maior responsabilidade. O Senhor Jesus Cristo colocou assim sobre seus escravos apostólicos a maior responsabilidade, e eles tinham de fazer uma obra pioneira em grande escala, bem como ser alicerces secundários da congregação cristã. — Revelação 21:14; Efésios 2:20-22.
18. (a) O que representava serem apenas três os “escravos”? (b)Na parábola, os “escravos” eram todos homens, mas que dizer do cumprimento?
18 O Senhor Jesus Cristo, naturalmente, tem mais de três “escravos” espirituais, com os quais pactuou o reino celestial. De modo que estes três “escravos” da parábola representam três classes respectivas de prospectivos herdeiros do reino celestial. Devemos lembrar-nos de que a congregação cristã, gerada pelo espírito, contém muitas mulheres crentes. No festivo Dia de Pentecostes de 33 E.C., a mãe de Jesus, Maria, foi uma de tais mulheres, e provavelmente também Maria e Marta, da cidade de Betânia, perto de Jerusalém, estavam entre as “algumas mulheres” mencionadas em Atos 1:14, que receberam o espírito santo naquele dia notável de Pentecostes. (João 11:1-45) Também, quando o evangelizador Filipe, sob a pressão da perseguição em Jerusalém, foi para o norte, a Samaria, encontrou mulheres samaritanas crentes, pois lemos: “Mas, quando acreditaram em Filipe, que estava declarando as boas novas do reino de Deus e do nome de Jesus Cristo passaram a ser batizados, tanto homens como mulheres.” — Atos 8:12.
19. (a) Na parábola, o que esperava o “homem” que os escravos fizessem com seus “bens’? (b) O que espera Jesus Cristo quanto aos “bens” que deixou entregues aos seus discípulos?
19 Na parábola, o homem viajante esperava que seus escravos fizessem negócios com aqueles talentos durante a sua ausência e os aumentassem. Não queria que deixassem o dinheiro ocioso e improdutivo. Do mesmo modo, o Senhor Jesus Cristo, ao confiar aos seus discípulos “escravos” todos os seus bens na terra, esperou deles, de fato, ordenou-lhes que não deixassem o campo preparado e cultivado, que lhes confiou, sem mais atenção e lavoura, ao ponto de não produzir mais. Nem se devia deixar o campo nas suas proporções originais, sem ser aumentado, ampliado ou alargado. Não, mas o ausente Senhor Jesus Cristo esperava aumento, e, por conseguinte, deixar de produzir aumento resultaria em punição para aquele que não cumprisse com a sua responsabilidade.
NEGÓCIOS COM OS “TALENTOS”
20. O que esperava o “homem” que os escravos fizessem, tendo-lhes confiado os talentos, e que recompensa trouxe para os escravos satisfazerem tais expectativas?
20 Os escravos da parábola, mesmo que não se lhes falasse especificamente, davam-se conta de que se esperava deles um aumento. A parábola torna isto evidente, pois lemos: “Aquele que recebera cinco talentos foi imediatamente e negociou com eles, e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, aquele que recebera dois ganhou mais dois.” (Mateus 25:16, 17) Evidentemente, estes dois escravos não depositaram o dinheiro num banco para ganhar juros pelas operações dos banqueiros; mas eles mesmos se entregaram a negócios com perícia, discernimento e destreza. Seus esforços pessoais produziram resultados, porque seu respectivo dinheiro dobrou em quantia. Cada um usou “a sua própria capacidade”, com lealdade e devoção ao seu amo, bem como com o desejo de obter a aprovação dele.
21, 22. Como devia ser aumentada a quantia dos “bens” de Jesus Cristo, e até que ponto? Abrangendo que região?
21 Então, como se dobra a quantia da parte dos “bens” do Senhor Jesus Cristo, que ele confiou aos prospectivos herdeiros do Reino, no cumprimento da parábola? O Senhor Jesus disse como devia ser feito e a narrativa bíblica fornece ilustrações de como foi feito há dezenove séculos atrás. Alguns dias antes de ele ascender ao céu, o Senhor Jesus materializou-se e apareceu aos seus discípulos num lugar predeterminado em certo monte da província da Galiléia. Ali disse-lhes: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Ide, portanto, e fazei discípulos de pessoas de todas as nações, batizando-as em o nome do Pai, e do Filho, e do espírito santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias, até à terminação do sistema de coisas.” (Mateus 28:16-20) Mas no dia em que subiu ao céu, ele foi mais específico sobre o rumo que a obra de aumentar seus “bens” devia tomar. Lemos sobre isso:
22 “Tendo-se eles então reunido, perguntavam-lhe: ‘Senhor, é neste tempo que restabeleces o reino a Israel?’ Disse-lhes ele: ‘Não vos cabe obter conhecimento dos tempos ou das épocas que o Pai tem colocado sob a sua própria jurisdição; mas, ao chegar sobre vós o espírito santo, recebereis poder e sereis testemunhas de mim tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até à parte mais distante da terra.’” — Atos 1:6-8.
23. (a) A que regiões havia Jesus restringido sua pregação e seu ensino, e com que resultado? (b) Então, onde encontraram os discípulos os “bens” de Cristo, para trabalhar com eles até o tempo devido de quem?
23 Durante sua atividade terrestre como pregador e instrutor do Reino, Jesus havia restrito seus esforços a Jerusalém e às províncias da Galiléia e da Judéia (inclusive Samaria), e à Peréia, na margem oriental do rio Jordão. Naquelas regiões, Jesus havia produzido uma condição preparada e cultivada entre os judeus e os samaritanos para fazer mais discípulos. Era desta condição em tais regiões que os discípulos deviam aproveitar-se para aumentar o número dos discípulos cristãos; estes eram os “bens” que Jesus, seu Senhor, lhes confiou como “escravos”. Assim, em primeiro lugar, deviam trabalhar nas regiões preparadas até o tempo ou a época que o Pai celestial mantinha dentro da sua própria jurisdição. Tinham de fazer isso lembrando-se de que “Cristo se tornou realmente ministro do’ circuncisos em favor da veracidade de Deus, a fim de confirmar as promessas que Ele fez aos antepassados deles”. — Romanos 15:8.
24. (a) Depois de receberam o espírito santo, como foi que os discípulos puseram a trabalhar imediatamente os “bens” de seu Senhor e com que produção? (b) Que campo para produtividade encontraram os judeus crentes ao voltarem para casa após Pentecostes?
24 Em harmonia com isso, os discípulos “escravos” lá naquele tempo aproveitaram o patrimônio preparado e cultivado que o Senhor Jesus lhes confiou como sem “bens”, pelos quais tinha trabalhado, e eles puseram este patrimônio espiritual a trabalhar, a fim de produzir um aumento de discípulos. Fizeram isso imediatamente, logo naquele festivo Dia de Pentecostes de 33 E.C., em Jerusalém, e logo houve uma produção de cerca de três mil batizados, que se tornaram candidatos ao Reino por serem batizados com espírito santo. Todos eram pessoas circuncisas, quer judeus naturais, quer prosélitos da crença judaica. Os bens que o Senhor Jesus havia confiado aos discípulos continuaram a ser usados ainda mais, fazendo-se negócios cristãos com estes “bens”, de modo que algum tempo depois o número dos discípulos em Jerusalém havia subido a “cerca de cinco mil”. (Atos 4:4) Sem dúvida, centenas daqueles judeus e prosélitos, que deixaram Jerusalém depois da celebração de Pentecostes e voltaram para casa, nas diversas partes da terra, encontraram um campo de atividade a favor do cristianismo na sua própria vizinhança judaica, em casa.
25. (a) Como havia Jesus já trabalhado para produzir alguns “bens” na casa dos judeus e prosélitos que assistiam às festividades em Jerusalém? (b) Como fez a perseguição com que a crença cristã se espalhasse às comunidades judaicas distantes?
25 É possível que muitos destes judeus e prosélitos que retornaram tenham entrado em contato com Jesus Cristo e o tenham ouvido em visitas anteriores a Jerusalém, ao assistirem a todas as festividades. Sendo assim, Jesus havia até mesmo produzido uma condição preparada e cultivada no caso de tais judeus e prosélitos visitantes, e os apóstolos e condiscípulos em Jerusalém aproveitaram esta parte dos bens de Jesus e puseram tais “bens” a trabalhar. (João 12:20-29; Atos 2:5-11) Assim aconteceu que, mesmo antes de o apóstolo Paulo chegar a Roma, na Itália, já havia ali uma congregação de muitos cristãos. (Romanos 1:1-7; 15:22-24) Também, a perseguição que surgiu em Jerusalém contra os discípulos de Cristo ali resultou na difusão da crença cristã entre muitos judeus fora das províncias judaicas. Em Atos 11:19 está escrito: “Conseqüentemente, os que tinham sido espalhados pela tribulação que surgiu por causa de Estêvão foram até a Fenícia, e Chipre, e Antioquia, não falando a palavra a ninguém senão a judeus.”
26. (a) A restrição da obra de fazer discípulos apenas ao campo judaico continuou até quando e até que acontecimento? (b) Como foi que a obra naquela região recém-aberta resultou num aumento dos “talentos” espirituais?
26 Esta restrição do aumento dos “bens” do ausente Senhor Jesus Cristo apenas a judeus e prosélitos judaicos continuou até o outono (setentrional) do ano 36 E.C. Chegou então o tempo de aumentar o número dos discípulos cristãos em outras regiões, assim como o próprio Jesus ordenara, dizendo: “Ide, portanto, e fazei discípulos de pessoas de todas as nações, batizando-as”, e, “sereis testemunhas de mim . . . até à parte mais distante da terra”. (Mateus 28:19, 20; Atos 1:8) Era então o tempo devido de Deus para que estes discípulos judaicos, aos quais Jesus confiara seus “talentos” espirituais, usassem estes “bens” seus para produzir mais “talentos” espirituais. Isto começou com a ação por parte da classe dos cinco talentos, quando o apóstolo Pedro foi enviado à capital romana da Judéia, Cesaréia, para converter Cornélio ao discipulado de Jesus Cristo. (Atos 10:1 a 11:18) Por meio disso abriu-se todo o mundo gentio ou não-judeu da humanidade para fazer discípulos. Era uma região que não havia ‘pertencido’ a Jesus Cristo na terra por designação de Jeová Deus, para ele semear, colher e fazei discípulos. — Mateus 15:24.
27. Esta abertura duma região mundial para produtividade exigiu o que, da parte dos discípulos judaicos?
27 Esta era uma vasta região em que não havia condicionamento das pessoas pelo próprio Jesus Cristo, não havia uma situação preparada e cultivada deixada por Jesus como pioneiro, para ser usada com vantagem pelos seus discípulos, a fim de aumentarem a congregação cristã. Com o benefício, a vantagem e o ímpeto de que Jesus havia feito em prover o campo original sol cultivo, eles, como trabalhadores experientes e habilitados, podiam então lançar semente e cultivar as possibilidades do crescimento, acrescentando assim outros campos para a produção de discípulos de Jesus, o Messias. Isto exigiu esforços pioneiros da parte dele’ mesmos e exigiu coragem, esforço sincero, atenção cuidadosa e perseverança da parte deles, para que não se sofressem perdas. Não mais edificavam sobre o alicerce de outro homem, mas eles mesmos faziam todo o serviço preliminar para fazer discípulos numa região totalmente nova. Isto mostrava obediência ao seu Senhor. — Romanos 15:17-21.
28, 29. (a) Seguindo o modelo provido pelos discípulos do primeiro século, como agiram posteriores discípulos “escravos” de Cristo segundo a sua capacidade? (b) Qual tem sido o fator mais vital envolvido em produzir um aumento?
28 Os apóstolos e outros discípulos de Jesus Cristo no primeiro século estabeleceram o modelo quanto a como ‘fazer negócios’ com os “talentos” figurativos, que lhes foram confiados. Aumentaram o número dos talentos de seu Senhor em cem por cento. A classe dos “escravos” cristãos a que se confiaram “cinco talentos” dos “bens” do Senhor produziu mais cinco talentos. A classe dos “escravos” de Cristo que foi responsabilizada por dois talentos do que pertencia ao seu Senhor produziu mais dois talentos. Para cada classe foi proporcionalmente um aumento de cem por cento, de modo que cada um fez o que lhe foi possível, e ninguém foi melhor do que o outro. Fez tanto quanto se podia esperar dele. Cada um fez o máximo segundo a “sua própria capacidade”. Entretanto, o aumento dos bens de seu Senhor não se devia inteiramente ao uso da “capacidade” de cada “escravo”. Havia outro fator que entrava na questão, e era o fator mais essencial. O apóstolo Paulo refere-se a este fator ao falar comparativamente de seu próprio serviço e daquele do discípulo eloqüente Apolo, dizendo:
29 “O que, então, é Apolo? Sim, o que é Paulo? Ministros por intermédio de quem vos tornastes crentes, assim como o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei, Apolo regou, mas Deus o fazia crescer; de modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus que o faz crescer. Ora, quem planta e quem rega é um só, mas cada um receberá a sua própria recompensa, segundo o seu próprio labor. Pois somos colaboradores de Deus. Vós sois campo de Deus em lavoura, edifício de Deus.” — 1 Coríntios 3:5-9.
30. (a) Então a quem cabe principalmente o mérito pelo aumento? (b) No primeiro século, que evidência havia do aumento na região cultivada pelos discípulos?
30 Portanto, Deus é Aquele a quem se deve atribuir o aumento, e os “escravos” de Cristo são apenas os instrumentos que ele se agrada de usar para produzir O aumento. Ele ajuda os “escravos” a cumprir com suas responsabilidades. Equipa os “escravos” com o necessário para realizarem com bom êxito a obra de fazer discípulos de pessoas de todas as nações. Assim se aumenta a área preparada e cultivada para a produção de discípulos, que o Filho de Deus deixou aos seus discípulos ao partir, porque outras regiões desta espécie são trazidas à existência em todo o globo por meio da obediência dos “escravos” de Cristo às suas ordens e por imitarem o seu exemplo. Que evidência havia disso no primeiro século de nossa Era Comum? A seguinte: congregações de discípulos que eram herdeiros do reino dos céus surgiram fora de Jerusalém e de toda a Judéia, Galiléia e Samaria. Estabeleceram-se congregações na Ásia, na África, na Europa e nas ilhas do Mar Mediterrâneo.
31. Como exemplo do precedente, o que indica sobre Pedro o lugar donde escreveu sua primeira carta?
31 Tome, por exemplo, o apóstolo Pedro. Ele foi um dos quatro apóstolos que, depois de ouvir Jesus predizer a destruição do suntuoso templo em Jerusalém, lhe fizeram a pergunta: “Quando serão estas coisas e qual será o sinal quando todas estas coisas estão destinadas a chegar a uma terminação?” (Marcos 13:1-4) Pois bem, cerca de trinta anos depois, por volta de 62-64 E.C., ou vários anos antes de “estas coisas” acontecerem com o sítio e a destruição de Jerusalém, junto com seu templo, o apóstolo Pedro fazia serviço missionário fora do Império Romano. Sim, a primeira carta que escreveu a concristãos dentro do Império Romano foi escrita na cidade de Babilônia, no rio Eufrates, na Mesopotâmia, e nesta carta ele se refere à congregação cristã ali, no fim dela, dizendo: “Aquela que está em Babilônia, escolhida igual a vós, manda-vos os seus cumprimentos.” — 1 Pedro 5:13.
32-34. (a) Aproximadamente quando e de onde escreveu Paulo a sua carta aos colossenses? (b) Como declara nela Paulo o aumento mundial dos “talentos” confiados aos discípulos?
32 Depois houve também o apóstolo Paulo. Ele havia finalmente chegado à capital imperial de Roma, mas como prisioneiro que apelara para César, para obter um julgamento justo. De seu lugar de detenção, em Roma, escreveu à congregação cristã em Colossos, na Ásia Menor, por volta de 60-61 E.C. Isto foi quase dez anos antes ‘destas coisas’ preditas pelo Senhor Jesus Cristo, contudo, tão cedo assim antes do fim do sistema judaico de coisas, centralizado em Jerusalém, o apóstolo Paulo falou do aumento mundial dos “talentos” figurativos, que Jesus havia confiado aos seus “escravos”. Referindo-se a se terem ‘contado a eles as boas novas’, Paulo escreveu:
33 “Ouvimos falar da vossa fé em conexão com Cristo Jesus e do amor que tendes por todos os santos, por causa da esperança que está sendo reservada para vós nos céus. Desta esperança já ouvistes falar antes, por se contar a verdade daquelas boas novas que se vos apresentaram, assim como estão dando fruto e estão aumentando em todo o mundo, do mesmo modo como se dá também entre vós, desde o dia em que ouvistes e aprendestes a conhecer a benignidade imerecida de Deus em verdade. É isso o que aprendestes de Epafras, nosso amado co-escravo, que é ministro fiel do Cristo, da nossa parte, o qual nos expôs também o vosso amor em sentido espiritual.
34 “Deveras, a vós, os que outrora estáveis apartados e éreis inimigos, porque as vossas mentes se fixavam nas obras iníquas, ele reconciliou agora novamente, mediante o corpo carnal daquele, por intermédio da morte dele, a fim de vos apresentar santos e sem mácula, e não expostos a nenhuma acusação perante ele, desde que, naturalmente, continueis na fé, estabelecidos no alicerce e constantes, e sem serdes deslocados da esperança daquelas boas novas que ouvistes e que foram pregadas em toda a criação debaixo do céu.” — Colossenses 1:4-8, 21-23.
35. Este testemunho do zelo dos discípulos do primeiro século foi realizado durante que período limitado de tempo, e em cumprimento de que profecia de Jesus?
35 Quanto estas palavras inspiradas do apóstolo Paulo atestavam o zelo daqueles “escravos” do Senhor Jesus Cristo, no primeiro século, em ‘fazer negócios’ com os “talentos” que lhes havia confiado! Que consecução foi para eles num período tão curto de tempo — as boas novas “dando fruto e . . . aumentando em todo o mundo”, as boas novas já “pregadas em toda a criação debaixo do céu”! Imagine só Jesus Cristo “se manifestou uma vez para sempre, na terminação dos sistemas de coisas”, nos anos 29-33 E.C., e, no entanto, mesmo já antes de acabar a terminação do sistema judaico de coisas no ano 70 E.C. com a aniquilação de sua capital religiosa, os judeus em todo o mundo então conhecido receberam um testemunho a respeito do reino messiânico de Deus. De fato, todas as nações gentias também haviam recebido tal testemunho, num cumprimento típico da profecia de Jesus sobre o “sinal” da “terminação do sistema de coisas”, a saber: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” — Mateus 24:14; Hebreus 9:26.
CULMINAÇÃO DO CUMPRIMENTO ATUAL DA PARÁBOLA
36. Voltou o Senhor dos discípulos “escravos” antes ou depois da destruição de Jerusalém, e o que indicaram as palavras finais de João, em Revelação, a respeito da vinda de Cristo?
36 Aqueles “escravos” do primeiro século, que aumentaram os preciosos “talentos” em tal alcance mundial, apesar de guerras, pestes, fomes, terremotos e perseguições, todos morreram, mas seu Senhor e Amo, que partiu, não voltou nos seus dias, nem antes, nem depois da destruição de Jerusalém pelas legiões romanas. Cerca de vinte e seis anos depois de este acontecimento horrível abalar o mundo religioso judaico, o apóstolo João teve sua prisão na ilha de Patmos iluminada por receber a Revelação divina, na qual ele apontou para o futuro e disse: “Eis que ele vem com as nuvens e todo olho o verá, e aqueles que o traspassaram.” E João encerrou a narrativa da Revelação com a oração: “‘Amém! Vem, Senhor Jesus.’ A benignidade imerecida do Senhor Jesus Cristo seja com os santos.” (Revelação 1:7; 22:20, 21) Aquela oração fervorosa pela vinda do Senhor só foi realmente respondida mais de dezoito séculos depois.
37. (a) Contrário a que expectativa, quando voltou o Senhor Jesus Cristo? (b) A partir de então, a pregação do Reino assumiu que novo significado, e por quê?
37 Apenas com a volta do Senhor Jesus Cristo e sua parusia ou presença viria a culminação do cumprimento da parábola dos “talentos”. Na última metade do século dezenove que passou, pensava-se que o Senhor havia voltado no ano 1874 E.C. e que havia começado naquele ano a sua presença invisível em espírito. Mas, realmente, o “sinal” de sua presença e da terminação do sistema de coisas não se apresentou durante as próximas quatro décadas. Isto só se deu no fim dos Tempos dos Gentios no ano 1914, por volta de 4/5 de outubro ou no meio do mês lunar judaico de tisri. Naquele tempo, a pregação das boas novas do vindouro reino messiânico de Deus transformou-se na pregação das boas novas do reino estabelecido de Deus. Os acontecimentos mundiais que se seguiram acumularam evidência de que, no acima mencionado ano crítico, o reino dos céus, de Deus, nasceu por meio da entronização e coroação de seu Messias, Jesus, filho de Davi, filho de Abraão. (Mateus 1:1) Havia chegado aquele que tinha o “direito legal” a ele. De fato, ele havia voltado! — Ezequiel 21:25-27.
38. A parábola dos “talentos” foi dada como parte de que profecia, e, por isso, como se deve indicar a culminação de seu cumprimento nos nossos dias?
38 A parábola dos “talentos” foi contada por Jesus Cristo como parte do “sinal” múltiplo para indicar a sua parusia ou presença. Portanto, culminar o cumprimento a parábola em nosso tempo deve aumentar o testemunho de que ele voltou em espírito e que estamos na sua presença. Certamente, se dissermos que a presença real do Senhor Jesus Cristo começou no fim dos Tempos dos Gentios em 1914, então devia haver fatos disponíveis para confirmar que o cumprimento da parábola atinge sua culminação em nossos dias. Quais são os fatos?
39. O que fez o escravo com o único talento e quando começou o ajuste de contas com os escravos?
39 Primeiro, examinamos o resultado da parábola. Por isso, prosseguimos na leitura da parábola de Jesus, conforme segue: “Mas aquele que recebera apenas um foi e cavou no chão, e escondeu o dinheiro de prata de seu amo. Depois de muito tempo voltou o amo daqueles escravos e ajustou contas com eles.” — Mateus 25:18, 19.
40. (a) Na parábola, com que voltou o “amo daqueles escravos”? (b) Com que “poder régio” em especial tinha que ver o ano de 1914 E.C., e como?
40 Quando o “amo daqueles escravos” voltou, voltou com aquilo que foi obter na viagem para fora. Suas próprias palavras, mais adiante, mostram que ele obteve uma “alegria” a compartilhar com seus escravos fiéis; voltou com “muitas coisas” que não tinha quando lhes confiou os oito talentos de prata. Uma parábola anterior contada por Jesus, a parábola das “dez minas”, especifica que ele voltou com “poder régio”. (Lucas 19:12-15) Os Tempos dos Gentios ou “tempos designados das nações” têm que ver com “poder régio”, especialmente o “poder régio” da família do Rei Davi de Jerusalém, poder régio da família davídica que foi derrubado por Nabucodonosor, rei de Babilônia, no ano 607 A.E.C. Aquele ano desastroso foi o tempo em que começaram a contar os 2.520 anos dos Tempos dos Gentios, até o ano 1914 E.C. De modo que o fim destes Tempos dos Gentios, por volta de 4/5 de outubro de 1914, devia logicamente presenciar a inversão da situação de há muito tempo. Portanto, não foi sem significado que 4/5 de outubro de 1914 encontrou as nações gentias em dificuldades, já por dois meses envolvidas na primeira guerra mundial da história humana.
41. (a) Exterminou a Primeira Guerra Mundial o pequeno número dos discípulos “escravos” do Senhor Jesus Cristo então na terra? (b) O que lhes procuravam fazer as nações quanto a darem mais testemunho?
41 Que dizer, porém, dos “escravos” cristãos do Amo celestial Jesus Cristo, aos quais confiara seus “talentos” valiosos? Até hoje há ainda um pequeno número destes “escravos” fiéis que estavam no cenário terrestre naquele tempo marcado e que discerniram das Escrituras Sagradas o significado da Primeira Guerra Mundial. Este conflito internacional, que finalmente envolveu vinte e oito nações e impérios numa guerra total não eliminou estes “escravos” leais do recém-entronizado Rei celestial Jesus Cristo. Os inimigos terrestres, que não quiseram que Jesus Cristo os governasse como Rei de toda a terra, quiseram matar estes “escravos seus”, mas não o conseguiram. De fato, tentaram tirar deles os “talentos” figurativos que tinham recebido de seu Amo e Dono celestial. Tentaram desfazer todas as boas realizações e ganhos espirituais que estes “escravos” haviam conseguido para o recém-entronizado Rei celestial. Para este fim, tentaram acabar com a influência deles junto às pessoas de todas as nações. Tentaram desesperadamente minar a base preparada e cultivada deles para mais testemunho do Reino.
42, 43. (a) O fim da Primeira Guerra Mundial em 1918 encontrou os “escravos” do Amo celestial em que condição? (b) Segundo todas as aparências, o que acontecera aos “talentos” que lhes foram confiados?
42 O fim da Primeira Guerra Mundial, em 11 de novembro de 1918, encontrou “escravos” do reinante Rei celestial praticamente mortos no que se refere a ter uma boa reputação com as pessoas dentro e fora da cristandade. O favor que gozavam como cristãos entre as pessoas estava praticamente morto sob a mortalha de difamação e detração por parte de pretensos patriotas nacionalistas e fanáticos de mentalidade guerreira. Houve distúrbios violentos contra eles. Ou se proscreveu a sua literatura bíblica ou eles mesmos foram proscritos. Muitos deles estavam na prisão, principalmente o presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E. U. A.), também o secretário-tesoureiro dela e mais seis associados de destaque, sob acusações falsas das quais só podiam ser eximidos depois de ter acabado a loucura da guerra.
43 Estes “escravos” do Governante Legítimo deste globo terrestre foram aparentemente despojados de tudo. Os “talentos” dele que lhes foram confiados aparentemente foram eliminados. Seus inimigos alegraram-se de ter tirado estes “escravos” do serviço de seu Amo celestial para todo o tempo futuro, pois, parecia haver sérias dúvidas sobre a capacidade deles de começar tudo de novo.
44. (a) Quando começou a inversão da situação, e como? (b) Que pergunta surgiu então a respeito dos “escravos” sobreviventes, e por quê?
44 Foi só mais de quatro meses depois, após o fim da guerra, que os inimigos ficaram surpresos e espantados com a inversão que então começou. Esta se deu quando aqueles oito representantes da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados foram libertos do encarceramento na Penitenciária Federal de Atlanta (Geórgia, E. U. A.), em 25 de março de 1919, concedendo-se-lhes fiança no dia seguinte, em Brooklyn, Nova Iorque. Pouco depois, nos devidos tramites, foram declarados eximidos das acusações flagrantemente falsas. Mas, quanto valia isso para as pessoas prostradas pela guerra, que continuavam a ter um ponto de vista preconcebido e deturpado a respeito dos “escravos” de Jesus Cristo, por causa da propaganda e da febre da guerra? Isto era algo para os “escravos” tomarem em consideração. Podiam começar e prosseguir em face de tais circunstâncias ameaçadoras? Tinham a coragem e a confiança de seu Amo celestial para fazer isso? Deveras, foi um tempo de prova para estes escravos cristãos.
45. (a) Segundo a parábola, o que estava para fazer o “amo daqueles escravos”? (b) Quanto a estarem de posse dos “talentos”, o que precisava ser feito a favor daqueles escravos cristãos?
45 A parábola dos “talentos” retratou que quando o viajante voltasse de fora, ajustaria as contas com eles. Isto significaria um exame deles. Era bastante lógico que, em vista dos acontecimentos na primavera (setentrional) de 1919, seria o tempo devido para o celestial “amo daqueles escravos” examiná-los. Mas que contas podiam eles prestar com respeito aos seus “talentos”, confiados à classe dos escravos? Qualquer aumento que tivessem obtido antes do clímax da perseguição do tempo de guerra, em 1918, parecia ter sido eliminado. Estavam como que sem “talentos” figurativos. Então, se haviam de mostrar um aumento dos “talentos” de seu Amo, teriam de produzir este aumento no período do após-guerra e entregar-lhe no futuro tal aumento de seus bens. Teriam de receber uma nova oportunidade adicional de ‘fazer negócios’ com os preciosos “talentos” dele. E foi assim que aconteceu historicamente, por causa da consideração misericordiosa de seu Amo celestial.
46. (a) Era tempo para dissiparem o quê? E para que precisavam reorganizar-se? (b) Visto que seu Amo celestial estava de posse do “poder régio”, para que era oportuna a situação e auspicioso o tempo?
46 O ano de 1919 foi o tempo vital para a dissipação do temor dos homens que se havia criado entre os da classe dos escravos, durante a violência e a histeria da primeira guerra mundial e que havia feito com que os da classe dos escravos se retraíssem consideravelmente de fazer negócios como escravos responsáveis do Rei reinante, Jesus Cristo. Era então tempo para começarem a reorganizar suas fileiras quebradas e desfeitas para o maior empenho da sua vida no seu serviço prestado ao seu Amo, que então já estava de posse do poder régio. Então, mais do que nunca, seu Amo podia reivindicar de direito toda a terra como campo à sua disposição para produzir mais discípulos favorecidos com a esperança do reino celestial. Podia confiar-lhes esta situação oportuna para ‘fazerem negócios’ no seu serviço. Era um tempo oportuno para a classe ‘escrava’ de discípulos se levantar, conforme retratada pelo escravo a quem se confiaram “cinco talentos” e também para a classe retratada pelo escravo a quem se confiaram dois talentos. Fizeram isso, pois a parábola dos “talentos” não podia deixar de se cumprir, especialmente no seu clímax.
47. Como foram fortalecidos em 1919 para não temerem, mas para se apresentarem para a obra do após-guerra?
47 Não se perdeu tempo. Estas duas classes de “escravos” passaram a atarefar-se em 1919. Receberam forte confiança renovada dos artigos da Torre de Vigia em inglês, de 1.º e 15 de agosto de 1919, sobre o tema “Benditos os Destemidos”. Aclamaram o anúncio do congresso de oito dias a ser realizado em Cedar Point, Ohio, de 1.º a 8 de setembro de 1919. Não deixaram de assistir àquele congresso geral por medo de ficarem confrontados com uma obra do após-guerra que exigisse muita energia e coragem de sua parte, com mais perseguição.
48. (a) Como acolheram os congressistas em Cedar Point o anúncio sobre uma nova revista como companheira da Torre de Vigia? (b) Como se usou até agora esta revista adicional?
48 Avidamente querendo saber como Jeová queria que fizessem a obra diante deles, seis mil dos que vieram, especialmente do Canadá e dos Estados Unidos da América, assistiram diariamente às sessões deste congresso da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia. Com surpresa, mas com forte apreço de coração, receberam o anúncio duma nova revista a ser publicada a partir de 1.º de outubro de 1919, A Idade de Ouro, como companheira da Torre de Vigia e Arauto da Presença de Cristo. Esta nova revista seria um auxiliar adicional na proclamação do estabelecido reino messiânico de Deus. Seria mais um instrumento para usarem em plantar, regar e cultivar novas regiões para a produção de mais discípulos do Senhor Jesus Cristo. Lado a lado com A Torre de Vigia (agora A Sentinela), esta nova revista (agora Despertai!) tem tido uma tiragem cada vez maior, suscitando novo interesse nas pessoas sinceras e aprontando-as para receber as coisas mais profundas da Palavra de Deus. Tem feito uma excelente obra preparatória.
49. O que se fez com respeito às filiais da Sociedade Torre de Vigia e até que ponto se trouxeram assim mais regiões sob o cultivo?
49 Restabeleceram-se e fortaleceram-se também as comunicações entre a sede da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados e suas organizações congêneres em todo o globo, interrompidas pela guerra mundial, e, conforme o tempo e as circunstâncias mostraram a necessidade disso, estabeleceram-se novas filiais em diversos países. Isto aumentou a região trazida sob supervisão mais detida dos “escravos” do Amo celestial Jesus Cristo e ajudou muito na intensificação da obra do cultivo de tais regiões para o recolhimento de mais discípulos de pessoas de todas as nações. Partindo das poucas filiais então existentes, o número aumentou ao atual de noventa e seis filiais. Estas supervisionam a sementeira e o cultivo realizados em duzentos e sete países e ilhas do mar.
50. (a) Por que é que os que assistiram ao congresso de Cedar Point em 1922 se viram na situação de Isaías no templo? (b) A resposta de Isaías ao convite de Jeová suscitava que pergunta a respeito deles?
50 Em setembro de 1922, estes escravos cristãos, candidatos ao reino celestial, foram obrigados a aperceber-se de que estavam então deveras sob o exame do Rei dos reis e Senhor dos senhores, o reinante Senhor Jesus. Em cumprimento de Malaquias 3:1, ele acompanhara a Jeová Deus na vinda ao seu templo espiritual para a obra de julgamento com respeito aos seus “escravos” gerados pelo espírito, naquele templo. Os que assistiram ao segundo congresso da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, em Cedar Point, Ohio, no seu quarto dia, 8 de setembro de 1922, chamado de “O Dia”, viram-se então na situação do profeta Isaías, quando teve uma visão de Jeová Deus no seu templo. Isaías sentiu a necessidade de limpeza espiritual, e recebeu misericordiosamente a necessária limpeza. Isto o colocou na situação favorável de responder ao convite de Jeová com o clamor ávido: “Eis-me aqui! Envia-me.” (Isaías 6:1-8) Portanto, a questão era: Responderiam os congressistas da A. I. E. B. de modo similar ao convite de Jeová para serviço, que então se lhes fez?
51. No encerramento de seu discurso sobre “O Dia”, que perguntas fez o presidente da Sociedade aos congressistas, e que exortação final lhes deu?
51 No penúltimo parágrafo de seu discurso, tratando da visão de Isaías, o presidente da Sociedade Torre de Vigia (dos E. U. A.), J. F. Rutherford, fez uma série de perguntas aos congressistas, inclusive estas últimas: “Crêem que o Senhor está agora no seu templo, julgando as nações da terra? Crêem que o Rei da glória já começou o seu reinado?” Com enorme entusiasmo, os milhares de congressistas clamaram sua resposta afirmativa. Então, o orador culminou seu discurso por dizer: “Então, voltem ao campo, ó filhos do altíssimo Deus! Ponham sua armadura! Sejam sóbrios, vigilantes, ativos, valentes. Sejam testemunhas fiéis e verdadeiras do Senhor. Avancem na luta até que fique desolado todo vestígio de Babilônia. Proclamem a mensagem em toda a parte. O mundo precisa saber que Jeová é Deus e que Jesus Cristo é Rei dos reis e Senhor dos senhores. Este é o dia de todos os dias. Eis que o Rei reina! São os seus agentes de publicidade. Portanto, anunciem, anunciem, anunciem o Rei e seu reino.” — Veja The Watch Tower (A Torre de Vigia) de 1.º de novembro de 1922, páginas 332-337.
52. (a) O que fez a Sociedade em 1922 para aumentar a distribuição de publicações bíblicas? (b) Em 1924, que outros meios para se anunciar o Reino começaram a ser usados pela Sociedade, aumentados mais tarde com que outros meios de publicidade?
52 Com maior zelo e esforço do que nunca antes, os “escravos” do retornado Senhor Jesus Cristo saíram para anunciá-lo como Rei reinante, pregando publicamente tanto de casa em casa como da tribuna pública. Desde 1920, haviam começado a operar sua própria gráfica em Brooklyn, Nova Iorque, e isto os habilitou a obter maiores quantidades de literatura bíblica, revistas, folhetos, tratados, livros encadernados e finalmente as próprias Bíblias, com maior economia, para usar em anunciar o Rei messiânico e seu reino. A partir de domingo, 24 de fevereiro de 1924, começaram a ser usadas estações de rádio de propriedade de pessoas jurídicas destes “escravos”, na divulgação da mensagem do Reino aos inúmeros ouvintes invisíveis nos seus receptores de rádio. Com o decorrer do tempo, passaram a usar-se dezenas de estações de rádio, quer com tempo alugado, quer gratuitamente, em diversos países, para transmitir as boas novas do Reino até os próprios confins da terra. A estes meios de publicidade acrescentaram-se, anos depois, carros sonantes com alto-falantes e vitrolas portáteis, levadas de porta em porta pelos “escravos” de Cristo, para anunciar o Reino aos moradores.
53. Por que tiveram os leitores motivos para ficar emocionados com o artigo principal do número inglês de 1.º de março de 1925 da Torre de Vigia?
53 Os leitores da Torre de Vigia e Arauto da Presença de Cristo ficaram emocionados ao receberem seu número inglês de 1.º de março de 1925 e lerem o artigo principal, intitulado “Nascimento da Nação”. Por quê? Porque receberam ali melhor entendimento de Revelação, capítulo doze. Seus olhos de discernimento espiritual foram abertos para ver que o nascimento simbólico do filho varão, apresentado de modo tão emocionante naquele capítulo, que por muito tempo lhes foi um mistério, representava o nascimento do reino messiânico de Deus no ano 1914, no fim dos Tempos dos Gentios. O artigo concluiu, na página 74, dizendo: “O reino do céu está aqui. O dia de livramento está à vista. Proclamem-se estas boas novas aos povos da terra. A vitória é de nosso Rei. Então, fiéis até o fim da guerra; e nos aqueceremos para sempre ao sol de seu amor, onde há plenitude de alegria e prazeres para todo o sempre.”
54, 55. Como indicou o número dos participantes da Ceia do Senhor um aumento nos campos de atividade?
54 A celebração anual da Cela do Senhor na próxima data, quarta-feira, 8 de abril de 1925, trouxe à luz algo animador. Em vista da obra de plantar, regar e cultivar feita até então em regiões adicionais de atividade, com novos instrumentos providos para a divulgação do Reino, o número de congregações dos discípulos com esperanças celestiais havia aumentado. O número dos membros das congregações havia aumentado. De modo que, nesta celebração da Ceia do Senhor, o número dos participantes dela indicou este aumento e a produção de discípulos de Cristo. Então, quantos participaram naquele ano? O número inglês de 1.º de setembro de 1925 da Torre de Vigia, na página 263, sob “Relatórios da Comemoração”, dizia:
55 “Ficamos contentes de que o número dos que participam na Comemoração da morte de Cristo seja tão grande, porque manifesta tamanho interesse na verdade em toda a parte, e isto se dá como deveria. O total geral relatado até a data é de 90.434 pessoas, que é de 25.329 pessoas mais do que o relatado há um ano atrás.”
56. O que indicou isso a respeito das transações de “negócios” dos discípulos “escravos” aos quais se confiaram os “talentos”?
56 Deveras, os “escravos” de Cristo, a classe representada pelo escravo a quem se confiaram “cinco talentos” e a classe representada pelo escravo a quem se confiaram dois talentos, ‘faziam negócios’ com eles prontamente e logo cedo, para acrescentar outras regiões que poderiam ser frutíferas com mais discípulos de Cristo. Os fatos publicados provam que estes “escravos” foram abençoados nos seus esforços e foram recompensados com aumento. Isto os estimulou ainda mais.
ALEGRIA
57. (a) Por que viajou para fora o homem rico da parábola? (b) Portanto, que perguntas surgem a respeito de Jesus Cristo no cumprimento da parábola?
57 No entanto, historicamente entra agora outro fator claro no assunto. Na parábola de Jesus, o homem que tinha oito talentos de prata e três escravos não foi viajar para fora só por prazer, como numa excursão. Tinha um motivo sério para viajar para fora; queria obter algo valioso. Conforme a parábola mostra, viajou para fora para obter certa “alegria”, junto com “muitas coisas”. Por conseguinte, tinha de viajar para longe, levando muito tempo, a fim de recorrer àquele que lhe podia dar esta “alegria” específica. Isto é subentendido na parábola de Jesus, embora a parábola dos “talentos” não o mencione explicitamente. Visto que o homem rico da parábola representa o Senhor Jesus Cristo, o homem que viajou para fora, numa longa viagem, representa o Senhor Jesus dirigir-se à única Fonte da alegria especial que visava. A quem se dirigiu, pois? Quem era esta Fonte de alegria?
58, 59. (a) A quem se dirigiu o ressuscitado Jesus Cristo para obter esta “alegria”? (b) Para quem mais é Ele Fonte de alegria, conforme indicado em Romanos 15:13?
58 Isto nos é indicado em Hebreus 12:2, que reza: “[Olhamos] atentamente para o Agente principal e Aperfeiçoador da nossa fé, Jesus. Pela alegria que se lhe apresentou, ele aturou uma estaca de tortura, desprezando a vergonha, e se tem assentado à direita do trono de Deus.”
59 Sim, Jeová Deus é a Fonte desta “alegria”. A ele é que o ressuscitado Jesus Cristo foi, deixando seus discípulos fiéis aqui na terra, encarregados de seus “bens”, seus “talentos”. O Pai celestial era a Fonte da causa especial de “alegria” de Jesus. Jeová Deus é também a Fonte de alegria dos discípulos de seu Filho amado. Em harmonia com isso, um destes discípulos disse, ao escrever a concristãos em Roma: “Que o Deus que dá esperança vos encha de toda a alegria e paz pela vossa crença, para que abundeis em esperança com poder de espírito santo.” (Romanos 15:13) Deus pôde responder a esta oração correta.
60. (a) Era oportuno dar o devido destaque a quem, já que Jesus Cristo voltará com a sua “alegria”? (b) Como se lhe deu este destaque devido com respeito ao Seu nome?
60 No desenrolar dos acontecimentos, seria oportuno que Deus, a Fonte celestial da alegria, recebesse o devido destaque aos olhos dos “escravos” do Senhor Jesus Cristo, após a sua volta alegre, já que o reino messiânico de Deus havia nascido nos céus. Havia chegado o tempo para esta Fonte divina de alegria fazer um nome para si, e isto exigia primeiro que Seu nome pessoal fosse conhecido. Este Nome foi devidamente divulgado. Merecidamente, passou a ser usado de modo regular entre seus adoradores reverentes na terra e foi divulgado em toda a terra, assim como nunca tinha sido divulgado em qualquer tempo anterior. Ao se iniciar o ano de 1926, o primeiro número inglês da Torre de Vigia publicou o artigo principal intitulado “Quem Honrará a Jeová?”. Daí em diante, o nome divino que aparece milhares de vezes no texto hebraico original da Bíblia Sagrada foi enaltecido no seu destaque legítimo entre os “escravos” do Filho de Deus. Estes começaram a ser em primeiro lugar testemunhas Dele, sem diminuírem seu testemunho do Filho dele, Jesus Cristo. Desincumbiram-se amorosamente de sua obrigação de ser testemunhas do Único que leva o nome Jeová.
61. (a) Por meio duma resolução em 1931, os discípulos escravos de Jesus Cristo declararam-se opostos a ser chamados por que nomes? (b) Por que nome desejavam daí em diante ser chamados?
61 Seguiram-se cinco anos e meio de tal testemunho do Nome divino. Veio então o tempo para os “escravos” cristãos se identificarem, para se diferenciar de todos os professos cristãos da cristandade religiosa. Para este fim, os “escravos” de Jesus Cristo tomaram ação na tarde de domingo, 26 de julho de 1931, no congresso internacional realizado em Columbus, Ohio, E. U. A. As 16 horas, apresentou-se e leu-se perante os milhares de congressistas uma resolução, cujo quarto, quinto e sexto parágrafos temos o prazer de citar aqui:
AGORA, POIS, a fim de que nossa verdadeira situação seja conhecida, e crendo que isto está em harmonia com a vontade de Deus, conforme expressa na sua Palavra, SEJA RESOLVIDO, conforme segue, a saber:
QUE temos grande amor ao irmão Charles T. Russell pela sua obra e que reconhecemos de bom grado que o Senhor o usou e que abençoou grandemente a sua obra, mas não podemos ser coerentes com a Palavra de Deus por consentir ser chamados pelo nome de “russelitas”, que a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados [dos E. U. A.], e a Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, e a Associação do Púlpito do Povo são apenas nomes de sociedades que nós, como grupo de pessoas cristãs, mantemos, controlamos e usamos para realizar nossa obra em obediência aos mandamentos de Deus, mas que nenhum destes nomes se prende ou aplica devidamente a nós como corpo de cristãos que seguimos as pisadas de nosso Senhor e Amo, Cristo Jesus, que somos estudantes da Bíblia, mas como corpo de cristãos constituindo uma sociedade, rejeitamos assumir ou ser chamados pelo nome de “Estudantes da Bíblia” ou por nomes similares, como meio de identificação de nossa situação correta perante o Senhor; recusamos levar ou ser chamados pelo nome de qualquer homem;
QUE, tendo sido comprados pelo precioso sangue de Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor, justificados e gerados por Jeová Deus e chamados para seu reino, declaramos sem hesitação a nossa inteira lealdade e devoção a Jeová Deus e seu reino, que somos servos de Jeová Deus, mandados a fazer uma obra em seu nome, e, em obediência ao seu mandamento, a dar testemunho de Jesus Cristo e a tornar conhecido às pessoas que Jeová é o Deus Todo-poderoso e verdadeiro, portanto, alegremente adotamos e tomamos o nome dado pela boca do Senhor Deus, e desejamos ser conhecidos e chamados pelo nome, a saber, testemunhas de Jeová. — Isa. 43:10-12; 62:2; Rev. 12:17.
62. Que convite se fez no último parágrafo da resolução?
62 O oitavo e último parágrafo da Resolução dizia:
Convidamos humildemente a todos os inteiramente devotados a Jeová e ao seu reino a participar na proclamação destas boas novas a outros, a fim de erguer o estandarte justo do Senhor, para que as pessoas do mundo saibam onde encontrar a verdade e a esperança de alívio; e, acima de tudo, para que se vindique e enalteça o grande e santo nome de Jeová Deus.
63. (a) Ao todo, por quem foi adotada esta resolução sobre o Novo Nome? (b) Que publicidade se deu depois a essa resolução, como aviso para o mundo?
63 Esta resolução foi adotada entusiasticamente não só pelos reunidos em congresso em Columbus, Ohio, mas também mais tarde pelas congregações dos “escravos” de Jesus Cristo em todo o globo. Adotaram assim voluntariamente o nome “testemunhas de Jeová”. Esta Resolução sobre o nome foi também publicada no folheto lançado no congresso, intitulado “O Reino, a Esperança do Mundo”. Este título foi também o tema do discurso público do presidente da Sociedade, J. F. Rutherford, tanto perante a assistência visível do congresso, bem como perante a assistência invisível que o escutou por meio duma vasta rede radiofônica, a partir do meio-dia. Depois, este folheto contendo tanto o discurso público como a resolução foi levado diretamente por portadores pessoais às mãos dos clérigos religiosos, católicos e protestantes, e mais tarde às mãos de destacados políticos e profissionais liberais. Houve também uma distribuição mais ampla entre o povo em geral. Foi assim que se avisou todo o mundo de que estes adoradores do Deus Altíssimo, justificados e gerados pelo espírito, andariam no nome de seu Deus e reconheceriam apenas o nome de testemunhas de Jeová. — Miquéias 4:5.
64. Por que se reconhecem como testemunhas cristãs de Jeová?
64 Visto que houve também testemunhas do único Deus vivente e verdadeiro antes da primeira vinda do Senhor Jesus Cristo, reconhecem-se como sendo testemunhas cristãs de Jeová. — Isaías 43:10-12; 44:8; Hebreus 11:1 a 12:1. Veja também The Watch Tower de 15 de setembro de 1931, páginas 278, 279.
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Ajuste de contas com os escravos atuaisAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 13
Ajuste de contas com os escravos atuais
1, 2. (a) O que deu aos do restante dos “escravos” de Cristo levarem o nome divino, e quem era a fonte disso? (b) Que menção se faz desta alegria na parábola dos “talentos”?
LEVAREM o nome divino a partir do ano de 1931 deu nova alegria aos do restante dos “escravos” do Senhor Jesus Cristo ainda na terra. Sua alegria procedeu da mesma fonte da qual seu Senhor e Dono obteve a alegria dele, a saber, de Jeová Deus. O Senhor Jesus Cristo referiu-se a esta alegria sua quando ajustou as contas com seus escravos, no cumprimento da parábola dos “talentos”. Observamos isso em Mateus 25:20-23, onde lemos:
2 “Apresentou-se então o que recebera cinco talentos e trouxe cinco talentos adicionais, dizendo: ‘Amo, confiaste-me cinco talentos; eis que ganhei mais cinco talentos.’ Seu amo disse-lhe: ‘Muito bem, escravo bom e fiel! Foste fiel em poucas coisas. Designar-te-ei sobre muitas coisas. Entra na alegria do teu amo.’ A seguir, apresentou-se aquele que recebera dois talentos e disse: ‘Amo, confiaste-me dois talentos; eis que ganhei mais dois talentos.’ Seu amo disse-lhe: ‘Muito bem, escravo bom e fiel! Foste fiel em poucas coisas. Designar-te-ei sobre muitas coisas. Entra na alegria do teu amo.’”
3, 4. (a) São os três “escravos” representativos de pessoas, ou de que? (b) Como argumenta o ajuste de contas com o que é representado pelos “escravos” no cumprimento da parábola, a favor do significado correto de parusia?
3 Este ajuste de contas com os escravos certamente exigiu tempo e atenção. Por isso, representa um período de presença ou parusia da parte do Amo celestial, Jesus Cristo, em cumprimento da parábola, nos seus aspectos finais. (Mateus 24:3) Não nos esqueçamos de que os três escravos na parábola representavam classes e que estas classes são compostas de pessoas. Requer mais tempo e atenção lidar com uma classe ou um grupo do que com uma única pessoa. No caso duma classe ou dum grupo, é preciso tratar com cada membro dele. O apóstolo Paulo escreveu em Romanos 14:9, 10:
4 “Pois, para este fim morreu Cristo e passou a vive novamente, para que fosse Senhor tanto sobre morto’ como sobre viventes. . . . Porque nós todos ficaremos postados diante da cadeira de juiz de Deus.”
5. (a) Em lugar de quem julga Jesus Cristo ao julgar os vivos e os mortos? (b) O que precisavam fazer com respeito a recompensa os das classes representadas pelos “escravos” que morreram antes da parusia de Cristo?
5 No cumprimento da parábola dos “talentos”, o Senhor Jesus Cristo julga em lugar de Jeová Deus. Nem todos os seus “escravos” aos quais confiou “talentos” estão vivos na carne aqui na terra, neste século vinte. Por exemplo, os do primeiro século, durante os dias dos doze apóstolos, até João, quem recebeu a Revelação (Apocalipse), morreram há muito tempo atrás, adormecendo na morte e aguardando a parusia de seu Senhor e Dono celestial quando receberiam a recompensa dele, como justo Juiz. Assim como o apóstolo Paulo, pouco antes de seu martírio, escreveu a Timóteo, seu companheiro missionário: “Tenho travado a luta excelente, tenho corrido até o fim da carreira, tenho observado a fé. Doravante me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, o justo juiz, me dará como recompensa naquele dia, contudo, não somente a mim, mas também a todos os que amaram a sua manifestação.” (2 Timóteo 4:7, 8) Sim, de fato, o apóstolo Paulo aguardava ‘aquele dia’, o dia da parusia do Senhor, para ter a ressurreição dentre os mortos e receber o prêmio da vida celestial, imortal. Todos os que morreram antes de sua parusia tinham de esperar.
6. Quando foram ressuscitados os “escravos” que dormiam na morte e a quem têm estes precedência quando à ressurreição?
6 Durante a parusia invisível dele no espírito, todos aqueles “escravos” fiéis que dormiam na morte foram acordados, no tempo em que começou o julgamento, para a vida celestial no domínio espiritual. De modo que a recompensa dos “escravos” vivos não teve precedência à recompensa dos “escravos” fiéis, adormecidos. Isto não é mera imaginação nossa; pois o apóstolo Paulo escreveu à congregação cristã em Tessalônica e disse: “Pois, se a nossa fé é que Jesus morreu e foi levantado de novo, então, também Deus trará com ele os que adormeceram [na morte] por intermédio de Jesus. Pois, nós vos dizemos pela palavra de Jeová o seguinte: que nós, os viventes, que sobrevivermos até a presença do Senhor, de modo algum precederemos os que adormeceram [na morte]; porque o próprio Senhor descerá do céu com uma chamada dominante, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus, e os que estão mortos em união com Cristo se levantarão primeiro. Depois nós, os viventes, que sobrevivermos, seremos juntamente com eles arrebatados em nuvens, para encontrar o Senhor no ar; e assim estaremos sempre com o Senhor.” — 1 Tessalonicenses 4:14-17.
7. Que espécie de ressurreição receberam os que dormiam?
7 Isto significa que, durante a parusia do Senhor, na ocasião de começar o julgamento, houve uma ressurreição invisível dos fiéis “escravos” adormecidos para a vida celestial no espírito. Naturalmente, isto não foi visível aos olhos carnais dos “escravos” sobreviventes ainda na terra, assim como foi também invisível para as pessoas mundanas que não eram “escravos” do Senhor Jesus, invisivelmente presente.
8, 9. (a) O que mostra a evidência quanto a se o encontro dos “escravos” do Senhor no ar significa a elevação de corpos físicos na atmosfera? (b) O que influi neste assunto, conforme salientado em 1 Coríntios 15:50-54?
8 O encontro dos “escravos” ressuscitados com o “Senhor no ar” também foi invisível a todos os olhos carnais na terra, de modo que os homens na terra não sabiam de sua ocorrência, exceto pela fé na Palavra de Deus e pelos indícios dos tempos. Os “escravos” que dormiam na morte foram todos ressuscitados juntos, ao mesmo tempo, “para encontrar o Senhor no ar”. No entanto, os “escravos” na terra, que sobreviveram até o tempo do julgamento ou do ajuste de contas começar, não foram arrebatados literalmente nos seus corpos físicos, visíveis, para a atmosfera da terra, a fim de se encontrar com um Senhor visível no ar, porque a história moderna não registra tal acontecimento. Membros deste grupo sobrevivente de “escravos” têm morrido de vez em quando durante os já mais de cinqüenta anos que decorreram desde então, mas, segundo a promessa bíblica, tiveram uma ressurreição instantânea à vida no espírito, nos céus invisíveis. Visto que a parusia do Senhor já havia começado, não precisavam dormir na morte à espera de sua chegada. A eles se aplica o que Paulo disse:
9 “Carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, nem pode a corrução herdar a incorrução. Eis que eu vos digo um segredo sagrado: Nem todos adormeceremos [na morte], mas todos seremos mudados, num momento, num piscar de olhos, durante a última trombeta. Pois a trombeta soará, e os mortos serão levanta dos incorrutíveis, e nós seremos mudados. Pois isto que é corrutível tem de revestir-se de incorrução e isto que é mortal tem de revestir-se de imortalidade. Mas quando [isto que é corrutível se revestir de incorrução] isto que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: ‘A morte foi tragada para sempre.’” — 1 Coríntios 15:50-54; Isaías 25:8.
10. De que modo são estes “escravos” chamados de “felizes” em Revelação 14:13?
10 Aos escravos ungidos que sobreviveram na terra até e durante a parusia ou presença do Senhor, e que morreram depois em união fiel com o Senhor, aplica-se a promessa de Revelação 14:13: “Felizes os mortos que morrem em união com o Senhor, deste tempo em diante. Sim, diz o espírito, descansem eles dos seus labores, porque as coisas que fizeram os acompanham.” São “felizes” porque ao morrerem na carne passam por uma transformação instantânea de corrução para incorrução, de mortalidade para imortalidade, de humano para espírito, de modo que, sem dormirem na morte cessam seus labores terrenos e entram logo na obra celestial com seu Senhor, de quem são co-herdeiros.
11. Quem foi este R. J. Martin, usado como exemplo para o precedente?
11 Por exemplo, tome o caso de Robert J. Martin. Ele foi um dos oito homens cristãos, consagrados, que incluíam o presidente da Sociedade, J. F. Rutherford, os quais sofreram cerca de nove meses de encarceramento injusto na penitenciária federal de Atlanta, Geórgia, E. U. A., de 5 de julho de 1918 a 25 de março de 1919. Quando este “escravo” foi liberto sob fiança, em Brooklyn, Nova Iorque, na quarta-feira, 26 de março de 1919, praticamente não tinha nada no que se referia a “talentos” de seu Senhor celestial. A Primeira Guerra Mundial com sua perseguição dos “escravos” do Senhor já havia passado mais de quatro meses antes, e R. J. Martin praticamente tinha de começar de novo. Ainda estava em união fiel com o Senhor Jesus e tinha prazer em aceitar “talentos”, com os quais podia ‘fazer negócios’ para seu Senhor celestial, a fim de ampliar o campo que seria fértil na produção de discípulos do Senhor Jesus Cristo. No ano que se seguiu à sua libertação da prisão ele foi feito gerente da gráfica recém-estabelecida em Brooklyn para a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. Em 1.º de novembro de 1926, foi constituído um dos diretores desta Sociedade, cargo que ocupou até o seu fim terrestre.
12. Quando faleceu Martin e que comentário fez sobre isso A Torre de Vigia?
12 Passaram-se assim os anos, durante os quais R. J. Martin fielmente fez negócios para aumentar os “talentos” que lhe foram confiados no campo de fazer discípulos. Morreu no seu cargo em 23 de setembro de 1932, à idade de cinqüenta e quatro anos. (Nasceu em 30 de março de 1878.) Seu falecimento, “em união com a Senhor”, foi anunciado no número inglês de 1.º de outubro de 1932 da Torre de Vigia e Arauto da Presença de Cristo, página 304, onde se dizia em parte:
Foi pouco depois da meia-noite ou do começo da manhã de 23 de setembro de 1932, que Robert J. Martin, soldado na organização de Jeová, desarmou sua tenda terrena e partiu pacificamente. Esta testemunha boa e fiel terminou sua carreira na terra. Há todo motivo para se crer que passou imediatamente para o reino e está agora para sempre com o Senhor, na organização capital de Jeová.
. . . Os companheiros fiéis do irmão Martin tem a esperança de que eles também vejam o Senhor em toda a sua glória e beleza, e que participem depois para sempre no cumprimento dos propósitos de Jeová. A devoção do irmão Martin à causa de Jeová é uma inspiração para os do restante que continuam a levar a batalha até o portão. . . .
13. Quando faleceu o co-prisioneiro de Martin, Rutherford, e o que assinalou historicamente o seu falecimento?
13 Seu companheiro de prisão, J. F. Rutherford, terminou a sua carreira terrestre à idade de setenta e dois anos, enquanto ainda presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E. U. A.), na quinta-feira, 8 de janeiro de 1942. Seu falecimento foi anunciado sob o título “Testemunha Fiel”, na página 45 do número inglês de 1.º de fevereiro de 1942 da Sentinela Anunciando o Reino de Jeová. A história de mais de trinta anos desde então mostra que sua morte assinalou o fim duma época nas atividades modernas das testemunhas cristãs de Jeová.
14. (a) O que se pode biblicamente crer a respeito destes dois “escravos” quanto à sua recompensa por negociarem com os “talentos” de Cristo? (b) Será que os “escravos” ainda vivos na terra entraram numa “alegria”? E que dizer do assunto da regência?
14 Certamente, a carreira dos “escravos” cristãos, tais como os dois mencionados, indica que ‘fizeram negócios’ com os “talentos” do Senhor que lhes foram confiados, e que assim aumentaram o campo terreno de operação para a produção de mais discípulos de Cristo. Há motivos bíblicos para se crer que, ao comparecerem perante a cadeira de juiz de seu Senhor Jesus Cristo, ouviram as suas palavras de elogio: “Muito bem, escravo bom e fiel! Foste fiel em poucas coisas. Designar-te-ei sobre muitas coisas. Entra na alegria do teu amo.” (Mateus 25:21, 23) Mas agora, muitos anos depois, ainda há um pequeno restante destes “escravos” cristãos, leais, na terra, que procuram amorosamente aumentar os “talentos” de seu Amo celestial. Esperam no tempo devido terminar sua carreira terrestre e comparecer perante a cadeira celestial de julgamento de Jesus Cristo e felizes ouvir estas mesmas palavras de elogio. Mesmo agora, ainda na terra, porém, ao ponto em que aumentam os “talentos” de seu Dono celestial, já entraram em boa medida na alegria de seu Amo. Entretanto, não entraram na posse de alguma regência, mas apenas aguardam participar no seu reinado milenar no céu.
O “ESCRAVO INÍQUO E INDOLENTE”
15, 16. (a) De que modo deixou de usar sua “capacidade” o escravo com um talento, e com que conseqüências? (b) Que desculpa apresentou por devolver apenas aquilo que recebeu?
15 Estamos agora interessados em saber o que aconteceu ao escravo da parábola de Jesus, que recebeu apenas um talento e a respeito de quem se disse: “Mas aquele que recebera apenas um foi e cavou no chão, e escondeu o dinheiro de prata de seu amo.” (Mateus 25:15, 18) Não se esforçando, nem mostrando coragem para ‘fazer negócios’, assim como fizeram o escravo com os cinco talentos e o escravo com os dois talentos não se podia esperar que este terceiro escravo aumentasse o talento de prata de seu amo. Possuía a “capacidade” proporcional para manejar aquele um talento de prata e produzir um aumento com ele, mas ele deixou de mostrar sua capacidade. Na vinda e durante a presença ou parusia de seu amo, não teria nenhum aumento para mostrar, ao se ajustarem as contas. Portanto, que desculpa teria para não apresentar nenhum aumento ao seu amo? Na parábola, Jesus nos diz:
16 “Por fim, apresentou-se aquele que recebera um talento e disse: ‘Amo, eu sabia que és homem exigente, ceifando onde não semeaste e ajuntando onde não joeiraste. Por isso fiquei com medo, e fui e escondi no chão o teu talento. Aqui tens o que é teu.’” — Mateus 25:24, 25.
17. (a) Aprovava este escravo que seu amo fosse semelhante ao fazendeiro que descreveu? (b) Por que achava o escravo que seu amo não tinha direito de se queixar por não receber aumento?
17 Este escravo sabia que se esperava dele um aumento. Mas faltou-lhe a coragem de assumir o risco por ‘fazer negócios’ com o talento de prata de seu amo. Não tinha amor ao seu amo, para agir apesar de seus temores, e assumir o risco e fazer o empenho de aumentar os “bens” de seu amo. Comparou o seu amo a um fazendeiro, que não só obtém safras de sua própria terra, mas também colhe produtos de terras que não são suas e que não cultivou, colhendo cereais que não havia joeirado. O escravo não aprovava que seu amo produzisse aumentos desta maneira. Pelo menos, acusou seu amo de produzir aumento de tal maneira. Assim coerente com a sua crença e atitude professa, devolveu apenas o único talento de prata que seu amo lhe confiara. Assim, conforme ele pensava, visto que seu amo não sofrera nenhuma perda, por que se devia queixar? Recebia de volta o que era seu. O escravo não reconhecia que o dinheiro era para circular e para ser usado de modo lucrativo.
18. O amo respondeu ao escravo segundo que raciocínio, e por isso, por que apelidou ele o escravo desta maneira?
18 O amo do escravo respondeu-lhe segundo o seu próprio argumento, pois lemos: “Em resposta, seu amo disse-lhe: ‘Escravo iníquo e indolente, sabias, não é verdade, que ceifo onde não semeei e ajunto onde não joeirei? Pois bem, devias ter depositado meu dinheiro de prata junto aos banqueiros, e, na minha chegada [literalmente: e tendo chegado], eu estaria recebendo o meu com juros.’” — Mateus 25:26, 27.
19. Por que merecia o escravo ser chamado de “iníquo”, e de que “maneira fácil” poderia ter satisfeito os requisitos de seu amo?
19 Este escravo inútil era “iníquo”, visto que deixar ele de produzir aumento para seu amo era deliberado e proposital. Não estava interessado no aumento dos bens de seu amo. Não que não soubesse que seu amo exigia um aumento. Sabia disso e podia ter adotado o modo fácil de depositar o talento de prata junto aos banqueiros, para que estes fizessem investimentos com ele e produzissem lucros, pagando assim juros sobre o dinheiro depositado junto a eles. Assim, o amo do escravo, ao voltar, não só teria recebido de volta o talento de prata, mas também os juros pagos sobre o depósito de dinheiro junto aos banqueiros. Ele não só não imitou o escravo com os cinco talentos e o escravo com os dois talentos, mas tampouco cooperou com eles. Embora devolvesse o talento de prata original que se lhe confiou, realmente causou uma perda ao seu amo. Causar ele deliberadamente tal perda ao seu amo o tornou “iníquo”
20. Em que sentido era “indolente” aquele escravo, com que resultado para ele?
20 O escravo inútil era também “indolente”. Era preguiçoso, não querendo ‘fazer negócios’ com prontidão, assim como os outros escravos fizeram. Tinha a capacidade de trabalhar proveitosamente, senão o seu amo não lhe teria confiado pelo menos um talento. Receber ele um talento o tornou o menos responsável de todos os três escravos, mas esta quantia menor de dinheiro não estava acima de “sua própria capacidade” de cuidar. Contudo, em vez de aplicar sua capacidade de modo proveitoso, cavou no chão, escondeu o talento do amo e o tornou improdutivo. Era tão indolente, que até mesmo avaliar ele seu amo como “homem exigente” não impeliu a trabalhar com o talento precioso durante longa ausência de seu amo. O escravo tinha bastantes oportunidades. Deixar de produzir aumento resultou em desastre para ele.
21. Qual é o equivalente do escravo no clímax hodierno do cumprimento da parábola?
21 Este “escravo iníquo e indolente” tem um equivalente moderno no cumprimento da parábola, no seu clímax nos nossos dias. Assim como no caso dos dois co-escravos, o escravo improdutivo também representa uma classe ou um grupo de escravos cristãos que realmente estão no serviço do Amo celestial, o Senhor Jesus Cristo, ou que estão comprometidos a estar no serviço dele. Esta classe inútil apareceu após o ajuste de contas ter começado naquele primeiro ano do após-guerra de 1919 E.C.
22. Quem mais afirmava estar no serviço do Amo celestial, mas como negligenciaram os “bens” dele depois do fim da Primeira Guerra Mundial?
22 Naturalmente, os membros sectários das igrejas da cristandade professavam estar no serviço do Senhor celestial, Jesus Cristo. Pois bem, foram cultivar o campo aberto diante deles no fim da Primeira Guerra Mundial em 11 de novembro de 1918, e passaram a produzir discípulos para o Rei reinante Jesus Cristo então na sua parusia? Não; adotaram um proceder transigente com os políticos e militaristas deste mundo. Negligenciaram os “bens” do Reino, do Rei, cujo domínio principesco deve aumentar sem fim. Voltaram seu interesse e sua atenção para a proposta Liga das Nações, que o Conselho Federal das Igrejas de Cristo na América chamou de “expressão política do Reino de Deus na terra”. (Isaías 9:6, 7) Tentaram aumentar o número dos apoiadores e adoradores daquela organização internacional em prol de paz e segurança mundiais, feita pelo homem. Atualmente, as seitas e denominações religiosas da cristandade advogam a organização sucessora dela, as Nações Unidas.
23. Qual foi o resultado de não cultivarem o campo do mundo em benefício do reino messiânico de Deus?
23 No ajuste de contas durante este tempo de exame por parte do Senhor Jesus Cristo, tais professos “escravos” na cristandade não lhe podem apresentar nenhum aumento de seus bens. Não cultivaram o campo mundial em benefício do reino messiânico de Deus, porque lhe voltaram as costas e deixaram o povo na ignorância a respeito do reino messiânico estabelecido de Jeová.
24. Como se ajustam os descritos no parágrafo três da resolução “Novo Nome” ao quadro do “escravo . . . indolente”?
24 No entanto, mesmo entre os que estavam em contato com os “escravos” fiéis do retornado e reinante Rei Jesus Cristo apareceu uma classe de cristãos ungidos que se enquadrava na representação do “escravo iníquo e indolente”. Evidentemente, esta é a classe mencionada no terceiro parágrafo da Resolução intitulada “Um Novo Nome”, adotada na tarde de domingo, 26 de julho de 1931, no congresso internacional realizado em Columbus, Ohio, E. U. A., sob os auspícios da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. Citamos aqui este parágrafo:
CONSIDERANDO que pouco depois da morte de Charles T. Russell surgiu uma divisão entre os associados com ele em tal obra, resultando em que certo número de tais se retirassem da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados [dos E. U. A.], os quais, desde então, têm recusado cooperar com dita Sociedade e sua obra e se têm negado a concordar com a verdade conforme publicada pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados na Torre de Vigia e em outras publicações recentes das ditas sociedades acima mencionadas, tendo-se oposto e agora se opondo à obra de dita Sociedade na proclamação da mensagem atual do reino de Deus e do dia da vingança de nosso Deus contra todas as partes da organização de Satanás, e estes opositores se têm agrupado em diversas e numerosas associações e têm adotado e agora levam nomes tais como, a saber: “Estudantes da Bíblia”, “Estudantes Associados da Bíblia”, “Russelitas ensinando a verdade conforme exposta pelo Pastor Russell”, “Resistentes” e outros nomes similares, todos os quais tendem a causar confusão e mal-entendidos . . .”
25. Por conseguinte, os que se acabam de mencionar não compartilharam em que experiência e realizações dos que levam o “novo nome”?
25 Efetivamente, estes não-cooperativos e até mesmo opositores, mencionados acima, não adotaram este “novo nome”, testemunhas de Jeová, nem se tornaram conhecidos como testemunhas cristãs de Jeová. Tampouco compartilharam dos terríveis sofrimentos que os portadores do “novo nome” tiveram de suportar desde então, nem na obra de anunciar o reino estabelecido de Jeová nas mãos de seu Messias, em todas as partes da terra. Por estes motivos, não compartilharam na expansão maravilhosa do campo para se cultivar e produzir discípulos de Cristo, incluindo atualmente 207 terras e ilhas ou grupos de ilhas, e exigindo a publicação da mensagem do Reino em mais de 160 idiomas. Apesar da ferrenha perseguição em vários países, este cultivo do campo (que é o mundo da humanidade) para se produzir discípulos adicionais de Cristo prossegue até o seu cúlmino! Atualmente é realizado sob a supervisão das noventa e seis organizações filiais da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia.
26. Que evidência há de que os do restante dos “escravos” ungidos tiveram a bênção do Céu no uso dos “talentos” do Amo no cultivo do campo do mundo?
26 É evidente, pois, que este aumento dos “bens” da Rei messiânico, de seus “talentos”, tem a aprovação e a bênção do Deus Altíssimo Jeová e de seu Filho Jesus Cristo. Os “escravos” ungidos, empenhados em usar os “talentos” do Rei, acham esta responsabilidade alegre e esforçam-se a se habilitar como “escravo bom e fiel”, do ponto de vista de seu Amo celestial. Não querem que alguém da classe do “escravo iníquo e indolente” se associe com eles. Antes, procuram ajudar a todos os que satisfazem as especificações bíblicas a se associarem com eles, para se tornarem ministros produtivos da Palavra de Deus. Em evidência da bênção divina sobre os seus empenhos amorosos, durante o ano de serviço de 1973, houve 193.990 dos ensinados que foram batizados em água como discípulos do Senhor Jesus Cristo. Durante os últimos cinco anos de serviço 1969-1973, mais de três quartos de um milhão, realmente 792.019, foram assim batizados em países em todo o globo. De modo que os do restante dos “escravos” ungidos, que aumentam os “bens” do Senhor, não acreditam que ele esteja colhendo indevidamente a que ele mesmo não tenha semeado, quando estava na terra.
TIRADO O “UM TALENTO” NÃO USADO
27. Qual foi a decisão do amo a respeito do escravo inútil?
27 Na parábola, o que decidiu o amo a respeito do escravo que deixou de apresentar “com juros” a este amo o que lhe pertencia? “Portanto”, disse o amo indignado a respeito do “escravo iníquo e indolente”, que se mostrou inútil, “tirai-lhe o talento e dai-o àquele que tem dez talentos. Pois a todo aquele que tem, mais será dado, e ele terá abundância; mas, quanto àquele que não tem, até mesmo o que tem lhe será tirado. E lançai o escravo imprestável na escuridão lá fora. Ali é onde haverá o [seu] choro e o ranger de [seus] dentes”. — Mateus 25:28-30.
28. Que considerações mostradas para com os escravos proveitosos foram negadas a este escravo, e o que significava para ele ser lançado na escuridão lá fora?
28 Este escravo não é convidado a entrar na alegria de seu amo. Não é designado para governar muitas coisas por ter sido achado fiel sobre poucas. Ele não é chamado “escravo bom e fiel”, mas é chamado “escravo imprestável.” Não é retido no serviço e na casa do amo como escravo, mas é lançado fora da casa, “na escuridão lá fora”. Evidentemente, o retomado amo ajustou as contas com seus escravos à noite, e por isso havia “escuridão lá fora”, na qual o escravo podia ser lançado. Em vez de encontrar lá fora a alegria de seu amo, ele choraria e rangeria os dentes por causa das condições nas quais é lançado.
29. Por que fornece isso uma lição solene para os “escravos” ungidos, atualmente fiéis, na situação tenebrosa do mundo?
29 Isto apresenta uma lição solene para o restante dos “escravos” ungidos da atualidade. Eles precisam continuar a trabalhar pelo aumento dos “bens” de seu Amo celestial. Senão, a série de valores que lhes foi confiada pelo seu amo lhes será tirada. Também, serão lançados na “escuridão lá fora”, para se juntar ali à classe do “escravo iníquo e indolente”. Desde o fim dos Tempos dos Gentios no ano 1914, tem sido noite para o mundo da humanidade fora da casa iluminada do Amo celestial, Jesus Cristo, estando até mesmo a cristandade envolvida em tal escuridão noturna. Mas esta escuridão enegrecerá intensamente ao chegar o tempo, segundo a cronometria de Deus, para irromper repentinamente a “grande tribulação” nesta geração da humanidade. (Mateus 24:21, 22; Lucas 21:34-36) A classe do “escravo iníquo e indolente” será lançada nesta escuridão mortífera, para ali chorar e ranger os dentes com os hipócritas religiosos, até perecerem.
30. Como se tira aquele “um talento” da classe do ‘escravo indolente’, a quem é dado e por quê?
30 Neste tempo da parusia do Amo, quando ele ajusta as contas com seus “escravos”, quer com os que morrem individualmente, quer com as respectivas classe’ de escravos ainda na terra, uma coisa se torna evidente. Os da classe do “escravo iníquo e indolente” não fazem negócios com seu “um talento” e não lhe produzem juros sobre seu “dinheiro” Por conseguinte, ele já tirou aquele “um talento” desta classe infiel, que sobrevive até agora como classe. Não os deixa ter qualquer designação da parte dele quanto a território a ser cultivado e tornado produtivo de discípulos adicionais de Cristo. Não são mais tratados como escravos Dele; não os reconhece nem aceita suas atividades religiosas. Não os deixa compartilhar a luz alegre de sua casa Seu “um talento” lhes é tirado e seu campo designado de potencial para fazer discípulos é dado aos da classe do “escravo bom e fiel”, que aumentou ou está aumentando os “bens” do Rei a “dez talentos”, usando da maior capacidade no campo de fazer discípulos. — Mateus 28:19, 20; Salmo 2:8.
31. (a) Que regra de proceder, da parte do Amo, é assim exemplificada? (b) O que não possuía adicionalmente a classe do ‘escravo indolente’, além da “capacidade”, e, por isso, o que se lhe fez?
31 Assim se exemplifica hoje o princípio divino ou a regra de procedimento de que “a todo aquele que tem, mais será dado, e ele terá abundância; mas, quanto àquele que não tem, até mesmo o que tem lhe será tirado”. (Mateus 25:29) Na parábola, o “escravo iníquo e indolente” tinha “um talento”, mas não tinha o que devia ser estimulado e manifestado pela posse deste “um talento”. Este algo a mais devia ser o zelo leal pelo seu amo, o apreço do que se lhe confiou a crença de que seu amo merece ter um aumento do “um talento”, que tinha poder operacional, poder de lucrar. Deixar ele de apresentar um aumento ao se ajustarem as contas atesta de modo eloqüente, em adição às suas próprias desculpas, que ele não tinha aquele algo a mais da sua parte. Portanto, o “um talento” lhe foi tirado por ser “escravo imprestável”. Havia desapontado a confiança que seu amo depositara nele. Foi despedido do serviço de seu amo e afastado de sua casa.
32. O que é aquele adicional que os da classe do ‘escravo indolente’ não têm desde 1919, e, assim, o que lhes é tirado?
32 O mesmo princípio é aplicado à hodierna classe do “escravo iníquo e indolente”. Aos desta classe foi confiado o que corresponde a “um talento”. Este procedia de seu Amo celestial, especialmente a partir do primeiro ano de após-guerra de 1919. Mas, tinham de ter algo da sua própria parte para complementar ou para acompanhar apropriadamente aquele “um talento”. Esta coisa complementar que sua posse do “um talento” devia ter estimulado neles era o zelo e a devoção para com o reino messiânico de Jeová, a crença em que seu Amo celestial merecia receber um aumento no campo da produção de discípulos, o motivo corajoso e amoroso de ter a maior participação possível na proclamação do estabelecido reino messiânico de Deus e em fazer discípulos de pessoas de todas as nações, não apenas da nação judaica, à qual Jesus Cristo, na terra, restringiu seu ministério público e particular. Visto que não possuem o que eles mesmos deviam aplicar no uso do “um talento” do Amo, este “talento” lhes é tirado, conforme indicam os fatos atuais.
33. (a) Portanto, as custas de quem recebem os da classe do “escravo bom e fiel” uma “abundância”? (b) Que alegria têm e que regência aguardam?
33 Por outro lado, as classes do “escravo bom e fiel” têm aquilo que deve complementar confiarem-se-lhes os “talentos” de seu Amo celestial. Fiel ao quadro da parábola, dá-se-lhes mais, às custas da classe do “escravo iníquo e indolente”, e acrescentam-se-lhes oportunidades e privilégios, como “escravos” responsáveis, fidedignos e rendosos. Em conseqüência, tem deveras uma “abundância” no campo aumentado de fazer discípulos. Ao alegrarem o coração de seu Amo, sua própria alegria transborda e eles tem um antegosto da alegria que seu Amo sente no seu já estabelecido reino. Esta alegria fortalece-os a prosseguirem no serviço dele até o fim de sua carreira terrestre. E quando isto acontecer, esperam, pela ressurreição dentre os mortos, entrar na plenitude de sua alegria e serem feitos governantes sobre muitas coisas no seu reino milenar. Conhecerão então plenamente a felicidade dos “escravos” que tem parte na “primeira ressurreição”. — Revelação 20:6.
34. O cumprimento observável destas partes culminantes da parábola de Jesus prova que esta em progresso o que? E por quê?
34 É desta maneira já mencionada que a parte culminante da parábola dos “talentos” se tem desenrolado desde o ano de 1919 E.C. Isto pôde ser observado por pessoas e nações em toda a terra habitada. Especial. mente os da classe do “escravo bom e fiel” se apercebem disso. Tudo isso prova que a parusia ou presença invisível do Rei Jesus Cristo já está em andamento desde o fim dos Tempos dos Gentios em 1914. Portanto, faz parte do grande “sinal” da “presença” de Cristo e da “terminação do sistema de coisas”, sendo a parábola dos “talentos” uma parte da profecia pormenorizada dele a respeito deste “sinal”. — Mateus 24:3.
35. Por que desejamos prosseguir na consideração da profecia de Cristo, a fim de provar que fato?
35 No entanto, o “sinal” da presença invisível de Cristo em espírito envolve mais do que as parábolas das “dez virgens” e dos “talentos” já consideradas. Mais uma parábola constitui uma parte importante de sua profecia sobre o “sinal”, e o cumprimento dela em nosso tempo espantoso aumenta a prova de que a presença, ou parusia, do Senhor Jesus Cristo prossegue ainda para outras coisas maravilhosas. Vamos continuar a considerar a grande profecia de nosso Senhor?
[Foto na página 245]
R. J. Martin
[Foto na página 246]
J. F. Rutherford
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Súditos terrestres do Reino de DeusAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 14
Súditos terrestres do Reino de Deus
1, 2. (a) Em quanto se calculou a população do mundo em 1914 E.C., e em que se achava dividida? (b) Que espécie de espetáculo apresentavam tais nações e impérios no palco mundial, mas que aspecto tinham para o Criador?
NO ANO marcado de 1914 E.C., calculou-se que a população do mundo fosse de bem mais de um bilhão de pessoas.a O aumento prosseguiu, atingindo 1.859.892.000 habitantes no ano 1920, apesar dos muitos milhões abatidos pela Primeira Guerra Mundial e pela gripe espanhola. Esta população do mundo estava dividida em muitas nações e impérios, o maior império de 1914 sendo o Império Britânico, que abrangia uma quarta parte da superfície da terra e uma quarta parte da população do mundo. Mas havia outros impérios naquele tempo, tais como o Império Turco, o Império Chinês o Império Holandês, o Império Alemão, o Império Áustro-Húngaro e o Império Português. Tais nações e impérios constituíam um espetáculo muito impressionante no palco mundial, mas que aspecto tinham para o Dono da terra, o Grande Criador, o Deus Altíssimo? Pode ele examiná-los todos com apenas um relance de olhos? Enaltecendo a capacidade sobre-humana do Criador, o profeta Isaías diz:
2 “Quem mediu as proporções do espírito de Jeová, e quem, como seu homem de conselho, pode fazê-lo saber alguma coisa? Com quem se consultou ele para que o faça compreender ou quem o ensina na vereda da justiça, ou lhe ensina conhecimento, ou lhe faz saber o próprio caminho do verdadeiro entendimento? Eis que as nações são como uma gota dum balde; e foram consideradas como a camada fina de pó na balança. . . . Há Um que mora acima do círculo da terra, cujos moradores são como gafanhotos.” — Isaías 40:13-15, 22.
3, 4. (a) É difícil para o Juiz Adjunto de Deus, Jesus Cristo, reunir diante de si todas as nações? E em que parábola se prediz tal coisa? (b) Esta parábola mostra o que se exige de pessoas com que perspectiva?
3 Logicamente, pois, é muito simples para o Deus Criador ajuntar todas as nações diante de si, julgá-las e executar sentenças. Do mesmo modo, é também fácil para o poderoso Filho de Deus, Jesus Cristo, a quem Jeová designou para agir como seu Juiz Adjunto. (Atos 17:31) Que faria isto no tempo devido, foi predito pelo próprio Filho de Deus na sua parábola das ovelhas e dos cabritos. Com esta parábola, o apóstolo Mateus encerra a profecia que o Senhor Jesus Cristo proferiu no Monte das Oliveiras a respeito do “sinal” de sua presença (parusia) e da “terminação do sistema de coisas”. (Mateus 24:3) Na parábola precedente a esta, a saber, a parábola dos “talentos”, o Senhor Jesus ilustrou que os discípulos fiéis que haviam de reinar com ele no seu reino celestial tinham de trabalhar enquanto aqui na terra para produzir um aumento de seus “bens”. De modo bastante apropriado, pois, na próxima parábola ele ilustra o que se exige daqueles que hoje vivem e que se hão de tornar súditos de seu reino celestial. Ele inicia a parábola por dizer:
4 “Quando o Filho do homem chegar na sua glória, e com ele todos os anjos, então se assentará no seu trono glorioso. E diante dele serão ajuntadas todas as nações, e ele separará uns dos outros assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à sua esquerda.” — Mateus 25:31-33.
5, 6. (a) Que nome deu Jesus a si mesmo na sua profecia? (b) Por que nos lembra isso a profecia de Daniel, capítulo sete?
5 Antes desta parábola, Jesus já se havia referido a si mesmo sete vezes como sendo “o Filho do homem”. (Mateus 24:27, 30, 37, 39, 44; 25:13, Al) Visto que este apelido foi usado em conexão com o reino messiânico, seu uso aqui é muito apropriado. Seu uso aqui é lembrete da profecia de Daniel 7:9, 10, 13, 14, onde lemos:
6 “[Colocaram-se] uns tronos e o Antigo de Dias se assentou. . . . Mil vezes mil lhe ministravam e dez mil vezes dez mil ficavam de pé logo diante dele. Assentou-se o Tribunal e abriram-se livros. Continuei observando nas visões da noite e eis que aconteceu que chegou com as nuvens dos céus alguém semelhante a um filho de homem; e ele obteve acesso ao Antigo de Dias, e fizeram-no chegar perto perante Este. E foi-lhe dado domínio, e dignidade, e um reino, para que todos os povos, grupos nacionais e línguas o servissem. Seu domínio é um domínio de duração indefinida, que não passará, e seu reino e um que não será arruinado.”
7. Quando veio Jesus Cristo acompanhado pelos anjos e se assentou “no seu trono glorioso”, e o que foi assim restabelecido?
7 Embora isso ocorresse de modo invisível aos nossos olhos humanos, nos céus, contudo, foi no ano 1914, no fim dos “tempos dos gentios” (ou: “tempos designados das nações”), que o “filho de homem” obteve acesso ao Antigo de Dias, Jeová Deus, e se deu ali ao “filho de homem” todo aquele “domínio, e dignidade, e um reino”. De modo que foi então, no fim dos Tempos dos Gentios, em 1914, que o Senhor Jesus, como Filho do homem, veio acompanhado por todos os anjos e se assentou “no seu trono glorioso”. Assim nasceu nos céus o reino messiânico de Deus. (Revelação 12:5, 10) Isto foi o restabelecimento do reino de Davi, que antes dominara em Jerusalém, mas que fora derrubado por Nabucodonosor, rei de Babilônia, em 607 A. E. C. Portanto, o que aconteceu no ano 1914 E.C. foi o inverso do que aconteceu em 607 A. E. C. Agora, reinava novamente um descendente de Davi.
8. Em vista do que aconteceu em 607 A. E. C., por que era apropriado que todas as nações gentias fossem ajuntadas diante do entronizado Filho do homem, em 1914 E.C.?
8 Naquela ocasião começou a “presença” ou parusia do Senhor Jesus Cristo. Portanto, o que se descreve na parábola das ovelhas e dos cabritos acontece durante a sua parusia. Inclui o ajuntamento de todas as nações diante dele, como Rei presente no seu trono. Era a coisa certa a acontecer. Por quê? Porque haviam terminado os ‘tempos designados das nações gentias’. (Lucas 21:24) Aquelas nações gentias haviam dominado toda a terra por sete “tempos” proféticos, sem interrupção por parte de um reino messiânico de Deus. Biblicamente, um tempo profético significa 360 dias, ou, simbolicamente, tantos anos. Assim, havia de ter sete de tais “tempos” proféticos. Isto significava um total de 2.520 anos (7 x 360 anos). As nações gentias tiveram o domínio de toda a terra por tanto tempo assim. Durante todo este tempo, pisaram no direito do reino messiânico de Deus, de exercer a regência do mundo. Contando para trás 2.520 anos, a partir de 1914 E.C., chegamos ao ano 607 A. E. C. Foi então que Nabucodonosor, rei de Babilônia, tornou-se governante mundial por derrubar a família reinante do Rei Davi em Jerusalém. — Ezequiel 21:27.
9. (a) Visto que o sonho de Nabucodonosor a respeito dos “sete tempos” ocorreu mais de um ano depois de ele obter o poder mundial, significa isso que os Tempos dos Gentios só podiam começar depois de se cumprir tipicamente o sonho? (b) Quando terminariam os “sete tempos” se fossem contados desde a queda de Babilônia diante dos medos e dos persas, e o que deveria ocorrer então logicamente?
9 De modo que os “sete tempos” de dominação gentia começaram em 607 A. E. C.; contudo, foi mais de um ano depois disso que o Rei Nabucodonosor de Babilônia teve seu sonho sobre estes “sete tempos”. (Daniel 4:16, 23, 25, 32) Outra coisa: este sonho teve um cumprimento típico em Nabucodonosor, quando ele enlouqueceu por sete “tempos” (anos) literais e mastigou capim qual touro no campo. Significa isso que os “sete tempos” da dominação gentia não podiam ter começado em 607 A. E. C., antes do sonho profético? Podiam ter começado estes Tempos dos Gentios apenas quando o rei se restabeleceu daqueles sete anos de loucura? Não! Assim, não se sabendo o ano de seu restabelecimento, não requer que os “sete tempos” da dominação gentia do mundo só tenham começado com a queda da dinastia de Nabucodonosor, no ano 539 A. E. C. Se contarmos “sete tempos” proféticos (2.520 anos) desde a queda de Babilônia diante dos medos e dos persas, em 539 A. E. C., então tais “sete tempos” terminariam no outono (setentrional) do ano 1982 E.C., ainda no futuro. Nesta base, o que seria de se esperar logicamente naquele ano vindouro? O oposto do que aconteceu em 539 A. E. C., a saber, o restabelecimento do trono dinástico do Rei Nabucodonosor, o restabelecimento do Império Babilônico, com um descendente de Nabucodonosor no trono!
10. (a) O que diz a Bíblia sobre o restabelecimento da antiga Babilônia, a dinastia de Nabucodonosor e o Império Babilônico? (b) Portanto quando começaram os sete tempos e o que deve ser restabelecido?
10 No entanto, isto é inteiramente contrário ao que a inspirada Palavra de Deus prediz. A antiga Babilônia, no rio Eufrates, pereceu para sempre! A dinastia do Rei Nabucodonosor foi derrubada para sempre. O Império Babilônico cessou eternamente como terceira potência mundial. Mas o que foi que Jeová Deus, cujo trono representativo estava em Jerusalém, prometeu restabelecer? O que o Deus dos céus prometeu restabelecer é o reino messiânico nas mãos dum descendente de Davi. (Ezequiel 21:27; Lucas 1:30-33) A desolação de Jerusalém e da terra de Judá, pelos babilônios, em 607 A. E. C. assinalou a derruba do reino messiânico de Davi e por isso assinalou começo dos “sete tempos” da dominação gentia do mundo da humanidade. Inalteravelmente, pois, os 2.520 anos dos Tempos dos Gentios começaram naquela ocasião, e, por começarem então, terminaram no início do outono (setentrional) do ano 1914 E.C.
11. Sofrer Nabucodonosor sete anos de loucura depois de derrubar o trono de Davi mostra o que a respeito dos Tempos dos Gentios?
11 Assim, ter o Rei Nabucodonosor sofrido sete anos de loucura depois da derrubada do trono de Davi em Jerusalém, em 607 A. E. C., serviu para mostrar quanto tempo durariam estes Tempos dos Gentios, já começados. Os acontecimentos mundiais indicaram que duraram até 1914 E.C.
12. Ao terminarem os sete tempos em 1914 era tempo de Jesus agir segundo que convite divino?
12 Naquele ano, quando terminaram os “sete tempos” de dominação gentia ininterrupta do mundo e quando o “filho de homem” foi levado perante o Antigo de Dias, foi o tempo devido para o celestial Filho do homem agir segundo o convite profético feito no Salmo Dois, versículos sete a nove: “Cite eu o decreto de Jeová; ele me disse: ‘Tu és meu filho; hoje eu me tornei teu pai. Pede-me, para que eu te dê nações por tua herança e os confins da terra por tua propriedade. Tu as quebrantarás com um cetro de ferro, espatifá-las-ás como se fossem um vaso de oleiro.”‘ — Veja também Revelação ou Apocalipse 12:5.
“ASSIM COMO O PASTOR SEPARA AS OVELHAS DOS CABRITOS”
13. Quando começa a separação das pessoas das nações com referência à “grande tribulação”, e, por isso, o que não está incluído nela?
13 Não é depois de o reinante “Filho do homem” despedaçar as nações no grande “tempo de aflição” que ele separa as pessoas das nações quais “ovelhas” e “cabritos”. Ele não ocupa todo o seu reinado milenar com tal separação dos habitantes da terra, cuja vasta maioria será ressuscitada dos seus túmulos terrestres. (Daniel 12:1) A obra de separação é uma atividade que precede ao irrompimento da “grande tribulação”, em cujo grandioso clímax as nações serão despedaçadas no Har-Magedon. (Mateus 24:21, 22; Revelação 16:14, 16, 19:15) Portanto, o ajuntamento de todas as nações diante do Filho do homem, para ele iniciar a obra de separação, não inclui a ressurreição dos mortos terrestres.
14. São as nações ajuntadas a um só lugar de reunião na terra para se fazer a obra de separação, ou como é que o celestial Filho do homem lida com elas?
14 O ajuntamento das nações não significa trazê-las todas a um só lugar de reunião na terra, o que não e praticável. Antes, o ajuntamento é realizado quando o Criador do céu e da terra entrega ao Filho do homem todas as nações por sua herança e toda a terra, até as extremidades dela, por sua propriedade. Ele aceita da mão de Deus a autoridade sobre todas estas nações e dirige sua atenção a todas elas, usando “com ele todos os anjos” para tratar com tais nações. Assim, as ‘pessoas’ de todas as nações se tornam figurativamente seu rebanho, só que é como um rebanho misturado de ovelhas e cabritos. Tais rebanhos misturados são algo comum no Oriente Médio.
15. (a) Destina-se a representação da obra de separação como entre ovelhas e cabritos a desacreditar os cabritos? (b) Durante que período ocorre a separação?
15 A separação dos cabritos das ovelhas não é feita com qualquer demérito para a espécie dos cabritos. Nos dias de Jesus na terra, um cabritinho podia ser usado tanto quanto um cordeirinho na celebração da refeição pascoal, anual. (Êxodo 12:1-5) Também, no Dia anual da Expiação levava-se o sangue do bode de Jeová para dentro da cortina, no santíssimo do templo, a fim de “fazer expiação . . . por toda a congregação de Israel”. (Levítico 16:7-9,15-17) Assim, na parábola os bodes são apenas usados para representar uma classe de pessoas, ao passo que as ovelhas são usadas para representar outra classe; e assim como chega o tempo para o pastor separar as duas espécies de animais, assim durante a parusia do Filho do homem e antes da “grande tribulação” chega o tempo de separar as duas classes de pessoas.
16. A obra de separação, em cumprimento da parábola, exige que parousia tenha que significado?
16 Naturalmente, a separação das ovelhas e dos cabritos do rebanho literal pode ser realizada na fração dum dia, mas a separação de pessoas com livre arbítrio, quais ovelhas e cabritos, exigiria muito mais tempo em toda a terra. Este fato já em si mesmo requer que a palavra grega parousía signifique “presença”, em vez de “vinda” ou “chegada”.
17. (a) Em base de que diferença se faz a separação das ovelhas dos cabritos? (b) Por que requer mais tempo a separação de pessoas com livre arbítrio do que a de animais literais?
17 Na parábola, a separação é feita na base de que os animais são de duas espécies diferentes e que o pastor não desejaria misturar leite de cabra com leite de ovelha para uso doméstico. O pelo de uma classe de animais difere do da outra classe, e não deviam ser misturados. (Levítico 19:19; Deuteronômio 22:11; Êxodo 36:14; Provérbios 27:27) No cumprimento da parábola, a separação das pessoas baseia-se na diferença de personalidades e modos de agir. A personalidade leva tempo para se desenvolver plenamente, e o modo de agir procede duma série de atos que se tornam algo regular para a pessoa. Portanto, leva um período maior antes de se poder fazer um julgamento, para se determinar a personalidade e a conduta habitual invariável da pessoa. Isto exige que se dê tempo antes de se poder proferir e executar uma sentença justa e irreversível sobre a pessoa. Não é uma questão dum dia de vinte e quatro horas.
18. (a) Em vista do significado da mão, direita e da mão esquerda, que questão precisa cada um de nós decidir? (b) Permite a inviabilidade da parusia do Filho do homem que alguém se desculpe? Por que ou por que não?
18 Na parábola, o Filho do homem, semelhante a um pastor, coloca os parecidos a ovelhas à sua direita e os parecidos a cabritos à sua esquerda. O lado direito resulta em ser o lado da sentença favorável e o lado esquerdo, o da sentença desfavorável. Este resultado faz com que tal situação seja séria para as pessoas de todas as nações hoje em dia. A questão que cada um precisa decidir é: Obtenho o favor ou o desfavor do Filho do homem agora sentado no seu glorioso trono celestial, acompanhado por todos os anjos? Cada um será inescapavelmente chamado a prestar contas. Ser o reinante Filho do homem invisível durante a sua parusia não desculpa a ninguém, nem lhe permite alegar: “Eu não sabia.” A parusia invisível do Filho do homem tem sido proclamada em todo o mundo, e isto obriga a cada um a considerar com profundo interesse se aquilo que ele está ou não está fazendo tem o favor ou o desfavor dó Rei e Juiz.
19. Segundo o discurso do Presidente Rutherford, no congresso da A. I. E. B. em Los Angeles, em 1923, onde se situa o cumprimento da parábola das ovelhas e dos cabritos?
19 Quem, porém, são as simbólicas ovelhas e quem são os simbólicos cabritos? No sábado, 25 de agosto de 1923, deu-se aos estudantes cristãos da Bíblia Sagrada uma explicação surpreendente sobre quem estes eram respectivamente. Era o oitavo dia dum congresso regional de nove dias, realizado pela Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, em Los Angeles, Califórnia, E. U. A. Naquele dia, o presidente da Associação, J. F. Rutherford, dirigiu-se a uma assistência de 2.500 pessoas sobre o assunto da “Parábola das Ovelhas e dos Cabritos”. Esta apresentação bíblica não situou o cumprimento da parábola de Mateus 25:31-46 após o “tempo de aflição” com que finda o atual sistema de coisas e durante o reinado milenar de Cristo. Situou o cumprimento da parábola agora, desde 1919 E.C., durante a parusia ou “presença” invisível do reinante Filho do homem e até a destruição deste sistema de coisas. A matéria deste discurso do congresso foi publicada nas páginas 307-314 do número inglês de 15 de outubro de 1923 da Torre de Vigia e Arauto da Presença de Cristo. — Veja os parágrafos 17-21 deste artigo, sob o título “O Tempo”.
20. Portanto, por que se tornou aconselhável que cada um considerasse que espécie de personalidade desenvolvia?
20 Desta maneira, os leitores da Torre de Vigia (agora Sentinela) e membros da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia foram alertados a que a Parábola já se cumpria e que a atual geração da humanidade estava vitalmente envolvida. Isto tornou aconselhável que cada um estudasse que espécie de personalidade desenvolvia e de que lado do reinante filho homem seu proceder o colocava.
21. Que esforços foram feitos para ajudar os judeus a se tornar “ovelhas” simbólicas, e até quando continuou este interesse especial nos judeus?
21 Durante vários anos, fez-se um esforço especial para ajudar os judeus naturais, circuncisos, do mundo a se tornarem “ovelhas” simbólicas ao lado direito do Messias reinante. Este esforço foi feito por discursos públicos sobre o tema “O Retorno dos Judeus à Palestina”, tais como os proferidos perante grandes assistências pelo presidente da A. I. E. B., J. F. Rutherford, durante o ano 1925, e também pelo discurso público sobre o tema “A Palestina Para os Judeus — Por quê?”, que ele proferiu na noite de segunda-feira, 31 de maio de 1926, no famoso Royal Albert Hall de Londres, na Inglaterra, que acomoda 10.000 pessoas e estava cheio de ouvintes judeus. Além de tais conferências públicas, publicou-se o livro Conforto Para os Judeus, sob a data de outubro de 1925, e mais tarde, o livro de 360 páginas intitulado “Vida”, que foi lançado para a distribuição pública no domingo, 25 de agosto de 1927, após uma transmissão nacional por uma cadeia de rádio, com base na Rádio WBBR, de Staten Island, Nova Iorque, sobre o tema “Saúde e Vida Para o Povo”. Este interesse especial nos judeus naturais, circuncisos, continuou até o lançamento do livro Vindicação, Volume 2, em 1932, que mostrou que as profecias de Ezequiel, a respeito de Israel, se aplicavam ao Israel espiritual de hoje.
22. Como foi estimulado em escala maior o interesse nos semelhantes a ovelhas pela informação fornecida no congresso de Columbus, em 1931?
22 Entretanto, o interesse na classe das “ovelhas” em escala maior foi estimulado no ano de 1931. Em 30 de julho, no congresso internacional da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, em Columbus, Ohio, o presidente da Associação proferiu o discurso sobre “O Homem com o Tinteiro de Escrevente”, após o que Robert J. Martin anunciou o lançamento do novo livro intitulado “Vindicação”, Volume 1. Este livro proveu uma consideração detalhada, de versículo por versículo, do capítulo nove da profecia de Ezequiel, que apresenta a visão deste homem vestido de linho com o tinteiro de escrevente. Tanto o discurso como o livro traziam à atenção que o restante ungido dos discípulos de Cristo tinha de fazer uma obra de marcação a favor das pessoas semelhantes a ovelhas, na terra, não apenas dos israelitas naturais, mas também de pessoas de todas as nações. Era uma obra para salvar vidas, visto que as Escrituras Sagradas mostram que apenas os marcados serão poupados com vida junto com o restante ungido durante a vindoura “grande tribulação”. Tornam-se súditos terrestres do Reino.
23. Que interesse na “grande multidão” de Revelação, capítulo sete, havia existido por anos, e como deixou de ser esclarecido o assunto pelo lançamento do livro Jeová em 1934?
23 Durante décadas, houve vivo interesse na chamada “Grande Multidão” em Revelação 7:9. Quem eram os que constituíam tal grande multidão? Em 19 de novembro 1934, em Brooklyn, Nova Iorque, foi lançado para o povo devoto de Deus o livro intitulado “Jeová”. Este livro de 352 páginas na edição portuguesa falava tanto sobre a “A Grande multidão” como sobre a parábola das ovelhas e dos cabritos. (Veja a página 157, sob “A Grande Multidão”; também as páginas 345 e 349 a respeito das “ovelhas”.) Entretanto, esta publicação então mais nova não identificava as “ovelhas” da parábola como sendo as mesmas que a “grande multidão”, nem como os marcados na testa pelo simbólico homem vestido de linho com o tinteiro de escrevente ao lado. Nem desenganou a mente dos estudantes da Bíblia quanto à antiga idéia de que a “grande multidão” e a um grupo de mártires cristãos, gerados pelo espírito, destinados à vida celestial, embora não fizessem parte dos 144.000 co-herdeiros de Jesus Cristo, o Rei. Os da “grande multidão eram tidos como ainda sendo “prisioneiros” de Babilônia, a Grande, o império mundial da religião falsa.
24. Em que congresso se forneceu a explicação satisfatória, segundo os fatos, a respeito da “grande multidão”, e quem foi convidado especialmente a assistir àquele congresso?
24 Em que ocasião, pois, receberam os que estavam ansiosos de saber uma explicação da visão da “grande multidão”, que se mostrasse satisfatória e concordasse com os fatos em desenvolvimento? No ano de 1935, seis meses após o lançamento do livro Jeová. Isto aconteceu por ocasião do congresso das testemunhas de Jeová em Washington (D. C., E. U. A.), de 30 de maio a 3 de junho de 1935. Um anúncio de página inteira sobre isso, na página 127 do número inglês de 15 de abril de 1935 da Sentinela, disse expressamente: “Todos os que estão do lado de Jeová e de seu reino são bem-vindos.” Prosseguiu, dizendo: “Este é um congresso de serviço, e espera-se que todos os do restante e dos Jonadabes participem no serviço. . . . Haverá arranjos para todos os que desejarem simbolizar sua consagração pela imersão em água.” Anúncios posteriores do congresso diziam: “Até agora, não muitos jonadabes tiveram o privilégio de assistir a um congresso, e o congresso de Washington ser-lhes-á de verdadeiro consolo e os beneficiará.”
25. (a) Quando foi que os chamados jonadabes se deram conta do motivo especial pelo qual tinham sido convidados ao congresso de Washington? (b) A quem identificou como tal o orador que falou sobre “A Grande Multidão”?
25 Foi na tarde de sexta-feira, 31 de maio, que os interessados que viram uma semelhança entre si mesmos e o antigo Jonadabe, filho de Recabe, passaram a dar-se conta porque haviam sido convidados especialmente para assistir a este congresso de Washington. Por quê? Porque foi então que o orador principal do congresso, J. F. Ruthertord, dirigindo-se à sua assistência visível ali no Auditório de Washington e a uma inúmera assistência invisível, simultaneamente pelas rádios WBBR e WHPH (Petersburgo, Virgínia), falou sobre o assunto “A Grande Multidão”. Esta explicação de Revelação 7:9-15 apresentou que a “grande multidão não é uma multidão de adoradores destinados a ter uma ressurreição espiritual e ir para o céu. Antes, trata-se duma classe terrestre de adoradores de Jeová, aos quais a Palavra de Deus apresenta a esperança de vida eterna numa terra paradísica, sob o reino celestial de Jesus Cristo e de sua glorificada igreja ou congregação. Naquele tempo, tais adoradores com esperanças terrenas foram comparados a Jonadabe, filho de Recabe, e chamados “jonadabes”. Conforme A Sentinela disse mais tarde:
Estes são de outro modo chamados “jonadabes”. São batizados em símbolo, atestando assim que se consagraram a fazer a vontade de Deus e tomaram sua posição ao lado de Jeová, e servem a ele e seu Rei, assim purificaram-se e estão agora “trajados de compridas vestes brancas”. Assim se identifica definitivamente a grande multidão, não como classe gerada pelo espírito, cujas esperanças são um lugar no céu, mas . . . eles “saem da grande tribulação”, . . . — The Watchtower, de 15 de agosto de 1935, página 248, parágrafo 21.
26. (a) Como foi o discurso divulgado ainda mais e quantos foram batizados após o discurso? (b) Colocavam-se os batizandos em qualquer classe? É como viriam a saber a que classe pertenciam?
26 A matéria deste discurso notável foi publicada num artigo de duas partes intitulado “A Grande Multidão”, nos números de 1° e 15 de agosto de 1935 da Sentinela em inglês, para a informação dos adoradores de Jeová em todo o globo. No dia depois do discurso, 840 se apresentaram para a imersão em água, para simbolizar que se tornavam discípulos do Senhor Jesus Cristo.b (Mateus 28:19, 20) Estes 840 batizandos não estavam biblicamente autorizados a colocar-se quer na classe celestial dos co-herdeiros de Cristo quer na classe terrestre, representada pela “grande multidão”. Não era a vontade deles que devia ser feita, mas sim a de Jeová. É Ele quem deve expressar sua soberana vontade em colocá-los em qualquer destas classes, segundo o seu beneplácito. Se ele, depois do batismo de tais, gera alguém destes com seu espírito santo para se tornar filho espiritual de Deus, ele o inclui assim na classe espiritual com a herança celestial. Se ele não gera alguém como filho espiritual e trata com tal como Ele faz com os filhos espirituais, então aquele que não é gerado pelo espírito é reservado para a grande multidão terrestre.
27. O que forneceu esta informação mais nova a respeito da “grande multidão” com respeito à parábola das ovelhas e dos cabritos?
27 O discurso de Washington (D. C.) sobre a “grande multidão” e a matéria publicada depois sobre este assunto proveram um novo fundo para se encarar a parábola das ovelhas e dos cabritos. Destacou com mais clareza e plenitude as requisitos para se ser membro da classe das “ovelhas” do que os requisitos apresentados no discurso sobre a parábola das ovelhas e dos cabritos doze anos antes, em 1923, em Los Ângeles, Califórnia.
28. Como se mostrou que os requisitos para os da classe das “ovelhas” eram maiores do que os apresentados em 1923?
28 Por exemplo, os da classe das “ovelhas” tinham de ser mais do que apenas pessoas de disposição bondosa e justa, que são humanitárias e fazem o bem aos do restante ungido dos discípulos de Cristo. Elas mesmas têm de ser discípulos de Cristo, batizadas no “nome do Pai, e do Filho, e do espírito santo”, e também ser ativas como testemunhas cristãs de Jeová. A “grande multidão” de Revelação 7:9-17 é idêntica à classe das “ovelhas” da parábola de Jesus em Mateus 25:31-46.c
“VINDE, VÓS OS QUE TENDES A BÊNÇÃO DE MEU PAI”
29. Em que palavras que o Rei dirige as “ovelhas” apresentam-se os requisitos vitais para se ficar do lado direito dele?
29 Os requisitos vitais exigidos dos que compõem a classe das “ovelhas” são indicados pelo motivo que o Pastor-Rei apresenta para designar às “ovelhas” simbólicas um futuro bendito. A parábola representa a classe das “ovelhas”, à mão direita do régio Filho do homem, quando este lhes fala. “O rei dirá então aos à sua direita: ‘Vinde, vós os que tendes a bênção de [sido abençoados por] meu Pai, herdai o reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois fiquei com fome, e vós me destes algo para comer; fiquei com sede, e vós me destes algo para beber. Eu era estranho, e vós me recebestes hospitaleiramente; estava nu, e vós me vestistes. Fiquei doente, e vós cuidastes de mim. Eu estava na prisão, e vós me visitastes.”’ — Mateus 25:34-36; veja ed. ingl. 1971.
30. Por que podia ser apenas indiretamente que aquelas “ovelhas” fizeram a Jesus as coisas que ele mencionou?
30 Foi só indiretamente que estas pessoas semelhantes a ovelhas, de “todas as nações”, fizeram tais coisas ao Senhor Jesus Cristo. Não nos esqueçamos de que Jesus, quando na terra, restringiu seus três anos e alguns meses de ensino e pregação à nação de Israel e aos samaritanos lá no oriente médio. (Mateus 15:24; 10:6; João 1:11; 4:3-43; Lucas 17:15-18) Portanto, estas pessoas semelhantes a ovelhas são como aqueles cristãos do primeiro século, nas províncias romanas da Ásia Menor, aos quais o apóstolo Pedro escreveu: “Embora nunca o tenhais visto, vós o amais. Embora atualmente não estejais olhando para ele, contudo, exerceis fé nele.” (1 Pedro 1:8) Embora nunca pudessem vê-lo na terra, as pessoas semelhantes a ovelhas, separadas para a direita de Jesus, quiseram fazer algo a seu favor e fizeram empenho nisso de modo indireto.
31. Será direta a palestra entre o Rei e as “ovelhas”, conforme descrita na parábola, e que relação tem com isso 1 Timóteo 6:14-16?
31 No cumprimento desta parte da parábola profética, estas pessoas semelhantes a ovelhas não vêem o Filho do homem sentado no seu glorioso trono celestial, nem aparecerá visivelmente aos olhos nus delas, falando-lhes audivelmente aos ouvidos naturais e dizendo suas palavras de apreço. Durante sua presença ou parusia no espírito, elas o vêem no seu trono apenas pelo olho da fé, e na ocasião de ele fazer a sua decisão favorável sobre elas, suas palavras de favor lhes serão transmitidas pelo canal que ele escolher. O cumprimento da palestra na parábola entre o entronizado Filho do homem e as “ovelhas” tem de tomar em conta o que se declara em 1 Timóteo 6:14-16: “Até a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo. Esta manifestação, o feliz e único Potentado mostrará nos seus próprios tempos designados, ele, o Rei dos que reinam e Senhor dos que dominam, o único [dentre todos os a quem os homens servem por serem reis] que tem imortalidade, que mora em luz inacessível, a quem nenhum dos homens tem visto nem pode ver.” De modo que a palestra entre este Rei dos reis e as “ovelhas” não será direta.
32, 33. (a) O que se deve dizer quanto a se o convite do Rei às “ovelhas”, de ‘virem’, é um convite para o céu? (b) Por que foram estes chamados de “outras ovelhas” por Jesus?
32 Ao convidar estas pessoas semelhantes a ovelhas, à sua direita, a ‘vir’, não as convida a vir ao céu e se sentar com ele no seu trono. Estas “ovelhas” simbólicas não são membros dos 144.000 co-herdeiros de Jesus Cristo, gerados pelo espírito, que passam pela “primeira ressurreição” e reinam com ele por mil anos sobre a humanidade. ( Revelação 14:1-3;20:4-6) Sendo pessoas de “todas as nações”, ajuntadas durante a sua presença ou parusia no espírito, são em número muitos mais do que 144.000, de fato, muitas vezes mais tantas pessoas. Constituem uma “grande multidão, que nenhum homem podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas”. (Revelação 7:9, 10) Os desta “grande multidão” são comparados a “ovelhas” ao se lhes dizer adicionalmente: “O Cordeiro, que está no meio do trono, os pastoreará e os guiará a fontes de águas da vida.” (Revelação 7:17) De fato, são parte daquelas “outras ovelhas”, que Jesus diferenciou do “pequeno rebanho” de 144.000 co-herdeiros, ao dizer:
33 “Tenho outras ovelhas, que não são deste aprisco; a estas também tenho de trazer, e elas escutarão a minha voz e se tornarão um só rebanho, um só pastor.” — João 10:16; Lucas 12:32.
34. Quando convida o entronizado Filho do homem os da “grande multidão” de “outras ovelhas” a ‘virem’, e de que modo são eles os que ‘têm a bênção’ do seu Pai celestial?
34 A esta “grande multidão” de tais “outras ovelhas” o entronizado Filho do homem diz que ‘venham’ a ele, quer dizer, que cheguem a ele no tempo em que lhes dá a sua recompensa. Ele os chama de “vós os que tendes a bênção de meu Pai”. (Mateus 25:34) É verdade que, enquanto procuravam fazer algo de bom e útil para com o Senhor Jesus Cristo, durante este tempo de sua presença ou parusia, seu Pai celestial os abençoou por isso. No entanto, têm sido “abençoados” pelo seu Pai celestial especialmente por Este ter reservado tal recompensa para tais. O Pai celestial previu esta classe semelhante a ovelhas, deste tempo da presença ou parusia de seu Filho, e concordemente reservou para eles uma recompensa bendita. As bênçãos que já receberam nem se comparam com a bênção que ainda hão de usufruir. Qual é esta bênção específica que os aguarda?
35. (a) O que indica Jesus ser a bênção especial reservada para a “grande multidão” de “outras ovelhas”? (b) Especificamente, o que é o “reino” que eles herdam, e onde o herdam?
35 É indicada nas palavras que Jesus lhes dirigiu: “Herdai o reino preparado para vós desde a fundação do mundo.” (Mateus 25:34) Os da “grande multidão’’ de “outras ovelhas” não estavam sendo convidada, por Jesus Cristo, com estas palavras, a se sentarem com ele no seu trono celestial, porque não são dos 144 000 co-herdeiros. Então, como se devem entender as palavras de convite? Sob a palavra original para “reino” (Basileia), o Léxico Grego-Inglês de Liddell e Scott, Volume I, diz na página 309 que a palavra grega tem também um sentido passivo, a saber, “ser reinado”, e também pode significar “reinado”. E assim se dá, de fato: os da “grande multidão” de tais “outras ovelhas” herdam um estado de ‘serem reinados’, a saber, pelo Rei messiânico Jesus, e herdam mil anos dum “reinado” por parte do Rei dos reis, Jesus Cristo. Onde usufruirão este milênio de serem governados pelo glorificado Filho do homem? Não no céu, no qual não podem entrar como criaturas de “carne e sangue” (1 Coríntios 15:50); mas aqui embaixo, na terra, que é o domínio terrestre do reino de Cristo. — Salmo 2:8; Daniel 2:35, 45.
36. Este “reino” foi preparado para a “grande multidão” de “outras ovelhas” desde a fundação de que mundo, e como?
36 Esta terra será um lugar grandioso em que viver, debaixo de tal rei como o Senhor Jesus Cristo, junto com seus glorificados 144.000 co-regentes. Como, porém, foi o “reino” neste sentido “preparado” para tal “grande multidão” de pessoas como ovelhas, “desde a fundação do mundo”? No sentido de que o Pai celestial, o Criador, tencionava isso para eles “desde a fundação do mundo”. Isto não se refere à fundação de nosso planeta terra. Refere-se ao mundo da humanidade. Foi depois da criação de Adão e Eva em perfeição, no Jardim do Éden. Adão não foi feito rei, e Eva não foi feita rainha. Adão não foi feito rei sobre toda a criação animal dos animais terrestres e anfíbios, peixes e aves. Em Jó 41:34, Jeová chama o leviatã de “rei sobre todas as feras majestosas”. Tampouco Adão havia de ser rei sobre todos os seus descendentes humanos. Os reis só vieram à existência na terra após o dilúvio dos dias de Noé e a partir de Ninrode, caçador intrépido, que fundou Babel ou Babilônia, no vale da Mesopotâmia. (Gênesis 10:8-10) Os descendentes de Adão não nasceram num reino de Adão. Adão e Eva mesmos não constituíram um “mundo”.
37. (a) Quando e como foi fundado aquele mundo? (b) Como é que o “reino” foi preparado desde aquela fundação?
37 No entanto, quando Adão e Eva, fora do Jardim do Éden, do qual haviam sido expulsos sob a sentença da destruição, começaram a ter filhos, então se fundou um “mundo”, quer dizer, o mundo da humanidade. Estes filhos, embora nascidos em pecado e em imperfeição, e sob a condenação à morte, vieram a estar sob a oportunidade expressa nas palavras de Jeová à serpente no Éden, depois de ela ter induzido Adão e Eva ao pecado: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre o teu descendente e o seu descendente. Ele [o descendente da mulher] te machucará a cabeça e tu lhe machucarás o calcanhar” (Gênesis 3:14, 15) Com o passar do tempo, Jeová Deus deu mais informações a respeito deste Descendente misterioso, que obteria a vitória sobre a Serpente simbólica, Satanás, o Diabo. O Descendente vitorioso havia de tornar-se Rei sobre toda a humanidade. Portanto, quando começaram a nascer filhos com a oportunidade de vir a estar sob o reino estabelecido do Descendente, a promessa de Jeová entrou em vigor para com o mundo da humanidade que acabava de ser fundado. Assim se mantinha em reserva o “reino” “preparado” para os habitantes da terra “desde a fundação do mundo”. — Veja Lucas 11:50, 51.
FEITO A “UM DOS MÍNIMOS DESTES MEUS IRMÃOS”
38. Como é a surpresa dos da “grande multidão” de semelhantes a ovelhas, diante do convite do rei explicada pelas palavras do rei?
38 Na parábola profética, quando o Rei convidou os das “ovelhas” a ‘herdar o reino preparado’ para eles desde a fundação do mundo, eles ficaram surpresos. Jesus disse-nos: “Então, os justos lhe responderão com as palavras: ‘Senhor, quando te vimos com fome, e te alimentamos, ou com sede, e te demos algo para beber? Quando te vimos como estranho, e te recebemos hospitaleiramente, ou nu, e te vestimos? Quando te vimos doente, ou na prisão, e te fomos visitar?’ E o rei lhes dirá, em resposta: ‘Deveras, eu vos digo: Ao ponto que o fizestes a um dos mínimos destes meus irmãos, a mim o fizestes.”’ — Mateus 25:37-40.
39. São chamados de “justos” por causa de seus atos atenciosos para com o Rei, ou por quê?
39 É notável que Jesus chama a tais semelhantes a ovelhas de “justos”. Sua aparência justa perante ele não se deve exclusivamente a que lhe fizeram todas as coisas atenciosas que ele mencionou. Estes semelhantes a ovelhas não são justificados ou declarados justos à base de suas próprias obras, assim como tampouco são os 144.000 co-herdeiros de Cristo. O que valeu primariamente é o que se evidenciou por tentarem fazer o que podiam a favor de Cristo, segundo se apresentava a situação, a saber, sua fé nele como o Messias ou Cristo de Deus. Reconheciam que não tinham em si mesmos nenhuma justiça inteiramente agradável a Deus. Em harmonia com isso, aproveitaram-se do sangue propiciatório do Cordeiro sacrificial de Deus, Jesus Cristo. (João 1:29, 36) Para obterem uma aparência justa perante Jeová Deus, como que lavaram suas simbólicas vestes compridas. Isto é trazido à nossa atenção na visão que João teve a respeito da “grande multidão”.
40. Como é que os da “grande multidão” de “outras ovelhas” limpam sua aparência má perante Deus, e onde e como prestam serviço sagrado?
40 Para salientar que os desta “grande multidão” semelhantes a ovelhas são discípulos do Cordeiro Jesus Cristo e são adoradores no templo espiritual de Jeová Deus, o apóstolo João relatou a seguinte conversa que surgiu por causa da visão da “grande multidão”: “E, em resposta, uma das pessoas mais maduras [anciãos] me disse: ‘Quem são estes que trajam compridas vestes brancas e donde vieram?’ Eu lhe disse assim imediatamente: ‘Meu senhor, és tu quem sabes.’ E ele me disse: ‘Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro. É por isso que estão diante do trono de Deus, e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo.”’ (Revelação 7:13-15) Por isso é essencial que lavem no sangue derramado de Cristo a sua aparência má perante Deus, por exercerem fé, além de prestar serviço sagrado a Deus no templo espiritual dele, por fazerem a favor do Cordeiro Jesus Cristo o que a oportunidade oferecer. Assim, Jesus podia falar deles apropriadamente como sendo “justos”.
41. (a) O que indicam estas “ovelhas” justas a respeito da parusia por perguntarem repetidas vezes: “Quando te vimos”? (b) Neste respeito, por que tinha de ser a parusia um período extenso?
41 Por repetidamente dizerem: “Quando te vimos?” ao indagarem sobre as coisas que o Rei Jesus Cristo disse que lhe fizeram, os justos semelhantes a ovelhas tornam evidente que não o viram na carne. Isto é assim, porque a sua presença ou parusia régia é invisível aos olhos humanos, sendo ele agora aquele “a quem nenhum dos homens têm visto nem pode ver”. Sua parusia tinha de ser uma presença invisível prolongada, para eles lhe fazerem de modo indireto todas as coisas que mencionou. Então, como foi a ele que fizeram tais coisas amorosas? Jesus explicou:
42. De que modo lhe fizeram tais coisas indiretamente, conforme o rei diz às “ovelhas”?
42 “E o rei lhes dirá, em resposta: ‘Deveras, eu vos digo: Ao ponto que o fizestes a um dos mínimos destes meus irmãos, a mim o fizestes.”’ — Mateus 25:40.
43. Durante a sua parusia, o Rei Jesus Cristo tem na terra um restante de quem? Como falou sobre eles no dia de sua profecia e no dia da ressurreição?
43 Durante o tempo de sua parusia ou presença invisível como Rei entronizado, Jesus Cristo, o Filho do homem, tem na terra um restante de seus irmãos espirituais, visíveis na carne. Anteriormente, no mesmo dia em que contou a parábola das ovelhas e dos cabritos, Jesus mencionou estes “irmãos” ao dizer: “Não sejais chamados Rabi, pois um só é o vosso instrutor, ao passo que todos vós sois irmãos. Além disso, não chameis a ninguém na terra de vosso pai, pois um só é a vosso Pai, o Celestial. Tampouco sejais chamados ‘líderes’, pois o vosso Líder é um só, o Cristo.” (Mateus 23:8-10) Cinco dias depois de contar a parábola, o ressuscitado Senhor Jesus apareceu a diversas mulheres, no dia de sua ressurreição, e disse-lhes: “Não temais! Ide, relatai isso a meus irmãos, a fim de que vão para a Galiléia; e ali me verão.” — Mateus 28:9, 10.
44. (a) Como falou Jesus sobre estes irmãos a outra mulher, no dia da ressurreição? (b) O que diz Hebreus 2:10-12 sobre a altitude de Jesus para com estes irmãos?
44 No dia da sua ressurreição, ele apareceu também a Maria Madalena e falou sobre seus irmãos espirituais, dizendo-lhe: “Vai aos meus irmãos e dize-lhes: ‘Eu ascendo para junto de meu Pai e vosso Pai, e para meu Deus e vosso Deus.”’ (João 20:17) Haverá finalmente 144.000 destes irmãos espirituais, que compartilharão a glória celestial com Jesus Cristo, seu irmão espiritual mais velho. O escritor inspirado de Hebreus 2:10-12 estende-se sobre o fato de haver estes irmãos espirituais de Cristo, nas seguintes palavras: “Era próprio que aquele, para quem são todas as coisas e por intermédio de quem são todas as coisas, trazendo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse por sofrimentos a Agente Principal da salvação deles. Porque tanto aquele que santifica como os que estão sendo santificado, provêm todos de um só [Pai], e por esta causa ele não se envergonha de chamá-los ‘irmãos’, dizendo: ‘Declararei o teu nome a meus irmãos; no meio da congregação louvar-te-ei com cântico.”’ Estes “ir. mãos” são membros do “descendente” de Abraão, o hebreu; e a fim de ajudá-los à glória celestial, o Filho celestial de Deus tornou-se homem igual a eles. Por conseguinte, está escrito:
45. Para que fim foi Jesus tornado igual aos seus irmãos espirituais?
45 “Ele realmente não auxilia em nada os anjos, mas auxilia o descendente de Abraão. Conseqüentemente, ele estava obrigado a tornar-se igual aos seus ‘irmãos’ em todos os sentidos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas referentes a Deus, a fim de oferecer sacrifício propiciatório pelos pecados do povo.” — Hebreus 2:16, 17.
46. O Rei Jesus Cristo aprecia os que ajudam especificamente a quem, e por quê?
46 Assim como o próprio Rei Jesus Cristo, quando esteve na terra como homem perfeito, procurou auxiliar seus irmãos espirituais, assim aprecia todos os que fazem algum esforço para auxiliar seus irmãos espirituais, que se tornam co-herdeiros celestiais dele. O que tais auxiliadores bondosos fazem aos seus “irmãos” é contado por ele como feito a ele próprio. Os que dão tal auxílio são comparados por ele a ovelhas. Não são elogiados por serem apenas filantrópicos ou humanitários em sentido geral, fazendo o bem a qualquer deles ou a todos, sem consideração de quem são, indiscriminadamente. Muitas vezes, os que são filantrópicos e humanitários têm medo de fazer especificamente o bem aos irmãos espirituais de Cristo no meio dos sofrimentos destes na terra. Qualquer sinal de compaixão com os “irmãos” de Cristo traz a desaprovação e o criticismo da parte dos que são contra os “irmãos” de Cristo e que causam a estes “irmãos” de Cristo muito sofrimento, até mesmo encarceramento.
47. Conforme declarado por Jesus, por que têm mérito especial os atos de auxílio por parte das “ovelhas” justas?
47 Antes, aqueles que o parabolista Jesus chamou de “ovelhas” e de “justos” fazem destemidamente uma distinção. De modo inteligente e proposital, fazem o bem aos “irmãos” de Cristo porque reconhecem que estes são tais. Crêem que estes “irmãos” imitam a Jesus Cristo e fazem a obra que lhes ordenou fazer. É por este motivo que seus atos de auxílio aos irmãos de Cristo têm um mérito especial aos olhos dele, por que atos desta espécie têm verdadeira motivação cristã. Tal conceito dos assuntos foi esclarecido por Jesus aos seus apóstolos, quando disse: “Quem não é contra nós, é por nós Porque quem vos der um copo de água a beber em razão de pertencerdes a Cristo, deveras, eu vos digo que de nenhum modo perderá a sua recompensa.” (Marcos 9:40, 41) “E aquele que der a um destes pequenos ainda que seja um copo de água fria a beber, porque ele é discípulo, deveras, eu vos digo, de nenhum modo perderá a sua recompensa.” — Mateus 10:42.
TOMAM SUA POSIÇÃO AO LADO DOS “IRMÃOS” DO REI
48. (a) Antes e depois de 1935 E. C., passaram os irmãos espirituais de Cristo na terra por aquilo que ele descreveu? (b) As “ovelhas” que prestaram auxílio fizeram isso com que conhecimento e apreço?
48 Os registros históricos revelam que, durante a sua obra de pregação das boas novas do reino de Deus e de fazer discípulos de pessoas de todas as nações, até o ano de 1935 E.C. e depois, os “irmãos” espirituais de Cristo literalmente sofreram fome e sede, precisavam de roupa, foram estranhos e ficaram sem lar, ficaram doentes e até mesmo foram encarcerados injustamente. Não só os seus próprios “irmãos” espirituais vieram em auxílio deles, mas também outros, não gerados pelo espírito de Deus como “irmãos” de Cristo. Estes últimos não agiram em mera ignorância de quem eram estes cristãos sofredores e necessitados, e da falta de popularidade destes perseguidos. Ao contrário, reconheceram que estes eram “embaixadores’’ do reino messiânico de Deus e quiseram dar evidência concreta de que tomaram sua posição do lado do reino de Deus.
49, 50. (a) Como aceitam estas “ovelhas”, que não são israelitas espirituais, a pregação do Reino e a quem se juntam? (b) Concordemente, nos nomes de quem são batizados, ligando-se assim a quem?
49 Estes semelhantes a ovelhas demonstraram assim sua fé em Jesus Cristo como Rei reinante. Alegraram-se com a pregação das boas novas do já estabelecido reino de Deus e desejam dar pleno apoio a ele. Aceitaram “embaixadores” do Reino e foram batizados em água, também como discípulos de Cristo, obedecendo aos ensinos dele. (2 Coríntios 5:20; Mateus 24:14; 28:19, 20) Neste proceder assim adotado, até agora, por tais semelhantes a ovelhas que não são israelitas espirituais, cumpre-se atualmente a profecia de Zacarias 2:11: “Naquele dia certamente se ajuntarão muitas nações a Jeová e tornar-se-ão realmente meu povo; e eu vou residir no teu meio.” — Tradução do Novo Mundo; Brasileira.
50 Estes semelhantes a ovelhas, de “muitas nações”, de 207 países e ilhas, segundo os relatórios atuais, não só são batizados no nome do Filho e do espírito santo, mas também no nome do Pai, o Pai do Filho, que é Jeová. Não crêem apenas no Filho, desconsiderando o Pai. Não só ‘crêem no Senhor Jesus’, para ser salvos, mas forçosamente também reconhecem que “todo aquele que invocar o nome de Jeová será salvo”. (Atos 16:31; 2:21; Romanos 10:13) Por isso invocam o nome de Jeová e são batizados em nome Dele. ‘Ajuntam-se’, dedicam-se a Jeová, a fim de se tornar povo Dele. Abandonam os deuses falsos, aos quais antes eram dedicados. (Oséias 9:10) Ficam irrevogavelmente apegados a Jeová Deus, o Pai, por intermédio de Jesus Cristo.
51, 52. (a) Ao serem batizados assim, com quem são comparadas estas “ovelhas” em Zacarias 8:20-23? (b) Quem é o “judeu”, cuja aba da veste agarram?
51 Na sua dedicação de si mesmos a Jeová, mediante Cristo, estes semelhantes a ovelhas são representados na profecia de Zacarias, nas seguintes palavras: “Assim disse Jeová dos exércitos: ‘Ainda será que virão povos e os habitantes de muitas cidades; e os habitantes de uma cidade certamente irão ter com os de outra, dizendo: “Vamos seriamente para abrandar a face de Jeová e para procurar a Jeová dos exércitos. Eu mesmo vou ir também.” E muitos povos e poderosas nações virão realmente para procurar a Jeová dos exércitos em Jerusalém e para abrandar a face de Jeová.’ Assim disse Jeová dos exércitos: ‘Naqueles dias, dez homens dentre todas as línguas das nações agarrarão, sim, agarrarão realmente a aba da veste dum homem judeu, dizendo: “Iremos convosco, pois ouvimos que Deus está convosco.””’ — Zacarias 8:20-23.
52 No cumprimento desta profecia, o homem cuja aba é agarrada por estes homens de “todas as línguas das nações” é judeu espiritual, a saber, um dos 144.000 israelitas espirituais mencionados em Revelação 7:4-8, logo antes da visão de João a respeito da inúmera “grande multidão”, cujos membros saem de “todas as nações, e tribos, e povos, e línguas”.
53. (a) Especialmente desde que ano é que estes “dez homens”, falando as línguas de muitas nações, têm agarrado a aba da veste dos judeus espirituais? (b) Naquele ano, os judeus espirituais já levavam que nome distintivo?
53 Durante a presença ou parusia do Rei Jesus Cristo, desde o ano de 1914 E.C., tem havido apenas um restante de tais judeus espirituais na carne, na terra. Foi especialmente a partir do ano de 1935, depois da identificação de quem compunha a “grande multidão” de louvadores de Deus e de seu Cordeiro, que os “dez homens”, falando as línguas de muitas nações, começaram a humilhar-se como que por segurar a aba da veste de alguém e a oferecer-se voluntariamente a ir com o judeu espiritual ao centro da adoração de Jeová dos exércitos. Naquele ano de 1935, estes judeus espirituais já haviam levado o nome bíblico de “testemunhas de Jeová” por quatro anos, de modo que não houve engano quanto a que espécie de cristãos eram.
54. Como foi predito em Isaías 2:2-4 que estes das “ovelhas” se juntariam a Jeová e procurariam adorá-lo?
54 Que nestes últimos dias muitos dos que não fazem parte do restante dos judeus ou israelitas espirituais se juntariam em dedicação a Jeová, como Deus, e procurariam adorá-lo no seu templo espiritual também foi predito nas seguintes palavras belas do profeta Isaías: “Na parte final dos dias terá de acontecer que monte da casa de Jeová ficara firmemente estabelecido acima do cume dos montes e certamente se elevará acima dos morros; e a ele terão de afluir todas as nações. E muitos povos certamente irão e dirão: ‘Vinde, e subamos ao monte de Jeová, à casa do Deus de Jacó; e ele nos instruirá sobre os seus caminhos e nós andaremos nas suas veredas.’ Pois de Sião sairá a lei e de Jerusalém a Palavra de Jeová. E ele certamente fará julgamento entre as nações e resolverá as questões com respeito a muitos povos. E terão de forjar das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras. Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra.” — Isaías 2:2-4.
55. (a) À luz das profecias precedentes, o que torna alguém uma “ovelha” com situação ‘justa’ perante Deus e Cristo? (b) Quanto enaltecem a adoração de Jeová?
55 Quando tomamos em consideração todas estas profecias bíblicas que se aplicam ao tempo atual, o tempo da presença ou parusia de Cristo, junto com a parábola das ovelhas e dos cabritos, o que podemos ver? O seguinte: que não é o caso de se fazer o bem a um dos irmãos espirituais de Cristo sem o saber e por acaso, que torna alguém uma “ovelha” com situação ‘justa’ perante Deus e seu Rei messiânico. Os da classe das “ovelhas” sabem o que estão fazendo, embora não vejam o Rei reinante, o filho do homem, com seus olhos literais. Dão o devido reconhecimento aos “irmãos” espirituais dele, mesmo “a um dos mínimos destes [seus] irmãos”, e por este motivo especial empenham-se em ajudá-los, não só de modo material e físico, mas também de modo espiritual por se juntarem a eles na pregação destas “boas novas do reino” e na obra de ensino bíblico, que resulta em se fazer discípulos de Cristo. Sabem que os “irmãos” de Cristo estão enaltecendo a adoração de Jeová acima de tudo o mais, e acompanham-nos ao templo espiritual de Jeová para adorar, preenchendo os elevados requisitos para isso.
56. (a) Qual é a situação destas “ovelhas” quanto a lutarem com os “irmãos” de Cristo por vários motivos divisórios? (b) Preferem ser amigos de quem, e como mantêm as suas “compridas vestes”?
56 Visto que os semelhantes a ovelhas desejam ajudar e fazer o bem aos “irmãos” espirituais de Cristo, não os combatem por qualquer motivo, nacional, racial, tribal, político, cor da pele, cultural ou lingüístico. Junto com os “irmãos” de Cristo, tomam sua posição a favor da absoluta neutralidade nos conflitos e controvérsias violento destrutivos e sanguinários deste mundo fortemente armado. Preferem antes ser amigos dos “irmãos” de Cristo, que “não fazem parte do mundo”, do que usufruir a “amizade com o mundo.” (João 17:14, 16; Tiago 4:4) Por isso preferem sofrer com os irmãos de Cristo, as mãos deste mundo hostil, para manter sua integridade cristã para com Deus e também mostrar-se verdadeiros discípulos de Cristo. Mantêm limpas as suas “compridas vestes”, lavadas no sangue de Cristo.
57. (a) Que proporção entre judeu e adorador não-judaico apresenta Zacarias 8:23? (b) Lá em 1935 E.C., em quanto se calculava a população religiosa do mundo, em comparação com quantas testemunhas de Jeová?
57 Profetizar Zacarias 8:23 que “dez homens dentre todas as línguas das nações” agarrariam a aba da veste dum judeu espiritual ou israelita espiritual indica que tais homens de todas as nações, que se humilham, excederiam o restante dos judeus ou israelitas espirituais. A proporção seria como de dez para um. Isto tem realmente acontecido desde o ano de 1935 E.C. Naquele ano histórico, a população mundial dos grupos religiosos, cristãos e não-cristãos, foi calculada em 1.849.185.359. (The World Almanac and Book of Facts, de 1936, do World-Telegram de Nova Iorque, página 419) Naquele mesmo ano, o número de testemunhas de Jeová que relataram atividade no ministério de campo em todo o mundo ascendeu a menos de 60.000. Qual tem sido o aumento da população do mundo desde então?
58. Desde 1935, até que ponto aumentou a população religiosa do mundo e também a população em geral?
58 Segundo o Almanaque Mundial e Livro de Fatos de 1973 (em inglês), página 343, a população religiosa do mundo foi dada como sendo de 2.661.120.100. Isto significa que, entre 1935 e 1973, a população religiosa do mundo não se duplicou. Agora, quanto à população mundial em geral, publicou-se no ano de 1935 um cálculo com nenhuma mudança desde o fornecido para o ano de 1927, a saber, 1.960.000.000. Segundo o Almanaque Mundial e Livro de Fatos de 1973, página 206, o cálculo da população mundial foi de 3.631.797.000. Assim, entre 1935 e 1973, a população do mundo não chegou bem a duplicar-se.
59. No ano de serviço ministerial de 1973/1974, até que ponto havia aumentado o número das testemunhas de Jeová?
59 No entanto, que dizer do aumento no número das testemunhas de Jeová? Seu ano de serviço ministerial começa em 1.º de setembro do ano calendar. Assim, durante o ano de serviço de 1973/1974, o número dos associados com as testemunhas de Jeová, regularmente ativos no ministério de campo, foi relatado como sendo de 1.880.713, em média, embora durante aquele ano de serviço se atingisse o auge de 2.021.432 proclamadores do Reino. Que aumento no número das testemunhas de Jeová em comparação com o número delas lá em 1935!
60. (A) Como se determinou quantos destes eram judeus espirituais? (b) O que notamos, de tudo isso, quanto a pessoas subirem ao templo espiritual de Jeová para adorar? (c) Por isso, em que tempo vital devemos estar vivendo?
60 Mas, quantos dentre estas testemunhas cristãs de Jeová são judeus espirituais? Apenas 10.723. Estes se identificaram como israelitas espirituais por participarem do pão e do vinho emblemáticos na celebração anual da Ceia do Senhor, em 7 de abril de 1974, celebração na qual a assistência total, mundial, foi de 4.550.457. Nas 207 terras e ilhas do mar, nas quais as testemunhas cristãs de Jeová são ativas, há mais de 34.576 congregações em operação. O que observamos de tudo isso? O seguinte: que durante a parusia (presença) invisível de Cristo uma “grande multidão” de pessoas semelhantes a ovelhas, de todas as nações, tribos, povos e línguas, foi ajuntada à direita do Rei e se juntou ao pequeno restante dos israelitas espirituais em subir ao templo espiritual de Jeová para adorar a Ele como Deus. Este é um aspecto notável do “sinal” que prova que a “presença” ou parusia invisível do Senhor Jesus está em andamento e que vivemos na “terminação do sistema de coisas”. — Mateus 24:3.
[Nota(s) de rodapé]
a The World Almanac de 1915, na página 494, alista 64 países diferentes sob o título “Estatísticas dos Países do Mundo” e fornece o total da população do mundo como sendo de 1.691.741.383.
b Veja The Golden Age de 17 de julho de 1935, página 660, coluna 2.
c Apercebendo-se disso, The Watchtower de 1.º de maio de 1936 identificou a classe das “ovelhas” com a “grande multidão”, no artigo intitulado “Sobreviventes do Armagedom”, na página 140, parágrafos 47, 48.
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Por que os caprinos deixam de herdar o ReinoAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 15
Por que os caprinos deixam de herdar o Reino
1. Na parábola das ovelhas e dos cabritos, como se dirige o Rei aos separados para a sua esquerda?
O QUE há de acontecer, porém, àqueles de “todas as nações” que são comparados a “cabritos” e que são separados para a esquerda do Rei? Jesus prosseguiu sobre isso na sua parábola das ovelhas e dos cabritos, dizendo: “Então dirá, por sua vez, aos à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, vós os que tendes sido amaldiçoados, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos. Pois fiquei com fome, mas vós não me destes nada para comer, e fiquei com sede, mas vós não me destes nada para beber. Eu era estranho, mas vós não me recebestes hospitaleiramente; estava nu, mas vós não me vestistes; doente e na prisão, mas vós não cuidastes de mim.’” — Mateus 25:41-43.
2. O que significa para os caprinos ser “amaldiçoados”?
2 O Rei Jesus Cristo salientou que as pessoas semelhantes a “cabritos” deixaram de fazer as coisas que os da classe das “ovelhas” fizeram. Por deixarem de fazer isso, ele lhes diz que se afastem. Não os quer como súditos terrenos durante seu reinado de mil anos. São pessoas ‘amaldiçoadas’. Estão sob a maldição divina, em vez de estar sob a bênção que os semelhantes a ovelhas obtêm do Pai celestial do Rei. Isto significa que o julgamento divino, predito nas profecias bíblicas, profere coisas más para eles Estão sob a maldição divina, e não há provisão para tirar deles esta maldição, assim como se deu com os judeus naturais, circuncisos, que estavam sob a maldição do pacto da Lei feito com eles. (Gálatas 3:13) São amaldiçoados assim como Satanás, o Diabo, e seus demônios são. Portanto, merecem um futuro eterno semelhante ao do Diabo e de seus anjos: “o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos”.
3. (a) O que afirmam as igrejas da cristandade quanto ao que o ‘fogo preparado para o Diabo e seus anjos’ significa para os “cabritos”? (b) O que explica a própria Revelação sobre o significado do “lago que queima com fogo e enxofre”.
3 Significa isso eterno tormento consciente num elemento ígneo no domínio invisível (o domínio espiritual), onde estão Satanás e seus anjos demoníacos? Isto é o que as igrejas religiosas da cristandade tem ensinado durante séculos. Citam Revelação 20:10 em apoio de seu ensino, pois, naquele versículo bíblico está escrito: “E o Diabo que os desencaminhava foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde [já estavam] tanto a fera como o falso profeta; e serão atormentados dia e noite, para todo o sempre.” No entanto, enxofre não existe no domínio espiritual, onde estão Satanás e seus anjos demoníacos. A linhagem é evidentemente figurativa, assim como são a “fera” e o “falso profeta”. Portanto, o “lago de fogo e enxofre” representa o que? O versículo quatorze do mesmo capítulo explica isso, dizendo: “E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Este significa a segunda morte, o lago de fogo.” Revelação 21:8 repete esta explicação do “lago que queima com fogo e enxofre”, dizendo: “Este significa a segunda morte.”
4. Como concorda isso com Hebreus 2:14 quanto ao que se fará com o Diabo?
4 Isto concorda com a linguagem clara e literal de Hebreus 2:14, que não fala de modo figurativo, dizendo: “Portanto, visto que as ‘criancinhas’ são partícipes de sangue e carne, ele [Jesus] participou também similarmente das mesmas coisas, para que, pela sua morte, reduzisse a nada aquele que tem os meios de causar a morte, isto é, o Diabo.” No tempo devido de Deus, o antigamente morto, mas agora ressuscitado e glorificado Jesus reduzirá Satanás, o Diabo, “a nada”; quer dizer, aniquilará este iníquo e assassino. Causará a destruição do Diabo. O antes machucado Jesus, que é principalmente o “descendente” da “mulher” de Deus, é o designado por Deus para machucar a cabeça da Serpente. — Gênesis 3:15; Romanos 16:20.
5. (a) Portanto, o que é o “fogo eterno” reservado para o Diabo e seus anjos, no qual serão lançados os da classe dos cabritos? (b) Por que não estão os cabritos numa posição neutra por não causarem dano direto aos irmãos de Cristo?
5 Por conseguinte, o que aguarda o Diabo e seus anjos é a “segunda morte”, e esta é igual à destruição eterna, simbolizada pelo “fogo eterno” para a qual são afastados do Rei Jesus Cristo os da delinqüente classe ‘caprina’ de pessoas. Na condenação de tais, o rei não diz que perseguiram diretamente ou feriram diretamente seus “irmãos” espirituais. No entanto, mesmo adotando uma atitude negativa para com os “irmãos” de Cristo, tomaram o lado do Diabo e seus anjos. Jesus, quando esteve na terra como homem perfeito e pregou as boas novas do reino messiânico de Deus, disse: “Quem não está do meu lado é contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha.” (Mateus 12:30) O Diabo não está do lado de Jesus, e por isso, os caprinos que não fazem nada em ajuda do Rei reinante Jesus Cristo são contra ele e estão do lado do Diabo. Não há lugar neutro no tempo da presença ou parusia de Cristo.
6. Que tentativa de justificação é subentendida na resposta dos “cabritos” a Jesus, o Rei?
6 Os caprinos talvez procurem defender-se e dizer que, se tivessem visto o próprio Jesus em pessoa, em tais necessidades, conforme descreveu, teriam vindo em auxílio dele. Tal tentativa de defesa está subentendida na resposta deles ao Rei. “Então responderão também estes com as palavras: ‘Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estranho, ou nu, ou doente, ou na prisão, e não te ministramos?’” — Mateus 25:44.
7. Por que não seria nenhuma garantia de que os caprinos ministrassem a Jesus de modo prestimoso caso o vissem e identificassem?
7 No entanto, observarem-no pessoalmente na carne e reconhecerem quem ele é não seria garantia de que lhe ministrassem de modo prestativo. Há dezenove séculos atrás, Jesus Cristo estava realmente visível na carne, na terra, e estava empenhado na obra predeterminada de Deus para o Messias, contudo, a maioria do próprio povo de Jesus, os judeus naturais, não lhe ministrou, nem ministrou aos seus doze apóstolos. Antes, perante o governador romano Pôncio Pilatos, clamaram para que Jesus fosse morto numa estaca de tortura ou tomaram o lado daqueles que assumiram a responsabilidade direta por ele ser submetido a tal morte agonizante. Por conseguinte, os caprinos da atualidade não se podem desculpar com o argumento de que não sabiam, por não o verem diretamente, ao recusarem dar ajuda com respeito a ele.
8. O que se conta a favor ou contra alguém quando outro está pessoalmente ausente, mas tem um representante visível junto daquele?
8 Não se precisa ver alguém diretamente, em pessoa, para se decidir ajudá-lo ou negar-lhe ajuda. Não se precisa ter o outro diretamente diante de si para se saber se se está a favor dele ou contra ele. Pode-se decidir e mostrar a atitude para com tal pessoa pela maneira em que trata aquele que age como representante visível dela. O representante identifica-se como atuando pela pessoa que não está visivelmente presente à vista daquele com quem fala ou trata. Isto habilita alguém a fazer sua decisão quanto a se quer ajudar ou não, a mostrar favor ou não, a tomar sua atitude a favor ou contra a pessoa, cujo representante está visível diante dele Desta maneira, revela-se a atitude pessoal e isto é o que conta para a pessoa ausente e invisível, tanto quanto se estivesse ali em pessoa.
9, 10. Como foi este mesmo ponto salientado por Jesus na parábola pelo modo em que o Rei respondeu aos caprinos à sua esquerda?
9 Este é o argumento apresentado por Jesus na sua parábola, quando ele conta como o rei respondeu aos “cabritos” à sua esquerda, que se desculpavam:
10 “Então lhes responderá com as palavras: ‘Deveras, eu vos digo: Ao ponto que não o fizestes a um destes mínimos, a mim não o fizestes.’” — Mateus 25:45.
11. Por que não deve nem mesmo o menos importante dos irmãos espirituais de Cristo ser desrespeitado pelos que entram em contato com eles?
11 Por isso, não importa quão insignificante seja um dos “irmãos” espirituais de Cristo. Embora seja o menos importante, não obstante, é “irmão” do Rei Jesus Cristo e é filho de Deus, gerado pelo espírito, deveras, herdeiro de Deus e co-herdeiro de Cristo. (Romanos 8:17) Esta é a questão séria nesta situação. Nenhum dos “irmãos” espirituais de Cristo é dos grandes, importantes e proeminentes deste mundo, nem no campo político, nem no campo clerical, religioso da cristandade, porque os verdadeiros “irmãos” de Cristo não fazem parte deste mundo, assim como ele mesmo não fez parte dele. (1 Coríntios 1:26-31; João 15:19; 17:14, 16) Mas este não é motivo para os caprinos os menosprezarem. Devem ser respeitados em vista de quem representam e qual a mensagem bíblica que proclamam. Se não forem respeitados por este motivo vital, então os desrespeitosos revelam que tampouco respeitam o irmão celestial destes.
12. (a) Por que são hipócritas os “cabritos” ao se dirigirem ao Rei como “Senhor”? (b) Desde o fim da Primeira Guerra Mundial, por que não há desculpa para se confundir quem são os “irmãos” do Rei?
12 Oh! é verdade que os caprinos que se desculpam podem chamar o Rei Jesus Cristo de “Senhor”, mas é apenas uma forma hipócrita de se dirigirem a ele. Se realmente o tivessem reconhecido como seu “Senhor”, não se teriam negado a dar auxílio aos “irmãos” espirituais dele, nem mesmo ao mínimo destes “irmãos”. Estes “irmãos” não andaram em volta de modo incógnito, quais espiões ou como os que tentam praticar um logro às custas do povo. Especialmente desde o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, e depois de recomeçarem suas atividades públicas no ano de 1919, o restante dos irmãos espirituais de Cristo tem obedecido à sua ordem profética: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” (Mateus 24:14) Deram publicidade à presença ou parusia invisível de Cristo no seu estabelecido reino celestial. Divulgaram especialmente a partir do ano de 1926 o nome do Pai celestial do Rei Jesus Cristo, indo ao ponto de adotar o nome “testemunhas de Jeová” no ano de 1931. De modo que não há desculpa para serem confundidos.
13. (a) É por causa do que os “irmãos” de Cristo são em si mesmos, como humanos, que os “cabritos” se recusam a ajudá-los? (b) Por que é que os “cabritos” recebem a maldição em vez de a bênção de Deus?
13 Por conseguinte, os “cabritos” simbólicos recusam prestar auxílio a estes quando estão literalmente com fome, com sede e nus, sem abrigo, doentes ou na prisão, não por causa de quem tais “irmãos” espirituais de Cristo são pessoalmente. Não, mas negam-lhes a ajuda, se é que não os perseguem positivamente, por causa do que estes representam. Há uma questão envolvida, e os “cabritos” fazem uma decisão inteligente nesta questão! Tal questão que confronta os “cabritos” pela atividade de pregação e de fazer discípulos por parte deste restante dos “irmãos” de Cristo é o meio pelo qual o invisivelmente presente Rei Jesus Cristo separa os “cabritos” das “ovelhas” hoje em dia, especialmente a partir do ano de 1935. Não há classe intermediária ou neutra com respeito a esta questão universal. Eles são a favor do reino messiânico de Jeová, nas mãos do Senhor Jesus Cristo, ou são contra ele. Os “cabritos” tomam sua posição contra ele. Por causa disso, não podem ter a bênção do Pai celestial de Cristo. A única coisa que podem receber é Sua maldição, o oposto de Sua bênção.
QUANDO OS “CABRITOS” VÃO PARA A SUA PUNIÇÃO
14, 15. (a) Quando entrarão os “cabritos” no “fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos”? (b) Como representa Paulo a destruição por meio do mesmo elemento, em 2 Tessalonicenses 1:7-10?
14 Jesus declarou que aquilo que aguarda estes “cabritos” simbólicos à sua esquerda de maldição é o “fogo . . . preparado para o Diabo e seus anjos”. Não deram nenhum apoio moral ao reino messiânico de Deus, e com isso se mostraram parte deste mundo, do qual Satanás, o Diabo, é o “governante” invisível. (João 12:31; 14:30; 16:11) Este mundo iníquo debaixo de Satanás, o Diabo, está condenado à destruição na “grande tribulação” que é iminente. Os “cabritos” entrarão naquele “fogo” de destruição ao entrarem naquela “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo”. (Mateus 24:21; Marcos 13:19) Recusam-se a admitir e reconhecer Deus como Jeová, cujo nome ocorre milhares de vezes nas inspiradas Escrituras Hebraicas da Bíblia Sagrada, e negam-se a obedecer às boas novas sobre o Senhor Jesus Cristo ou a se harmonizar com elas. Na revelação do poder e da autoridade do invisivelmente presente Cristo na “grande tribulação”, os “cabritos” passarão por aquilo que foi predito pelo apóstolo Paulo em 2 Tessalonicenses 1:7-10:
15 “Revelação do Senhor Jesus desde o céu, com os seus anjos poderosos, em fogo chamejante, ao trazer vingança sobre os que não conhecem a Deus e os que não obedecem às boas novas acerca de nosso Senhor Jesus. Estes mesmos serão submetidos à punição judicial da destruição eterna de diante do Senhor e da glória da sua força, no tempo em que ele vem para ser glorificado em conexão com os seus santos”, seus “irmãos” espirituais.
16. Ao encerrar a parábola, Jesus mandou os “cabritos” ir para onde e as “ovelhas” para onde?
16 Assim se cumpre nos “cabritos” simbólicos o que Jesus predisse nas palavras finais de sua parábola sobre as “ovelhas” e os “cabritos”, com as quais termina também a profecia de Jesus sobre o “sinal” de sua presença ou parusia, segundo a narrativa de Mateus: “E irão estes para o castigo eterno, porém os justos para a vida eterna.” — Mateus 25:46, ALA.
17. Por que não significa o castigo eterno dos “cabritos” um tormento consciente, eterno, num domínio espiritual, invisível?
17 Não nos precipitemos a chegar a uma conclusão errônea a respeito do que sobrevirá aos “cabritos” simbólicos da parábola. Jesus não disse que ‘estes irão’ para o eterno tormento consciente num domínio espiritual, invisível. Sofrerem eles um eterno tormento consciente em qualquer forma exigiria que tivessem vida eterna, porque sem vida não há consciência nem de tormento nem de prazer. Jesus disse claramente que apenas as ovelhas simbólicas, “os justos”, irão “para a vida eterna”. De modo que o “castigo eterno” para o qual irão os “cabritos” injustos é o diretamente oposto da “vida eterna” das “ovelhas” justas, a saber, a morte eterna. Visto que tal morte dura eternamente, ela é um “castigo eterno”. De modo similar, quando um tribunal terreno da atualidade pune um criminoso comprovado com a sentença da morte, a morte executada no criminoso condenado é um “castigo eterno”. Não significa tormento eterno do criminoso executado. Apenas o Deus Todo-poderoso pode terminar este castigo eterno pela ressurreição dos injustos. Um tribunal terreno não pode fazer isso. — Atos 24:15.
18. Como é a palavra grega para “castigo” traduzida na Diaglott e na Tradução do Novo Mundo e por que é apropriada tal tradução?
18 Em harmonia com este entendimento lógico e bíblico do assunto, a Diaglott Enfática, de Benjamin Wilson (edição de 1864, em inglês), verte Mateus 25:46 como segue: “E estes irão para o decepamento eônico; mas os justos para a Vida eônica.” A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (edição portuguesa de 1967) reza de modo similar: “E estes partirão para o decepamento eterno, mas os justos, para a vida eterna.” Sobre a palavra “decepamento”, a edição inglesa de 1971 desta tradução tem a seguinte nota ao pé da página: “Literalmente: ‘poda’; portanto, truncar, cercear. Veja 1 João 4:18.” Esta tradução é muito apropriada, porque os “cabritos” injustos, ao sofrerem a morte eterna, são decepados eternamente da vida em qualquer domínio. Portanto, no seu caso é impossível o eterno tormento consciente. São aniquilados, assim como finalmente serão o Diabo e seus anjos demoníacos. Depois da “grande tribulação”, o Diabo e seus anjos serão lançados no “abismo”. Após o fim do reinado milenar de Cristo, porém, serão soltos por um pouco de tempo, para provar a humanidade restabelecida, após o que serão destruídos para sempre.
19. Como serão recompensados os da classe das “ovelhas” justas, conforme indicado em Revelação 7:14?
19 Quanto aos “justos” semelhantes a ovelhas, que fazem o bem aos “irmãos” espirituais de Cristo até o irrompimento da “grande tribulação”, o reinante Rei Jesus Cristo expressará então sua aprovação deles. (Mateus 25:34) Qual Pastor amoroso para com as suas “ovelhas”, ele os protegerá durante a “grande tribulação”, a fim de que entrem no período milenar de seu bendito reinado. Assim como se disse a respeito da “grande multidão”, em Revelação 7:14, dir-se-á a respeito destes sobreviventes semelhantes a ovelhas, da “grande tribulação”: “Estes são os que saem da grande tribulação.”
20. O reino milenar de Cristo começa imediatamente depois de que acontecimento, e, no caso das “ovelhas” sobreviventes isso assinala o começo de quê?
20 Logo após a “grande tribulação”, o “Diabo e seus anjos” são presos com cadeias e lançados no “abismo” de encarceramento. Aí começará o glorioso reinado milenar do Pastor-Rei Jesus Cristo. Os sobreviventes “justos”, semelhantes a ovelhas, tornar-se-ão os súdito’ terrestres, obedientes, do reino milenar de Cristo. Passarão então a sentir de modo físico e mental os poderes restauradores do reino de Cristo, e isto assinalará para eles o começo do caminho para a vida humana perfeita, para sempre.
21. Para o encorajamento especial de quem, agora, foi esta parábola incluída na sua profecia sobre o “sinal”, e que perspectiva lhes apresenta?
21 O Senhor Jesus Cristo incluiu esta parábola na sua profecia sobre o “sinal” de sua presença e da terminação do sistema de coisas para o encorajamento especial dos da classe das ovelhas ‘justas’. Que perspectiva animadora esta parábola apresenta aos que hoje fazem o bem aos “irmãos” espirituais de Cristo! Continuarem firmes em fazer este bem preparará para eles o caminho para ouvirem as seguintes palavras acolhedoras do Rei: “Vinde, vós os que tendes a bênção de meu Pai, herdai o reino preparado para vós desde a fundação do mundo.” — Mateus 25:34.
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Avizinha-se a terminação do “sinal” preditoAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 16
Avizinha-se a terminação do “sinal” predito
1. Por que podemos ser gratos de que os apóstolos de Jesus lhe fizeram a pergunta registrada em Mateus 24:3?
PODEMOS hoje ser gratos de que os apóstolos de Jesus Cristo lhe fizeram a pergunta: “Dize-nos: Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?” (Mateus 24:3) Sua pergunta levou a que ele proferisse uma profecia extensa e pormenorizada, cuja exatidão nos deixa espantados, ao vermos o progresso de seu cumprimento neste momentoso século vinte. Ajuda-nos a determinar com certeza onde estamos na realização do propósito de Deus para com a humanidade sofredora. Somos fortalecidos na nossa crença de que realmente vivemos durante a “presença” invisível de Cristo, em espírito, e na “terminação do sistema de coisas”, pois vemos o “sinal” que ele predisse.
2. Onde se descreve o “sinal” em todos os seus pormenores e que parte da narrativa consideraremos agora?
2 O “sinal”, em todos os seus pormenores, avizinha-se de sua fase de completa clareza, sem qualquer margem de erro por parte de observadores atentos. O “sinal” tem muitas particularidades, conforme apresentadas na narrativa de Mateus, capítulos vinte e quatro e vinte e cinco, na narrativa de Marcos, capítulo treze, e na narrativa de Lucas, capítulo vinte e um; e levou quase a duração da vida de uma geração da humanidade para se evidenciarem plenamente todas as particularidades do “sinal”. Nos capítulos precedentes, consideramos estas particularidades do sinal, conforme descritas na narrativa de Mateus, capítulo vinte e cinco. Agora consideraremos estas particularidades apresentadas no capítulo vinte e quatro, junto com as narrativas comparativas fornecidas por Marcos e Lucas.
3, 4. Ao perguntarem a Jesus: “Quando sucederão estas coisas?” a que se referiram os discípulos?
3 Quando os apóstolos de Cristo iniciaram sua pergunta por dizer: “Dize-nos: Quando sucederão estas coisas?”, eles se referiram às coisas que Jesus havia dito profeticamente naquele mesmo dia de terça-feira, 11 de nisã do ano 33 E.C. No templo de Jerusalém, depois de denunciar os escribas e fariseus religiosos, hipócritas, Jesus prosseguira, dizendo: “Eu vos estou enviando profetas, e sábios, e instrutores públicos. A alguns deles matareis e pendurareis em estacas, e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade; para que venha sobre vós todo o sangue justo derramado na terra, desde o sangue do justo Abel até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem assassinastes entre o santuário e o altar. Deveras, eu vos digo: Todas essas coisas virão sobre esta geração. Jerusalém, Jerusalém, matadora dos profetas e apedrejadora dos que lhe são enviados — quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo de suas asas! Mas vós não o quisestes. Eis que a vossa casa vos fica abandonada. Pois eu vos digo: De modo algum me vereis doravante, até que digais: ‘Bendito aquele que vem em nome de Jeová!’”
4 Antes de Jesus sair do templo ou da casa de adoração, acrescentou mais palavras duma profecia solene, a respeito da qual lemos: “Afastando-se então, Jesus ia sair do templo, mas os seus discípulos aproximaram-se para mostrar-lhe os edifícios do templo. Ele, porém, disse-lhes: ‘Não observais todas estas coisas? Deveras, eu vos digo: De modo algum ficará aqui pedra sobre pedra sem ser derrubada.’” — Mateus 23:34 a 24:2.
5. Na sua viagem triunfal para Jerusalém, o que disse Jesus a respeito dela?
5 Apenas dois dias antes, no domingo, 9 de nisã, ele havia interrompido sua viagem triunfal em direção a Jerusalém e chorado sobre ela, por causa de sua vindoura destruição. Predizendo a destruição terrível dela pelos romanos, em 70 E.C., ele disse: “Porque virão sobre ti os dias em que os teus inimigos construirão em volta de ti uma fortificação de estacas pontiagudas e te cercarão, e te afligirão de todos os lados, e despedaçarão contra o chão a ti e a teus filhos dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não discerniste o tempo de seres inspecionada.” — Lucas 19:41-44.
6. Que espécie de predições eram estas para os discípulos judaicos naturais, circuncisos, e que problemas se suscitaram na mente deles?
6 Para os judeus naturais e circuncisos, tais como eram os apóstolos de Cristo, estas eram predições perturbadoras. À geração de que faziam parte sobreviria o sangue inocente derramado no decorrer da história judaica e antes. Exatamente quando se cumpririam tais coisas? Eles queriam saber isso. Criam em Jesus e professavam que ele era o Messias ou Ungido, o Cristo. Mas a predita destruição de Jerusalém indicava que ele não estabeleceria seu reino messiânico naquela cidade condenada. Falou de ele não ser visto “doravante”, mas também de sua vinda “em nome de Jeová”. Quando estaria novamente presente, para desempenhar seu papel messiânico? A vindoura destruição de Jerusalém e de seu templo certamente tinha de significar o fim do sistema judaico de coisas. Sem cidade santa e sem templo santo, o sacerdócio judaico da família de Arão, o levita, podia estar entre “filhos” de Jerusalém que seriam despedaçados “contra o chão” ou pelo menos seriam postos fora do seu serviço no templo. Não é de se admirar que os apóstolos perguntassem não só sobre a destruição de Jerusalém e de seu templo, mas também: “Qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?”
7. Por que foi correta a pergunta dos apóstolos a respeito da “terminação do sistema de coisas”?
7 Suas perguntas referiam-se a pontos corretos de indagação, pois Jesus veio na “terminação” do sistema judaico de coisas. Outros textos falam da situação no mesmo sentido. Hebreus 9:26-28 mostra que Jesus não precisava fazer sacrifícios repetidos de si mesmo e diz: “Senão teria de sofrer muitas vezes, desde a fundação do mundo. Mas agora ele se manifestou uma vez para sempre, na terminação dos sistemas de coisas, para remover o pecado por intermédio do sacrifício de si mesmo. . . . assim também foi oferecido o Cristo uma vez para sempre, para levar os pecados de muitos.” Também 1 Coríntios 10:11 diz: “Ora, estas coisas lhes aconteciam como exemplos e foram escritas como aviso para nós, para quem já chegaram os fins dos sistemas de coisas.” Contado desde o ano da profecia de Jesus sobre o assunto, o sistema judaico de coisas ainda tinha trinta e sete anos de existência, menos de uma geração com a duração de quarenta anos. Jerusalém foi tomaria e destruída pelos romanos em 7 de elul (ou: 30 de agosto de 70 E.C., segundo o calendário gregoriano). O registro bíblico não diz quantos dos apóstolos de Cristo escaparam do martírio e sobreviveram até aquele acontecimento horrível.
TEMPO DE PROVA E DE DESASTRES
8. Na resposta aos apóstolos, que coisas descreveu Jesus primeiro?
8 Em resposta à pergunta de seus apóstolos, Jesus descreveu primeiro os acontecimentos que levariam à destruição de Jerusalém dentro daquela geração. “E Jesus, em resposta, disse-lhes: ‘Olhai para que ninguém vos desencaminhe; pois muitos virão à base do meu nome, dizendo: “Eu sou o Cristo”, e desencaminharão a muitos. Ouvireis falar de guerras e relatos de guerras; vede que não fiqueis apavorados. Pois estas coisas têm de acontecer, mas ainda não é o fim.’” — Mateus 24:4-6.
9. Levantarem-se judeus afirmando ser o Messias não seria sinal de que e não levaria a que acontecimento desejado?
9 Levantar-se-iam judeus, não afirmando ser Jesus retornado na carne, mas serem o prometido Messias ou Cristo. Mas nem os apóstolos, nem seus condiscípulos deviam deixar-se desencaminhar por tais pretensos messias ou cristos, porque a sua atuação não assinalaria a “presença” ou parusia de Jesus Cristo, nem traria a libertação da nação judaica. A revolta judaica contra os romanos, no ano 66 E.C., foi tal esforço messiânico, mas levou à destruição de Jerusalém e à dispersão da nação judaica. As esperanças messiânicas daquelas pessoas desencaminhadas foram amargamente desapontadas.
10. Que dizer de guerras, e por que não deviam os discípulos ficar apavorados por causa delas?
10 Durante este período de trinta e sete anos, houve várias guerras, aos ouvidos dos discípulos ou meramente relatadas a eles como notícias. Mas estas guerras, embora afetassem a situação da nação judaica, não eram as que diretamente trariam o fim do sistema judaico de coisas. Por isso, os discípulos não deviam ficar apavorados ao ponto de tomar qualquer ação prematura. “Ainda não é o fim.”
11. O que predisse Jesus sobre qual seria “um princípio das dores de aflição”?
11 “Porque”, disse Jesus, ampliando o que dissera sobre guerras e relatos de guerras, “nação se levantará contra nação e reino contra reino, e haverá escassez de víveres e terremotos num lugar após outro. Todas essas coisas são um princípio das dores de aflição.” — Mateus 24:7, 8. Também Marcos 13:8.
12, 13. (a) Sobreviriam as coisas que constituíssem “um princípio das dores de aflição” a um povo determinado? (b) O que sobreviria aos discípulos por anunciarem o Messias e por serem seus seguidores?
12 Visto que tais calamidades eram apenas um “princípio das dores de aflição”, “ainda não” era o fim. Aquelas calamidades apenas eram indícios, não a agonia final da morte. Tais coisas afetariam as pessoas em geral, mas havia coisas que viriam especificamente sobre os discípulos de Jesus, porque anunciavam o verdadeiro Messias ou Cristo e seguiam nas suas pisadas. Por isso, Jesus prosseguiu:
13 “Então vos entregarão a tribulação e vos matarão, e sereis pessoas odiadas por todas as nações, por causa do meu nome. Então, também, muitos tropeçarão e trairão uns aos outros, e se odiarão uns aos outros. E surgirão muitos falsos profetas, e desencaminharão a muitos; e, por causa do aumento do que é contra a lei, o amor da maioria se esfriará. Mas, quem tiver perseverado até o fim é o que será salvo. E estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” — Mateus 24:9-14. Veja Marcos 13:9-13.
14. (a) O que confirma que tais coisas aconteceram dentro da geraçã que então vivia? (b) O fim não viria sobre Jerusalém e o sistema judaico antes da realização de quê?
14 O livro bíblico intitulado “Atos dos Apóstolos” atesta o cumprimento destas palavras proféticas de Jesus Cristo mesmo dentro daquela geração, porque este livro foi escrito pelo médico Lucas por volta do ano 61 E.C. Outros livros bíblicos, cartas inspiradas escritas por apóstolos e por outros discípulos antes da destruição de Jerusalém em 70 E.C., confirmam a narrativa de Atos dos Apóstolos e fazem acréscimos ao registro do sofrimento dos cristãos, sob perseguição e ódio internacionais para com o cristianismo. As boas novas do reino de Deus haviam penetrado além do Oriente Médio, na Ásia Menor, na Ásia continental, na África, na Europa e nas ilhas do Mar Mediterrâneo. A pregação da mensagem do Reino foi realizada em toda a terra habitada. Embora não resultasse numa conversão mundial ao cristianismo, o que nunca se destinava a realizar, resultou num testemunho a todas as nações. (Colossenses 1:6, 23) Antes de esta façanha louvável ser realizada por testemunhas cristãs denodadas, não podia vir o fim calamitoso de Jerusalém e do sistema judaico de coisas.
A SEGUNDA DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM INDICADA COMO PRÓXIMA
15. O que disse Jesus sobre o que indicaria a proximidade da destruição de Jerusalém e do sistema judaico, e o que disse ele que se devia fazer então?
15 Tendo mostrado em consideráveis pormenores os preliminares que antecederiam ao “fim”, Jesus especificou então a coisa especial que indicaria a proximidade do fim iminente de Jerusalém e do sistema de coisas que se centralizava nela e no seu templo. Ele disse: “Portanto, quando avistardes a coisa repugnante que causa desolação, conforme falado por intermédio de Daniel, o profeta, estar em pé num lugar santo, (que o leitor use de discernimento,) então, os que estiverem na Judéia comecem a fugir para os montes. O homem que estiver no alto da casa não desça para tirar de sua casa os bens; e o homem que estiver no campo não volte para casa para apanhar a sua roupa exterior. Ai das mulheres grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Persisti em orar que a vossa fuga não ocorra no tempo do inverno, nem no dia de sábado.”
16. Por que deviam os judeus e prosélitos cristãos abandonar Jerusalém e a Judéia tão depressa, conforme Jesus avisou?
16 Por que a grande necessidade de os judeus e prosélitos cristãos, na província romana da Judéia, saírem dela a toda velocidade, sem fardos desnecessários, em linha reta, na ocasião oportuna, refugiando-se nas montanhas fora da província mencionada? “Pois então”, prosseguiu Jesus, “haverá grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo. De fato, se não se abreviassem aqueles dias, nenhuma carne seria salva; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados.” — Mateus 24:15-22.
17. (a) Por que não deviam os apóstolos e seus concristãos desconsiderar este conselho de Jesus? (b) Portanto, que pergunta vital surge assim?
17 Os apóstolos e outros discípulos não deviam esquecer nem desconsiderar este conselho de Jesus. Se alguns deles demorassem na sua fuga da Judéia, depois de verem a coisa repugnante em pé no lugar santo, poderia custar-lhes a vida; talvez não estivessem entre os comparativamente poucos, mencionados como “carne” que é salva só porque os dias da tribulação são abreviados. Mas qual é a “coisa repugnante”, cuja vista em pé no lagar santo atestaria que não sobrava mais muito tempo antes de estar iminente a devastadora “grande tribulação”?
18, 19. (a) Por quem já fora predita esta coisa repugnante que causa desolação, e onde? (b) Como mostrou Jesus, segundo a narrativa que Lucas faz sobre a sua profecia, qual seria a coisa repugnante?
18 Jesus não deixou dúvida sobre de que se tratava. Ele disse que era a coisa repugnante “conforme falado por intermédio de Daniel, o profeta”. (Mateus 24:15) A “coisa repugnante” predita pelo profeta Daniel, relacionada com a segunda destruição de Jerusalém, é a descrita em Daniel 9:26, 27 (especialmente segundo a Versão dos Setenta grega do texto hebraico da Bíblia).a A história secular revela que a “coisa repugnante” foram os exércitos romanos, pagãos, sob o seu “líder”. Que esta é a explicação correta da profecia é corroborado pela comparação da narrativa de Mateus, da profecia de Jesus neste ponto, com a narrativa de Lucas, no ponto correspondente da profecia de Jesus. Lucas 21:20-24 diz:
19 “Outrossim, quando virdes Jerusalém cercada por exércitos acampados, então sabei que se tem aproximado a desolação dela. Então, comecem a fugir para os montes os que estiverem na Judéia, e retirem-se os que estiverem no meio dela, e não entrem nela os que estiverem nos campos; porque estes são dias para se executar a justiça [ou: dias de vingança], para que se cumpram todas as coisas escritas [inclusive Daniel 9:26, 27]. Ai das mulheres grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande necessidade na terra e furor sobre este povo; e cairão pelo fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.” — Compare isso também com Marcos 13:14-20.
20, 21. (a) Quando viram os judeus cristãos na Judéia a coisa repugnante estar em pé num “lugar santo”? (b) Quanto tempo ficou esta coisa repugnante assim em pé?
20 Foi no ano 66 E.C. que os judeus cristãos em Jerusalém e na Judéia começaram a ver a “coisa repugnante que causa desolação, conforme falado por intermédio de Daniel, o profeta”, em pé no “lugar santo”, a saber, em Jerusalém e nas cercanias dela. Foi naquele ano que os judeus não cristianizados se revoltaram com aspirações messiânicas contra a continuação do domínio por parte do Império Romano. Em reação a isso, o general romano Céstio Galo desceu da Síria e cercou Jerusalém com “exércitos acampados”. Foi na época em que os judeus celebravam a Festividade das Barracas (ou: dos Tabernáculos), de 15 a 21 de tisri, que naquele ano deve ter durado sete dias, de 22 a 28 de outubro (calendário gregoriano). O General Céstio Galo levou seus exércitos até uns dez quilômetros da cidade em celebração. Os judeus, bem armados, fizeram uma surtida e infligiram alguns danos aos romanos.
21 Seguiu-se então uma “espera de três dias”. Daí, o General Galo, obrigando os judeus a voltar a Jerusalém, levou suas tropas para perto da cidade. Mas foi só no último dia do mês de tisri (por volta de 5 de novembro) que conseguiu fazer suas tropas penetrar na cidade de Jerusalém. Ele estava então deveras num lugar considerado “santo” pelos judeus. Durante cinco dias, os romanos atacaram a muralha do templo, e no sexto dia minaram a muralha. Este certamente foi um ataque contra o que os judeus consideravam mais sagrado. Os romanos poderiam ter facilmente capturado então a cidade inteira, mas, de repente, sem qualquer motivo válido para isso, o General Galo retirou-se da cidade e recuou. Os judeus eufóricos foram em perseguição dele e hostilizaram os romanos retrocedentes, inflingindo-lhes consideráveis danos, de modo que o recuo se transformou numa debandada.b Este foi um golpe doloroso no orgulho dos romanos conquistadores do mundo. Jerusalém fora liberta! E os judeus, em comemoração, cunharam alguns siclos novos de prata que levavam num lado a inscrição “Jerusalém, a Santa”.
22. Por que não se deixaram enganar os judeus cristianizados pelo restabelecimento da independência de Jerusalém, e como se protegeram?
22 Foram os judeus cristianizados, em Jerusalém e na província da Judéia, enganados por este restabelecimento da independência desta terra dos judeus? Não os que tomaram a peito a profecia e o conselho de Jesus Haviam visto realmente a cidade santa de Jerusalém cercada por exércitos acampados, haviam visto a “coisa repugnante que causa desolação”, com seus estandartes militares, idolatrados como deuses pelos soldados, em pé “num lugar santo” “onde não devia”. (Marcos 13:14) Isto os devia fazer saber “que se tem aproximado a desolação dela”, de Jerusalém. (Lucas 21:20) Era então urgente sair de Jerusalém ou não entrar nela, mas fugir de toda a província da Judéia para os montes fora dela, por exemplo, para o leste, do outro lado do rio Jordão, para a província da Peréia. Ali, fora do território condenado, estes judeus cristianizados podiam continuar sua pregação das boas novas do verdadeiro reino messiânico de Deus, em vez de perecer junto com os judeus descrentes, condenados.
23, 24. (a) Por que não durou muito a independência da Judéia? (b) Quão sério e ameaçador se tornou o sítio de Jerusalém?
23 A independência dos judeus na Judéia mostrou ser de curta duração. O general romano Vespasiano sucedeu ao General Galo e chegou à Palestina logo cedo no ano seguinte, 67 E.C. Seu empenho, de dominar o restante do país, deu aos judeus a oportunidade de fortalecerem suas defesas. Após a morte do Imperador Nero, em 68 E.C., Vespasiano foi elevado ao poder imperial. Partindo da Palestina, chegou a Roma por volta dos meados de 70 E.C. Deixou seu filho, o General Tito, encarregado das forças militares romanas na Síria. Aproximava-se a Páscoa judaica do ano 70, e os judeus não-cristãos afluíram à cidade de Jerusalém, para a celebração. Foi então que o General Tito chegou com quatro legiões e encurralou os judeus celebrantes dentro da cidade. Para subjugar os judeus rebeldes pela fome, ele fez o que Jesus predisse, construindo uma paliçada, “uma fortificação de estacas pontiagudas”, de cerca de oito quilômetros de extensão em volta da cidade, a fim de impedir que quaisquer judeus escapassem.
24 Os apuros dos judeus encurralados dentro de Jerusalém tornaram-se desesperadores. O historiador judaico do primeiro século, Flávio Josefo, nos seus escritos, descreve vividamente os horrores resultantes do sítio romano. A perda de vidas judaicas aumentava cada vez mais. Parecia que, se o sítio durasse tempo demais, “nenhuma carne” dentro da cidade sitiada sobreviveria. Foi como Jesus havia predito a respeito desta “grande tribulação” sobre Jerusalém e a Judéia: “De fato, se Jeová não tivesse abreviado os dias, nenhuma carne se salvaria. Mas, por causa dos escolhidos, que ele escolheu, abreviou os dias.” — Marcos 13:19, 20.
25. (a) Como foram abreviados os dias daquela tribulação sobre Jerusalém? (b) Foram os judeus sobreviventes aqueles “escolhidos” de que Jesus falou na sua profecia?
25 Providencialmente, os dias do sítio foram relativamente curtos, apenas 142 dias, contando de 14 de nisã a 7 de elul, ou partes de seis meses lunares. Isto quer dizer que, segundo o calendário gregoriano, tudo já acabara em 30 de agosto de 70 E.C. Permitiu-se que alguma carne judaica sobrevivesse, 97.000 judeus, segundo cálculo de Josefo, ao passo que ele relata que 1.100.000 pereceram no sítio. Foram aqueles 97.000 sobreviventes os “escolhidos”, por causa dos quais Jeová havia abreviado os dias? Só se fossem chamados escolhidos para o cativeiro e a escravidão. Pois foi assim como Jesus dissera: “Haverá grande necessidade na terra e furor sobre este povo; e cairão pelo fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.” — Lucas 21:23, 24.
26. (a) Então, quem foram os “escolhidos” de que Jesus falou na profecia? (b) Em que sentido foi abreviado por causa deles o número dos dias da tribulação de Jerusalém?
26 Não! Os “escolhidos”, por causa dos quais o número dos dias da “grande tribulação” de Jerusalém foi abreviado não foram aqueles 97.000 lastimáveis cativos judaicos, sobre os quais descansava o grande “furor” de Jeová, naqueles “dias para se executar a justiça”. Os “escolhidos” de Jeová eram os judeus cristianizados, aos quais dera o sinal de fugir, sem demora, de toda a Judéia, inclusive de sua capital Jerusalém. Desejava que todos saíssem a salvo da zona de perigo por agirem com fé segundo o conselho de Jesus, de fugir prontamente após ver “a coisa repugnante que causa desolação, conforme falado por intermédio de Daniel, o profeta, estar em pé num lugar santo”. Depois de Jeová fazer com que todos estes discípulos “escolhidos” de seu Filho Jesus Cristo saíssem do lugar sobre o qual se havia de executar a justiça, ele pôde deixar a execução de sua vingança nos judeus rebeldes ser de pouca duração. Conforme está escrito: “Jeová fará uma prestação de contas na terra, concluindo-a e abreviando-a.” (Romanos 9:28; Isaías 10:23) Corretamente, pois, aqueles dias de grande tribulação para Jerusalém foram abreviados “por causa dos escolhidos”.
27. (a) Terminou Jesus sua profecia com a descrição da destruição de Jerusalém ou olhou ele para mais além? (b) Por que dizemos que Jerusalém deixou de ser pisada pelas nações gentias em 1914?
27 A história secular registra a exatidão da profecia de Jesus. Mas a profecia de Jesus não termina com esta narrativa da destruição da Jerusalém terrestre, pois há mais envolvido no “sinal” de sua presença e da “terminação do sistema de coisas”. Ele olhava para além da destruição de Jerusalém em 70 E.C., porque disse, em Lucas 21:24: “E Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.” Jesus olhava para o “fim” cumprido daqueles tempos designados das nações, usualmente chamados Tempos dos Gentios. Isto significa que ele olhava para o ano 1914 E.C., porque foi naquele ano que o direito de Jerusalém, de ter um reino messiânico nas mãos do Herdeiro Permanente do Rei Davi, deixou de ser pisado pelas nações. Por que dizemos isso, visto que no ano 1914 a cidade reconstruída de Jerusalém, no Oriente Médio, ainda estava sob o domínio dos turcos muçulmanos? É porque naquele ano, no fim dos Tempos dos Gentios, Jeová Deus entronizou o Herdeiro Permanente do Rei Davi, não na Jerusalém terrestre, dominada pelos turcos, mas na Jerusalém celestial. — Hebreus 12:22.
CUMPRIMENTO NA ANTITÍPICA JERUSALÉM INFIEL
28. Ao dizer que a destruição de Jerusalém seria tão terrível, em que sentido deve Jesus ter-se referido a Jerusalém?
28 Torna-se claro que Jesus, na sua profecia, usava a cidade de Jerusalém não só em sentido literal, mas também em sentido típico, como prefigurando algo de proporções maiores. Senão, não teria dito a respeito da destruição dela em 70 E.C. que “então haverá grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo”. (Mateus 24:21; Marcos 13:19) Todas as pessoas informadas sabem que a destruição de Jerusalém em 70 E.C. não foi a pior catástrofe desde o princípio do mundo, pois, que dizer do dilúvio global dos dias de Noé? E quanto a nunca ocorrer, depois de 70 E.C., uma destruição igual à de Jerusalém pelos romanos, que dizer da Primeira e da Segunda Guerra Mundial neste século vinte? A linguagem de Jesus não era exagerada, mas evidentemente pensava em Jerusalém como tipo profético, como exemplo de aviso de algo que envolveria todo o mundo numa destruição similar. Ele estava pensando na antitípica Jerusalém infiel, a saber, a dos tempos modernos. E qual é esta? É a cristandade com suas centenas de seitas religiosas divergentes. — 1 Coríntios 10:11.
29. (a) A que mais se aplica a profecia de Jesus, além de à destruição da cristandade? (b) Assim, a que corresponde o tempo desde a profecia de Jesus até a destruição de Jerusalém?
29 Esta aplicação da profecia de Jesus é correta, não só quanto à iminente destruição da cristandade, com todos os seus amantes políticos, comerciais, militares e judiciais, mas também quanto aos acontecimentos mundiais que antecedem ao aniquilamento dela. A cristandade vive agora num período que, nas suas peripécias neste século vinte, se assemelha ao período desde que Jesus deu a profecia no Monte das Oliveiras até que os romanos destruíram Jerusalém e seu templo em 70 E.C. Este período específico, correspondente, começou para a cristandade no fim dos “tempos designados das nações”, no ano 1914. Considere os acontecimentos mundiais desde então.
30. Desde 1914, sofreu a cristandade o que Jesus chamou de “princípio das dores de aflição”?
30 O que disse Jesus sobre as coisas que seriam um “princípio das dores de aflição”? Não seriam guerras, escassez de víveres, terremotos e pestilências? (Mateus 24:7, 8; Marcos 13:8; Lucas 21:10, 11) Que “guerras” nos dias dos apóstolos de Cristo, no primeiro século, podem comparar-se com a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, sem se falar de todas as outras guerras desde o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945 E.C.? Será que as fomes, os terremotos e as pestilências dos anos 33 a 70 E.C. ultrapassaram a escassez de víveres, os terremotos e as pestilências que ocorreram na cristandade e em todo o restante do mundo desde o fim dos Tempos dos Gentios em 1914?
31. (a) O que disse Jesus que aconteceria aos seus discípulos antes da destruição de Jerusalém? (b) Os sofrimentos de quem correspondem hoje aos dos discípulos naquele período de tempo?
31 Jesus disse também aos seus apóstolos que seus discípulos seriam severamente perseguidos, entregues a tribulações e mortos, sim, que se tornariam pessoas odiadas por todas as nações; também falou sobre o surgimento de falsos profetas, falsos messias, e do aumento do que é contra a lei, para com Deus, com o esfriamento conseqüente da qualidade do amor da parte da grande maioria dos religiosos professos; também, a respeito da necessidade da perseverança cristã durante um tempo tal como este. (Mateus 24:9-13; Marcos 13:9-13; Lucas 21:12-19) Tais acontecimentos assinalaram os tempos apostólicos do primeiro século. E que dizer dos acontecimentos mundiais desde o fim dos Tempos dos Gentios em 1914? Converteu-se o mundo tanto ao cristianismo, que a perseguição dos verdadeiros discípulos de Cristo cessou? Existe uma minoria religiosa que seja mais alvo do ‘ódio de todas as nações por causa do nome de Cristo’ do que as testemunhas cristãs de Jeová? Existem perseguições religiosas maiores do que as movidas contra estas testemunhas cristãs de Jeová, desde 1914 até o tempo atual? Há um registro que todos podem consultar.
32. Que outra particularidade havia de distinguir aquele período apostólico até 70 E.C., e por meio de quem se cumpriu então aquela particularidade?
32 Havia outra particularidade distintiva do período apostólico do primeiro século, antes de 70 E.C. Jesus disse aos seus opositores judaicos em Jerusalém: “O reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que produza os seus frutos.” (Mateus 21:43) Mesmo com os seus falsos messias, os judeus não produziram os frutos do reino de Deus pela proclamação dele aos gentios. Antes da destruição de Jerusalém, não adotaram a mensagem de João Batista, proclamando que o reino dos céus se havia aproximado Não, pois, durante a última visita de Jesus ao templo de Jerusalém, ele disse aos escribas e fariseus religiosos: “Fechais o reino dos céus diante dos homens; pois, vós mesmos não entrais, nem deixais entrar os que estão em caminho para entrar.” (Mateus 23:13) Então, a quem se deve atribuir o cumprimento, antes do ano 70 E.C., das palavras dinâmicas de Jesus: “E estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim”? (Mateus 24:14; Marcos 13:10) Deve ser atribuído aos que eram “pessoas odiadas por todas as nações, por causa do meu nome” — aos seus próprios discípulos.
33. Desde 1914, quem tem correspondentemente pregado as boas novas do reino de Deus em escala internacional, e em que difere este reino pregado daquele que é proclamado pela cristandade?
33 De modo similar, neste período correspondente desde o fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E.C., são os que se destacam como “pessoas odiadas por todas as nações, por causa do . . . nome” de Cristo, que produzem o cumprimento hodierno da profecia de Jesus a respeito das boas novas do reino de Deus. São os que, apesar do ódio e da perseguição, têm enchido a terra habitada com a pregação das boas novas do reino messiânico de Deus, em testemunho a todas as nações. Esta não é a mensagem do reino de Deus que a cristandade tem pregado desde o começo de sua existência, nos dias do Imperador Constantino, no quarto século — um reino dentro de seus centenas de milhões de membros das igrejas, dentro do coração deles, um reino que finalmente é alcançado pela conversão mundial às igrejas da cristandade. Em nítido contraste, o reino pregado pelas testemunhas cristãs de Jeová, desde o fim dos Tempos dos Gentios em 1914, é um governo real, que nasceu nos céus, naquele ano. É o reino estabelecido de Deus, nas mãos do Herdeiro Permanente do Rei Davi, e acabará com todos os governos políticos desta terra, abençoando os habitantes da terra com vida, paz e felicidade eternas.
34. (a) Esta pregação internacional do Reino havia de ser parte do “sinal” de quê? (b) Que desastre seria precedido pela realização desta pregação do Reino?
34 Esta realização notável, a pregação de tais boas novas em toda a terra habitada, em testemunho internacional, pelas testemunhas cristãs de Jeová, é significativa. É uma particularidade brilhante do “sinal” que havia de assinalar a “presença” ou parusia, em espírito, do Rei reinante Jesus Cristo Desde o ano de sua entronização nos céus, à mão direita de Deus, esta pregação de porta em porta e por todos os outros meios de comunicação moderna tem sido efetuada pelas testemunhas cristãs de Jeová já por mais de meio século, apesar de guerras mundiais e outras calamidades em grande escala. Evidentemente, deve estar bem próxima a terminação do testemunho a todas as nações, a respeito do reino messiânico de Deus que há de tomar conta de todos os assuntos da humanidade. Esta pregação mundial do Reino havia de preceder ao “fim”. Toda a terra habitada já tem ouvido a pregação do Reino. Não mais permanecem “todas as nações” sem testemunho para elas. “E então virá o fim” deste sistema de coisas, disse Jesus!
“A COISA REPUGNANTE QUE CAUSA DESOLAÇÃO”
35. (a) Que particularidade do “sinal” provou que a desolação de Jerusalém estava realmente muito próxima? (b) Visto que não existe mais aquela potência mundial do primeiro século, que pergunta fazemos?
35 Outra particularidade do “sinal” assegura que está perto o há muito aguardado “fim”. Embora possam ocorrer outras coisas surpreendentes dentro do período crítico, sem que já chegue o fim, Jesus predisse uma coisa ominosa que prova que a hora da calamidade está prestes a se dar, que o fim desolador está prestes a apanhar a todos os que demoram em fugir para a segurança. No caso dos habitantes da província romana da Judéia, no primeiro século, foi o cerco de Jerusalém com exércitos acampados, a “coisa repugnante que causa desolação” estar em pé no lugar onde não devia estar, no “lugar santo”. Era então a ocasião em que os judeus que criam em Jesus como sendo o Messias deviam fugir de toda a Judéia. Mas, vemos hoje algo similar àquela “coisa repugnante” que é desoladora? Seu aparecimento não pressagia nada de bom para a cristandade religiosa, porque ela é o equivalente hodierno da Jerusalém infiel do primeiro século. Aquela capital santa da adoração judaica foi desolada pelas forças armadas da Sexta Potência Mundial da história bíblica, o Império Romano pagão. Mas aquela potência mundial imperial já desapareceu!
36. Por que é que a Sétima Potência Mundial da atualidade está prestes a sentir os efeitos produzidos pelo desolador repugnante?
36 Atualmente, desde 1914, o cenário mundial ainda é dominado pela Sétima Potência Mundial, a dupla Potência Mundial Britânico-Americana. Visto que o rei ou a rainha da Grã-Bretanha afirma ser chefe da Igreja Anglicana, a Igreja da Inglaterra, e visto que os Estados Unidos da América foram declarados pelo seu Supremo Tribunal como sendo uma “nação cristã”, esta Sétima Potência Mundial é parte destacada da cristandade e grande paladino dela. De modo que, no seu aspecto religioso, está prestes a sentir parte dos efeitos produzidos por aquele desolador repugnante.
37. O que nos diz Revelação 17:9-11 quanto a se a sétima era a última das potências mundiais?
37 No entanto, o último livro da Bíblia Sagrada revela uma OITAVA POTÊNCIA MUNDIAL. De modo interessante, Revelação 17:9-11 nos informa o que se disse ao apóstolo João, na sua visão, sobre uma fera, cor de escarlate, com sete cabeças e dez chifres, montada pela meretriz religiosa “Babilônia, a Grande”. Os versículos dizem: “Aqui é que está a inteligência que tem sabedoria: As sete cabeças significam sete montes, onde a mulher está sentada no cume. E há sete reis: cinco já caíram, um é, o outro ainda não chegou, mas, quando chegar, tem de permanecer por pouco tempo. E a fera que era, mas não é, é ela mesma também um oitavo rei, mas procede dos sete, e vai para a destruição.”
38. Nos dias do apóstolo João, quais as potências mundiais que já haviam caído, qual existia então e qual havia de vir, para continuar por quanto tempo?
38 Nos dias do apóstolo João, no primeiro século, a Sexta Potência Mundial o manteve prisioneiro na ilha penal de Patmos. A Sétima Potência Mundial ainda não havia chegado, porque a história mostra que só chegou no século dezoito, quando a Grã-Bretanha se tornou dona comercial e naval dos mares. De modo que esta Sétima Potência Mundial hoje tem apenas um pouco mais de dois séculos de idade e este é “pouco tempo” em comparação com os quase dezoito séculos de domínio da Sexta Potência Mundial. De modo que a sétima cabeça da fera cor de escarlate representa esta Sétima Potência Mundial; as outras cabeças representam as seis potências mundiais precedentes: a egípcia, a assíria, a babilônica, a medo-persa, a grega e a romana. Todas estas sete potências mundiais tiveram relações com a meretriz religiosa, “Babilônia, a Grande”, que é o império mundial da religião falsa. — Revelação 17:1-6, 18.
39. Por que não é a Oitava Potência Mundial constituída pela Rússia comunista, nem pelo bloco de nações comunistas?
39 Visto que a fera “é ela mesma também um oitavo rei”, representa uma oitava potência mundial. Isto não se refere à Rússia comunista ou ao bloco comunista de nações, porque a Rússia e o b}oco comunista não ‘precederam dos sete’, quer dizer, das sete potências mundiais precedentes. Não se pode dizer a respeito do bloco comunista de nações que a “fera era, mas não é, contudo estará presente”. — Revelação 17:8.
40. (a)Então, o que é a Oitava Potência Mundial? (b) Quando foi que esta potência mundial não existia e quando ficou presente outra vez?
40 Portanto, qual é a Oitava Potência Mundial, que o império mundial babilônico, da religião falsa, tem montado até agora, assim como a meretriz Babilônia, a Grande, montou a fera cor de escarlate vista na visão do apóstolo João? É a organização internacional de paz e segurança mundiais. Antes da Segunda Guerra Mundial, foi chamada de Liga das Nações, e desde a Segunda Guerra Mundial, é chamada de Nações Unidas. Esta agência de “paz e segurança mundiais” foi organizada no primeiro ano do após-guerra de 1919, mas foi ao abismo de inatividade e incompetência ao irromper a Segunda Guerra Mundial, em 1939. Durante a Segunda Guerra Mundial, ela ‘não era’ em todos os sentidos práticos, quanto a ser guardiã da paz mundial. Depois de acabar a Segunda Guerra Mundial, em 1945, saiu do abismo, esta vez sob um novo nome: Nações Unidas. Tem estado “presente” desde então. Hoje tem um rol de membros de 135 nações. Estas todas estão militarmente armadas, sendo que cinco destas nações já estão armadas com bombas nucleares
41. Por que não são as Nações Unidas uma organização cristã e o que as torna repugnantes para Deus?
41 Então, por que se identifica a fera simbólica, a Oitava Potência Mundial, as Nações Unidas da atualidade, com a “coisa repugnante que causa desolação”? Ser ela comparada a uma fera de sete cabeças, montada por uma meretriz, mostra que é impura aos olhos de Deus, ‘repugnante’ para Ele. Visto que “procede dos sete” poderes mundiais não-cristãos, não é uma organização cristã. Metade das nações-membros das Nações Unidas nem mesmo professam ser cristãs, mas encontramos nelas nações da cristandade em união política com nações não-cristãs ou pagãs. As Nações Unidas fazem parte deste mundo e são ‘amigas do mundo’, e, por conseguinte, ‘inimigas de Deus’. (Tiago 4:4; João 8:23; 18:36) Os que as idolatram atribuem-lhes esperanças messiânicas, e elas são aceitas pela cristandade como substituto do estabelecido reino messiânico de Deus. Quão repugnante!
42. Comparáveis com que forças armadas serão as Nações Unidas ao se tornarem a ‘coisa que causa desolação’?
42 Atribui-se às Nações Unidas a realização de muitas coisas boas. Então, como é que podem ser chamadas de desoladoras, de ‘coisa que causa desolação’? Ora, a Sexta Potência Mundial, o Império Romano, procurava preservar a Pax Romana em toda a terra e procurava manter a paz no Oriente Médio; mas, por fim, suas forças armadas vieram a tornar-se o desolador da cidade santa, religiosa, de Jerusalém. Do mesmo modo, a Oitava Potência Mundial, as Nações Unidas, ainda não terminou seu predito papel mundial, antes de ir “para a destruição”. (Revelação 17:11) Ainda será uma ‘coisa que causa desolação’. A quem? Revelação 17:15-18 nos revela a quem. Lemos ali:
43. Como é a obra desoladora descrita simbolicamente em Revelação 17:15-18?
43 “As águas que viste, onde a meretriz está sentada, significam povos, e multidões, e nações, e línguas. E os dez chifres que viste, e a fera, estes odiarão a meretriz e a farão devastada e nua, e comerão as suas carnes e a queimarão completamente no fogo. Porque Deus pôs nos seus corações executarem o pensamento dele, sim, executarem um só pensamento deles por darem o seu reino à fera, até que se tenham efetuado as palavras de Deus. E a mulher que viste significa a grande cidade que tem um reino sobre os reis da terra.”
44. Então, para quem se tornarão desoladoras as Nações Unidas, e o que é sensato fazer agora quanto àquilo que há de ser desolado, para se fazer parte do povo de Deus?
44 Portanto, a Oitava Potência Mundial, as Nações Unidas, transformar-se-á numa ‘coisa que causa desolação’ ao causar a desolação da simbólica meretriz internacional, Babilônia, a Grande. A antiga Babilônia, no rio Eufrates, foi uma cidade, e Babilônia, a Grande, portanto, e comparada a uma “grande cidade”. E visto que ela “tem um reino sobre os reis da terra”, Babilônia, a Grande, significa o império mundial da religião falsa. A coisa que as pessoas sensatas devem fazer agora é sair do babilônico império mundial da religião falsa antes que lhe sobrevenha a destruição, para que não sejam destruídas junto com ele. É isto o que a brado inspirado, desde o céu, diz aos que desejam ser o povo de Deus, declarando: “Saí dela, povo meu, se não quiserdes compartilhar com ela nos seus pecados e se não quiserdes receber parte das suas pragas.” — Revelação 18:1-4.
45. (a) O que se precisa dizer quanto a se as pessoas que pertencem às igrejas da cristandade já saíram de Babilônia, e por quê? (b) Portanto, por que precisa a cristandade ser destruída junto com Babilônia, a Grande?
45 Não é hora para sermos enganados. Visto que a cristandade afirma ser cristã, as pessoas de suas igrejas, pertencentes às suas centenas de seitas religiosas, não devem pensar que já saíram de Babilônia, a Grande. Enquanto permanecerem parte da cristandade, permanecem com Babilônia, a Grande, e compartilham dos pecados dela. Por quê? Porque a própria cristandade faz parte de Babilônia, a Grande, sendo, de fato, a parte mais dominante daquele império mundial de religião falsa. Além disso, a cristandade culpada de guerras e manchada de sangue é a antitípica e hodierna Jerusalém infiel, da qual todos os verdadeiros discípulos de Jesus têm de fugir para salvar a vida. Pois, quando a Oitava Potência Mundial (as Nações Unidas) desolar Babilônia, a Grande, destruirá também a parte mais repreensível de Babilônia, a Grande, a saber, a cristandade. Os amantes da vida em harmonia com o verdadeiro Deus têm de fugir da cristandade sem demora, assim como os discípulos judaicos de Jesus Cristo fugiram da Judéia e de Jerusalém depois de verem a “coisa repugnante que causa desolação . . . em pé” no lugar considerado muito sagrado pelos judeus.
46. Como se deu no ano de 1917 um aviso antecipado ao povo temente a Deus para sair de Babilônia, a Grande’?
46 Durante esta “presença” ou parusia do Rei reinante Jesus Cristo, desde 1914 E.C., as pessoas tementes a Deus foram avisadas para saírem de Babilônia, a Grande, a fim de não serem apanhadas pela destruição dela. Um aviso adiantado foi dado pela publicação do livro intitulado “O Mistério Consumado”, pela Associação do Púlpito do Povo, em julho de 1917, depois de os Estados Unidos da América terem entrado na Primeira Guerra Mundial. Este livro apresentou um comentário de versículo por versículo de todo o livro de Revelação ou Apocalipse, inclusive os capítulos dezessete e dezoito. Este é o livro que foi proscrito pelo governo no início do ano seguinte. Antes disso, porém, tal aviso antecipado foi dado extensamente no domingo, 30 de dezembro de 1917. Isto foi feito na manhã daquele dia, por uma distribuição coordenada, em todo aquele país, do tratado Mensário dos Estudantes da Bíblia, de quatro páginas, Volume 9, N.º 9, intitulado “A Queda de Babilônia”. Esta distribuição simultânea deste tratado de fraseologia forte, de costa a costa, naquele país, foi acompanhada por discursos públicos sobre o assunto de Babilônia, naquela tarde de domingo. — Veja The Watch Tower and Herald of Christ’s Presence, de 15 de dezembro de 1917, página 370, sob o título “Dia dos Voluntários — 30 de Dezembro”.
47. (a) Após a Primeira Guerra Mundial, as cogitações dos estudantes da Bíblia no início do após-guerra ocupavam-se com a identificação de quê? (b) O que disse sobre isso a Torre de Vigia de 1 de janeiro de 1921?
47 Visto que a hodierna Babilônia, a Grande (inclusive a cristandade), há de ser destruída pela “coisa repugnante que causa desolação”, as cogitações dos estudantes da Bíblia no início do após-guerra ocupavam-se com a identificação do que seria a coisa repugnante ou abominação nos acontecimentos do século vinte. Após o estabelecimento da Liga das Nações e se dar ao Império Britânico um mandato sobre a Palestina, A Torre de Vigia, de 1.º de janeiro de 1921, página 12, em inglês, sob o título “Falado por Daniel”, dizia:
. . . visto que a terra pertence a Jeová, segue-se que as feras em questão [de Revelação, capítulo 13] não têm autoridade para exercer um poder controlador sobre a terra da Palestina; e sua coisa feita pelo homem, a Liga das Nações (sob cuja autoridade o Império Britânico tem o mandato sobre a Palestina), é uma abominação para o Senhor. Esta abominação, portanto, está em pé onde não devia estar. . . .
Note, então, a evidência corroboradora adicional, de que chegamos ao fim do mundo; i. e., a abominação da desolação estar em pé onde não devia estar — “estar no lugar santo”, a Terra Santa, a própria terra de Deus, e ver Jerusalém “cercada por exércitos” — os exércitos de outra fera, e entenda aquele que souber ler e saiba que chegamos ao fim do mundo. . . .
48. No ano de 1926, identificou-se a organização internacional em prol de paz e segurança mundiais como sendo o quê, e em que ocasião?
48 Embora baseada na aplicação literal de Mateus 24:15 e Marcos 13:14 (Versão Autorizada, em inglês), a conclusão mostrou ser correta, de que a “abominação da desolação” (ou: “a coisa repugnante que causa desolação”) era naquele tempo a Liga das Nações. Anos depois, esta organização internacional em prol de paz e segurança mundiais foi identificada como sendo a Oitava Potência Mundial da profecia bíblica. Esta identificação veio na noite de domingo, 30 de maio de 1926, no discurso público proferido no Royal Albert Hall, em Londres, na Inglaterra, e intitulado “Por Que as Potências do Mundo Cambaleiam — O Remédio”. Ao tratar do tema “Predita a Liga”, o orador, o Presidente J. F Rutherford, da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E U. A ), disse:
Deus predisse as sete potências mundiais, a saber Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia Grécia, Roma e o Império Britânico, e também predisse que das sete surgiria a oitava. Esta última é também simbolizada por uma “fera”, porque seu objetivo é governar e controlar os povos da terra. O Senhor predisse seu nascimento, sua breve existência e seu fim eterno. — Revelação 17:10, 11; Isaías 8:9, 10. — Veja The Watch Tower de 15 de julho de 1926, página 215.
49. Por que não demoraram os do restante dos “escolhidos” em sair de Babilônia, a Grande, até a virem cercada por exércitos acampados?
49 Assim, depois de terminar a Primeira Guerra Mundial em 1918, os sobreviventes do restante ungido dos “escolhidos” de Jeová começaram a avistar a “coisa repugnante que causa desolação” e a obter um entendimento dela, bem como do que significava seu aparecimento na cena mundial. Haviam ficado em escravidão à Babilônia, a Grande, e seus amantes políticos e militares, durante a Primeira Guerra Mundial, e passaram então a acatar a chamada celestial, de sair dela. Aqueles tementes a Deus, que depois foram acrescentados ao Seu restante de “escolhidos” também obedeceram à ordem divina e saíram de Babilônia, a Grande (inclusive da cristandade). Visto que a antitípica Jerusalém infiel, a saber, a cristandade, não se restringe à Jerusalém terrestre e à terra da Palestina, mas é mundial, os que fugiam dela não precisavam esperar até verem a cristandade cercada pelas forças armadas da Oitava Potência Mundial (a organização internacional de paz e segurança mundiais). A ordem angélica: “Saí dela, povo meu, se não quiserdes compartilhar com ela nos seus pecados e se não quiserdes receber parte das suas pragas”, não esperou até aquele acontecimento.
50. (a) Aquela fuga cedo, dos “escolhidos” de Jeová, foi indício de quê, e um bom exemplo para quem? (b) Depois de acontecer o quê com a “coisa repugnante” é destruída Babilônia, a Grande?
50 No entanto, a fuga dos “escolhidos” ungidos de Jeová, antes deste acontecimento, foi um indício digno de nota de que a desolação da cristandade infiel e do restante de Babilônia, a Grande, se aproximava e devia acontecer durante esta geração, durante a vida da Oitava Potência Mundial, que é curta como se fosse apenas “uma hora”. A pronta fuga, logo cedo, dos “escolhidos” de Jeová foi um exemplo fidedigno para ser seguido pela “grande multidão” das “outras ovelhas” de Cristo, a partir do ano de 1935 E.C. e até agora. A desolação da antitípica Jerusalém infiel, a cristandade, e do remanescente de Babilônia, a Grande, pelas forças armadas da “coisa repugnante” não pode agora estar muito longe no futuro. Note-se que a “coisa repugnante” faz a sua desolação de Babilônia, a Grande, depois de subir do “abismo” como a Oitava Potência Mundial. A Oitava Potência Mundial, sob a forma da Liga das Nações, caiu no “abismo” de impotência semelhante à morte ao irromper a Segunda Guerra Mundial em 1939, e subiu do “abismo” em 1945, mas sob a forma das Nações Unidas. (Revelação 17:8, 11, 12) Isto foi há uns trinta anos atrás. Não é seguro de morar mais em fugir!
POR QUE HAVERÁ UMA “GRANDE TRIBULAÇÃO” SEM IGUAL
51. (a) Por que será deveras “grande” a tribulação sofrida pela antitípica Jerusalém infiel? (b) O que acontecerá aos que demorarem na sua fuga para fora de Babilônia, a Grande?
51 A desolação da hodierna antitípica Jerusalém infiel, a cristandade, deveras fará parte duma “grande tribulação tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo”. (Mateus 24:21) O domínio da cristandade é mundial, muito maior do que a terra de Israel, na qual se situa a cidade terrena de Jerusalém qual capital. O domínio de Babilônia, a Grande, que “tem um reino sobre os reis da terra”, é ainda maior do que o da mera cristandade. Por conseguinte, quando os “dez chifres” simbólicos e o restante da “fera” cor de escarlate começarem a odiar a meretrícia e religiosa Babilônia, a Grande, e a desolá-la, será uma calamidade religiosa sem igual, abrangendo todo nosso planeta. A cristandade não receberá a proteção de Deus, assim como tampouco o restante de Babilônia, a Grande, imoral e culpada de sangue. Se a destruição de Jerusalém em 70 E.C. já foi horrível, e foi quadro profético, então esta calamidade religiosa, mundial, também será horrível. Os religiosos que então não tiverem acatado a chamada divina para sair dela, mas que egoistamente tiverem ficado em Babilônia, a Grande, serão contados como partícipes dos pecados dela e provarão merecidamente parte das pragas dela.
52. (a) Por que não é a destruição de Babilônia, a Grande, a única parte da “grande tribulação”? (b) Depois de a Oitava Potência Mundial agir como desoladora, o que fará então?
52 A destruição de Babilônia, a Grande, não é tudo o que há na vindoura “grande tribulação”. Essa é apenas a primeira parte dela. Os elementos políticos, comerciais e sociais do mundo mantiveram relações impuras, de prazeres e materialmente lucrativas, com a religiosa Babilônia, a Grande. Compartilharam com ela na sua culpa de sangue e na sua oposição a Jeová Deus, bem como em perseguir os verdadeiros discípulos de Jesus Cristo e em obstruir sua pregação destas “boas novas do reino”, em testemunho. Por isso terão de prestar contas a Deus. Os elementos políticos também dão seu apoio à Oitava Potência Mundial, as Nações Unidas, e suas nações constituem os membros dela. Esta Oitava Potência Mundial não-cristã ergue-se em resistência desafiadora contra o reino messiânico de Jeová. Com a aprovação dos clérigos da cristandade, ocupa na terra o lugar do legítimo reino de Deus, de seu Cristo Depois de desolar sua antiga amante, Babilônia, a Grande, lutará irreligiosamente, com pleno poder militante, contra o Rei reinante de Jeová, o Cordeiro Jesus Cristo.
53. Por que será o descrito em Revelação 17:12-14 o clímax da “grande tribulação”?
53 O apóstolo João descreve esta lata decisiva na seguinte linguagem simbólica: “E os dez chifres que viste significam dez reis, os quais ainda não receberam um reino, mas eles [por se tornarem membros da Oitava Potência Mundial] recebem autoridade como reis por uma hora, junto com a fera. . . . Estes batalharão contra o Cordeiro, mas, porque ele é Senhor dos senhores e Rei dos reis, o Cordeiro os vencerá. Também o farão com ele os chamados, e escolhidos, e fiéis.” (Revelação 17:12-14) Isto significará o clímax da “grande tribulação”, a saber, “a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. Uma descrição mais ampla desta guerra universal é fornecida em Revelação 19:11-21.
54. Quantos inimigos terrestres enfrentará Jeová então em combate e que comparação haverá entre esta matança e qualquer anterior?
54 Isto envolverá os mais de três bilhões de habitantes de nosso globo terrestre. Mesmo o dilúvio dos dias do patriarca Noé, embora global, não envolveu tantos humanos, apenas 1.656 anos depois da criação do homem. Deus, o Todo-poderoso, na sua “guerra do grande dia”, pode superar todo o poderio de bombas nucleares de todas as nações terrestres, e pode travar combate com todos os seus inimigos terrestres combinados. (Revelação 16:13-16) Pressagia uma matança tal qual este planeta nunca antes presenciou, nem jamais ocorrerá de novo. Pouco é de surpreender, então, que Jesus, olhando muito para além da desolação da antiga Jerusalém em 70 E.C., observasse: “De fato, se Jeová não tivesse abreviado os dias, nenhuma carne se salvaria. Mas, por causa dos escolhidos, que ele escolheu, abreviou os dias.” — Marcos 13:20.
55. (a) De que modo se dará a abreviação dos dias da tribulação “por causa dos escolhidos”? (b) Quem se aproveitará deste arranjo?
55 Embora tenha de ser milagroso, alguma carne ‘se salvará’. Isto se dará por Jeová abreviar o número dos dias da “grande tribulação”, fazendo-o “por causa dos escolhidos, que ele escolheu”. Jeová acha bom abreviar o número dos dias da tribulação não por tirar seus “escolhidos” da face da terra, mas por tirá-los de toda associação com este sistema condenado de coisas e por fazer isso antes de começar o tempo programado para a “grande tribulação”. Não somente tirará seus “escolhidos” ungidos para uma condição de segurança, sob a sua proteção, mas também tirará a “grande multidão” de “justos” semelhantes a ovelhas, que fazem o bem até mesmo aos mínimos dos irmãos espirituais de Cristo. (Mateus 25:31-40) Tendo separado dos caprinos tanto os seus “escolhidos” como os da “grande multidão”, Jeová Deus, mediante seu Cordeiro Jesus Cristo, poderá liquidar rapidamente a execução da vingança divina em todos os seus inimigos que restam como parte do sistema mundial de coisas. — Romanos 9:28.
56. Na destruição de Jerusalém em 70 E.C. quem constituiu a “carne” que foi salva, e apesar de que coisa que havia em seu desfavor?
56 Isto garantirá que alguma “carne” se salve aqui mesmo na terra. Jeová Deus, o Criador, não vai deixar que a raça humana seja eliminada da terra, nem por bombas nucleares feitas pelo homem, nem por suas forças executoras, celestiais. Salvou-se “carne” na forma de 97.000 judeus, na destruição de Jerusalém, em 70 E.C. Estes 97.000 haviam visto Jerusalém cercada por exércitos romanos, acampados, no ano 66 E.C. Mas aquele breve sítio e estar a “coisa repugnante” onde não devia estar em pé, no lugar santo, não fazia parte de sua “grande tribulação”. A “tribulação” não tinha duas partes. Aquele sítio pelo General Céstio Galo foi inesperadamente levantado, e o recuo dos exércitos romanos transformou-se em debandada, com uma vitória alegre para os judeus. Mas quando a “grande tribulação” começou na primavera de 70 E.C., então aqueles 97.000 conseguiram sobreviver apenas porque o número dos dias da tribulação foi abreviado. Aqueles 97.000 foram poupados com vida apesar de não serem dos “escolhidos” de Jeová. Mas a sua vida só foi poupada para a escravidão durante o resto de seus dias, em todo o Império Romano.
57. Quem constituirá a “carne” que será salva na vindoura “grande tribulação”, e o que se dirá a respeito deles?
57 A abreviação do número dos dias da iminente “grande tribulação” é uma garantia de que novamente se salvará alguma “carne”. Esta vez, porém, a “carne” salva não será a de quaisquer de seus inimigos, assim como se deu com aqueles judeus rebeldes, não-cristãos, encurralados na antiga Jerusalém. Esta vez, todos os seus inimigos são sentenciados à destruição. A “carne”, além dos seus “escolhidos”, será a “grande multidão” de pessoas obedientes, semelhantes a ovelhas, que obedeceram aos seus mandamentos e abandonaram o sistema condenado de coisas (inclusive a cristandade), tomando sua posição do lado Dele. Salvos com vida para a nova ordem de Deus, sob o reinado milenar de Cristo, dir-se-á dos desta “grande multidão” de “carne”: “Estes são os que saem da grande tribulação.” (Revelação 7:14) Quão feliz será então esta “grande multidão” de sobreviventes! Quão clemente, também, da parte de Jeová, é abreviar a tribulação!
ADVERTÊNCIA DO MESSIAS CONTRA OS FALSOS MESSIAS
58, 59. (a) Como se mostraram desapontadores os falsos cristos preditos por Jesus, e eles fizeram com que os judeus olhassem para quem, após a destruição de Jerusalém? (b) O que mais disse Jesus a respeito das táticas usadas com relação aos falsos cristos?
58 Na profecia de Jesus sobre o “sinal” de sua “presença” (parusia) e a “terminação do sistema de coisas”, Jesus indicou que surgiriam falsos cristos antes da desolação de Jerusalém em 70 E.C. Ele iniciou sua profecia neste tom, dizendo aos seus apóstolos indagadores: “Olhai para que ninguém vos desencaminhe; pois muitos virão à base do meu nome, dizendo: ‘Eu sou o Cristo’, e desencaminharão a muitos.” (Mateus 24:4, 5) Mas, eles mostraram ser falsos, impostores; porque não produziram a libertação de Jerusalém, nem qualquer libertação. Após a destruição de Jerusalém, os judeus que não cressem em Jesus como sendo o Messias teriam de continuar a aguardar um Messias na carne. Por outro lado, os cristãos judaicos e não-judaicos teriam de continuar a aguardar a prometida “presença” (parusia) do verdadeiro Messias, Jesus, o Filho de Deus. A tática que os enganadores empregariam para induzir os interessados a ir após pretensos messias foi descrita por Jesus após predizer a desolação literal de Jerusalém pelas legiões romanas. Ele continuou a dizer:
59 “Então, se alguém vos disser: ‘Eis aqui está o Cristo!’ ou: ‘Ali!’, não o acrediteis. Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios, a fim de desencaminhar, se possível, até mesmo os escolhidos. Eis que eu vos avisei de antemão. Portanto, se vos disserem: ‘Eis que ele está no deserto!’, não saiais; ‘eis que ele está nos aposentos interiores!’, não o acrediteis. Pois, assim como o relâmpago sai das regiões orientais e brilha sobre as regiões ocidentais, assim será a presença [parousia] do Filho do homem. Onde estiver o cadáver, ali se ajuntarão as águias.” — Mateus 24:23-28.
60. Qual seria o motivo de um falso cristo estar “no deserto” ou “nos aposentos interiores”?
60 Melhor do que qualquer outro na terra, Jesus, “o Filho do homem”, sabia como realizaria sua vinda e presença. Ele não se situaria nem “aqui”, nem “ali”, nem em qualquer lugar específico da terra. Não apareceria em algum lugar isolado, “no deserto”, de modo que os que buscam o Messias possam recorrer a ele lá longe da observação por parte das autoridades governamentais do país, para poderem treinar sob a liderança dele lá fora e preparar-se para dar um golpe político, um golpe de estado, empossando-o como governante messiânico do mundo. (Atos 5:36, 37; veja 1 Samuel 22:1, 2.) Nem se esconderia em “aposentos interiores”, cujo lugar fosse conhecido apenas a uns poucos escolhidos, para que pudesse ali conspirar sem ser observado e descoberto e traçar planos secretos com os cúmplices, para derrubar o governo mundial e fazer-se ungir como o Messias prometido. (Veja 2 Reis 9:4-14.) Ao contrário, não haveria nada para esconder a respeito de Jesus se ter tornado Rei e começado sua presença régia.
61, 62. (a) De que modo havia de ser a parusia de Cristo semelhante ao relâmpago? (b) Que palavras de Jesus a respeito do que devia ser divulgado pelos seus apóstolos aplicam-se aos seus discípulos hoje em dia?
61 Sua presença ou parusia havia de ser igual ao relâmpago quanto ao seu efeito. Sua parusia havia de ser semelhante ao relâmpago, não em lampejar de repente, inesperadamente e numa fração de segundo. A ênfase dada ali não é em o relâmpago brilhar instantaneamente, sem ser anunciado, mas em brilhar sobre uma vasta região, das partes orientais às partes ocidentais. (Lucas 17:24) O poder iluminador do relâmpago é igual ao descrito no Salmo 97:4: “Seus relâmpagos iluminaram o solo produtivo; a terra viu e ficou em severas dores.” Também, os habitantes da terra não haviam de ficar em escuridão a respeito da parusia do Filho do homem. Todas as pessoas haviam de ser iluminadas, de horizonte a horizonte, a respeito da parusia régia dele. Esta se havia de tornar tão pública como o lampejo do relâmpago, pelo seu poder iluminador, seu brilho extenso. As palavras de Cristo aos seus apóstolos há dezenove séculos atrás aplicam-se hoje aos discípulos dele, que conhecem sua parusia invisível:
62 “Portanto, não os temais; pois não há nada encoberto que não venha a ser descoberto e não há nada secreto que não venha a ser conhecido. O que eu vos digo na escuridão, dizei na luz; e o que ouvis sussurrado, pregai dos altos das casas.” — Mateus 10:26, 27.
63. (a) Qual é a finalidade do surgimento destes preditos falsos cristos e falsos profetas? (b) De que modo são os fiéis “escolhidos” iguais as águias que se ajuntam onde há um cadáver?
63 A finalidade do surgimento de falsos cristos e falsos profetas é “desencaminhar, se possível, até mesmo os escolhidos”. (Mateus 24:23-25; Marcos 13:21-23) Mas os fiéis “escolhidos” não se deixarão induzir a uma busca inútil. Não se deixarão levar em diversas direções, em busca de algum pretendente visível na carne. Não se deixarão atrair a algum homem visível, na carne, que afirme ser o Cristo, fazendo grandes demonstrações para provar sua identidade como tal. (Lucas 17:22, 23) Sabem das Escrituras para onde devem olhar. São como as águias, cuja vista aguda aumenta coisas microscópicas longe embaixo na terra, sem erro. (Jó 39:27-29) Portanto, não se ajuntam a um falso cristo, só para acabar espiritualmente desnutridos. Iguais às águias que podem enxergar o cadáver comestível desde longe e que se ajuntam ali para uma refeição em comum, os “escolhidos” discernem onde se encontra o verdadeiro alimento espiritual, a saber, junto ao verdadeiro Cristo, na sua parusia invisível, e ali é que se ajuntam e encontram nutrição espiritual. — Lucas 17:37.
64. (a) Onde apenas podem apresentar-se os falsos cristos, e por quê? (b) Conforme Jesus disse então, onde apareceria o sinal dele após a tribulação daqueles dias?
64 De modo algum fará o Rei Jesus Cristo, na sua parusia, um aparecimento visível na carne, em qualquer lugar da superfície da terra. Isto é tudo o que os falsos cristos podem fazer, sendo meros homens de sangue e carne. Mas é diferente com o ressuscitado, glorificado e reinante Senhor Jesus Cristo. (1 Timóteo 6:14-16) É para isto que ele chamou a atenção de seus apóstolos, ao prosseguir ainda mais com a sua profecia, dizendo: “Imediatamente depois da tribulação daqueles dias, o sol ficará escurecido, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se baterão então em lamentação, e verão o Filho do homem vir nas nuvens do céu, com poder e grande glória. E enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e eles ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma extremidade dos céus até à outra extremidade deles.” — Mateus 24:29-31; Marcos 13:24-27.
FENÔMENOS CELESTES “IMEDIATAMENTE DEPOIS”
65. A que “tribulação daqueles dias” referia-se Jesus ali, e ocorreu o que ele predisse “imediatamente depois”, sem intervalo, após essa “tribulação”?
65 Pela sua expressão, “imediatamente depois da tribulação daqueles dias”, Jesus evidentemente se referia aos dias da “grande tribulação”, que sobrevieram à Jerusalém do Oriente Médio das mãos dos romanos, em 70 E.C. No entanto, poderemos pesquisar quanto quisermos os registros históricos, não acharemos coisas tais como Jesus descreveu ocorrendo “imediatamente depois”, no sentido de logo em seguida, sem interrupção, numa seqüência ininterrupta qual cadeia de acontecimentos. Logo após a “grande tribulação” que terminou na destruição de Jerusalém, não ‘apareceu no céu’ o “sinal do Filho do homem” e os sitiadores romanos, bem como outras “tribos da terra”, não ‘bateram em si mesmos em lamentação’ diante da vista observável do Filho do homem vindo em nuvens e com “poder e grande glória”. A história autêntica registra que, depois de as legiões romanas destruírem a cidade santa de Jerusalém, sitiaram a última fortaleza judaica, o forte no cume do monte Massada, na margem ocidental do Mar Morto, capturando-a no ano 73 E.C., completando assim a subjugação de toda a província da Judéia. Pois bem, estava Jesus errado quanto a este ponto?
66. Portanto, foi Jesus um falso profeta? Ou o que há evidentemente de errado, neste ponto, com respeito a palavra “imediatamente”?
66 Não, Jesus não era ali falso profeta. Não podia errar sob a inspiração do espírito santo de Deus. Então, o que há de errado nisso? Evidentemente, o entendimento que se costuma ter da expressão “imediatamente depois”. Parece evidente que aqui o significado de “imediatamente” é similar ao daquele em João 6:21 (Pontifício Instituto Bíblico) onde diz, depois de Jesus ter andado sobre as águas do Mar da Galiléia e subido a bordo do barco em que estavam seus discípulos: “E imediatamente o barco chegou à terra para onde se dirigiam.” Certamente, decorreu mais do que um momento antes de chegarem à terra. É similar à expressão “em breve”, em Revelação 1:1, onde lemos: “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu, para mostrar aos seus escravos as coisas que têm de ocorrer em breve.” Esta expressão “em breve” estende-se no tempo desde que o apóstolo João obteve a Revelação, por volta de 96 E.C., até os cumprimentos de Revelação em nosso século vinte. (Compare a extensão do tempo abrangida pela expressão “em breve” em Romanos 16:20.)
67. Então, como devemos entender as palavras de Jesus “imediatamente depois”?
67 Para harmonizar a profecia de Jesus em Mateus 24:29 com os fatos disponíveis, temos de entender que a expressão de Jesus “imediatamente depois” pula séculos de tempo até o nosso século vinte.c Neste tempo atual, durante a parusia do Filho do homem, desde o ano 1914 E.C., temos coisas e acontecimentos que correspondem com o que Jesus predisse naquele versículo.
68, 69. (a) De que modo foi a situação mundial desde 1914 igual aos efeitos que Jesus predisse a respeito dos corpos celestes? (b) Por causa da incapacidade própria, como têm sido os homens semelhantes aos descritos em Isaías 59:9, 10 e Sofonias 1:17, 18?
68 Os historiadores concordam que desde 1914 E.C. a humanidade entrou no período mais negro de sua existência. É como se o sol tivesse sido “escurecido” durante as horas do dia, como se a lua ‘não desse a sua luz’ de noite e como se, durante o mesmo período noturno sem lua, as estrelas tivessem caído do céu e desaparecido no negrume da noite Para o sistema condenado de coisas, inclusive a cristandade, não há nenhum brilho na perspectiva futura, quer durante o dia, quer durante a noite. A incapacidade dos homens, mesmo na cristandade, de verem uma saída da situação mundial pelos seus próprios meios humanos é bem retratada nas antigas profecias bíblicas, nas seguintes palavras:
69 “Continuamos a esperar a luz, mas eis a escuridão; a claridade, mas estávamos andando em contínuas trevas. Continuamos a tatear pelo muro assim como os cegos e prosseguimos tateando como os que não têm olhos. Tropeçamos ao meio-dia como no crepúsculo vespertino; entre os robustos somos como mortos.” (Isaías 59:9, 10) “E [eu, Jeová] vou causar aflição à humanidade, e hão de andar como cegos; porque foi contra Jeová que eles pecaram. E seu sangue será realmente derramado como pó e suas vísceras como fezes. Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia da fúria de Jeová; mas toda a terra será devorada pelo fogo do seu zelo, porque ele fará uma exterminação, sim, uma terrível, de todos os habitantes da terra.” — Sofonias 1:17, 18.
70. (a) À luz das observações científicas, como perderam os céus sua aparência benigna? (b) De que modo foram abalados os poderes dos céus?
70 Os céus parecem ter perdido sua aparência benigna. A ciência moderna informa-nos de grandes protuberâncias de energia atômica que se lançam por milhares de quilômetros no espaço e que aparecem como manchas solares, mas que enviam enormes correntes de partículas que atingem e afetam nossa terra. Nossa terra está sendo bombardeada continuamente por raios invisíveis de energia nuclear procedentes de regiões desconhecidas do espaço sideral. Nossos telescópios de radar captam sinais de radar de estrelas invisíveis ao olho do mais poderoso telescópio, mas que assim mesmo dão evidência de sua existência no espaço. Houve seis alunissagens de astronautas na lua, a qual alguns militaristas gostariam de transformar numa base militar para dirigir a guerra contra inimigos na terra. E quando pensamos nos aviões de guerra supersônicos e nos mísseis balísticos intercontinentais com ogivas atômicas e nucleares de horrível destrutividade, reconhecemos tanto mais o significado solene das palavras de Jesus: “E os poderes dos céus serão abalados.” (Mateus 24:29) Os homens invadiram os céus e o espaço sideral e perturbaram o equilíbrio normal das coisas.
71. (a) Como se tornaram ameaçadores os mares e foi afetada mal a atmosfera? (b) Que aviso foi publicado em 1970 no Medical News-Tribune de Londres?
71 Até mesmo o mar, que antes era um universo oculto, tornou-se agora uma região ameaçadora. Está cheio de submarinos de invenção humana, modernizados com os mais recentes dispositivos de disparo de mísseis para enviar desde as profundezas a trovejante destruição sobre os habitantes indefesos da terra seca. Além disso, o mar está ficando poluído por causa do lançamento de resíduos destruidores da vida na profundidade salgada. O mar está sob a ameaça de ficar tão morto como o lugar mais baixo da terra, o Mar Morto do Oriente Médio. Ao mesmo tempo, a atmosfera acima do mar, bem como a terra seca, estão ficando poluídas pelas crescentes descargas de fumaça mortífera de fábricas, veículos a motor, e aviões continentais e transatlânticos. Não foi sem boa previsão das conseqüências que o jornal Medical News-Tribune de Londres, Inglaterra, de 27 de março de 1970, encabeçou a advertência: “Até 1984, a Terra já Pode Estar Morta.”
“NO CÉU O SINAL DO FILHO DO HOMEM”
72, 73. (a) Se não é o próprio planeta terrestre, então o que há de ser destruído, e como? (b) Que espécie de sinal a respeito do Messias foi dada há dezenove séculos atrás, mas que espécie será dada durante a sua parusia, conforme ele disse?
72 Contudo, este planeta terra nunca será destruído por uma guerra nuclear dos homens. Nunca chegará a ser chamado de “O Extinto Grande Planeta Terra”. Nunca permitirá seu Criador que a terra se torne despida de toda a vida de criaturas, inclusive da vida humana. O que será destruído é o sistema internacional de coisas que prevalece agora na terra. Sua destruição virá da parte de Deus, por meio de seu Rei messiânico, Jesus Cristo, com todos os seus santos anjos. Quando Jesus esteve na terra, na carne, e foi chamado Filho do homem, os judeus céticos pediram “que lhes mostrasse um sinal do céu”, em prova de que ele era deveras o Messias prometido. Mas ele lhes disse que só lhes seria dado um sinal terreno, “o sinal de Jonas”. Este sinal foi dado quando Jesus esteve morto durante partes de três dias, no coração da terra, e então foi ressuscitado dentre os mortos, no terceiro dia. (Mateus 16:1-4; 12:39, 40) Mas agora, durante a sua parusia invisível em espírito, os habitantes da terra receberão um “sinal” “no céu”. Depois de falar sobre como os poderes dos céus seriam abalados, Jesus prosseguiu:
73 “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se baterão então em lamentação, e verão o Filho do homem vir nas nuvens do céu, com poder e grande glória.” — Mateus 24:30.
74, 75. (a) A que se refere a palavra “vir”, de Jesus, em Mateus 24:30, e como se dá esta ‘vinda’? (b) Esta profecia sobre o “sinal do céu” está relacionada com que profecia de Daniel?
74 Isto não se refere ao começo de sua parusia ou à sua chegada em espírito, mas a ele “vir” (em grego: erkhómenon) na “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo”. Descrever-se sua ‘vinda’ como sendo “nas nuvens do céu” torna claro que se trata duma vinda invisível, por focalizar sua atenção de longo alcance nesta terra e por projetar seu poder sobre ela com força destrutiva. Faz-se com que as pessoas se apercebam que ela não procede dos homens, mas do céu, do glorificado Filho do homem, que age como Representante de Deus. Isto se relaciona com o sinal no céu visto pelo profeta Daniel e descrito por ele, dizendo:
75 “Continuei observando nas visões da noite e eis que aconteceu que chegou com as nuvens dos céus alguém semelhante a um filho de homem; e ele obteve acesso ao Antigo de Dias, e fizeram-no chegar perto perante Este. E foi-lhe dado domínio, e dignidade, e um reino, para que todos os povos, grupos nacionais e línguas o servissem. Seu domínio é um domínio de duração indefinida, que não passará, e seu reino é um que não será arruinado.” — Daniel 7:13, 14.
76. (a) Quando começou o cumprimento desta visão de Daniel? (b) Como é que todas as tribos verão ‘vir” o Filho do homem, e quem não se Juntara a elas em lamento egoísta?
76 O cumprimento desta visão de Daniel ficou invisível, nos céus espirituais, a partir de 1914 E.C. Portanto, no tempo designado de Deus, o glorificado Filho do homem passa a agir com sua autoridade e seu poder contra Babilônia, a Grande (inclusive a cristandade), e as nações hostis desta terra. A evidência de sua atuação contra elas, que poderão ver e sentir, será como um “sinal” “no céu” para elas. Em face de seu iminente aniquilamento, “todas as tribos da terra se baterão então em lamentação”. No entanto, os do restante dos “escolhidos” de Deus e da “grande multidão” dos semelhantes a ovelhas, todos os quais se separaram de Babilônia, a Grande, e dos amantes dela, não se juntarão a estas tribos aterrorizadas da terra no seu lamento egoísta. Terão sido todos ajuntados ao lado direito do Rei reinante, Jesus Cristo. — Revelação 7:9-17; Mateus 25:31-40.
O AJUNTAMENTO ANGÉLICO DOS “ESCOLHIDOS”
77. (a) Até então, que ajuntamento se terá completado, e desde quando? (b) Como se tem realizado este ajuntamento como que com grande som de trombeta”?
77 Até então se terá completado o que Jesus descreveu a seguir, a saber: “E enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e eles ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma extremidade dos céus até à outra extremidade deles.” (Mateus 24:31) Este ajuntamento angélico dos “escolhidos” tem prosseguido durante a sua parusia. Foi no ano de após-guerra de 1919 que os “escolhidos” começaram a sair de sua escravidão em Babilônia, a Grande, e retornar ao seu domínio espiritual dado por Deus, na terra, similar ao retorno do restante judaico de Babilônia para a sua pátria, no ano 537 A. E. C. A proclamação saiu desde então semelhante a um “grande som de trombeta”, de que o reino messiânico de Deus foi estabelecido nos céus e que deviam tomar posição firme do lado do reino celestial e pregar “estas boas novas do reino” em todo o mundo. Esta proclamação das boas novas foi feita como que por uma trombeta na direção dos “quatro ventos”. Foi ouvida de uma extremidade dos céus à outra.
78. (a) Este ajuntamento angélico dos “escolhidos” tem sido evidente a todos os homens especialmente em que ocasiões? (b) Especialmente quem tem estado cônscio de tal ajuntamento e como têm agido?
78 Em harmonia com os tons convidativos do “grande som de trombeta”, os anjos celestiais que acompanham o Filho do homem na sua parusia têm ajuntado seus “escolhidos” de todos os quadrantes do globo. Este ajuntamento tem sido aparente para todos os homens, especialmente nas séries de assembléias em grande escala, realizadas a partir do congresso geral da A. I. E. B. em 1.º a 8 de setembro de 1919, até às assembléias internacionais sobre o tema “Vitória Divina”, realizadas pelas testemunhas, em todo o globo, durante o ano de 1973. (Veja o anúncio das assembléias em todo o mundo, nas páginas 94 e 95 do número de 1.º de fevereiro de 1973 da Sentinela em inglês.) Especialmente os da “grande multidão” estão cônscios do ajuntamento angélico dos “escolhidos” durante a parusia de Cristo, e eles também tomam sua posição do lado do reino messiânico de Deus, reunindo-se e trabalhando com os “escolhidos” ajuntados.
79. Em vista do cumprimento da profecia de Jesus até agora, é evidente que está próxima que expressão de emoção pelas tribos terrestres?
79 Em vista do cumprimento até agora da profecia de Jesus a respeito da “terminação do sistema de coisas”, seus discípulos sabem que está muito próximo o tempo de “todas as tribos da terra” se ‘baterem em lamentação’ em vista do que vêem ameaçá-las das mãos do glorificado Filho do homem.
UMA ILUSTRAÇÃO PARA SE DETERMINAR A SUA PROXIMIDADE
80. A fim de sabermos que a “grande tribulação” está perigosamente próxima, temos de dar ouvidos a que observação de Jesus, neste ponto crítico de sua profecia?
80 Não é necessário sabermos o dia e a hora do ano exato em que irromperá a “grande tribulação” contra todo este “sistema de coisas”. Para sabermos que agora está perigosamente próxima, tudo o que temos de fazer é dar ouvidos ao que Jesus disse neste ponto crítico de sua profecia: “Aprendei, pois, da figueira o seguinte ponto, como ilustração: Assim que os seus ramos novos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que o verão está próximo. Do mesmo modo, também, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo às portas. Deveras, eu vos digo que esta geração de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram. Céu e terra passarão, mas as minhas palavras de modo algum passarão.” — Mateus 24:32-35.
81. Em vista de que evidência podemos nós, desta geração, saber que o “sinal” predito por Jesus está prestes a completar-se?
81 Quanto mais precisamos ver nós, os desta geração que presenciou o irrompimento da Primeira Guerra Mundial em 1914, a respeito do cumprimento da profecia de Jesus, para saber que “ele está próximo às portas”? O que mais poderíamos desejar como evidência? Não somos deixados em ignorância inquietante a respeito do significado das coisas que têm ocorrido na terra desde o fim dos Tempos dos Gentios em 1914. Como estudiosos da Bíblia, inteligentes e entendidos; ficamos convencidos de que está próxima a conclusão do “sinal da . . . presença [de Cristo] e da terminação do sistema do coisas”. — Mateus 24:3.
82. Como disse Jesus que devemos reagir diante dos acontecimentos mundiais durante a sua parusia?
82 Deprime-nos isso? Tira-nos agora toda a alegria de viver? Não deve fazer isso e não o faz. Porque Jesus disse aos seus discípulos como deviam reagir para com os acontecimentos mundiais durante a sua parusia invisível, dizendo: “Também, haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e na terra angústia de nações, não sabendo o que fazer por causa do rugido do mar e da sua agitação, os homens ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada; porque os poderes dos céus serão abalados. E então verão o Filho do homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória. Mas, quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.” — Lucas 21:25-28.
83. Portanto, para que não é tempo, para os “escolhidos” e os da “grande multidão”, e o que significará para eles a libertação?
83 Vimos nós, os desta geração, “estas coisas principiarem a ocorrer”? Vimos “estas coisas” ocorrendo durante as décadas desde 1914 E.C.? Uma vez que as vimos, não há motivo para nós nos dobrarmos em “angústia” internacional. Não há motivo para dobrarmos mais as costas sob a escravização religiosa imposta por Babilônia, a Grande, inclusive pela cristandade. É tempo de nos pormos eretos, quais adoradores livres do Deus Altíssimo, Soberano Senhor Jeová. Não é mais o tempo próprio para olharmos desesperados para o chão. É o tempo de erguermos a cabeça para o céu e vermos à luz brilhante das Escrituras Sagradas, que contêm a profecia de Jesus, as evidências do futuro mais reconfortante para a humanidade. O significado destas evidências é inconfundível: Está próxima a libertação! Isto significa para os “escolhidos” de Deus e os da “grande multidão” de seus companheiros de adoração a sobrevivência à “grande tribulação” que é iminente. Quando sairmos desta “grande tribulação” sob a preservação divina, deixaremos atrás as ruínas irreparáveis deste atual sistema mortífero de coisas. O novo sistema de coisas de Deus se abrirá gloriosamente diante de nós!
[Nota(s) de rodapé]
a Daniel 9:26, 27, reza: “E depois de sessenta e duas semanas, o Messias será decepado, embora por nenhum crime dele; e ele, junto com o governante que virá, destruirá a cidade e o santuário. Serão destruídos com um dilúvio, e até mesmo até o fim da guerra determinada no rumo, com desolações. Então, uma semana confirmará um pacto para muitos e na metade da semana serão tirados meu sacrifício e libação. E sobre o templo haverá uma abominação das desolações, e no fim dum tempo, acabar-se-á com aquela desolação.” — The Septuagint Bible, de Charles Thomson.
b Veja Wars of the Jews de Josefo, Livro II, Capítulo XIX, seções 1-7.
c Compare isso com A Sentinela de 1.º de julho de 1971, página 406, parágrafos 30, 31. Visto que Jesus disse na mesma profecia em Mateus 24:36 que nenhuma criatura sabia “daquele dia e daquela hora” quando ele viria para destruir este sistema de coisas, ninguém podia dizer quão cedo após a destruição de Jerusalém se aplicaria a expressão “imediatamente depois”. Nós, os que vivemos dezenove séculos mais tarde, podemos reconhecer que esta expressão breve abrangeu um período tão extenso de tempo. Observamos que o versículo paralelo na narrativa de Marcos não usa o advérbio “imediatamente” antes do advérbio “depois”. — Mar. 13:24.
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O “escravo” que chegou a ver o “sinal”Aproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 17
O “escravo” que chegou a ver o “sinal”
1. Segundo a narrativa sobre a criação dos luminares celestes, Deus desejava que o homem fosse semelhante a ele em que sentido?
O CRIADOR do homem é cronometrista. Quis que o homem também marcasse o tempo. Na narrativa da criação, encontrada no primeiro capítulo de sua Palavra inspirada, lemos: “E Deus prosseguiu, dizendo: ‘Venha a haver luzeiros na expansão dos céus para fazerem separação entre o dia e a noite; e eles terão de servir de sinais, e para épocas, e para dias, e para anos. E terão de servir de luzeiros na expansão dos céus, para iluminarem a terra.’ E assim se deu. E Deus passou a fazer os dois grandes luzeiros, o luzeiro maior para dominar o dia e o luzeiro menor para dominar a noite, e também as estrelas.” (Gênesis 1:14-16) De modo que a Bíblia Sagrada mantém uma contagem de tempo relativa a existência do homem, e faz isso por épocas, dias e anos.
2, 3. (a) Como projeta a Bíblia a contagem do tempo mesmo até o ano 1914 E.C.? (b) O que disse Jesus a respeito do tempo para a sua vinda na “grande tribulação”, que ocorre durante a sua parusia?
2 A contagem do tempo, na Bíblia, vai desde a criação do homem no Jardim do Éden até que sua cronologia se liga com datas autênticas da história secular. As profecias bíblicas que contêm aspectos cronológicos projetam a contagem do tempo ainda mais longe no futuro, até o fim dos “sete tempos” de dominação gentia da humanidade sem interferência divina, até o ano 1914 E.C. (Daniel 4:16, 23, 25, 32; Lucas 21:24) Este ano foi o tempo em que começou no céu a parusia ou “presença” do glorificado Jesus Cristo. Jesus profetizou a respeito da “grande tribulação” sem paralelo, que havia de ocorrer durante a sua parusia, mas ele não focalizou o dia e a hora específicos quando este tempo de tribulação sem paralelo irromperia em todo o mundo da humanidade. Ele disse:
3 “Acerca daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente o Pai. Pois assim como eram os dias de Noé, assim será a presença do Filho do homem. Porque assim como eles eram naqueles dias antes do dilúvio, comendo e bebendo, os homens casando-se e as mulheres sendo dadas em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não fizeram caso, até que veio o dilúvio e os varreu a todos, assim será a presença do Filho do homem. Dois homens estarão então no campo: um será levado junto e o outro será abandonado; duas mulheres estarão moendo no moinho manual: uma será levada junto e a outra será abandonada. Portanto, mantende-vos vigilantes, porque não sabeis em que dia virá [em grego: érkhetai] o vosso Senhor.” — Mateus 24:36-42; Marcos 13:32, 33.
4. Portanto, as condições sociais entre a humanidade, durante a parusia de Jesus, haviam de ser semelhantes aos dias de quem e em que dias específicos?
4 Segundo esta profecia, as condições sociais entre homens e mulheres na terra, durante esta parusia invisível do Senhor Jesus Cristo, seriam iguais às dos dias de Noé, antes do dilúvio global. Evidentemente, pela referência ao tempo dos “dias de Noé”, Jesus se referia ‘àqueles dias antes do dilúvio’ quando Noé preparava a arca que Deus o mandou construir. Senão, não teria havido nada de especial para os antediluvianos tomarem nota como indício de que se programara um dilúvio para a sua geração. Esta preparação da arca situa os respectivos “dias de Noé” dentro dos últimos cem anos de sua vida antes do dilúvio, porque o dilúvio começou no seiscentésimo ano de Noé, de modo que lemos: “Noé veio a ter quinhentos anos de idade. Depois, Noé se tornou pai de Sem, Cã e Jafé.” — Gênesis 5:32; 7:11.
5. (a) Que fato mostra também que os “dias de Noé” para construir a arca eram limitados? (b) O que é provado sobre o significado de parusia pela comparação feita com os “dias de Noé”?
5 Outra limitação do tempo seria que Noé foi ordenado a levar para dentro da raça sua própria esposa, seus três filhos e as ‘esposas dos filhos’ consigo. (Gênesis 6:18) Isto indica que os três filhos de Noé estavam casados antes de começar o trabalho na arca. De modo que o tempo antes do dilúvio, durante o qual as pessoas podiam observar algo incomum acontecer, pode ter ficado reduzido a cerca de cinqüenta anos antes da catástrofe global. De qualquer modo, os “dias” concedidos para as pessoas observarem seriamente eram um tempo considerável. Visto que “assim será a presença [parusia] do Filho do homem”, prova que a parusia invisível de Cristo é um período extenso de tempo e não assinala apenas o tempo do começo da “grande tribulação” numa certa hora, dum dia específico. Em harmonia com este conceito sobre a parusia, a declaração paralela de Jesus, em Lucas 17:26, diz: “Ademais, assim como ocorreu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem.” Mas assim como os dias em que Noé construiu a arca levaram até a entrada dele e de sua própria família naquela construção enorme, assim a parusia invisível dura um período de tempo e chega ao clímax numa “grande tribulação” global.
6. (a) Em que sentido se pareceriam os dias de Noé com o tempo de sua parusia, segundo disse Jesus? (b) Então, o que estava errado da parte das pessoas?
6 Nos dias de Noé, a terra estava cheia de violência e estava sendo arruinada. (Gênesis 6:11, 12) Naturalmente, isto era ruim, errado! Mas Jesus não se referiu a isto ao mostrar a semelhança entre os dias de Noé e os dias de sua parusia ou “presença”. Jesus disse: “Comiam, bebiam, os homens casavam-se, as mulheres eram dadas em casamento, até aquele dia em que Noé entrou na arca, e chegou o dilúvio e destruiu a todos.” (Lucas 17:27) Essas coisas mencionadas eram em si mesmas corretas e certas. Então, o que era errado da parte das pessoas? Era que ficavam tão absortas nestas coisas corriqueiras e cotidianas, que não mostravam fé na mensagem de Noé da parte de Deus e não tomavam a sério o apoio que Noé deu à sua mensagem, como absolutamente verdadeira, por construir a arca em demonstração de sua fé. (Hebreus 11:7) Que esta era a coisa errada da parte das pessoas é mencionado por Jesus: “E não fizeram caso, até que veio o dilúvio e os varreu a todos.” — Mateus 24:39.
7. (a) Por causa de que foram condenadas as pessoas destruídas no Dilúvio, e devido a quê? (b) Como têm as pessoas demonstrado a mesma coisa desde 1914?
7 Os destruídos no dilúvio global estavam condenados pela sua [alta injusta de fé. Eram ímpios. Por conseguinte, Deus “não se refreou de punir um mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, junto com mais sete, quando trouxe um dilúvio sobre um mundo de pessoas ímpias”. (2 Pedro 2:5) A profecia de Jesus: “Assim será a presença do Filho do homem”, induz-nos a examinar os atos e as atitudes das pessoas de hoje em dia, durante a parusia dele, sua “presença” não vista. Encontra nelas Jeová Deus a mesma ausência de fé? Encontra a mesma preocupação absorta com as coisas corriqueiras e cotidianas da vida, comer, beber, casar-se e ser dado em casamento, com indiferença para com o que um pequeno grupo, comparável a Noé e sete membros de sua família, está dizendo e fazendo? Ora, já por cerca de sessenta anos, desde o começo da parusia de Cristo em 1914 E.C., os “escolhidos” de Jeová, e, ultimamente, uma “grande multidão” de outras pessoas semelhantes a ovelhas proclamaram mundialmente o reino estabelecido de Deus e a vindoura “grande tribulação”, mas as pessoas em geral não têm mostrado séria preocupação.
8. (a) Em que dia da última semana entraram Noé e sua família na arca para ficar, e como foi isso determinado? (b) Contra que falha da nossa parte hoje em dia, nos adverte isso?
8 No tempo de Noé, durante a semana final antes do dilúvio, foram levados à arca os espécimes de animais e aves que haviam de ser preservados. No último dia daquela semana decisiva, no dia 17 do segundo mês (no calendário de Noé) do ano 2370 A.E.C., o próprio Noé e os sete membros de sua família entraram na arca. “Depois Jeová fechou a porta atrás dele.” (Gênesis 7:1-16) Esta ação encerrou Noé e sua família para a salvação, mas deixou fora as pessoas ocupadas, para a destruição. Jesus fez disso um exemplo de aviso para todos os seus discípulos que vivem nestes dias de sua parusia ou “presença”. Portanto, longe de nós querermos imitar este mundo de pessoas ímpias na sua desatenção egoísta e indiferença sem fé’ Não fazermos caso e não agirmos segundo o cumprimento da profecia de Jesus só poderia significar a destruição para nós junto com o mundo incrédulo. A “grande tribulação” destrutiva apanhará os incautos num dia e numa hora não anunciados, não conhecidos agora.
SELECIONADOS PARA A VIDA OU PARA A DESTRUIÇÃO
9. (a) Como mostrou Jesus que a salvação seria seletiva e que a destruição seria também seletiva? (b) Por que é importante ter vista aguda quais águias?
9 Naquele tempo, a salvação será seletiva e a destruição será seletiva, mesmo com respeito aos companheiros íntimos nos assuntos seculares, tais como a lavoura num campo ou a moagem de cereais em casa. Jesus disse: “Dois homens estarão então no campo: um será levado junto e o outro será abandonado; duas mulheres estarão moendo no moinho manual: uma será levada junto e a outra será abandonada.” (Mateus 24:40, 41) Semanas antes desta profecia, quando Jesus fez uma declaração similar, seus ouvintes perguntaram-lhe: “Onde, Senhor?” Ele respondeu: “Onde estiver o corpo, ali se ajuntarão também as águias.” (Lucas 17:34-37) De modo que os ‘levados junto’ para a salvação serão os que têm vista espiritual aguda, quais águias, que se ajuntam na festa espiritual provida por Jeová no seu lugar de segurança. Os abandonados à destruição serão os que não se mantêm espiritualmente apercebidos do cumprimento da profecia de Jesus e que com indiferença seguem seu modo egoísta de vida Estes, procurando preservar sua alma humana por meios mundanos, perderão sua alma na repentina “grande tribulação”.
10. Como salientou Jesus ali que não devemos ser iguais aos do mundo absortos em si mesmos?
10 Não nos atrevemos a ser semelhantes às pessoas do mundo, nem mesmo às da cristandade, que se parecem com as pessoas absortas em si mesmas nos dias de Noé. Jesus enfatizou, em nosso interesse, a lição desta ilustração, dizendo: “Portanto, mantende-vos vigilantes, porque não sabeis em que dia virá [em grego: érkhetai] o vosso Senhor.” (Mateus 24:42) Se crermos na parusia do Senhor desde 1914 E.C., há tanto mais motivo de nos mantermos despertos e atentos, para não sermos apanhados pela “grande tribulação” enquanto estamos ocupados erroneamente.
11, 12. (a) Por que não disse Jesus aos seus discípulos o tempo exato de sua vinda como oficial executor por parte de Jeová para a “grande tribulação”? (b) Sermos apanhados pela “grande tribulação” como por um ladrão à noite significaria o que para nós, conforme mostrado pela ilustração de Jesus?
11 O Senhor Jesus não informou seus discípulos sobre o dia e a hora exatos do determinado mês de certo ano em que ele viria (em grego: érkhetai) como oficial executor de Jeová na “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo”. Ele não deixa a nenhum de seus discípulos saber o tempo exato, para assim ficarem descuidados e se ocuparem com empreendimentos mundanos quase até o último minuto, e então, logo antes do tempo exato conhecido, adotarem uma forma de piedade e se ocuparem no serviço ordenado por Deus. Não! Mas não se nos informar sobre a data exata obriga-nos a ficar continuamente atentos. Sermos apanhados pela “grande tribulação” como que por um ladrão significaria uma perda eterna, se não estivéssemos ativos na adoração pura de Deus. Por isso, Jesus disse:
12 “Mas, sabei isto, que, se o dono de casa tivesse sabido em que vigília [da noite] viria o ladrão, teria ficado acordado e não teria permitido que a sua casa fosse arrombada. Por esta razão, vós também mostrai-vos prontos, porque o Filho do homem vem [em grego: érkhetai] numa hora em que não pensais.” — Mateus 24:43, 44.
13. (a) Qual é o objetivo de se deixar os discípulos na incerteza quanto ao tempo exato em que o Senhor viria para executar a vingança de Jeová? (b) Assim, o que nos cabe fazer a respeito disso?
13 Qual é a finalidade de se deixar os seus discípulos na incerteza quanto ao tempo exato da vinda do Senhor para executar a vingança de Jeová ou a justiça sobre este sistema de coisas, religioso, político e social? É exigir de todos os que afirmam ser discípulos de Cristo que provem se são genuínos cristãos cotidianos todo o tempo, continuamente ocupados na pregação das boas novas do reino messiânico de Deus, e se esforçam constantemente em fazer “discípulos de pessoas de todas as nações”, ou se são apenas oportunistas. Quer dizer, esperam até verem que não há mais nenhum tempo para demora, mas que por fim precisam ocupar-se como se sempre se tivessem empenhado totalmente na obra aprovada por Deus? Visto que “o Filho do homem vem numa hora em que não [pensamos] “, cabe-nos ficar despertos e ativos a toda hora na adoração e no serviço que nosso Senhor aprova.
“O ESCRAVO FIEL E DISCRETO”
14. Que pergunta suscitou ali Jesus, deixando que seus ouvintes decidissem o que queriam ser?
14 O Senhor Jesus havia ali entrado no assunto da vigilância e da preparação, exigidas de seus discípulos. Ele faz então uma pergunta que desafia a cada um de seus discípulos quanto à sua devoção pessoal ao Messias de Jeová e ao uso pessoal de prudência, previdência e perspicácia no serviço do Messias. Cada discípulo podia determinar por si mesmo que espécie de escravo queria ser, ao ouvir o Amo fazer a pergunta: “Quem é realmente o escravo fiel e discreto a quem o seu amo designou sobre os seus domésticos, para dar-lhes o seu alimento no tempo apropriado?” — Mateus 24:45.
15. (a) Por que fez Jesus a pergunta a respeito dum escravo que seria fiel? (b) Que pergunta surge sobre a identidade do escravo e o que diz sobre isso o Manual de Meyer a respeito de Mateus?
15 Visto que ele sabia das profecias inspiradas da Palavra de seu Pai, que haveria apóstatas rebeldes da verdadeira fé e serviço cristãos, Jesus podia corretamente suscitar esta pergunta esquadrinhadora, que afeta a cada discípulo seu. Mas, pela forma de sua pergunta, falava ele sobre um homem específico, um discípulo individual seu? Ou falava com referência a uma classe de discípulos? O Manual Crítico e Exegético do Evangelho de Mateus, de H. A. W. Meyer, Th. D., (1884, em inglês) oferece uma sugestão. Na página 429 diz a respeito da expressão “portanto, quem” (Versão Autorizada, em inglês): “Assim se indica considerar-se a necessidade de preparação. A própria inferência é apresentada na forma duma alegoria, o doúlos [escravo] representando os discípulos que o Senhor designou para ser guias de Sua igreja, na qual se requer deles que se mostrem fiéis (1 Cor. iv. 1 f.) e prudentes, . . .” Esta limitação do “escravo” aos doze apóstolos, porém, poderia admitir a doutrina duma sucessão apostólica ou sucessão episcopal, uma sucessão de bispos (superintendentes) pelo processo religioso da ordenação.
16. O que diz Marcos 13:34-36 sobre se a classe do “escravo” inclui ou não todo o corpo dos discípulos, e não apenas os superintendentes?
16 No entanto, encararmos o “escravo fiel e discreto” como o corpo inteiro dos discípulos (incluindo os superintendentes espirituais), elimina tal coisa como a “sucessão episcopal”, de que a história mostra que causou tanto dano e opressão na cristandade. A maneira em que o discípulo Marcos fraseia a palestra de Jesus sobre este assunto indica que o corpo inteiro de discípulos está envolvido. Marcos 13:34-36 diz: “É semelhante a um homem que viajou para fora e deixou a sua casa, dando autoridade aos seus escravos, a cada um o seu trabalho, e ordenou ao porteiro que se mantivesse vigilante. Portanto, mantende-vos vigilantes, pois não sabeis quando vem [em grego: érkhetai] o senhor da casa, quer tarde no dia, quer à meia-noite, quer ao cantar o galo, quer cedo de manhã; a fim de que, ao chegar ele repentinamente, não vos ache dormindo.”
17. Por que não era duro da parte de Jesus comparar ele seus discípulos a “escravos”, mas o que tornava obrigatória a sua escravidão?
17 Parece talvez um pouco duro Jesus comparar seus discípulos com “escravos”. Mas há um motivo correto para esta classificação deles, pois lemos em 1 Coríntios 6:20 e 7:23: “Fostes comprados por um preço. Acima de tudo, glorificai a Deus no corpo de vós em conjunto.” “Vós fostes comprados por um preço; parai de vos tornardes escravos de homens.” Além destas palavras do apóstolo Paulo, o apóstolo Pedro escreveu aos cristãos: “Sabeis que não foi com coisas corrutíveis, com prata ou ouro, que fostes livrados da vossa forma infrutífera de conduta, recebida por tradição de vossos antepassados. Mas foi com sangue precioso, como o de um cordeiro sem mácula nem mancha, sim, o de Cristo.” (1 Pedro 1:18, 19) Em harmonia com isso, este discípulo de Cristo iniciou sua segunda carta com esta introdução: “Simão Pedro, escravo e apóstolo de Jesus Cristo.” Paulo tampouco se sentiu embaraçado ao se apresentar como “Paulo e Timóteo, escravos de Cristo Jesus”. (Filipenses 1:1) E um meio-irmão carnal do Senhor introduziu sua carta com as palavras: “Judas, escravo de Jesus Cristo, mas irmão de Tiago.” (Judas 1) A escravidão, nesta base, torna a fidelidade cristã tanto mais obrigatória.
18. Por que era o antigo Israel uma nação de servos de Jeová, e como comparou ele todos aqueles servos com uma única pessoa?
18 Os discípulos de Cristo não levantaram nenhuma objeção à escravidão cristã por causa de quaisquer maus tratos, como na objeção feita quanto aos maus tratos infligidos à nação de Israel: “Porventura é Israel um servo ou um escravo nascido entre os da casa? Por que é que ele veio a ficar para saque?” (Jeremias 2:14) A antiga nação de Israel veio a ficar “para saque” por parte dos gentios, porque os israelitas deixaram de agir como servos fieis do Deus Altíssimo, Jeová. Visto que Jeová os havia remido do antigo Egito, o povo inteiro de Israel era uma nação de servos de Jeová. Quando Jeová falou ao Faraó do Egito a respeito da reivindicação especial que ele tinha sobre a nação de Israel, comparou esta nação escolhida a uma única pessoa, dizendo: “Israel é meu filho, meu primogênito. E eu te digo: Manda embora meu filho, para que me sirva.” — Êxodo 4:22, 23.
19. Como falou Jeová, à nação de Israel, por meio de Isaías, como se fosse um único escravo individual Dele?
19 Mais de sete séculos depois, Jeová falou a toda a nação de Israel como se fosse um único servo individual Dele, dizendo: “Mas tu, ó Israel, és meu servo, tu, ó Jacó, a quem escolhi, a descendência de Abraão, meu amigo; tu, a quem agarrei desde as extremidades da terra, e tu, a quem convoquei mesmo das suas partes remotas. E, assim, eu te disse: ‘Tu és meu servo; eu te escolhi e não te rejeitei.”‘ (Isaías 41:8, 9) Para esclarecer que este “servo” composto é constituído por muitas pessoas, o Criador disse à nação de Israel: “‘Vós sois as minhas testemunhas’, é a pronunciação de Jeová, ‘sim, meu servo a quem escolhi’. . . . E agora escuta, ó Jacó, meu servo, e tu, ó Israel, a quem escolhi. Assim disse Jeová, . . . ‘Não fiz que ouvisses individualmente e não o contei daquele tempo em diante? E vós sois as minhas testemunhas.”‘ — Isaías 43:10; 44:1-8; também 42:19; 44:21; 48:20; 49:3; Jeremias 30:10.
20. Quando foi rejeitado o Israel natural, quem se tornou o Israel espiritual e por que se aplicam a este as palavras de Isaías 43:10?
20 Na Festividade de Pentecostes do ano 33 E.C., cinqüenta dias depois da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, a nação circuncisa do Israel natural foi rejeitada por Jeová Deus. Mas, por volta dos anos 50-52, o apóstolo cristão Paulo escreveu aos seus irmãos cristãos na província romana da Galácia e disse: “Nem a circuncisão é alguma coisa nem a incircuncisão, mas sim uma nova criação. E todos os que andarem ordeiramente segundo esta regra de conduta, sobre estes haja paz e misericórdia, sim, sobre o Israel de Deus.” (Gálatas 6:15, 16) A verdadeira congregação cristã era a organização que andava ordeiramente por aquela regra a respeito duma “nova criação”, e então, desde que o Israel natural foi rejeitado, a congregação dos seguidores de Cristo era “o Israel de Deus”. Era um Israel espiritual. Como congregação unida, era o “servo” de Jeová Deus e seu Cristo A ela podia dirigir-se de modo espiritual Isaías 43:10: “‘Vós sois as minhas testemunhas’, é a pronunciação de Jeová, ‘sim, meu servo’.”
21. (a) Embora Jesus levantasse a pergunta sobre o “escravo” composto, sabia ele quem este era? (b) Que pergunta fazemos a respeito de quando começou a classe deste “escravo”?
21 Embora suscitasse a pergunta sobre o “escravo fiel e discreto”, Jesus não tinha dúvida sobre quem era este “escravo”. Indubitavelmente, Jesus pensava naquele “servo” de Jeová Deus, naquele “Israel de Deus”. Não havia engano em determinar este “servo” composto. Ele havia comprado esse Israel de Deus como seu escravo, com o preço de seu próprio sangue, e na ilustração dada na sua profecia podia referir-se a ele como um “escravo” composto, alguém que se mostraria “fiel e discreto”. Visto que Jesus falou sobre este “escravo” na sua profecia a respeito do “sinal da [sua] presença e da terminação do sistema de coisas”, será que este composto “escravo fiel e discreto” só veio à existência durante a “presença” ou parusia dele, a partir de 1914?
22. (a) Por que não podia a classe do “escravo fiel e discreto” vir à existência só por ocasião da parusia de Cristo? (b) Quem são os “domésticos” que o “escravo” deve alimentar?
22 Não; porque a ilustração de Jesus retrata o senhor do “escravo” como indo embora, como “homem que viajou para fora e deixou a sua casa, dando autoridade aos seus escravos”. (Marcos 13:34) De modo que o “escravo fiel e discreto” é alguém “a quem o seu amo designou sobre os seus domésticos, para dar-lhes o seu alimento no tempo apropriado”. (Mateus 24:45) Foi há mais de dezenove séculos atrás, por ocasião de sua ascensão ao céu, que o “amo” do “escravo” com posto foi embora, dando ao “escravo” instruções para alimentar os “domésticos”. (Mateus 28:16-20) Os “domésticos” não eram da família do amo, mas eram seus “criados” (Trinitária) ou seus “outros empregados”. (BLH) Eram escravos, assim como o “escravo fiel e discreto” encarregado de alimentá-los. De modo que eram todos um grupo de escravos e estavam todos sujeitos ao mesmo “amo”. Todos tinham a obrigação de ser ‘fiéis e discretos’.
23. (a) Assim, quando começou a existência daquele “escravo” composto? (b) O que mostra que tal “escravo” chegou a ver o “sinal” da parusia de seu amo?
23 A ilustração de Jesus começou a ter cumprimento quando ele partiu no ano 33 E.C. e o “escravo” composto tem existido desde então, a saber, “o Israel de Deus”, a congregação de Cristo, gerada pelo espírito e ungida, cujo rol de membros atingirá finalmente 144.000. (Revelação 7:4-8; 14:1-3) Os registros históricos mostram que no começo da parusia invisível do “amo”, no fim dos Tempos dos Gentios em 1914, ainda havia um restante desta classe do “escravo” na terra. Por conseguinte, o “escravo” composto chegou a ver o “sinal” da parusia ou “presença” do Amo.
“DAR-LHES O SEU ALIMENTO NO TEMPO APROPRIADO”
24. Qual era a tarefa designada daquele “escravo” e por que se poderiam usar “domésticos” para a sua realização?
24 Nesta parábola, o “escravo” não recebeu “talentos” de prata para negociar. Portanto, não estamos falando aqui sobre “talentos” espirituais. O “escravo” designado foi responsabilizado especialmente para dar aos outros “domésticos” seu alimento no tempo apropriado. Precisavam receber alimento regularmente, assim como também o “escravo” designado, a fim de serem fortalecidos para sua obra na casa do amo. Se o número dos domésticos do amo fosse grande, o “escravo” designado não iria a todos eles individualmente, servindo a cada um diretamente as suas refeições. De modo mais sensato, o “escravo” providenciaria para que o alimento estivesse disponível e fosse servido a todos os “domésticos” ou “outros empregados”. Alguns dos “domésticos” ajudariam em servir as refeições aos outros domésticos. Assim, não é fora de comum que os domésticos se ajudem mutuamente na alimentação.
25. Em que “tempo apropriado” começou a classe do “escravo” a servir o “alimento”, a quem e com que resultado naquele dia?
25 Assim que o “alimento” espiritual se tornou disponível “no tempo apropriado”, no dia festivo de Pentecostes de 33 E.C., a classe do “escravo” designado mostrou-se ‘fiel e discreta’ por distribuir o “alimento” sob a inspiração do espírito derramado de Deus. Os da congregação de cerca de 120 discípulos começaram a falar entre si mesmos sobre as “coisas magnificas de Deus”. Mas aquela pequena congregação original não reteve estas “coisas” para si mesma. Milhares de espiritualmente famintos, que professavam ser servos de Jeová Deus, reuniram-se para escutar estas “coisas”. O apóstolo Pedro tomou a dianteira em alimentar estes judeus e prosélitos espiritualmente famintos, que estavam em Jerusalém para a celebração da então já obsoleta festividade de Pentecostes. Queriam, de coração, tornar-se “domésticos” do “amo” messiânico e precisavam ser alimentados para se tornar tais. Foi neste “tempo apropriado” que os da classe do “escravo fiel e discreto” os alimentaram. Em resultado, cerca de três mil deles se tornaram crentes, sendo batizados e recebendo o dom do espírito santo. Eram então deveras “domésticos” do Amo, mas ainda precisavam de mais alimento. — Atos 2:1-42
26, 27. (a) Ao se estender o programa de alimentação, quem foi usado para alimentar os prospetivos “domésticos”? (b) Isto estava em harmonia com que ordem do Amo antes de sua partida?
26 Menos de três anos e meio depois, os esforços de alimentação da classe do “escravo fiel e discreto” foram estendidos a outros prospectivos “domésticos”. Estes haviam de ser de “pessoas de todas as nações”, não-judeus, gentios O apóstolo Pedro foi usado para tomar a dianteira nisso e foi enviado sob orientação divina à cidade de Cesaréia, no litoral oriental do Mediterrâneo, para converter o centurião italiano Cornélio e os interessados que havia ajuntado na sua casa. (Atos 10:1 a 11:18) Assim se abriu bem a porta para gentios se tornarem “domésticos” do Amo messiânico, Jesus Cristo. Os da classe do “escravo fiel e discreto” tinham de ir a estes prospectivos “domésticos” com o alimento espiritual e alimentá-los, para que se tornassem israelitas espirituais, membros do Israel de Deus. Depois de estes se tornarem “domésticos” espirituais, também tinham de participar na obra de alimentação. Isto era em obediência à ordem do Amo, não muito antes de sua partida:
27 “Ide, portanto, e fazei discípulos de pessoas de todas as nações, batizando-as em o nome do Pai, e do Filho, e do espírito santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias, até à terminação do sistema de coisas.” — Mateus 28:19, 20.
28. (a) Que porção duradoura de alimento espiritual ainda disponível hoje, foi provida no primeiro século E. C.? (b) Precisamos hoje do alimento espiritual de que a classe do “escravo” se alimentou no seu começo?
28 A fim de darem ajuda duradoura na obra de alimentação espiritual, apóstolos e discípulos de Jesus Cristo foram inspirados pelo espírito de Deus para escrever os vinte e sete livros autênticos das Escrituras Gregas Cristãs, desde o Evangelho de Mateus até Revelação ou Apocalipse. Esta parte suculenta do alimento espiritual servida aos “domésticos” cristãos pelos da classe do “escravo fiel e discreto” do primeiro século permanece disponível aos “domésticos” cristãos deste século vinte. Isto produziu uma Bíblia Sagrada completa, de sessenta e seis livros inspirados, trinta e nove em hebraico e aramaico, e vinte e sete no grego comum do primeiro século. Precisa-se da Bíblia inteira, não apenas das inspiradas Escrituras Gregas Cristãs. Quando a classe do “escravo fiel e discreto” começou no primeiro século, só tinha as inspiradas Escrituras Hebraico-Aramaicas como alimento espiritual, por escrito, para a alimentação. Aquilo de que os “domésticos” cristãos se alimentaram, lá no começo, nós precisamos ainda para nos alimentar hoje. A congregação original em Jerusalém falava e lia em hebraico. Nós precisamos hoje de traduções das Escrituras Hebraicas.
29. (a) Como continuou o trabalho de alimentação por parte da classe do “escravo” depois do primeiro século E. C.? (b) Como se reiniciou a obra de alimentação na última metade do século dezenove?
29 Não possuímos um quadro histórico nítido sobre como os da classe do “escravo fiel e discreto” existiram e serviram durante os séculos após a morte dos apóstolos do Amo Jesus Cristo. Aparentemente, uma geração da classe do “escravo” alimentou a próxima geração dela. (2 Timóteo 2:2) Mas na última metade do século dezenove, houve pessoas tementes a Deus que amavam o alimento espiritual da Bíblia Sagrada e que desejavam alimentar-se dele, não apenas para se entreter com a leitura dela qual literatura sagrada. Formaram-se turmas de estudo bíblico, separadas das Escolas Dominicais e das igrejas da cristandade, e elas progrediram em entendimento das verdades fundamentais das Escrituras Sagradas. Os sinceros e altruístas entre estes estudantes da Bíblia estavam ansiosos de compartilhar estas porções vitais do alimento espiritual com outros. Possuíam o espírito fiel do “escravo” designado para dar aos “domésticos” o necessário “alimento” espiritual “no tempo apropriado”. Foram “discretos” em discernir que então era o tempo certo e apropriado e quais os melhores meios para servir o alimento. Esforçaram-se a servi-lo.
30. (a) Que perigo existia então com respeito à doutrina de um “resgate para todos”, mas que defensor foi suscitado no “tempo apropriado”? (b) O que publicou o redator da Torre de Vigia sobre o “servo fiel e sábio”, lá em 1881?
30 Um “resgate para todos” foi uma destas doutrinas básicas da Bíblia, e começou a surgir um grande perigo, de que este prato vital na mesa espiritual dos tementes a Deus seria tirado pelos devotos do alto criticismo e da teoria da evolução. No que agora pode ser reconhecido como “tempo apropriado”, apareceu um defensor intransigente do “resgate para todos” de Cristo. Veio na forma duma revista inteiramente nova para os amantes da Bíblia, A Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo, cujo primeiro número em inglês foi o de julho de 1879, com uma tiragem inicial de 6.000 exemplares. Seu redator e editor foi membro dum grupo de estudo bíblico de Pittsburgh, na Pensilvânia, a saber, Charles Taze Russell. Este cristão estudioso notou a ilustração de Jesus a respeito do “servo fiel e sábio” (Mateus 24:45, Authorized Version) e publicou seu entendimento dela no número inglês da Torre de Vigia de novembro de 1881, página 5. No quarto e no quinto parágrafo antes do fim do artigo “Na Vinha”, ele disse:
Cremos que cada membro deste corpo de Cristo está empenhado na obra bendita, quer direta quer indiretamente, de dar alimento na época devida à família da fé. “Quem é pois o servo fiel e sábio a quem seu Senhor constituiu governante sobre os de sua casa”, para dar-lhes alimento na época devida? Não é aquele “pequeno rebanho” de servos consagrados, que cumprem fielmente seus votos de consagração — o corpo de Cristo — e não é o inteiro corpo, individual e coletivamente, dando o alimento na época devida à família da fé — a grande companhia de crentes?
Bendito é aquele servo (o corpo inteiro de Cristo) a quem o seu Senhor, ao vir (gr. elthon) achar fazendo assim. “Deveras, eu vos digo que o constituirá governante sobre todos os seus bens.” “Ele herdará todas as coisas.”
31. (a) O que se deve dizer quanto a se C. T. Russell afirmou ser o “servo fiel e sábio”? (b) Que registro prova que ele serviu como parte fiel daquela classe do “servo”?
31 Disto se torna bem claro que o redator e editor da Torre de Vigia de Sião repudiava qualquer reivindicação de ser individualmente, na sua pessoa, esse “servo fiel e sábio”. Nunca afirmou ser tal.a No entanto, continuou a redigir a revista Torre de Vigia, em inglês, até o dia de sua morte em 31 de outubro de 1916. Ele organizou a Sociedade de Tratados da Torre de Vigia de Sião, no ano de 1881, e conseguiu constituí-la em pessoa jurídica segundo a lei do estado de Pensilvânia, E. U. A., em dezembro de 1884. Foi também o autor dos seis volumes de Estudos das Escrituras, que publicou durante os anos de 1886-1904, bem como publicou muitos folhetos sobre temas bíblicos e elaborou o mundialmente famoso Fotodrama da Criação, que começou a ser exibido em janeiro de 1914 e depois mostrado em toda a terra Proferiu inúmeras conferências públicas em todo o globo. Sua morte ocorreu durante a sua última viagem de conferências públicas através dos Estados Unidos da América. Não se pode disputar com bom êxito que, até a sua morte em 1916, serviu amorosamente como parte da classe do “escravo fiel e discreto” em dar aos domésticos do Amo “seu alimento no tempo apropriado”.
32. Após a morte de Russell, como se desenvolveu uma tendência sectária a respeito dele, mas quando foi impedida e como?
32 Visto que o “escravo” da ilustração de Jesus não é apenas um único homem cristão, mas é a congregação ungida dos discípulos de Cristo, a classe do “escravo fiel e discreto” continuou a servir após o falecimento de C. T. Russell. No entanto, o senso de apreço e de dívida para com Russell induziu a muitos de seus associados a considerá-lo como cumprimento do “escravo fiel e discreto”. Este conceito foi bem destacado no livro publicado em julho de 1917 pela Associação do Púlpito do Povo, de Brooklyn, Nova Iorque. Este livro foi chamado “O Mistério Consumado” e proveu um comentário sobre os livros bíblicos de Revelação, Ezequiel e O Cântico de Salomão. Na sua página do editor, O livro foi chamado de “Obra Póstuma do Pastor Russell”. Tal livro e atitude religiosa tenderam para estabelecer uma seita religiosa em torno de um homem. Esta tendência para com o sectarismo foi impedida, porém, pela publicação, cedo em 1927, dos artigos “O Filho e Servo” e “Servo — Bom e Mau”, na Torre de Vigia de 1.º e 15 de fevereiro de 1927, em inglês. Estes artigos mostraram que o “servo” de Mateus 24:45 era um servo composto. — Isaías 43:10-12.
33. Ficaram os “domésticos” de Cristo sem “alimento” com a liquidação do estoque remanescente dos livros de Russell e do Mistério Consumado?
33 Mais adiante, no ano 1929, distribuiu-se entre o público o estoque remanescente dos seis volumes dos Estudos das Escrituras de Russell, e do Mistério Consumado. Mas, deixou isso os “domésticos” ou “outros empregados” do Senhor sem o espiritual “alimento no tempo apropriado”? De modo algum! O motivo disso veremos logo a seguir.
O ESCRAVO “FELIZ”
34. Quem levantou a pergunta a respeito do “escravo fiel e discreto” e quem respondeu a ela? Como?
34 Levantou Jesus, em Mateus 24:45, a pergunta a respeito do “escravo” designado sobre os “domésticos” de seu amo, para alimentá-los, e quanto a como este “escravo” mostraria sua fidelidade e discrição? Logo no versículo seguinte (Mateus 24:46) Jesus também responde a esta pergunta, dizendo: “Feliz aquele escravo, se o seu amo, ao chegar [em grego: elthòn], o achar fazendo assim.” Ele mostra sua fidelidade ao seu amo e sua prudência por continuar a fazer o que seu amo lhe mandou fazer até a sua volta, a saber, “dar [aos domésticos] o seu alimento no tempo apropriado”. Isto resultaria em grande felicidade para o “escravo” na volta de seu amo.
35. (a) Lá no primeiro século, a que período turbulento predito na profecia de Jesus sobreviveu a classe do “escravo” e o que escreveu João no fim do século? (b) De modo correspondente, quando os Tempos dos Gentios terminaram em 1914, que pergunta surgiu a respeito da classe do “escravo”?
35 Há dezenove séculos atrás, quando primeiro se formou a classe do “escravo fiel e discreto”, ela sobreviveu ao período turbulento descrito profeticamente por Jesus em Mateus 24:4-22, Marcos 13:5-20 e Lucas 21:8-24. Mais de vinte e cinco anos após a destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 E.C., o apóstolo João escreveu a Revelação, o Evangelho e as três cartas de João, todos os quais foram escritos em benefício da classe do “escravo fiel e discreto” e para alimentar os “domésticos” do Amo celestial. No ano 1914 E.C., os do restante da classe do “escravo fiel e discreto” entraram no tempo do cumprimento completo ou final da profecia de Jesus sobre o “sinal da [sua] presença e da terminação do sistema de coisas”. Os acontecimentos que Jesus predisse como caraterizando o período típico de 33 E.C. a 70 E.C. começaram a ocorrer também em 1914 E.C. Surgiu então a pergunta se a classe do “escravo fiel e discreto” sobreviveria às dificuldades que haviam de ocorrer em correspondência com o que sobreveio à classe do “escravo” entre 33 e 70 E.C.
36. Durante a Primeira Guerra Mundial, quão difícil se tornou para os da classe do “escravo” alimentar os “domésticos”, mas que dizer da revista Torre de Vigia?
36 O fim dos Tempos dos Gentios, por volta de 4/5 de outubro de 1914, encontrou a Primeira Guerra Mundial já em progresso por mais de dois meses. Era algo novo, não só para o mundo da humanidade, mas também para a classe do “escravo” do Amo. A Primeira Guerra Mundial excedeu em muito em violência e em destruição as preditas “guerras e relatos de guerras”, e o levantamento de nação contra nação e de reino contra reino, como assinalaram os anos após a ascensão de Jesus ao céu, em 33 E.C. (Mateus 24:6, 7) As condições e as restrições da Guerra Mundial tornaram muito difícil para os da classe do “escravo fiel e discreto” continuar a dar aos “domésticos” do Amo celestial “seu alimento no tempo apropriado”. A situação piorou para eles, até que finalmente muitos dos domésticos estavam na prisão ou em acampamentos militares, e funcionários da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E. U. A.), bem como membros da redação da Torre de Vigia (em inglês) foram encarcerados na Penitenciária Federal de Atlanta, sob pesadas sentenças, no verão de 1918 E.C. Apesar disso, A Torre de Vigia e Arauto da Presença de Cristo continuou a ser publicada, não em Brooklyn, mas no seu lugar original, em Pittsburgo, na Pensilvânia.
37. Que situação aflitiva existia para os da classe do “escravo” no fim da Primeira Guerra Mundial e que pergunta surgiu sobre ela?
37 Esta foi a situação aflitiva que existiu quando a Primeira Guerra Mundial terminou em 11 de novembro de 1918. As comunicações internacionais fáceis entre a sede da Sociedade Torre de Vigia e suas congêneres estrangeiras haviam sido interrompidas ou impedidas. A literatura bíblica estava sob proscrição oficial de governos ou retirada da circulação entre o povo. As chapas de impressão usadas na publicação de tratados bíblicos foram de algum modo destruídas ou perdidas. Então, quais eram as perspectivas adiante da classe do “escravo” do Amo? O que estava esta classe do “escravo” resolvida a fazer no período do após-guerra que então se abria?
TEMPO DE INSPEÇÃO PELO AMO DO ESCRAVO
38. Apropriadas para o tempo de inspeção que então era devido, que perguntas surgiram a respeito das seitas religiosas da cristandade e sobre os cristãos que eram odiados internacionalmente?
38 Sem sombra de dúvida, foi um verdadeiro tempo de inspeção da classe do “escravo” do Amo. Todos os fatos do caso argumentam que o Amo veio naquele tempo para a obra de inspeção. Isto devia ser esperado segundo a profecia de Malaquias 3:1-5. Naturalmente as igrejas sectárias da cristandade haviam criado para si uma reputação no tempo da guerra, uma atuação flagrante que afetava fortemente a sua afirmação de seu discípulos e escravos de Jesus Cristo. Podiam elas provar, pela sua última atuação até 1919, que elas mesma’ eram a classe do composto “escravo fiel e discreto” do Senhor e Amo celestial, Jesus Cristo? Ele, como Juiz indicaria quais os seus achados pelo modo em que depois tratasse com as centenas de seitas religiosa’ da cristandade. Nossa atenção, pois, fixa-se apropriadamente naqueles cristãos sinceros, estudantes da Bíblia, que durante a Primeira Guerra Mundial fornam perseguidos pela sua obediência a Cristo e que se tornaram “pessoas odiadas por todas as nações” por causa do nome de Cristo. Visto que também vieram sob a inspeção divina, que decisão sobre eles mostrou o Amo?
39. Segundo a parábola de Jesus, com que disposição mental voltou o amo para casa e com que objetivo?
39 Segundo a ilustração de Jesus, como voltou à sua casa o amo que designou o escravo? Foi em grande fúria para destruir a casa? Ou foi para usufruir a sua volta para casa e ver como as coisas andaram durante a sua ausência? Sua volta para casa foi pacífica. Não veio para se empenhar na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. (Revelação 16:13-16) Antes, queria certificar-se de que seus assuntos domésticos estavam na condição certa. Havia seu escravo designado feito o que se lhe mandou fazer, a saber, dar aos “domésticos” seu “alimento no tempo apropriado”? O amo precisava fazer uma inspeção.
40. Visto que a questão em que se baseava a decisão era a alimentação regular servida e a espécie correta de alimento, o que verificou o Amo ao retornar com respeito aos cristãos perseguidos e odiados?
40 A questão era servir alimento, a espécie correta de alimento no tempo apropriado. Tinha de ser sobre isso que o retornado amo precisava fazer uma decisão. Pois bem, que dizer daquele grupo de cristãos odiados e perseguidos internacionalmente? (Mateus 24:9) Até o ano de 1919 E.C., eles se haviam esforçado a dar “alimento no tempo apropriado” aos da “família da fé” ou aos “domésticos” do Amo celestial. Fizeram isso apesar da interferência por parte de perseguidores e de nações em guerra. Não só constituiu a regularidade em servir o alimento espiritual um problema, mas também se devia considerar a qualidade do próprio alimento. Neste respeito, o grupo de cristãos odiados e perseguidos, que sempre procuravam ser escravos fiéis de Jesus Cristo, enfrentou a prova. Durante os anos do conflito mundial, não haviam participado com a cristandade ou o paganismo na pregação da propaganda de guerra apresentada pelos governos políticos. Persistiram em pregar a mensagem bíblica para o tempo e em promover a aderência cristã aos princípios bíblicos por parte de todos.
41. Ao inspecionar tais cristãos, o que não influenciou o Amo e como se expressou sua decisão desde então?
41 Então, o que decidiu o Amo celestial a respeito destes seus escravos obedientes? Ele não foi influenciado pela sua situação impopular e perseguida num mundo louco pela guerra, porque havia predito tal padecimento para eles durante a sua parusia ou “presença” invisível. Encontrou ele este grupo de escravos cristãos desconsiderando a impopularidade no mundo e procurando agradar ao seu Amo por fazer o que ele mandou fazer durante a sua ausência? Deve tê-los encontrado assim, segundo o modo em que a inspeção, começada em 1919, afetou sua decisão desde então. Suas ações e seus tratos com seus escravos cristãos falam mais alto do que palavras.
42, 43. (a) Na noite em que foi traído, que profecia aplicou Jesus aos seus apóstolos e como se cumpriu ela? (b) Três anos e meio depois da entronização de Jesus em 1914, como se cumpriu a mesma profecia de Zacarias 13:7?
42 Pensemos por um momento no caso dos apóstolos de Jesus. Três anos e meio depois de Jesus ser batizado no rio Jordão, ele foi traído no jardim de Getsêmani. Citou a profecia de Zacarias 13:7 e predisse o que aconteceria aos seus apóstolos, dizendo: “Esta noite, todos vós tropeçareis em conexão comigo, pois está escrito: ‘Golpearei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão espalhadas.’ Mas, depois de eu ter sido levantado, irei adiante de vós para a Galiléia.” (Mateus 26:31, 32) A aplicação que Jesus fez da profecia de Zacarias aos seus apóstolos cumpriu-se naquela mesma noite de 14 de nisã de 33 E.C., porque a narrativa de Mateus 26:56 conta o que aconteceu depois de Jesus ser traído: “Todos os discípulos o abandonaram então e fugiram.” Suas “ovelhas” foram deveras espalhadas.
43 De modo paralelo, três anos e meio depois do fim dos Tempos dos Gentios e da entronização de Cristo nos céus, em 1914 E.C., houve a celebração anual da Ceia do Senhor, na terça-feira, 26 de março de 1918. A dispersão das “ovelhas” do Pastor celestial aproximava-se então do seu auge, e A Torre de Vigia de 1.º de março de 1918, em inglês, no seu primeiro parágrafo do artigo principal “Em Comemoração de Nosso Rei”, dizia: “Naturalmente, não sabemos se a vindoura Comemoração será a última na terra; mas sabemos que estamos um ano mais próximos da plena consumação de nossas esperanças. Se for do agrado do Senhor celebrarmos esta Comemoração em outros anos, então faremos isso de bom grado.” As perspectivas tornaram-se mais negras quando alguns homens de destaque da Sociedade Torre de Vigia, que tinham que ver com a alimentação das “ovelhas” do Pastor celestial foram presos, julgados e sentenciados injustamente a muitos anos numa penitenciária federal (dos E. U. A.). Não se reconhecia então que se cumpria Zacarias 13:7.
44. (a) O que dizia a parte animadora da profecia de Zacarias, com que significado? (b) Como se cumpriu esta parte da profecia nos apóstolos de Jesus?
44 Contudo, havia um aspecto animador nesta profecia. Ela não só predisse que o pastor seria golpeado e as ovelhas espalhadas, mas também acrescentou a promessa de Jeová: “Hei de fazer a minha mão voltar sobre os insignificantes.” Isto significava a volta da mão de Jeová com favor sobre as ovelhas espalhadas. E por isso Jesus, depois de citar a profecia sobre a dispersão das ovelhas, reanimou seus apóstolos por acrescentar: “Mas, depois de eu ter sido levantado, irei adiante de vós para a Galiléia.” (Mateus 26:32) Isto significava que, depois de sua ressurreição dentre os mortos, ele os reajuntaria. Isto foi o que realmente aconteceu, e lemos sobre isso: “Os onze discípulos foram para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara, e quando o viram, prestaram-lhe homenagem, mas alguns duvidaram. E Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: ‘Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Ide, portanto, e fazei discípulos de pessoas de todas as nações, batizando-as em o nome do Pai, e do Filho, e do espírito santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos ordenei.”’ — Mateus 28:16-20.
45. Como se cumpriu esta mesma profecia na classe do “escravo” fiel em 1919 e como se tornou “feliz” este “escravo”?
45 De modo similar, no ano de 1919, Jeová ‘fez a sua mão voltar sobre os insignificantes’. (Zacarias 13:7) O Pastor-Rei de Jeová, Jesus Cristo, deveras começou a reajuntar as “ovelhas” espalhadas. Igual ao amo do escravo da ilustração, o Senhor Jesus voltou para sua casa e inspecionou a situação nela. Encontrou ali uma classe do “escravo fiel e discreto” que se esforçava a fazer o que lhe fora ordenado, apesar das condições do mundo, dando aos “domésticos” do Senhor seu alimento espiritual no tempo apropriado, alimento tirado da Palavra inspirada de Deus. De modo que o Senhor mostrou seu favor por reuni-los num grupo bem organizado de “domésticos” na sua casa. O congresso geral de oito dias realizado em Cedar Point, Ohio, E. U. A., de 1.º a 8 de setembro de 1919, foi um aviso a todo o mundo de que o Senhor Jesus Cristo, invisivelmente presente, estava reajuntando suas “ovelhas” fiéis. Indicava ao mundo quem era que o retornado Senhor Jesus havia achado ser sua classe do “escravo fiel e discreto”. Isto tornou muito felizes os da classe do “escravo”. Significava que eram retidos no serviço de seu Amo celestial.
46. Jesus explicou que o “escravo” fiel era “feliz” em vista de que recompensa?
46 O Senhor Jesus explicou por que era feliz a situação do “escravo fiel e discreto”, porque ele disse: “Feliz aquele escravo, se o seu amo, ao chegar [em grego: elthòn], o achar fazendo assim. Deveras, eu vos digo: Ele o designará sobre todos os seus bens.” — Mateus 24:46, 47; Lucas 12:42-44.
DESIGNADO SOBRE TODOS OS BENS DO AMO
47. O que impõe ao “escravo” fiel a sua promoção, e como concorda isso com a nova posição de seu amo?
47 O Senhor Jesus declarou feliz o “escravo fiel e discreto” por causa do que o aguardava como recompensa por fazer o que seu amo lhe mandou fazer. Recebe uma promoção, com maiores responsabilidades para com o amo, a quem é tão fiel. Sem dúvida, isto se dá porque seu amo também foi revestido de maiores responsabilidades. Certamente, o amo não abandona sua casa e faz uma viagem só como turista ou por motivos de saúde. Tem um objetivo mais sério em mente, que elevaria sua posição e aumentaria seu poder e sua autoridade. E quando consideramos que Jesus fez ali uma ilustração que se aplicava à sua ida para o céu, para receber um reino, depois de esperar muito tempo à mão direita de seu Pai, sabemos que este aumento das responsabilidades do amo é implícito na ilustração. Deve-se entender o amo voltando para casa numa qualidade nova e mais ampla. (Hebreus 10:12, 13) Portanto, “todos os seus bens” assumem um valor maior. De modo que o “escravo” promovido compartilha das honras de seu senhor.
48. Por que era o serviço confiado aos da classe do “escravo” pelo seu Amo retornado mais importante e honroso do que o serviço anterior?
48 No cumprimento da ilustração profética, o “amo”, o Senhor Jesus Cristo, obteve um reino celestial ao terminarem os “tempos designados das nações” em 1914 E.C. De modo que a sua parusia ou “presença” invisível começou naquele ano com ele qual Rei reinante, coroado, no trono celestial. Quando retornou aos “outros empregados”, em 1919, para inspecionar todos os seus “domésticos”, ele veio numa qualidade régia que não possuía quando estava aqui na terra, no primeiro século. Isto fez com que os da classe do “escravo fiel e discreto” estivessem no serviço dum personagem de categoria, autoridade e poder maiores do que aquele a quem serviram até então. Isto tornou o serviço prestado a ele muito mais importante. Era uma honra maior estar no seu serviço. E receber alguém uma promoção dele e confiarem-se-lhe assim maiores responsabilidades era deveras uma recompensa!
49. O que significava para o “escravo” ser ele designado pelo amo retornado “sobre todos os seus bens”, com que oportunidade para ele?
49 Na ilustração, antes de sua partida, o amo deu responsabilidade limitada àquele que esperava fosse “escravo fiel e discreto”. Designou este escravo apenas sobre seus domésticos ou outros empregados, com a obrigação de dar-lhes o alimento devido no tempo apropriado. Conseqüentemente, ao retornar, quando o amo designou o escravo aprovado “sobre todos os seus bens”, significava maiores obrigações para o escravo promovido. Podia então demonstrar sua fidelidade e discrição de modo mais amplo, pois tinha supervisão sobre mais coisas. Tornara-se um escravo valioso.
50. Onde estavam “todos os seus bens” e quais eram?
50 No cumprimento da ilustração, “todos os seus bens” sobre os quais o amo designa o escravo merecedor não representam todos os seus bens lá no céu. O glorificado Amo, Jesus Cristo, a quem foi dada “toda a autoridade” no céu e na terra, não é incapaz de cuidar de todos os seus “bens” lá nos céus invisíveis, onde tem seus santos anjos no seu serviço. “Todos os seus bens”, sobre os quais se designa a classe do “escravo fiel e discreto” devem referir-se a todas as coisas espirituais que lhe pertencem na terra, relacionadas com seu estabelecido reino celestial. Não significam alguma participação nos governos políticos deste mundo, como se o Rei Jesus Cristo administrasse e controlasse agora todas estas instituições políticas feitas pelo homem. Tais instituições estão condenadas à destruição. “Todos os seus bens”, portanto, referem-se a desempenhar na terra um papel em cumprimento das profecias que se aplicam desde o estabelecimento do Reino nos céus, em 1914 E.C.
51. De que modo é a embaixatura dos da classe do “escravo” fiel agora maior do que antes, e que privilégio e responsabilidade para com a profecia têm agora?
51 Ao inspecionar os do restante de seus discípulos ungidos, no ano de 1919 E.C., o Rei reinante Jesus Cristo achou o “escravo” designado como fiel e discreto na alimentação de seus “domésticos”. Por conseguinte, designou esta classe do “escravo” sobre todos os seus bens. Sua posição de responsabilidade maior era então a de servir em cumprimento das profecias do Reino que então deviam realizar-se. Durante todos os séculos, a classe do “escravo fiel e discreto” foi constituída pelos que são “embaixadores, substituindo a Cristo”, os quais rogam às pessoas a ficarem reconciliadas com Deus, mediante Cristo. (2 Coríntios 5:19, 20) Desde a sua nomeação em 1919, porém, são embaixadores do reino messiânico inaugurado, com uma mensagem do Reino, que assumiu significado e vigor novos. (Mateus 24:14; Marcos 13:10) Têm o privilégio e a responsabilidade de servirem quais instrumentos para a realização das profecias do Reino que têm seu cumprimento derradeiro desde 1914 E. C. Quanta honra é para eles ser usados na realização daquilo que o livro de Revelação predisse com todos os seus maravilhosos simbolismos e suas gloriosas notícias sobre o reino milenar de Cristo!
52. Como era isto uma elevação da posição da classe do “escravo” e como foi isto representado no livro de Revelação?
52 Todos estes são privilégios, responsabilidades, dignidades e honras reservados para os do restante da classe do “escravo fiel e discreto”, que lhes são conferidos pelo seu Amo celestial, o Rei reinante, Jesus Cristo. Não é de se admirar que podem ser proclamados ‘felizes’! Serem encarregados de tais coisas preciosas indica deveras seu enaltecimento. Parece-se ao quadro apresentado em Revelação 11:11, 12, acerca das “duas testemunhas” mortas pelo inimigo, cujos cadáveres ficaram expostos na rua larga da “grande cidade” igual a Sodoma, durante três dias e meio: “E depois dos três dias e meio entrou neles espírito de vida da parte de Deus, e puseram-se de pé, e caiu grande temor sobre os que os observavam. E ouviram uma voz alta dizer-lhes desde o céu: ‘Subi para cá.’ E subiram para o céu, numa nuvem, e seus inimigos os observavam.”
53. (a) Por que eram então maiores os privilégios e as responsabilidades dos da classe do “escravo”? (b) Como continuou a alimentação dos “domésticos”, apesar da liquidação de publicações anteriores?
53 Serem encarregados de tais elevados privilégios e responsabilidades significou mais trabalho para os que constituem o composto “escravo fiel e discreto”. Exigiu mais tempo e atenção de sua parte, também o uso de instalações maiores para a realização da obra, para que não falhassem as profecias bíblicas a respeito desta obra do Reino na terra. Tiveram de lavrar também um campo maior, todas as partes da terra habitada. (Revelação 14:6, 7; 10:11) Naturalmente, teve de continuar o programa de alimentação dos “domésticos” do Senhor. E com que mesa espiritual de alimentos bíblicos estes foram alimentados! A liquidação do estoque remanescente dos Estudos das Escrituras de C. T. Russell e do Mistério Consumado, no ano 1927, não produziu uma falta de alimento espiritual para tais “domésticos”. Livros, folhetos e tratados novos e atualizados continuaram a ser publicados, desde o livro A Harpa de Deus em 1921. Sim, em outubro de 1919, publicou-se uma revista companheira para A Torre de Vigia (agora A Sentinela) na forma da revista A Idade de Ouro (agora Despertai!).
54. Aos da classe do “escravo” acrescentou-se o privilégio de trabalhar em prol do cumprimento de que quadro de Revelação, e como resultou isso em maior responsabilidade, mas com ajuda?
54 Acrescentou-se aos privilégios e às responsabilidades da classe recompensada do “escravo fiel e discreto” seu trabalho para o cumprimento da bela visão observada pelo apóstolo João, sob inspiração, e descrita por ele em Revelação 7:9-17. Sim, desde o ano de 1935, os da classe do “escravo” observaram esta visão tornar-se realidade. Seus olhos benditos vêem a “grande multidão”, numericamente ilimitada, de todas as partes da terra, louvando e adorando Jeová Deus no seu templo espiritual, atribuindo a salvação a Ele e ao seu Cordeiro, Jesus Cristo. Tem sido uma grande responsabilidade para os da classe do “escravo fiel e discreto” de israelitas espirituais cuidar desta crescente “grande multidão”, mas deram-se conta de que tais pessoas semelhantes a ovelhas, “de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas”, são uma parte preciosa de “todos os seus bens” na terra e por isso sentem-se felizes em cuidar das necessidades espirituais dessas “outras ovelhas”. Esta “grande multidão”, por sua vez, ajuda o “escravo fiel e discreto” em cuidar de todos os “bens” terrestres do Senhor.
“SE AQUELE ESCRAVO MAU”
55, 56. Por que é preciso que cada membro da classe do “escravo” mantenha sua fidelidade e discrição, em vista de que advertência de Jesus?
55 O Senhor Jesus Cristo continuará a ter uma classe do “escravo fiel e discreto” até o fim do serviço feliz dela na terra. Contudo, cada membro gerado pelo espírito e ungido desta classe do “escravo” precisa hoje cuidar de sua conduta, para que não se mostre inadequado para continuar nesta classe altamente favorecida. Se deixar de manter sua fidelidade e discrição pessoal, tornar-se-á como um homem que vem a ser “escravo mau”. Jesus advertiu contra este perigo, ao prosseguir com sua ilustração:
56 “Mas, se aquele escravo mau [alguma vez] disser no seu coração: ‘Meu amo demora’, e principiar a espancar os seus co-escravos, e a comer e beber com os beberrões inveterados [literalmente, com (os) que se embriagam], o amo daquele escravo virá [em grego: héxei] num dia em que não espera e numa hora que não sabe, e o punirá com a maior severidade [literalmente: o cortará abaixo] e lhe determinará a sua parte com os hipócritas. Ali é onde haverá o seu choro e o ranger de seus dentes.” — Mateus 24:48-51; Lucas 12:45, 46; The Kingdom Interlinear Translation.
57. (a) Disse Jesus ali que o amo designou um “escravo mau”, logo no começo, ou que o escravo designado se tornou mau? (b) O que estava Jesus mostrando pelo modo em que introduziu o assunto?
57 Quando examinamos de perto o que Jesus disse ali, observamos que não disse que o “amo”, ao partir, designou um “escravo mau”, logo no começo; nem diz ele que o “escravo fiel e discreto” se tornou ruim, que se tornou “mau”. Apenas levanta a questão e diz: “Se [alguma vez]” (como em Lucas 12:45 e na versão Interlinear em Mateus 24:48) o escravo designado sobre os domésticos disser, depois de se ter tornado “mau” no coração, que seu amo ainda demorará muito em voltar e passar a agir de modo impróprio, então é assim que seu amo tratará com ele ao retornar. Será exatamente o oposto de o escravo ser encarregado de todos os bens de seu amo. De modo que a sugestão de Jesus ali é: Suponhamos que o escravo designado se torne mau e atue de modo infiel e imprudente, então, o que lhe acontecerá se o seu amo voltar de repente? Seria assim como Jesus descreveu. Jesus não disse com certeza ou como provável que o escravo originalmente designado se tornaria mau.
58. (a) Como vertem outras traduções modernas a passagem por meio duma paráfrase? (b) Se a classe do “escravo” designado se tornasse má, em que situação deixaria isso a Jesus?
58 Algumas traduções modernas das palavras de Jesus ressaltam esta idéia de modo mais claro, por um pouco de paráfrase. A versão de Álvaro Negromonte diz: “Mas, se for um servo mau que disser consigo: ‘Meu senhor demorará’ e começar a espancar os seus companheiros, a comer e beber com os ébrios.” (Mateus 24:48, 49) A versão do Centro Bíblico Católico de São Paulo reza de modo similar. A Bíblia na Linguagem de Hoje diz: “Mas se for um mau empregado, vai dizer a si mesmo”, etc. O Evangelho, de Lincoln Ramos, diz: “Mas se o servo for mau e disser em seu coração”, etc. Jesus não predisse definitivamente que viria a existir um “escravo mau”. Apenas descreve como um escravo infiel e indiscreto pensaria, falaria e agiria, e a punição que receberia de seu amo ao voltar este repentinamente. Se o “escravo” designado pelo Senhor Jesus se tornasse mau, isto o deixaria sem “escravo” a recompensar pela sua integridade. Jesus não designa duas classes escravas.
59. (a) Para que espécie de “escravo” lançou Jesus o alicerce? (b) Indicavam as profecias que a classe do “escravo” destinava-se a se tornar má ou que se tornaria assim, ou não?
59 Antes de sua partida há dezenove séculos atrás, Jesus cuidou em não designar um “escravo” mau, ruim e inútil sobre seus “domésticos”. O registro das Escrituras Gregas Cristãs prova que a classe do “escravo” designado não se tornou má, e as profecias relacionadas mostram que não se esperava que a classe do “escravo” se tornasse má e ela não se tornou assim. Com os seus apóstolos experimentados e provados, ele lançou o alicerce para a edificação dum corpo de escravos fiéis. Revelação 7:3-8 prediz que o pleno número de 144.000 israelitas espirituais seria selado como “os escravos de nosso Deus”. Revelação 12:17 prediz que, após a expulsão do dragão, Satanás, o Diabo, do céu, ele travaria guerra contra os do restante da “semente” da “mulher” de Deus, “que observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus.” E Revelação 14:1-4 prediz que o número inteiro dos 144.000, “que estão seguindo o Cordeiro para onde quer que ele vá”, está em pé com ele no Monte Sião. Eles “foram comprados da terra”. “Estes foram comprados dentre a humanidade como primícias para Deus e para o Cordeiro.”
60. (a) Foram designados pelo Amo os que agiram como “aquele escravo mau”? (b) O que formam todas estas pessoas em geral?
60 Se houver uma classe de cristãos gerados pelo espírito e ungidos que agir segundo a descrição ‘daquele escravo mau’, não foi o Senhor Jesus quem os designou e encarregou de seus domésticos ou “outros empregados”. Alguns que antes eram membros da classe do “escravo fiel e discreto” talvez se afastassem por motivos egoístas, tais como ambição pessoal, poder sobre os outros e comodismo. Tais egocêntricos talvez se formassem em grupos para seguir seus próprios objetivos. No entanto, formariam uma só classe geral, separada e diferente da classe do “escravo fiel e discreto”.
61. O que se poderia dizer razoavelmente sobre se haveria casos que pudessem ser usados para ilustrar o que Jesus disse sobre o “escravo mau”?
61 É razoável crer que o Senhor Jesus não usaria uma ilustração sem haver alguns casos, ou um caso geral, com que dar um exemplo do que queria dizer, quanto à conduta e ao resultado disso. Isto não ilustraria que Jesus designou os da classe ou do tipo de cristãos ‘daquele escravo mau’, mas que realmente aconteceria a cristãos infiéis, infidedignos, indignos de confiança e indiscretos durante a sua parusia ou “presença” invisível, assim como descreveu.
62. Que casos assim houve, especialmente durante a Primeira Guerra Mundial, e como afetou isso os da classe do “escravo fiel e discreto”?
62 Houve casos assim nas fileiras dos da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, logo após a morte do redator da Torre de Vigia e fundador da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E. U. A.), em 1916 E.C. Houve tentativas por parte de alguns de assumir o poder e o controle, contrário às provisões dos Estatutos da Sociedade. Houve desacordo quanto a quem compunha a organização aprovada do Senhor. Os ávidos de poder e os dessatisfeitos com os esforços sinceros de realizar os assuntos segundo os Estatutos legais e os princípios bíblicos foram frustrados. Entregaram-se a considerável ‘espancamento de seus co-escravos’ por palavras, por impressos e verbalmente, bem como no tribunal. Colocaram-se do lado dos “beberrões inveterados” deste mundo, falando-se de modo espiritual, em especial durante aqueles dias da Primeira Guerra Mundial. Tudo isso sujeitou a uma grande prova a estabilidade da organização, que então sofria crescente perseguição religiosa. Causou uma grande provação para a classe do “escravo fiel e discreto”.
63. (a) Que garantia deu Jesus de que tal grupo dum “escravo mau” não dissolveria sua casa de “domésticos”? (b) Como se deu esta ação predita?
63 A ilustração de Jesus proveu a garantia de que, durante a sua parusia ou presença ele não permitiria que quaisquer desleais, com tendências ‘daquele escravo mau’, desfizessem sua “família da fé” ou a dominassem, desviando-a de sua designação de dar aos “domésticos” dele seu espiritual “alimento no tempo apropriado”. No seu tempo de inspeção, puniu com a maior severidade tal classe de disposição má. Ou segundo o significado literal do verbo grego usado em Mateus 24:51: “Ele o cortará em dois.” (NM nota ao pé da página na edição inglesa de 1971.) Ele “cortará abaixo” esta classe dos de má conduta, separando-a da classe do “escravo fiel e discreto”. Isto se manifestou no que parecia seu empenho pela independência e sua retirada, formando seus próprios grupos religiosos com chefia segundo o seu gosto. O resultado de seu proceder pode ser investigado por qualquer que queira.
64. Com quem designa o amo a parte dos que são como “aquele escravo mau”, mas com quem não queria que estivessem?
64 Tal classe que foi ‘cortada abaixo’ demonstrou as caraterísticas e sofreu as conseqüências ‘daquele escravo mau’ descrito por Jesus, e podia ser chamada de classe do “escravo mau”, pelo menos de modo limitado. Jesus disse na sua ilustração que o amo “lhe determinará a sua parte com os hipócritas”. (Mateus 24:51) Na ilustração correspondente, em que o “escravo” é chamado de “mordomo”, Jesus disse: “[Ele] lhe determinará uma parte com os infiéis.” (Lucas 12:46) Durante a sua parusia ou presença, o Senhor Jesus definitivamente não quer ter nenhuns professos cristãos que tenham tendências ‘daquele escravo mau’ ou “mordomo” mau entre seus “outros empregados” ou “domésticos”. O cristianismo de tais mostra ser hipócrita e eles pertencem aos hipócritas religiosos da cristandade. Mostram-se infiéis, não sendo fiéis, fidedignos ou de confiança no que o Senhor lhes deu para fazer. Pertencem aos professos cristãos infiéis da cristandade.
65. Por causa de que há choro e ranger de dentes por parte dos semelhantes ‘àquele escravo mau’?
65 Entre os hipócritas e infiéis, os que mostram a tendência do “escravo mau” não têm nenhum verdadeiro prazer espiritual, e têm de passar pelo mesmo que aqueles hipócritas irreligiosos, infiéis. “Ali é onde haverá o [seu] choro e o ranger de [seus] dentes.” (Mateus 24:51) Isto não se dará por causa de arrependimento da sua parte. Não é “tristeza de modo piedoso”, tal como “produz arrependimento para a salvação que não se há de deplorar”. (2 Coríntios 7:10) Suas expressões são as de vexame e de amargo desapontamento. Talvez ainda prossigam de modo religioso, mas perdem a alegria e a bênção de cumprir com a designação do escravo aprovado “sobre todos os . . . bens” do amo.
AVISO CONTRA SERMOS ENLAÇADOS
66. Segundo a narrativa de Lucas, que aviso deu Jesus aos seus discípulos no encerramento de sua profecia sobre o “sinal”?
66 Na sua profecia sobre o “sinal de [sua] presença e da terminação do sistema de coisas”, Jesus deu mais avisos do que apenas esta ilustração da sorte sofrida pelo “escravo mau”. Ele dirigiu aos seus apóstolos palavras que advertiram diretamente todos os seus discípulos contra adotarem o proceder de tal “escravo mau”. Segundo a narrativa de Lucas, no fim da profecia notável de Jesus, este disse: “Mas, prestai atenção a vós mesmos, para que os vossos corações nunca fiquem sobrecarregados com o excesso no comer, e com a imoderação no beber, e com as ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vós instantaneamente como um laço. Pois virá sobre todos os que moram na face de toda a terra. Portanto, mantende-vos despertos, fazendo todo o tempo súplica para que sejais bem sucedidos em escapar de todas estas coisas que estão destinadas a ocorrer, e em ficar em pé diante do Filho do homem.” — Lucas 21:34-36.
67. Tendo sido encarregados de todos os “bens” de seu retornado Amo, por que é muito importante que os da classe do “escravo” fiel acatem o aviso dele?
67 É muitíssimo importante agora que se acatem estas palavras, agora que o “escravo fiel e discreto” do Senhor Jesus, invisivelmente presente, foi designado “sobre todos os seus bens”. Está muito próximo o dia em que a “grande tribulação” sem paralelo irromperá sobre a antitípica Jerusalém infiel, a cristandade. Aquele dia, qual laço que entra instantaneamente em ação, sobrevirá aos que moram sobre a face de toda a terra, e todos os incautos serão apanhados enquanto se excedem em comer e em beber, e na ansiedade com as coisas egoístas da vida. Aquele “dia” semelhante a um laço trará a destruição deles. Os membros da classe do “escravo fiel e discreto” não desejam compartilhar com os egoistamente desatentos, junto com os que são como “aquele escravo mau”.
68. (a) O que mais, além da presença do “escravo fiel e discreto”, é prova de vivermos no tempo indicado pelo “sinal”? (b) Portanto, em prol de que êxito pessoal devemos fazer súplicas?
68 Não há motivo para ficarmos na incerteza quanto ao período de tempo em que vivemos. Por termos feito segundo a ilustração de Jesus a respeito ‘da figueira e de todas as outras árvores’, sabemos onde estamos e o que está próximo. A ilustração do “escravo fiel e discreto” está na culminação de seu cumprimento. Não só a presença desta classe do “escravo fiel e discreto”, mas a designação desta classe sobre todos os bens do Senhor e cuidar ela de todos estes bens — estas coisas são a particularidade destacada do “sinal” que prova que vivemos na parusia, na presença invisível do entronizado Rei Jesus Cristo, e que ao mesmo tempo vivemos na “terminação do sistema de coisas”. (Mateus 24:3) O dia da destruição deste “sistema de coisas”, da cristandade e de tudo o mais, está próximo a se fechar qual laço. É para isso que é preciso ‘manter-se desperto’. É urgente que “todo o tempo” façamos “súplica para que [sejamos] bem sucedidos em escapar de todas estas coisas que estão destinadas a ocorrer, e em ficar em pé diante do Filho do homem”. — Lucas 21:36.
[Nota(s) de rodapé]
a Veja o livro The Battle of Armageddon (A Batalha do Armagedom), publicado em 1897, página 613, sob o título “Dispensação de Alimento aos da Casa. — Mat. 24:45-51; Luc. 12:42-46”.
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Reduzido a nada o “homem que é contra a “lei”Aproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 18
Reduzido a nada o “homem que é contra a “lei”
1. Por que há mais do que nunca uma demanda de paz entre as nações, por parte de tantas pessoas?
NUNCA antes houve tanta demanda de paz entre as nações por parte de tantas pessoas. Aparentemente, isto se dá porque vivemos na “era nuclear”, na qual seis nações destacadas possuem a bomba nuclear e muitas outras nações estão destinadas a se tornar possuidoras da bomba nuclear dentro em breve, visto que o segredo dela se torna mais amplamente conhecido e aproveitado. As bombas nucleares ameaçam agora a humanidade não só de lugares de lançamento de mísseis em terra seca, mas também de submarinos lançadores de mísseis ocultos em lugares estratégicos debaixo das águas dos mares.
2. Que manobras incomuns em prol duma paz internacional presenciamos por isso hoje em dia?
2 Não causa grande espanto, pois, ver os governantes políticos fazer o que parecem ser esforços honestos para impedir a primeira guerra nuclear. Confrontados com um verdadeiro holocausto nuclear, os governantes do mundo se inclinam a ter cada vez mais consideração nas suas atitudes mútuas. Adversários até agora intransigentes entre si tomam medidas transigentes visando a paz. Sente-se cada vez mais que é preciso fazer tudo para garantir a paz do futuro. Surge a esperança de uma “paz por uma geração”. A Conferência de Segurança e Cooperação Européia de 1973, de trinta e quatro nações, evidenciou o sentimento internacional sobre o assunto. O objetivo é coibir o desrespeito internacional à lei!
3. (a) Os atuais assuntos do mundo parecem ter quase atingido o ponto em que se fará que clamor em congratulação de si mesmos? (b) O dia de quem estará então à mão, e por que será ele uma surpresa para os que clamarem?
3 Os atuais acontecimentos mundiais parecem ir na direção da situação em que os homens no domínio dos assuntos clamarão jubilantemente em congratulação de si mesmos: “Paz e segurança!” Quando se atingir tal estágio dos assuntos, sob o sorriso de aprovação benigna das Nações Unidas, significará isso o início duma “geração de paz para a humanidade”? A profecia bíblica tem algo a dizer sobre isso. Tem muito a dizer sobre os tempos e as épocas em que as coisas hão de ocorrer, porque o Autor da Bíblia, o Criador do homem, é Cronometrista. Ele terá o Seu dia! O aparente bom êxito da política internacional em finalmente estabelecer “paz e segurança” não adiará o Seu dia. Seu dia não é fixo por homens. Providenciarem eles um acordo internacional, à base do qual se sentirão justificados em clamar: “Paz e segurança!” será o sinal predito de que Seu dia já amanheceu. O que este trará surpreenderá a humanidade. Ficará surpresa porque não acreditou no que ele predisse na sua Palavra e no que fez proclamar por suas testemunhas.
4. O que escreveu Paulo aos cristãos tessalonicenses a respeito do tempo de se clamar: “Paz e segurança!”?
4 Já séculos atrás houve pesquisadores de Sua Palavra inspirada de profecia, que procuravam a vinda de Seu dia. Há dezenove séculos atrás, o apóstolo Paulo escreveu à recém-estabelecida congregação cristã em Tessalônica, na Macedônia, e disse àqueles pesquisadores da Bíblia: “Ora, quanto aos tempos e às épocas, irmãos, não necessitais de que se vos escreva. Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia de Jeováa vem exatamente como ladrão, de noite. Quando estiverem dizendo: ‘Paz e segurança!’ então lhes há de sobrevir instantaneamente a repentina destruição, assim como as dores de aflição vêm sobre a mulher grávida, e de modo algum escaparão. Mas vós, irmãos, não estais em escuridão, de modo que aquele dia vos sobrevenha assim como a ladrões, porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não pertencemos nem à noite nem à escuridão. Assim, pois, não estejamos dormindo assim como fazem os demais, mas fiquemos despertos e mantenhamos os nossos sentidos.” — 1 Tessalonicenses 5:1-6.
5. (a) Paulo escreveu a sua carta aos cristãos tessalonicenses aproximadamente no meio dum período para o qual Jesus predisse o quê? (b) Contudo, alguns deles pensavam que estava perto o quê, e por isso estavam inclinados a desejar o quê?
5 O apóstolo Paulo escreveu aquela primeira carta à congregação em Tessalônica, na Macedônia, por volta do ano 50 E.C. Isto foi aproximadamente no meio do período de tempo entre 33 E.C. e 70 E.C., período de que Jesus Cristo disse na sua profecia no Monte das Oliveiras, que ficaria assinalado por “guerras e relatos de guerras”, pois, durante este período, “nação se levantará contra nação e reino contra reino”. Tudo menos um tempo pacífico. (Mateus 24:4-7) Contudo, durante o ano que se seguiu à escrita da primeira carta de Paulo, veio a haver em Tessalônica cristãos que cederam à impressão de que “o dia de Jeová está aqui”. No entanto, não havia nenhuma evidência de que durante aquele tempo, 50/51 E.C., homens de destaque dissessem: “Paz e segurança!”, declaração que, conforme Paulo havia escrito na sua carta, precederia imediatamente à vinda da “repentina destruição” sobre os pacificadores do mundo. Os cristãos tessalonicenses atravessavam um tempo de tribulação, por causa da perseguição por parte de opositores religiosos, e estavam inclinados a querer ser imediatamente ajuntados ao céu, para estar com o Senhor Jesus Cristo e longe das dificuldades.
6, 7. O que escreveu Paulo àqueles tessalonicenses, visto que precisavam demonstrar fé sob mais tribulação?
6 Por conseguinte, por volta do ano 51 E.C., o apóstolo Paulo achou aconselhável escrever aos cristãos tessalonicenses outra carta, para restabelecer seu equilíbrio espiritual. Expressou satisfação com sua perseverança e fé sob perseguição e tribulação, e disse: “Esta é uma prova do julgamento justo de Deus, resultando em serdes contados dignos do reino de Deus, pelo qual, deveras, estais sofrendo.” Não lhes assegurou que dentro em breve fossem aliviados dos que lhes causavam dificuldades, mas apontou para o futuro, para a “revelação do Senhor Jesus desde o céu, com os seus anjos poderosos”. Reconhecendo que tinham de prosseguir demonstrando sua fé cristã sob as circunstâncias difíceis, ele disse:
7 “Com este mesmo fim, deveras, estamos sempre orando por vós, para que o nosso Deus vos conte dignos de sua chamada e realize completamente tudo o que lhe agradar da bondade e a obra de fé com poder, a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós em união com ele, de acordo com a benignidade imerecida de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.” — 2 Tessalonicenses 1:5-12.
8. Paulo pediu que não ficassem agitados por causa de que idéia, a fim de que não ficassem desapontadas suas expectativas relacionadas com a vindoura destruição de Jerusalém?
8 A destruição da Jerusalém terrestre (em 70 E.C.) avizinhava-se dentro daquela geração e o apóstolo Paulo não quis que os cristãos tessalonicenses ficassem desapontados nas suas expectativas infundadas logo antes ou depois daquela calamidade nacional judaica. Vendo a necessidade de reajustarem seu modo de pensar, passou então a escrever: “No entanto, irmãos, com respeito à presença [em grego: parousia] de nosso Senhor Jesus Cristo e de sermos ajuntados a ele, solicitamo-vos que não sejais depressa demovidos de vossa razão, nem fiqueis provocados, quer por uma expressão inspirada, quer por intermédio duma mensagem verbal, quer por uma carta, como se fosse da nossa parte, no sentido de que o dia de Jeová está aqui.” — 2 Tessalonicenses 2:1, 2.
9. Na sua primeira carta, o que disse Paulo aos tessalonicenses sobre a presença de Cristo e sobre os cristãos serem ajuntados a ele?
9 Junto com seus companheiros missionários Silvano (Silas) e Timóteo, o apóstolo Paulo havia fundado aquela congregação de Tessalônica, e na sua primeira carta, depois de ter de deixar aquela congregação, escreveu-lhes sobre o que ele chama de “presença de nosso Senhor Jesus Cristo e de sermos ajuntados a ele”. Em 1 Tessalonicenses 4:14-18 ele escreveu: “Pois, se a nossa fé é que Jesus morreu e foi levantado de novo, então, também, Deus trará com ele os que adormeceram na morte por intermédio de Jesus. Pois, nós vos dizemos pela palavra de Jeová o seguinte: que nós, os viventes, que sobrevivermos até a presença do Senhor, de modo algum precederemos os que adormeceram na morte; porque o próprio Senhor descerá do céu com uma chamada dominante, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus, e os que estão mortos em união com Cristo se levantarão primeiro. Depois nós, os viventes, que sobrevivermos, seremos juntamente com eles arrebatados em nuvens, para encontrar o Senhor no ar; e assim estaremos sempre com o Senhor. Conseqüentemente, persisti em consolar-vos uns aos outros com estas palavras.”
10, 11. Em vista da narrativa do apóstolo Mateus sobre a vida de Cristo, que particularidade de sua profecia talvez fosse trazida à atenção deles?
10 Além desta informação por intermédio de Paulo, naquele tempo circulava o Evangelho de Mateus, tendo sido escrito por volta do ano 41 E.C., tanto em hebraico como no grego comum do primeiro século E. C. Por isso é possível que aos da congregação de Tessalônica se tivesse trazido à atenção o que o apóstolo Mateus registrou sobre a profecia de Jesus no Monte das Oliveiras. A narrativa de Mateus nos conta que Jesus, depois de predizer a destruição de Jerusalém (em 70 E.C.), prosseguiu:
11 “Imediatamente depois da tribulação daqueles dias, o sol ficará escurecido, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se baterão então em lamentação, e verão o Filho do homem vir nas nuvens do céu, com poder e grande glória. E enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e eles ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma extremidade dos céus até à outra extremidade deles.” — Mateus 24:29-31.
12. (a) Esperava Paulo o ajuntamento dos cristãos ao Cristo celestial imediatamente depois da destruição de Jerusalém? (b) O que lhes lembrou Paulo, que tinha de vir primeiro, antes do dia destrutivo de Jeová?
12 Ora, o apóstolo Paulo sabia que não ocorreria logo após a destruição de Jerusalém, dentro daquela geração, o ajuntamento dos escolhidos por meio dos anjos, resultando num ajuntamento dos cristãos de Tessalônica com o Senhor Jesus Cristo. Ele sabia que, antes da chegada do destrutivo “dia de Jeová”, havia de acontecer mais do que a destruição de Jerusalém pelos romanos e o brado enganoso de “Paz e segurança!” por parte dos governantes políticos. O apóstolo Paulo lembrou aos cristãos tessalonicenses esta coisa preliminar, adicional, nas seguintes palavras: “Que ninguém vos seduza, de maneira alguma, porque não virá a menos que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem que é contra a lei, o filho da destruição.” — 2 Tessalonicenses 2:3.
13. (a) A que não se referia Paulo com a palavra “apostasia”? (b) Como sabia Paulo o significado da palavra por ele mesmo ter sido acusado de apostasia?
13 Sim, primeiro tinha de vir uma apostasia. O que queria dizer o apóstolo Paulo com “apostasia”? Referia-se ele a mero desvio negligente, a um afastamento indiferente de discípulos de Cristo no que se referia à fé e prática cristãs? Não! A palavra significa algo muito mais forte. O apóstolo Paulo sabia disso. Ora, ele mesmo fora acusado de ser culpado de apostasia, mas tal acusação fora feita por judeus circuncisos, descrentes. Este foi o motivo pelo qual, na sua última visita a Jerusalém, Paulo recebeu um conselho do corpo governante da congregação cristã, a saber: “Observas, irmão, quantos milhares de crentes há entre os judeus; e todos eles são zelosos da Lei. Mas eles ouviram rumores a respeito de ti, de que tens ensinado a todos os judeus entre as nações uma apostasia contra Moisés, dizendo-lhes que não circuncidem os seus filhos nem andem nos costumes solenes. O que se há de fazer, então, a respeito disso? Em qualquer caso, eles vão ouvir que chegaste [em grego: elélythas]. Faze, portanto, o que te vamos dizer.” (Atos 21:18-23) Na mente dos judeus, dar Paulo as costas a Moisés significava uma apostasia.
14. O que significa literalmente a palavra grega original, em si mesma, e que significado assumiu?
14 Segundo a palavra grega usada, “apostasia” significa literalmente “apartar-se de”, “desvio”, “afastamento”. Por exemplo, lemos em Lucas 8:13: “Na hora da provação se desviam.” (ALA) Também, em 1 Timóteo 4:1: “Nos últimos tempos alguns se apartarão da [abandonarão a] fé.” (J. Basílio Pereira; Negromonte; BLH) “Alguns renegarão a fé.” (LEB; CT) Também Hebreus 3:12: “Meus irmãos, cuidado para que nenhum de vocês tenha coração tão mau e incrédulo que se afaste do Deus vivo.” (BLH) “Vede, irmãos, que não se ache nalgum de vós um coração corrompido de incredulidade, que o faça apostatar do Deus vivo.” (J. Pedreira de Castro; H. Rohden) “Um coração corrompido pela incredulidade, que o aparte do Deus vivo.” (So) Portanto, para os antigos gregos, a palavra deles da qual se deriva a nossa “apostasia” significava “defecção” ou “revolta”, bem como “afastamento; desaparecimento”. Este é o motivo por que algumas traduções modernas transmitem a idéia de “revolta” em 2 Tessalonicenses 2:3.
15. Como mostram traduções modernas que a palavra “apostasia” transmite um conceito forte?
15 Por exemplo, a versão católica romana do Pontifício Instituto Bíblico de Roma reza ali: “É necessário que antes venha a defecção e que se manifeste o homem da impiedade, o filho da perdição.” Uma Tradução Americana, em inglês, reza: “Pois isto não se dá até que ocorra a rebelião e apareça a personificação da desobediência — aquele que está condenado à destruição.” A Versão Normal Revisada, em inglês, reza: “Pois aquele dia não virá a menos que venha primeiro a rebelião e se revele o homem sem lei, o filho da perdição.” A Bíblia na Linguagem de Hoje verte isso: “Terá de vir a Revolta contra Deus, e aparecer o Perverso, que está condenado.” E A Nova Bíblia Inglesa reza: “Aquele dia não pode vir antes da rebelião final contra Deus, quando a iniqüidade será revelada em forma humana, o homem condenado à perdição.” Em base destas diversas traduções de 2 Tessalonicenses 2:3 podemos ver que se tem um conceito forte da palavra “apostasia”.
CONTRA QUEM?
16. (a) Como sabemos de que se dá a apostasia ou deserção? (b) O que indica se este “homem que é contra a lei’’ é um único homem e se este “homem” é apenas um anticristo?
16 Então, contra quem é esta apostasia, esta revolta, esta rebelião, esta defecção? A descrição adicional deste desenvolvimento rebelde torna claro que é contra Jeová Deus, cujo Dia é precedido por esta apostasia. Tal apostasia havia de resultar em se revelar “o homem que é contra a lei, o filho da destruição”. Um homem literal? Não, pois nenhum único homem poderia ter vivido durante todo o longo período de tempo abrangido no cumprimento desta profecia. Bem em harmonia com esta explicação está a versão de Uma Tradução Americana, que usa a expressão “personificação da desobediência, . . . que está condenado à destruição”. Notamos que este não é chamado “O Anticristo”. É verdade que ele resulta em ser um anticristo. Assim como o apóstolo João disse a respeito de seus próprios dias, escrevendo por volta do ano 98 E.C.: “Já está havendo agora muitos anticristos; . . . Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, aquele que nega o Pai e o Filho.” (1 João 2:18, 22) Não só se nega o Filho de Deus, mas também Deus, o Pai.
17. O que se quer dizer por se chamar este antideus de “filho da destruição”, e quando vem a destruição dele?
17 Portanto, é mais apropriado chamar o “homem que é contra a lei” de antideus. Este antideus é contra a lei no que se refere a Deus, e sendo contra Deus, o Pai, ele é também contra o Filho de Deus, Jesus Cristo. Antes de aparecer, o “homem que é contra a lei” já é chamado de “filho da destruição”. Esta expressão figurativa significa que ele é herdeiro da destruição, que está sentenciado à destruição, “condenado à destruição”. O “homem que é contra a lei” merece a destruição; não pode escapar dela. Esta destruição merecida virá sobre ele no “dia de Jeová”. Este antideus é revelado antes daquele dia.
18. (a) Visto que aquele que é contra a lei está relacionado com a apostasia, o que indica isso quanto à relação daquele com Deus? (b) Estavam os judeus naturais dos dias de Paulo numa relação pacífica com Deus, da qual apostataram?
18 Tal “homem que é contra a lei” destinado à destruição, é relacionado com a predita “apostasia”, revolta ou rebelião contra Deus. Isto torna certo que o “homem que é contra a lei” estava originalmente associado com Deus, em relações pacíficas com Deus. Quando o apóstolo Paulo escreveu sua carta aos cristãos tessalonicenses, não eram os judeus naturais, circuncisos, que estavam em paz com Deus e em relação harmoniosa com Ele. Foram os judeus que instigaram um distúrbio em Tessalônica e obrigaram o apóstolo Paulo a fugir daquela cidade, e, mais tarde, também da Beréia. (Atos 17:5-15) Paulo escreveu na sua primeira carta aos tessalonicenses: “Eles [os das congregações na Judéia] também estão sofrendo às mãos dos judeus, que mataram até mesmo o Senhor Jesus e os profetas, e que nos perseguiram. Outrossim, eles não estão agradando a Deus, mas são contra os interesses de todos os homens, visto que tentam impedir-nos de falar a pessoas das nações para que essas se salvem, com o resultado de que sempre enchem a medida de seus pecados. Mas, por fim veio sobre eles o furor dele.” — 1 Tessalonicenses 2:14-16.
19. Então, com que se podia esperar que começasse a apostasia, e por que com eles?
19 Donde mais, senão da congregação cristã, podia esperar-se o começo da apostasia? Foi aos cristãos, representados pela congregação de Tessalônica, que o apóstolo escreveu: “Paulo, e Silvano, e Timóteo, à congregação dos tessalonicenses em união com Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo: Que tenhais benignidade imerecida e paz da parte de Deus, o Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (2 Tessalonicenses 1:1, 2) Estes cristãos podiam apostatar de Deus, podiam revoltar-se e rebelar-se contra Deus, porque estavam em união com Ele e com seu Messias Jesus, e recebiam benignidade imerecida e paz de Deus, seu Pai celestial, mediante o Filho dele, Jesus Cristo. Portanto, quem são tais rebeldes procedentes da congregação cristã?
20, 21. (a) Por que começaria a apostasia não dentro da nação judaica, mas dentro da congregação cristã? (b) Com que palavras advertiu Paulo o presbitério de Éfeso a respeito da vindoura apostasia?
20 O próprio apóstolo Paulo advertiu que viria a apostasia, a revolta ou rebelião religiosa do meio da congregação que então pertencia a Deus, visto que Ele havia rejeitado a nação judaica como seu povo escolhido. A congregação de Deus compunha-se então de israelitas espirituais, de judeus espirituais, e não era mais a nação dos judeus naturais, circuncisos. Alguns anos depois de Paulo escrever sua segunda carta aos tessalonicenses, ele estava na cidade de Mileto, na Ásia Menor, na sua última viagem a Jerusalém. Em Mileto, dirigiu-se ao presbitério ou “corpo de anciãos” da vizinha congregação de Éfeso. Indicando a futura apostasia, Paulo disse àqueles anciãos ou superintendentes:
21 “Prestai atenção a vós mesmos e a todo o rebanho, entre o qual o espírito santo vos designou superintendentes para pastorear a congregação de Deus, que ele comprou com o sangue do seu próprio Filho. Sei que depois de eu ter ido embora entrarão no meio de vós lobos opressivos e eles não tratarão o rebanho com ternura, e dentre vós mesmos surgirão homens e falarão coisas deturpadas, para atrair a si os discípulos.” — Atos 20:28-30.
22, 23. (a) Em qual das suas cartas, dirigida a quem, advertiu também Pedro contra a vindoura apostasia? (b) Como nos ajuda Pedro, por meio do que ele diz, a identificar o “filho da destruição”, que é contra a lei?
22 Igual ao apóstolo Paulo, seu co-apóstolo Pedro também se apercebia da vindoura apostasia. Na sua segunda e última carta, escrita por volta do ano 64 E.C., Pedro dirigiu-se “aos que obtiveram uma fé, tida por igual privilégio como a nossa, pela justiça de nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo”.
23 No decorrer de sua carta a estes, Pedro passou a dizer: “A profecia nunca foi produzida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo. No entanto, houve também falsos profetas entre o povo, assim como haverá falsos instrutores entre vós. Estes mesmos introduzirão quietamente seitas destrutivas e repudiarão até mesmo o dono que os comprou, trazendo sobre si mesmos uma destruição veloz. Outrossim, muitos seguirão os seus atos de conduta desenfreada, e, por causa destes, falar-se-á de modo ultrajante do caminho da verdade. Explorar-vos-ão também em cobiça com palavras simuladas. Mas, quanto a eles, o julgamento, desde tempos antigos, não está avançando vagarosamente e a destruição deles não está cochilando.” (2 Pedro 1:1, 2 Ped. 1:21 a 2:3) Isto nos ajuda a identificar o “filho da destruição” que é contra a lei.
24, 25. Em vista do que Paulo e Pedro disseram, que perguntas fazemos sobre a identificação do que é o “homem que é contra a lei”?
24 À luz do que os apóstolos Paulo e Pedro disseram sobre a apostasia, quem é realmente “o homem que é contra a lei, o filho da destruição”? O apóstolo Paulo disse aos “anciãos”, aos “superintendentes”, que representavam a congregação de Éfeso, que surgiriam homens e ‘falariam coisas deturpadas’ no campo religioso. Isto limita o assunto aos líderes religiosos da congregação cristã, os ordenados ou designados para ‘pastorear a congregação de Deus’. Então, quem são os líderes religiosos que professam ser da congregação de Deus e que são como “lobos opressivos”? Quem são os professos líderes cristãos que não ‘tratam o rebanho com ternura’? Quem são os guias religiosos que se levantam e falam “coisas deturpadas”, a fim de “atrair a si os discípulos” na congregação? Quem são os homens que, tais quais os falsos profetas entre o povo do antigo Israel, mostram ser “falsos instrutores” entre os israelitas espirituais?
25 Sim, quem são os líderes religiosos que introduziram “seitas destrutivas” entre os que se consideram congregação de Deus? Quem são os líderes sectários que, pelos seus ensinos religiosos e pelas suas práticas, realmente repudiam o celestial “dono que os comprou”? Quais os líderes religiosos que se mostraram culpados de “conduta desenfreada” nas suas relações com as autoridades seculares, mundanas? Quais os líderes religiosos que deram o mau exemplo a ser imitado pelos seus rebanhos, de modo que se começou a falar “de modo ultrajante do caminho da verdade”? Quais os líderes religiosos que cobiçam as coisas que as pessoas de sua congregação possuem e depois as exploram “com palavras simuladas”?
IDENTIFICAÇÃO DO “HOMEM QUE É CONTRA A LEI”
26. Para quem aponta o dedo de identificação, e como é o identificado descrito na Enciclopédia Americana?
26 O dedo identificador da história humana, durante os últimos dezesseis séculos, aponta para o clero religioso da cristandade. Será que alguém não tem certeza sobre o que se quer dizer com “clero” da cristandade? Neste caso, deixemos que a Enciclopédia Americana (edição de 1929, em inglês), Volume 7, página 90, lhe esclareça isso nas seguintes palavras:
CLERO (latim clericus, do grego kléros, quinhão) na Igreja cristã, aquela parte dos fiéis que é posta à parte para o ministério da religião. A separação dos leigos tornou-se mais acentuada por meio da multiplicação de cargos e títulos, privilégios, direitos, vestimenta e hábitos peculiares. Na Igreja Católica Romana, há oito graus ou distinções de clero, a saber, o do simples clérigo, os de quatro ordens menores e os de três ordens sacras de subdiácono, diácono e sacerdote. . . . Os últimos três são considerados como sendo de instituição divina. O simples clérigo é aquele que recebeu a tonsura clerical por meio deste rito, ele torna-se clérigo ou clerical e como tal cabem-lhe certos direitos, privilégios e imunidades, e ele assume certas obrigações não atribuídas aos leigos. Nas igrejas protestantes, a distinção entre clero e leigos é muito menos ampla.
27. (a) Que palavras de Jesus são contrárias à divisão da congregação em clero e leigos? (b) Como classificou João todos os membros da congregação, na Revelação?
27 Será que Jesus Cristo, Cabeça da congregação cristã, deu aos seus discípulos instruções para se dividirem em clérigos e leigos? Em parte alguma dos quatro Evangelhos, de Mateus, Marcos, Lucas e João, nem no livro dos Atos dos Apóstolos, nem no livro de Revelação, encontramos instruções da divisão de seus discípulos em duas classes gerais. Suas instruções foram exatamente ao contrário. No templo em Jerusalém, Jesus disse aos seus discípulos e às multidões de judeus: “Mas vós, não sejais chamados Rabi, pois um só é o vosso Instrutor, ao passo que todos vós sois irmãos. Além disso, não chameis a ninguém na terra de vosso pai, pois um só é vosso Pai, o Celestial. Tampouco sejais chamados ‘líderes’, pois o vosso Líder é um só, o Cristo. Mas o maior dentre vós tem de ser o vosso ministro.” (Mateus 23:8-11) Na Revelação que lhe foi dada mediante Jesus Cristo, o apóstolo João refere-se a todos os discípulos de Cristo como sendo sacerdotes, dizendo: “Ele fez de nós um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai. . . .” “Fizeste deles um reino e sacerdotes para o nosso Deus, e reinarão sobre a terra.” — Revelação 1:6; 5:10.
28. Como classificou também a primeira carta de Pedro todos da congregação como iguais?
28 Do mesmo modo, o apóstolo Pedro escreveu aos cristãos, que todos eles são sacerdotes, dizendo: “Vós mesmos, como pedras vivas, entrai na construção deste templo espiritual, para nele constituirdes um sacerdócio santo, que ofereça, por intermédio de Jesus Cristo, sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus. Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus para que anuncieis as perfeições d’Aquele que vos chamou das trevas à sua luz admirável.” — 1 Pedro 2:5, 9, versão católica romana de Lincoln Ramos.
29, 30. (a) Em 1 Pedro 5:1-3, como aplica a Versão Douay da Bíblia a palavra “clero”? (b) Como vertem traduções católicas modernas a palavra grega usada aqui?
29 A palavra inglesa para “clero” ocorre uma vez na Versão Douay da Bíblia, em inglês, na primeira carta de Pedro, como segue: “Aos anciãos, portanto, que há entre vós, rogo eu, que também sou ancião e testemunha dos sofrimentos de Cristo, também como partícipe daquela glória que há de ser revelada no tempo futuro: Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, cuidando dele, não constrangidos, mas voluntariamente, segundo Deus: não por causa de lucro vil, mas voluntariamente: Nem como dominando sobre o clero, mas sendo feito modelo do rebanho, de coração.” (1 Pedro 5:1-3, Dy) Contudo, mesmo nesta tradução da Bíblia, todo o rebanho das ovelhas espirituais de Deus é chamado de “clero”, e manda-se que os “anciãos”, tais como o apóstolo Pedro, não dominassem sobre este “clero”. Entretanto, divergindo desta forma de a Versão Douay traduzir a palavra grega kléros (na forma plural) em 1 Pedro 5:3, modernas traduções católicas romanas da Bíblia vertem a palavra grega de modo diferente em inglês, e também em português. Por exemplo:
30 “Nem sejais ditadores sobre qualquer grupo de que sois encarregados, mas sede exemplo que todo o rebanho possa seguir.” (The Jerusalem Bible) “Não como dominadores tirânicos das ovelhas entregues a vossos cuidados, mas tornando-vos modelos do rebanho.” (Lincoln Ramos) “Nem como opressores dos dependentes, mas tornando-vos modelos do rebanho.” — Pontifício Instituto Bíblico de Roma.
31. Em vista do que Jesus disse, em Mateus 23:10-12, 14, 33, por que perguntamos sobre o motivo de os homens se distinguirem dos leigos” como “clero”?
31 Visto que os apóstolos inspirados de Jesus Cristo aplicaram os termos “sacerdócio” e “clero” (Versão Douay) a todo o rebanho de Deus e não os restringiram aos “anciãos”, tais como o apóstolo Pedro, não é impertinente perguntar aqui: Quem são os líderes religiosos da cristandade que se intitulam “sacerdotes” e que se chamam de “clero”, como separados e distintos do que chamam de “laicado”, termo que não ocorre nas inspiradas Escrituras Sagradas? Qual é a motivação destes líderes religiosos ao se diferenciarem assim? Em que procuram constituir-se? Lembramo-nos de que Jesus Cristo, ao denunciar os escribas e fariseus judaicos como “hipócritas” e “serpentes, raça de víboras”, ele disse: “Nem queirais que vos chamem mestres, porque um só é o vosso Mestre, Cristo. O maior entre vós seja vosso servidor. Todo aquele que se exaltar será humilhado e todo aquele que se humilhar será exaltado.” — Mateus 23:10-12, 14, 33, PIB.
32. Quando foi que os líderes religiosos da cristandade começaram a chamar-se “clero”, diferenciando-se dos “leigos”?
32 Ora, quando começaram os clérigos religiosos da cristandade a chamar-se de clérigos e a reservar-se o título de “sacerdote”? Sob o título: “2. Distinção entre Clero e Laicado”, a Cyclopœdia de M’Clintock e Strong, Volume II, página 386, diz a respeito da “antítese” ou do contraste entre clérigos e leigos:
A antítese judaica de clero e leigos era de início desconhecida entre os cristãos; e foi “somente ao se desviarem os homens do ponto de vista evangélico para o judaico” que a idéia do sacerdócio geral cristão de todos os crentes cedeu seu lugar, mais ou menos completamente, à do sacerdócio especial ou clero. . . . Assim, mesmo Tertuliano (De Baptismo, c. 17, antes de ele se tornar montanista): “Os leigos também têm o direito de administrar os sacramentos e de ensinar na comunidade. A Palavra de Deus e os sacramentos foram comunicados a todos, pela graça de Deus, e por isso podem ser comunicados por todos os cristãos como instrumentos da graça divina. Mas a questão aqui não se relaciona apenas com o que é permitido em geral, mas também com o que é conveniente sob as circunstâncias existentes. Podemos usar aqui as palavras de S. Paulo: ‘Todas as coisas são lícitas aos homens, mas nem todas as coisas são convenientes.’ Se olharmos para a ordem que precisa ser mantida na Igreja, portanto, os leigos devem exercer seu direito sacerdotal de administrar os sacramentos apenas quando o tempo e as circunstâncias o exigirem.” Desde o tempo de Cipriano . . . pai do sistema hierárquico, passou a destacar-se a distinção entre clero e laicado, e em pouco tempo foi admitida universalmente. De fato, a partir do terceiro século, o termo clerus (kléros, ordo) foi aplicado quase que exclusivamente ao ministério, para distingui-lo do laicado. Ao se desenvolver a hierarquia romana, o clero veio a ser não só uma ordem distinta (que podia consistir em todos os regulamentos e doutrinas apostólicos), mas também a ser reconhecido como o único sacerdócio, e o meio essencial de comunicações entre o homem e Deus.
33. Quem era este Cipriano e que cargo ocupava na congregação durante o terceiro século?
33 Segundo a Enciclopédia Americana, em inglês, Volume 8, página 368, o já mencionado Tácio Cecílio Cipriano nasceu por volta de 200 E.C. e morreu em Cartago, na África, em 14 de setembro de 258. “Pouco depois de ser batizado (246), foi ordenado sacerdote e depois eleito pelos cristãos de Cartago para ser seu bispo (248). . . . Ele fez muito para aliviar e fortalecer seu episcopado. Sob ele, realizaram-se sete concílios, o último em 256.” Embora este bispo africano fosse considerado como um dos “padres” da Igreja e fosse santificado pela Igreja Católica Romana, resta o fato de que era clérigo, um dos do clero que veio à existência após a morte dos apóstolos de Jesus Cristo e seus associados íntimos.
34. Pela expressão “homem que é contra a lei” a Bíblia se refere a que espécie de indivíduo, e por quê?
34 É este chamado clero “cristão” que mostra ser o “homem que é contra a lei, o filho da destruição”, relacionado com a “apostasia”, “revolta” ou “rebelião”. É evidente que o uso desta expressão na Bíblia Sagrada refere-se a um “homem” composto, que existe durante um longo período de tempo e cuja constituição ou pessoal muda com o passar do tempo. Assim, os membros deste “homem que é contra a lei” são hoje diferentes daqueles do terceiro século.
PRETENSÕES À DIVINDADE
35. Por que não deve surpreender que o ‘homem contra a lei’ aspire à divindade? Até que ponto?
35 Visto que a “apostasia” ou “revolta” deste clerical “homem que é contra a lei” é contra Jeová Deus, não é de surpreender que tal “homem” composto aspire à divindade, tentando fazer-se deus. O primeiro rebelde contra Jeová Deus, a saber, Satanás, o Diabo, constituiu-se em deus, de modo que o apóstolo Paulo o chama de “deus deste sistema de coisas”. (2 Coríntios 4:4) O rei pagão da antiga Babilônia, debaixo de Satanás, o Diabo, procurou fazer-se parecer igual a Jeová Deus, cujo templo estava em Jerusalém. Segundo Isaías 14:14, o rei da antiga Babilônia disse no seu coração: “Subirei acima dos altos das nuvens; assemelhar-me-ei ao Altíssimo.” Ele pensava ter alcançado sua ambição quando destruiu Jerusalém e o templo de Jeová Deus, no ano 607 A.E.C. No entanto, a destruição de Jerusalém e de seu templo por aquele aspirante babilônico à igualdade com Jeová Deus é algo menor em comparação com toda a destruição de coisas, relacionada com Jeová Deus, conforme causada por tal clerical “homem que é contra a lei”.
36. De que modo age este “homem” composto como se não fosse responsável perante Jeová, e o que usou Paulo para falar aos tessalonicenses a respeito deste “homem”?
36 Sendo um rebelde contra a lei nas coisas religiosas, atuou como se não fosse responsável perante o Deus Altíssimo e Todo-poderoso, Jeová, como se estivesse acima da lei do único Deus vivente e verdadeiro. O apóstolo Paulo não vai ao extremo ao dizer profeticamente a respeito deste composto “homem que é contra a lei” a seguinte coisa espantosa: “Ele se coloca em oposição e se ergue acima de todo aquele que se chame ‘deus’ ou objeto de reverência, de modo que se assenta no templo de O Deus, exibindo-se publicamente como sendo deus. Não vos lembrais de que, enquanto eu estava ainda convosco, costumava dizer-vos estas coisas?” — 2 Tessalonicenses 2:4, 5.
37. Em confirmação de como se cumpriu a profecia de Paulo, que destacado personagem religioso poderia ser indicado, e por quê?
37 Naturalmente, em confirmação de como o clerical “homem que é contra a lei” cumpriu esta profecia, poder-se-ia salientar como certo membro do chamado clero “cristão” falou e atuou ou quais as afirmações de divindade que se fizeram a seu respeito. Por exemplo, poder-se-ia apontar para o papa da Igreja Católica Romana e citar o que foi dito a respeito deste bispo papal de Roma no dicionário eclesiástico de Ferraris,b a saber:
O papa é de tal dignidade e alteza, que ele não é mero homem, mas como que Deus e Vigário de Deus. . . . Por isso, o papa é coroado com uma coroa tríplice, como rei do céu, da terra e do inferno. . . . Não, a excelência e o poder do papa não são só sobre coisas celestiais, terrestres e infernais, mas ele está também acima dos anjos e é seu superior . . . De modo que, se fosse possível que os anjos se desencaminhassem da fé ou tivessem sentimentos contrários a ela, poderiam ser julgados e excomungados pelo papa. . . . Ele é de tão grande dignidade e poder, que ocupa o mesmíssimo tribunal com Cristo . . . De modo que tudo o que o papa faz parece proceder da boca de Deus. . . . O papa é, como que, Deus na terra, o único príncipe dos fiéis de Cristo, o maior rei de todos os reis, possuindo a plenitude do poder; a quem se confiou o governo do reino terrestre e celeste. . . . O papa é de tão grande autoridade e poder, que pode modificar, declarar ou interpretar a lei divina. . . . O papa pode às vezes contrariar a lei divina por limitação, explicação”, etc.
38. No entanto, ao se apontar para determinado clérigo, o que deve ser lembrado, e, portanto, como se cumpriu realmente esta profecia a respeito do “homem que é contra a lei”?
38 No entanto, não deve ser esquecido que o “homem que é contra a lei” não é um único líder religioso, individual, tal como o papa de Roma, o patriarca ortodoxo grego de Atenas, o patriarca ortodoxo grego de Constantinopla (Istambul) ou outros patriarcas religiosos. O predito homem “que é contra a lei” é um “homem” composto, todo o clero religioso da igreja que professa ser “cristã”. Naturalmente, o que for feito por um membro destacado deste “homem” clerical lança culpa sobre todos os outros membros da classe clerical, por concordarem com o que é feito ou por não protestarem contra isso, ou por anuírem e permanecerem na organização clerical. Todos compartilham da responsabilidade e culpa comunal pelo que um membro da classe clerical faz de modo representativo, ao falar ou agir pelo grupo inteiro. É o que a classe clerical como um todo faz ou participa em fazer durante os séculos que cumpre a profecia a respeito do “homem que é contra a lei”.
39. Como mostrou-se a classe do “homem que é contra a lei” “em oposição” a Jeová?
39 A classe do “homem que é contra a lei” mostrou-se “em oposição” por se constituir “amigo” do mundo, segundo a regra declarada pelo inspirado discípulo Tiago, na sua carta: “Não sabeis que a amizade do mundo é inimizade de Deus? Aquele, portanto, que quer ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:4, PIB) Ele se opõe a Jeová Deus quando se opõe à inspirada Palavra escrita de Deus e procura anulá-la, ou mesmo procura tirar a Bíblia dos membros que apóiam as igrejas ou mantê-los afastados dela. Opõe-se a Jeová Deus quando persegue e se opõe aos discípulos de Cristo que adoram a Jeová Deus com espírito e verdade mediante Jesus Cristo. (João 4:24) Opõe-se ao único Deus vivente e verdadeiro por tirar a adoração e o culto que pertencem a este Deus e atrai tal adoração e culto a uma classe clerical glorificada.
40. Como se esforçou a classe do “homem que é contra a lei” a ser o único deus terreno em cena, como na questão da Igreja e do Estado?
40 A classe do “homem que é contra a lei” quer ser o único deus no cenário terrestre, de fato o deus dos deuses terrenos. Isto ficou demonstrado durante as relações que a Igreja religiosa da cristandade manteve com o Estado político. Neste casamento entre Igreja e Estado, o clero sempre se esforçou a estar por cima, a poder ditar. Desde o tempo de Constantino, tem havido tal casamento entre Igreja e Estado. Tem sido realmente um casamento de conveniência, por causa daquilo que o clero pode tirar dele em matéria de autoridade, prestígio, proteção e imunidades, apoio e outros benefícios egoístas. A Enciclopédia Americana, Volume 6, páginas 657, 658, diz a respeito de “Igreja e Estado”:
Entre essas duas instituições, nos tempos modernos, se é que existiu alguma vez, raras vezes houve perfeita harmonia. Esta luta, tão prolongada, promete durar para sempre, a menos que ocorra algum transtorno espantoso. Tem sido amarga. Tem envolvido grandes interesses e trazido à tona discussões momentosas. Tem fomentado levantes de todas as espécies e originado uma literatura de vitupérios sem paralelo fora da luta política. Não raras vezes tem sido mera disputa política. . . . Debaixo de Constantino, a Igreja entrou na arena de atividade universal como colaboradora na tarefa de civilizar os povos. Reconhecida como governante espiritual, aos poucos adquiriu domicílio local e um nome como potentado temporal. Tornou-se potência mundial. Tal êxito foi o começo de todos os muitos desastres da Igreja. . . . Desde Constantino até Carlos Magno o poder civil, embora concedendo reconhecimento legal à Igreja, interferiu no seu governo. Desde Carlos Magno até um período aproximado ao da Reforma, a Igreja e o estado estavam intimamente unidos e houve uma geralmente reconhecida subordinação da autoridade civil à espiritual.
41. (a) Que classificação religiosa tinham os imperadores romanos acima dos quais “o homem que é contra a lei” precisava erguer-se? (b) Que cargo religioso ocupava o imperador romano, e como foi este usado com respeito à igreja apóstata?
41 É um fato da história que os imperadores do Império Romano pagão foram classificados como deuses e que se lhes oferecia incenso como a deuses ou divindades. A partir do tempo do Imperador Constantino, o Grande, no quarto século, os bispos da “apostasia” ficaram vinculados com o Estado e procuraram obter a ascendência sobre o deificado imperador romano. O Imperador Constantino esforçou-se a criar uma religião amalgamada entre o paganismo e o cristianismo, e decretou que a religião dos bispos apóstatas era a religião do Estado. Até o dia de sua morte em 337 E.C., levou o título pagão de Sumo Pontífice, chefe dos assuntos religiosos; e foi como Sumo Pontífice que o ainda não batizado Constantino convocou o Concílio de Nicéia de 325 E.C., para a solução das disputas religiosas dos bispos da igreja. Naquele tempo, ele decidiu a favor da doutrina pagã da Trindade (Um Deus em Três Pessoas), ensinada pela maioria dos bispos da igreja.
42. Na primeira oportunidade, como e por meio de quem ergueu-se o “homem que é contra a lei” “acima de todo aquele que se chama ‘deus’ ou objeto de reverência”?
42 No ano 379c surgiu a grande oportunidade para o bispo papal de Roma. Isto foi quando o Imperador Graciano, que professava ser cristão, renunciou ao título e cargo pagão de Sumo Pontífice. Sem escrúpulos de consciência, o Papa Damásio o adotou por causa de todo o poder religioso, autoridade, influência e domínio que lhe daria sobre toda a população, cuja maior parte ainda era pagã e reconhecia o título pagão. Isto elevou o bispo papal de Roma acima do imperador romano em assuntos religiosos. Até os dias atuais, o papa da Igreja Católica Romana tem continuado a reivindicar e usar este título pagão. Conforme representado pelo papa, membro mais destacado da classe clerical, o “homem que é contra a lei” ergueu-se “acima de todo aquele que se chama ‘deus’ ou objeto de reverência”. Todos sabem que os sacerdotes e pregadores da cristandade gostam de ser chamados e apelidados “Reverendo”, “Reverendíssimo” e “Eminência”. Demandam e exigem a reverência de seus paroquianos ou membros das igrejas.
43. Em que templo é que a classe do “homem que é contra a lei” se senta como “deus”, e a quem obriga a reconhecer seu poder?
43 O “templo de O Deus”, no qual o “homem que é contra a lei” se assenta, “exibindo-se . . como sendo deus”, é aquilo que professa ser a igreja de Deus. O apóstolo Paulo escreveu aos verdadeiros cristãos do primeiro século: “Não sabeis que vós sois templo de Deus e que o espírito de Deus mora em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; pois o templo de Deus é santo, templo esse que sois vós.’ (1 Coríntios 3:16, 17; também 2 Coríntios 6:16) Foi desta classe do “templo” espiritual que se separaram os primeiros fundadores da “apostasia”. Recusam reconhecer a verdadeira classe original do “templo” e chamam a congregação apóstata que estes apóstatas estabeleceram de “templo de Deus”. É neste “templo” apóstata que se assentam e mantêm sua sé como “clero”, distinto dos que chamam de “leigos”. Ali, a classe clerical da cristandade exibe-se como “deus”. Obriga os políticos, os homens de negócios e os oficiais militares a reconhecer seu poder. O poder e o apoio da classe clerical são invariavelmente procurados pelos governos políticos em tempo de guerra.
A “RESTRIÇÃO” DO PRIMEIRO SÉCULO
44, 45. (a) O que agiu como “restrição” contra o desenvolvimento e a formação do “homem que é contra a lei” no primeiro século? (b) Como ilustrou o apóstolo João tal influência restritiva, conforme descrita na sua terceira carta?
44 Agora, depois de um tempo tão longo, o “homem que é contra a lei” já ficou revelado por séculos. Mas isto não se deu no primeiro século, nos dias dos genuínos apóstolos de Jesus Cristo. Naquele tempo, ainda havia de ser revelado. Por isso, o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos tessalonicenses, na sua carta de aproximadamente 51 E.C.: “E assim, agora sabeis o que age como restrição, visando que ele seja revelado no seu próprio tempo devido.” (2 Tessalonicenses 2:6) Aqueles cristãos do primeiro século sabiam qual era a “restrição”, porque Paulo a deu a conhecer a eles, de fato, a demonstrou a eles. Ora, o que agiu naquele tempo como “restrição”? Foi o corpo de apóstolos genuínos de Jesus Cristo, inclusive o apóstolo Paulo. Resistiram unidamente ao desenvolvimento e à formação do “homem que é contra a lei, o filho da destruição”. Em ilustração disso, temos o que o apóstolo João, escrevendo por volta do ano 98 E.C., disse na sua terceira e última carta aos cristãos:
45 “Escrevi algo à congregação, mas Diótrefes, que gosta de ocupar o primeiro lugar entre eles, não recebe nada de nós com respeito. É por isso que, se eu for aí, farei lembrar as obras dele, que ele prossegue fazendo, parolando acerca de nós com palavras iníquas. Também, não contente com estas coisas, nem ele mesmo recebe os irmãos com respeito, e, os que querem recebê-los, ele procura impedir e lançar fora da congregação.” (3 João 9, 10) Este Diótrefes realmente mostrava as tendências do “homem que é contra a lei”. O apóstolo João fez um esforço para refreá-lo, para impor-lhe a devida “restrição”. Outros apóstolos agiram de modo similar em casos similares.
46. Como indicou Paulo aos tessalonicenses que mesmo então já havia uma tendência para se formar a classe do “homem que é contra a lei”?
46 Mesmo lá naquele tempo, menos de vinte anos depois da fundação da classe cristã do “templo”, no dia de Pentecostes de 33 E.C., o apóstolo Paulo apercebia-se de que havia evidências da tendência de formar o “homem que é contra a lei, o filho da destruição”. Foi por isso que prosseguiu dizendo à congregação de Tessalônica: “Verdadeiramente, o mistério daquilo que é contra a lei já está operando; mas apenas até que aquele que agora mesmo age como restrição esteja fora do caminho.” — 2 Tessalonicenses 2:7.
47. Por que falou Paulo sobre o que já operava como “mistério daquilo que é contra a lei”?
47 Havia um mistério ou segredo religioso a respeito da identidade deste vindouro “homem que é contra a lei”. Até hoje há alguns explanadores da Bíblia, na cristandade, que argumentam que este “homem” é uma pessoa masculina, a quem chamam de O Anticristo. Mas Uma Tradução Americana, em inglês, verte apropriadamente a denominação desta figura misteriosa como “a personificação da desobediência”. (2 Tessalonicenses 2:3) Isto concorda com o fato de que o “homem que é contra a lei” resulta em ser um homem composto, uma classe clerical que é contra a lei quanto a Jeová Deus e que persiste durante séculos de tempo. O apóstolo Paulo podia dizer com bons motivos que o “mistério daquilo que é contra a lei” já estava operando nos seus dias. Ainda não havia tomado a forma definitiva para ser denominado sob o símbolo dum homem. Mas, na congregação cristã operava algo que finalmente resultaria em produzir esta classe definitivamente estabelecida e identificável. Mas nos dias de Paulo, ainda havia um “mistério” relacionado com a vinda do que era “contra a lei”.
48. Como evidência de que já operava aquele “mistério daquilo que é contra a lei”, o que se tornou necessário que Paulo escrevesse aos cristãos coríntios?
48 Provando que o “mistério daquilo que é contra a lei” já operava na congregação cristã, o apóstolo Paulo achou necessário, apenas poucos anos depois da já mencionada consideração do assunto, escrever à congregação em Corinto, na Grécia: “Ora, o que venho fazendo, fá-lo-ei ainda mais, a fim de decepar o pretexto daqueles que estão querendo um pretexto para ser achados iguais a nós no cargo de que se jactam. Porque tais homens são falsos apóstolos, trabalhadores fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de se admirar, pois o próprio Satanás persiste em transformar-se em anjo de luz. Portanto, não é grande coisa se os ministros dele também persistem em transformar-se em ministros de justiça. Mas o fim deles será segundo as suas obras.” — 2 Coríntios 11:12-15.
49. Como se salientou, por meio de João, que a operação do “mistério daquilo que é contra a lei” ainda prosseguia na última década do primeiro século?
49 Esta operação religiosa para a produção de falsos líderes, “falsos apóstolos”, persistiu mesmo até a última década do primeiro século E. C. Em prova disso, o idoso apóstolo João recebeu a Revelação por volta do ano 96 E.C., e nela foi mandado, pelo glorificado Jesus Cristo, a escrever ao “corpo de anciãos” da congregação de Éfeso, na Ásia Menor. Dizendo o que Jesus o mandou fazer, na visão, João diz: “Ao anjo da congregação em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que segura na sua direita as sete estrelas, aquele que anda no meio dos sete candelabros de ouro: ‘Conheço as tuas ações, e o teu labor e a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos, mas não são, e que os achaste mentirosos. . . . Não obstante, tenho contra ti que tens abandonado o amor que tinhas no princípio.”’ — Revelação 2:1-4; 1 Timóteo 4:14, nota ao pé da página na edição inglesa de 1971.
50. Provando que até mesmo nos dias dos apóstolos operava o “mistério daquilo que é contra a lei”, o que escreveu João, na sua primeira carta, a respeito dos anticristos?
50 Antes de terminar sua carreira terrestre, o idoso apóstolo João escreveu três cartas aos cristãos. Em evidência de estar em operação o “mistério daquilo que é contra a lei” mesmo nos dias dos apóstolos de Cristo, João escreveu na sua primeira carta: “Criancinhas, é a última hora, e, assim como ouvistes que vem o anticristo, já está havendo agora muitos anticristos; sendo que deste fato obtemos o conhecimento de que é a última hora. Saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos; pois, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco. Mas, saíram para que se mostrasse que nem todos são dos nossos. E vós tendes uma unção do santo; todos vós tendes conhecimento. Amados, não acrediteis em toda expressão inspirada, mas provai as expressões inspiradas para ver se se originam de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora.” (1 João 2:18-20; 4:1; escrito por volta de 98 E.C.) Por não terem mais o filho de Deus como Messias ou Cristo, estes anticristos tampouco tinham Deus, o Pai. — 1 João 2:22-24.
51. O que se quer dizer com a expressão “aquele que agora mesmo age como restrição”, e quando foi este tirado “fora do caminho”?
51 Em vista de tais escritos apostólicos, expondo as más condições que surgiam cá e acolá nas congregações, podemos identificar a quem o apóstolo Paulo se referia com a expressão “aquele que agora mesmo age como restrição”. (2 Tessalonicenses 2:7) Ele não se referia a um determinado varão na congregação inteira de Deus na terra, não a um determinado apóstolo, igual a ele, mas ao corpo inteiro dos verdadeiros apóstolos de Jesus Cristo naquele primeiro século. Aquele corpo de apóstolos, como uma pessoa composta, naquele tempo, ou conforme Paulo o cronometra, “agora mesmo”, interpunha-se no caminho da organização dum coletivo “homem que é contra a lei” dentro da congregação cristã inteira e no domínio dela. Conseqüentemente, aquilo que “agora mesmo age como restrição” foi tirado “fora do caminho” do “mistério daquilo que é contra a lei”, em desenvolvimento, quando o último dos verdadeiros apóstolos de Cristo foi levado na morte. Este talvez fosse o apóstolo João, que morreu perto do fim do primeiro século E. C.
52. Por meio de quem se causará a destruição do “filho da destruição”, e em que tempo?
52 Tal composto “homem que é contra a lei” foi chamado de “filho da destruição”. Esta é outra maneira de dizer que este que é contra a lei foi condenado à destruição por Jeová Deus. No cumprimento de Sua sentença de destruição de tal que é contra a lei, Jeová Deus usa seu glorificado Filho Jesus Cristo. Assim, ao dizer o que há de acontecer depois de a “restrição” apostólica ser tirada do caminho, pela morte de todos os apóstolos, Paulo diz: “Então, deveras, será revelado aquele que é contra a lei, a quem o Senhor Jesus eliminará com o espírito de sua boca e reduzirá a nada pela manifestação de sua presença.” — 2 Tessalonicenses 2:8.
53. (a) Então, por que é nosso o tempo ou nossa a geração para se eliminar o “homem que é contra a lei”? (b) Por outro lado, ser este “homem” reduzido a nada provará que fato?
53 O Senhor Jesus não elimina imediatamente o “homem que é contra a lei” depois de se revelar na forma plena, identificável, sentado no “templo de O Deus” e “exibindo-se publicamente como sendo deus”. O apóstolo Paulo situa o tempo de se reduzir a nada o “homem que é contra a lei” como sendo durante a “presença” ou parusia do Senhor Jesus. Isto significa que é agora, na nossa geração, pois a “presença” ou parusia régia do Senhor Jesus começou no fim dos Tempos dos Gentios no ano 1914 E.C. Em prova disso, observamos o “sinal”, e sabemos que estamos na “terminação do sistema de coisas”. (Mateus 24:3 a 25:46) Então, o nosso é o tempo de as pessoas desta geração presenciarem a eliminação do “homem que é contra a lei” por meio do “espírito” da boca do Senhor Jesus e de se reduzir a nada “aquele que é contra a lei” por meio da manifestação da presença do Senhor Jesus, de sua parusia! Esta obra destrutiva será uma “manifestação”, provando que o Senhor Jesus está invisivelmente presente, que sua parusia é uma realidade. O “espírito”, a força motivadora, procedente de sua boca, será para a destruição de todo o “homem que é contra a lei”.
EVIDÊNCIA DA “PRESENÇA” DAQUELE QUE É CONTRA A LEI
54. (a) Quando começa a presença “daquele que é contra a lei” em comparação com a presença do Senhor Jesus? (b) O que assinala a parusia “daquele que é contra a lei”?
54 Neste ponto da consideração, o apóstolo Paulo passa da menção da “presença” do Senhor Jesus para uma consideração da “presença” ou parusia do “homem que é contra a lei”. A presença ou parusia deste que é contra a lei precede a “presença” do Senhor Jesus no poder do Reino ou começa antes dela. Observe como Paulo apresenta a evidência da presença daquele que é contra a lei. Ele escreve: “Mas a presença [em grego: parousia] daquele que é contra a lei é segundo a operação de Satanás, com toda obra poderosa, e sinais e portentos mentirosos, e com todo engano injusto para com os que estão perecendo.” — 2 Tessalonicenses 2:9, 10a.
55. Como sabemos que a parusia mencionada em 2 Tessalonicenses 2:9 se refere à “daquele que é contra a lei” em vez de à de Jesus?
55 Aqui, a versão católica romana da Bíblia de Jerusalém, em inglês, reza: “Mas quando vier o Rebelde, Satanás passará a agir: haverá toda espécie de milagres e uma exibição enganosa de sinais e portentos, e tudo o que é mau, que possa enganar os destinados à destruição.” (2 Tessalonicenses 2:9, 10; veja também a versão de Lincoln Ramos e a de João José Pedreira de Castro; bem como a edição atualizada da Versão Almeida.) O início do versículo 9 reza literalmente no texto grego: “De quem é a presença.” No entanto, só porque as palavras “aquele que é contra a lei” não ocorrem neste versículo 9 não significa que a palavra “presença” ou parusia se aplique à “presença” (parusia) do Senhor Jesus, mencionada no versículo precedente (8). Antes, a referência é à “presença” daquele outro que está em consideração, a saber, aquele que é contra a lei. É por isso que Uma Tradução Americana, em inglês, inicia o versículo por dizer: “O aparecimento do outro, pela artimanha de Satanás.” A edição revista e corrigida da Versão Almeida reza de modo similar: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás.” De modo que o pronome relativo grego para “de quem” no versículo 9 harmoniza-se com “quem” no versículo 8, que se aplica àquele que é contra a lei. A ligação seria assim: “Aquele que é contra a lei será revelado, a quem o Senhor Jesus eliminará . . . de quem é a presença.”
56. A quem somente pode ser atribuída a “presença” do “homem que é contra a lei”, e por quê’?
56 A “presença” ou parusia oficial do antideus, do “homem que é contra a lei”, desde depois da morte dos apóstolos de Cristo e até agora, pode ser atribuída só a Satanás, o Diabo. Só porque este composto “homem que é contra a lei” se assenta no “templo de O Deus”, não se pode argumentar que este “contra a lei” se origine de Deus, Jeová. A longa “presença” desta “personificação da desobediência” contém todos os indícios de se dever a uma “operação de Satanás” ou ser segundo ela. O nome Satanás significa “Opositor”, e ele é o instigador de toda a oposição contra Jeová Deus, no céu e na terra, inclusive a oposição daquele que é “contra a lei” ao Deus Altíssimo. Certamente não foi de Jeová Deus que os fomentadores da “apostasia” ou rebelião se elevaram para a fileira do “clero” e assim se distinguiram dos outros membros da congregação, a quem chamam de “leigos”. Este foi um truque de Satanás, o Diabo, para tentar voltar toda a congregação dos discípulos de Cristo contra Jeová Deus.
57. Que meios se usaram para elevar o clero à posição de poder e mantê-lo ali, e para que fim se usaram tais meios?
57 A fim de levar o chamado “clero” cristão ao poder e mantê-lo ali, a operação e a atividade de Satanás tinha de ser “com toda obra poderosa [milagres, BLH], e sinais e portentos mentirosos, e com todo engano injusto”. O objetivo de toda esta evidência mentirosa, enganosa, de apoio sobrenatural ao “clero” é fazer com que os membros da congregação creiam que os clérigos representam o verdadeiro Deus e têm a sua designação dele, a aprovação e o apoio dele, e que são seus agentes terrestres. Dá-se-lhes a aparência de serem os únicos exclusivamente postos à parte e designados para o ministério da Palavra de Deus, com poderes, privilégios, direitos, imunidades, categoria e títulos especiais, não compartilhados pelos “leigos” inferiores.
58. Por que não se deveriam as obras poderosas, sinais e portentos, e assim por diante, por parte do clero, a qualquer ligação com os apóstolos, mas sim à operação de Satanás?
58 Portanto, estas obras poderosas ou milagres, estes sinais e portentos, e os enganos injustos, têm um objetivo egoísta e não são para a glória e o enaltecimento de Jeová Deus. Estas manifestações da operação e atividade de Satanás foram produzidas depois da morte dos apóstolos de Cristo. Estes apóstolos deveras fizeram milagres, sinais e portentos, porque tinham o espírito de Deus mediante Cristo. Aqueles apóstolos tinham o poder e a autoridade de transmitir aos crentes batizados o espírito junto com seus diversos dons do espírito para a operação de coisas milagrosas, tais como falar em línguas estrangeiras, profecias, interpretações, curas e assim por diante. Com a morte dos apóstolos de Cristo, a transmissão do espírito acompanhada por tais dons milagrosos cessou. Do mesmo modo, quando os que possuíam tais dons por meio dos apóstolos morreram, o mais tardar no segundo século E. C., estes dons milagrosos deixaram de existir, e tais coisas não mais eram evidência para provar quem eram verdadeiros servos de Deus e quem constituía a verdadeira congregação cristã. (Atos 8:14-18; 1 Coríntios 13:8) Portanto, a aparente demonstração de tais “dons” depois disso não procedia de Deus, mas de Satanás.
59. (a) Provam as coisas impressionantes que se salientam relacionadas com os clérigos que estes são ministros de Deus? (b) O que citam os verdadeiros ministros em prova de sua designação divina?
59 Portanto, que as igrejas cheias de clérigos, da cristandade, salientem todas as obras poderosas, milagres, sinais e portentos que queiram com relação aos seus clérigos, através dos séculos. Que salientem a posição grandiosa dos clérigos neste mundo, a alta estima e reverência que se concederam aos clérigos, suas vestes suntuosas e deslumbrantes, seus títulos altissonantes, seus magnificentes edifícios de igrejas e catedrais, seus ritos eclesiásticos impressionantes, sua transubstanciação do pão e vinho na “Missa”, sua educação superior, sua situação e influência junto ao Estado político e aos militares, contudo, todas estas coisas e os efeitos de tais coisas nos chamados “leigos” provam que os clérigos da cristandade, que enaltecem a si mesmos, não se originaram de Deus, nem são seus ministros. Satanás, que se transforma em “anjo de luz”, induz os seus ministros terrestres de religião a persistir “em transformar-se em ministros de justiça”. (2 Coríntios 11:14, 15) Os verdadeiros ministros cristãos de Jeová Deus mostram que são ministros designados e aprovados, não por tais coisas externas, mas pela Palavra escrita de verdade de Deus.
60. Até que ponto foram altamente impressionantes as proporções numéricas da classe clerical do “homem que é contra a lei”, em todo o mundo?
60 As proporções numéricas atingidas mundialmente pela classe clerical do “homem que é contra a lei” são altamente impressionantes. No ano de 1971 E.C., quando a cristandade atingiu seu auge de todos os tempos de 985.363.400 membros, o número dos clérigos religiosos havia aumentado a centenas de milhares. Os algarismos só para a Igreja Católica Romana mostram 419.611 clérigos para os 566.771.600 membros da igreja em todo o mundo, naquele ano de 1971.
61. A quem se destinam tais coisas enganosas pela operação astuta de Satanás, segundo disse Paulo? E por que se dá isso com a permissão de Deus?
61 Quem são os cuja credulidade é estimulada por tais coisas externamente impressionantes? Quem são os favoravelmente impressionados e enganados por “obra poderosa, e sinais e portentos mentirosos” antibíblicos? A quem destina o astucioso Satanás tais coisas? O apóstolo Paulo diz que a “operação de Satanás”, durante a presença de tal clerical que é “contra a lei”, é “com todo engano injusto para com os que estão perecendo, em retribuição por não terem aceito o amor da verdade, para que fossem salvos. De modo que é por isso que Deus deixa que vá ter com eles a operação do erro, para que fiquem acreditando na mentira, a fim de que todos eles sejam julgados, porque não acreditaram na verdade, mas tiveram prazer na injustiça”. — 2 Tessalonicenses 2:10-12.
62. Envia Deus diretamente uma “operação do erro” aos enganados? O que determina ele por meio desta “operação do erro”?
62 Deus não envia diretamente a “operação do erro” a estes enganados. Deixa que vá ter com eles, a fim de provar o que é que querem, e também por ser realmente aquilo que querem. Isto foi salientado pelo apóstolo Paulo ao seu companheiro missionário Timóteo, na última carta a ele. Paulo explicou por que queria que Timóteo pregasse a Palavra de Deus urgentemente, em todas as épocas, na congregação cristã. Paulo disse: “Pois haverá um período de tempo em que não suportarão o ensino salutar, porém, de acordo com os seus próprios desejos, acumularão para si instrutores para lhes fazerem cócegas nos ouvidos; e desviarão os seus ouvidos da verdade, ao passo que serão desviados para histórias falsas.” (2 Timóteo 4:2-4) A pessoa pode proteger-se por meio da Palavra inspirada de Deus contra a “operação do erro” durante a presença ‘daquele que é contra a lei’. Mas, ao deixar Satanás praticar uma “operação do erro” e por assim deixar esta operação agir para com os cristãos professos, Jeová Deus os testa quanto a se ‘aceitam o amor da verdade’ ou se amam a mentira.
63. A aproximação de que torna muito séria a situação para toda a humanidade, e que escolha temos de fazer agora?
63 Mais do que nunca, durante o tempo remanescente da “presença” do clerical “homem que é contra a lei” e durante a presença ou parusia do Senhor Jesus, realiza-se uma “operação do erro” para com as pessoas, pela permissão de Deus. A vindoura execução da sentença adversa contra os que não ‘aceitam o amor da verdade’ e que têm “prazer na injustiça” torna a situação mundial muito séria para todas as pessoas. Os estudantes da Bíblia, com discernimento espiritual, desde o ano de 1914 E.C. já têm visto há muito tempo o “sinal” da presença ou parusia invisível de Cristo, e reconhecem que repentinamente virá sobre nós o tempo da “manifestação de sua presença” contra o clerical “homem que é contra a lei, o filho da destruição”. (2 Tessalonicenses 2:8) Portanto, o que queremos — sofrer a destruição junto com “aquele que é contra a lei” ou ter a salvação junto com os amantes da verdade?
A ELIMINAÇÃO DO “HOMEM QUE É CONTRA A LEI”
64. De que modo se fez esta classe do “homem que é contra a lei’’ parte de Babilônia, a Grande?
64 A classe clerical do “homem que é contra a lei” tem ensinado por séculos doutrinas pagãs que se originaram na antiga Babilônia e tem colocado tais doutrinas e tradições pagãs de homens acima da inspirada Bíblia Sagrada. Os clérigos da cristandade opuseram-se e perseguiram os amantes da verdade bíblica, os quais têm pregado esta verdade a outros e têm vivido em harmonia com ela. Os clérigos fizeram-se amigos do mundo e cometeram fornicação (imoralidade) espiritual com os governantes políticos e com os homens do Alto Comércio, e serviram quais criados para os fomentadores da guerra e elementos militares. Constituíram-se assim uma parte poderosa de Babilônia, a Grande, que simboliza o império mundial da religião falsa. Sim, a classe do “homem que é contra a lei” é parte, a parte mais repreensível, de Babilônia, a Grande, a “grande meretriz” religiosa, com a qual “os reis da terra cometeram fornicação, enquanto que os que habitam na terra se embriagaram com o vinho da fornicação dela”. — Revelação 17:1, 2.
65. De que modo monta o clero do “homem que é contra a lei” a “fera cor de escarlate”, e qual é seu desejo para ela?
65 Por estar incluída na religiosa Babilônia, a Grande, a classe clerical do “homem que é contra a lei” monta a simbólica “fera cor de escarlate, que estava cheia de nomes blasfemos e que tinha sete cabeças e dez chifres”. Esta fera simbólica é a atual organização mundial em prol de paz e segurança internacionais feita pelo homem, as Nações Unidas. Este é o “oitavo rei” simbólico, a Oitava Potência Mundial da profecia bíblica. (Revelação 17:1-11) Convém à classe do “homem que é contra a lei”, ao clero da cristandade, falar favorável e elogiosamente a respeito de qualquer organização internacional em prol de paz e segurança mundiais feita pelo homem, até mesmo atribuindo àquela organização não-cristã um papel messiânico. O desejo do clero do “homem que é contra a lei” é que tal organização internacional salve o mundo dum terceiro conflito global, duma guerra nuclear.
66. Por que não durará muito esta cavalgada do clero do “homem que é contra a lei” e o que significará o fim dela para tal clero?
66 Não montará por muito tempo mais esta simbólica “fera cor de escarlate”. O que acontecer à meretriz religiosa Babilônia, a Grande, também acontecerá ao clero do “homem que é contra a lei”. Tão certamente como o prediz a visão de Revelação, os dez “chifres” governamentais da fera simbólica voltar-se-ão em ódio contra a cavaleira imunda, Babilônia, a Grande. Sim, as sete cabeças que dirigem os movimentos do corpo da fera odiarão esta fornicadora internacional. Movimentarão o corpo em ação contra ela. O que lhe farão o corpo, as cabeças e os chifres? “Estes odiarão a meretriz e a farão devastada e nua, e comerão as suas carnes e a queimarão completamente no fogo.” (Revelação 17:16) Quando ela é devastada e despida, devorada e queimada completamente com fogo, o clero do “homem que é contra a lei” é devastado, despido, devorado e incinerado.
67. Por que significará isso para o clero do “homem que é contra a lei” uma “tribulação” realmente “grande”?
67 Isto significará uma “grande tribulação” para o clero do “homem que é contra a lei”, porque o clero é a parte dominante da hodierna antitípica Jerusalém infiel, a cristandade. A destruição da Jerusalém terrestre pelos romanos, em 70 E.C., foi tipo da destruição que sobrevirá à cristandade e aos seus governantes religiosos, os professos clérigos “cristãos”. A tribulação da antiga Jerusalém, num tempo em que ela ainda tinha seu templo e seu sacerdócio oficiante, foi deveras “grande”. Mas que dizer da tribulação que em breve atingirá a cristandade e seu clero do “homem que é contra a lei”? Será a pior tribulação que já atingiu a raça humana. Aquele clerical “filho da destruição” será nela reduzido a nada, em completa destruição. — Mateus 24:15-22; Marcos 13:14-20.
68. Em vista de que exemplo histórico predito podemos imaginar o que isto significará para a cristandade religiosa?
68 Podemos imaginar o que isso significará? Os que ainda têm reverência admirada pelo clero ordenado da cristandade não podem imaginar que estes santimoniosos “homens da batina” sejam destruídos violentamente junto com Babilônia, a Grande, porque parece sacrílego até mesmo só pensar em tal coisa. Tais pessoas relutam em atrever-se a imaginar reduzidos a ruínas os edifícios das igrejas, nos quais os clérigos se assentavam e pareciam merecer reverência qual deus religioso. Para elas, tal coisa parece uma profanação do que é santo, consagrado. Mas era assim que os judeus devotos, porém, não cristianizados, do primeiro século, encaravam qualquer predição a respeito da destruição da cidade de Jerusalém e de seu santo templo. Não obstante, o que Jesus Cristo predisse na sua profecia, quando sentado no Monte das Oliveiras, veio a acontecer, com toda a sua horrível realidade. — Mateus 24:1, 2.
69. (a) Para os religiosos, a destruição da classe do “homem que é contra a lei” será espantosa por ela ser reverenciada como quê? (b) Semelhante a quem cairá e morrerá esta classe, sendo morta por quem?
69 Para os aderentes devotos da cristandade, ser a classe clerical do “homem que é contra a lei” reduzida a nada será espantoso, chocante para suas suscetibilidades religiosas. Assinalará a morte dum deus, porque a classe do “homem que é contra a lei” é aquela que “se assenta no templo de O Deus, exibindo-se publicamente como sendo deus”. (2 Tessalonicenses 2:4) O próprio Jesus Cristo concordou com as Escrituras Hebraicas inspiradas, de que há na terra homens que se classificam como “deuses”, poderosos. Para provar este ponto, segundo João 10:34-36, ele citou o salmo oitenta e dois, que diz:
“Deus se põe de pé na assembléia do Divino; julga no meio dos deuses: ‘Até quando continuareis a julgar com injustiça e sereis parciais com os próprios iníquos? . . . Sede juízes para com o de condição humilde e o menino órfão de pai; fazei justiça ao atribulado e ao de poucos meios. Ponde a salvo o de condição humilde e o pobre; livrai-os da mão dos iníquos.’
“Nada souberam [estes deuses judiciais] e não entendem; estão andando em escuridão; são abalados todos os alicerces da terra.
“‘Eu mesmo disse: “Vós sois deuses, e todos vós sois filhos do Altíssimo. De certo morrereis como os homens, e caireis como qualquer um dos príncipes!””’
A classe clerical do “homem que é contra a lei” não é deus imortal, porém, morrerá igual a um homem comum, igual ao traidor Judas Iscariotes, que também foi chamado “filho da destruição”. (João 17:12) Apesar de se erguer “acima de todo aquele que se chame ‘deus’ ou objeto de reverência”, esse principesco “homem que é contra a lei” mostrará ser igual a qualquer dos príncipes humanos infiéis e cairá, sendo morto pelo Messias de Jeová. — Salmo 82:1-7.
70. Em vista destas coisas, que perguntas precisamos fazer a nós mesmos, por causa do que Paulo escreveu a respeito da “operação do erro”?
70 Em vista disso, temos de fazer agora a nós mesmos algumas perguntas pessoais, sem protelação: Estou ainda sob o “engano injusto” criado por Satanás em conexão com a classe do “homem que é contra a lei”, da cristandade? Fui afetado pela “operação do erro”, que Deus deixa ir ter com aqueles que perecem, e assim, ainda creio na mentira? Recuso ‘aceitar o amor da verdade’, e, portanto, prefiro a mentira e tenho prazer na injustiça cometida pelos clérigos da cristandade?
71. Sermos desonestos com nós mesmos neste respeito significará para nós o que e em que “dia” que evidentemente agora está perto?
71 Não é de proveito algum ser desonesto consigo mesmo, enganar a si mesmo, na resposta a estas perguntas. Se for injusto para consigo mesmo, irá deliberadamente para a destruição, pois, conforme disse o apóstolo Paulo: o “engano injusto” destina-se aos “que estão perecendo”. Que pessoa razoável deseja perecer, quando se executar a sentença adversa de Deus contra os enganados? Tal execução está agora perto para os que persistem em crer na mentira. Não estamos enganados nisso, visto que já foi revelado e exposto o “homem que é contra a lei, o filho da destruição”. Já avançamos também muito na parusia ou “presença” do Senhor Jesus. A “apostasia” predita atingiu seu clímax. Estas são as coisas que tinham de anteceder à vinda do destrutivo “dia de Jeová”. Este dia significa o cumprimento da condenação do “homem que é contra a lei”, conforme expressa no seu apelido, “o filho da destruição”.
72. Dissociarmo-nos agora daquele “homem que é contra a lei” significará que evitaremos o quê?
72 Esta não é mera estória “para arrepiar”. É a própria Palavra de Deus, que agora proclama o aviso solene, amplificado pela caixa de ressonância das condições e dos acontecimentos na cristandade! Então, não é já tempo de que todo amante da lei de Deus se dissocie daquele revelado “homem que é contra a lei”? Fazermos isso significará evitarmos a destruição junto com ele na “grande tribulação” do mundo, que se aproxima. — Revelação 7:14, 15.
[Nota(s) de rodapé]
a Sete traduções hebraicas diferentes de Primeira Tessalonicenses rezam aqui “dia de Jeová”, ao passo que manuscritos gregos do quarto e do quinto século, bem como a Vulgata latina, rezam: “dia do Senhor”.
b Prompta bibliotheca canonica, juridicao-moralis, theologica partim ascetica, polemica, rubricistica, historica, preparada em Bolonha, na região Emília-Romana, na Itália, em 1746, por Lúcio Ferraris, Vol. VI, págs. 31-35; segundo o exemplar da Universidade de Columbia, na cidade de Nova Iorque.
c New Catholic Encyclopedia, Vol. 6, página 706, sob “Graciano”.
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Preservados para o Reino de Deus de mil anosAproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
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Capítulo 19
Preservados para o Reino de Deus de mil anos
1. O que significa para os governos políticos, humanos, a aproximação do reino messiânico, milenar, de Deus?
O REINO de Deus, por seu Messias, durante mil anos, já se aproximou! A base para se anunciarem estas boas novas firma-se solidamente nas Escrituras inspiradas e nos acontecimentos mundiais desde 1914 E.C. A aproximação do reino milenar significa que os governos políticos de governantes humanos imperfeitos, morredouros, aproximam-se de seu fim. “Nos dias daqueles reis”, disse o inspirado profeta Daniel ao Rei Nabucodonosor, de Babilônia, “o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será arruinado. E o próprio reino não passará a qualquer outro povo. Esmiuçará e porá termo a todos esses reinos, e ele mesmo ficará estabelecido por tempo indefinido”. — Daniel 2:44.
2. (a) Tal esmiuçamento dos reinos mundanos será o clímax de que acontecimento? (b) Apesar do problema que haverá então, o que será ‘salvo’ na terra?
2 O esmiuçamento destes reinos mundanos, constituídos pelo homem, será o clímax da “grande tribulação”, que o Messias Jesus predisse na sua profecia, ao responder à pergunta: “Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?” (Mateus 24:3) Visto que a inauguração de seu reino de mil anos deve ser precedida pelo esmiuçamento de todos os atuais reinos e repúblicas dos homens, Jesus não estava exagerando quando chamou essa vindoura tribulação de grande, uma “grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo”. A grandeza desta tribulação seria tal que a sobrevivência humana a ela, a preservação da raça humana com vida durante ela, constituiria um problema. “De fato, se não se abreviassem aqueles dias, nenhuma carne seria salva; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados.” (Mateus 24:21, 22) Não só os “escolhidos” seriam salvos, também o seria outra “carne”.
3. (a) Antes de fazerem o que, será que os do restante presenciarão esta preservação de “carne” com vida na terra? (b) Por que meios serão preservados os sobreviventes da “grande tribulação”?
3 Sim! A raça humana será preservada na terra, apesar da aproximação da “grande tribulação” sem paralelo, assim como ela foi preservada através do dilúvio global dos dias de Noé. (Mateus 24:37-39) Os do restante dos “escolhidos” presenciarão esta preservação de “carne” na terra antes de deixarem a cena terrestre em troca do reino celestial para o qual foram chamados e escolhidos em união com Jesus Cristo. (Revelação [Apocalipse] 17:14; 20:4-6) Nenhum membro daquela classe clerical do “homem que é contra a lei” será preservado; tampouco serão preservados os com quem costumavam associar-se na política, no militarismo e no comercialismo. Os do restante fiel dos “escolhidos” e os da “grande multidão” de pessoas semelhantes a ovelhas, que tomam intransigentemente sua posição do lado do reino de Deus, por seu Messias, serão preservados através da destruição da religiosa Babilônia, a Grande, e na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. (Revelação 7:9-17; 16:13-16; 17:1-16; Mateus 25:31-46) Não serão preservados por meios humanos, mas apenas pelo poder de Deus.
4, 5. (a) Que salmo traz à nossa atenção tal preservação, e por quantos se expressa assim o salmista? (b) Depois de sua preservação, o que serão induzidos a expressar para com seu Preservador tanto os “escolhidos” como os da “grande multidão”, iguais ao salmista?
4 Tal preservação é claramente trazida à nossa atenção nas palavras inspiradas do Salmo 116, citado pelo próprio apóstolo Paulo em 2 Coríntios 4:13. O escritor daquele salmo pode ter falado de modo representativo por toda a sua nação, porque não só ele, mas também seu povo, o povo escolhido de Jeová, foram ameaçados de morte, de extermínio. No futuro próximo, todos os que se apegarem inquebrantavelmente ao reino de Jeová, por Jesus Cristo, serão ameaçados de morte às mãos dos adversários religiosos e políticos do reino messiânico de Deus. Por não lutarem em defesa com armas carnais, mas confiarem exclusivamente no Deus Todo-poderoso e no Messias Dele para os proteger, estes fortes defensores e apoiadores leais do reino de Deus terão de atribuir sua preservação ao Deus Todo-poderoso. Será que o amarão por isso? Por Ele responder ao seu clamor de salvação, no tempo de perigo mundial para a vida, o coração deles será induzido a expressar seu afeto ao seu Salvador divino, assim como fez o salmista por um motivo similar:
5 “Deveras amo, porque Jeová ouve a minha voz, os meus rogos. Pois ele me inclinou seu ouvido, e eu chamarei durante os meus dias. Cercaram-me as cordas da morte e acharam-me as próprias circunstâncias aflitivas do Seol. Continuei a encontrar aflição e pesar. Mas, passei a invocar o nome de Jeová: ‘Ai! Jeová, põe deveras a minha alma a salvo!’ Jeová é clemente e justo; e nosso Deus é quem mostra ter misericórdia. Jeová está guardando os inexperientes. Eu estava empobrecido, e ele passou a salvar até mesmo a mim.” — Salmo 116:1-6.
6. (a) Enfrentando aparentemente a morte certa, como se sentiu o salmista, segundo a sua descrição? (b) Em que expressão irrompeu ele, e por quê?
6 O salmista não queria morrer. Contudo, a morte parecia a coisa certa para ele. Já era como se a morte o prendesse com suas cordas inquebrantáveis, impedindo-lhe todos os movimentos de escape. Era como se já estivesse no Seol (a sepultura comum da humanidade), sentindo as circunstâncias aflitivas de ser espremido pelas Paredes estreitas da cova. Sentia-se aflito e pesaroso pela abreviação de sua vida. Era inexperiente nos modos do mundo e não podia apelar para ajuda humana. Sentia-se empobrecido quanto a toda a ajuda terrena. Mas, espere! Seu caso não era desesperador. Havia o Deus a quem ele e sua nação adoravam. Este podia guardá-lo da morte e do Seol. Ele é clemente, ele é justo, mostra misericórdia, pode prover a saída e pode salvar. É seu nome que deve ser invocado para a salvação. Em apreço de um Deus assim, o salmista em perigo ergueu a voz a Ele. Suplicou-lhe. E, quanta alegria, Jeová deveras inclinou seu ouvido! Ouviu a voz desesperada, os rogos comoventes. Ele salvou. Salvou “até mesmo a mim”, exclamou o salmista humilde. Como podia o salmista senão irromper na exclamação: “Deveras amo”? Sem mais, nem menos.
7. Por que responderá Jeová ao clamor dos “escolhidos” e da “grande multidão” quando eles quase enfrentam a morte e por que clamarão eles: “Deveras amo”?
7 Quando finalmente, na nossa geração, se acalmar o rebuliço da predita “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, e descer um sossego pacífico sobre o campo de batalha do Har-Magedon, os do restante sobrevivente dos “escolhidos” e os da “grande multidão” de companheiros sobreviventes olharão para trás e reconhecerão quão grande foi a salvação que o Deus Todo-poderoso lhes concedeu. Quase teriam sofrido a morte. O nome de quem podiam invocar com garantia de ser ouvidos quando não parecia haver outro fim senão a morte violenta — exceto o nome de Jeová? Não fizeram isso em vão. Porque não era o tempo de deixa-los cair na morte, de deixá-los descer aos apertos do Seol. Que os inimigos ameaçadores descessem a destruição, mas não Seus adoradores, que invocaram seu nome apesar das zombarias e dos escárnios do inimigo. Proveu-se o escape divino milagroso! Os inexperientes nos modos iníquos do mundo, aqueles que, iguais a Jesus, não faziam parte deste mundo, foram resguardados. O clemente, justo e misericordioso Jeová os salvou! Como podiam estes salvos senão olhar para Jeová e dizer: “Deveras amo”?
ANDANDO “NAS TERRAS DOS VIVENTES”
8. Visto que sua alma foi socorrida da morte o que estava o salmista decidido a fazer quanto ao seu andar?
8 Sentindo então um enorme alívio, o antes muito aflito salmista podia dizer: “Retorna ao teu lugar de descanso, ó minha alma, pois o próprio Jeová agiu apropriadamente para comigo. Pois socorreste minha alma da morte, meu olho das lágrimas, meu pé do tropeço. Vou andar diante de Jeová nas terras dos viventes. Tive fé, pois passei a falar. Eu mesmo estava muito atribulado. Da minha parte, eu disse, quando fui tomado de pânico: ‘Todo homem é mentiroso.’” — Salmo 116:7-11.
9. (a) O que queria dizer o salmista com todo homem ser mentiroso? (b) Ele falou então por causa de quê? E foi em vão a sua fala?
9 Tendo sido liberto da morte da sua alma e encontrando-se andando entre os viventes na terra, o salmista podia descansar e pedir que sua alma, ele mesmo, retornasse ao seu lugar de descanso. Não havia mais necessidade de ele derramar lágrimas de frustração. Seus pés não haviam tropeçado, nem o haviam lançado na morte. Antes, deveras, havia estado em pânico, pois veio a dar-se conta de que nenhuma ajuda humana adiantaria: todo homem mostrou ser mentiroso, ao dizer que podia ajudar o aparentemente condenado salmista ou ao tentar mesmo socorrê-lo. A humanidade parecia-lhe ilusão. Mas, embora tivesse perdido a fé no poder da humanidade para salvá-lo da morte ameaçadora, ainda se apegava à sua fé no seu Deus. Por isso falou em fé, em expressão de sua fé. Se ninguém mais podia ajudá-lo, seu Deus podia. Ao expressar sua fé, falou da libertação por meio de Deus. Tal espécie de expressão não se mostrou falsa, fútil. Ele foi impedido de tropeçar numa queda mortífera. Por isso, estava assim decidido a “andar diante de Jeová nas terras dos viventes”.
10. Segundo 2 Coríntios 4:12-14, por que se lembrou Paulo do Salmo 116 e o citou, em demonstração de que qualidade?
10 A fé em Deus nunca é em vão! O apóstolo Paulo sabia disso. Ao passo que se dava conta de que seus fortes empenhos missionários operavam a favor da vida dos que ouviam sua mensagem, mas também operavam para a sua morte prematura, ele ainda tinha fé no poder sustentador de Deus. Falou de continuar a viver, não só aqui na terra, mas também pela ressurreição dentre os mortos durante a “presença” ou parusia de Cristo. Paulo lembrou-se do Salmo 116 e escreveu à congregação em Corinto, na Grécia: “Conseqüentemente, opera em nós a morte, mas em vós a vida. Agora, visto que temos o mesmo espírito de fé como aquele de quem está escrito: ‘Exerci fé, por isso falei’, nós também exercemos fé e por isso falamos, sabendo que aquele que levantou a Jesus também levantará a nós, junto com Jesus, e nos apresentará [a nós, em quem a morte já opera] junto convosco [em quem atualmente opera a vida].” — 2 Coríntios 4:12-14; Salmo 116:10.
11. (a) No que se refere aos “escolhidos” e aos da “grande multidão”, quando poderão também dizer: “Todo homem é mentiroso”? (b) Por que será então apropriado pensar nas palavras de Paulo em 2 Coríntios 4:8-10?
11 A fé em Deus, mesmo em face duma morte aparentemente inescapável, será uma necessidade vital para os do restante dos “escolhidos” e os da “grande multidão” de seus companheiros leais, no futuro muito próximo. Certamente terão de ter fé quando os poderes seculares irreligiosos, combinados, fizerem um ataque final contra eles, depois da eliminação do clerical “homem que é contra a lei” e de todo o restante da religiosa Babilônia, a Grande, ter sido consumido como que por fogo. Não haverá então nenhuma ajuda humana para a qual apelar, de modo que se poderá dizer: “Todo homem é mentiroso.” Sim, toda ajuda humana parecerá não estar disponível e falhar, e será uma ilusão. Mas, a fim de fortalecer a fé no Deus Todo-poderoso, podem pensar no apóstolo Paulo, o qual disse, antes de falar sobre sua própria fé: “Somos apertados de todos os modos, mas não comprimidos sem nos podermos mover; estamos perplexos, mas não inteiramente sem saber o que fazer; somos perseguidos, mas não ficamos cambaleando; somos derrubados, mas não destruídos. Sempre, em toda a parte, suportamos em nosso corpo o tratamento mortífero dado a Jesus, para que a vida de Jesus também se manifeste em nosso corpo.” — 2 Coríntios 4:8-10.
12. Na parte final da “grande tribulação”, como imitarão a Paulo em citar o Salmo 116 e o que dirão depois a si mesmos, iguais ao salmista?
12 Em circunstâncias similares, durante a parte final da “grande tribulação”, os “escolhidos” e os da “grande multidão” poderão imitar a Paulo e ter “o mesmo espírito de fé como aquele de quem está escrito: ‘Exerci fé, por isso falei”‘. Também poderão exercer fé e por isso falar sem abandonar a fé em Deus, apesar do reconhecimento de que as coisas parecem muito pretas para eles. (2 Coríntios 4:13) Logo depois de se fazer o ataque final contra a sua existência, por parte de agentes terrestres de Satanás, o Diabo, virá a ocasião em que os “escolhidos” e os da “grande multidão” poderão dizer: “Retorna ao teu lugar de descanso, ó minha alma, pois o próprio Jeová agiu apropriadamente para comigo.” — Salmo 116:7.
13. Durante a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, como e que Jeová ‘agirá apropriadamente’ para com seus adoradores, em contraste com os inimigos terrestres deles?
13 “Agiu apropriadamente” — de que modo? Dum modo apropriado de Jeová agir para com seus adoradores fiéis na grande aflição deles. Na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, ele agirá em plena harmonia com as suas preciosas promessas registradas na sua Palavra Sagrada em benefício e para a segurança de seus servos obedientes. “Jeová guarda a todos os que o amam, mas a todos os iníquos ele aniquilará.” (Salmo 145:20) Na situação desesperadora dos “escolhidos” e dos da “grande multidão”, ele agirá dum modo apropriado à fé, obediência, lealdade e devoção que Lhe têm. Torna-se “recompensador dos que seriamente o buscam”. (Hebreus 11:6) Por isso ele socorre suas almas da morte que os inimigos terrestres gostariam de infligir-lhes. Socorre-os de qualquer motivo de derramar lágrimas. Socorre-os de qualquer tropeço que os inimigos gostariam de causar-lhes, resultando numa queda na morte. Poderia algo ser mais apropriado para Jeová do que isso, para a vindicação de sua Palavra e de seu nome, e a frustração completa dos inimigos perversos? Não!
14. (a) Em que espécie de terra emergirão os preservados por Jeová mas onde mais haverá também uma limpeza, e como? (b) A fim de não desacertarem com o objetivo de sua libertação, o que estarão decididos a fazer os preservados por Jeová?
14 Para os do restante dos “escolhidos” de Deus e os da “grande multidão”, isto significa emergir vivos, na carne, da “grande tribulação” na qual todo o atual “sistema de coisas” será eliminado. Diante deles estender-se-ão todas as terras da terra purificada. Não só a terra terá sido purificada de todos os malfeitores, pela “grande tribulação”, mas haverá então uma purificação do domínio espiritual invisível, na própria vizinhança da terra. Como? No sentido de que o “dragão, a serpente original, o chamado Diabo e Satanás”, bem como todos os seus anjos demoníacos, serão apanhados, acorrentados e lançados num “abismo”, no qual lhes será impossível enganar e desencaminhar as nações na terra, durante o reinado milenar do Messias de Jeová e de todos os 144.000 “escolhidos”. Que ocasião extraordinária para expressar apreço! Os adoradores de Jeová haviam ficado ameaçados de jazer abatidos entre os mortos, mas eis que estão vivos! De modo que poderão então mostrar a determinação de não desacertar o propósito de terem sido poupados à morte. Tendo sido resgatados, assim como o salmista foi, poderão dizer igual a ele: “Vou andar diante de Jeová nas terras dos viventes.” (Salmo 116:9) Poderão fazer isso então livres de perturbação, com descanso para a sua alma.
LEVANTANDO O “COPO DA GRANDIOSA SALVAÇÃO”
15. Assim, ao se iniciar o reinado milenar de Cristo, que salvação se terá realizado na terra e que “copo” tomarão os leais de Deus?
15 Assim, quando os gloriosos mil anos do reinado do Messias sobre toda a terra estiverem prestes a começar, Deus deveras terá produzido a “grandiosa salvação” de todos os seus leais na terra. Imagine só! Estes leais foram livrados de todos os iníquos na terra e no domínio invisível em volta da terra. Poderá então seguir a preservação de tais leais durante todos os mil anos do reino messiânico de Deus, sendo os leais da “grande multidão” os que continuarão a viver para sempre na terra purificada. Em apreço disso, os leais preservados deverão sentir-se induzidos a dizer o mesmo que o salmista: “Que pagarei de volta a Jeová por todos os benefícios que me fez? Levantarei o copo da grandiosa salvação e invocarei o nome de Jeová. Pagarei meus votos a Jeová, sim, diante de todo o seu povo.” — Salmo 116:12-14.
16. (a) Quem oferece aos leais o “copo da grandiosa salvação”, e como? (b) Como bebem deste “copo” e o que invocam?
16 Um copo contém uma bebida para alguém tomar ou mesmo para derramar como oferta de bebida a Jeová Deus. Foi Ele quem ofereceu aos seus leais na terra o “copo da grandiosa salvação”. Como? Por preserva-los através da “grande tribulação”. A porção para beberem é a “grandiosa salvação”. Jeová produziu todos os seus atos de salvação deles por meio do Messias celestial. Os leais não recusam esta dádiva da “grandiosa salvação” que estende sua vida na terra pelos benditos mil anos da regência global do Messias. Beberão dele de bom grado, usufruindo a vida “nas terras dos viventes”. Mas, ao fazerem isso, invocarão o nome de Jeová. Usando seu nome, eles o invocarão mediante seu Messias para abençoá-los e guiá-los em todos seus esforços daí para diante, a fim de usarem sua vida na terra em plena harmonia com a vontade dele. Mencioná-lo-ão aberta e publicamente por nome como seu Deus.
17. O que se fará quanto a quaisquer “votos” que os leais de Jeová tenham feito durante o tempo de perigo para a sua vida?
17 Cabe-lhes pagar alguma coisa a Ele? Quer dizer, durante o tempo em que sua alma estava em perigo e a morte parecia iminente, fizeram quaisquer votos, quaisquer promessas solenes a Jeová Deus, mediante Jesus Cristo? Se fizeram isso no seu desejo de ter livramento divino, então pagarão devida e amorosamente tais “votos” a Jeová, que agiu em harmonia com os votos deles e os preservou para a vida ininterrupta na terra. Farão isso no templo espiritual de Jeová, visto que farão o que votaram fazer “diante de todo o seu povo”.
18. Por quanto tempo farão isso na terra os do restante preservado dos “escolhidos”?
18 Mesmo os do restante dos “escolhidos” de Deus farão isso, durante o tempo em que estes gerados pelo espírito forem retidos na terra, antes de saírem do palco terrestre de atividade e serem gloriosamente unidos com todos os outros dos 144.000 co-herdeiros de Cristo no seu trono celestial. — Eclesiastes 5:2-6.a
QUÃO PRECIOSA “É A MORTE DOS QUE LHE SÃO LEAIS”!
19. A rim de se lhe soltarem as ligaduras da morte, o salmista apelou para Deus em base de que relação? E por que era isso correto?
19 Dando grande valor ao que afeta os sentimentos de seu Deus, o salmista socorrido podia exclamar: “Preciosa aos olhos de Jeová é a morte dos que lhe são leais. Ai! Jeová, pois sou teu servo. Sou teu servo, filho da tua escrava. Soltaste as minhas ligaduras.” (Salmo 116:15, 16) o salmista exclamou: “Ai! Jeová”, de modo suplicante, implorante. Esta atitude de súplica foi a que tinha durante o período em que estava em perigo de morte. Naquele tempo, apelou para Deus, para que essas ligaduras com que parecia estar amarrado à morte fossem soltas e ele fosse liberto da morte. Rogou a Deus pedindo este favor em base de ser servo de Jeová, sim, servo duma segunda geração, de Jeová, porque era filho da “escrava” de Jeová. O salmista como que lembrou a Jeová Sua responsabilidade para com seus servos, de preservá-los vivos. E então, depois de seu confronto com a morte, o salmista podia dizer que Jeová cumpriu amorosamente com Sua responsabilidade.
20. (a) Junto com que espécie de pessoas classificou-se o salmista, e por que não era presunçoso nisso? (b) Quão preciosa para Jeová calculou o salmista ser a morte “dos que lhe são leais”?
20 O salmista classificou-se como sendo um ‘dos que são leais’ a Jeová, ao deixar que seu profundo apreço o induzisse a dizer: “Preciosa aos olhos de Jeová é a morte dos que lhe são leais.” O salmista não se classificou assim presunçosamente, porque Jeová mostrou que ele considerou o salmista como sendo leal, visto que Jeová o poupou à morte. Em vez de deixar o salmista sofrer a morte e depois deixar um sacerdote levítico pregar um sermão fúnebre, dizendo dele: “Preciosa aos olhos de Jeová é a morte dos que lhe são leais”, Jeová considerou a morte do salmista preciosa demais para deixa-los ocorrer. Por isso socorreu a “alma” do salmista “da morte”. Por conseguinte, o salmista podia então apreciar quão preciosa seria para Jeová a morte de alguém que lhe é leal. A morte do servo leal como que é um preço elevado demais para Jeová pagar. Há demasiadas coisas envolvidas para Jeová deixar a morte ocorrer.
21. (a) Depois da “grande tribulação”, o que serão os leais induzidos a dizer por causa de sua preservação, em apreço correto dos valores? (b) Em que sentido é sua morte cara demais para ser permitida, com respeito à soberania Dele?
21 Depois de se ter poupado a vida aos “escolhidos” e aos da “grande multidão” durante a “grande tribulação”, eles também serão induzidos a exclamar, com o apreço correto dos valores: “Preciosa aos olhos de Jeová é a morte dos que lhe são leais.” (Salmo 116:15) Apreciarão que Jeová considerou dispendioso demais permitir sua morte durante a “grande tribulação”, às mãos de seus inimigos, religiosos e seculares. Se permitisse que estes inimigos triunfassem sobre eles e os eliminassem da face da terra, lançar-se-ia uma mancha sobre a sua soberania universal, sua regência sobre o céu e a terra. Ele é o Criador da terra e a criou para os que lhe são leais. Se não puder preservar os seus leais na terra, mesmo sob o ataque mais pesado e mais perverso por inimigos antideus, será como se seus inimigos fossem mais fortes do que ele e tivessem o direito de dizer quem deve viver permanentemente na terra. A eliminação de seus leais, por seus inimigos, durante a “grande tribulação”, impugnaria a sua regência sobre a terra, de fato, toda a sua soberania universal. Não pode permitir a morte deles, forçado pelos inimigos!
22. Por que e cara demais a “morte dos que lhe são leais” para Jeová a permitir, considerando-se Sua adoração e a fundação da “nova terra”?
22 Ainda mais, se Jeová permitisse que seus inimigos terrestres destruíssem desafiadoramente o restante de Seus “escolhidos” e a “grande multidão” durante a “grande tribulação”, não só os inimigos teriam momentaneamente triunfado, e Satanás e seus anjos demoníacos, observando isso, sentiriam grande satisfação, mas o que mais? A “morte” forçada de todos os leais de Jeová na terra deixaria a terra sem os que O adoram como único Deus vivente e verdadeiro. Deixaria os pátios de seu grande templo espiritual, que estão na terra, sem alguém para oferecer-lhe sacrifícios de louvor, agradecimento e serviço sagrado. Também, ter-se-ia eliminado a base da “nova terra” debaixo dos “novos céus”, antes de os mil anos do Messias Jesus, de Jeová, começarem segundo programados! Poderia o Deus Altíssimo e Todo-poderoso Jeová permitir algo tão altamente importante, pela forçada “morte dos que lhe são leais”? Não! Sua morte em tais circunstâncias, envolvendo uma questão universal, seria “preciosa”, dispendiosa para Jeová. Isto é dispendioso demais para permitir, por respeito a si mesmo.
23. A “grande tribulação” é o tempo para que, com respeito à soberania e o nome de Jeová, e para se resolver a questão universal, e em que sentido?
23 A vindoura “grande tribulação” é o tempo para o Deus Todo-poderoso, Jeová, vindicar sua soberania universal e santificar seu nome digno, obrigando todos os seus inimigos a saber que Ele é o Jeová da divinamente inspirada Palavra escrita, a Bíblia Sagrada. Em pleno favor e apoio disso, fará conforme prometeu solenemente na Sua Palavra imutável, a saber, resgatar da morte as almas dos que lhe são leais na terra, durante a “grande tribulação”, quando se resolver finalmente para todo o sempre a questão universal! Como no caso do paciente Jó, cuja vida Jeová preservou por causa da integridade inquebrantável de Jó, Jeová provará novamente que ele pode ter homens leais na terra, os quais se mantêm firmes na sua integridade amorosa a Jeová sob a prova mais severa de Satanás, o Diabo.
24. Por que motivos reconhecerá Jeová estes “que lhe são leais” como sendo seus servos, e que ataduras lhes soltará no tempo crítico?
24 Jeová certamente reconhecerá os do restante de Seus “escolhidos” e os da “grande multidão” como seus servos, visto que O escolheram como seu Deus e visto que Ele os comprou por meio do sangue expiatório de pecados de seu Sumo Sacerdote, Jesus, o Messias. No tempo decisivo, Jeová ouvirá o apelo sincero que lhe fazem e soltará as “ligaduras” da morte violenta, com que os adversários de Jeová e de seu reino messiânico procuram prendê-los. Que motivo duradouro isto lhes dará para nunca se esquecerem de sua servitude ao seu Dono celestial e Amo supremo, Jeová!
ALELUIA!
25. Com que palavras concluiu o salmista o Salmo 116, num senso de dívida para com Jeová?
25 Deveras, devem-se agradecimentos ao Grande Preservador e Resgatador da morte por toda esta divina benignidade imerecida. O salmista sentiu-se vencido pelo sentimento de gratidão, de modo que concluiu seu belo salmo por dizer: “Oferecer-te-ei o sacrifício de agradecimento e invocarei o nome de Jeová. Pagarei meus votos a Jeová, sim, diante de todo o seu povo, nos pátios da casa de Jeová, no meio de ti, o Jerusalém. Louvai a Já!” — Salmo 116:17-19.
26. (a) Como não foi deixado desconhecido pelo compositor do Salmo 116 o Deus que ele adorava? (b) Como desejava o salmista expressar seus agradecimentos ao seu Deus e exortar as pessoas a oferecer-lhe louvor?
26 O salmista, quem quer que tenha sido, era adorador do Deus cujo nome foi inspirado a usar quinze vezes na forma plena do nome, no seu salmo, irrompendo finalmente na exclamação derradeira, em hebraico: “Aleluia!” ou: “Louvai a Já!” O salmista o adorava no Seu templo na cidade santa de Jerusalém, não importando ser este templo o construído pelo Rei Salomão ou o construído depois pelo governador Zorobabel, após o exílio de Israel em Babilônia. O salmista não identificado desejava fazer mais do que apenas fazer uma expressão particular de agradecimento ao seu Resgatador divino. Desejava dar agradecimentos em público por meio dum sacrifício no altar Deus, no pátio do templo, invocando o nome de Jeová aos ouvidos de todo o Seu povo ali. Talvez fosse o para recitar este salmo de sua própria composição, provendo assim parte do que veio a ser o Hallel (“Louvor”) dos judeus em ocasiões especiais. (Salmos 113-118, 136) Como podia ele, na sua gratidão, refrear-se de exortar todos os adoradores nos pátios do templo a ‘louvarem a Já’, por concluir seu salmo com “Aleluia”?
27. (a) Em vista de que ofertantes anteriores, gratos, não estava o compositor do Salmo 116 sozinho em oferecer sacrifícios de agradecimentos por ser resgatado da morte? (b) Como será este modelo seguido pelos sobreviventes do fim deste sistema de coisas?
27 O salmista não ficou sozinho em oferecer um sacrifício de agradecimento a Jeová por ser resgatado da morte. Muitos séculos antes, houve os sobreviventes do Dilúvio, Noé e sua família. Embora não tivessem o pátio dum templo em que adorar, qual foi a primeira coisa que fizeram depois de emergirem da arca, lá no monte Ararate? Num altar recém-construído, ofereceram grande sacrifício de agradecimento a Jeová, por tê-los preservado durante o dilúvio global. (Gênesis 8:18-22) Que belo modelo para imitar foi assim provido por estas oito almas humanas, que o Deus Todo-poderoso preservou de serem destruídas junto com o “mundo antigo” daquele tempo. Fiel a este modelo profético, após o iminente fim espetacular do atual sistema violento de coisas, oferecer-se-ão agradecimentos a Jeová quais sacrifícios, por parte do restante sobrevivente de Seus “escolhidos” e dos seus companheiros, os da “grande multidão”, porque Jeová os preservou por seu milagroso poder de salvação. — Salmo 116:17.
28. (a) Onde oferecerão seus sacrifícios os sobreviventes do fim deste sistema, e com que brado farão ressoar a terra? (b) Por quanto tempo trabalharão juntos, na terra purificada, os “escolhidos” espirituais e os da “grande multidão”?
28 Estes sobreviventes da maior tribulação da humanidade em toda a história humana oferecerão seus sacrifícios de agradecimento nos pátios terrenos do templo espiritual de Jeová, ao entrarem nos benditos mil anos do reinado de Cristo. Num arrebatamento de alegria e júbilo, farão toda a terra ressoar com seu brado irreprimível: “Aleluia!” Que sensação agradável de se estar vivo haverá então, especialmente depois de ser arrebatado das garras da morte! Em amor mútuo, igual ao que havia entre Davi e seu amigo leal Jonatã, os do restante dos “escolhidos” de Jeová e os da “grande multidão” leal passarão a trabalhar pacificamente juntos sob os “novos céus” do reino messiânico de Deus. (2 Pedro 3:13) Continuarão a trabalhar juntos, lado a lado, na terra purificada, até vir o tempo devido de Deus para chamar os do restante de seus “escolhidos”, gerados pelo espírito, para seus tronos junto ao Rei Jesus Cristo, na “Jerusalém celestial”. As Escrituras não revelam como se dará a partida deste restante espiritual. Mas os “escolhidos” sabem que precisam ser fiéis até a sua morte na carne, na esperança duma ressurreição celestial. — Revelação 2:10; Romanos 6:5; Hebreus 12:22.
29. (a) Depois da partida do restante espiritual, o que continuarão a fazer os da “grande multidão” em beneficio da terra purificada? (b) Sua alegria será arrebatadora por causa da volta de quem?
29 No entanto, a bênção de Jeová não se apartará dos da “grande multidão” de seus adoradores que ficarem na terra, nos pátios de seu templo espiritual. Estes realizarão a sua obra de revestir a terra purificada com a beleza dum Paraíso de prazer, sob o governo messiânico, celestial. Quanta alegria terão ao prosseguir a ressurreição dos mortos terrestres, oferecendo aos que saírem das sepulturas a preciosa oportunidade de obter vida eterna numa terra paradísica, sob a soberania universal de Jeová!
30. (a) Por meio de que vemos esta cena gloriosa e por meio de que trabalho se apresenta aos habitantes da terra a perspectiva de estar nesta cena? (b) Por que há base confiante para se fazer o melhor, a fim de se alcançar esta perspectiva?
30 À luz brilhante que agora procede da palavra profética de Deus, podemos ver esta cena gloriosa com os nossos olhos da fé. E que perspectiva inspiradora é pensar-se que uma “grande multidão” dos que agora procuram adorar e servir Jeová Deus mediante Jesus Cristo será preservada viva através da vindoura “grande tribulação” para estar presente naquele cenário! Que perspectiva inspiradora! Ela é agora apresentada aos habitantes da terra pela pregação destas “boas novas do reino . . . em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações”, antes de vir o fim deste sistema de coisas. (Mateus 24:14) Quanto merece esta perspectiva emocionante que cada um agora faça os melhores esforços para alcançá-la, no seu próprio caso, com fé e apreço para com Jeová Deus, que oferece esta perspectiva convidativa! Há motivo confiante para que cada um dos que procuram a vida eterna em felicidade faça tal esforço agora, pois, “aproximou-se o reino de Deus de mil anos”.
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