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Pôncio Pilatos — político romanoA Sentinela — 1972 | 1.° de janeiro
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em Jerusalém. Quando fez uma visita à cidade, grandes multidões clamaram contra este ato. Pilatos enviou então soldados disfarçados para se misturarem na multidão, e, a um sinal, atacarem os judeus. (Antiquities of the Jews, Livro XVIII, cap. III, § 2; Wars of the Jews, Livro II, cap. IX § 4) Se Lucas 13:1 não se referir a outro incidente, talvez tenha sido nesta ocasião que Pilatos ‘misturara o sangue dos galileus com os sacrifícios deles’. Isto parece indicar que os mandou matar na própria área do templo. Visto que os galileus eram súditos de Herodes Ântipas, governante distrital da Galiléia, esta matança talvez tenha sido pelo menos um fator contribuinte para a inimizade existente entre Pilatos e Herodes, até o tempo do julgamento de Jesus. — Luc. 23:6-12.
Em 14 de nisã de 33 E.C., de madrugada, Jesus foi levado a Pilatos pelos líderes judaicos. Quando se lhes disse que tomassem a Jesus e o julgassem eles mesmos, os acusadores responderam que não lhes era lícito executarem alguém. Pilatos levou então Jesus ao palácio e o interrogou a respeito das acusações. Era evidente que Jesus era inocente. Entretanto, diversas tentativas de Pilatos para libertar o acusado resultaram apenas em maior clamor para Jesus ser pendurado numa estaca. Temendo um motim e procurando aplacar a multidão, Pilatos acedeu aos desejos deles, lavando as mãos como que se livrando da culpa de sangue.
Pilatos mandou então que Jesus fosse chicoteado, e os soldados colocaram uma coroa de espinhos na cabeça de Jesus e vestiram-no de trajes reais. Mas Pilatos apareceu de novo perante a multidão, dando a conhecer que não achara culpa em Jesus. Os líderes do povo continuaram a clamar para que Jesus fosse pendurado numa estaca, revelando então pela primeira vez a acusação de blasfêmia, que faziam. Sua referência a que Jesus se constituíra em “filho de Deus” aumentou o receio de Pilatos, e ele levou a Jesus para dentro, para interrogá-lo mais ainda. Os esforços finais para liberta-lo resultaram na advertência dos opositores judaicos, de que Pilatos se expunha a ser acusado de oposição a César. Depois de ouvir esta ameaça, Pilatos se sentou na cadeira de juiz. Quando os principais sacerdotes novamente rejeitaram a Jesus como rei e declararam: “Não temos rei senão César”, Pilatos entregou-lhes Jesus para ser pendurado numa estaca. — Mat. 27:1-31; Mar. 15:1-20; Luc. 23:1-25; João 18:28-40; 19:1-16.
Tudo isto ilustra que Pilatos era um típico governante romano. Embora evidentemente não fosse do tipo condescendente, Pilatos demonstrava falta de integridade. Preocupava-se principalmente com a sua posição, com o que os seus superiores diriam se ouvissem falar de mais distúrbios na sua província Temia parecer ser condescendente demais para com os acusados de sedição. Pilatos reconheceu a inocência de Jesus e que os acusadores estavam sendo motivados pela inveja. Não obstante, em vez de arriscar prejudicar a sua carreira política, cedeu à multidão e mandou matar um homem inocente.
Josefo relata que a posterior remoção de Pilatos do cargo resultou de queixas feitas pelos samaritanos perante o superior de Pilatos, o governador da Síria. O historiador Eusébio afirma que Pilatos se suicidou.
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Perguntas dos LeitoresA Sentinela — 1972 | 1.° de janeiro
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Perguntas dos Leitores
● Em que sentido é Deus “sobre todos, e por intermédio de todos, e em todos”, conforme diz Efésios 4:6? — E. R., E. U. A.
Ao lermos os versículos que circundam este texto, poderemos ver claramente que o apóstolo Paulo estava escrevendo à congregação cristã, falando da unidade que Deus causou nela. Paulo queria que os membros da congregação reconhecessem e apreciassem sua verdadeira relação com Deus e Cristo. Não se referia ali ao mundo da humanidade em geral.
Paulo fala de “um só corpo”, batizado com a mesma água batismal, participando do mesmo espírito, e a respeito de seu “um só Senhor”, Jesus Cristo. — Efé. 4:4, 5; Mat. 28:19, 20; 1 Cor. 12:13.
O apóstolo prossegue, dizendo que eles têm apenas “um só Deus”; não servem divididos a outros deuses, de muitas maneiras diferentes (conforme alguns deles haviam feito antes de se tornarem cristãos). — Gál. 4:8; Efé. 2:1-3.
Jeová é o ‘único Pai’ da congregação cristã dos ungidos, por que ele os gerou com seu espírito como filhos. São agora “filhos de Deus” espirituais, com a esperança de serem co-herdeiros celestiais do Senhor Jesus Cristo, seu ‘irmão’ mais velho. Deus, como seu Pai, é claramente ‘sobre todos’ eles (Efé. 4:6) Eles, como seus filhos, sujeitam-se inteiramente à sua vontade e orientação. — Rom. 8:16; Heb. 2:11; 1 João 3:1, 2.
Jeová, o Pai desta família cristã unificada, é ”por intermédio de todos” — isto é, todos os que constituem a congregação, do seguinte modo: Deus formou a congregação para sua própria glória. (Efé. 3:21) Jeová, ao criar e dirigir a congregação, demonstrou a sua maravilhosa sabedoria, mesmo perante os anjos Na mesma carta aos efésios, Paulo falou a respeito de sua comissão de fazer “os homens ver como se administra o segredo sagrado, que desde o passado indefinido tem estado escondido em Deus, que criou todas as coisas. Isto se deu com o fim de que, por intermédio da congregação, se desse agora a conhecer aos governos e às autoridades nos lugares celestiais a grandemente diversificada sabedoria de Deus.” A congregação tem sido também “coluna e amparo da verdade”, baluarte contra o ensino falso no mundo, e tem sido usada para proclamar as boas novas do reino messiânico de Deus. Deus, por certo, tem realizado muita coisa por intermédio dela. — Efé. 3:9, 10; 1 Tim. 3:15.
Jeová é “em todos” os da congregação cristã, porque o seu espírito opera em todos os membros dela, realizando as suas diversas funções. Cada membro, como parte do “corpo”, é motivado e movido pelo espírito em benefício do corpo inteiro, a fim de o edificar, pois, “a manifestação do espírito é dada a cada um com um objetivo proveitoso”. (1 Cor. 12:6, 7) Além disso, a congregação cristã é “templo dum Deus vivente”, no qual Deus reside, conforme se fez lembrar aos efésios: “Em união com ele [Cristo] também vós estais sendo edificados juntamente como lugar para Deus habitar por espírito.” — 2 Cor. 6:16; Efé. 2:21, 22.
No capítulo vinte e um de Revelação, vê-se em visão a cidade Nova Jerusalém, o grande templo-palácio celestial. Mostra-se que Jeová Deus e Jesus Cristo moram nele. Este templo celestial, composto de 144.000 “pedras viventes”, estando plenamente, em todas as suas partes, em união com o Rei da eternidade e com seu Filho imortal, sempre terá a Deus ‘sobre todos, por intermédio de todos e em todos’, ao passo que servem como seus administradores régios e sacerdotais justos no reino messiânico de Deus. — Efé. 1:10; 1 Ped. 2:5; 1 Tim. 1:17; 6:16; Rev. 20:6.
● É correto que se ore por alguém que foi desassociado (expulso) da congregação cristã? — Tchecoslováquia.
Biblicamente, não parece apropriado e correto que o cristão fiel ore a favor de um desassociado. A Bíblia menciona certas coisas detestáveis que Deus odeia. Estas incluem fornicação, idolatria, adultério, homossexualismo e furto. (1 Cor. 6:9, 10; Gál. 5:19-21) A lei de Jeová manda que a congregação cristã expulse os que praticam tais coisas e que não mostram nenhum arrependimento de coração pelos seus atos. Os membros fiéis da congregação não devem ter nenhuma associação espiritual com tais. — Veja A Sentinela de 15 de novembro de 1963, páginas 693-697, onde se considera a base bíblica da desassociação.
Visto que o Julgamento de tais pessoas provém de Deus, conforme expresso na sua Palavra, a oração a favor de tais seria equivalente a se pedir a Deus que desconsidere ou tolere os pecados dos impenitentes ou dos praticantes da transgressão. Estes desassociados menosprezaram a misericórdia que Deus de bom grado oferece à base do resgate de Cristo, a todos os que se arrependem e se desviam do proceder errado, pedindo sinceramente o perdão de Jeová. — 1 João 1:9; 2:1, 2; 3:4-8; Heb. 6:1-8; 10:26-31.
Lembre-se também que a Bíblia considera os “homens mais maduros” ou superintendentes designados das congregações responsáveis por cuidarem de que se mantenha a sua pureza doutrinal e moral, para que o desagrado de Deus não recaia sobre toda a congregação. O apóstolo Paulo tornou isto claro quando mandou que a congregação em Corinto corrigisse a condição de pecado sério que havia negligenciado. — 1 Cor. 5:5-8, 12, 13.
Os “homens mais maduros” designados numa congregação devem ter misericórdia se houver evidência de arrependimento genuíno. (Mat. 9:13; Tia. 3:17; 5:11) Mas precisam ser igualmente zelosos a favor da justiça e a favor da posição que a congregação ocupa perante Jeová. Paulo elogiou os irmãos em Corinto pela indignação que expressaram ao se darem conta da enormidade do pecado e do vitupério contra Deus que se praticava no seu meio. Elogiou o zelo deles na correção do seu anterior proceder errôneo, de permitir tal pratica má. — 2 Cor. 7:8-11.
O apóstolo João lança luz adicional sobre a questão da oração a favor dum desassociado ao dizer: “Se alguém avistar seu irmão cometendo um pecado que não incorre em morte, pedirá, e ele lhe dará vida, sim, aos que pecarem sem incorrer em morte. A respeito deste pecado não lhe digo que faça solicitação.” — 1 João 5:16.
Mas, como podemos nós saber se alguém cometeu um pecado que incorre em morte? João se refere evidentemente ao pecado deliberado, consciente, em contraste com aquele que não incorre em morte. Quando a evidência indica tal pecado deliberado, consciente, o cristão não ora a favor de tal ofensor. (E tal evidência precisa existir para haver uma desassociação.) Não é o caso de alguém ‘ser vencido por uma falta antes de se aperceber disso’ e por isso ainda merecer nossas orações. (Gál. 6:1; Tia. 5:19, 20) Deus, naturalmente, é o Juiz final quanto à atitude do coração do pecador, mas nos casos de desassociação, o cristão fará bem em não se arriscar a que sua oração seja em vão ou para o desagrado de Deus.
Mas o que acontece quando um membro da congregação achar que a comissão dos “homens mais maduros” agiu de modo duro ou apressado ao desassociar alguém? Deve ter em mente que não tem a prerrogativa de formar tal critério. A comissão da congregação, ao investigar o caso, reúne toda evidência disponível. Muitos dos fatos bem como a atitude do desassociado perante a comissão, talvez sejam desconhecidos dos outros que não fazem parte da comissão. Por isso se cometeria um erro julgar a ação da comissão sem se ter toda a evidência. (Pro. 18:13) E alguém assim estaria também errado por não ter sido
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