Permite que a verdade lhe escape?

DEPOIS de sobreviverem a um pouso forçado na selva amazônica, a maioria dos passageiros estaria pouco inclinada a prestar muita atenção ao terreno. Mas, não foi isso o que se deu com certo homem sereno e sempre observador! Ele era geólogo, e notou quão descaracterizadamente desnuda era a área sobre a qual o helicóptero pousara. Sem perder a oportunidade, examinou melhor esse local. Logo percebeu que aquilo que para os outros pareceria simplesmente mais um pedaço de terreno, era realmente uma das mais promissoras reservas de riqueza mineral do mundo — um maciço depósito de minério de ferro, bauxita, manganês, cobre e ouro que um dia seria saudado como o “novo Eldorado”.

É rara a pessoa que aproveita as oportunidades, em vez de deixá-las escapar. Veja, por exemplo, o governador romano Pôncio Pilatos, do primeiro século da nossa Era Comum. Foi-lhe apresentada uma oportunidade ímpar. Os líderes judaicos levaram à sua presença o maior instrutor da verdade que já vivera na terra, Jesus Cristo. Imagine as perguntas que Pilatos poderia ter feito! Imagine as ricas verdades que poderia ter aprendido! E é interessante que, quando de início levaram Jesus à sua presença, acusado de afirmar ser “o rei dos judeus”, Pilatos pelo menos parecia curioso:

“És tu o rei dos judeus?”, perguntou Pilatos.

Em resposta, Jesus disse: “Meu reino não faz parte deste mundo. . . Para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que está do lado da verdade escuta a minha voz.” Eis ali a oportunidade de ouro para Pilatos. Diante de si estava um homem cuja vida era um testemunho vivo da verdade das promessas de Deus, um homem disposto e capaz de esclarecê-lo como nenhum outro homem poderia. Todavia, qual foi a resposta de Pilatos? “Que é verdade?” E daí, abruptamente, “saiu novamente para os judeus”. — João 18:33-38.

Sim, Pilatos permitiu que a verdade lhe escapasse. E muitos hoje cometem esse erro. A revista que você está lendo, A Sentinela, é publicada para esclarecer as pessoas sobre a verdade. Muitos, porém, se recusam até mesmo de lê-la. Outros lêem e gostam dos artigos mas não vão além disso. Será que esses, como Pilatos, estão permitindo que a verdade lhes escape?

Não permita que a verdade lhe escape

TALVEZ Pôncio Pilatos se desse conta de que aceitar a verdade lhe custaria algo. Tornar-se seguidor de Cristo significaria aceitar a realeza dele e, sem dúvida, dar uma abrupta meia-volta, moralmente falando. Não obstante, Salomão, o escritor de Provérbios 23:23, disse: “Compra a própria verdade e não a vendas — sabedoria, e disciplina, e compreensão.”

‘Comprar a verdade?’, você pergunta, intrigado. Sim, pois ali a Bíblia nos ajuda a entender que só se pode adquirir a verdade, a sabedoria e a compreensão por um preço! No entanto, a verdade é o mais valioso produto concebível. Tanto é que Salomão aconselhou: “Não a vendas”! Foi como que para dizer que nada poderia equipará-la em valor.

‘Mas, exatamente o que é verdade?’, muitos perguntam, imitando a pergunta de Pilatos. Para muitos, a “verdade” é um conceito indefinível. Considere, por exemplo, o que disse certa vez Albert Einstein: “A expressão ‘verdade científica’ não se explica facilmente por uma palavra exata. A significação da palavra verdade varia tanto, quer se trate de uma experiência pessoal, de uma proposição matemática ou de uma teoria de ciência experimental. Então não posso absolutamente traduzir em linguagem clara a expressão ‘verdade religiosa’.” (Como Vejo o Mundo, de Albert Einstein) Mas, significa o fato de que a verdade escapou a Einstein que ela forçosamente deixará você na mão? De modo algum.

Jesus disse claramente: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida.” (João 14:6) Sim, “a verdade” centraliza-se em torno de Cristo Jesus e seu lugar nos propósitos de Jeová Deus qual Cumpridor de profecias, Resgatador da humanidade pecaminosa, Rei designado do Reino de Deus, Sumo Sacerdote, e Executor dos iníquos. (Romanos 15:8; 1 Timóteo 2:5, 6; João 3:16; Efésios 1:20-22;