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Ramsés, RamessésAjuda ao Entendimento da Bíblia
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Aceita-se, em geral, que Ramsés II era culpado de assumir o crédito por certas consecuções de seus predecessores, e isto suscita a possibilidade de que, no máximo, ele apenas reconstruiu ou ampliou Per-Ramsés. Além disso, o nome Ramessés estava patentemente em uso já mesmo na época de José (no século XVIII AEC); assim, não existem motivos para se presumir que sua aplicação (na forma Ramsés), como nome duma cidade, fosse exclusividade do tempo de Ramsés II. (Gên. 47:11) O seu próprio significado, também, torna provável que tenha sido popular entre os egípcios já desde os tempos antigos. Já no reinado de Ramsés II havia diversas cidadezinhas que tinham tal nome. D. B. Redford afirma: “A bíblica Ramsés e a capital Pr R‘-ms-sw [Per-Ramsés], além do nome pessoal, não parecem ter nada em comum. Devido à completa falta de evidência corroborativa, é absolutamente essencial que se exerça cautela em igualar as duas.” — Vetus Testamentum (Antigo Testamento), out. de 1963, p. 410.
Frente à falta de informações fidedignas, só se pode dizer que Ramessés não distava muito, provavelmente, da capital egípcia na época do Êxodo. Isto permitiria que Moisés tivesse estado no palácio do Faraó na noite da décima praga e, antes do fim do dia seguinte, começasse a conduzir o povo de Israel em sua marcha para fora do Egito. (Êxo. 12:31-42; Núm. 33:1-5) Caso a capital estivesse então em Mênfis, cidade que deteve esta posição durante muitos séculos, isto explicaria a tradição judaica, expressa pelo antigo historiador, Josefo, de que a marcha do Êxodo (tendo a Ramessés como ponto de partida), começou da vizinhança de Mênfis.
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RaposaAjuda ao Entendimento da Bíblia
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RAPOSA
[Heb. , shu‘ál; gr. , alópex], Animal canídeo, que se distingue por seu focinho pontudo, suas orelhas triangulares grandes e eretas, e sua basta cauda. A raposa é bem conhecida por sua astúcia, e foi, talvez, com referência a esta característica que Jesus Cristo mencionou o Rei Herodes como ‘aquela raposa’. (Luc. 13:32) Para enganar seus inimigos, a raposa depende mais da sua esperteza do que da rapidez, embora, numa curta distância, tem-se relatado que tal animal consegue atingir uma velocidade de mais de 72 km por hora.
Os hodiernos naturais da Síria e da Palestina nem sempre distinguem o chacal da raposa, e muitos peritos acreditam que o designativo hebraico shu‘ál provavelmente inclua tanto a raposa como o chacal. Diversos tradutores da Bíblia verteram shu‘ál como “chacal” em algumas de suas ocorrências.
Jesus Cristo, ao prevenir um homem desejoso de segui-lo, trouxe à atenção o fato de que as raposas tinham covis, ao passo que o Filho do homem não tinha onde reclinar a cabeça. (Mat. 8:20; Luc. 9:58) A menos que as raposas utilizem uma greta natural, ou o buraco abandonado ou usurpado de outro animal, elas comumente cavam buracos no solo para formar seus covis. É possível que este escavar característico tenha fornecido à raposa o seu nome hebraico, shu‘ál, designativo que tem sido vinculado com uma raiz que significa “cavar”.
O naturalista do século XVIII, Hasselquist, fez a comunicação de que, na vizinhança de Belém e em outras partes, tomaram-se medidas para impedir a incursão de raposas nos vinhedos, quando as uvas estavam maduras. (Cân. 2:15) Muitos julgam que se tem presente o chacal, no Salmo 63:10 (ALA; IBB; SPV; 63:11, BV; IS; PIB; 62:11, CBC; MB), onde se faz referência a raposas obterem uma parte dos que foram mortos. A tradução “raposas”, contudo, não é inapropriada, quando se considera que as raposas também se alimentam de carniça.
[Foto na página 1392]
A raposa, conhecida por sua astúcia.
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RaptoAjuda ao Entendimento da Bíblia
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RAPTO
Apoderar-se, levar embora e deter uma pessoa contra a sua vontade, por meio de força ilícita, fraude, ou intimidação. (1 Tim. 1:8-11) O rapto, sob a Lei mosaica, era um crime que incorria na pena capital. Caso uma pessoa roubasse ou raptasse um homem e o vendesse, ou se o indivíduo raptado fosse encontrado com ele, o raptor devia ser morto. (Êxo. 21:16; Deut. 24:7) Antes de esta lei ser dada a Israel, José, filho de Jacó, fora vendido como escravo, e fora vítima dum rapto. (Gên. 37:27, 28; 40:15) Deus transformou mais tarde esta medida numa bênção para José, no Egito, e este perdoou seus irmãos pela ação iníqua deles. — Gên. 45:4, 5.
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RaquelAjuda ao Entendimento da Bíblia
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RAQUEL
[ovelha]. Filha de Labão, a irmã mais moça de Léia, e uma prima em primeiro grau de Jacó, e sua esposa preferida. (Gên. 29:10, 16, 30) Jacó fugiu de seu irmão Esaú, que mostrava tendência assassina, em 1781 AEC, indo para Harã, em Padã-Arã, na “terra dos orientais”. (Gên. 28:5; 29:1) Raquel, uma jovem “bela de figura e bela de semblante”, servia como pastora de seu pai, e ela se encontrou com Jacó no poço próximo de Harã. Jacó foi acolhido na casa de seu tio, e, um mês depois, concordou em servir a Labão por sete anos a fim de se casar com Raquel, de quem estava então enamorado. Seu amor não diminuiu durante os sete anos, e, assim, “se mostraram aos seus olhos como apenas alguns dias”. Na noite de núpcias, contudo, seu tio a substituiu pela filha mais velha dele, Léia, que evidentemente cooperou em executar este logro. Labão, quando acusado de engodo por Jacó, na manhã seguinte, apelou para o costume local como desculpa para sua conduta. Jacó concordou em passar a semana inteira de núpcias com Léia, antes de receber Raquel, e, depois disso, trabalhar outros sete anos para Labão. — Gên. 29:4-28.
Raquel não desapontou a Jacó como esposa, e Jacó mostrou-lhe mais amor do que a Léia. Jeová então favoreceu a Léia na posição desvantajosa desta, abençoando-a com quatro filhos, enquanto que Raquel permanecia estéril. (Gên. 29:29-35) Raquel demonstrou ciúmes de sua irmã, bem como desespero devido à sua própria infertilidade, condição então encarada como grande vitupério entre as mulheres. A sua impaciência rabugenta deixou irado até mesmo o seu marido amoroso. Para compensar a sua própria esterilidade, Raquel deu a Jacó a serva dela, para fins procriativos (como Sara havia feito antes, com Agar, a escrava dela), e os dois filhos que nasceram em conseqüência disto foram considerados como sendo de Raquel. A serva de Léia, e a própria Léia, produziram um total de outros quatro filhos, antes que a esperança de Raquel finalmente se consumasse, e ela desse à luz o seu próprio primeiro filho, José. — Gên. 30:1-24.
Jacó estava então pronto para partir de Harã, mas seu sogro insistia com ele para que permanecesse por mais tempo, e foi apenas seis anos depois que, sob a orientação de Deus, Jacó foi embora. Em virtude dos métodos dúplices de Labão, Jacó não o avisou de sua partida, e tanto Léia como Raquel concordaram nisto com o marido delas. Antes de partir, Raquel roubou os “terafins” do pai, evidentemente algum tipo de imagens idólatras. Quando Labão, mais tarde, conseguiu alcançar o grupo e tornou conhecido tal roubo (pelo visto a sua principal preocupação), Jacó, sem se dar conta da culpa de Raquel, revelou que desaprovava este ato em si, decretando a morte do ofensor, caso fosse encontrado entre seu séquito. A busca de Labão o levou à tenda de Raquel, mas ela evitou ficar exposta, afirmando-se indisposta devido ao período menstrual, enquanto permanecia sentada nas sacolas da sela que continham os terafins. — Gên. 30:25-30; 31:4-35, 38; veja LABÃO.
Quando se encontrou com seu irmão, Esaú, Jacó mostrou sua contínua preferência por Raquel por colocá-la, junto com seu único filho, em último lugar na ordem do percurso, sem dúvida encarando-o como a posição mais segura, caso fossem atacados por Esaú. (Gên. 33:1-3, 7) Depois de morar por certo tempo em Sucote, daí em Siquém, e, por fim, em Betel, Jacó se dirigiu mais para o S. Em alguma parte entre Betel e Belém, Raquel deu à luz seu segundo filho, Benjamim, mas morreu no parto, e foi sepultada ali, Jacó erigindo uma coluna para assinalar o túmulo. — Gên. 33:17, 18; 35:1, 16-20.
Os poucos pormenores registrados servem apenas para fornecer um quadro incompleto da personalidade de Raquel. Ela era uma adoradora de Jeová (Gên. 30:22-24), mas mostrava falhas humanas, o seu furto dos terafins e sua astúcia em evitar ser apanhada podendo ser atribuídos, pelo menos em parte, à sua formação familiar. Não importa quais tenham sido suas fraquezas, Jacó a amava ternamente, e, mesmo na velhice, considerava-a como tendo sido sua verdadeira esposa, e estimava os filhos dela mais do que todos os seus outros filhos. (Gên. 44:20, 27-29) As palavras dele, ditas a José pouco antes de morrer, embora simples, todavia transmitem a profundeza da afeição de Jacó por ela, Raquel. (Gên. 48:1-7) Ela e Léia são mencionadas como tendo ‘construído a casa de Israel [Jacó]’. — Rute 4:11.
“CHORANDO POR SEUS FILHOS”
Em Jeremias 31:15, Raquel é representada como chorando por seus filhos, que haviam sido levados para a terra do inimigo, a lamentação dela sendo ouvida em Ramá (ao N de Jerusalém, no território de Benjamim). Visto que Efraim, cujos descendentes tribais são amiúde usados de forma coletiva para representar o reino setentrional de Israel, é mencionado várias vezes no contexto (Vv. 6, 9, 18, 20), alguns peritos acreditam que esta profecia se relaciona ao exílio do povo do reino setentrional por parte dos assírios. (2 Reis 17:1-6; 18:9-11) Por outro lado, poder-se-ia relacionar com o exílio eventual tanto do povo de Israel como do de Judá (este último por Babilônia). No primeiro caso, a figura de Raquel seria muito apropriada, visto que ela era a ancestral materna de Efraim (por meio de José), a tribo mais destacada do reino setentrional. No segundo caso, ser Raquel a mãe não só de José, mas também de Benjamim, cuja tribo era parte do reino meridional de Judá, a tornava um símbolo apropriado das mães de todo o Israel, o terem elas filhos parecendo então ser algo vão. A promessa confortadora de Jeová, contudo, era de que os exilados ‘certamente retornariam da terra do inimigo’. — Jer. 31:16.
Este texto foi citado por Mateus em relação com a matança dos bebês em Belém, às ordens de Herodes. (Mat. 2:16-18) Visto que o túmulo de Raquel estava, pelo menos, relativamente perto de Belém (embora não estivesse, pelo visto, no local tradicional), esta figura de Raquel chorando era apropriada para expressar o pesar das mães dos filhos mortos. Mas, esta citação da profecia de Jeremias era ainda mais apropriada em vista da similaridade da situação. Os israelitas estavam sujeitos a uma Babilônia maior, na qual se encontra o sangue de todos os que têm sido mortos na terra (Rev. 17:5, 6; 18:24), e a matança dos filhos fora efetuada por um representante duma potência estrangeira que dominava os israelitas. A “terra do inimigo”, para a qual os filhos tinham ido, não era, obviamente, uma região política, como no caso anterior. Por conseguinte, parece referir-se à sepultura, à região dominada pelo ‘Rei Morte’ (compare com Salmo 49:14; Revelação 6: 8), a morte sendo chamada de “último inimigo” a ser destruído. (Rom. 5:14, 21; 1 Cor. 15:26) Qualquer retorno de tal “exílio” significaria, naturalmente, uma ressurreição dentre os mortos.
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RazoabilidadeAjuda ao Entendimento da Bíblia
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RAZOABILIDADE
O termo “razoável” transmite apropriadamente a idéia do vocábulo grego epieikés, que tem sido definido como significando “conveniente, apropriado; assim, eqüitativo, justo, moderado, indulgente, não insistindo na letra da lei; expressa aquela consideração que encara ‘humana e razoavelmente os fatos dum caso’ ”. — An Expository Dictionary of New Testament Words (Dicionário Expositivo de Palavras do Novo Testamento; Vol. II, pp. 144, 145), de W. E. Vine.
A razoabilidade é uma modalidade distintiva da sabedoria celeste. (Tia. 3:17) É uma qualidade que precisa ter o homem designado superintendente numa congregação cristã. (1 Tim. 3:2, 3) Teria de ser razoável com ele próprio, em lidar com outros, e em seu enfoque dos problemas. Também, os cristãos em geral são incentivados a ser razoáveis. O apóstolo Paulo aconselhou os filipenses: “Seja a vossa razoabilidade conhecida de todos os homens.” (Fil. 4:5) E Tito foi instruído a lembrar aos cristãos de Creta que ‘fossem razoáveis’. (Tito 3:1, 2) Isto era especialmente apropriado, uma vez que os habitantes de Creta, como um todo, gozavam da reputação de serem mentirosos, feras prejudiciais e glutões desempregados. — Tito 1:12.
Em 1 Pedro 2:18, admoesta-se os servos domésticos a ‘estarem sujeitos aos seus donos com todo o temor devido, não somente aos bons e razoáveis, mas também aos difíceis de agradar’.
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RebecaAjuda ao Entendimento da Bíblia
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REBECA
[possivelmente, “vaca”). A filha de Betuel, filho de Naor, e, assim sendo, sobrinha-neta de Abraão. O nome do seu irmão era Labão. — Gên. 22:20-23.
Por volta de 1878 AEC, quando Abraão mandou o administrador de sua casa, provavelmente Eliézer, à procura duma esposa apropriada para Isaque, seu filho (então com 40 anos), ele chegou ‘à cidade de Naor’, no vale superior da Mesopotâmia. Ali, junto a um poço, este servo orou para que a escolhida por Jeová fosse a moça que não só lhe desse um gole d’água, quando lhe pedisse, mas que também se oferecesse para aguar os seus dez camelos. (Gên. 24:1-14) Enquanto ele orava, Rebeca chegou ao poço com um cântaro no ombro. Quando lhe foi pedido um gole de água, ela graciosamente lhe deu de beber e então “esvaziou depressa o seu cântaro no bebedouro e correu ainda várias vezes ao poço para tirar água, e continuou a tirar água para todos os seus camelos. Durante todo esse tempo o homem fitava-a admirado, mantendo-se calado para saber se Jeová fizera sua viagem bem sucedida ou não”. Rebeca demonstrou ser bondosa, hospitaleira e modesta em suas maneiras, e laboriosa; além disso, “a moça era de aparência muito atraente”. — Gên. 24:14-21.
O servo de Abraão, reconhecendo que sua oração tinha sido respondida, deu a Rebeca uma custosa argola de ouro para o nariz e duas lindas pulseiras de ouro. Ela mostrou-as à sua família, à sua mãe e ao seu irmão, Labão, o qual, por sua vez, demonstrou a hospitalidade de seu lar para com o visitante e os ajudantes que estavam com ele. (Gên. 24:22-32) Mas, antes de comer, o homem declarou qual era seu objetivo. Labão e seu pai, Betuel, deram seu consentimento para que Rebeca se casasse com Isaque, e foram dados a Rebeca e sua família alguns presentes, consistindo em preciosos artigos de ouro e de prata, e roupas lindas, e então todos comeram juntos. (Gên. 24:33-54) Esta transação constituía um honroso contrato matrimonial, não entre Rebeca e Isaque, mas entre os pais deles, de acordo com o costume daqueles tempos. Rebeca foi, desta forma, desposada com Isaque, e, dali em diante, efetivamente, era esposa dele.
Com o consentimento de Rebeca, a caravana partiu na manhã seguinte para a longa jornada até o Negebe, perto de Beer-Laai-Roi, onde Isaque morava naquele tempo. Antes de Rebeca partir, a família dela a abençoou, dizendo: “Que tu . . . te tornes milhares de vezes dez mil, e que teu descendente tome posse do portão dos que o odeiam.” A ama dela, Débora, e outras auxiliares acompanharam Rebeca, nenhuma das quais, pelo que parece, chegando jamais a voltar para sua terra natal. — Gên. 24:55-62; 35:8.
Ao chegarem ao seu destino, Rebeca colocou um lenço para a cabeça, ao se aproximar Isaque, seu noivo, e depois de o servo de Abraão ter narrado todos os eventos de sua missão, relatando como Jeová tinha orientado a escolha, Isaque introduziu Rebeca na tenda de sua mãe, a fim de tornar-se sua es-
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